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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

SUMÁRIO

Agradecimentos. ............................................................................... 09
Apresentação. ................................................................................... 11
Mensagem. ....................................................................................... 13
Fotos quebrando barreiras. .................................................................... 14
Uso do termo "Pessoa com Deficiência"........................................................ 5 15
Apresentação do Centro de Vida Independente do Amazonas-CVI-AM (CVI-AM). .... 16

CAPITULO I. ......................................................................................21
1. CENSO POPULACIONAL 2010 ............................................................. 21
2. DECRETO FEDERAL nº 5.296 .............................................................. 22
Conceitos. ..................................................................................... 22
Acessibilidade. ................................................................................ 23
Barreiras Barreira. ........................................................................... 23
Mobiliário urbano. ........................................................................... 24
Desenho universal. ........................................................................... 24
3. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (CDPD) ......... 25
Pessoas com Deficiência sob a ótica da CDPD. .........................................25
Definições para os propósitos da CDPD. ................................................. 25
Princípios gerais da CDPD. .................................................................. 26
Obrigações gerais dos estados partes. ................................................... 26
3.1 Deficiência psicossocial, a nova categoria de deficiência.. ......................... 8
3.2 Deficiência mental ou intelectual ? Doença ou transtorno mental ? ........... 30

CAPITULO II. .................................................................................... 33


Acessibilidade sob a ótica da CDPD. ..................................................... 34
Acessibilidade. .............................................................................. 34
1. ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA .................................... 35
Decreto nº 5.296. ............................................................................ 35
2. TRANSPORTE COLETIVO RODOVIÁRIO, AQUAVIÁRIO E AÉREO ...................... 43
2.1 Rodoviário Municipal municipal. ....................................................... 43
2.2 Rodoviário e Aquaviário Intermunicipal aquaviário intermunicipal. ........... 46
2.3 Rodoviário Interestadual interestadual. ............................................. 48
2.4 Aéreo. ..................................................................................... 50
3. EDUCAÇÃO .................................................................................. 56
EducaçãoProfissional Educação profissional .. .......................................... 8
EducaçãoSuperior Educação superior.. ...............................................................................59
BolsaUniversidade Bolsa Universidade. . . .............................................. 59

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4. TRABALHO E EMPREGO ..................................................................... 60 Fatores de risco. ............................................................................. 91


Experiência profissional.. .................................................................... 1 - Pobreza. ................................................................................... 91
Escolaridade. ................................................................................ 61 - Falta de escolaridade. ................................................................... 91
Aplicação das cotas. ........................................................................ 61 - Falta de informação e recursos para assegurar a prática so do sexo seguro. .. 91
Jornadaespecial Jornada especial. ...................................................... 62 - Risco elevado de violência e estupro, e falta de proteção judicial. ............. 92
Salário ......................................................................................... 62 - Uso de drogas ilícitas. ..................................................................... 92
Cargos Públicos públicos. .................................................................. 62 Órfãos da Aids com deficiência.. .......................................................... 2
Crime .......................................................................................... 62 Acesso a custeio de pessoas com deficiência que tem HIV.............................................93
Penalidade ao descumprimento da Lei de Cotas. ...................................... 62 Preconceito. ..................................................................................93
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). .......... 63 Sub-Grupos Subgrupos que estão mais suscetiveis suscetíveis ao risco de
5. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO ............................................................. 68 contaminação pelo HIV...........................................................................................................................93
Reabilitação. ................................................................................. 68 6.5 Lesão Medular medular......................................................................................................... 95
Habilitação. .................................................................................. 69 Diagnóstico. ................................................................................... 96
6. SAÚDE. ........................................................................................ 70 Exames Complementares complementares. ............................................. 98
6.1 Prevenção das deficiências.. ........................................................... 71 Consequências da lesão medular e outros tópicos de relevância. ................... 98
Algumas ações. ........................................................................... 71 1. Ossificação Heterotópica heterotópica. ........................................ 99
Algumasmedidas Algumas medidas. .................................................. 72 2. Osteoporose. .......................................................................... 100
- Antes de engravidar.................................................................................................................72 3. Alterações Vasculares vasculares. ................................................. 101
- Durante a gravidez. .................................................................. 72 4. TVP.........................................................................................................................................................................................................101
- Momento do parto. ................................................................... 72 5. Hipotensão Postural postural. ................................................... 101
- Depois do nascimento. ............................................................... 73 6. Disreflexia Autonômica autonômica. ........................................... 101
- No desenvolvimento. ................................................................ 73 7. Bexiga Neurogênica neurogênica. .............................................. 102
Algumas deficiências causadas por falta de prevenção. ............................. 73 7.1 Cateterismo Intermitente intermitente. ........................................ 103
Algumas doenças que causam deficiência visual levando a cegueira. ............. 74 7.2 Outras Soluções soluções. ......................................................... 104
Acidentes podem causar deficiências.. .................................................... 4 8. Intestino Neurogênico neurogênico. ........................................... 104
6.2 Prevenção ao uso indevido de alcool álcool e drogas. ............................ 76 9. Úlceras por Pressão pressão. .................................................... 105
- Alcool Álcool. ......................................................................... 76 10. Espasticidade/Automatismos automatismos. ...............................108
- Drogas. ................................................................................. 78 11. Função Sexual sexual. ....................................................... 109
6.3 Direitossexuaisereprodutivos Direitos sexuais e reprodutivos . ................ 80 11.1 Gravidez e Parto parto na Lesão Medular lesão medular............................118
Pessoas com deficiência e sexualidade Pessoas com deficiência e sexualidade ...... 81 11.2 Satisfação Sexual sexual. ...................................................... 119
-Direitoasexualidade Direito à sexualidade. .......................................... 81 Atendimento de Urgência urgência. ................................................... 121
- O que é sexualidade. ....................................................................... 81 Acompanhamento Psicológico psicológico. ........................................... 122
- Desenvolvimento da sexualidade. ....................................................... 82 Reabilitação. ............................................................................... 123
- São direitos sexuais. ...................................................................... 82 1. Acompanhamento Fisioterapêutico, Neurofuncional e Respiratório fisioterapêutico,
-Sãodireitosreprodutivos São direitos reprodutivos. ................................. 83 neurofuncional e respiratório. ........................................................... 123
Vunerabilidades Vulnerabilidades da pessoa com deficiência.. ....................... 3 2. Terapia Ocupacional ocupacional. ................................................... 124
Definição de abuso sexual. ................................................................ 84 3. Órteses. ................................................................................ 125
Classificação de abuso sexual. ............................................................ 84 4. Adaptações adaptações. ............................................................ 125
Quem é o abusador ? ....................................................................... 85 5. Cadeira de Rodas rodas. ............................................................ 126
6.4 Prevenção às DSTs doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). ................. 87 6.6 Ostomia. ................................................................................ 128
HIV/Aids. ..................................................................................... 89 6.7 Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade - TDAH (TDAH). .......... 130
DST/Aids e pessoas com deficiência.. ................................................... 0 7.Esporte,lazer e cultura. ................................................................... 141
7.1 Esporte. ................................................................................... 141
Resultado Brasileiro brasileiro nas Paraolimpíadas..................................... 154

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7.2 Lazer ......................................................................................................................................156 CAMPANHAS. .................................................................................. 206


7.3 Cultura. .................................................................................. 157
8. Acesso a ajudas técnicas................................................................ 158
9. Acesso a habitação. ..................................................................... 168
9.1 Programa Viver Melhor ....................................................................................................... 168
9.2 Programa Minha Casa, Minha Vida. .................................................. 169
10. Acesso a informação e a comunicação. ............................................. 170
Acessibilidade nos meios de informação e comunicação. ........................ 170
11. Padrão de Vida e Proteção Social Adequados vida e proteção social adequados.
................................................................................................. 172
Cadastro Único (CadÚnico). .......................................................... 173
Proteção Social Básica social básica. ................................................. 174
CRAS Centro de Referência de Assistência Social (Cras). ....................... 175
Bolsa Família. ........................................................................... 176
Bolsa Família Municipal Consorciada. ............................................... 77
BPC Benefício de Prestação Continuada (BPC) .................................. 177
Proteção Social Especial social especial. ........................................... 178
CREAS Centro Especializado de Assistência Social (Creas). ................... 179
Centro POP.......................................................................................................................................................................................180
Aposentadoria por Invalidez invalidez. .............................................180
IPVA Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). .......... 181
Atendimento Prioritário prioritário. ............................................... 181
Como atender........................................................................................................................ 182

CAPITULO III. ...................................................................................185

1. LEGISLAÇÃO DE GARANTIA DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.


ESFERAS: INTERNACIONAL, FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL E NORMAS
TÉCNICAS (ABNT). ..........................................................................185
1.1 Internacional. .............................................................................. 185
1.2 Federal. ..................................................................................... 187
1.3 Estadual. .................................................................................... 194
1.4 Municipal. ................................................................................... 197
1.5 Normas técnicas da ABNT.......................................................................................................................199

CAPITULO IV ....................................................................................................................................................201

1. CONSELHOS DE DIREITOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E ORGÃOS DE FISCALIZA-


ÇÃO. ............................................................................................. 201
1.1 Conselhos de direitos da Pessoa pessoa com Deficiência deficiência.. ........ 201
1.2 Órgãos de Fiscalização fiscalização. ..................................................201

REFERÊNCIAS. ................................................................................. 203

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Agradecimentos

Inicialmente, quero começar agradecendo agradeço a Deus, o senhor


Senhor da minha vida, por permitir que possamos ter tenhamos concluído e
colocado a à disposição de vocês este trabalho que, a meu ver, expressa todo
o nosso comprometimento com a construção e com a disseminaçaõ
disseminação de informações que possam fazer a diferença na vida de todas
as pessoas com deficiência.
Queridos amigos, desde a fundação do CVI-AM tivemos inúmeras dificul-
dades, apresentadas através de situações ou de pessoas que me fizeram par-
ticularmente pensar em desistir diversas vezes pela fraqueza de minha alma.
Hoje, sei que todos os desafios são criados para que possamos testar nossa
capacidade de acreditar que somos capazes de seguir sempre em frente, e lutar
com força e garra por aquilo em que acreditamos,; e nunca desistir.
A vitória vem de uma forma ou de outra inevitavelmente,. tudo Tudo
é uma questão de tempo,. a A paciência e a fé são ferramentas que te nos
colocam mais próximo próximos ou mais distante do seu distantes do nosso
sucesso.
Assim, neste momento, quero lembrar e agradecer agradeço
particularmente neste momento, de às pessoas que são fundamentais na
minha vida e me estimulam a seguir sempre em frente lutando.
A À minha mãe, dona d. Leila, dedico todo o crédito por todas as
conquistas positivas em minha vida, pelo seu exemplo de luta, pela sua
ética, pela sua honestidade, e por sempre caminhar comigo em todos os
momentos de minha vida,. obrigado mãe Obrigado, mãe.
A minhas irmãs, Cyntia e Andréa que amo incondicionalmente.
A À minha esposa, Josy, o presente que Deus me enviou, meu amor, que
me ajudou a compilar e concluir este trabalho,. sem Sem sua ajuda, seria
impossível.
E, finalmente, a meus amigos, Manoel Paiva, Helio Marques, Tatyana
Amorim, ao Romeu Kazumi Sassaki, que nos presenteou aceitando fazer a
apresentação desta cartilha, ao Dr. dr. Wander Ferreira, um excepcional
Neurologista neurologista que abdica de suaas suas horas livres para atender
voluntariamente no CVI-AM, aos nossos patrocinadores, apoiadores e a todos
aqueles que direta ou indiretamente tenham nos ajudado, e contribuído com a
este trabalho.

Muito Obrigado.

Ronaldo André Bacry Bácry Brasil


Presidente do Conselho Nacional dos Centros de Vida Independente - CVI-BRASIL
(CVI-Brasil)
Presidente do Centro de Vida Indepedente Independente do Amazonas - CVI-
AM (CVI-AM)
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”
Manaus, 01 1° de março junho de 2013.

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Apresentação

Sendo esta cartilha uma produção do Centro de Vida Independente do


Amazonas (CVI-AM), muito me agradou constatar que o seu tema central é a
questão da acessibilidade.
A acessibilidade constitui um conjunto de soluções para combatermos as
barreiras (arquitetônicas, comunicacionais, metodológicas, instrumentais,
programáticas e atitudinais) existentes, por exemplo, em espaços urbanos,
meios de transporte, edificações, produtos, serviços, tecnologias, comporta-
mentos humanos e ordenamentos jurídicos. Tais barreiras têm impedido ou
dificultado, em maior ou menor grau, o desempenho da autonomia por parte
de pessoas com deficiência e de outros segmentos populacionais em todas as
áreas de atividade.
Como se percebe, há uma forte relação de acessibilidade entre inde-
pendência e autonomia diante das barreiras citadas. Ou seja, não pode haver
autonomia (funcionalidade, desempenho) sem acessibilidade nos ambientes
humano e físico-ambiental; e não pode haver acessibilidade sem que as bar-
reiras sejam eliminadas. Diante destas situações restritivas, a independência
(faculdade de decidir o quê, de que maneira, com quem, quando, em quanto
tempo etc.) sempre existiu, existe e existirá no repertório de atributos das
pessoas em foco.
Não foi por outros motivos que a filosofia de vida independente - prati-
cada pelo CVI-AM e outros CVIs – vem desde 1972 fomentando a luta destas
pessoas pela adoção do estilo de vida independente. É o estilo através do
qual elas passam a exercer a sua independência e a praticar a sua autonomia
à medida que elas eliminam as barreiras existentes na sociedade e, ao mesmo
tempo, capacitam outras pessoas para o exercício do empoderamento (uso do
poder pessoal, inerente ao ser humano, para fazer escolhas, tomar decisões e
assumir as consequências das escolhas e decisões tomadas).
Portanto, foi exatamente por causa destes motivos que o tema desta car-
tilha veio a ser chamado “Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática”.
Boa leitura a todos!

Romeu Kazumi Sassaki


Consultor de inclusão social

Manaus, 02 de abril de 2012 10 de maio de 2013

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“Nem tudo que se enfrenta pode ser


modificado, mas nada pode ser
modificado até que seja enfrentado”.

Albert Einstein

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USO DO TERMO "PESSOA COM DEFICIÊNCIA"

Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo os do Brasil, estão debatendo o


nome pelo qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, já fecharam a questão: querem ser
chamadas de “pessoas com deficiência” “pessoas com deficiência” em todos os idiomas. E esse
termo faz parte do texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
adotado pela ONU em 13/12/06
e ratificado posteriormente através de lei nacional de todos os Países-Membros. com valor de
emenda constitucional pelo Decreto Legislativo n° 186, de 09/07/2008.

Eis os princípios básicos para os movimentos terem chegado ao nome “pessoas com deficiên-
cia”:
1.Não esconder ou camuflar a deficiência;
2.Não aceitar o consolo da falsa idéia ideia de que todo mundo tem
deficiência;
3.3.Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;
4.Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência;
5.Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como “pessoas com capacidades
especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”, “pessoas com habilidades diferenciadas”,
“pessoas dEficientes”, “pessoas especiais”, “é desnecessário discutir a questão das defici-
ências porque todos nós somos imperfeitos”, “não se preocupem, agiremos como avestruzes
com a cabeça dentro da areia” (i.é, “aceitaremos vocês sem olhar para as suas deficiências”);
6.Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais pessoas em termos de di-
reitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência
atendendo às diferenças individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas;
7.Identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar
medidas específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou eliminarem as “restrições de
participação” (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico con-
tra as pessoas com deficiência).

CONCLUSÃO

A tendência é no sentido de parar de dizer ou escrever a palavra “portadora” (como substan-


tivo e como adjetivo). A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa
não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como o substantivo
ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da
pessoa. Por exemplo, não dizemos e nem escrevemos que uma certa pessoa é portadora de
olhos verdes ou pele morena.
Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar, deliberada ou casualmente. Por exemplo,
uma pessoa pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e deixá-lo em algum lugar
por esquecimento ou por assim decidir. Não se pode fazer isto com uma deficiência, é claro.
A quase totalidade dos documentos, a seguir mencionados, foi escrita e aprovada por organi-
zações de pessoas com deficiência que, nos debates para a elaboração do texto da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, estão chegando ao consenso quanto a adotar a
expressão “pessoas com deficiência” em todas as suas manifestações orais ou escritas.

** Romeu Kazumi Sassaki é consultor de inclusão social e autor dos livros “Inclusão: Construindo uma
Sociedade para Todos” (5.ed. 8.ed., Rio de Janeiro: WVA, 2003 2010) e “Inclusão no Lazer e Turismo:
em busca da qualidade de vida” (São Paulo, Áurea 2003). E-mail: romeukf@uol.com.br
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APRESENTAÇÃO DO CENTRO DE VIDA INDEPENDENTE DO Os serviços prestados pelo do CVI-AM são calcados na informação, na orientação e
na troca de experiência vivencial, que são e oferecidos aos usuários e colocados à
AMAZONAS (CVI-AM) dispo- sição da à comunidade através de seus diferentes setores.

O Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-Am (CVI-AM), foi fundado no dia


SERVIÇOS OFERECIDOS PELO CVI-
02 de julho de 2005, reconhecido de utilidade Pública Lei nº. 1220, filantrópica
(sem fins eco- nomicos). AM
O CVI-AM desenvolve seus trabalhos com o objetivo de alcançar as seguintes finali-
dades: Serviço Social: Desenvolve ações e articulações
- O desenvolvimento social, psicossocial, econômico, educacional, psicomotor, para aquisição de benefícios como: BPC, INSS,
sócio- entre outros. Encaminhamento para a rede socio-
-afetivo e cultural de crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas com deficiên- assistencial, encaminhamento para a rede de saú-
cia que estejam em situações de vulnerabilidades, risco social e/ou pessoal, através de, ações sociais, busca ativa, encaminhamento
da defesa, da efetivação de direitos socioassistencias socioassistenciais, da para o mercado de trabalho, cursos de geração de
promoção da cidadania, do enfrentamento das desigualdades sociais, da inclusão emprego e renda, cursos de educação em saúde,
social, do bem estar, do desen- volvimento de ações afirmativas, da proposição de aquisição de tecnologias assistivas, órteses, pró-
políticas públicas inclusivas, de ações de monitoramento, do desenvolvimento de teses, material para cateterismo, realiza visitas
suas potencialidades, da autono- mia, do empoderamento, do fortalecimento dos sociais, visitas hospitalares , etc... etc.
vínculos familiares visando prevenir a ruptura dos mesmos, da melhoria da sua
qualidade de vida e da disseminação do conceito, serviços e filosofia de vida Psicologia: Trabalha o desenvolvimento das potencialidades, o empoderamento e
independente. a auto-estima autoestima de cada indivíduo, o fortalecimento do laço familiar e
a interação com outras pessoas no ambiente do usuário, permitindo que a própria
As finalidades mencionadas estão em consonância com a Política Nacional de As- pessoa possa fazer suas escolhas, inclusive influindo na transformação da
sistência Social, a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistencias sociedade. Os serviços oferecidos aos usuários são: terapia individual,
Socioassistenciais, os 8 (oito) oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio aconselhamento entre pares, cursos de apresentação pessoal , e outros... e outros.
(ODM), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estatuto do Idoso, o III
Programa Nacional de Direitos Humanos, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas Estomaterapia: Atua no tratamento de feridas,
com Deficiência (CDPD), o Decreto Federal n° 5.296 e demais políticas públicas, estomias, incontinência urinária e anal bem
documentos municipais, estaduais, nacionais ou internacionais que tenham como como no processo de reabilitação por meio de
objetivos a garantia dos direitos individuais, coletivos, difusos e da promoção e educação em saúde e treinamento ao familiar,
defesa dos Direitos Humanos direitos humanos. promovendo uma melhor qualidade de vida ao
usuário.
Nossa Missão (O CVI-AM é o 1º Pólo de Dispensação de Catete-
res Hidrofílicos, Catéteres Externos e Plug Anal
A Missão missão do CVI-AM é promover o desenvolvimento social, psicossocial, para pacientes com Lesão Medular polo de
econômico, educacional, psicomotor, sócio-afetivo socioafetivo e cultural de dispensação de catete- res hidrofílicos,
crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas com deficiência que estejam c ateteres e xternos e p lug anal para pacientes
em situações de vulnerabilidades, risco social e/ou pessoal, através da defesa, com lesão medular), ver detalha- mento do
da efetivação de direitos socioassis- tencias tenciais, da promoção da cidadania, serviço na página 103. (ATENÇÃO: CONFERIR A
do enfrentamento das desigualdades sociais, da inclusão social, do bem estar bem- EXATIDÃO DO NÚMERO DA PÁGINA REFERIDA:
estar, do desenvolvimento de ações afirmativas, de ações de monitoramento, do P. 103)
desenvolvimento de suas potencialidades, da autonomia, do empoderamento, e da
disseminação da filosofia e dos serviços de vida independente além de proposições Fisioterapia: Previne, trata e reabilita lesões do aparelho
de políticas públicas inclusivas. locomotor e disfunções neurológicas. O tratamento possi-
bilita fortalecimento da musculatura e evita possíveis agra-
vos.
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Este serviço é fundamental no processo de reabilitação Especialidades


fí- sica e emocional da pessoa com deficiência.

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atendidas: Fisioterapia traumato- para usuários, comunidade, instituições de ensino pública e privada. As palestras
ortopédica, neurofuncional, podem ser gratuitas ou contratadas.
neuropediátrica e tratamento
fisioterapêutico por meio do Assessoria Jurídica: Tem o objetivo de orientar os usuarios usuários quanto aos
Isostretching Isostretching e Nintendo seus direitos
Wii. sociais.

Fonoaudiologia: Trabalha a voz, fala, au- Paradesporto: O CVI-AM estimula a prática de esportes aos seus usuários e a utiliza
dição, linguagem, motricidade orofacial. como ferramenta para desenvolvimento da
agilidade, percepção, equilíbrio e inclusão
Capacitação Profissional: O CVI-AM, firmou parceria com o SESI social. As modalidades são: basquetebol em
Sesi e cadeira de rodas, natação, tênis de mesa e
o SENAI Senai para realização de cursos de capacitação e geração de emprego e frisbee frisbee em cadeira de rodas.
renda, segue abaixo alguns deles tais como: Confeiteiro Industrial; Cortador e A equipe de basquetebol em cadeira de
Costureiro Industrial do Vestuário; Desenhista de Móveis; Eletricista de Comandos rodas do CVI-AM foi campeã invicta da 1°
Elétricos, Instalador Residencial, Manutenção Industrial; Instalador Hidráulico 1ª Copa Norte em Porto Velho-RO
Residencial; Marceneiro; Mecânico; Modista Costureiro do Vestuário; Montador de Velho/RO, e campeã invicta do
Móveis; Operador de CAD; Operador de Escavadeira; Operador de Campeonato Regional norte em Belém-PA
Microcomputador; Operador de Retro Esca- vadeira; Operador Motoniveladora; Belém/PA, ambos em 2010.
Padeiro; Pedreiro; Pintor de Obras; Reparador de Aparelho Condicionador de Ar Em 2011 e 2012 o CVI-AM não competiu por
(Janela e Split Split); Reparador de Aparelho Doméstico de Refrigeração; falta de apoio.
Serralheiro; Soldador a Eletrodo Revestido; Movimentação de Produtos Perigoso;
Operador de CAD (Sistema Audaces do Vestuário); Operador de Ponte Rolante; Ope- EVENTOS REALIZADOS PELO CVI-AM
rador de Empilhadeira; Informática Avançada; Informática Avançada; Manutenção de
Computadores e Periféricos; Auxiliar Administrativo; Operadores de Linha de Monta- - I Fórum Amazônico de Capacitação em Acessibilidade (2006);
gem da Indústria Eletrônica; Programador de Sistemas; Reparador e Configurador de - I Exposição das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas
Computadores; Inspetor da Qualidade; Desenvolvedor de Linguagem Java; Projetista (2006);
de Infraestrutura de Redes Lan; Instalador de Sistema Eletroeletrônico de Segurança; - I Feira das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas
Operador de Máquinas Automáticas SMT; Administrador de Redes Corporativa CISCO (2008);
Cisco (Módulos I,II,III e IV); Cálculo de Incerteza; Comandos Elétricos; Controlador - Lançamento da 1° 1ª Cartilha da Pessoa com Deficiência
Lógico Programável Básico; Controlador Lógico Programável Avançado; Controle (2006);
Estatístico de Processo; Durômetro; Medição Tridimensional; NR 10 Segurança em - Lançamento da 2° 2ª Cartilha da Pessoa com Deficiência
Instalações e Serviços com Eletricidade; NR 13 Operador de Vaso de Pressão e (2008);
Cadeiras; Sistema Elétrico de Potência – SEP; Mestre de Obras; Tecnologia da - Campeonato Regional Norte de Basquetebol em Cadeira de Rodas (2009);
Construção a Seco (Gesso Acartonado); Ética e Conduta no Trabalho; Aprendendo - Seminário " Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência"
a Conviver e Respeitar as Diferenças; Nova Ortografia da Língua Portuguesa; (2011);
Produção Textual; Matemática Aplicada; Inglês Básico e Intermediário; Espanhol - Lançamento da Cartilha "Quebrando Barreiras: Acessibilidade na prática"
Básico e Intermediário; Informáti- ca para Iniciantes, Básica, Intermediário; Libras (2012).
- Introdução à Língua Brasileira de Sinais; e Outros.
EVENTOS E PROJETOS PROGRAMADOS PARA 2013
Consulte-nos. - Projeto “Desenvolvendo Vidas: Promover para Garantir Direitos” (Convênio com a
Fundação André Maggi)
Consultoria em Acessibilidade e Inclusão Social: Este serviço é oferecido gratuita- - I Encontro Nacional de Reabilitação em Lesão Medular;
mente para os usuários e também pode ser contratado para empresas e instituições - Ações Sociais nas 4(quatro) quatro zonas da cidade com o objetivo da busca ativa de
públicas e privadas. novos
Curso de Vida Indepependente e Palestras: O curso de Vida Independente é oferecido usúarios.
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- III Feira das Instituições de Pessoas com Deficiência do Estado do Amazonas;

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- Casa de Apoio para Reabilitação da Pessoa com Lesão


Medular; CAPÍTULO I
- Curso sobre lesão medular e outras deficiências;
- Curso sobre Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH
(TDAH); NOTA
- Projeto CVI na comunidade.
Horário de atendimento: segunda à sexta das 08:00 às 12:00 e de 13:00 às 17:00 hrs. Neste capitulo, apresentaremos o levantamento do Censo Populacional Brasileiro de 2010,
um breve resumo do Decreto Federal nº 5.296, de 02/12/2004, que regulamenta as Leis nº
CONTATO: 10.048, de 08/11/2000 (prioridade no atendimento), e 10.098, de 19/12/2000 (estabelece
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614 ) normas e critérios básicos para a promoção da aceessibilidade acessibilidade), e do
Cep: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652. Decreto nº 6.949, que progulga promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
site: www.cviam.org.br e-mail: cvi.am@hotmail.com Deficiência (CDPD).

1. CENSO POPULACIONAL IBGE 2010


Segundo Conforme o quadro abaixo, o Brasil possuía em 2010 mais de cento e
noventa milhões de habitantes, sendo que destes, mais de quarenta e cinco
milhões possuem algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 23,9% da
população total. No estado do Amazonas, estes números são de mais de três
milhões de habitantes e o número de pessoas com deficiência é maior que
setecentos mil habitantes, representando 22,6% do total da população. Em sua
Capital, Manaus, os números são de mais de hum um milhão de habitantes e as
pessoas com deficiência representam mais de quatrocen- tos mil, equivalendo a
25,6% do total de habitantes. As pessoas com deficiência, conforme citado pelo
ex-presidente da república (Lula), são denominadas de minorias majoritárias, pois
se somarmos a elas os seus familiares, são capazes de eleger um presidente da
república.

LOCALIDADE P O P ULA ÇÃ O P O P ULA ÇÃ O %


TOTAL PcD
Brasil 190.755.799 45.606.048 23,9%
Amazonas 3.483.985 790.647 22,6%
Manaus 1.802.014 461.414 25,6%
Fonte: CENSO IBGE 2010
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2. DECRETO FEDERAL Nº 5.296, de 02/12/2004 (DECRETO 1. comunicação;


2. cuidado pessoal;
DA ACESSIBILIDADE 3. habilidades sociais;
4. utilização dos recursos da comunidade;
CONCEITOS 5. saúde e segurança;
6. habilidades acadêmicas;
Art. 5º § 1º Considera-se, para os efeitos deste 7. lazer; e
Decreto: 8. trabalho;
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na Lei nº 10.690, de 16
de junho de 2003, a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de e) deficiência
atividade e se enquadra nas seguintes categorias: múltipla:

a) deficiência física: associação de duas ou mais deficiências; e

alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo hu- II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no conceito
mano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando- de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, mobili- dade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.
ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanis-
mo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades § 2º O disposto no caput caput aplica-se, ainda, às pessoas com idade igual ou
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo.

b) deficiência
auditiva: ACESSIBILIDADE

perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, É a condição para utilização, com segurança e autonomia,
aferida por audiograma nas freqüências frequências de 500Hz, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos
1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dis-
positivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
c) deficiência pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
visual:
BARREIRAS
cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no mel- BARREIRA
hor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção È qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de mo-
óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em vimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem
ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea ou terem acesso à informação, classificadas em:
de quaisquer das condições anteriores;
Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;
d) deficiência mental (alterado para "intelectual" pela CDPD):
Barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso
funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações
manifestação antes dos dezoito 18 anos e limitações associadasa de uso privado multifamiliar;
associadas a duas ou
mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: Barreiras nos transportes: as barreiras de transporte são as dificuldades ou impe-

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dimentos apresentados pela simples falta de adaptação dos meios de transporte, 3. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREI-
particulares ou coletivos, terrestres, marítimos, fluviais ou aéreos, às demandas do
usuário. TOS DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA (CDPD)
Barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que difi-
culte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio A Convenção é um tratado Internacional
dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem internacional, aprova- do em Assembleia Geral
como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. das Nações Unidas (ONU), em 1 3 d e dezembro
de 2006. È um texto totalmente dedicado a
Além de todas essas barreiras, existe a existem as que denominamos de barreiras pessoa com deficiência assinado pelo Brasil em
sociais e atitudinais: são as atitudes e comportamentos de indivíduos e da 30 de março de 2007, ratificado pelo
sociedade em geral em relação às pessoas com deficiência em diversos níveis: desde Congresso Nacional com força de Emenda Consti-
a aceitação destas, com suas características, até a garantia do acesso ao trabalho, tucional em 9 de julho de 2008 e Promulgado
à educação, à saúde e ao lazer. As barreiras de atitude assemelham-se a obstáculos promulgado através do Decreto Federal nº
físicos. São, contudo, são obstáculos discriminadores capazes de excluir a pessoa 6.949, de 25 de agosto de 2009.
com deficiência do convívio coletivo. SUBSTITUIR A IMAGEM DA CAPA DA CONVENÇÃO
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício
Elemento da urbanização: qualquer componente das obras de urbanização, tais pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas
como os referentes à a pavimentação, saneamento, distribuição de energia as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.
elétrica, iluminação pública, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
os que ma- terializam as indicações do planejamento urbanístico.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SOB A ÓTICA DA CONVENÇÃO
MOBILIÁRIO URBANO Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de na-
tureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
O conjunto de objetos existentes nas vias e espaços públicos, superpostos ou adicio-
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igual-
nados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação
dades de condições com as demais pessoas.
ou traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos, tais como semá-
(publicação de Romeu Kazumi Sassaki sobre o conceito de deficiência mental, in-
foros, postes de sinalização e similares, telefones e cabines telefônicas, fontes pú-
telectual e sensorial consultar as páginas 28 a 32). (ATENÇÃO: CONFERIR A
blicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros que se assemelham.
EXATIDÃO DOS NÚMEROS DAS PÁGINAS REFERIDAS: P. 28 A 32)

DESENHO UNIVERSAL DEFINIÇÕES PARA OS PROPÓSITOS DA PRESENTE CONVENÇÃO


È concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender ao mesmo tempo
“Comunicação” “Comunicação” abrange as línguas, a visualização de textos, o
todas as pessoas, com diferentes características físicas e sensoriais, de forma autô-
Braille, a comuni- cação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de
noma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que fazem
multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
parte da acessibilidade.
auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos
aumentativos e alternativos de comunica- ção, inclusive a tecnologia da informação
e comunicação acessíveis;

“Língua” “Língua” abrange as línguas faladas e de sinais e outras formas de


comunicação não falada;

“Discriminação por motivo de deficiência” “Discriminação por motivo de deficiência”


significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com
o propósito ou efeito de impedir ou impos- sibilitar o reconhecimento, o desfrute ou
o exercício, em igualdade de oportunidades
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direitos humanos das pessoas com deficiência;
com as demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais nos
d) Abster-se de participar em qualquer ato ou prática incompatível com a presente
âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange todas
Convenção e assegurar que as autoridades públicas e instituições atuem em confor-
as formas de discriminação, inclusive a recusa de adaptação razoável;
midade com a presente Convenção;
e) Tomar todas as medidas apropriadas para eliminar a discriminação baseada em
“Adaptação razoável” “Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes
deficiência, por parte de qualquer pessoa, organização ou empresa privada;
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido,
f) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, serviços,
quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com
equipamentos e instalações com desenho universal, conforme definidos no Artigo 2
deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as
da presente Convenção, que exijam o mínimo possível de adaptação e cujo custo
demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;
seja o mínimo possível, destinados a atender às necessidades específicas de pessoas
com deficiência, a promover sua disponibilidade e seu uso e a promover o
“Desenho universal” “Desenho universal” significa a concepção de produtos,
desenho uni- versal quando da elaboração de normas e diretrizes;
ambientes, programas e ser- viços a serem usados, na maior medida possível, por
g) Realizar ou promover a pesquisa e o desenvolvimento, bem como a disponibilidade
todas as pessoas, sem necessi- dade de adaptação ou projeto específico. O
e o emprego de novas tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e comu-
“desenho universal” não excluirá as aju- das técnicas para grupos específicos de
nicação, ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, ade-
pessoas com deficiência, quando necessárias.
quados a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo acessível;
h) Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência a respeito de aju-
PRINCÍPIOS GERAIS das técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, incluindo novas
tecnologias bem como outras formas de assistência, serviços de apoio e instalações;
a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade i) Promover a capacitação em relação aos direitos reconhecidos pela presente Con-
de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas; venção dos profissionais e equipes que trabalham com pessoas com deficiência, de
b) A não-discriminação não discriminação; forma a melhorar a prestação de assistência e serviços garantidos por esses direitos.
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade; 2. Em relação aos direitos econômicos, sociais e culturais, cada Estado Parte se
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como compromete a tomar medidas, tanto quanto permitirem os recursos disponíveis e,
parte da diversidade humana e da humanidade; quando necessário, no âmbito da cooperação internacional, a fim de assegurar pro-
e) A igualdade de oportunidades; gressivamente o pleno exercício desses direitos, sem prejuízo das obrigações
f) A acessibilidade; contidas na presente Convenção que forem imediatamente aplicáveis de acordo com
g) A igualdade entre o homem e a mulher; o direito internacional.
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e 3. Na elaboração e implementação de legislação e políticas para aplicar a presente
pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade. Convenção e em outros processos de tomada de decisão relativos às pessoas com
deficiência, os Estados Partes realizarão consultas estreitas e envolverão ativamente
OBRIGAÇÕES GERAIS pessoas com deficiência, inclusive crianças com deficiência, por intermédio de
suas organizações representativas.
1. Os Estados Partes se comprometem a assegurar e promover o pleno exercício 4. Nenhum dispositivo da presente Convenção afetará quaisquer disposições mais
de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com propícias à realização dos direitos das pessoas com deficiência, as quais possam estar
deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência. Para contidas na legislação do Estado Parte ou no direito internacional em vigor para esse
tanto, os Estados Partes se comprometem a: Estado. Não haverá nenhuma restrição ou derrogação de qualquer dos direitos huma-
nos e liberdades fundamentais reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado Parte
a) Adotar todas as medidas legislativas, administrativas e dequalquer de qualquer da presente Convenção, em conformidade com leis, convenções, regulamentos ou
outra nature- costumes, sob a alegação de que a presente Convenção não reconhece tais direitos
za, necessárias para a realização dos direitos reconhecidos na presente Convenção; e liberdades ou que os reconhece em menor grau.
b) Adotar todas as medidas necessárias, inclusive legislativas, para modificar ou 5. As disposições da presente Convenção se aplicam, sem limitação ou exceção,
revogar leis, regulamentos, costumes e práticas vigentes, que constituírem discrimi- a
nação contra pessoas com deficiência;
c) Levar em conta, em todos os programas e políticas, a proteção e a promoção dos

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todas as unidades constitutivas dos Estados Terapêutica Dr. Bezerra de Menezes).


federativos. Também alunos com certos tipos de transtorno global do desenvolvimento (TGD)
poderão, a partir de agora, fazer parte do segmento das pessoas com deficiência
3.1 DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL - A Nova Categoria de e beneficiar-se das medidas asseguradas na CDPD. Alguns desses tipos são: sín-
drome de Rett, síndrome de Asperger, psicose (http://lucimaramaia.com.br/index.
Deficiência php?option=com_content&task=view&id=15&Itemid=8) e autismo (“Autismo:
Romeu Kazumi Sassaki, 2010. inser- ção social é possível?”, Cinthia Pascueto, Jornal da UFRJ, ed. n. 200,
24/4/03).
Citação bibliográfica Em documentos a respeito da CDPD, a ONU usa o termo “deficiência psicossocial” ao
SASSAKI, Romeu Kazumi. Deficiência psicossocial: a nova categoria de deficiência. comentar os impedimentos de natureza mental, ou seja, relativa à saúde mental.
Fortaleza: Agenda 2011 do Portador de Eficiência, 2010. Um desses documentos produzidos pela ONU é o PowerPoint que explica o conteúdo
da CDPD (Secretariado da ONU para a CDPD: www.un.org/disabilities).
A deficiência psicossocial ― também chamada “deficiência psiquiátrica” ou “defi- O documento “The United Nations Convention on the Rights of Persons with Disabili-
ciência por saúde mental” ― foi incluída no rol de deficiências pela Convenção sobre ties: Towards a Unified Field Theory of Disability”, de 22 páginas, ― que original-
os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD), adotada na Assembleia Geral da mente foi uma palestra ministrada em 10/10/09 pelo prof. Gerard Quinn ― é todo
Organização das Nações Unidas (ONU) em 13/12/06. dedicado a traçar a trajetória de dois campos, o das deficiências e o da saúde men-
No Artigo 1 (Propósito), a Convenção afirma que “Pessoas com deficiência são aquelas tal, que se desenvolveram paralelamente no passado, mas que foram juntados em
que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou igualdade de condições no contexto da CDPD. Gerard Quinn é Diretor do Centro de
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua par- Lei e Política da Deficiência, da Universidade Nacional da Irlanda (www.nuigalway.
ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais ie/cdlp).
pessoas.” Trata-se de uma afirmação e não de uma definição. Se fosse uma definição, Desta forma, pela primeira vez na história dos direitos humanos, pessoas do cam-
ela estaria no Artigo 2 (Definições). po da saúde mental e pessoas do campo das deficiências trabalharam em torno do
De acordo com essa afirmação: mesmo objetivo ― a elaboração da CDPD. Ao cabo de quatro anos, reconhecendo
que a sequela de um transtorno mental constitui uma categoria de deficiência, elas
Se uma pessoa tem impedimentos... Ela é uma pessoa... a colocaram como deficiência psicossocial junto às tradicionais deficiências (física,
... de natureza física ... com deficiência física intelectual, auditiva e visual).
... de natureza mental (saúde mental) ... com deficiência psicossocial Com a ratificação da CDPD por um crescente número de países-membros da ONU,
... de natureza intelectual ... com deficiência intelectual estabelece-se uma ótima perspectiva para profundas mudanças nos procedimentos
... de natureza sensorial (auditiva) ... com deficiência auditiva destes dois campos. Pois, mais de 40% dos países ainda não possuem políticas públi-
... de natureza sensorial (visual) ... com deficiência visual cas para pessoas com deficiência psicossocial e mais de 30% dos países não possuem
programas de saúde mental. Em todo o mundo, mais de 400 milhões de pessoas têm
A inserção do tema “deficiência psicossocial” representa uma histórica vitória da algum tipo de transtorno mental, conforme a Organização Mundial de Saúde. No
luta de pessoas com deficiência psicossocial, familiares, amigos, usuários e trabalha- Brasil, são 3 milhões de pessoas com transtornos mentais graves (esquizofrenia e
dores da saúde mental, provedores de serviços de reabilitação física ou profissional, transtorno bipolar), mas considerando os tipos menos severos (depressão, ansiedade
pesquisadores, ativistas do movimento de vida independente e demais pessoas em e transtorno de ajustamento), cerca de 23 milhões de pessoas necessitam de algum
várias partes do mundo. tipo de atendimento em saúde mental. Acontece que em nosso país há somente 1.513
Convém salientar que o termo “pessoa com deficiência psicossocial” não é o mesmo Centros de Atenção Psicossocial (Caps), segundo a Associação Brasileira de Psiquia-
que “pessoa com transtorno mental”. Trata-se, isto sim, de “pessoa com sequela de tria (http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2& idnot=7154, 29/6/2010).
transtorno mental”, uma pessoa cujo quadro psiquiátrico já se estabilizou e não mais
oferece perigo para ela ou para outras pessoas. Os transtornos mentais mais comuns Grupos de apoio: PcDP
são: mania, esquizofrenia, depressão, síndrome do pânico, transtorno obsessivo-
compulsivo e paranóia. O dr. João Navajas já dizia em 1997: “Se houver sequelas, O termo “pessoa com deficiência psicossocial” (PcDP) é relativamente novo, quase
essas pessoas poderão se adequar às limitações sem deixar suas atividades do dia a contemporâneo do nome anterior, “pessoa com deficiência psiquiátrica”. Mas, estas
dia, como estudar ou trabalhar” (Sociedade Brasileira de Psiquiatria e Comunidade

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”
pessoas já se organizavam em grupos de autoajuda na década de 50, quando eram deficiência já foi chamada, nos círculos acadêmicos, por vários nomes: oligofrênica;
chamadas “ex-pacientes psiquiátricos”. Na década de 80, consideravam-se “sobre- cretina; tonta; imbecil; idiota; débil profunda; criança subnormal; criança
viventes da saúde mental” (ou “sobreviventes da psiquiatria”) e começaram a se mental- mente anormal; mongolóide; criança atrasada; criança eterna; criança
chamar “deficientes psiquiátricos”. excepcional; retardada mental em nível dependente/custodial,
De acordo com um estudo feito nos EUA em 1958 pela Joint Commission on Mental treinável/adestrável ou educável; deficiente mental em nível leve, moderado,
Illness and Health (JCMIH), já havia naquele ano mais de 70 organizações de “ex- severo ou profundo (nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde, 1968,
pacientes psiquiátricos” em 26 estados, sendo 14 na Califórnia. A organização Re- citado por Sterner, 1976); criança com déficit intelectual; criança com
covery, Inc. tinha 250 pequenos grupos em 20 estados, totalizando 4.000 membros. necessidades especiais; criança especial etc. Mas, atualmente, quanto ao nome
Inicialmente, as pessoas se reuniam interessadas em relacionamentos sociais e troca da condição, há uma tendência mundial (brasileira também) de se usar o termo
de histórias de vida (“Action for Mental Health”, JCMIH, 1961, p.186-187). “deficiência intelectual”, com o qual concordo por duas razões. A primeira razão
As reuniões eram informais, coordenadas por uma pessoa com deficiência psicosso- tem a ver com o fenômeno propriamente dito. Ou seja, é mais apropriado o termo
cial ou por um consultor voluntário. O local era geralmente um hospital, clínica ou “intelectual” por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não
escritório de órgão público. Em 1989, 1991 e 1996, tive a oportunidade de participar ao funcionamento da mente como um todo. Em 1992, a então Associação Americana
dessas reuniões na Families and Friends Alliance for the Mentally Ill (Aliança de Famí- de Deficiência Mental (AAMR, em inglês) adotou uma nova conceituação da
lias e Amigos de Pessoas com Transtorno Mental), um grupo que se reunia no Centro deficiência intelectual (até então denominada “deficiência mental”),
de Saúde Mental Acadiana, em Lafayette, Louisiana, EUA. considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como
Hoje, as PcDP que lideram organizações e grupos de apoio são consideradas ativistas um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, o qual deve
ou autodefensoras e lutam pelos seus direitos. Na Colômbia, o projeto “Reconheci- adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio in-
mento da Capacidade Jurídica das Pessoas com Deficiências Intelectual e Psicosso- termitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar
cial”, é executado pelas organizações Asdown e Fundamental Colombia, que reúnem em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades so-
pessoas com deficiência psicossocial (http://www.riadis.net/riadis-em-acao-15/ ciais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade
inicia-se-execuccedilatildeo-e-seguimento-dos-micr/). acadêmica, lazer e trabalho. A AAMR, em reunião de novembro de 2006, decidiu
que, a partir de 1°/1/07, passará a chamar-se Associação Americana de Deficiências
Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD, em inglês).
3.2 Deficiência mental ou intelectual? Doença ou tran-
storno mental? Atualizações semânticas na inclusão de A segunda razão consiste em podermos melhor distinguir entre “deficiência mental”
e “doença mental”, dois termos que têm gerado confusão há vários séculos. “O pri-
pessoas meiro passo no estudo independente da condição da deficiência mental” ocorreu no
início do século 19, quando se estabeleceu “a diferenciação entre a idiotia e a loucu-
Romeu Kazumi Sassaki, 2006. ra” (Enicéia Mendes, in Vivência, n.18, 1996, p.17). Há cinco décadas, especialistas
Consultor e autor de livros sobre inclusão social se preocupam em explicar a diferença que existe entre os fenômenos “deficiência
E-mail: romeukf@uol.com.br mental” e “doença mental” (por exemplo: Laura Dittmann, 1959, p.5-6; Ministério
da Saúde e Bem-Estar Social do Canadá, in Lente, 1959, p.23-24; A.J. Malin, in Jour-
Este artigo foi inserido nas seguintes publicações: nal of Rehabilitation in Ásia, 1964, p.20; Taylor & Taylor, 1966, p.4; Roger Freeman,
in Rehabilitation Literature, 1969, v.30, n.4, p.103-106; Mental Handicap, 1980, p.
Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, ano IX, n. 43, mar./abr. 2005, p.9-10. 26; Henry Cobb & Peter Mittler, 1980, p.1-12; Marcelo Gomes, s/d, p.7). Pois são
Jornal do Sinepe-RJ (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Es- termos parecidos, que muita gente pensa significarem a mesma coisa. Então, em
tado do Rio de Janeiro), Niterói, ano XIV, n. 88, jul./set. 2005, p. 10-11. boa hora, vamos separar os dois construtos científicos. Também no campo da saúde
mental (área psiquiátrica), está ocorrendo uma mudança terminológica significativa,
O artigo abaixo não foi inserido na íntegra O texto que se segue foi que substitui o termo “doença mental” por “transtorno mental”. Permanece, sim, o
editado do artigo original adjetivo “mental” (o que é correto), mas o grande avanço científico foi a mudança
para “transtorno”. Em 2001, o Governo Federal brasileiro publicou uma “lei sobre os
...Agora, um comentário sobre os vocábulos “deficiência mental” e “deficiência in- direitos das pessoas com transtorno mental” (Lei n. 10.216, de 6/4/01), na qual foi
telectual”. Ao longo da história, muitos conceitos existiram e a pessoa com esta utilizada exclusivamente a expressão “transtorno mental”. Aqui também se aplica o

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critério do número: “pessoa(s) com transtorno mental” e não “pessoa(s) com


transtornos mentais”, mesmo que existam várias formas de transtorno mental.
Segundo especialistas, o transtorno mental pode ocorrer em 20% ou até 30% dos
casos de deficiência intelectual (Marcelo Gomes, “O que é deficiência mental e o
que se pode fazer?”, s/d, p.7), configurando-se aqui um exemplo de deficiência
CAPÍTULO II
múltipla.
NOTA
Hoje em dia cada vez mais se está substituindo o adjetivo “mental” por “intelec- Neste capítulo, apresentaremos os diferentes tipos de acesso a direitos tais como:
tual”. A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde acessibilidade arquitetônica e urbanística; transporte coletivo - rodoviário,
realizaram um evento (no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em outubro aquaviário e aéreo, educação, trabalho e emprego, habilitação e reabilitação, saúde,
de 2004, evento esse que aprovou o documento DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE esporte, lazer e cultura, acesso a ajudas técnicas ou tecnologias assistivas; acesso a
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Observe-se que o termo “intelectual” foi utilizado tam- habitação de interesse social; acesso à informação e à comunicação; padrão de vida e
bém em francês (Déclaration de Montreal sur la Déficiénce Intelectuelle) e em inglês proteção social adequados;
(Montreal Declaration on Intellectual Disability).

A expressão “deficiência intelectual” foi oficialmente utilizada já em 1995, quando Saúde


a Organização das Nações Unidas (juntamente com The National Institute of Child-
Health and Human Development, The Joseph P. Kennedy, Jr. Foundation, e The 1995
Special Olympics World Games) realizou em Nova York o simpósio chamado INTEL- Transporte Educação
LECTUAL DISABILITY: PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE FUTURE (Defi-
ciência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro). O termo
“intellectual disabilities” faz parte do nome de uma entidade, a International As-
sociation for the Scientific Study of Intellectual Disabilities, que realizou um mega-
evento em 2000.
Tecnologia Trabalho e
Assistiva Emprego
A propósito, uma influente organização espanhola mudou seu nome, conforme notí-
cia publicada em 2002: “Espanha - Resolução exige a substituição do termo ‘defi- Acessibilidade
ciência mental’ por ‘deficiência intelectual’. A Confederação Espanhola de Organiza-
ções para Pessoas com Deficiência Mental aprovou por unanimidade uma resolução Esporte, Cultura e Habilitação e
substituindo a expressão ‘deficiência mental’ por ‘deficiência intelectual’. Isto sig- Lazer Reabilitação
nifica que agora a Confederação passa a ser chamada Confederação Espanhola de
Organizações para Pessoas com Deficiência Intelectual (Confederación Española de
Organizaciones en favor de Personas con Discapacidad Intelectual). Esta organização
Padrão de Vida e
aprovou também o novo Plano Estratégico de quatro anos para melhorar a qualidade Habitação
de vida, o apoio institucional e os esforços de inclusão para pessoas com deficiên- Proteção Social
cia intelectual.” (in Digital Disnnet Press Agency, Digital Solidarity, n 535, Bogotá, Adequados
Arquitetônica e
3/12/02).
Urbanística

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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ACESSIBILIDADE SOB A ÒTICA ÓTICA DA CONVENÇÃO h. Promover, desde a fase inicial, a concepção, o desenvolvimento, a produção e a
disseminação de sistemas e tecnologias de informação e comunicação, a fim de que
esses sistemas e tecnologias se tornem acessíveis a custo mínimo.
ACESSIBILIDADE

1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiên- 1. ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA


cia viver de forma independente e participar
plenamente de todos os aspectos da vida, os
Estados Partes tomarão as medidas apropria- DECRETO Nº 5.296
das para assegurar às pessoas com deficiência o
acesso, em igualdade de oportunidades com as CAPÍTULO IV
demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA
in¬formação e comunicação, inclusive aos siste-
mas e tecnologias da informação e comunicação, Seção I
bem como a outros serviços e instalações abertos Das Condições Gerais
ao público ou de uso público, tanto na zona ur- Art. 10. A concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos
bana como na rural. Essas medidas, que incluirão devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referências básicas
a identificação e a eliminação de obstáculos e as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislaçãoespecífica legislação
barreiras à acessibilidade, serão aplicadas, entre específica e as regras con- tidas neste Decreto.
outros, a: § 1º Caberá ao Poder Público promover a inclusão de conteúdos temáticos refer-
a. Edifícios, rodovias, meios de transporte e outras instalações internas e externas, entes ao desenho universal nas diretrizes curriculares da educação profissional e
inclusive escolas, residên¬cias, instalações médicas e locais de trabalho; tecnológica e do ensino superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos.
b. Informações, comunicações e outros serviços, inclusive serviços eletrônicos e ser- § 2º Os programas e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de
viços de emergência; organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir
2. Os Estados Partes também tomarão medidas apropriadas para: temas voltados para o desenho universal.
a. Desenvolver, promulgar e monitorar a implementação de normas e diretrizes míni- Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou coleti-
mas para a acessibilidade das instalações e dos serviços abertos ao público ou de uso vo, ou a mudança de destinação para estes tipos de edificação, deverão ser executa-
público; das de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou
b. Assegurar que as entidades privadas que oferecem instalações e serviços abertos com mobilidade reduzida.
ao público ou de uso público levem em consideração todos os aspectos relativos à § 1º As entidades de fiscalização profissional das
acessibilidade para pessoas com deficiência; atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas,
c. Proporcionar, a todos os atores envolvidos, formação em relação às questões de ao anotarem a responsabilidade técnica dos proje-
acessibilidade com as quais as pessoas com deficiência se confrontam; tos, exigirão a responsabilidade profissional declara-
d. Dotar os edifícios e outras instalações abertas ao público ou de uso público de da do atendimento às regras de acessibilidade previs-
sinalização em Braille e em formatos de fácil leitura e compreensão; tas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na
e. Oferecer formas de assistência humana ou animal e serviços de mediadores, in- legislação específica e neste Decreto.
cluindo guias, ledores e intérpretes profissionais da língua de sinais, para facilitar o § 2º Para a aprovação ou licenciamento ou emissão de certificado de conclusão de
projeto arquitetônico ou urbanístico deverá ser atestado o atendimento às regras de
acesso aos edifícios e outras instalações abertas ao público ou de uso acessibilidade previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação
público; específica e neste Decreto.
f. Promover outras formas apropriadas de assistência e apoio a pessoas com deficiên- § 3º O Poder Público, após certificar a acessibilidade de edificação ou serviço, de-
cia, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a informações; terminará a colocação, em espaços ou locais de ampla visibilidade, do “Símbolo
g. Promover o acesso de pessoas com deficiência a novos sistemas e tecnologias da Internacional de Acesso”, na forma prevista nas normas técnicas de acessibilidade
informação e comunica¬ção, inclusive à internet;

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da ABNT e na Lei nº 7.405, de 12 de novembro de II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para traves-
1985. sia de pedestre em nível; e
Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e logradouros públicos, o Poder Público III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.
e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das obras e dos serviços § 2º Nos casos de adaptação de bens culturais imóveis
garantirão o livre trânsito e a circulação de formasegura forma segura das pessoas e de intervenção para regularização urbanística em
em geral, es- pecialmente das pessoas portadoras de deficiência ou com áreas de assentamentos subnormais, será admitida, em
mobilidade reduzida, durante e após a sua execução, de caráter excepcional, faixa de largura menor que o es-
acordo com o previsto em normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação tabelecido nas normas técnicas citadas no caput, desde
específica e neste Decreto. que haja justificativa baseada em estudo técnico e que
Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras previstas nas normas técnicas o acesso seja viabilizado de outra forma, garantida a
brasileiras de acessibilidade, na legislação específica, observado o disposto na Lei nº melhor técnica possível.
10.257, de 10 de julho de 2001, e neste Decreto: Art. 16. As características do desenho e a instalação do mobiliário urbano devem
I - os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores de Transporte e Trânsito elabora- garantir a aproximação segura e o uso por pessoa portadora de deficiência visual,
dos ou atualizados a partir da publicação deste Decreto; mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e manual para as pessoas por-
II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e a Lei tadoras de deficiência física, em especial aquelas em cadeira de rodas, e a circula-
do Sistema Viário; ção livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas nas normas técnicas de
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; acessibilidade da ABNT.
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções, incluindo a vigilância § 1º Incluem-se nas condições estabelecida no
sanitária e ambiental; e caput:
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tributários e financeiros utilizados em I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização, luminosos e outros elementos
caráter compensatório ou de incentivo. que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de
§ 1º Para concessão de alvará de funcionamento ou sua renovação para qualquer pedestres;
atividade, devem ser observadas e certificadas as regras de acessibilidade previstas II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-atendimento de produtos e serviços;
neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. III - os telefones públicos sem cabine;
§ 2º Para emissão de carta de “habite-se” ou habilitação equivalente e para sua IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos comandos e outros sistemas de
renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências de acessibili- acionamento do mobiliário urbano;
dade contidas na legislação específica, devem ser observadas e certificadas as regras V - os demais elementos do mobiliário urbano;
de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
ABNT. VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre a faixa de circulação de
Seção II pedestres.
Das Condições Específicas § 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comu-
Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão obser- tado - STFC, na modalidade Local, deverá assegurar
vadas as regras gerais previstas neste Decreto, comple- que, no mínimo, dois por cento do total de Telefones de
mentadas pelas normas técnicas de acessibilidade da Uso Público - TUPs, sem cabine, com capacidade para
ABNT e pelas disposições contidas na legislação dos Es- originar e receber chamadas locais e de longa distân-
tados, Municípios e do Distrito Federal. cia nacional, bem como, pelo menos, dois por cento do
Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias, total de TUPs, com capacidade para originar e receber
praças, dos logradouros, parques e demais espaços de chamadas de longa distância,
uso públicos, deverão ser cumpridos as exigências dis- nacional e internacional, estejam adaptados para o uso de
postas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. pessoas portadoras de deficiência auditiva e para usuários
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no caput: de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os Planos
I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de situa- Gerais de Metas de Universalização.
ções consolidadas; § 3º As botoeiras e demais sistemas de acionamento dos
terminais de auto-atendimento de produtos e serviços e

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outros equipamentos em que haja interação com o público devem estar localizados
pelo menos, uma parte da superfície acessível para atendimento às pessoas porta-
em altura que possibilite o manuseio por pessoas em cadeira de rodas e possuir
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme os padrões das normas
mecanismos para utilização autônoma por pessoas portadoras de deficiência visual
técnicas de acessibilidade da ABNT.
e auditiva, conforme padrões estabelecidos nas normas técnicas de acessibilidade
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de voto, as urnas das seções eleito-
da ABNT.
rais devem ser adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas portadoras de defi-
Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias
ciência ou com mobilidade reduzida e estarem instaladas em local de votação plena-
públicas deverão estar equipados com mecanismo que sir-
mente acessível e com estacionamento próximo.
va de guia ou orientação para a travessia de pessoa porta-
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público ou de uso
dora de deficiência visual ou com mobilidade reduzida em
coletivo devem dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso por pessoa porta-
todos os locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de
dora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
pessoas ou a periculosidade na via assim determinarem,
§ 1º Nas edificações de uso público a serem construídas, os sanitários destinados ao
bem como mediante
uso por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida serão distribuí-
solicitação dos interessados.
dos na razão de, no mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavimento da edi-
Art. 18. A construção de edificações de uso privado multi-
ficação, com entrada independente dos sanitários coletivos, obedecendo às normas
familiar e a construção, ampliação ou reforma de edificações de uso coletivo devem
técnicas de acessibilidade
atender aos preceitos da acessibilidade na interligação de todas as partes de uso
da ABNT.
comum ou abertas ao público, conforme os padrões das normas técnicas de aces-
§ 2º Nas edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta meses a
sibilidade da ABNT.
contar da data de publicação deste Decreto para garantir pelo menos um banheiro
Parágrafo único. Também estão sujeitos ao disposto no caput os acessos, piscinas,
acessível por pavimento, com entrada independente, distribuindo-se seus equipa-
andares de recreação, salão de festas e reuniões, saunas e banheiros, quadras es-
mentos e acessórios de modo que possam ser utilizados por pessoa portadora de
portivas, portarias, estacionamentos e garagens, entre outras partes das áreas in-
deficiência ou com mobilidade reduzida.
ternas ou externas de uso comum das edificações de uso privado multifamiliar e das
§ 3º Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, ampliadas ou reformadas,
de uso coletivo.
onde devem existir banheiros de uso público, os sanitários destinados ao uso por
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público deve
pessoa portadora de deficiência deverão ter entrada independente dos demais e
garantir, pelo menos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com todas
obedecer às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
as suas dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou
§ 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja banheiros destinados ao
dificultem sua acessibilidade.
uso público, os sanitários preparados para
§ 1º No caso das edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta
o uso por pessoa portadora de deficiência
meses a contar da data de publicação deste Decreto para garantir acessibilidade às
ou com mobilidade reduzida deverão estar
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
localizados nos pavimentos acessíveis, ter
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder Público buscarágarantir
entrada independente dos demais sani-
buscará garantir dotação orçamentária para ampliar o número de acessos nas
tários, se houver, e obedecer as normas
edificações de uso pú- blico a serem construídas, ampliadas ou reformadas.
técnicas de acessibilidade da ABNT.
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso púbico ou de uso coletivo,
Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios,
os desníveis das áreas de circulação internas ou externas
estádios, ginásios de esporte, casas de
serão transpostos por meio de rampa ou equipamento eletro-
espetáculos, salas de conferências e simi-
mecânico de deslocamento vertical, quando não for possível
lares reservarão, pelo menos, dois por
outro acesso mais cômodo para pessoa portadora de deficiên-
cento da lotação do estabelecimento para
cia ou com mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas
pessoas em cadeira de rodas, distribuídos
normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
pelo recinto em locais diversos, de boa
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias em edi-
visibilidade, próximos aos corredores,
ficação de uso público ou de uso coletivo devem dispor de,
devidamente sinalizados, evitando-se

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áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as nor- de deficiência ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas que permitam o acesso
mas técnicas de acessibilidade da ABNT. às atividades escolares e administrativas em igualdade de condições com as demais
§ 1º Nas edificações previstas no caput, é obrigatória, ainda, a destinação de dois por pessoas; e
cento dos assentos para acomodação de pessoas porta doras portadoras de III - seu ordenamento interno contém normas sobre o tratamento a serdispensado
deficiência visual e de pessoas com mobilidade reduzida, incluindo obesos, em ser dispensado a professores, alunos, servidores e empregados portadores de
locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos ser devidamente deficiência, com o ob- jetivo de coibir e reprimir qualquer tipo de discriminação,
sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade bem como as respectivas sanções pelo descumprimento dessas normas.
da ABNT. § 2º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já existentes,
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assentos reservados, estes têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a contar da data de
poderão excepcionalmente ser ocupados por pessoas que não sejam portadoras de publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata este artigo.
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida. Art. 25. Nos estacionamentos externos ou inter-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo deverão situarse situar-se em nos das edificações de uso público ou de uso co-
locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante da pessoa letivo, ou naqueles localizados nas vias públicas,
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. serão reservados, pelo menos, dois por cento do
§ 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas total de vagas para veículos que transportem
de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibilidade pessoa portadora de deficiência física ou visual
da ABNT, a fim de permitir a saída segura de pessoas portadoras de deficiência ou definidas neste Decreto, sendo assegurada, no
com mobilidade reduzida, em caso de emergência. mínimo, uma vaga, em locais próximos à entrada
§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e camarins, também devem ser principal ou ao elevador, de fácil acesso à circu-
acessíveis a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. lação de pedestres, com especificações técnicas
§ 6º Para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2º, as salas de es- de desenho e traçado conforme o estabelecido
petáculo deverão dispor de sistema de sonorização assistida para pessoas portadoras nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
de deficiência auditiva, de meios eletrônicos que permitam o acompanhamento por § 1º Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a ser
meio de legendas em tempo real ou de disposições especiais para a presença física colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de
de intérprete de LIBRAS e de guias-intérpretes, com a projeção em tela da imagem trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso, observando
do intérprete de LIBRAS sempre que a distância não permitir sua visualização direta. o disposto na Lei nº 7.405, de 1985.
§ 7º O sistema de sonorização assistida a que se refere o § 6o será sinalizado por meio § 2º Os casos de inobservância do disposto no § 1o estarão sujeitos às sanções esta-
do pictograma aprovado pela Lei nº 8.160, de 8 de janeiro de 1991. belecidas pelos órgãos competentes.
§ 8º As edificações de uso público e de uso coletivo referidas no caput, já existentes, § 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos localizados em áreas públicas
têm, respectivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a contar da data de e de uso coletivo.
publicação deste Decreto, para garantir a acessibilidade de que trata o caput e os § 4º A utilização das vagas reservadas por veículos que não estejam transportando as
§§ 1º a 5º. pessoas citadas no caput constitui infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei nº 9.503,
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, de 23 de setembro de 1997.
públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é obrigatória a existência
seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com de sinalização visual e tátil para orientação de pessoas portadoras de deficiência au-
mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e insta- ditiva e visual, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
lações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua adaptação em edificações de uso
§ 1º Para a concessão de autorização de funcionamento, de abertura ou renovação público ou de uso coletivo, bem assim a instalação em edificação de uso privado mul-
de curso pelo Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá comprovar que: tifamiliar a ser construída, na qual haja obrigatoriedade da presença de elevadores,
I - está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica, urbanística e na comu- deve atender aos padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
nicação e informação previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na § 1º No caso da instalação de elevadores novos ou da troca dos já existentes, qual-
legislação específica ou neste Decreto; quer que seja o número de elevadores da edificação de uso público ou de uso cole-
II - coloca à disposição de professores, alunos, servidores e empregados portadores

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tivo, pelo menos um deles terá cabine que permita acesso e movimentação cômoda Documentos Necessários: Formulário de inscrição preenchido, Comprovante de
de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo com o residência atualizado, Cópia do RG ou Certidão de Nascimento e do CPF para pes-
que especifica as normas técnicas de soas idosas. Pessoas com deficiência devem levar todos os documentos acima e
acessibilidade da ABNT. mais o Laudo Médico constando diagnóstico e CID.
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar sinalizado em braile em
qual andar da edificação a pessoa se encontra. Como Utilizar: A credencial é pessoal e in-
§ 3º Os edifícios a serem construídos com mais de um pavimento além do pavimento transferível, ela deverá ser colocada em lo-
de acesso, à exceção das habitações unifamiliares e daquelas que estejam obrigadas cal visível no painel do carro. A credencial
à instalação de elevadores por legislação municipal, deverão dispor de especifica- não é do veículo, ela é da pessoa, então,
ções técnicas e de projeto que facilitem a instalação de equipamento eletromecâni- sempre que for utilizar um carro sendo con-
co de deslocamento vertical para uso das pessoas portadoras de deficiência ou com dutor ou passageiro, a credencial deverá ser
mobilidade reduzida. levada.
§ 4º As especificações técnicas a que se refere o § 3º devem atender:
I - a indicação em planta aprovada pelo poder municipal do local reservado para a
instalação do equipamento eletromecânico, devidamente assinada pelo autor do
projeto; LOCAL DE RETIRADA DO FORMULÁRIO E ENTREGA DOS DOCUMENTOS:
II - a indicação da opção pelo tipo de equipamento (elevador, esteira, plataforma ou SETOR DE ATENDIMENTO ESPECIAL – SAE LOCALIZADO NA SEDE DO MANAUSTRANS À
similar); RUA TEFÉ, Nº 850 – JAPIIM II.
III - a indicação das dimensões internas e demais aspectos da cabine do equipamento
a ser instalado; e INFORMAÇÕES: 0800-092-1190 e 3215-
IV - demais especificações em nota na própria planta, tais como a existência e as 9012
medidas de botoeira, espelho, informação de voz, bem como a garantia de respon-
sabilidade técnica de que a estrutura da edificação suporta a implantação do equ Importante: O uso das vagas sem a credencial e em desacordo com as demais
normas é considerado infração leve que prevê multa, ganho de pontos na CNH e a
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE remoção do veículo, em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro.

Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a ser


colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de 2. TRANSPORTE COLETIVO - RODOVIÁRIO, AQUAVIÁRIO
trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso, observando
o disposto na L ei nº 7.405, de 1985 . E AÉREO

2.1RODOVIÁRIO - MUNICIPAL

GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO URBANO - MU-


NICIPAL

DECRETO N° 1.128, DE 29 DE JULHO DE 2011, que


REGULA-
CREDENCIAL DE ESTACIONAMENTO PARA VAGA RESERVADA
MENTA o art. 261 da Lei Orgânica do Município de Manaus
– LOMAN e dá outras providências.
Quem tem direito: Pessoas idosas com idade igual ou superior a 60 anos e Pessoas
com Deficiência Física e Visual (Resolução Nº 303 e 304/CONTRAN).
DAS HIPÓTESES DE ISENÇÃO DAS TARIFAS NOS TRANSPORT-
ES COLETIVOS URBANOS DE PASSAGEIROS

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Art.2º São isentos do pagamento da tarifa pessoas portadoras de necessidades espe- no formulário de concessão respectivo.
ciais – PDE’s; pacientes em tratamento reabilitatório. Art. 7º O usuário deverá aguardar o prazo de 15 (quinze) dias para avaliação docu-
Serão consideradas em tratamento reabilitatório as pessoas com dificuldades de lo- mental e deferimento pelo Órgão Gestor de Transporte.
comoção, que estejam em tratamento fisioterapêutico em Centros Especializados. Art. 8º Da decisão que indeferir a solicitação de expedição do CARTÃO, caberá re-
Art. 3º Para fim de concessão da gratuidade disposta no inciso II do art. 2º, é curso administrativo no prazo de 15 (quinze) dias, dirigido à autoridade superior
considerada pessoa portadora de necessidades especiais (PDE) aquela que se do órgão municipal de transporte, mediante utilização de formulário padrão a ser
enquadra nos conceitos definidos nos Decretos nº 3.298/98 e 5.296/04, disponibilizado pelo referido órgão.
observadas as seguintes categorias: deficiência física, deficiência auditiva, Art. 9º Para efeito de cadastro dos beneficiários definidos por este Decreto, as es-
deficiência visual, deficiência mental, deficiência múltipla. colas, centros e associações especializadas disponibilizarão os dados de todos os
usuários que se encontrarem nas situações descritas no art. 2º, os quais serão inseri-
CARTÃO PASSAFÁCIL GRATUIDADE dos na rotina de précadastro pré-cadastro do Órgão Gestor de Transporte.
Parágrafo único. O Órgão Gestor de Transporte deverá disponibilizar apoio logístico,
Art. 4º Para garantia das gratuidades defini- jurídico, técnico e de avaliação médica para viabilização do cadastro.
das no art. 2º, fica instituído o CARTÃO PAS-
SAFÁCIL GRATUIDADE. EMISSÃO
Art.5º O CARTÃO, cuja classificação
atenderá aos tipos de patologia, Art. 10. A expedição da 1ª via do Cartão será gratuita.
deficiência e respectiva necessidade de § 1º Em caso de perda ou extravio da 1ª via, a emissão de novo cartão dependerá do
embarque do usuário, será emitido pagamento de Taxa de Serviço cujo valor será estipulado por ato normativo do Órgão
observando-se os se- guintes padrões e Gestor de Transporte, mediante recolhimento bancário.
critérios: § 2º A partir da 4ª via, o Órgão Gestor de Transporte fará análise de solicitação e terá
I - Cartão Gratuidade P, na cor branca: por- o prazo de até 15 (quinze) dias para emissão de parecer fundamentado.
tador utiliza a § 3º Serão expedidas, anualmente, somente 3 (três) vias do
catraca; Cartão.
II - Cartão Gratuidade P, na cor amarela, portador não utiliza a catraca; Art. 11. O Cartão PassaFácil Gratuidade deverá ser apresentado nos coletivos no
III - Cartão Gratuidade P, na cor branca, com selo vermelho, portador utiliza a ca- formato original e sem rasuras, sendo de uso pessoal e
traca e terá direito a um acompanhante; intransferível.
IV - Cartão Gratuidade P, na cor amarela, com selo vermelho, portador não utiliza a Art. 12. O usuário que utilizar o Cartão PassaFácil Gratuidade com selo vermelho
catraca e terá direito a um acompanhante. terá o benefício da gratuidade estendido no máximo a um
Art. 6º O CARTÃO será emitido após o cadastro do usuário perante o Órgão Gestor de acompanhante.
Transporte e mediante a apresentação dos seguintes documentos: Art. 13. Em caso de dificuldades na utilização do cartão junto à catraca do trans-
I - cópia do RG e/ou da Certidão de Nascimento do beneficiário ou do responsável porte coletivo, ocasionadas por problemas no validador eletrônico ou chip, o pre-
legal, tutor ou curador; posto da concessionária deverá permitir o acesso do usuário no veículo coletivo pela
II - cópia do comprovante de residência do beneficiário, devidamente atualizado; porta de desembarque.
III - formulário de concessão do Cartão PASSAFÁCIL devidamente preenchido; Parágrafo único. É vedado ao preposto da concessionária de transporte coletivo
IV - Avaliação Socioeconômica, nos casos em que a lei exigir. questionar diagnósticos bem como constranger usuários quando do acesso aos co-
§ 1º O formulário a que alude o inciso III será fornecido pelo Órgão Gestor de Trans- letivos, sob pena de instauração de procedimento administrativo para apuração do
porte e deverá ser preenchido em letra legível por Médico Especialista integrante fato a fim de serem tomadas as medidas cabíveis pelo Órgão Gestor de Transporte.
do Sistema Único de Saúde – SUS ou do Serviço Médico Municipal, constando o seu Art. 14. No ato do recebimento do CARTÃO, o usuário receberá Termo de Responsabi-
respectivo carimbo contendo o número do CRM, tipo de deficiência e/ou patologia lidade, em duas vias, que deverá conter todas as regras para utilização do beneficio.
e CID. Parágrafo único. Sendo o usuário beneficiário menor ou incapaz, o Termo de Respon-
§ 2º A Avaliação Socioeconômica será obrigatória, nos casos em que a Lei exigir com- sabilidade será disponibilizado ao responsável ou ao seu representante legal.
provante de carência, na forma do art. 261, IV, da LOMAN.
§ 3º Caso o beneficiário necessite de acompanhante, esta solicitação deverá constar

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RECADASTRAMENTO Considerando, ainda, a necessidade de disciplinar os procedimentos a serem obser-


vados pelas empresas que exploram o serviço de transporte rodoviário e aquaviário
Art. 15. O Órgão Gestor de Transporte realizará recadastramento a cada 2 (dois) anos intermunicipal de passageiros, relativamente à gratuidade e ao desconto no valor
para atualização das informações contidas no cadastro. das passagens, direitos estes concedidos as pessoas com deficiência, policiais, agen-
Parágrafo único. Os procedimentos para o recadastramento serão estabelecidos por tes penitenciários, idosos maiores de sessenta anos de idade, alunos da rede escolar
meio de Resolução expedida pelo Órgão Gestor de Transporte em até 60 (sessenta) de ensino e crianças menores de dez anos;
dias antes do vencimento do prazo de 2 (dois) anos. Art. 1° - Devem as empresas de transporte coletivo rodoviário e aquaviário intermu-
nicipal de passageiros no Estado do Amazonas realizar, em obediência à legislação
PENALIDADES CABÍVEIS pertinente, o transporte gratuito das pessoas que identifica, nas seguintes situações:
I – pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental e demais reconhecidas
Art. 16. O uso indevido do CARTÃO é considerado fraude e, constatada a irregulari- pela Lei nº 10.048, de 08.11.2000;
dade, sujeitará o infrator às penalidades administrativas, civis e criminais cabíveis. VI – pessoas aposentadas por invalidez em qualquer Regime de Previdência Pública,
Art. 17. Na hipótese de constatação de uso indevido do cartão por terceiros não ca- comprovadamente acometidas pelas seguintes doenças, nos termos da lei do Re-
dastrados, sem prejuízo das penalidades cabíveis, será aplicada ao beneficiário pena gime Geral de Previdência, Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991: tuberculose ativa;
de suspensão da utilização do benefício pelo período de até 06 (seis) meses. hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e
Art. 18. Constatada irregularidade na emissão do Formulário de Concessão de Gra- incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilos-
tuidade pelo Médico Especialista, este poderá responder civil, criminal e administra- ante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
tivamente pela falta cometida. síndrome da deficiência imunológica adquirida – AID (Aids); e contaminação por
Art. 19. Os casos de irregularidades na concessão ou utilização do CARTÃO serão radiação com base em conclusão da medicina especializada.
submetidos à análise jurídica do Órgão Gestor de Transporte, a quem competirá o § 1° - O benefício deverá ser garantido em todos os horários dos serviços convencio-
seu regular processamento e julgamento. nais, ainda que operados com carro ou embarcação de transporte de passageiros com
características diferenciadas.
ENDEREÇO PARA SOLICITAÇÃO: § 2º - Para fazer uso da reserva prevista no caput deste artigo, todos os que se
enquadram nas hipóteses acima previstas, deverão solicitar um único “Bilhete de
Na Superintendência Municipal de Transportes Urbanos – SMTU, localizada na Avenida Viagem”, nos pontos de venda próprios da empresa outorgada, com antecedência
Torquato Tapajós, Nº 313, Bairro : Flores – Manaus. Telefone: 3632-2385/3236-9243. mínima de, pelo menos, 3 (três) horas em relação ao horário de partida da linha do
E-mail: passafacilsmtu@pmm.am.gov.br. Horário de atendimento de 08:00 as 14:00h. serviço de transporte, podendo solicitar a emissão do bilhete de viagem de retorno,
respeitados os procedimentos da venda de bilhete de passagem, no que couber.
2.2 RODOVIÁRIO E AQUAVIÁRIO - INTERMUNIICPAL § 3º - para as paradas nos municípios intermediários o usuário com deficiência terá o
mesmo direito que os demais usuários embarcados na origem da linha .
GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO INTERMUNICIPAL RODOVIÁRIO E AQUAVIÁRIO § 4º - No caso de excedidas as vagas gratuitas para as pessoas com deficiência será
concedido desconto de 50% no valor da passagem conforme menciona o art. 2° Inciso
RESOLUÇÃO Nº 002/2009-CERCON/GDP/ARSAM II da EC 65/2008.
§ 1º - Para fazer jus ao benefício do desconto o usuário deverá solicitar a Secretaria
Considerando o disposto no Art. 1° da Lei nº. 2.568/99, c/c o Art. 3° da Lei Delegada Municipal de Assistência de domicilio a emissão da Carteira de Passe Livre Intermu-
n° 105 de 18 de maio de 2007, que cria e estabelece, respectivamente, que a Agên- nicipal. Documento obrigatório e suficiente para uso do benefício.
cia Reguladora dos Serviços Concedidos do Estado do Amazonas - ARSAM, Estado, é § 2º - O Passe Livre Interestadual emitido pelo Governo federal terá a mesma vali-
dotada de Poder de Polícia para regular e controlar a prestação dos serviços públicos dade e deverá ser aceito para uso do benefício, sendo este usuário dispensado do
concedidos; procedimento descrito no § 1º.
Considerando a necessidade de disciplinar o disposto no Art. 25 e SS. da lei nº 3.006 Art. 5º - As pessoas aposentadas por invalidez, nos casos mencionados no Inciso VI do
de 29 de novembro de 2005 que trata da isenção do pagamento de tarifa para as pes- Art. 1º. Poderão fazer prova dessa circunstância por meio de qualquer documento
soas que ali identifica, à Luz luz do estabelecido na Constituição Estadual. comprobatório da situação.

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Art. 6º Para fazer jus ao benefício do desconto previsto no Art. 1º. Caput e § 4º. • certidão de nascimento;
A comprovação de renda será feita mediante a apresentação de um dos seguintes • certidão de casamento;
documentos: • certidão de reservista(para o sexo masculino);
I – Carteira de Trabalho e Previdência Social com anotações atualizadas; • carteira de identidade;
II – Contracheque de pagamento ou documento expedido pelo empregador, do mês • carteira de trabalho e previdência social;
anterior ao da viagem; • título de eleitor.
III - último carnê de contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); Atestado (laudo) da Equipe Multiprofissional do Sistema Único de Saúde (SUS), com-
IV – último extrato de pagamento de benefício ou declaração fornecida pelo INSS ou provando a deficiência ou incapacidade do interessado.
outro regime de previdência social público ou privado. Requerimento com declaração de que possui renda familiar mensal per capita igual
Art. 8º - As vagas destinadas às pessoas com deficiência que trata a EC 65/2008, ou inferior a um salário mínimo nacional.
deverão obrigatoriamente estar em local preferencial e de fácil acesso. Atenção: Quem fizer declaração falsa de carência sofrerá as penalidades previstas
em lei.
Para solicitar a gratuidade no transporte rodoviário: Dirigir-se ao terminal rodoviário Como solicitar o Passe Livre?
no balcão da ARSAM Arsam ou direto nas empresas de transporte na rodoviaria Fazendo o donwload donwload dos formulários acima, preenchendo-os e
rodoviária. anexando um dos documentos relacionados. Uma vez preenchidos, os
Endereço: Rua Recife, 760 – Flores (Rodoviária). formulários devem ser envia- dos ao Ministério dos Transportes no seguinte
Para solicitar a gratuidade no transporte aquaviário: Dirigir-se ao PAC Porto e falar endereço: Ministério dos Transportes, Caixa Postal 9600 - CEP 70.040-976 - Brasília
com a responsável: Assistente Social social Natália. (DF) Brasília/DF. Neste caso, as despesas de correio serão por conta do beneficiário;
Endereço: Rua Marquez de Santa Cruz, 10 - centro ou
Escrevendo para o endereço, acima citado, informando o seu endereço completo
2.3 RODOVIÁRIO - INTERESTADUAL para que o Ministério dos Transportes possa lhe remeter o kit do Passe Livre. A remes-
sa ao Ministério dos Transportes, dos formulários preenchidos, junto com a cópia do
GRATUIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO INTERESTADUAL documento de identificação e o original do Atestado atestado (laudo) da Equipe
Multiprofis- sional do Sistema Único de Saúde (SUS), é gratuita e deve ser feita
(Lei Federal nº 8.899, de 29/06/1994) no envelope branco, com o porte pago.
Atenção: Não aceite intermediários. Você não paga nada para solicitar o Passe Livre.
Quem tem direito ao Passe Livre? Quais os tipos de transporte que aceitam o Passe Livre?
Portadores de deficiência física, mental, auditiva Transporte coletivo interestadual convencional por ônibus, trem ou barco, incluindo
ou visual comprovadamente carentes. o transporte interestadual semi-urbano. O Passe Livre do Governo Federal não vale
Quem é considerado carente? para o transporte urbano ou intermunicipal dentro do mesmo estado, nem para via-
Aquele com renda familiar mensal per capita de gens em ônibus executivo e leito.
até um salário mínimo. Para calcular a renda, faça Como conseguir autorização de viagem nas empresas?
o seguinte: Basta apresentar a carteira do Passe Livre do Governo Federal junto com a carteira
Veja quantos familiares residentes em sua casa de identidade nos pontos-de-venda de passagens, até três horas antes do início da
recebem salário. Se a família tiver outros rendi- viagem. As empresas são obrigadas a reservar, a cada viagem, dois assentos para
mentos que não o salário (lucro de atividade agrí- atender às pessoas portadoras do Passe Livre do Governo Federal.
cola, pensão, aposentadoria, etc.), esses devem ser computados na renda familiar; Atenção:
Some todos os valores; Divida o resultado pelo número total de familiares, incluindo Se as vagas já estiverem preenchidas, a empresa tem obrigação de reservar a sua
até mesmo os que não têm renda, desde que morem em sua casa; Se o resultado for passagem em outra data ou horário. Caso você não seja atendido, faça a sua recla-
igual ou abaixo de um salário mínimo, o portador de deficiência será considerado mação pelo telefone (61) 2029-8035. Horário de funcionamento: das 8h às 17h.
carente. Passe Livre dá direito a acompanhante?
Quais os documentos necessários para solicitar o Passe Livre? Não. O acompanhante não tem direito a viajar de graça.
Cópia de um documento de identificação. Pode ser um dos seguintes: Os formulários estão disponíveis no site site:
http://www.transportes.gov.br

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2.4AÉREO ambiente domiciliar, excetuando-se os casos de pessoas enfermas ou em condições


instáveis de saúde que necessitam transporte aeromédico, o qual é tratado na IAC
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL - ANAC 3134 – Transporte Aéreo Público de Enfermos.
(Anac) IX – Cão-guia ou cão de acompanhamento: animal especialmente treinado para guiar
e auxiliar no desenvolvimento das atividades da vida diária das pessoas portadoras
RESOLUÇÃO Nº 009, DE 05 DE JUNHO DE de deficiência.
2007. Art. 3º Os procedimentos estabelecidos nesta NOAC deverão ser observados pelas
empresas aéreas e pelas administrações aeroportuárias, sendo aplicáveis aos elos do
Aprova a Norma Operacional de Aviação Civil – Noac que dispõe sobre o acesso ao Sistema de Aviação Civil, no que for compatível.
transporte aéreo de passageiros que necessitam de assistência especial. Art. 4º Cabe aos Inspetores de Aviação Civil (INSPAC), às Gerências Regionais, às
Seções de Aviação Civil (SAC), aos Postos de Fiscalização de Aviação Civil e às
RESOLVE: Administrações Aeroportuárias fiscalizarem o seu cumprimento.
Art. 1º. Aprovar a Norma Operacional da Aviação Civil – NOAC que dispõe sobre o Art. 5º As regulamentações que tratam da segurança de vôo, eficiência operacional e
acesso ao transporte aéreo de passageiros com necessidade de assistência especial, segurança da aviação civil contra atos de interferência ilícita não podem ser violadas
na forma dos Anexos I a III a esta Resolução pelas empresas aéreas em decorrência do disposto nesta NOAC.
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6º As empresas aéreas ou operadores de aeronaves, diretamente ou sob con-
trato, licença ou outros acordos não podem:
PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, N° 113, S/1, P.18-19, 14 DE JUNHO DE I – discriminar qualquer pessoa em razão de deficiência de que seja ela portadora na
2007. prestação dos serviços de transporte aéreo.
ANEXO I II – impor a pessoa portadora de deficiência serviços especiais não requeridos por
NORMAOPERACIONAL DAAVIAÇÃO CIVIL – NOAC - DISPÕE SOBRE OS PROCEDIMENTOS ela, excetuando-se o previsto no art. 48.
RELATIVOS AO ACESSO DE PASSAGEIROS COM NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA ESPECIAL III – excluir ou negar, a uma pessoa portadora de deficiência, os benefícios de qual-
quer transporte aéreo ou serviços correlatos disponíveis aos usuários em geral.
CAPÍTULO I IV – adotar medidas contrárias aos interesses da pessoa portadora de deficiência em
Das Disposições Gerais razão da mesma ter agido na defesa dos seus direitos.
Art. 1º Esta Norma Operacional de Aviação Civil – NOAC estabelece os Art. 7º Os passageiros portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, têm
procedimentos que assegurem aos passageiros com necessidade de assistência o direito a um tratamento igual ao dispensado aos demais passageiros e a receber
especial o acesso adequado ao transporte aéreo. os mesmos serviços que são prestados costumeiramente aos usuários em geral, ob-
Art. 2º Para efeito desta NOAC considera-se: servadas as suas necessidades especiais de atendimento. Esse direito inclui o aten-
...IV – passageiros com necessidade de assistência especial: pessoas portadoras de dimento prioritário e o acesso às informações e instruções, às instalações, às aero-
deficiência, idosos com idade igual ou superior a sessenta (60) anos, gestantes, lac- naves e aos demais veículos à disposição dos passageiros nos terminais.
tantes e pessoas acompanhadas por crianças de colo, crianças desacompanhadas e Art. 8º A fim de melhor prestar os serviços proporcionados às pessoas que necessitam
pessoas com mobilidade reduzida. de assistência especial, empresas aéreas ou operadores de aeronaves, seus prepos-
V – pessoa portadora de deficiência: conforme definição estabelecida pelo Decreto tos, as administrações aeroportuárias e as empresas de serviços auxiliares de trans-
Nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, considera-se pessoa portadora de deficiência, porte aéreo deverão empregar uma definição comum para as distintas categorias de
além daquelas previstas na Lei nº 10.690, de 16 de junho de 2003. pessoas que necessitam dessa assistência.
VI – Pessoa com deficiência dependente: pessoa incapaz de acessar ou abandonar a § 2º As informações necessárias inerentes a boa prestação dos serviços de transporte
aeronave por conta própria. aéreo deverão ser prestadas às pessoas que necessitam de assistência especial, de
VII – Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que, não se enquadrando no con- forma acessível, ao longo de todas as fases de suas viagens, desde o momento em
ceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade que confirmam a reserva, especialmente a partir da chegada ao aeroporto até a
de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da saída da área pública do aeroporto de destino.
mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. § 3º Serão assegurados a esses passageiros a assistência especial necessária durante
VIII – Pessoa com necessidade de oxigênio suplementar: aquela que apresenta insu-
ficiência crônica, de natureza respiratória ou cardíaca e que se encontre estável, em

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todo o trajeto da viagem, independentemente do tipo de deficiência ou do motivo aeronaves e o terminal.


da redução de sua mobilidade. § 1º As empresas aéreas ou operadores de aero-
Art. 13. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves e as administrações aero- naves deverão oferecer veículos equipados com
portuárias devem proceder à adequação do sistema de informações destinado a to- elevadores ou outros dispositivos apropriados
dos os passageiros, para o atendimento às pessoas com deficiência, inclusive auditiva para efetuar, com segurança, o embarque e de-
ou visual, garantindo-lhes as mesmas condições de atendimento disponíveis para os sembarque de pessoas portadoras de deficiência
demais passageiros. ou com mobilidade reduzida, nos aeroportos que
§ 1º As informações a serem prestadas aos passageiros portadores de deficiência vi- não disponham de pontes de embarque, ou quan-
sual devem ser escritas em braile, traduzidas para pelo menos dois idiomas quando do a aeronave estacionar em posição remota.
tratar-se de internacionais. Art. 21. O embarque dos passageiros que neces-
§ 2º As informações a serem prestadas aos passageiros portadores de deficiência au- sitam de assistência especial será realizado prioritariamente em relação aos demais
ditiva devem ser prestadas na Língua Brasileira de Sinais – Libras. passageiros, visando permitir o conforto, a segurança e o bom atendimento.
§ 3º Os procedimentos dispostos nos §§ 1º e 2º serão implementados até dezembro Parágrafo Único. O atendimento prioritário a que se refere o caput prefere, inclu-
de 2007. sive, ao dos possuidores de cartão de passageiro freqüente frequente, Art. 22. As
Art. 14. As administrações aeroportuárias deverão disponibilizar, nas áreas comuns empresas aéreas ou operadores de aeronaves efetuarão o desembarque dos
dos aeroportos, telefones adaptados a pessoas portadoras de deficiência auditiva. passageiros que necessitam de assistência especial, logo após o desembarque dos
Parágrafo Único. O procedimento disposto no caput deverá ser implementado até demais, exceto nas situações previstas no art. 19.
dezembro de 2007. Art. 24. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves designarão, previamente,
Art. 15 As empresas aéreas ou operadores de aeronaves e seus prepostos deverão funcionários capacitados para atender, acompanhar e acomodar nos assentos os pas-
disponibilizar, nas suas centrais de atendimento, telefones adaptados a pessoas por- sageiros que necessitam de assistência especial, conforme especificado nos artigos
tadoras de deficiência auditiva. 29 e 34.
Parágrafo Único. O procedimento disposto no caput deverá ser implementado até Art. 26. Até dezembro de 2007, as empresas aéreas ou operadores de aeronaves
dezembro de 2007. disponibilizarão:
CAPÍTULO II I - mecanismos de segurança adicionais ao cinto de segurança de duas pontas para
Das Responsabilidades da Administração Aeroportuária Artigo 16 As administrações uso dos passageiros paraplégicos, tetraplégicos, amputados e outros que necessitem
aeroportuárias adotarão, no âmbito de sua competência, medidas necessárias para desse auxílio para sua firmeza e segurança durante o vôo voo e nas operações de
assegurar que as instalações e os serviços prestados nos aeroportos, onde opere avia- deco- lagem e pouso; e
ção regular, estejam acessíveis para os passageiros que necessitam de assistência II - coletes salva-vidas infláveis para uso de pessoas portadoras de deficiência.
especial, conforme previsto no Dec. Nº 5296, de 2 de dezembro de 2004. Art. 27. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves disponibilizarão cartão de
Artigo 17 As administrações aeroportuárias eivarão esforços para delimitar áreas informações de emergência escrito em braille em até cento e vinte dias (120) após a
específicas, o mais próximo possível das entradas principais dos terminais de pas- publicação da Resolução que aprova esta NOAC.
sageiros para o desembarque e embarque de passageiros portadores de deficiência Art. 29. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves acomodarão os passageiros
ou mobilidade reduzida. portadores de deficiência que utilizam cadeira de rodas em assentos especiais, junto
Parágrafo Único. As áreas a que se refere o caput deverão estar sinalizadas com o aos corredores, dotados de braços removíveis ou escamoteáveis localizadas nas 1ª,
símbolo internacional de acesso, conforme previsto na Lei nº 7.405, de 10 de julho 2ª e 3ª fileiras das aeronaves, ou nas 1ª, 2ª e 3ª fileiras imediatamente atrás de uma
de 2001, e livre de obstáculos para a circulação de passageiro portador de defi- divisória desde que haja compatibilidade de classe escolhida e seja do interesse do
ciência ou mobilidade reduzida de forma a preservar sua segurança e autonomia, passageiro.
observando-se, ainda, as legislações de trânsito. § 3ºOs assentos de que trata este artigo devem ser identificados com o Símbolo In-
CAPÍTULO III ternacional de Acesso.
Das Responsabilidades da Empresa Aérea ou Operador de Aeronaves Art. 30. Os assentos mencionados no art. 29 não poderão ser liberados para reserva
Art. 20. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves deverão assegurar o movi- de outros passageiros que não necessitam de assistência especial, até vinte e quatro
mento de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida entre as horas (24 hs.) antes do horário previsto para a partida do vôo voo.

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§ 1º Na hipótese da empresa aérea ter vendido bilhete a passageiro que não apre- acompanhante deve ser marcada de forma a facilitar sua identificação na área de
sente necessidade de atendimento especial, em virtude da inexistência da reserva recolhimento de bagagem pelo pessoal da empresa aérea ou operador de aeronaves,
a que se refere o art. 30, deverá ser providenciado o reposicionamento de ambos pelo passageiro e pelo seu acompanhante na esteira de entrega de bagagem.
visando assegurar a aplicação do disposto no art. 29. Art. 43. O cão-guia ou cão de acompanhamento de pessoa portadora de deficiência,
§ 2º Sempre que ocorrer o previsto no § 1º, a empresa aérea deve informar aos pas- atendidas as condições previstas na Lei Nº 11.126/2005, no artigo 6º, § 1º, VIII do
sageiros que não detenham necessidades de atendimento especial alocados para os Decreto Nº 5.296/2004, e no Decreto 5904/2006, será transportado gratuitamente,
assentos mencionados no artigo 29, que eles estão sujeitos ao reposicionamento a no chão da cabine da aeronave, em local adjacente a de seu dono e sob seu controle,
que se refere o § 1º. na 1ª fileira, ou imediatamente atrás de uma divisória, desde que equipado com ar-
CAPÍTULO IV reio, dispensado o uso de focinheira.
Dos Procedimentos e Orientações de Caráter Geral Art. 44. Para o transporte de cão-guia ou cão de acompanhamento de pessoa porta-
Art. 35. O pessoal responsável pelo atendimento às pessoas portadoras de deficiên- dora de deficiência, em rota nacional, será obrigatória a apresentação de carteira
cia física que utilizam para sua locomoção equipamentos movidos a bateria deverá de vacinação atualizada, com comprovação da vacina múltipla, anti-rábica e trata-
ter conhecimento de como manusear, embalar e acomodar a(s) bateria(s) para o mento anti-helmítico expedido por médico veterinário devidamente credenciado.
transporte, como bagagem prioritária despachada, conforme Art. 45. Para o transporte de cão-guia ou cão de acompanhamento, em rota inter-
preconizado no Doc. 9284 AN/905 - Instruções Técnicas para o Transporte sem Ris- nacional, será obrigatória a apresentação do Certificado Zoossanitário Internacional
co de Mercadorias Perigosas por Via Aérea, da OACI, devendo, em caso de dúvida, expedido pelo Posto de Vigilância Agropecuária Internacional do Ministério da Agri-
consultar o usuário desses equipamentos sobre as melhores condições e formas de cultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo com os requisitos exigidos pelo país
acondicioná-los, considerando o grande número de modelos existentes. de destino do animal.
Art. 38. As demais ajudas técnicas utilizadas por pessoas portadoras de deficiência, Art. 46. O cão-guia ou cão de acompanhamento, em fase de treinamento, deverá ser
tais como bengalas, muletas, andadores e outras, após passarem pela inspeção de admitido na cabine de passageiros, desde que conduzido por família hospedeira ou
passageiros, serão transportadas, obrigatoriamente, na cabine de passageiros. treinador especializado, ambos devidamente credenciados, atendidos os requisitos
§ 1º. As ajudas referidas no caput somente serão transportadas no compartimento constantes no art. 45.
de bagagem da aeronave quando suas dimensões ou as da aeronave, bem como os Art. 47. Caberá aos passageiros portadores de deficiência, a fim de resguardar-lhes o
aspectos de segurança inviabilizarem seu transporte no interior da cabine de pas- direito à autonomia e ao livre arbítrio, definir, junto à empresa aérea, se necessitam
sageiros. ou não de um acompanhante, observando o que consta no art. 10.
§ 2º Na impossibilidade de realização do transporte das ajudas técnicas na cabine de Art. 48. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves só poderão exigir um acom-
passageiros, serão consideradas como bagagens prioritárias. panhante para o passageiro portador de deficiência, independentemente da mani-
Art. 39. As administrações aeroportuárias, durante a inspeção de segurança das aju- festação de seu interesse, quando a critério da empresa aérea ou das operadoras
das técnicas referidas no art. 38, disponibilizarão cadeiras de rodas ou cadeiras de aeronaves, por razões técnicas e de segurança de vôo voo, mediante
comuns para uso das pessoas portadores de necessidades especiais. justificativa expressa, por escrito, considere essencial a presença de um
Art. 40. Passageiros que utilizam marca-passo ou implante coclear, não podem ser acompanhante.
submetidos à inspeção por detector de metal seja em pórtico ou mediante utilização § 1º. Na hipótese da empresa aérea exigir a presença de um acompanhante para
de bastões, devendo ser utilizado procedimento alternativo que não interfira com o o passageiro portador de deficiência, deverá oferecer para o seu acompanhante,
funcionamento desses dispositivos médicos. desconto de, no mínimo, 80% da tarifa cobrada do passageiro portador de deficiên-
Parágrafo Único. Compete à administração aeroportuária colocar avisos escritos cia.
alertando os passageiros sobre os procedimentos previstos no caput, em área antes § 2º O acompanhante deverá viajar na mesma classe e em assento adjacente ao da
dos detectores de metal. pessoa portadora de deficiência.
Art. 41. Fica assegurado aos usuários de cadeira de rodas utilizarem suas próprias Art. 49. As empresas aéreas ou operadores de aeronaves não poderão limitar em suas
cadeiras para se locomoverem até a porta da aeronave, após passarem pela inspeção aeronaves o número de passageiros portadores de deficiência que possam movimen-
especial de passageiro, nos controles de segurança dos aeroportos, conforme estabe- tar-se sem ajuda ou que estejam acompanhadas.
lecido no Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil – PNAVSEC. Art. 50. No caso de grupo, a empresa aérea ou operador de aeronaves
Art. 42. A bagagem despachada por passageiros portadores de deficiência e por seu deverá
CAPÍTULO V
Disposições Finais

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Art. 52. As administrações aeroportuárias assegurarão que, desde a concepção até a bliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer
implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos, bem como as reformas das e sanitários. (Art. 24 do Decreto nº 5.296, de
instalações aeroportuárias, serão atendidas as normas técnicas de acessibilidade da
ABNT, do DOC 9184-AN/902 da OACI – Manual de Planificação de Aeroportos, Parte 1 2/12/2004) Salas de Recursos Multifuncionais em Escolas
e as regras contidas no Dec. Nº 5.296/2004.
Art. 53. As instalações reservadas ou destinadas às pessoas que necessitam de as- Estaduais:
sistência especial devem ser adequadamente sinalizadas, de acordo com a Lei Nº
7.405, de 12 de novembro de 1985 e o DOC 9636 da OACI - Sinais Internacionais para - Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos;
Informações a Pessoas em Aeroportos e Terminais Marítimos. - Escola Estadual Balbina Mestrinho;
- CEJA - Professora Jacira Caboclo;
- Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi;
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: - Escola Estadual Placido Serrano;
Para fazer uso do direito ao desconto para o acompanhante de, no minimo 80%, - Colégio Brasileiro Pedro Sivestre;
você pode ir diretamente ao balcão da companhia aérea no aeroporto Eduardo - Escola Estadual Isabel Barroncas;
Gomes e dar entrada na solicitação do desconto. É importante lembrar que a - Escola Estadual José Carlos Mestrinho;
solicitação deve obrigatoriamente estar acompanhada da declaração médica em - Escola Estadual Brigadeiro João Camarão;
que conste a neces- sidade do acompanhante. - Escola Estadual de Tempo Integral Machado de
Assis;
você pode fazer o download download do documento na - CEJA - Professor Agenor Ferreira Lima;
íntegra no link link: - Escola Estadual Aderson de Menezes;
www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/resolucao09.pdf - Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira;
- Escola Estadual Professor Waldir Garcia;
- Escola Estadual Marechal Hermes;
3. EDUCAÇÃO - Escola Estadual Joanna Rodrigues Vieira;
- Escola Estadual Professora Hilda Azevedo Tribuzzy;
As pessoas com deficiência têm o direito a um - Escola Estadual Lenina Ferraro da Silva;
sistema educacional inclusivo em todos os níveis, - Escola Estadual Raimunda Holanda de Souza;
bem como o aprendizado ao longo de toda a vida - Escola Estadual Roberto dos Santos Vieira;
e para que isto se materialize, foram criados al- - Escola Estadual de Tempo Integral Rafael Henrique;
guns instrumentos jurídicos que discorrem sobre - Escola Estadual Waldomiro Peres Lustoza;
as práticas atuais. - Escola Estadual Aristóteles Conte de Alencar;
- Escola Estadual Sebastião Norões.
Em Manaus, a Lei nº 569, de 09/11/2000,
assegura aos alunos realizarem sua matrícula Salas de Recursos Multifuncionais em Escolas Municipais:
em uma escola municipal de ensino mais
próxima de sua residência. A Lei Federal nº - CMEI Professora Dalva Maria Costa e Silva;
7.853, de 24/10/1989, - CMEI Professor José Faco Pereira de Souza;
trata do crime que se comete ao recusar, cancelar procrastinar, suspender, sem mo- - Escola Municipal José Carlos Martins Mestrinho;
tivo justificado a matrícula do aluno em instituições de ensino público ou privado, - Escola Municipal Waldir Garcia;
por discriminação a deficiência. Este crime é punível com reclusão de 1 (um) a 4 - CMEI Madre Elisia;
(quatro) anos e multa. - Escola Municipal Dom Pedro;
Os estabelecimentos de ensino públicos ou privados, proporcionarão condições de - Escola Municipal Professora Percilia do Nascimento Souza;
acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas - Escola Municipal Professora Gelcy Sena Abrantes;
portadoras de com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de - Escola Municipal Nossa Senhora da Paz;
aula, bi-
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- Escola Municipal Engenheiro João Albreto M. Braga; asseguram o acesso à educação especial para o trabalho, tanto em instituição públi-
- Escola Municipal João Goulart; ca quanto privada, que lhe proporcione efetiva integração na vida em sociedade.
- Escola Municipal Nina Lins; Nesse caso, as instituições são obrigadas a oferecer cursos de formação profissional
- CMEI Professor Rozendo Neto de Lima; de nível básico, condicionando a matrícula do portador de da pessoa com
- CMEI Mário Jorge Couto Lopes; deficiência à sua capaci- dade de aproveitamento e não ao seu nível de
- Escola Municipal Santa Rita de Cássia; escolaridade. Ainda deverão oferecer serviços de apoio especializados para atender
- Escola Municipal Djalma às peculiaridades da pessoa portado- ra do aluno com deficiência, como adaptação
Passos;€ de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação de professores,
- Escola Municipal Jarlece da Conceição Zaranza; instrutores e profissionais especializados; adequação dos recursos físicos, como
- Escola Municipal Aristóphanes Bezerra de Castro; eliminação de barreiras ambientais.
- Escola Municipal Leonor Uchoa de Amorim;
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Para saber mais informações sobre estas escolas, consulte as Secretarias Estadual e
Municipal de Educação, situadas:
Como qualquer cidadão a pessoa com deficiência tem direito à educação superior,
- Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino: Rua Waldomiro Lustoza,
tanto em escolas públicas quanto privadas, em todas as suas modalidades que são
350 - Japiim II - Telefone (92) 3614-
determinadas pelo art. 44, da Lei Federal n.º 9.394/96, e art. 27, do Decreto n.º
2200
3.298/99. Essas modalidades são: cursos seqüenciais sequenciais por campo de
- Secretaria Municipal de Educação: Av. Mário Ypiranga Monteiro,2549 - Parque 10 de
saber, de dife- rentes níveis, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
Novembro (Entrada para Vila Amazonas) - Telefone (92) 3632-2109
estabelecidos pela as instituições de ensino; de graduação abertos a candidatos
que tenham concluídos o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados
Exame Supletivo (Sistema Eletrônico de Avaliação - SEA)
em processo seletivo; de pós graduação pós-graduação, abertos a candidato
diplomados em curso de graduação e que aten- dam às exigências das instituições
A SEDUC - Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino (Seduc) possui
de ensino; e de extensão, abertos a candidatos que atendam requisitos
um siste- ma de exame supletivo para as pessoas que desejam concluir seus
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
estudos de forma mais rápida.
Para o Ensino Fundamental as provas são de língua portuguesa, matemática, ciên-
A Lei Federal nº 10.436, de 24/04/2002, reconhece como meio legal de comunicação
cias, história e geografia - a partir dos 15 anos de idade.
e expressão a LIBRAS Libras, e determina o ensino e utilização no Pas País.
Para o Ensino Médio as provas são de língua portuguesa, matemática, biologia, quí-
mica, física, história, geografia, filosofia, sociologia, língua estrangeira moderna (in-
Quando ocorrerem provas ou exames de seleção, as instituições de ensino tem o
glês ou espanhol) - a partir dos 18 anos de idade.
dever de oferecer adaptações necessárias aos portadores de candidatos com
Documentos Necessários: Carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento ou
deficiência conforme as características de cada um, de acordo com o art. 27, do
Casamento, e Comprovante de Residência.
Decreto nº 3.298/99. Nesse caso, o portador candidato deve solicitar tais
-A inscrição pode ser feita pelo site (http://examesupletivo.seduc.am.gov.br ou
adaptações previamente.
http://www.seduc.am.gov.br e vá para o ícone do Sistema Eletrônico de Avaliação -
Exame Supletivo). Após realizar a inscrição pelo site, vá até a Gerência de Educação
de Jovens e Adultos na SEDUC Seduc para agendar as provas. BOLSA UNIVERSIDADE
Endereço: Av. Waldomiro Lustosa, 250 - Japiim II (próximo ao terminal de ônibus do
611). Telefone: 3614-2254 O Programa Bolsa Universidade da Prefeitura Municipal de Manaus é um Programa
Horário de atendimento: de Segunda a sexta-feira de 08:00 as 12:00 e de 13:30 as Socioeducacional programa socioeducacional, com a finalidade de conceder bolsas
17:00. de estudo Integrais (100%) e Parciais de 75% (setenta e cinco por cento) e 50%
(cinquenta por cento) do valor das mensalidades dos cursos de graduação e
sequenciais de formação específica, a estu- dantes de baixa renda,
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL comprovadamente sem condições de custear seus estudos, em Instituições
Particulares de Ensino Superior instituições particulares de ensino superior,
O art. 59, inciso IV, da Lei Federal n.º 9.394/96, e o art.28, do Decreto n.º 3.298/99,
estabelecidas na cidade de Manaus. O Programa foi criado pela Lei nº 1.350, de 07
de julho de 2009, regulamentado pelo Decreto nº 0222/2009 222/2009 e Lei nº
1.357, de 08 de julho de 2009, regulamentada pelos
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Decretos nº 0223/2009 223/2009 e nº 0731/2011 731/2011. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL


O PBU é diferente de muitos Programas de incentivo ao ensino Superior, pois o es-
tudante não devolve a quantia investida em seu aprendizado, e sim, presta uma Antes de ser instituída a obrigatoriedade de contratação de
Contrapartida, participando de projetos educacionais, sociais, culturais, socioambi- pessoas com deficiência, raras eram as empresas que as em-
entais entre outros, implementados pela Prefeitura de Manaus e por seus parceiros, pregavam. Portanto, a elas não foram dadas oportunidades
aliando dessa forma o aprendizado teórico adquirido em sala de aula, à prática, para terem em seu currículo experiência profissional. Assim,
complementando dessa forma o processo ensino-aprendizagem. de uma forma geral, delas não se deve exigir experiência.
Atualmente 14 Instituições de Ensino Superior estão credenciadas no Programa: boas Quando a experiência for efetivamente necessária ao desem-
Novas, Ciesa, Dom Bosco, Esbam, Fametro, Fucapi, IAES, La Salle, Literatus, Martha penho da função, a própria empresa deve oportunizar que a
Falcão, Materdei, Nilton Lins, Ulbra e Uninorte. pessoa adquira internamente as habilidades, a postura de tra-
Dentre o total de bolsas disponíveis, será reservado o percentual de 5% (cinco por balho e os conhecimentos exigidos para o exercício de certos
cento), em cada curso e turno, para os portadores de necessidades especiais, devi- cargos (art. 36, alínea “c”, da Recomendação nº 168 da OIT,
damente comprovadas por Junta Médica Oficial, os quais concorrerão entre si. (Lei c/c item 4.4 do Repertório de Recomendações Práticas da OIT:
nº 1.350, de 07 de julho de 2009) Gestão de questões relativas à deficiência no local de
trabalho).

ESCOLARIDADE
4. TRABALHO E EMPREGO
Às pessoas com deficiência também não foram dadas iguais
A Constituição Federal reconhece que todos so- oportunidades de acesso à escolarização. Entretanto, muitas
mos iguais, mas o que temos ainda nos dias de vezes, apesar de não terem a certificação, tiveram acesso
hoje é a segregação de camadas sociais. Nesta ao conhecimento por meio do apoio da família ou da co-
via de se trabalhar em torno de ações afirma- munidade local. De outro lado, muitas vezes é exigido, de
tivas voltadas a pessoa com deficiência é que forma generalizada, um patamar de escolaridade que não
se instituiu a Lei de Cotas, pois durante toda é compatível com as exigências de fato necessárias para o
a história da humanidade as pessoas com defi- exercício das funções. Assim sendo, ao candidato deve ser
ciência foram alvo de discriminação, exclusão e dada a oportunidade de fazer um teste para revelar suas
preconceito. reais condições de realizar o trabalho (art. 36, alínea “c”,
da Recomendação nº 168 da OIT, c/c cf. item 4 do
A Lei nº 8.213/91, traz em seu art. 93 as cotas Repertório de
mínimas para contratação de pessoas com defi- Recomendações Práticas da OIT: Gestão de questões relativas à deficiência no local
ciência ao mercado de trabalho: de trabalho).
I – de 100 a 200 empregados - 2%
II – de 201 a 500 - 3% APLICAÇÃO DAS COTAS
III – de 501 a 1.000 -
4% As empresas têm contratado pessoas com deficiência para cumprirem suas cotas e
IV – de 1.001 em diante - acabam fazendo uma exclusão por deficiências, se concentram apenas em um tipo
5% de deficiência ou em deficiências consideradas leves. Este é considerado um ato
discriminatório. A finalidade da legislação é garantir o acesso ao trabalho a todas
A Convenção nº 159/83, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi rati- as categorias de deficiência (art. 7º, XXXI, da Constituição Federal, c/c art. 4º da
ficada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 51, de 28 de agosto de 1989, o Recomendação nº 168 da OIT).
que lhe outorgou força de lei. Esta medida vem para que as pessoas com deficiência O que deve ser buscado pela empresa é a pessoa e não a deficiência. As pessoas
tenham garantia de um emprego adequado e na possibilidade de integração ou rein- com deficiências têm o direito de ser respeitadas, sejam quais forem a natureza e a
tegração das pessoas com deficiência na sociedade.

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severidade de sua deficiência (art. 7º, XXXI, da Constituição Federal, c/c cf. art. de 1991, calculada na seguinte proporção, conforme estabelece a Portaria nº 1.199,
3º da Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência Deficientes, de de 28 de outubro de 2003:
1975). I – para empresas com 100 a 200 empregados, multiplicar-
se-á o número de trabalhadores portadores de deficiência
JORNADA ESPECIAL ou beneficiários reabilitados que deixaram de ser
contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de zero a
A pessoa com deficiência pode ter um horário flexível e re- 20%;
duzido, com proporcionalidade de salário, quando tais pro- II – para empresas com 201 a 500 empregados, multiplicar-
cedimentos forem necessários em razão do seu grau de defi- se-á o número de trabalhadores portadores de deficiência
ciência. Para atender, por exemplo, a necessidades especiais, ou beneficiários reabilitados que deixaram de ser
como locomoção, tratamento médico, etc. (art. 35, § 2º, do contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de 20 a
Decreto nº 3.298/99). 30%;
III – para empresas com 501 a 1.000 empregados, multi-
plicar-se-á o número de trabalhadores portadores de deficiência ou beneficiários
SALÁRIO
reabilitados que deixaram de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de
30 a 40%;
Não há qualquer diferenciação nesse caso, sendo o salário igual aos demais emprega-
IV – para empresas com mais de 1.000 empregados, multiplicar-se-á o número de
dos na mesma função, por força do art. 7º, incisos XXX e XXXI, da Constituição
trabalhadores portadores de deficiência ou beneficiários reabilitados que deixaram
Federal de 1988, e o art. 461 da CLT.
de ser contratados pelo valor mínimo legal, acrescido de 40 a 50%.
§ 1º O valor mínimo legal a que se referem os incisos I a IV deste artigo é o previsto
CARGOS PÚBLICOS no art. 133 da Lei nº 8.213, de 1991.
§ 2º O valor resultante da aplicação dos parâmetros previstos neste artigo não poderá
Para acesso aos cargos e empregos públicos, mediante concurso, o percentual de ultrapassar o máximo estabelecido no art. 133 da Lei nº 8.213, de 1991.
vagas reservado para pessoas com deficiência é de no mínimo 5% e no máximo 20%
das vagas oferecidas no concurso (art. 5º, §2º, da Lei nº 8.112/90, c/c cf. art. 37, § Para realizar denúncias ligue para: 0800 092 0500/ 3655-0620/ 3655-0799
1º, do Decreto nº 3.298/99). Endereço: Av.Coronel Teixeira (Estrada da Ponta Negra), 7995 - Nova Esperança

CRIME PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO


A conduta discriminatória em relação às pessoas com deficiência é tipificada como
(PRONATEC)
crime pela Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, em seu art. 8º, crime punível
Tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos
com reclusão de um a quatro anos e multa: II – obstar, sem justa causa, o acesso
de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira. (Lei Nº
de al- guém a qualquer cargo público, por motivos derivados de sua deficiência; III –
12.513, de 26 de Outubro outubro de 2011)
negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados de sua deficiência,
emprego ou trabalho.
Podem se inscrever:
- Trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extra-
PENALIDADES AO DESCUMPRIMENTO DA LEI DE COTAS tivistas e pescadores;
- Povos indígenas;
Pode ser lavrado auto de infração com a conseqüente consequente imposição de - Comunidades quilombolas;
multa adminis- trativa. Igualmente é possível o encaminhamento de relatório ao - Adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas;
Ministério Público do Trabalho para as medidas legais cabíveis (art. 10, § 5º, c/c - Desempregados;
cf. art. 15 da Instrução- Normativa nº 20/01). - Pessoas com
A multa aplicável nesse caso é a prevista no art. 133 da Lei nº 8.213, de 24 de julho deficiências;
- Pessoas que recebem benefícios dos programas federais de transferência de renda
ou que estejam cadastradas no CadÚnico;
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- Praças do Exército e da Aeronáutica com baixa do Serviço Militar ou Atiradores de MERCADO DE TRABALHO FORMAL EXCLUI PESSOA
Tiro de Guerra; COM DEFICIÊNCIA, REVELA ESTUDO
- Estudantes matriculados no Ensino Médio das escolas públicas, inclusive na Educa- TESEMOSTRAQUE“LEIDECOTAS”EPOLÍTICASPÚBLICASNÃOGARANTEMAINCLUSÃO
ção de Jovens e Adultos.
Fonte: Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas / ASCOM - Assessoria
A principal novidade do Pronatec é a criação da Bolsa-Formação, que permitirá a de Comunicação e Imprensa (Ascom) - e-mail: imprensa@unicamp.br- Cidade
oferta de vagas em cursos técnicos e de Formação Inicial e Continuada (FIC), tam- Universitária “Zeferino Vaz” Barão Geraldo - Campinas/SP
bém conhecidos como cursos de qualificação. Oferecidos gratuitamente a trabalha-
dores, estudantes e pessoas em vulnerabilidade social, esses cursos presenciais serão Pesquisa conduzida pelo economista Vinícius Gaspar Garcia revela que, apesar dos
realizados pela Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, por avanços ocorridos nos últimos anos com a implementação de políticas públicas e,
escolas estaduais de EPT e por unidades de serviços nacionais de aprendizagem como também, pela chamada “lei de cotas”, a participação de pessoas com deficiência no
o SENAC Senac e o SENAI Senai. mercado de trabalho formal ainda é muito baixa. Segundo o autor do trabalho, se for
Há dois tipos de Bolsa-Formação: a Estudante e a Trabalhador. Na Bolsa-Formação levada em conta a faixa etária considerada “produtiva” – entre 15 a 59 anos – e os
Estudante, cursos técnicos com a partir de 800 horas serão destinados a alunos das critérios “técnicos-jurídicos” que estabelecem quem tem uma deficiência, teríamos
redes públicas de ensino médio. Já a Bolsa-Formação Trabalhador oferecerá cursos cerca de seis milhões de pessoas nestas condições no Brasil. De acordo com os dados
de qualificação a pessoas em vulnerabilidade social e trabalhadores de diferentes obtidos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e
perfis. Em ambos os casos, os beneficiários terão direito a cursos gratuitos e de quali- Emprego (MTE), em 2007 o número de pessoas com deficiência contratadas formal-
dade, a alimentação, a transporte e a todos os materiais escolares necessários que mente era de 350 mil pessoas; em 2008, 320 mil e, em 2009 esse índice cai para 290
possibilitarão a posterior inserção profissional dos beneficiários. mil. “Isso dá uma ideia do abismo que ainda existe entre aqueles que estão
Dentre os cursos estão: recepcionista, manicure e pedicure, maquiador, cuidador de trabalhando e os que poderiam estar no mercado formal”, argumentou o
idoso, auxiliar administrativo, eletricista de automóveis, industrial e naval, mecâni- economista. As estimativas encontradas apontaram que Campinas emprega 12%
co de manutenção de automóveis, mecânico de manutenção e instalação de aparel- de sua população com deficiência; o Estado de São Paulo, 10% e o Brasil, apenas
hos de climatização e refrigeração, mecânico de manutenção de ar condicionado 5%.
de veículos, operador de linha de montagem de equipamentos eletrônicos, soldador
no processo mig/mag, soldador no processo eletrônico revestido aço carbono e aço Na opinião de Garcia, esses indicadores sinalizam que um número muito elevado
baixa liga, almoxarife, auxiliar em web designer web designer, instalador de rede de pessoas com limitações físicas, sensoriais e/ou cognitivas continua exercendo
de TV a cabo e via satélite, instalador e reparador de redes de computadores, atividades informais e precárias, muitas vezes sem continuidade. Ou simplesmente
montagem e ma- nutenção de computadores, operador de computador, não possui ocupação, vivendo com base em aposentadorias, pensões e, ainda, com o
programador web web, aplicador de revestimento cerâmico, eletricista de linhas suporte familiar. Também deixa claro que a “lei de cotas”, embora necessária, é in-
elétricas de alta e baixa tensão, pedreiro, desenhista de moda, entre outros. suficiente para fazer a inclusão. Até porque, se for cumprida na íntegra ela garantirá
As inscrições podem ser feitas: cerca de 800 mil vagas de empregos, ou seja, mais do que cinco milhões de pessoas
-Para Usuários do Bolsa Família ou que possuam cadastro no CADÚnico CadÚnico (no com deficiência ficariam de fora do mercado se dependessem só da Lei. “A questão
CRAS Cras mais da legislação precisa ser repensada e melhorada”, acrescentou.
próximo de sua residência. (Relação de CRAS Cras, ver página
(ATENÇÃO: CONFERIR A EXATIDÃO
... nº 175); Garcia avalia ainda que, mesmo sendo um instrumento de ação afirmativa insufici-
ente, sem a lei de cotas o quadro de empregos seria ainda pior. Em sua visão, ela
DO NÚMERO DA PÁGINA REFERIDA: P. 175) gerou um debate necessário nas empresas e na sociedade em geral. No entanto, ela
- Para Estudantes da Rede Publica ou quem já terminou os estudos na rede pública poderia ser encarada como um instrumento temporário, com avaliações constantes.
(na ecola escola em que está matriculado ou no qual concluiu os estudos); Nos Estados Unidos, por exemplo, essa lei começou a ser cumprida e fiscalizada logo
- Desempregados que estejam recebendo Seguro desemprego (No SINE/AM Sine- após o término da II Guerra Mundial, porque muitos soldados retornavam com se-
AM - Endereço: Av. Joaquim Nabuco, 878 - Centro - Telefone: (92)32338030 (92) quelas do campo de batalha. Essa lei vigorou, grosso modo, de 1950 a 1990. “Deixou
3233-8030 - Horário de Atendimento: 7:00 às 13:30; de existir por pressão das próprias pessoas com deficiência. Atualmente, eles não ne-
- Praças do Exército e da Aeronáutica com baixa do Serviço Militar ou Atiradores de cessitam mais desse tipo de mecanismo de ação afirmativa porque estão plenamente
Tiro de Guerra (nas Forças Armadas)

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integrados no mercado”, contou. A “lei de cotas” brasileira tem quase vinte anos – é de assistência. O mesmo poderia ser pensado para a aposentadoria por
de 1991 –, mas só foi fiscalizada com maior rigor a partir de 2001. invalidez.

Apesar de considerar a reversão do quadro de baixa participação das pessoas com O fortalecimento da inclusão escolar e das possibilidades de qualificação profissional,
deficiência no mercado de trabalho uma tarefa complexa, Garcia elencou cinco as- inclusive dentro das empresas, é o terceiro aspecto. Para Garcia, ela é fundamental
pectos que seriam fundamentais e as ações correspondentes que podem colaborar para suprir o déficit existente e, também, para o desenvolvimento pessoal da pessoa
nessa mudança. com deficiência, rompendo com situações de dependência que ainda existem.

O primeiro deles concentra-se na ampliação do conhecimento público acerca das O quarto aspecto aborda a acessibilidade como conceito-síntese de uma sociedade
pessoas com deficiência e sua inserção no mercado de trabalho. Sobre esse aspecto, inclusiva. Para Garcia, o termo sugere muito mais que rampas ou adaptações de
Garcia observa que o Censo de 2000, que pela primeira vez pesquisou de forma mais ambientes. Significa criar condições para que as pessoas com deficiência possam se
abrangente a questão da deficiência, apurou também diferentes níveis de dificul- utilizar de produtos, serviços e informações como qualquer outro cidadão. “Existem
dade funcional para andar, enxergar e ouvir. Dessa maneira, acabou encontrando recursos disponíveis, mas que não estão massificados”, afirmou.
um contingente maior de pessoas do que aquele cuja deficiência é definida, por
exemplo, pelos critérios da lei de cotas. Essa lei estabelece um percentual e define Por fim, o quinto e último aspecto trata da consolidação de novos paradigmas e
as deficiências por meio de critérios técnicos, como acuidade visual ou paraplegia, formas de pensar a temática da deficiência, na sociedade em geral, mas especial-
por exemplo. “Tivemos muito cuidado para extrair dos dados oficiais as pessoas com mente entre os empregadores (empresários ou gestores públicos) e as próprias pes-
mais limitações, sejam de ordem física, sensorial ou cognitiva para se aproximar do soas com deficiência. Ademais, observou o economista, é preciso que as condições
universo que se imaginava poderia fazer jus a essa lei de cotas”, assegurou. econômicas e sociais do país evoluam positivamente. O crescimento econômico
acelerado, acompanhado de uma melhor distribuição de renda, com serviços
Associado a isso, é preciso conhecer mais profundamente a situação socioeconômica públicos de qualidade e programas sociais eficazes, dentre outros, são benéficos
das pessoas com deficiência, de maneira geral. Garcia explicou que a utilização do para todos, inclusive, naturalmente, para aqueles com algum tipo de deficiência.
Censo 2000 foi feita em função da não-disponibilidade não disponibilidade dos Para Garcia, por mais que existam especificidades, não há um mundo
dados do Censo 2010, quando da realização da pesquisa. Portanto, os dados “específico” das pessoas com deficiência. “Elas também sentirão os efeitos da
utilizados estão defasados, mas poderão ser atualizados pela metodologia proposta melhora social mais geral, por isso que as políticas específicas – gratuidades, cotas,
na tese. Além disso, o Minis- tério do Trabalho e Emprego (MET) (MTE) possui uma isenções, benefícios, etc. – não podem ser um fim em si mesmo, mas parte de uma
base de dados riquíssima acerca do mundo do trabalho e nela ainda não existe a estratégia mais ampla na qual, equiparando oportunidades, todos possam
variável deficiência. “Falta ter acesso a essa realidade, até para avaliar melhor os construir um país melhor, mais justo e humano”, concluiu.
motivos pelos quais a lei não está sendo cumprida na íntegra. Há uma insegurança
sobre qual é a realidade de fato”, disse. Expressões reforçam estereótipo

O segundo aspecto trata sobre as questões ligadas à legislação – não só em relação Muitas pessoas, por falta de conhecimento ou até mesmo familiaridade com o as-
à chamada “Lei de Cotas”, mas também à legislação trabalhista/previdenciária. sunto, acabam por adotar termos como, por exemplo, “portadores de necessidades
Existem, segundo o autor, algumas barreiras que impedem que alguns empregos especiais” ou “portadores de deficiência” para designar alguém que possui esta
sejam ocupados por pessoas com deficiência. Além das questões culturais – condição. Sem querer, acabam por provocar e reforçar estereótipos, uma vez que,
relacionadas a preconceito e discriminação – fruto muitas vezes da insegurança e dessa maneira, camuflam a palavra deficiência "deficiência" ou se esquecem do
falta de infor- mação, durante muito tempo prevaleceu a opção de termo “pessoa”.
aposentadoria por invalidez daqueles que adquiriam uma deficiência. Como, nesse
caso, a pessoa tem que ate- star sua incapacidade para o trabalho, ela não pode Por isso mesmo, desde a metade da década de 1990 o termo correto adotado in-
voltar a exercer funções for- mais, a não ser que abra mão da aposentadoria. Além ternacionalmente é “pessoa com deficiência”. Ele foi usado na Convenção da Orga-
da aposentadoria, há também o Benefício de Prestação Continuada (BCP) (BPC), nização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, que discutiu exaustivamente esse
que atende pessoas com deficiência de baixa renda. Nesse caso, a Lei foi assunto, com a participação de quase 200 países, inclusive o Brasil, que ratificou
alterada e a pessoa pode abrir mão temporari- amente do benefício, trabalhar o documento com força de emenda constitucional. Garcia disse ainda que as leis
formalmente e, se for o caso, retornar ao programa brasileiras que tratam do assunto serão revisadas à luz desta Convenção, utilizando

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”
esta terminologia, substituindo o termo “pessoas portadoras de deficiência”, que A reabilitação profissional, de acordo Art. art. 89, da Lei 8.213, de 24 de Julho
está na Constituição brasileira desde 1988 e nas leis publicadas até agora. julho de 1991,
................................................ compreende:
Publicação a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para
Tese de doutorado: “Pessoas com deficiência e Mercado de Trabalho – Histórico e locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada
Contexto Contemporâneo” por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e
Autor: Vinícius Gaspar Garcia profissional;
Orientador: Waldir José de Quadros b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, des-
Unidade: Instituto de Economia (IE) gastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
................................................ c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
A finalidade da reabilitação profissional é a de permitir que a pessoa deficiente
obtenha e conserve um emprego e progrida no mesmo, e que se promova, assim, a
5. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO integração ou a reintegração dessa pessoa na sociedade.
(Art. 1. da Convenção 159 da OIT que foi ratificada por meio do Decreto nº 129, de
Segundo a CDPD, a habilitação e reabilitação têm a função de proporcionar que 18 de maio de 1989).
as pessoas com deficiência conquistem e conservem o máximo de autonomia e A reabilitação integral, é entendida como o desenvolvimento das potencialidades da
plena capacidade física, mental, social e profissional, bem como plena inclusão e pessoa portadora de com deficiência, destinada a facilitar sua atividade laboral,
partici- pação em todos os aspectos da vida. educa- tiva e social (Art. 89, da Lei 8.213, de 24 de Julho julho de 1991.
A pessoa portadora de com deficiência, beneficiária ou não do Regime Geral de Incluem-se na assistência integral à saúde e reabilitação da pessoa portadora de
Previdên- cia Social, tem direito às prestações de habilitação e reabilitação com deficiência a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras e materiais
profissional para capacitar-se a obter trabalho, conservá-lo e progredir auxiliares, dado que tais equipamentos complementam o atendimento,
profissionalmente. aumentando as possibi- lidades de independência e inclusão da pessoa portadora de
Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado a pos- com deficiência.
sibilitar que a pessoa portadora de com deficiência, a partir da identificação de É considerado parte integrante do processo de reabilitação o provimento de medica-
suas po- tencialidades laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento mentos que favoreçam a estabilidade clínica e funcional e auxiliem na limitação da
profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participar da vida incapacidade, na reeducação funcional e no controle das lesões que geram incapaci-
comunitária. (Art. 30 e 31 do Decreto Nº 3.298, de 20 de Dezembro de 1999) dades. (Art. 18 e 20. do Decreto Nº 3.298, - de 20 de Dezembro dezembro de 1999)

REABILITAÇÃO HABILITAÇÃO
Entende-se por habilitação profissional o processo destinado a propiciar à pessoa
Considera-se reabilitação o processo de duração limitada e com objetivo definido, portadora de com deficiência, em nível formal e sistematizado, aquisição de
destinado a permitir que a pessoa com deficiência alcance o nível físico, mental ou conhecimen- tos e habilidades especificamente associados a determinada profissão
social funcional ótimo, proporcionando-lhe os meios de modificar sua própria vida, ou ocupação. Considera-se pessoa portadora de com deficiência habilitada aquela
podendo compreender medidas visando a compensar a perda de uma função ou uma que concluiu curso de educação profissional de nível básico, técnico ou
limitação funcional e facilitar ajustes ou reajustes sociais. tecnológico, ou curso superior, com certificação ou diplomação expedida por
Para efeito do disposto neste artigo, toda pessoa que apresente redução funcional instituição pública ou privada, legal- mente credenciada pelo Ministério da
devidamente diagnosticada por equipe multiprofissional multidisciplinar terá Educação ou órgão equivalente, ou aquela com certificado de conclusão de
direito a beneficiar- se dos processos de reabilitação necessários para corrigir ou processo de habilitação ou reabilitação profissional fornecido pelo Instituto
modificar seu estado físico, mental ou sensorial, quando este constitua Nacional do Seguro Social - INSS. (INSS).
obstáculo para sua integração educativa, laboral e social. Considera-se, também, pessoa portadora de com deficiência habilitada aquela
É beneficiária do processo de reabilitação a pessoa que apresenta deficiência, qual- que, não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabilitação, esteja
quer que seja sua natureza, agente causal ou grau de severidade. (Art. 17 do Decreto capacitada para o exercício da função. (Art. 28 e 36. do Decreto Nº 3.298, - de 20
Nº 3.298, - de 20 de Dezembro dezembro de 1999) de Dezembro dezembro de 1999)

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6. SAÚDE 6.1 PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS

Segundo a Organização das Nações Unidas, prevenção é um conjunto de ações desti-


No art. Artigo 25 da CDPD diz que os Estados Partes
nadas a impedir a ocorrência de limitações físicas, intelectuais, psíquicas, sensoriais
reconhe- cem que as pessoas com deficiência têm o
ou evitar que os impedimentos causem deficiência ou limitação funcional permanen-
direito de gozar o melhor estado de saúde possível,
te.
sem discrim- inação baseada na deficiência. Os
Considerando-se que 70% dos casos de deficiência podem ser evitados, devemos
Estados Partes to- marão todas as medidas
transmitir informações a à sociedade sobre algumas medidas e cuidados que
apropriadas para assegurar às pessoas com
devem ser tomados antes e durante a gravidez, na hora do parto e após o
deficiência o acesso a serviços de saúde, incluindo os
nascimento.
serviços de reabilitação, que levarão em conta as
A prevenção da deficiência é um assunto que deve interessar a todos os cidadãos, já
especificidades de gênero. Em especial, os Estados
que uma 1 em cada dez 10 pessoas possuem possui algum tipo de deficiência.
Partes:
Todos os avanços conquistados nesta área, do ponto de vista médico, psicológico
a. Oferecerão às pessoas com deficiência programas
e educacional nos indicam uma eficiente alternativa para redução deste índice: a
e atenção à saúde gratuitos ou a custos acessíveis da
prevenção.
mesma qualidade, variedade e padrão que são
O primeiro passo é conhecer as causas e manifestações das deficiências, para saber
oferecidos às demais pessoas, inclusive na área de
como evitá-las.
saúde sexual e reprodutiva e de programas de saúde
A deficiência não é uma doença. Mas, pode ser causada por uma doença, assim como:
pública destinados à população em geral;
por acidentes, condições sócio - econômicas socioeconômicas em crescente
b. Propiciarão serviços de saúde que as pessoas com
deterioração, por fatores orgânicos ou hereditários e por fatores genéticos.
deficiência necessitam especificamente por causa de sua deficiência, inclusive di-
agnóstico incluindo diagnóstico e intervenção precoces, bem como serviços
projetados para reduzir ao máximo e prevenir deficiências adicionais, inclusive ALGUMAS AÇÕES
entre crianças e idosos;
c. Propiciarão esses serviços de saúde às pessoas com deficiência, o mais próximo a) Informação:
possível de suas comuni¬dades, inclusive na zona rural; Visa informar a comunidade (Povo e Autoridades Constituídas povo e autoridades
d. Exigirão dos profissionais de saúde que dispensem às pessoas com deficiência a constituídas) sobre a problemática das pessoas que possuem uma deficiência,
mesma qualidade de serviços dispensada às demais pessoas e, principalmente, que visando o rompimento dos preconceitos e o desenvolvimento de ações que
obtenham o consentimento livre e esclarecido das pessoas com deficiência beneficiem esse segmento.
concernentes. Para esse fim, os Estados Partes realizarão atividades de formação e
definirão regras éticas para os setores de saúde público e privado, de modo a b) Prevenção:
conscientizar os profissionais de saúde acerca dos direitos humanos, da dignidade, Conjunto de ações que visam reduzir as situações de risco como também a identifi-
autonomia e das necessidades das pessoas com deficiência; cação e a intervenção precoce nas deficiências.
e. Proibirão a discriminação contra pessoas com deficiência na provisão de seguro de
saúde e seguro de vida, caso tais seguros sejam permitidos pela legislação nacional, 1. Prevenção primária: não permitir a ocorrência de instalações da instalação
os quais deverão ser providos de maneira ra¬zoável razoável e justa; e de deficiências.
f. Prevenirão que se negue, de maneira discriminatória, os serviços de saúde ou de 2. Prevenção secundária: uma vez instalada a deficiência, permitir o mais rapida-
atenção à saúde ou a administração de alimentos sólidos ou líquidos por motivo de mente o diagnóstico e tratamento a fim de impedir a instalação de limitações per-
deficiência. manentes;
3. Prevenção terciária: proporcionar atendimento digno, decente e adequado às
A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICÊNCIA FOI CRIADA PELA Pessoas pessoas com deficiência, para que as seqüelas sequelas não sejam agravadas
PORTARIA GM Nº 1060, DE 05 DE JUNHO DE e pessoas não sejam estigmatizadas e desintegradas da sociedade.
2002.
A Prevenção prevenção das deficiências depende de todos os cidadãos e das
autoridades cons cons-
tituídas.
Para uma sociedade que pretende mudança profunda não é ético conviver com defi-
ciências que poderiam ser evitadas.
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ALGUMAS MEDIDAS: DEPOIS DO NASCIMENTO

ANTES DE ENGRAVIDAR -Peça para que façam os exames do pezinho, da orelhi-


nha e e do olhinho, nos primeiros dias de vida; (Mater-
-Consulte um médico para verificar as condições físicas de seu organismo, principal- nidades: Moura Tapajos / Ana Braga e Unidades Básicas
mente se tiver menos de 18 anos ou mais de 35 anos de idade; de Saúde mais próximas de sua residência).
-Faça exames de sangue para detectar sífilis, toxoplasmose, diabetes, AIDS -Visite o pediatra mensalmente para acompanhar o
Aids; crescimento e desenvolvimento do seu bebê. A primei-
Procure um serviço de aconselhamento genético (quando houver casos de deficiên- ra visita deve acontecer após 10 dias do nascimento;
cias na família causada por problemas hereditários); -Amamente seu bebê até SEIS MESES. Depois desse pe-
-Procure os serviços de saúde e tome vacina contra tétano e rubéola, pelo menos ríodo, além da amamentação, devem ser introduzidos
seis meses antes de engravidar (a rubéola na gravidez afeta o bebê em formação, outros tipos de alimentos de acordo com orientação do
causando cegueira e deficiência auditiva); pediatra;
-Previna-se de doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS -Vacine a criança contra Tuberculose (BCG), Paralisia Infantil (Sabin), Difteria.
Aids; Té- tano e Coqueluche (Tríplice), Sarampo, Rubéola, Caxumba e Reforço de
-Evite casamentos entre parentes. Sarampo (MMR); tuberculose (BCG), paralisia infantil (Sabin), difteria, tétano e
coqueluche (tríplice), sarampo, rubéola, c a x u m b a e reforço de sarampo (MMR);
-Dê medicamentos somente prescritos pelo médico.
DURANTE A GRAVIDEZ
NO DESENVOLVIMENTO
-Comece o pré-natal mensal no momento em que sou-
ber que está grávida, para acompanhar o crescimento
e desenvolvimento do bebê (as unidades básicas de -Estimule sempre seu filho;
saúde oferecem esse atendimento gratuitamente); -Converse e brinque com ele;
-Faça exames periódicos de controle: hemograma, sí- -Acompanhe o desenvolvimento da
filis, toxoplasmose, diabete, hipertensão; criança: ao menos sinal de atraso,
procure o médico ou um serviço
-Procure o médico caso apresente alguns problemas
especializado;
como: pressão alta, coração, diabetes ou infecções;
-Não seja violento com a criança;
-Use medicamentos somente prescritos por médicos;
-Amamente seu filho,; toda mãe
-Não se exponha ao raio-X aos raios X ou a outro tipo
tem leite e é um leite forte que vai
de radiação;
defen- der o bebê de muitas
-Não use fumo, álcool e drogas nesta fase;
doenças;
-Procure orientação médica para fazer exercícios ou atividades que exijam esforço
-Leve seu filho mensalmente ao pe-
físico;
diatra, durante seu primeiro ano de
-Tenha uma alimentação saudável na medida do possível.
vida;
-Uma boa alimentação é muito importante,; peça orientação ao pediatra das
MOMENTO DO PARTO Unida- des Básicas de Saúde.
-Não dê remédios ao seu filho sem orientação médica;
-O parto deve ter uma boa assistência; procure hospitais bem equipados no nasci- -Vacine seu filho contra Tuberculose(BCG), Paralisia Infantil(SABIN), Difteria, Tétano
mento do seu bebê; e Coqueluche(tríplice), Sarampo, Rubéola e Meningite. tuberculose (BCG), paralisia
-No momento do parto devem estar presentes um obstetra e um infantil (Sabin), difteria, tétano
pediatra; e coqueluche (tríplice), sarampo, rubéola e
-Amamente seu bebê o quanto antes, se possível na sala de meningite.
parto;
-Peça a nota de nascimento do seu bebê (teste de ALGUMAS DEFICIÊNCIAS CAUSADAS POR FALTA DE PREVENÇÃO
Apgar).
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Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do recém nascido:

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O que é? tanque, pequenos objetos, remédios e produto de limpeza;
Incompatibilidade sanguinea sanguínea (fator RH) entre o sangue materno e o -Verifique se os brinquedos são adequados para idade.
sangue fetal. O feto poderá falecer na gestação ou após o seu nascimento. Pode
resultar, ainda, num recém nascido recém-nascido gravemente ictérico e que a
deficiência mental intelectual é um acompanha- mento possível, além de surdez e
da paralisia cerebral.
Toxoplasmose: Processo infeccioso determinado por protozoário que durante a gravi-
dez pode causar sérios comprometimentos ao feto. Pode causar hidrocefalia, micro-
cefalia, lesões cerebrais, cegueira, etc.
Rubéola: É causada por um vírus, sendo no trimestre da gravidez responsável por sé-
rios danos no feto, inclusive neurológico. Pode causar defeitos cardíacos, auditivos,
microcefálicos, lesão cerebral, convulsões, etc.
Álcool: Pode causar hipoglicemia materna e pode causar danos cerebrais no feto,
além de predispô-lo a complicações bronco - aspirativas, múltiplos defeitos físicos,
microcefalia e atraso mental.
Paralisia Cerebral cerebral: Pode ocorrer antes, durante ou após o parto até os 6
anos de ida- de, influindo na maturação neurológica. As causas natais, ou seja no
parto ou após este, são as causas de 88% dos casos de paralisia cerebral.
Cegueira: Oftalmia neonatal (causada pela falta de cuidados nos pós-
parto)
-Xeroftalmia (causada pela falta de vitamina A e agravada pela
desnutrição)
-Fibroplasia retrolental (causada pela alta concentração de oxigênio nas
incu- badoras
Drogas: O uso de todo e qualquer remédio ou substâncias químicas como cocaína,
durante a gravidez, pode comprometer neurologicamante o embrião, feto ou recém-
-nascido. A maioria das drogas atravessa com facilidade a membrana uterina, deter-
minando vários tipos de acometimentos. Usando como exemplo o uso da Por
exemplo, a talidomia talidomida que foi usado foi usada por muitas mulheres
grávidas como remédio para enjôos, e condenou atingiu milhares de bebês em todo
o mundo, acarretando má formações acarretando-lhes má-formações graves.

ALGUMAS DOENÇAS QUE CAUSAM DEFICIÊNCIA VISUAL, LEVANDO A À


CEGUEIRA
Oftalmia neonatal (causada pela falta de cuidados nos pós-
parto)
-Xeroftalmia (causada pela falta de vitamina A e agravada pela
desnutrição)
-Fibroplasia retrolental (causada pela alta concentração de oxigênio nas
incu- badoras

ACIDENTES PODEM CAUSAR DEFICIÊNCIAS

Em Casa:
-Cuidado com portas, janelas, gavetas, tomadas elétricas, fogão, ferro, máquinas,
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• Movimentar a vítima;
No
Trabalho: • Aplicar torniquetes para estancar
hemorragias;
-Use adequadamente os equipamentos de segurança e faça manutenção
periódica do mesmo dos mesmos. • Dar algo para a vítima tomar;

Acidentes Não movimente a vítima


Gerais: A movimentação da vítima pode causar piora de uma lesão na coluna ou em uma
-Cuidado com piscinas, especialmente com crianças e fratura de braço ou perna. A movimentação da cabeça ou do tronco da vítima que
mergulho; sofreu um acidente com impacto, pode agravar muito uma lesão de coluna. Num
-Mantenha seu veículo em ordem, use cinto de segurança. Leve a crianças criança acidente pode haver uma fratura ou deslocamento de uma vértebra da coluna, por
somente no banco traseiro onde passa a medula espinhal. É ela que transporta todo o comando nervoso do
-Cuidado com objetos que podem virar arma (objetos cortantes e corpo, que sai do cérebro e atinge o tronco, os braços e as pernas. Movimentando a
pontiagudos). vítima nessa situação, você pode deslocar ainda mais a vértebra lesada e danificar
a medula, causando paralisia dos membros ou ainda da respiração, o que com cer-
Cada acidente é diferente do outro e quanto mais cedo chegar um socorro teza vai provocar danos muito maiores, talvez irreversíveis. No caso dos membros
profissional, melhor para as vítimas de um acidente. Solicite um, o mais rápido fraturados, a movimentação pode causar agravamento das lesões internas no ponto
possível ou vá ao Pronto-Socorro mais próximo. de fratura, provocando o rompimento de vasos sanguíneos ou lesões nos nervos, le-
vando a graves complicações.
O que NÃO SE DEVE Assim, a movimentação de uma vítima só deve ser realizada antes da chegada de uma
FAZER equipe de socorro se houver perigos imediatos, ou seja, desde que esteja presente
Quando a pessoa foi vítima de acidentes com impacto como: queda, algum risco incontrolável. Não havendo risco imediato, não movimente a vítima.
atropelamento, Até mesmo no caso de vítimas que saem andando do acidente, é melhor que não se
colisão de veículo e movimentem e aguardem o socorro chegar para uma melhor avaliação. Aconselhe-as
outros) a aguardar sentadas em um lugar seguro.
Você só quer ajudar, mas muitos são os procedimentos adotados sem orientação
que podem agravar o estado de saúde da vítima. Os mais comuns e que você DEVE
EVITAR são:

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Não aplique torniquetes dos pelas gestantes durante a gravidez. Como por exemplo Exemplos: Paralisia
O torniquete não deve ser realizado para estancar hemorragias externas. Atualmen- cerebral e Má
te esse procedimento é feito só por profissionais treinados e, mesmo assim, em formação
caráter de exceção; quase nunca é aconselhado. má-
formação.
Não dê nada para a vítima ingerir A segunda causa de mortalidade de crianças com até 20 semanas de concepção é por
Nada deve ser dado para ingerir a uma vítima de acidente que possa ter lesões inter- doenças genéticas, aquelas com deficiência causada por fatores ambientais sobrevi-
nas ou fraturas e que, certamente, será transportada para um hospital. Nem mesmo vem as que são causadas por uso de álcool não.
água. Os órgãos mais atingidos pelo consumo abusivo do álcool são: cérebro, trato digesti-
vo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. Como o álcool dissolve o mucus
Se o socorro já foi chamado, aguarde os profissionais, que vão decidir sobre a con- muco do trato digestivo, provoca irritação na camada externa de revestimento
veniência ou não. O motivo é que a ingestão de qualquer substância pode interferir que pode acabar provocando sangramentos. A maioria dos casos de pancreatite
de forma negativa nos procedimentos hospitalares. Por exemplo, se a vítima for aguda (75%) são provocados é provocada por alcoolismo. As afecções sobre o fígado
submetida a cirurgia, o estômago com água ou alimentos é fator que aumenta o risco podem ir de uma simples degeneração gordurosa à cirrose, que é um processo
no atendimento hospitalar. irreversível e incompatível com a vida. O desenvolvimento de patologias cardíacas
Como exceção, há os casos de pessoas cardíacas que fazem uso de alguns medica- pode levar 10 anos por abusos de álcool e, ao contrário da cirrose, pode ser
mentos em situações de emergência, geralmente aplicados embaixo da língua. Não revertida podem ser revertidas com a interrupção do vício. Os alcoólatras tornam-
os impeça de fazer uso desses medicamentos, se for rotina para eles. se mais susceptíveis suscetíveis a infecções porque suas células de defesas são em
menor número.
O álcool se constitui como um depressor do sistema nervoso e age no cérebro em
poucos minutos após a ingestão, dando início a uma ação inibidora pelos lóbulos fron-
tais e estendendo-se posteriormente ao resto do cérebro. Uma das manifestações
mais facilmente observáveis são os déficits de coordenação e lentidão de reflexos.
EM CASO DE EMERGÊNCIA LIGUE PARA Os efeitos da ingestão do álcool no organismo do condutor variam devido a alguns
O SAMU: 192 (ligação direta e gratuita) fatores como: pessoa que ingere (peso, altura, estrutura), da quantidade de álcool
ingerida, velocidade com que ingere o mesmo, tipo de alimentação, circunstâncias
(fadiga, gravidez) e outras coisas que variam como idade, sexo, hora.
A mistura de álcool e direção é um fator que pode gerar deficiências devido a aciden-
tes de trânsito, pois geralmente o condutor que ingeriu álcool não avalia os efeitos
da ingestão desta substância e as alterações sobre sua capacidade de rendimento.
De modo geral o álcool produz no organismo euforia, falsa segurança de si mesmo e
6.2 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE ÁLCOOL E um sentimento de acreditar que possui melhor habilidade para dirigir, aumentando a
DROGAS tolerância ao risco, e assim possibilitando-o a tomar decisões mais arriscadas do que
as que costuma. O álcool também diminui o senso de responsabilidade e a prudência
ÁLCOOL e aumenta ações impulsivas e agressivas. Possui o poder de causar retardo demora
nas funções cerebrais, também acarreta em necessidade de tempo maior para
O alcoolismo é uma doença crônica que consiste no consumo com- processar em nível mental informações e reagir diante dos fatos. Com a ingestão
pulsivo do álcool, fazendo com que o indivíduo se torne cada vez dessa substância acontecem diminuição da percepção de risco, perda de autocrítica,
mais tolerante a ele, tendo crises de abstinência quando não o depressão generalizada, elevação do otimismo, alterações visuais e em nível
tem. Esta se caracteriza por meio de tremores, irritabilidade, náu- sensorial, modificação da percepção de tempo e diminuição do tempo de reação aos
sea, ansiedade, taquicardia e pupilas dilatadas. estímulos. O condutor que ingere bebida alcoólica torna-se mais vulnerável à a
Dados apontam que metade das deficiências mentais lesões e a óbito em relação ao indivíduo que não bebeu álcool.
intelectuais é causada por fatores ambientais como
desnutrição, infecções crônicas e pós-natais e, principalmente, Como saber se sou alcoólatra?
pelo uso de álcool e drogas ingeri-
De acordo com os Alcoólicos Anônimos, a presença de quatro ou mais respostas afir-
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mativas indica grande probabilidade de a pes- estar preparados para fazer escolhas que diminuam os riscos do uso indevido de
soa ser drogas. Nossa vida é construída por meio de escolhas que fazemos, dentro das
alcoólatra: oportunidades
• Já tentou parar de beber por uma semana (ou
mais) sem conseguir seu objetivo?
• Ressente-se dos conselhos daqueles que ten-
tam fazê-lo parar de beber?
• Já tentou controlar sua tendência a beber de-
mais trocando uma bebida por outra?
• Tomou algum trago pela manhã nos últimos
tempos?
• Inveja aqueles que bebem sem criar trans-
tornos?
• Seu problema com a bebida vem se tornando
cada vez mais sério nos últimos doze 12
meses?
• A bebida já causou incidentes em casa?
• Nas reuniões sociais em que as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses
extras?
• Você afirma que bebe quando quer e pára quando quer, apesar das provas em con-
trário?
• Faltou ao serviço nos últimos doze 12 meses por causa da
bebida?
• Já teve “apagamentos” depois de uma
bebedeira?
• Já pensou que poderia aproveitar melhor a vida se não
bebesse?

DROGAS

As substâncias que causam mudanças no estado de cons-


ciência, percepção e emoções das pessoas são chamadas
de Drogas Psicotrópicas drogas psicotrópicas. As
drogas podem causar dife- rentes sensações,
dependendo das condições e caracte- rísticas das
pessoas, da situação e freqüência frequência do uso e
do tipo de droga que for usada. Algumas podem causar
sensações de prazer, poder, excitação, euforia, alegria;
outras podem causar sonolência, depressão, náusea,
alucinações e, até, um quadro de dependência, prejudicando e comprometendo a
vida do usuário, podendo levar a à
morte.
Existem diversas razões para se fazer uso de algum tipo de droga. Muitas pessoas
usam drogas por curiosidade, para sentir prazer, por uma busca de alívio em um
momento difícil da vida ou por se sentirem pressionadas por outras pessoas, ou
até mesmo para impressioná-las. Situações como essas ocorrem na vida da maio-
ria das pessoas,; precisamos encará-las com segurança e seriedade,; devemos
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que temos. Nem sempre as coisas acontecem da maneira como gostaríamos. Mas é pos- clamações?
sível decidir o tipo de vida que queremos levar, mesmo dentro de condições limitadas. - Já apresentou os olhos vermelhos ou as pupilas dilatadas?
Reflita sobre suas possibilidades e limites. Aceite suas característi- - Tem conversações telefônicas ou encontros com desconhecidos?
cas para que possa aproveitar suas qualidades e superar suas dificuldades. - Em sua casa, somem objetos de valor? Seu filho tem a necessidade constante
Perceber os sintomas do uso de álcool ou outras drogas requer que os pais estejam de altas quantias de dinheiro?
alertas. Muitas vezes é difícil observar a diferença entre o comportamento normal - Houve mudanças significativas no seu aspecto visual, como cabelo (comprido, des-
dos jovens e o comportamento causado pelas drogas. cuidado), roupas sujas, falta de higiene pessoal, tatuagens, brincos, ou sua
preferência musical, agora por conjuntos que fazem apologia ao uso de drogas?
Para auxiliá-los nesse sentido foi montado o questionário abaixo: - A maconha é uma erva de cor verde com matizes de marrom, que é fumada en-
rolada em um papelote (ou o mesmo utilizado pelas pessoas que fumam cigarro de
- Seu filho parece retraído, deprimido, cansado e descuidado de seu aspecto pessoal? palha). Possui um cheiro forte e adocicado similar ao perfume “patchouli” patchuli.
- Você o percebe hostil, agressivo, não cooperando com as normas familiares? É impor- tante para perceber se seu filho está fazendo uso destas substâncias
- Suas relações com outros membros da família encontram-se deterioradas? (Dificul- observar objetos como os citados abaixo, entre as coisas do seu filho: Caixas de
dades ou falta de diálogo, vínculos desfeitos, atitudes violentas ou agressivas) fósforos furadas no centro ou qualquer outro artefato como piteiras, cachimbos,
- Mudou radicalmente o seu grupo de amizades? maricas etc., que permitem o jovem fumar o cigarro de maconha até o final, sem
- Na escola, está com dificuldades com notas, professores ou colegas, repetiu de queimar os dedos ou os lábios. Já percebeu?
ano ou abandonou os estudos? - Já encontrou papel de seda ou papelote usado para se fumar cigarros de palha, nas
- Perdeu o interesse por passatempos, esportes, “hobbies” hobbies ou outras das coisas do seu filho?
suas ativi- dades favoritas? - Utiliza colírios constantemente e sem motivo aparente? (É usado para disfarçar a
- Houve modificações nos seus hábitos de alimentação e sono? vermelhidão dos olhos pelo uso da maconha)
- Usa desodorantes ou perfumes para disfarçar algum cheiro?
- Tem atitudes agressivas, violentas ou mentirosas frente às suas perguntas ou re-

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- Apresenta manchas amareladas entre as pontas dos dedos polegar e PESSOA COM DEFICIÊNCIA E SEXUALIDADE
indicador?
- Já percebeu um forte cheiro (adocicado) nas roupas, cabelos, carro, quarto, armá-
rio ou lençóis do seu filho? DIREITO À SEXUALIDADE
- A cocaina é um pó branco (similar a uma aspirina desmanchada) que adormece a
língua com seu contato. Pode ser usada por inalação (aspirada pe- O direito à sexualidade é
las narinas), fumada misturada à maconha ou por via endovenosa resposta a uma reivindica-
(injetada diretamente na veia através de seringa e agulha). Para ção antiga do movimento de
que ela possa ser usada são necessários vários instrumentos que, luta pelos direitos da pessoa
se encontrados entre as coisas do seu filho, podem indicar que ele com deficiência, e até os
está consumindo. dias atuais o exercício da se-
- Já encontrou instrumentos como cartões de crédito ou lâmina de xualidade por este segmen-
gilete (para pulverizar o pó), canetas bic bic sem carga (para to da população ainda é um
aspirar assunto “tabu” assunto-
a droga), colheres tortas ou queimadas (para misturar a droga com água, ferver e tabu e não deve- ria uma
aspirar na seringa), espelhos ou pratos, seringas, borrachas (torniquete) entre as vez que o acesso à
coisas do seu filho? sexualidade é um direito de
- O nariz do seu filho tem sangrado ou apresenta constantes todo o ser humano garantida
corizas? na Declaração Universal dos
- Seu filho está com dificuldades para Direitos do Homem
falar? Humanos: “Todos os seres
- Apresenta manchas roxas de picadas de agulha nos braços, pernas ou humanos são livres e iguais
pés? em dignidade e direitos”.
E O QUE É SEXUALIDADE?
Atenção: Alguns desses sintomas citados podem aparecer em jovens que não usam
drogas. Não se pode dizer que um adolescente está se drogando só porque está usan- Existem muitas formas de definir o
do brincos, cabelos compridos, ter feito a sua tatuagem ou mudou a sua maneira de que é sexualidade,. por isso Por
vestir. É o conjunto dos sintomas descritos que leva a essa possibilidade. isso, escolhe- mos aqui a maneira
mais fácil de ser entendida por
6.3DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DA PESSOA COM todos: “Sexualidade é essa
necessidade de receber e expres- sar
DEFICIÊNCIA expressar afeto e contato, que todas
as pes- soas têm e que traz
sensações praze- rosas para cada
um”.
Assim, sexualidade não é apenas sexo,
Todos os brasileiros incluindo as pes-
é o toque, o abraço, o gesto, a palavra
soas com deficiência têm seus direi-
que transmite prazer entre pessoas e
tos sexuais e reprodutivos, incluindo
que temos desde antes de nascer, na
o acesso universal nas áreas de Pre-
barriga da mãe, quando bebês e du-
venção, Diagnóstico e Tratamento
rante toda a vida. Conforme vamos
das DST/Aids.
crescendo, descobrimos também o
prazer provocado pelo contato sexu-
al, através do estímulo que fazemos

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em nós mesmos ou com outras pessoas. Essa forma de exprimir a sexualidade vai se -Acesso a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e atendimento de qua-
juntar às outras maneiras de contato que já vínhamos vivendo desde bebês, gerando lidade e sem discriminação;
a sexualidade adulta. Nesse sentido, a sexualidade deve ser exercida em -Acesso à informação e à educação sexual e
condições de dignidade e segurança a partir da tomada de consciência do seu corpo reprodutiva.
como algo que é seu e sobre o qual tem.
SÃO DIREITOS REPRODUTIVOS
DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE

É importante ressaltar que ‘não há diferenças significativas entre o desenvolvimento


sexual de pessoas com e sem deficiências. As necessidades e desejos sexuais são os
mesmos entre aqueles que têm deficiência e o resto da comunidade. No entanto,
como as oportunidades de experiências desse grupo social são, em geral, extrema- -Direito de decidir, de forma livre e res-
mente limitadas, as pessoas com deficiência irão ‘necessitar de assistência e apoio ponsável, se quer ou não ter filhos, quan-
para compreender a complexidade das relações humanas e os direitos e responsabi- tos filhos deseja ter e em que momento
lidades da sexualidade, assim como isso pode ser incorporado em suas vidas.’ de suas vidas;
Nesse contexto, é de fundamental importância a percepção de que o tema de -Direito a informações, meios, métodos e
extre- ma relevância, assim como muitos outros, deve ser tratado na perspectiva técnicas para ter ou não ter filhos;
inclusão através da ampliação das possibilidades de vida afetiva e sexual de forma -Direito de exercer a sexualidade e a re-
mais na- tural e freqüente frequente. produção livre de discriminação, imposi-
ção e violência.
SÃO DIREITOS SEXUAIS
-Viver plenamente a sexua-
lidade sem medo, vergonha,
culpa e falsas crenças;
-Viver a sexualidade indepen-
dentemente de estado civil,
idade ou condição física;
-Viver e expressar livremente VULNERABILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
a sexualidade sem violência,
discriminações e imposições e No campo da saúde e em termos sociais, a
com respeito pleno pelo corpo defici- ência é considerada um dos fatores
do (a) parceiro (a) do(a) constituintes ou agravadores da vulnerabilidade
parceiro(a); onde meninas e meninos com deficiência estão
-Escolher o (a) parceiro (a) expostos a maiores condições de risco, tanto na
o(a) parceiro(a) sexual; sua integridade física como mental, tanto no
-Escolher se quer ou não quer âmbito familiar como no seu meio social
ter relação sexual; cotidiano.
-Expressar livremente sua Como medida de prevenção, o Plano de Ação da
orientação sexual: heterosse- Década da Saúde tem como prioridade prevenir,
xualidade, homossexualidade, bissexualidade, entre outras; proibir e punir o maltrato, o abuso sexual e a
-Ter relação sexual independente da reprodução; exploração, especialmente intrafamiliar de
-Ter sexo seguro para prevenção da gravidez indesejada e de DST/HIV/AIDSAids; pessoas com deficiência, em particular crianças e
mulheres.
Nesse sentido, é de fundamental importância a definição e o conhecimento do
que venha a ser abuso sexual dado a seguir.
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DEFINIÇÃO DE ABUSO SEXUAL ‘Voyeur’ é uma palavra em francês e significa observador oculto, escondido que sen-
te prazer em observar ações, objetos ou atos sexuais.
Podemos definir abuso sexual como ‘expressão ou re-
alização da sexualidade vinculada ao desrespeito ao Assédio sexual:
indivíduo e aos seus limites, a troca de sua postura Somente ocorre nas relações de trabalho e educacionais, envolve relação
de sujeito a uma de objeto dos desejos do outro. (.) hierárquica entre o molestador e a vítima. O agressor para obter vantagens
Assim, o abuso sexual de crianças, o incesto e o assé- sexuais exerce poder sobre o sujeito de seu desejo, ameaçando-o (a) ameaçando-
dio denunciam um jogo de poder onde a sexualidade o(a). (GISELLE, 2004, p 38)
é utilizada de forma destrutiva, constituindo-se num
desrespeito ao ser humano. Nestes três casos, pode Sinais de Abuso sexual:
não existir a violência física, mas são relações que im-
plicam em outro tipo de violência, como a social e a São indicações acerca de violência sexual que está ocorrendo (ou que já ocorreu):
psicológica. O abuso sexual afeta, ao mesmo tempo,
a saúde física e mental e o direito individual de se dispor da própria sexualidade e -Alteração no comportamento/sentimentos: timidez, tristeza, medo e agitação, iso-
privacidade. lamento;
(Centre for Developmental Disability Health -Manifestar muito interesse em sexo ou apresentar comportamento sexualizado não
Victoria) condizente com a idade;
O abuso sexual é um crime caracterizado por uma relação de poder que ocorre -Tocar o próprio corpo ou de outros de forma regular;
mediante um jogo, ou ato sexual, em que o agressor visa obter satisfação sexual e -Apresentar rejeição ou temor quanto ao próprio corpo, por exemplo, ao realizar as
usa o poder que tem para impor seu desejo. O convencimento pode ser através de atividades de higiene;
violência, chantagem ou indução. -Presença de DST’s DSTs ou sintomas de baixa imunidade (a criança começa a ficar
(Artigo ‘Horror e Covardia’ de Claudia Gisele, 2004, doente sem uma causa clara) talvez causada pelo vírus HIV/AIDsAids;
p.38) -Gravidez súbita;
-Engajamento em trabalho sexual (prostituição);
CLASSIFICAÇÃO DO ABUSO SEXUAL -Vício em substancias ilícitas ou lícitas;
-Dificuldade de manter uma relação sexual saudável;
-Sono agitado com pesadelos recorrentes;
Abuso Verbal: envolve conversas sexualmente estimulantes que despertam interesse
-Tentativa de suicídio;
ou que chocam.
-Auto-agressão
Autoagressão;
Exploração sexual:
-Depressão ou baixa auto-
A vítima é levada manter relações sexuais em troca de pagamento ou outros ganhos
estima;
(alimento, vestimenta, brinquedo, etc.)
-Lesões corporais ou hematomas;
Estupro:
Violência física com penetração (vaginal) QUEM É OABUSADOR?

Atentado violento ao pudor: Estudos comprovam que 85 em 85% a 90% dos casos registrados de abuso sexual, a
Ocorre a violência física sem a penetração; a vítima é obrigada a fazer sexo oral, violência é perpetrada por pessoas conhecidas, como pai, mãe, padrasto,
anal ou outros atos libidinosos. madrasta, parente, vizinho, amigos da família, colegas de escola, babá, professor,
médico , etc e outras.
Exibicionismo:
Exposição da genitália para provocar reações adversas, de choque na vítima. O tipo de abuso

Voyerismo: No caso de crianças com idade até 10 anos


46,5% foram vítimas de atentado violento ao pudor,
84.5% foram abusadas por agressores identificáveis, geralmente do núcleo familiar,
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e em 42.3% o abuso ocorreu na residência das crianças.


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confia demais nesse adulto. Quando essa confiança é quebrada, as conseqüências
No caso de adolescentes entre 11 e 20 anos de idade consequências são terríveis. E quando essa credibilidade é quebrada, essa criança
90.8% sofreram estupro dificilmente confiará em outra pessoa”, explicou Itamar.Ainda Itamar. Ainda
72.3% foram violentadas por desconhecidos segundo o coordenador, um outro obstá- culo está no silêncio. “A violência sexual
Foram vitimadas durante atividades cotidianas 34.8% no trabalho e 28.4% na escola normalmente já é marcada pelo silêncio e medo. A deficiência potencializa isso.
e em 28% na do agressor. Há casos, em que a situação só vem à tona quando há uma gravidez”.

Abuso contra Crianças e Jovens com Deficiência


DISQUE DENÚNCIA NACIONAL DE ABUSO E EXPLORAÇÃO CONTRA CRIAN-
Meninas e meninos com deficiência estão expostos a maiores condições de risco, ÇAS E ADOLESCENTES - DISQUE 100
tanto na sua integridade física como mental, tanto no âmbito familiar como no seu
meio social cotidiano.
Com o objetivo de receber/acolher denúncias de violência contra crianças e adoles-
Estudos mostram uma diversidade de casos de maus tratos físico, exploração, aban-
centes, procurando interromper a situação de violação, o serviço atua em três níveis:
dono etc.
- ouve, orienta e registra a denúncia;
Por causa de sua condição física ou mental, as crianças e adolescentes com defici-
- encaminha a denúncia para a rede de proteção e
ência estão mais vulneráveis a sofrer um abuso sexual, já que confiam muito no seu
responsabilização;
responsável. Quando essa pessoa, que deveria ser seu protetor, se aproveita desta
- monitora as providências adotadas para informar a pessoa denunciante sobre o que
condição para abusar sexualmente dela, as conseqüências consequências são
ocorreu com a denúncia.
terríveis e as sequelas marcam toda sua vida. E o pior: esses casos não são poucos e
é muito difícil detectá-los e denunciá-los. “Ela possui uma relação especial de
O Disque 100 funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e
confiança com o adulto mais próximo e, se essa confiança é quebrada e a pessoa
feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de pro-
que deveria cuidar passa a abusar sexualmente dela, o abusador e os outros
teção, defesa e responsabilização, de acordo com a competência e as atribuições
adultos passam a perder toda aquela credibilidade que foi adquirida ao longo dos
específicas, priorizando o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente como
anos.
porta de entrada, no prazo de 24 horas, mantendo em sigilo a identidade da
pessoa denunciante. Pode ser acessado por meio dos seguinte canal.
O mais agravante é que ela pode achar esse abuso normal, no caso das crianças com
deficiência intelectual, e essa violência pode ocorrer por anos a fio, além de ver
todos como um abusador em potencial”, explicou o coordenador de Programas da DISCAGEM DIRETA E GRATUITA DO NÚMERO 100.
Childhood Brasil, Itamar Gonçalves. As crianças e os adolescentes que possuem algum
tipo de deficiência estão mais expostos a esse tipo de problema por várias razões.
6.4 PREVENÇÃO AS DSTs
Primeiro, porque a maioria é excluída do processo de contato social fora do espaço
da família “O principal empecilho esta na sociabilidade dessa criança. Existem famí- As doenças sexualmente transmissíveis (DST) (DSTs) são
lias que acabam escondendo elas. Isso faz com que ela tenha seu desenvolvimento transmiti- das, principalmente, por contato sexual sem o
comprometido e facilite a ação do abusador. A falta desse contato externo compro- uso de cami- sinha com uma pessoa que esteja infectada,
mete a denuncia”, explicou Itamar. A coordenadora dos programas de proteção aos e geralmente se manifestam por meio de feridas,
direitos da infância da do Unicef, Helena Oliveira, diz que a grande dificuldade se corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são
deve a própria característica desse tipo de violência “É difícil para a vitima desse gonorréia gonorreia e sífilis. Algumas DST DSTs podem não
tipo de violência formalizar, denunciar ou apresentar alguma reclamação. apresentar sintomas, tanto no ho- mem quanto na mulher.
E isso requer que, se fizerem sexo
As evidências são indiretas por reações indiretas”, comenta. Outro grande empe- sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de
cilho está na relação de confiança que a criança tem com o adulto. “Essa criança saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo,
podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.

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Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e genital) é o método HIV/Aids
mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST DSTs, em especial do
vírus da AIDS Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão AIDS Aids é a sigla da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, provocada por uma
de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, vírus chamado HIV. Em casos de AIDS Aids, manifestam-se diversas doenças, porque
principalmente no uso de drogas injetáveis. A AIDS Aids e a sífilis também podem o sistema de defesa do organismo humano fica desorganizado pela ação do HIV.
ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a O HIV pode contaminar indivíduos que se envolvem em situações de risco sem pro-
gravidez, o parto. E, no caso da AIDS Aids, também na amamentação. teção:
O tratamento das DST DSTs melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe - Contato com esperma e secreção vaginal (líquidos que estão presentes no corpo do
a ca- deia de transmissão dessas doenças. O atendimento e o tratamento são homem e da mulher no momento da transa) contaminados, em práticas sexuais com
gratuitos nos serviços de saúde do SUS. penetração sem o uso da camisinha;
Principais sintomas das doenças mais comuns: - Contato com sangue contaminado, seja através de transfusões, seja através do
Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), pode cau- compartilhamento de agulhas e seringas, principalmente entre usuários de drogas
sar coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na região. injetáveis;
Corrimento pelo canal de onde sai a urina, que pode ser amarelo purulento ou mais - Da mãe para criança durante a gestação, parto e aleitamento.
claro - às vezes, com cheiro ruim, além de poder apresentar coceira e sintomas Essas situações estão muito bem definidas e caracterizadas, sendo, portanto, facil-
urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante. Presença de feridas na mente evitáveis:
região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por - No caso de prática sexual com penetração, seja anal, vaginal ou oral, use sempre
bolhas pequenas, acompanhadas ou não de “íngua” na virilha. Dor na parte baixa camisinha de forma correta. Sabendo usar o preservativo você diminui sensivelmen-
da barriga e durante a relação sexual. Verrugas genitais ou “crista de galo” (uma ou te a possibilidade de rompimento;
várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e se parecer com - Pratique sempre sexo mais seguro, que são formas de transar através das quais você
uma couve-flor. não entra em contato com esperma, secreção vaginal ou sangue;
Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde e tirar todas as dúvidas - Exija sangue previamente testado nas transfusões, seja em hospitais públicos ou
sobre sexo ou qualquer coisa diferente que esteja percebendo ou sentindo. É direito privados;
de todo brasileiro buscar esclarecimento e informações durante o atendimento de -Dê preferência a agulhas e seringas descartáveis, nessa impossibilidade, as esterili-
saúde. ze no calor ou com água sanitária, principalmente no uso de drogas injetáveis.

Além do HIV/AIDS Aids existem diversas outras doenças sexualmente


Outras maneiras de se pegar o HIV, fora as mais
transmissíveis, se- gue abaixo uma lista contendo algumas delas:
conhecidas:
• Cancro mole
• Clamídia e Gonorréia Apesar de muito pequenas, existem, sim, chances de se adquirir o vírus por meio de:
• Condiloma acuminado (HPV) - Transplante de órgãos, na falta de triagem para o HIV;
• Doença Inflamatória Pélvica - Inseminação artificial, caso o banco de sêmen não tenha testado os
(DIP) doadores;
• Donovanose - Instrumentos utilizados nos consultórios de dentistas, quando não esterilizados.
• Hepatites Virais Instrumentos cirúrgicos empregados em procedimentos invasivos (que penetram no
• Herpes corpo);
• Infecção pelo Vírus T-linfotrópico humano (HTLV) - Compartilhamento de escova de dente, em situações de
• Linfogranuloma Venéreo sangramentos;
• Sífilis - Tatuagem e acupuntura, com instrumentos não-descartáveis não
descartáveis ou esterilizados.
• Tricomoníase

Como não se pega Aids:

Por meio de:


- Abraços, carícias ou aperto de mão;
- Vasos sanitários, copos, talheres, roupas ou sabonetes;
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- Saliva, suor ou lágrima; real.


- Picadas de mosquito, pulgas, piolhos, percevejos ou outros insetos que possam Fatores de Risco
estar presentes na casa de um portador ou doente de Aids. Os mosquitos não podem
transmitir o vírus, pois: 1) sugam sangue e injetam saliva; 2) O HIV morre ao penetrar Pessoas com deficiência estão em risco de vulnerabilidade pelo HIV em todos os
no organismo destes insetos; países que são pesquisados. Enquanto a análise de dados é um processo contínuo,
- Piscina ou praia; as conclusões podem ser feitas com base nos dados analisados. Todos os fatores de
- No assento do ônibus, cadeiras, bancos públicos de praças, parques ou risco associados ao HIV aumentam para os indivíduos com deficiência.
hospitais;
- Alimentos; 1)Pobreza
- Doação de sangue com material descartável.
A distribuição do preservativo é gratuita, procure uma unidade de saúde mais próxi- a. Mesmo entre os pobres, é geralmente reconhecido que pessoas com
ma da sua residência. deficiência são
os membros mais pobres das comunidades.
b.Conforme James Wolfensohn observou, a não ser que as pessoas sejam trazidas
para a veia do desenvolvimento, será impossível reduzir a pobreza mundial pela
metade até 2015, ou dar a cada criança a oportunidade de concluir o ensino funda-
mental até a mesma data.
c. Há um ciclo de deficiência e pobreza: os pobres são mais propensos a
sofrerem de deficiências em decorrência da má nutrição, falta de cuidados
PREVINA-SE, USE CAMISINHA! médicos, moradias perigosas, acidentes de trabalho e violência.
d.A d. A estimativa do Banco Mundial é que há uma pessoa com deficiência dentre
cada
cinco das pessoas mais pobres do mundo.

2)Falta de Escolaridade

a. Crianças com deficiência são excluídas do processo de educação por serem


consideradas como pessoas que não precisam daquela educação, por serem
motivo de distração nas escolas, ou porque se acredita que não são capazes de
aprender.
b.As b. As escolas são fisicamente inacessíveis.
DST/AIDS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
c. Como resultado, o índice mundial de alfabetização para todas as pessoas com
de- ficiência pode ser tão baixo como 3% podendo chegar a apenas 1% para as
Seja de maneira implícita ou explícita, as pessoas com defici- mulheres com deficiência.
ência não estão sendo incluídos na maior parte dos esforços d.Mesmo d. Mesmo se freqüentando frequentando a escola, é menos provável que
relacionados ao HIV/Aids. A falta de conhecimento e cons- crianças e adolescentes recebam educação nas áreas de ciências e saúde e mais
cientização por parte de pessoas que trabalhem com a Aids, provável que sejam dispen- sadas de aulas de educação sexual.
bem como de autoridades governamentais e ONGs acerca de e.De e. De acordo com a UNICEF o Unicef, um terço de todas as crianças de rua
questões relacionadas às deficiências constitui a principal possuem algum tipo
barreira. Por não estarem familiarizados com as populações de deficiência.
de pessoas com deficiência, estas pessoas não estão cientes
que as pessoas com deficiência são sexualmente ativos e, portanto, sujeitos ao risco 3)Falta de informações e recursos para assegurar a prática do sexo seguro
de vulnerabilidade pelo HIV. A maioria das pessoas vêm estas pessoas como pessoas
clinicamente dependentes, similares à população infantil, e assim isoladas do mundo a.Há a. Há a presunção incorreta do público em geral, bem como da comunidade
de pes-
quisas sobre o HIV/Aids, que pessoas com deficiência não são sexualmente ativos.
b.A b. A probabilidade de adolescentes e adultos com deficiência serem
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sexualmente

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ativos é a mesma que não tenham deficiência. ACESSO E CUSTEIO CASO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SEJAM CONTAMINADOS PELO
c. Muitos dos adolescentes com vários tipos de deficiências atingem a puberdade na HIV
mesma idade que adolescentes que não tenham deficiência.
d.Os d. Os índices de homossexualidade e bisexualide bissexualidade são iguais a. As instituições de saúde são fisicamente inacessíveis (escadas, falta de
para os indivíduos com deficiência e para os que não tenham deficiência. intérpretes para linguagem da língua de sinais, etc.).
e.No e. No entanto, é menos provável que as pessoas com deficiência recebam b.Pessoas b. Pessoas com deficiência que sejam pobres não têm condições
mensagens financeiras para ar- car arcar com os custos de tratamentos médicos.
sobre a Aids e que tenham acesso a preservativos e outros métodos preventivos.
c. Profissionais da saúde não têm conhecimento das necessidades das pessoas
4) Risco elevado de violência e estupro, e falta de proteção judicial nestes casos em com deficiência
específico.
d.Os d. Os locais onde serviços como programas de prevenção e tratamento para o
uso de drogas e álcool, programas de intervenção contra violência doméstica e de
a.Esta a. Esta área não tem sido alvo de muita pesquisa, mas os estudos que
distribuição de preservativos e materiais informativos sobre a Aids são também
existem e as respostas obtidas através dos questionários de levantamento
inacessíveis ou não-inclusivo não inclusivo.
mostram que pessoas com deficiência são três vezes mais propensos a serem
vítimas de abuso físico, sexual ou estupro.
PRECONCEITO
b.A b. A maior parte das pessoas com deficiência tem pouco ou nenhum acesso à
polícia, aconselhamento jurídico ou tribunais de proteção.
a.Preconceito a. Preconceito tem sido associado a Aids.
c.Em c. Em caso de abuso sexual ou estupro, as pessoas com deficiência têm menos
b.Preconceito b. Preconceito também é freqüentemente frequentemente associado
acesso que pessoas que não tenham deficiência às intervenções, inclusive ao
a indivíduos que nasceram com uma deficiência ou adquiriram-na em um dado
aconselhamento psicológico e tratamento profilático.
momento.
c.Indivíduos c. Indivíduos com deficiência que se tornam soropositivo soropositivos
5)Uso 5) Uso de drogas ilícitas são duplamente estigmati- zados, principalmente dentro da estrutura de ‘modelos
de caridade’.
a.As a. As respostas aos questionários, bem como as informações limitadas
oriundas de publicações científicas, relatam uso de drogas dentre grupos SUBGRUPOS QUE ESTÃO MAIS SUSCETÍVEIS AO RISCO DE CONTAMINAÇÃO PELO HIV
específicos que foram estudados (pessoas com deficiência auditiva e mulheres
com deficiências físicas) em índices significativamente mais altos que os índices Quando comparadas aos homens, com ou sem deficiencia, as mulheres com defici-
da população em geral. ência são:
b.A b. A maior parte destas informações é de países desenvolvidos. Quase nada
é co- nhecido sobre este assunto em se tratando de países em
1) Mais propensas a terem níveis mais baixos de escolaridade;
desenvolvimento, a não ser as informações que foram obtidas através do
2) Mais sujeitas a maior probabilidade de desemprego ou sub-emprego; 3)Menos
Levantamento Mundial. Es- tes resultados indicam que o uso de drogas ilícitas
propensas ao casamento;emprego;
existe e é um problema.
3) Menos propensas ao casamento;
4)Mais 4) Mais propensas a enfrentarem uma série de relacionamentos instáveis.
ÓRFÃOS DA AIDS COM DEFICIÊNCIA

a.Crianças a. Crianças com deficiência que ficaram órfãs em decorrência


Membros de etnias e grupos de minoridades de pessoas com deficiência:
da mor- te de seus pais em decorrência da Aids, sendo estas soropositivos ou
não:
1) São marginalizados dentro de suas próprias sociedades, bem como
i.Requerem i. Requerem cuidados adicionais (para alimentação, e cuidados
dentro da sociedade como um todo;
básicos) por parte de pessoas que já estão sobrecarregadas com muitas outras
2) Têm mais baixos níveis de escolaridade, emprego e acesso aos programas
crianças para cuidar.
para pessoas com deficiência;
ii.São ii. São mais suscetíveis à má-nutrição,negligência,internação e abandono em
3) Têm menores chances de serem atendidos pelos esforços nacionais de
instituições.
educação acerca da Aids;
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4)Enfrentam 4) Enfrentam a discriminação em proporções ainda maiores se


forem mulheres. 1)A falta de educação limita a habilidade de obtenção e processamento de informa-

RESULTADOS MAIS RECENTES

Há extrema necessidade de pesquisa em todos os níveis:


1)Epidemiológico;
2)Médico;
3)Ciências sociais;
4)Programas e serviços
5)Averiguação e avaliação de intervenções atuais e
futuras.

1) Epidemiológico;
2) Médico;
3) Ciências sociais;
4) Programas e serviços
5) Averiguação e avaliação de intervenções atuais e futuras.

Há necessidade eminente e imediata para educação sobre o HIV/Aids, intervenção,


e serviços que atendam indivíduos e grupos de pessoas com deficiência em todo o
mundo.

Há também a necessidade para:

1)O 1) O entendimento sobre quais programas funcionam e quais não funcionam


com as populações de pessoas com deficiência e a razão para isto.
2)Pesquisas 2) Pesquisas sobre quais são as necessidades clínicas que possam existir
para pessoas com deficiência com relação à abordagem e tratamento para a Aids
para com a po- pulação em geral (por exemplo, a associação de medicamentos
psicotrópicos com os antiretrovirais ainda precisa ser abordada).

3)O 3) O acompanhamento e a avaliação dos poucos projetos pilotos que já são


disponi- bilizados.
Com base nas informações que foram coletadas através deste levantamento até o
presente momento, a tipologia de intervenção (abordando um continuum de Tipo I a
Tipo III) poderia ser proposta da seguinte forma:
Tipo I – Indivíduos com deficiência incluídos como membros da população geral que
requerem pouca ou nenhuma adaptação ou gasto adicional
Tipo II – Indivíduos com deficiência incluídos como membros da população em geral
que requerem adaptações pequenas ou moderadas e que façam parte dos programas
direcionados à população em geral para assegurar a inclusão de pessoas com defici-
ência
Tipo III – Intervenções específicas para pessoas com deficiência que visam atender às
necessidades de indivíduos que de outra maneira não seriam alcançados.
Razões pelas quais as pessoas com deficiência não estão sendo alcançados ou aten-
didos:
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ções Chamamos de lesão medular toda injú-


2)A 2) A informação é disponibilizada em formatos inacessíveis ria às estruturas contidas no canal me-
a)As 2) As campanhas de rádio excluem as pessoas com deficiência auditiva; dular (medula, cone medular e cauda
b)Os b) Os outdoors excluem a pessoa com deficiência visual; equina), podendo levar a alterações
c)Mensagens c) Mensagens complexas ou vagas excluem pessoas com deficiência motoras, sensitivas, autonômicas e psi-
intelectual; coafetivas. Estas alterações se mani-
d)As d) As clínicas e serviços de saúde são inacessíveis. festarão principalmente como paralisia
ou paresia dos membros, alteração de
tônus muscular, alteração dos refle-
PARA REALIZAR O TESTE ANTI-HIV
xos superficiais e profundos, alteração
ou perda das diferentes sensibilidades
Procure a Fundação de Med.Tropical do Amaz Medicina Tropical do Amazonas, a
(tátil, dolorosa, de pressão, vibratória
Maternidade Moura Tapajós, a Casa de Saúde da Mulher, a Fundação Alfredo da
e proprioceptiva), perda de controle
Matta, as Policlínicas e Unidades Bási- cas de Saúde mais próximas de sua
esfincteriano, disfunção sexual e alte-
residência.
rações autonômicas como vasoplegia,
alteração de sudorese, controle de
6.5 LESÃO MEDULAR temperatura corporal entre outras.
(LM) No brasil a incidência de trauma raquimedular é de 40 casos novos/ano/milhão de
habitantes, ou seja, cerca de 6 a 8 mil casos novos por ano, sendo que destes 80% das
A lesão da medula espinal é um dos vítimas são homens e 60% se encontram entre os 10 e 30 anos de idade.
mais graves acometimentos que Estima-se que ocorram a cada ano no país País, mais de 10.000 novos casos de lesão
pode afetar o ser humano e com me- dular, sendo o trauma a causa predominante, o que representa uma incidência
enorme repercus- são física, psíquica muito elevada quando comparada com outros países.
e social.

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Trata-se definitivamente de uma patologia de alto impacto sócio-econômico ção muscular ativa e/ou preservação sensitiva abaixo do nível de lesão se dá por uma
socioeconômico no nosso escala específica (Frankel ou Asia Impairment Scale).
país, sendo que o custo para a sociedade por paciente permanece alto. Determinamos o nível sensitivo da lesão através da avaliação clínica da sensibilidade
Nos estudos brasileiros que descrevem a ocorrência de casos em hospitais ou centros dos dermátomos ao toque leve e à dor. São avaliados pontos chaves dos dermátomos
de reabilitação, é consensual que a maioria é de origem traumática. No dando notas de 0 (zero) para ausência de sensibilidade, 1 para sensibilidade
entanto, há divergências entre a etiologia mais comum. Estudos em centros de alterada (di- minuição ou aumento) e 2 para sensibilidade normal.
reabilitação revelam que a maior parte dos casos relaciona-se a acidentes O nível motor é determinado pela avaliação do grau de força muscular (Tabela 1) nos
automobilísticos e ferimentos por projétil de arma de fogo como segunda causa grupos musculares correspondentes aos miótomos (Tabela 2). Esta gradação não é
mais comum. Já em le- vantamentos realizados em centros de referência em aplicada aos músculos do tronco.
traumatologia da cidade de são paulo, a causa mais comum relaciona-se a quedas,
em especial quedas de laje. vale ressaltar que estes últimos estudos também Grau 0 Paralisia Total total
mostram uma diminuição da ocorrência por acidentes automobilísticos, sendo
observado aumento apenas nos acidentes com motociclistas.
Grau 1 Contração Visível ou Palpável visível ou palpável
As causas não traumáticas correspondem a cerca de 20% dos casos de lesão medular Grau 2 Movimentação ativa sem vencer a força da gravidade
e compreendem um vasto leque de patologias como tumores intra e extra-medula- Grau 3 Vence a gravidade, mas não vence qualquer resistência
res, fraturas patológicas (metástases vertebrais, tuberculose, osteomielite e osteo-
porose), estenose de canal medular, deformidades graves da coluna, hérnia discal, Grau 4 Não vence a resistência do examinador
isquemia (em especial associada a aneurismas de aorta), infecciosas (p.ex. mielite Grau 5 Normal
transversa, paraparesia espástica tropical) e auto-imunes autoimunes (p.ex.
Tabela 1: Avaliação da força muscular.
esclerose múltipla).
Nível Motor Ação
DIAGNÓSTICO C5 Flexão do cotovelo
Nível neurológico da lesão C6 Extensão do punho
C7 Extensão do cotovelo
A lesão medular é classificada segundo a padronização internacional determinada
pela American Spinal Injury Association – ASIA (Asia) (disponível em http://asia- C8 Flexão das falanges distais
spinalin- jury.org/). T1 Abdução do quinto dedo
O nível da lesão é determinado após exame de força motora, sensibilidade e refle-
T2 - L1 Não é possível quantificar
xos.
Cabe ressaltar que em casos traumáticos, durante a fase de choque medular, pode L2 Flexão do quadril
haver ausência de reflexos, sendo impossível durante este período predizer se a le- L3 Extensão do joelho
são é completa ou incompleta.
A volta dos reflexos, testada pelos reflexos bulbo cavernoso e cutâneo anal marca o L4 Dorsiflexão do pé
fim do choque medular, momento este em que devemos repetir o exame neurológico L5 Extensão do hálux
para determinar o grau (completo ou incompleto) e nível (sensitivo e motor) da lesão
medular.
S1 Plantiflexão
Em relação ao nível da lesão medular, define-se como tetraplegia o acometimento Tabela 2: Miótomos e testes musculares correspondentes.
de tronco, membros superiores e inferiores e paraplegia como o comprometimento
de tronco e membros inferiores.
Na propedêutica, conceituamos plegia como a ausência de movimento voluntário e
paresia como a presença de contração muscular voluntária com diminuição da força.
No entanto, a ASIA Asia recomenda que nos casos de lesão medular SEMPRE se
classifique como tetraplegia ou paraplegia. A diferenciação dos casos nos quais há
movimenta-
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EXAMES COMPLEMENTARES da sensibilidade. Devemos diagnosticar e tratar a dor o mais precocemente possível
para que diminua a chance de cronificação.
Para determinar o nível ósseo de lesão, iniciamos a investigação com radiografia A dor pode ser um fator incapacitante às vezes mais importante que a própria perda
ântero-posterior e perfil da coluna. motora e tem implicações funcionais, psicológicas e sócio-econômicas
Sempre que possível o paciente deve ser submetido a tomografia computadorizada socioeconômicas. Assim como a espasticidade, a piora do padrão de dor pode
para melhor avaliar e classificar a lesão óssea. Tal exame é fundamental nas fraturas relacionar-se a estímulos nociceptivos periféricos.
cervicais altas e nas fraturas da transição cervico-torácica que geralmente não são A abordagem terapêutica deve se embasar em quatro recursos: medicamentoso-
bem avaliadas pe- las radiografias simples. -cirúrgico, reabilitação física, posicionamento e aconselhamento comportamental-
O exame de Ressonância Magnética (RM) não é realizado de forma rotineira nos pa- -afetivo.
cientes com lesão medular. Este exame demanda tempo, disponibilidade e por isso
nem sempre é adequado a muitos desses pacientes que podem estar instáveis do Medicamentoso-cirúrgico: de acordo com o tipo de dor, a queixa do paciente e suas
ponto de vista clínico, neurológico e hemodinâmico. comorbidades, são utilizados medicamentos de diferentes classes, sendo que os que
A ressonância é indicada nos caso em que constatamos discrepância entre o exame oferecem melhores resultados são os antidepressivos (tricíclicos e inibidores duais
neurológico e os exames de radiografia e tomografia. Podemos estar diante de lesão de recaptação da serotonina), os anticonvulsivantes e em alguns casos os opióides
neurológica sem lesão óssea, como por exemplo, as lesões causada por hérnia de dis- de liberação rápida. Também podem fazer parte da grade medicamentosa os neuro-
co traumática, he- matomas hematomas ou crianças com SCIWORA – Spinal Cord lépticos, anti-inflamatórios e miorelaxantes.
Injury WithOut Ra- diologic Abnormality Lesão Medular Sem Anormalidade Em casos de insucesso, abordagens neurocirúrgicas de neuromodulação ou neuroa-
Radiológica (Sciwora, na sigla em inglês), situações clínicas nem sempre blação podem ser utilizadas, sempre levando-se em consideração seus efeitos posi-
visualizadas na tomografia e radiografia. tivos comparados com as consequências das mesmas.
É também indicada a ressonância magnética nos casos em que o paciente apresenta Todo e qualquer procedimento deve ser instituído com a ciência e concordância do
déficit progressivo, ou nos casos de fratura luxação cervical que não podem ser tra- paciente e/ou responsável.
tados inicialmente com halo craniano, ou que não apresentam redução de luxação
cervical com este méto- do e que terão de ser submetidos à redução cirúrgica desta Reabilitação Física: uma rotina de exercícios e atividades funcionais, além de
luxação. Neste último caso, a ressonância será importante para a indicação da via trazer benefícios fisiológicos inerentes à atividade (por exemplo, liberação de endor-
de acesso cirúrgico. finas), pode favorecer não somente a analgesia, mas também o desvio do foco por
Se houver a suspeita de instabilidade ligamentar da coluna, deve-se idealmente re- parte do paciente do seu quadro álgico, melhorando as possibilidades de sucesso das
alizar a RM. Não são indicadas radiografias dinâmicas na urgência, pois existe o risco terapias instituídas. O engajamento em atividades do cotidiano favorece também a
do agravamento ou da ocorrência de uma eventual lesão medular com esta manobra. experimentação do potencial produtivo, com reflexos no humor e na motivação do
indivíduo.

CONSEQUÊNCIAS DA LESÃO MEDULAR E OUTROS TÓPICOS DE RELEVÂN- Aconselhamento comportamental-afetivo: explicar ao paciente as possíveis causas
CIA da dor, valorizar os seu potencial residual e incentivar a busca de recursos compor-
tamental-afetivos para superar o quadro da incapacidade são fundamentais para o
sucesso dos recursos terapêuticos relatados acima.
Dor Neuropática
Alterações músculo-esqueléticas
A ocorrência de dor após a lesão medular é muito freqüente frequente, 60% dos
casos terão dor em alguma fase da vida. Cerca de um terço dos pacientes 1. Ossificação Heterotópica (OH)
desenvolve dor crônica de forte intensidade. A International Association of Study
of Pain (IASP) (Iasp) classifica a dor após a lesão medular em nociceptiva (visceral É a formação de osso em tecidos moles em locais onde normalmente este não existe.
ou osteomuscular) e neuropática e o correto diagnóstico do fator causal é Ocorre sempre abaixo do nível de lesão, mais comumente nos quadris, mas pode
fundamental para o sucesso do tratamento. A dor neuropática caracteriza-se por ocorrer em outras grandes articulações como joelho, ombro e cotovelo. Pode levar à
sensação desconfortável geralmente imprecisa em queimação, choque ou
formigamento em região na qual há perda ou diminuição

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formação de grandes massas ósseas peri-articulares e diminuir a amplitude articular


ou até mesmo bloquear completamente a articulação, o que pode prejudicar a rea- 3. Alterações Vasculares
lização das Atividades de Vida Diária.
O diagnóstico da OH ocorre, geralmente, entre o primeiro e o sexto mês após a in- São três principais complicações no sistema circulatório, que podem ocorrer após a
júria medular, sendo a maior frequência de detecção nos primeiros dois meses após lesão medular - hipotensão postural, disreflexia autonômica, trombose venosa pro-
a lesão. Os achados clínicos mais comuns são a redução da amplitude de movimento funda.
articular associada ou não à crepitação ao movimento ativo ou passivo. Os sinais
inflamatórios, como edema periarticular, eritema, aumento de temperatura local e 4. TVP
dor (quando há sensibilidade preservada) usualmente estão presentes.
Por ser o diagnóstico inicial predominantemente clínico, os membros da equipe mul- A trombose venosa profunda (TVP) é decorrente da hipercoagulabilidade
tiprofissional devem permanecer atentos aos sinais de instalação da OH durante os sanguínea, das alterações endoteliais e da estase venosa (tríade de Virchow). A
exames de rotina, consultas e procedimentos. A detecção precoce na fase aguda, an- paralisia associada à vasoplegia faz com que os pacientes com lesão medular
tes do amadurecimento e calcificação, e o tratamento adequado, são fundamentais tenham alto risco de desen- volver fenômenos tromboembólicos venosos
nesse tipo de acometimento e podem evitar a sua progressão. principalmente nas 4 primeiras semanas após a lesão. Cerca de 50% dos pacientes na
Cuidados simples levam à prevenção das microlesões vasculares associadas à ossifi- fase aguda desenvolvem TVP assintomá- tica, 15% apresentam manifestações
cação heterotópica. A cuidadosa mobilização articular nos extremos do arco de mo- clínicas e 4% evoluem para embolia pulmonar, muitas vezes fatal. O quadro
vimento, em especial no quadril. Tais cuidados, que incluem também evitar realizar clínico se caracteriza pelo edema e empastamento da extremidade, aumento da
punções venosas abaixo do nível de lesão devem ser tomados por todos os membros temperatura local, cianose ou hiperemia. Pode haver queixa dolorosa quando o
da equipe de saúde. paciente tem a sensibilidade preservada.
A prevenção deve ser feita com uso precoce de anticoagulantes, movimentação pas-
2. Osteoporose siva dos membros inferiores e uso de meias elásticas compressivas.

A osteoporose pode reconhecidamente ser uma consequência da lesão medular. Um 5. Hipotensão Postural
acentuado declínio na densidade mineral óssea já pode ser detectado radiologica-
mente nos membros inferiores dos pacientes desde a sexta semana após a lesão A hipotensão postural é consequência da vasodilatação abaixo do nível de lesão
medular, sendo descrita uma progressão deste até um a dois anos após a lesão, com medular e consequente represamento de sangue nos membros inferiores, além da
subsequente estabilização do quadro. Tal fato torna-se relevante na medida em que ausência ou diminuição dos reflexos vasomotores posturais. A elevação brusca do
resulta numa fragilidade óssea e portanto com maior risco de fraturas nessa popu- decúbito, ao assumir a posição sentada ou em pé, provoca queda da pressão arterial
lação. sistólica e diastólica, manifestando-se clinicamente como tontura, escurecimento da
Diante do diagnóstico de fratura, em geral, o tratamento deve ser efetuado seguindo visão, zumbido e até síncope.
a conduta habitual instituída ao paciente com idade equivalente; no entanto deve-se A prevenção é feita com treinamento progressivo de elevação de decúbito, ingestã o
evitar trações e ter muito cuidado ao se utilizar o tratamento conservador usando ingestão hídrica adequada, uso de meias elásticas compressivas e faixas elásticas
gesso, devendo acolchoá-lo bem devido ao risco de úlceras por pressão. Os resulta- abdominais.
dos de osteopenia ou osteoporose encontrados na avaliação pela densitometria óssea
parecem ter uma boa correlação com o risco de fraturas. 6. Disreflexia Autonômica
Recentemente, tem sido proposto o uso de bifosfonados e cálcio para o tratamento
da osteoporose no paciente com lesão medular, apesar deste tema ainda ser contro- A disreflexia autonômica é uma crise hipertensiva, definida como aumento de 20
verso. mmHg na pressão arterial sistólica e diastólica basal. Vale lembrar que a PA destes
Portanto, deve-se orientar o paciente quanto aos riscos de fratura, ensinar técnicas pacientes, em especial os tetraplégicos, tende a ser baixa (pela vasoplegia). Portan-
corretas de transferências e demais atividades de vida diária e frente a suspeita de to, níveis pressóricos considerados normais para a população geral como 120 x 80
lesão óssea (hiperemia, encurtamento de membros, dor), que procure serviço de mmHg ou 130 x 90 mmHg podem ser elevadas para estes pacientes. A manifestação
pronto atendimento para diagnóstico e tratamento corretos. clínica mais comum é caracterizada por intenso desconforto geralmente associado
à cefaléia cefaleia, sudorese, piloereção, dilatação das pupilas e rubor facial.
Ocorre em pacientes com lesão medular acima de T6. Após um estímulo
nociceptivo abaixo do
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nível da lesão é desencadeada uma reação adrenérgica (simpática). Esta reação leva da bexiga neurogênica deve garantir esvaziamento vesical a baixa pressão, evitar
a uma vasoconstrição importante de todo leito vascular e consequente elevação estase urinária e perdas involuntárias. Na maior parte dos casos, este esvaziamento
da PA. Os centros baroceptores (seios carotídeos), acima do nível da lesão, serão deverá ser feito por cateterismo vesical intermitente, instituído de forma manda-
ativados, desencadeando resposta parassimpática visando vasodilatação e diminui- tória, independente da realização precoce do exame de urodinâmica, desde a alta
ção da freqüência frequência cardíaca. No entanto, devido à lesão medular, este
hospitalar. Além dos riscos clínicos (infecção e insuficiência renal), a incontinência
estímulo não poderá ser transmitido aos vasos abaixo do nível da lesão. O principal
urinária causa isolamento social e tem grande impacto na autonomia funcional do
leito vascular do corpo humano é o leito esplâncnico (das vísceras abdominais) e,
paciente.
por isso, a vaso dilatação do leito vascular de lesões acima de T6 não será suficiente
Infecções do trato urinário são extremamente frequentes nos lesados medulares
para compensar a vasoconstrição no território abaixo do nível da lesão, levando a
sendo a principal doença infecciosa que os acomete tanto na fase aguda quanto
hipertensão arte- rial e todos os sintomas relatados previamente. A causa mais
comum é a distensão das vísceras ocas, principalmente pelo não esvaziamento da na fase crônica da lesão medular. A principal causa relaciona-se com a retenção e
bexiga ou obstipação intestinal, mas vale ressaltar que qualquer estímulo esvaziamento incompleto da bexiga. Os pacientes que realizam cateterismo vesical
nociceptivo abaixo do nível de lesão (úlceras por pressão, infecção urinária ou intermitente são todos virtualmente colonizados em seu trato urinário, devendo-se
mesmo uma roupa ou sapato aperta- dos) pode levar a uma crise de disreflexia. tomar cuidado para o diagnóstico correto de infecção nestes pacientes. Serão valo-
Uma rápida inspeção visual do corpo do indivíduo, buscando possíveis lesões rizadas apenas uroculturas positivas de pacientes que tiverem sintomas consistentes
causadas pelo atrito, cisalhamento ou pressão nos segmentos corporais sem como febre, aumento ou aparecimento de perdas urinárias entre os cateterismos,
sensibilidade protetora deve ser realizada. Especial atenção deve ser dada à aumento de espasticidade e automatismos e piora da dor neuropática, entre outros.
fricção/abrasão de membros contra o solo, a roda ou outros componentes da Naqueles pacientes com alta pressão de esvaziamento, rígido cateterismo intermi-
cadeira de rodas. tente deve ser instituído desde o início, com controle medicamentoso e controle
O tratamento é a resolução ou retirada do estímulo nociceptivo, sendo desneces- periódico da função renal.
sário, na maioria dos casos, o uso de anti-hipertensivos. Como medida imediata, Assim, levando-se em consideração os aspectos colocados acima, torna-se manda-
sempre se recomenda o esvaziamento vesical com sonda de alívio e colocação do tória a avaliação periódica do trato urinário do paciente lesado medular durante
paciente na posição sentada. toda a sua vida (semestral ou anualmente, de acordo com a necessidade) através
de exames laboratoriais e de imagem, bem como o acompanhamento com médico
urologista que dará as diretrizes para a melhor forma de esvaziamento vesical e rea-
7. Bexiga Neurogênica
lizará procedimentos cirúrgicos quando necessário.
As repercussões urológicas causadas pela lesão na medula
7.1 Cateterismo Intermitente
espinhal constituem umas das maiores preocupações para
Limpo (CIL)
a equipe de reabilitação, pois o mau funcionamento ve-
sical pode, quando assistido inadequadamente, acarretar
O Cateterismo Intermitente
complicações que vão desde a infecção urinária, cálculos
Limpo é uma técnica desenvol-
vesicais até fístulas peno-escrotais, refluxo vésico-urete-
vida para tratar pacientes de
ral, hidronefrose e em casos extremos, perda da função
qualquer idade que apresentam
renal.
problemas de esvaziamento da
A micção normal envolve complexos mecanismos de integração do sistema nervoso
bexiga urinária. Seu treinamen-
autônomo (involuntário) e piramidal (voluntário). O ciclo normal de micção deve
to é rápido e de fácil aprendizado. Nele, um cuidador pode ser treinado para rea-
permitir armazenamento de urina, percepção de bexiga cheia e eliminação volun-
lizar a técnica em crianças (incluse inclusive muito novas) e adultos com
tária com baixa pressão vesical. Para o esvaziamento vesical adequado, deve haver
limitações motoras severas. Entretanto, a grande maioria das pessoas realiza o
relaxamento voluntário do esfíncter em sincronia com a contração do detrusor (in-
autocateterismo, o que permite ao paciente ter maior autonomia.
voluntária). Se o relaxamento do esfíncter externo não é possível e ocorre contração
Ela consiste na introdução de uma sonda através da uretra até a bexiga e tem como
involuntária do detrusor, há aumento da pressão intravesical com risco de refluxo
finalidade drenar a urina retida, utilizando para a higienização, apenas água e sabão.
vésico ureteral e falência renal a longo prazo por obstrução pós-renal. A estase uri-
Quando bem indicado, é um recurso seguro, pois tem um pequeno índice de compli-
nária leva infecções urinárias de repetição e risco de cálculos urinários. O manejo

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cações, reduz os índices de infecções urinarias, preserva o trato urinário superior, terna de controle voluntário. O esfíncter anal interno permanece contraído a maior
preserva o músculo da bexiga. Melhora a qualidade de vida dos pacientes pois me- parte do tempo. Seu relaxamento é determinado por arco reflexo desencadeado pela
lhora a continência, promove maior independência, assegura um melhor convívio chegada das fezes à ampola retal. Nas lesões acima do cone medular, este reflexo
social, ajudando na recuperação da auto estima. está preservado e às vezes hiperativo, sendo a perda do controle do esfíncter anal
externo que, neste caso, normalmente mantém-se hipertônico e contraído, deter-
7.2 Outras soluções mina o impedimento da eliminação normal das fezes, predominando neste paciente
a obstipação. Nos pacientes com lesão no nível do cone ou da cauda equina, este
Como falamos, o CIL é a técnica ide- reflexo está abolido ou diminuído, predominando a contração do esfíncter interno
e consequente obstipação. Como o esfíncter externo está flácido ou atônico e mus-
al para realizar o esvaziamento total
da bexiga. No entanto, outra possível culatura do esfíncter interno não é muito forte, com o acúmulo de fezes na ampola
retal pode haver perda involuntária de fezes aos esforços.
consequência da disfunção urinária é
o vazamento acidental de urina entre Compete à equipe multiprofissional orientar o paciente com lesão medular a ingerir
as micções. Para este caso, uma das dieta não obstipante (rica em fibras), realizar manobras como massagens abdomi-
nais, seguir as medidas laxativas prescritas, orientar, prescrever ou realizar, se for o
soluções para os homens é o cateter
exter- caso, o “toque retal” conjuntamente, com o objetivo de atingir uma rotina de esva-
no, que c o m o
ziamento que não prejudique seu cotidiano ou acarrete na formação de fecaloma.
os preservativos são colo- c a d o s
em volta do pê- n i s , Uma alternativa para pessoas que, mes-
mo após uma evacuação diária, continu-
com uma abertura na extremidade, por onde a urina é drena- d a
am perdendo fezes em menores quanti-
por um tubo para um coletor que deve ser afixado na perna ou
na cama do paciente. dades no decorrer do dia, é o Plug Anal,
pois funciona como uma barreira efetiva
Os cateteres externos são aplicados com um adesivo dentro da
bainha, ou um adesivo aplicado ao pênis antes da aplicação, ou uma para as fezes no reto. Seu formato (do
tamanho de um supositório) torna fácil
tira aplicada sobre a bainha após o posicionamento do cateter.
O cateter é fixado sobre uma bolsa de drenagem urinária, que coleta o processo de inserção e remoção, pro-
a urina. Esse sistema é usado para prevenir a umidade caus ada por porcionando maior liberdade e indepen-
dência. Também oferece segurança e
incontinência urinária de curta duração (temporária) ou de longa dura-
conforto ao usuário, despreocupando-o
ção (crônica). O cateter deve estar preso, ser a prova de fugas, confortável e fácil
de evacuações e odores involuntários, melhorando sua auto-
de colocar e remover.
estima.
Pode ser utilizado por pessoas com fezes firmes ou pastosas, não devendo ser utili-
8. Intestino neurogênico Neurogênico
zado em casos de diarréias.

A função intestinal também estará afetada


nos pacientes com LM. A motilidade do cólon 9. Úlceras por Pressão (Escaras)
é basicamente autônoma recebendo pouca
influência do sistema nervoso central. Após A úlcera por pressão é uma complicação facilmente evitável que leva a uma série
uma fase inicial de íleo neurogênico que de comprometimentos sociais, econômicos e que atrasa o processo de reabilitação.
pode ocorrer na fase aguda da LM, o tubo Um estudo americano com 1,4 mil pacientes com lesão medular a pelo menos um
digestivo retorna a apresentar movimentos ano aponta que destes, 39% reportaram ter tido pelo menos uma úlcera por pressão
peristálticos, ficando somente comprometi- no último ano e 20,4% relataram apresentar uma na ocasião da pesquisa. Os pesqui-
do o funcionamento esfincteriano. O esfínc- sadores encontraram ainda uma relação entre uma menor renda familiar e a maior
ter anal compõe-se de uma porção interna ocorrência de úlceras por pressão no ano anterior e a relação entre uma menor
de controle involuntário e uma porção ex- escolaridade, menor renda familiar e idade mais avançada com a presença atual de

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uma úlcera por pressão. CLASSIFICAÇÃO


Os indivíduos com lesão medular devem ser orientados quanto ao cuidado adequado
com a pele, desde a fase aguda. ESTÁGIO I
Eritema da pele intacta que não esbranquece após remoção da pressão.

LOCALIZAÇÃO

Estágio II
Perda parcial da pele, envolvendo a epiderme, derme ou ambas.

Estágio III
Locais mais prováveis para o surgimento de úlceras por pressão. Perda da pele na espessura total, envolvendo danos ou uma necrose do tecido sub-
cutâneo que pode se aprofundar, não chegando até a fáscia
A perda de mobilidade associada à perda de sensibilidade faz com que áreas sob pro-
eminências ósseas fiquem mais suscetíveis a fenômenos isquêmicos da pele (lesões),
propiciando o desenvolvimento de úlceras por pressão, uma das complicações mais
comuns após a lesão medular.
A principal medida para evitar essa complicação é o alívio da pressão nas áreas de
maior descarga de peso em média a cada 2 horas. Isso deve ser realizado em qual-
quer posição, como, por exemplo, através da realização de push up (elevação) e
mobilizações ativas ou passivas.
O suporte nutricional adequado e a manutenção da massa muscular
também são importantes fatores preventivos e terapêuticos.
Curativos e outras medidas podem ter efeitos adjuvantes sobre o fechamento das
lesões, mas não têm nenhum efeito se a mudança de decúbito não for realizada
adequadamente.

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Estágio IV A intensidade da espasticidade assim como a frequência dos automatismos podem


Perda da espessura total da pele com extensa destruição, necrose dos tecidos ou gerar incapacidade, impedindo ou dificultando a realização das atividades de vida
danos aos músculos, ossos ou estruturas de suporte, como tendões ou cápsulas das diária como as transferências (da cadeira de rodas para o leito, carro, cadeira de
articulações. banho, etc.), a troca do vestuário e o posicionamento. O grau de espasticidade pode
aumentar com estímulos nociceptivos abaixo do nível da lesão como distensão vesi-
cal, infecção urinária, cálculos urinários, obstipação intestinal, úlceras por pressão,
paroníquia, fraturas, roupas apertadas, má postura e inadequação de assento ou
Cadeira de Rodas.
A espasticidade também pode ser causadora de deformidades articulares. Estas, se
não corrigidas, podem afetar o prognóstico funcional.

11. Função Sexual

ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO EM MANAUS Anatomia e Fisiologia dos Órgãos Genitais
Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-AM)
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614 ) Masculino
Cep: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652. O aparelho reprodutor masculino é
site: www.cviam.org.br - e-mail: cvi.am@hotmail.com composto basicamente pelos corpos
cavernosos, uretra, próstata, por
dois canais deferentes, duas vesícu-
10. Espasticidade / Automatismos
las seminais, dois testículos e a bolsa
escrotal.
A espasticidade é uma expressão clínica da lesão do sistema piramidal na qual ocorre Os corpos cavernosos são tecidos que
aumento do tônus muscular (hipertonia) caracterizado por aumento da resistência se assemelham a uma espuma. Quan-
ao estiramento muscular passivo e dependente da velocidade angular. Geralmente do estes espaços cavernosos ficam
está associada a automatismos (movimentos involuntários em flexão ou extensão). cheios de sangue, o pênis fica ereto.
Classifica-se pela Escala Ashworth modificada (Tabela 3). Os testículos são responsáveis pela
produção das células reprodutoras
Grau 1 Tônus muscular normal masculinas, chamadas de esperma-
tozóides. Eles estão localizados den-
Grau 2 Discreto aumento do tônus, com pequena resistência ao tro da bolsa escrotal, que fica fora
movimento passivo do corpo. Isto acontece porque os
Grau 3 Tônus aumentado com facilidade para realizar o testículos têm que permanecer em
uma temperatura inferior a tempe-
movimento passivo ratura interna do corpo, ou então a
Grau 4 Tônus bastante aumentado com dificuldade para realizar qualidade do esperma pode cair.
o movimento passivo O esperma é composto por esperma-
tozóides e por líquidos produzidos
Grau 5 Tônus muito aumentado com articulação fixa em pelas vesículas seminais e próstata.
extensão ou flexão Tais líquidos constituem o meio para
a sobrevivência dos espermatozói-
Tabela 3. Escala de Ashworth.

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des. garão até os órgãos genitais.


Os canais deferentes são dutos que possibilitam o transporte dos espermatozóides
situados nos testículos, até a região das vesículas seminais. Ereção Psicogênica
A uretra tem duas funções, uma de transporte da urina contida pela bexiga até o
exterior e outra para o transporte do esperma, também até o exterior. Na ereção psicogênica, os estímulos partirão do
cérebro, descerão pela medula e chegarão atra-
Ereção vés de nervos até os órgãos genitais, levando as-
sim, os comandos de ereção.
A ereção ocorre quando os corpos cavernosos são inundados por uma grande quan- Este tipo de ereção ocorre frente a um estímulo
tidade de sangue. Ela pode ser provocada de forma reflexa, psicogênica ou ambas. que cause excitação ou desejo sexual, seja ele
visual, tátil, por cheiro, sons, pensamentos, etc.
Ereção Reflexa Ela é comandada pelo centro medular toracolom-
bar níveis T11-L2.
A ereção reflexa será gerada por estímulos nos ór-
gãos genitais ou regiões próximas. Tais estímulos
chegarão até a medula, que responderá com co-
mandos que levarão à ereção, caracterizando um
arco reflexo, independente de estímulos do cére-
bro. Ela é comandada pelo centro medular sacral
situado nos níveis S2,S3 e S4.

Ausência da Ereção Psicogênica

Caso ocorra uma lesão acima da cauda equina e


do cone medular, não haverá a ereção psicogê-
nica, pois os comandos que partirem do cérebro
Ausência da Ereção Reflexa em direção aos órgãos genitais serão bloqueados
no ponto onde existe a lesão. Porém, a ereção
reflexa estará presente, pois o arco-reflexo fica
Caso a lesão ocorra no cone medular ou na cauda
preservado.
equina ou em ambos, não haverá a presença da
ereção reflexa, pois o arco reflexo não existirá.
Entretanto, a ereção psicogênica estará presen-
te, pois os estímulos que partem do cérebro che-

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Ausência de Ambas 3 - Fazer o uso de medicamentos que melhorem a ereção durante o período de ação
do remédio e do período em que houver o desejo de manter a ereção, deixando-a
mais duradoura e mais forte;

4 - Usar injeções de substâncias vasoativas, aplicada na raiz do pênis. A substância


Em uma lesão extensa, que atinja desde o cone injetada pode ser a papaverina e as prostaglandinas, a qual provocará uma vasodila-
medular até o nível T11 ou superior, não haverá a tação e consequente ereção. Este método pode ser usado nos casos onde existe ou
presença, por meios naturais(oriundos do próprio não a ereção;
corpo) de nenhum dos dois tipos de ereção, pois Importante: este método só poderá ser utilizado após consulta com
tanto o centro da ereção reflexa como o ponto de médico especialista em disfunção sexual na lesão medular.
onde parte da medula os comandos para ereção
psicogênica, estarão lesados. Tais métodos podem gerar o priapismo, que corresponde a ereções
Para estes casos, foram desenvolvidos alguns arti- muito longas, mais que três horas. Se isso ocorrer, será necessária que
fícios para a obtenção da ereção. a pessoa procure um hospital, para a retirada do sangue retido nos
corpos cavernosos através de uma seringa, com posterior injeção de
substância vasoconstritora nos mesmos.
5 - Prótese peniana, rígida ou inflável.
A rígida proporcionará ereção constante. Apesar de sua rigidez, ela possue uma ma-
leabilidade, para que o pênis fique posicionado de acordo com as necessidades.
Geralmente ela é fabricada com uma parte interna metálica maleável, envolta por
silicone.
A inflável, proporcionará a ereção de acordo com o comando da pessoa. Através
de um sistema de válvulas, recipientes e dutos, um líquido será bombeado para as
Métodos para Obtenção e/ou Melhora da Ereção próteses, gerando a ereção, ou então, será bombeado para um recipiente colocado
em locais próximos aos órgãos genitais, esvaziando as próteses, o que levará a não
Em alguns casos, a ereção pode não ser satisfatória ou insuficiente para o ato sexu- ereção;
al. Com orientações dadas por médicos especialistas em disfunção sexual na lesão
medular, estes problemas podem ser contornados e solucionados. Existem diferentes
Importante: este método também pode ser usado nos casos onde exis-
métodos para a obtenção ou melhora da ereção, nos diferentes tipos de disfunção, te ou não a ereção, mas, por se tratar de uma cirurgia onde as próteses
provocada por diferentes tipos de lesão medular. serão colocadas nos corpos cavernosos, se constitui no último recurso
a ser utilizado, pois estas “destruirão” os corpos cavernosos. Caso haja
Nos casos onde existe a ereção, sem ser satisfatória ou suficiente para o ato sexual, o desejo de reversão da cirurgia para a retirada das próteses, não ha-
podem ser testados alguns métodos:
verá mais ereção por meios naturais(do naturais (do próprio corpo),
1 - Testar diferentes posicionamentos do corpo, posição deitado com pernas abertas mesmo que ela existisse antes da cirurgia.
ou fechadas, ou então flexionadas e abertas; posição reclinado com as pernas aber-
tas ou fechadas, ou flexionadas e abertas; posição sentado com pernas esticadas, Emissão
abertas ou fechadas;
A emissão consiste na formação do esperma. Este é composto por espermatozóides e
2 - Provocar a ereção fazendo o uso de anéis reguláveis e com aberturas, afim de pre- por líquidos produzidos pelas vesículas seminais e próstata. Tais líquidos constituem
cionar a raiz do pênis, sem correr o risco de não conseguir tirar o anel após a ereção; o meio para a sobrevivência dos espermatozóides.

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É comandada pelo centro situado em T11-L2. na vagina. Esta é uma inseminação artificial caseira, com pouco custo. Este esperma
também poderá ser levado à um laboratório, afim de fazer uma inseminação artifi-
Ejaculação cial laboratorial.
Este método só poderá trazer sucesso em casos onde o arco reflexo esteja presente.
A ejaculação é a expulsão do esperma através da uretra. Para que isto ocorra, são A estimulação elétrica poderá ser utilizada em qualquer tipo de lesão. O processo
necessárias contrações de grupos músculares da região pélvica. Neste momento, consiste em introduzir ao ânus um estimulador elétrico, até que chegue a região pró-
o esfincter se fecha ou permanece fechado, para que o esperma siga para fora do xima a próstata. Estes estímulos provocarão a ejaculação. O esperma será recolhido
corpo e não entre em contato com a urina. Tais comandos se dão pelos centros me- para futura inseminação artificial. Tal processo deverá ser feito em local adequado,
dulares T11-L2 e S2, S3 e S4. como consultórios médicos, clínicas ou hospitais, sempre sob supervisão de médico
especialista em disfunção sexual em lesão medular.
Emissão e Ejaculação na Lesão Medular Os espermatozóides também podem ser recolhidos diretamente dos testículos, atra-
vés de seringa ou por uma especie de biópsia, retirando uma mínima porção.
A emissão e a ejaculação estão muito mais comprometidas do que a ereção. Na lesão Ao voltar ejacular, depois de tempos prolongados de ausencia, o esperma terá uma
medular, é muito mais comum a presença da ereção do que a da emissão e ejacula- coloração escuro e pouca densidade. A medida em que as ejaculações forem ocor-
ção. rendo, o esperma começará a adquirir coloração mais clara e maior densidade, até
Em lesões acima de T11, tanto os centros medulares da emissão como o da ejacula- chegar aos padrões normais, caracterizando um esperma de boa qualidade.
ção estão preservados. Desta forma, chegaríamos à conclusão de que tanto a emis-
são como a ejaculação não sofreriam nenhum tipo de alteração, mas ambas sofrem Feminino
uma disfunção de funcionamento, o que muitas vezes leva à uma baixa qualidade do
esperma. Alguns fatores contribuem para esta baixa, como ausencias de ejaculação,
aumento da temperatura das regiões dos testículos, infecções urinárias frequentes,
que se espalham até atingir os canais deferentes, provocando cicatrizes e dificultan-
do a passagem dos espermatozóides.
No momento da ejaculação, o processo correto consiste em fechamento do esfincter
ou permanecer fechado, para que o esperma siga o caminho para fora do corpo.
A falta de sincronismo neste momento leva à ejaculação retrógrada, ou seja, no
momento da ejaculação, o esfincter não se fecha totalmente ou não permanece
fechado, fazendo com que parte do esperma ou sua totalidade siga para a bexiga.
Os espermatozóides, depois de alguns minutos em contato com a urina, acabam
morrendo, pois ela não se constitue em um meio apropriado para a sobrevivência dos
mesmos. Isto não causa mal algum. Quando a pessoa urinar, o esperma sairá junta-
mente com a urina, deixando-a turva, caracterizando um dos sintomas de infecção
urinária. Na dúvida, deverá ser feito um exame de urina para constatar se há ou não
infecção.

Métodos para Obtenção e/ou Melhora da Emissão e da Ejaculação

Com o uso de um aparelho vibrador, escostado na glande próximo ao freio, a emissão


e ejaculação podem ocorrer. Esta intensa vibração serão estímulos que chegarão
até a medula, provocando a ereção e uma possível ejaculação. Se este processo for
feito com o intuíto de reprodução, o esperma pode ser colocado em um recipiente
estéril e posteriormente, com o uso de uma seringa, recolher o esperma e injetá-lo

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O aparelho reprodutor feminino é composto basica- próximas, a vagina e regiões externas do órgão genital produzem uma lubrificação.
mente por dois ovários, duas trompas, útero, vagina, No orgasmo, a vagina apresenta contracções de maior ou menor intensidade, depen-
pequenos lábios, grandes lábios e clitóris. do do grau de excitação.
Os ovários são os locais onde se localizam as células
reprodutoras femininas, chamadas de óvulos. Lubrificação e Contrações Vaginais na Lesão Medular
As trompas são dutos pelos quais os óvulos são trans-
portados, desde os ovários até o útero. Tanto a lubrificação como as contrações vaginais, podem sofrer alterações devido a
O útero é o local onde uma nova vida se desenvolverá, lesão. Para aumentar a lubrificação, deverá ser usado algum tipo de creme especial,
caso haja uma fecundação. afim de evitar ferimentos durante o intercurso sexual.
A vagina corresponde ao canal localizado entre o colo
do útero e a parte externa do órgão genital.
Os pequenos lábios se localizam na entrada da vagina Gravidez e Parto
e os grandes correspondem à parte mais externa.
O clitóris é composto por um tecido erétil, localizado A gravidez acontece quando existe a fertilização, ou seja, a união do óvulo com o
à parte mais frontal da parte externa da genitália. espermatozóide, e posteriormente o alojamento desta nova vida no útero, transfor-
mando-se em embrião e mais tarde em feto. Preso ao útero, o feto se desenvolve,
Ovulação e Menstruação recebendo alimentos e oxigênio da mãe atravéz do sangue, até alcançar o tempo
necessário para o seu nascimento. Este tempo corresponde a aproximadamente 9
Durante o período em que estão aptas à reprodução, as mulheres passam por um meses, contados a partir da fertilização.
ciclo menstrual, com a duração média de 28 dias. Durante este período, ocorre o
amadurecimento do óvulo, até chegar o momento em que ele é liberado do ovário e FECUNDAÇÃO
segue para a trompa. Neste momento, caso haja a fertilização, ou seja, a união do
óvulo com o espermatozóide, uma nova vida começará a desenvolver-se, seguindo
até o útero e se alojando em sua parede, tranformando-se em embrião e posterior-
mente em feto, desenvolvendo-se até o momento do nascimento. Caso não ocorra
a fecundação, toda a preparação que o útero criou para receber a nova vida, será
eliminada pelo corpo, o que levará à menstruação.

Ovulação e Menstruação na Lesão Medular

No início da lesão, a mulher pode entrar na fase de amenorréia, onde temporiamen-


te ficará sem ovular e menstruar. Tal período tem uma duração média de alguns dias,
podendo alcançar até alguns meses. Terminada esta fase, a ovulação e menstruação
volta a ocorrer como antes da lesão e a mulher poderá ter filhos normalmente, des-
de que seja acompanhada por médicos genecologistas e obstetras especialistas em
lesão medular, para que haja toda uma orientação sobre os cuidados especiais e os
procedimentos para uma gravidez tranquila e sem riscos.

Lubrificação e Contracções Vaginais

Frente a algo que lhe cause excitação, como aromas, situações, pensamentos, ou
mesmo com algum ato mecânico, como toques nos órgãos genitais ou em regiões

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O nascimento pode acontecer por parto normal ou através de uma cirurgia para a 11.2 Satisfação Sexual
retirada do bebê. O parto normal será possível quando as contrações úterinas e a
dilatação do colo forem o suficiente para expulsar o bebê do corpo da mãe. Na passa- Nos casos de lesão medular, o inter-
gem do bebê pela colo, vagina e pela área perineal, fortes dores podem ser geradas. curso sexual pode não se processar
Caso as contrações e dilatação não sejam o suficiente, a mãe será submetida a uma de modo espontâneo, faz-se neces-
cirurgia para a retirada do bebê. sária uma preparação, como esvazia-
mento da bexiga, adequação de posi-
11.1 Gravidez e Parto na Lesão Medular ção, etc. A pessoa com lesão medular
pode e deve procurar sua satisfação
A mulher com lesão medular pode ter filhos normalmente. É imprescindível ter um sexual. A ênfase no genitalismo como
acompanhamento médico especializado, por genecologistas e obstetras especialistas única forma de expressão e gratifi-
em lesão medular, para que haja toda uma orientação sobre os cuidados especiais e cação sexuais pode ser trabalhada
os procedimentos para uma gravidez tranquila e sem riscos. na reabilitação, desde que haja in-
Os cuidados são praticamente os mesmos que uma mulher com lesão medular tem teresse, bem como se faz necessário
que ter com o seu corpo no dia a dia, más todos eles têm que ser reforçados. Na ter profissionais aptos a trabalharem
alimentação, a quantidade de fibras deverá ser aumentada, pois a medida em que com as questões emergentes.
o bebê se desenvolve, a massagem abdominal para a evacuação vai ficando mais
difícil, dificultando assim o processo. Os exercícios respiratórios deverão ser feitos Não raramente, a dependência física é acompanhada por dependência emocional,
ou aumentados, porque, com o crescimento do bebê, a ventilação dos pulmões pode levando o indivíduo a afastar-se do processo de busca de sua integridade psíquica
ficar diminuída, devido a falta de lugar para a expansão. Estes exercícios também que muitas vezes é abalada. Alguns apresentam atitude de negação da realidade,
serão importantes para aumentar a capacidade respiratória, para que, frente a uma grandes expectativas, etc.
gripe ou resfriado com um consequente acúmulo de secreção pulmonar, não haja a
falta de ar. Os cuidados com a bexiga também deverão ser reforçados, afim de evitar Alguns comportamentos são esperados, como por exemplo: negação da própria defi-
infecções urinárias, para que não haja a necessidade da ingestão de antibióticos, o ciência e depressão reativa consequente da perda da autoestima, mas podem, com
que pode ser prejudicial ao bebê, pois todo o tipo de substância que a mãe ingere o tempo e devido tratamento, ser substituídos pela aceitação da realidade.
acaba caindo na corrente sanguínea e levada até o bebê, que se alimenta do sangue
da mãe. Geralmente, durante a gravidez, as pernas podem sofrer de inchaços. Na Existem alguns aspectos que passam por um processo de adaptação e estão forte-
lesão medular, este fato pode ser agravado, devido as alterações na circulação san- mente relacionados à sexualidade: imagem corporal, autoestima e identidade sexu-
guínea, pelo fato da lesão no SNA. Para contornar tais problemas, a mulher deverá al. O ajuste sexual desempenha papel importante, justamente por estar interligado
usar meias elásticas e fazer repousos regulares, posicionando as pernas em elevação, com a auto-estima autoestima.
na posição de decúbito dorsal ou em inclinação do tronco, para que ocorra o retorno
venoso dos pés e pernas. Podem aparecer também sentimentos de vergonha, medo, considerando alguns que
O nascimento pode ser por parto normal ou cesária, conforme a evolução do trabalho sua deficiência venha a ser motivo de rejeição social e sexual, podendo acarretar em
do parto, pois as contrações e a dilatação não dependem da medula espinhal. Mesmo isolamento por parte da pessoa com lesão medular, contribuindo para dificuldades
não havendo sensibilidade nas regiões ligadas diretamente ao parto, é necessário no ajuste sexual.
que se faça todo o trabalho de anestesia, pois tais transformações durante o parto
podem levar a uma crise autonômica hipertensiva. Com a instalação da deficiência, muitas vezes se faz necessário ocorrerem novas
A amamentação também não sofrerá nenhum tipo de alteração, portanto poderá e adaptações no relacionamento sexual que, se não forem discutidas e experimenta-
deverá ser feita normalmente. das, poderão resultar numa inadequação sexual, o que pode significar um prejuízo
para a reabilitação global da pessoa.

A falta de disposição de um paciente para falar sobre sexualidade não significa, ne-

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cessariamente, falta de interesse, podendo estar ansioso ou temeroso sobre as impli- ATENDIMENTO DE URGÊNCIA
cações sexuais acarretadas pela lesão, ou pode ainda não ser o momento adequado
para se trabalhar esse aspecto.
Todo paciente politraumatizado é considerado como suspeito de lesão medular.
Este paciente desde o local do acidente deve ser imobilizado com colar cervical, ser
Segundo Krusen (1986), a sexualidade é uma questão que faz parte da saúde e mobilizado em bloco, posicionado em prancha rígida e ser transferido para o pronto
bem-
socorro.
-estar de um indivíduo. A reabilitação preocupa-se com o paciente integralmente e,
Saber como ajudar adequadamente alguém que teve uma lesão na coluna pode re-
portanto, a sexualidade, como função natural, faz parte desse todo. O processo de
duzir os riscos de danos à medula espinhal.
ajustamento sexual varia de acordo com cada paciente e depende de alguns fatores,
Os profissionais de saúde serão mais capazes de avaliar e lidar com potenciais lesões
incluindo ajustamento psicológico prévio, qualidade do sistema de apoio, idade,
na coluna vertebral, e terão equipamentos especiais para o transporte de pessoas
sexo, saúde física, sistema de crenças e tipo de lesão.
com esses tipos de lesões. Então não mova a vítima, a menos que ela esteja em pe-
rigo imediato de lesão adicional ou se você precisar desobstruir uma via respiratória
Profissionais da área da saúde precisam ter cuidado para que as pessoas com lesão
para que ela possa respirar. Estabilize a vítima para evitar qualquer movimento da
medular possam aprender mais sobre si mesmas, não se limitando a informações
cabeça, pescoço ou do corpo. Você precisa manter a vítima totalmente imóvel até
focais ou generalizadas, quando não errôneas, a respeito de suas capacidades.
que a ajuda profissional chegue, se possível.
Dê os primeiros socorros, sem mover a cabeça ou o pescoço da vítima. Se a pessoa
A obtenção da satisfação sexual por estimulação dos órgãos sexuais por si só não é
não estiver respirando ou mostrando sinais de circulação, inicie a Ressuscitação Car-
determinante da satisfação sexual de forma geral, havendo outros fatores que po-
dio Pulmonar- RCP (RCP), mas não levante o queixo para abrir as vias aéreas. Em vez
dem interferir positiva ou negativamente nessa busca, compondo um complexo que
disso, você deve puxar a mandíbula delicadamente para frente.
pode envolver capacidade criativa, capacidade de imaginação, compreensão do(a)
Aguarde o auxílio médico chegar. Permaneça com a vítima até que a ajuda
parceiro(a), etc. A necessidade de adaptações para a retomada da prática sexual chegue.
parece dificultar o (re)estabelecimento da satisfação sexual, na medida em que gera
hesitação quanto à retomada da prática sexual em virtude da falta de orientação. Sua melhor opção é evitar remover a vítima, se possível. No entanto, se for necessá-
Assim como a reabilitação física, a reabilitação sexual também é um processo que rio remover a vítima para evitar mais danos, siga estes passos.
passa por várias fases com ocorrência de alterações, em que o trabalho realizado e
as elaborações decorrentes podem direcionar o processo para uma efetiva readap- 1 Puxe-a pelas suas roupas. Segure o colarinho da camisa ou da blusa e use os seus
tação sexual. antebraços para apoiar a cabeça da vítima, puxando o corpo em uma linha reta.
Este é um método preferido, já que a cabeça da vítima fica apoiada enquanto ela é
A pessoa com lesão medular, tem condições de manter uma vida sexual que traga removida.
satisfação para si e para seu parceiro. Em se tratando de função sexual, os fatores
psicológicos são fundamentais. Acreditar nas suas potencialidades; não pensar em 2 Puxe a vítima pelos pés ou ombros. Use ambos os pés, ombros, ou puxe pelos bra-
penetração como a única forma de relacionar-se sexualmente; procurar em seu cor- ços segurando os dois braços sob as axilas.
po as zonas erógenas (partes do corpo que ao serem tocadas de diversas formas dão
prazer); compartilhar com o parceiro suas vontades, desejos, fantasias; ficar atento
3 Mantenha o pescoço e o tronco do corpo o mais reto possível, e puxe a vítima em
ao que vê, ouve, toca, sente cheiro ou gosto; preparar-se fisicamente esvaziando
uma linha reta. Não puxe o corpo para os lados!
a bexiga e intestino e outros cuidados como tomar banho, colocar perfume; acei-
tar a possibilidade de um “acidente” com bexiga ou intestino, apesar dos cuidados
Use pelo menos duas pessoas, caso seja necessário colocar a vítima na posição la-
prévios, e contar com a colaboração do parceiro para evitar constrangimentos são
teral. Se você precisar rolar uma vítima com possível lesão medular para evitar que
atitudes que permitirão uma vida sexual gratificante.
ela se asfixie no sangue ou vômito, ou por qualquer outro motivo urgente, use duas
pessoas. Role a vítima de tal modo que o pescoço, a cabeça, as costas e o torso
movam-se como uma unidade. Não deixe o corpo girar.
Ao solicitar ajuda médica, diga que você está lidando com uma vítima de uma lesão
na coluna. Eles serão capazes de lhe dar mais orientações na assistência a vítima.

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Se a vítima estiver consciente, tente mantê-la calma. Explique o que você está fa- agressão de ter que olhar para essa nova realidade.
zendo e peça que ela permaneça imóvel. Qualquer movimento feito por uma vítima
com uma lesão na coluna pode resultar em paralisia ou morte. Fase de Reconhecimento: Nessa fase o paciente visualiza a deficiência como defini-
tiva, gerando intensos sentimentos de desamparo e ansiedade podendo levar a um
Danos à medula espinhal são permanentes. quadro de depressão e idéias suicidas. Em contrapartida, essa é a fase onde o pa-
ciente deve ser estimulado a ter participação ativa para desenvolver o máximo o seu
Não tente mover a vítima a menos que ela esteja em perigo potencial residual. Nessa fase, a família é de extrema importância, para estimular
imediato! o paciente em sua possível superação, a família tem nos profissionais da saúde, seu
porto seguro por esse motivo temos que ser claros e transparentes
Se a vítima estiver inconsciente ou tem um ferimento na cabeça, assuma, automati-
camente, que ela sofreu uma lesão na coluna. Fase de Adaptação: Essa é a fase que o paciente sente-se recompensado, põe seus
esforços utilizando ao máximo sua capacidade, visualizando o processo de Reabilita-
ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO ção como facilitador para sua reintegração biopsicossocial .

A equipe deve usar metas claras e linguagem única, pois se o paciente sentir-se
O acompanhamento psicológico desenvolve-se integrado a uma equipe multidisciplinar, traído por falsas informações ele poderá regredir as fases iniciais. Portanto, é impor-
cujo objetivo é a reabilitação biopsicossocial do paciente. tante que os profissionais da área da saúde que lidam com esta população, tenham
O trabalho do psicólogo na Reabilitação, centraliza-se na Psicoterapia Breve focal, conhecimentos aprofundados sobre o diagnóstico, para não passar informações ir-
visando a reestruturação da auto-imagem e auto-estima autoimagem e reais para o paciente e família, serem sempre éticos para não pôr em risco todo o
autoestima, frente a à deficiência física, seja essa congênita ou adquirida, processo de reabilitação.
abordando as perdas, mas ressaltando principalmente suas potencialidades
residuais. As fases podem não ocorrer nesta sequência, pois cada paciente vai vivenciá-las de
Qualquer paciente que sofre uma lesão Medular seja qual for sua causa (traumática acordo com sua história e características de personalidade.
ou não traumática), sofre o impacto da perda física. Alguns pacientes elaboram
o trauma, outros apresentam grande dificuldade de adaptação às mudanças, e
essa adaptação dependerá das características de personalidade, história de vida, REABILITAÇÃO
dinâmica familiar entre outros fatores ambientais e comportamentais
O paciente portador de com lesão medular passa por Fases Comportamentais que 1. Acompanhamento Fisioterapêutico, Neu-
são as seguintes: Choque, Negação, Reconhecimento e Adaptação. rofuncional e Respiratório

Fase de Choque: Paciente fica confuso e não tem noção da magnitude do fato A qualidade de vida após a lesão medular está
ocorrido. Suas funções psíquicas ficam “congeladas”, paciente interrompe o vínculo fortemente associada à qualidade e quanti-
com o mundo externo como forma de preservar-se. Nessa fase inicial, a família dade da abordagem fisioterapêutica que deve
tem o papel fundamental, de atuar pelo paciente, pois muitas vezes o mesmo não ser instituída desde a fase aguda inclusive na
tem condições nem físicas nem emocionais de agir frente à magnitude do terapia intensiva. Esta deve ser baseada não
problema. somente em técnicas respiratórias para ma-
nutenção da vida, mas também em aborda-
Fase de Negação: Paciente começa a fazer contato com a realidade, mas de forma gens mais holísticas que previnam complicações que podem ter efeito devastador
distorcida devido à fragilidade emocional. É muito comum essa fase ser marcada sobre a autonomia destes indivíduos, impedindo-os frequentemente de retornar ao
pela frase: “Eu voltarei a andar, estou paralisado apenas temporariamente”. O pa- convívio em sociedade.
ciente pode se comportar de forma passiva, ou agressiva, projetando no externo A intervenção fisioterapêutica neurofuncional deve transcender a manutenção de
sua revolta ou inconformismo por sua situação. Nessa fase, a família deve estar amplitudes articulares e o fortalecimento muscular acima do nível da lesão. É fun-
bem integrada sobre a lesão e o prognóstico do paciente, para auxiliá-lo com damental que esta tenha como objetivo utilizar o potencial plástico demonstrado
dados de realidade, para que ele possa aderir mais às orientações. Há também
a negação da família, pois é muito traumático e angustiante, ver um membro
que era ativo e produtivo, “paralisado”, então muitas vezes psiquicamente
negamos o fato pela
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através da escala ASIA Escala Asia na zona de preservação parcial de cada paciente de reabilitação devem estar envolvidos nos cuidados prestados à pessoa com lesão
para otimizar função e promover sua independência autonomia. medular imediatamente após a injúria, ainda na fase aguda. Os autores afirmam que
Sendo assim, deve ser garantida a assistência fisioterapêutica especializada a todos é fundamental o início precoce das mobilizações, ainda na primeira semana após a
os indivíduos com lesão medular, em especial durante o primeiro ano após lesão. lesão medular, e que as mesmas devem ser realizadas durante toda a fase hospitalar.
Ressaltam a importância de um programa de controle da hipotensão postural e posi-
2 . Terapia Ocupacional cionamento do paciente na postura sentada o mais rapidamente possível, desde que
com a liberação da equipe médica.
O programa de reabilitação de uma pessoa com lesão medular tem início no atendi-
mento prestado ao paciente ainda na urgência ou quando da definição do diagnóstico
nos casos não traumáticos, e segue até a reinserção do indivíduo no convívio social,
passando por todas as esferas de atenção em saúde. 3. Órteses
O prognóstico funcional vai depender de uma série de fatores que incluem o nível
da lesão, o grau de comprometimento, o tempo decorrido desde a injúria medular, O uso de órteses para evitar a instala-
fatores pessoais como idade, peso, histórico de vida pregressa e características de ção das deformidades ortopédicas, em
humor, além de fatores sócio-econômicos socioeconômicos como o acesso aos indivíduos com lesão medular, constitui
serviços especializados de saúde, acessibilidade domiciliar e rede de apoio social. uma importante estratégia de prevenção
Na avaliação inicial, o profissional deve considerar todas as alterações sistêmicas secundária. Para os membros superiores
inerentes a este tipo de lesão e suas correlações funcionais. A prevenção das úlceras podem ser utilizadas órteses de posicio-
por pressão, das deformidades do sistema músculo-esquelético e das complicações namento ou estabilizadores de punho,
dos sistemas urinário, digestivo, circulatório e respiratório, além de dificuldades no principalmente para indivíduos com ten-
âmbito psicológico e manejo da dor, devem ser prioridades da equipe na construção dência a contratura em flexão de punho e dedos ou só de punho, respectivamente.
do projeto terapêutico do paciente. Extensores de cotovelo podem ser prescritos na tentativa de evitar as deformidades
Para a definição do programa de reabilitação é de grande importância para o Tera- em flexão deste segmento associada à supinação do ante-braço antebraço,
peuta o conhecimento da classificação do paciente na ASIA Escala Asia e, na relativamente co- muns em pacientes com lesões em C5 e C6, devido ao
ausência da mesma, é importante que o profissional investigue os níveis motores e discinergismo entre agonistas
sensitivos preservados, visando melhor entendimento sobre o quadro. - flexores de cotovelo e antagonistas - extensores de cotovelo e pronadores. Nos
Classificado o nível funcional, o passo seguinte é a definição das metas de reabili- casos de contratura já instalada, tanto uma ortetização seriada com tala gessada ou
tação que, preferencialmente, devem ser traçadas em conjunto com o indivíduo e de termomoldável, quanto o uso de extensores dinâmicos ou com distrator para o
seus familiares. O início precoce do treino das Atividades de Vida Diária constitui cotovelo, pode ser avaliado.
um poderoso estímulo à prevenção das perdas neuromotoras, comuns nos casos de Além destes, uma série de outros aparelhos – abdutores de polegar, órtese para
lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). O rápido engajamento do indivíduo em tenodese, barra lumbrical, estabilizador de punho dorsal, etc. também podem ser
suas tarefas de rotina favorece a vivência do potencial produtivo, amenizando os prescritos e/ou confeccionados, para os diferentes níveis de lesão, caso os profissio-
sentimentos de menos valia e a baixa auto-estima autoestima. As estratégias a nais da equipe julguem necessário.
serem adotadas dependem, obviamente, das condições clínicas e das possíveis Especificamente para pacientes que tenham capacidade para realizar a tenodese
comorbidades asso- ciadas à lesão medular. ativa (uso da extensão ativa do punho e concomitante flexão passiva dos dedos para
O uso de escalas funcionais como a Medida de Independência Funcional facilita o a função), o uso de uma luva flexora para dedos pode ser cuidadosamente avaliado.
processo de definição de metas, auxiliando os terapeutas ocupacionais na construção Tal estratégia visa favorecer uma “contratura funcional” dos dedos em semi-flexo
do projeto terapêutico. semiflexo, situação que facilita a realização das pinças e da preensão cilíndrica
Nas fases iniciais, como descrito anteriormente, especial atenção precisa ser dada durante a execução de atividades manuais.
as estratégias preventivas, visando evitar o surgimento de complicações decorrentes
das alterações de sensibilidade e motricidade que acompanham a lesão medular. 4. Adaptações
Já o Consortium for Spinal Cord Medicine (2008), recomenda que os profissionais
Adaptações para atividades básicas como alimentação e higiene bucal podem ser pro-

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videnciadas para pacientes que apre- e de pés reguláveis e ou rebatíveis, em folha simples ou dupla, freios de acionamen-
sentem lesões cervicais ainda na fase to para frente ou para trás, protetores de roupas e de aros, rodas com diâmetro e
hospitalar. As mais consagradas são os pneus diversos, cintos de vários modelos, são alguns exemplos.
substituidores universais de preensão, O mancal compõe um sistema que permite a regulagem do centro de gravidade da
os copos/canecas de alças duplas, os cadeira de rodas. Este equipamento torna a condução mais leve à medida que seu
engrossadores, substituidores de pin- centro de gravidade é adiantado em relação ao alinhamento do ombro do paciente
ça para escrita, barra conten- sora de sentado. Em contrapartida, quando o mancal é ajustado atrás do paciente, o equi-
alimentos, clips para digitação. Mudan- pamento fica mais estável, porém mais pesado para o cadeirante.
ças na forma de realizar as atividades, As rodas anti-tombo antitombo previnem a queda da cadeira pra trás enquanto os
como a mudança na altura onde ficam aros de pro- pulsão podem ser simples (circulares ou oblongos) ou apresentar pinos
dispostos os produtos de higiene e beleza no banheiro ou da apresentação da refei- ou fitas ade- rentes que facilitam a condução por pacientes que apresentem déficits
ção também podem ser propostas, no intuito de facilitar a realização destas tarefas. de preensão. As rodas traseiras obrigatoriamente devem apresentar sistema
A prescrição de cintas de transferências e/ou tábuas de transferência também pode quick-release, que permite a rápida montagem e desmontagem das mesmas,
ser útil, desde que não haja contraindicações. Quando a unidade de internação hos- tornando o transporte da cadeira mais prático. Já as rodas dianteiras têm diâmetro
pitalar permitir a entrada de computadores, o uso de softwares softwares livres de variável, e como as trasei- ras, podem ser maciças ou infláveis e também podem
controle do mouse por movimentos da cabeça como o câmera mouse mouse, head ser removíveis.
mouse head mouse ou eviacam eviacam, para pacientes com tetraplegia, pode ser Os sistemas de encosto e principalmente de assento devem ser prescritos de acordo
iniciado. Com a estabilização do quadro neurológico a escolha de dispositivos de com as medidas antropométricas apresentadas pelo paciente e podem ser impor-
apoio, as técnicas adaptadas para a realiza- ção das AVD’s AVDs e adapta- ções tantes aliados na prevenção do surgimento e/ou evolução das úlceras por pressão,
ambientais definitivas devem ser consideradas. desde que corretamente indicados.
O peso, a estabilidade ou instabilidade do paciente sentado sobre a mesma, a dis-
5. Cadeiras de Rodas tribuição/alívio de pressão proporcionado, o nível de atrito da cobertura/capa, a
temperatura da superfície da almofada em contato com a pele, o preço e o desejo
Para o indivíduo com lesão medular, a cadeira do indivíduo, são alguns dos elementos que o Terapeuta terapeuta precisa
de rodas deve garantir conforto, segurança e analisar antes de decidir por qual sistema de assento prescrever.
posicio- namento adequado, além de A prescrição da cadeira de rodas adequada a cada pessoa que sofreu uma lesão
proporcionar melhor funcionalidade e maior medular depende da interação entre fatores individuais, ambientais e inerentes ao
independência. equipamento. Esta análise deve ser feita de forma criteriosa pelo profissional res-
ponsável, visando maximizar os benefícios decorrentes do uso da mesma.
Nas fases iniciais após a lesão medular, o Devem ser tomadas as medidas da largura do assento, profundidade do quadril,
paciente ainda se encontra inseguro e, altura do apoio de pés, altura do apoio de braços e altura do encosto. Esta última
usualmente, prefere um equipamento que lhe medida pode ser tomada até a cabeça, até os ombros, até a escápula e ainda abaixo
proporcione maior esta- bilidade. Á À medida da escápula de acordo com as características da lesão e vontade do paciente.
que o quadro evolui, torna-se viável a prescrição A altura do encosto da cadeira de rodas está intimamente relacionada com o nível
de uma cadeira de rodas mais leve e com melhor da lesão / estabilidade lesão/estabilidade do tronco. Pacientes com lesões mais
desempenho, acompanhando o quadro motor altas ou que utilizem a cadeira de rodas a pouco tempo tendem a se sentir mais
apresentado pelo usuário (controle de tronco confortáveis com encostos mais altos. Já pacientes com lesões mais baixas ou que
conforme nível da lesão). possuam experiência no ma- nejo da cadeira, preferem encostos mais baixos.
Quanto à estrutura, as cadeiras de rodas podem ser construídas em aço, alumínio É importante salientar que muitos pacientes tetraplégicos, mesmo dentre aqueles
ou fibras sintéticas. As cadeiras em aço são mais resistentes, mas apresentam peso com lesões completas (ASIA) (Escala Asia), preferem cadeiras com encostos mais
elevado. O alumínio garante resistência e redução considerável do peso da cadeira, baixos, conside- rando que os mesmos permitem maior liberdade de movimento
porém com maior custo. Já as fibras sintéticas são muito mais leves que o aço e alu- para o tronco.
mínio, porém são menos resistentes e possuem custo elevado.
Independente Independentemente do tipo de quadro, a cadeira de rodas deve
apresentar acessórios que permitam ajustes personalizados à condição funcional do
paciente. Apoios de braços
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6.6 OSTOMIA e em uma ou duas peças.


A maioria dos ostomizados esvazia a bolsa em média de 5 a 10
vezes ao dia. A bolsa deve ser trocada uma a duas vezes por
O QUE É PESSOAOSTOMIZADA? semana, (em alguns casos com mais frequência) quando a re-
sina se deteriorar ou quando descolar (atenção quando houver
É aquela que precisou passar por uma in- infiltração de fezes no adesivo, às vezes a bolsa não descola,
tervenção cirúrgica para fazer no corpo mas qualquer vazamento pode irritar a pele).
uma abertura ou caminho alternativo de
comunicação com o meio exterior, para a Como esvaziar a bolsa
saída de fezes ou urina, assim como auxi-
liar na respiração ou na alimentação. Essa Não espere sua bolsa encher mais que 1/3 da sua capacidade
abertura chama-se estoma. para esvaziá-la. A maioria das pessoas senta-se de lado no vaso
sanitário enquanto esvazia a bolsa. Após o
O QUE É UMAESTOMIA? esvaziamento, lavar a bolsa com a ducha higiênica ou uma garrafa de água, enxugar
a parte inferior da bolsa com papel higiênico e fechar a bolsa com o clipe. Observar
É o nome da cirurgia que cria o estoma, um orifício, no abdômen ou na traqueia, sempre se a bolsa ficou, perfeitamente, fechada para evitar acidentes. Lavar bem
permitindo comunicação com o exterior. São elas: as mãos.
Quando a bolsa se enche somente com gases não é necessário lavá-la, basta ir ao
• Colostomia banheiro de vez em quando para eliminar os gases.
Comunicação do intestino grosso com o exterior.
• Ileostomia Como trocar sua bolsa
Comunicação do intestino delgado com o exterior.
• Urostomia É muito importante que você carregue sempre consigo uma bolsa extra e todo ma-
Cria um trajeto alternativo para a saída da terial necessário para uma troca imprevista. Você pode fazer isso em um banheiro
urina. público ou no mato, tudo depende da necessidade.
• Gastrostomia A troca feita na sua casa deve começar no vaso sanitário. Esvazie sua bolsa, lave
Comunicação do estômago com o meio exterior. e feche. Vá para o chuveiro tomar o seu banho e aproveite para ir descolando aos
• Traqueostomia poucos a bolsa. Retire-a e jogue-a no saco plástico, separado para isso, antes de
Comunicação da traqueia com o exterior. jogá-la no lixo. Tome seu banho normalmente prestando uma atenção especial à pele
ao redor do estoma. Não deixe nenhum resíduo de adesivo nela. Você pode usar seu
sabonete comum desde que isso não irrite a sua pele. Se irritar, separe um sabonete
POR QUE FAZER A ESTOMIA?
neutro só para isso.
Quando sair do banho coloque um pedaço de papel higiênico imediatamente sobre o
A cirurgia é feita para auxiliar a pessoa que tem um câncer, ou sofreu acidente, ou estoma, para evitar que caiam fezes na pele. (Se você for portador de ileostomia isso
nasceu com problema, ou tem alguma doença (doenças inflamatórias intestinais e
é imprescindível, já que o intestino funciona o tempo todo, provavelmente você terá
doença de Chagas). que trocar várias vezes esse papel até conseguir colocar a bolsa nova).
O estoma resultante da cirurgia pode ser temporário ou permanente.
Vista-se e vá tomar 5 minutos de sol, com o estoma protegido, antes de colocar a
bolsa. Sua pele agradece. Agora certifique-se de que a pele ao redor do estoma con-
O QUE É A BOLSA COLETORA? tinua limpa e seca. Retire o papel protetor adesivo e aplique a bolsa nova ao redor
do estoma. É mais fácil aplicar o adesivo de baixo para cima: pressione firmemente
A bolsa é um saco coletor que recebe as fezes ou a urina. Há vários tipos, e são indi- o lado do adesivo da bolsa à pele que rodeia o estoma, assegurando-se que está bem
cados de acordo com a localização do estoma, idade da pessoa e tipo de material a aplicado; nenhuma secreção intestinal pode entrar em contato com a pele.
receber. Essas bolsas coletoras podem ser drenáveis ou não, opacas ou transparentes

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Nas primeiras vezes, você vai achar meio complicado fazer essa troca, talvez pode persistir na vida adulta, comprometendo o funcionamento da pessoa em vários
você estrague uma ou duas bolsas antes de aprender a recortá-las (se usar as setores de sua vida, e se caracteriza por três grupos de alterações: hiperatividade,
recortáveis) ou colá-las adequadamente. Você vai achar que chegou muito rápido o impulsividade e desatenção.
dia de trocar a bolsa. Com o tempo isso vai se tornar parte do seu banho e você vai
pegar a bolsa junto com sua roupa íntima e achar muito agradável que hoje seja O que é a Hiperatividade?
dia de colocar uma bolsa nova.
Hiperatividade é o aumento da atividade
Dicas Úteis motora. A pessoa hiperativa é inquieta,
está quase constantemente em movi-
• Beba muita água. O consumo de líquidos durante dias quentes deve ser aumentado mento. Quando se trata de criança, os
especialmente por ileostomizados. professores descrevem que ela se levan-
• Coceira sob a bolsa pode ser sinal de desidratação. Tomar 2 ou 3 copos de água ta da carteira a todo instante, mexe com
durante um curto espaço de tempo pode aliviar o problema e evitar uma troca pre- um ou com outro, fala muito. Parece que
matura de bolsa. Coceira pode também indicar que fezes entraram em contato com é elétrica, ou que está com um
a pele. motorzinho ligado o tempo todo.
• Quando for viajar leve com você o dobro de bolsas que você usaria normalmente. Raramente consegue ficar sentada,
Leve-as na sua bagagem de mão. mas se é ob- rigada a permanecer
• Carregue sempre, além de uma bolsa extra, um clipe extra sentada, se revira o tempo todo, bate
também. com os pés, mexe com as mãos, ou
• Se quiser usar roupas justas, você não pode ter preguiça de fazer a higiene da bol- então acaba adormecendo. Dificilmente
sa mais vezes. Para isso carregue sempre uma garrafa de água, caso o banheiro que consegue se interessar por uma
você vá usar não tenha duchinha. brincadeira em que tenha que ficar
• Procure manter um peso adequado. O excesso de gordura pode atrapalhar a quieta, mas pelo contrário está sempre
fixação correndo, subindo em móveis, árvores, e frequentemente em locais perigosos.
da bolsa. Uma criança mais hiperativa nem mesmo para comer consegue sentar, quanto mais
• Não exponha o ostoma à água muito quente porque ele não tem terminações ner- para assistir a um programa de televisão ou ler um livro ou uma revista.
vosas e você pode queimá-lo sem perceber.
Como aparece a hiperatividade num adolescente ou num
ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO EM MANAUS adulto?

Policlinica da Codajás Adolescentes e adultos hiperativos costumam se mostrar de forma um pouco dife-
Endereço: Av. Codajás N°26 - Cachoeirinha rente das crianças, pois é próprio dessas idades mais avançadas uma redução normal
Manaus/AM,Brasil. Telefone: (92) 3612-441 / 3612-4497. e- da atividade motora. Então, muitas vezes o que predomina no adolescente e no
mail: paid@policodajas.am.org.br adulto é uma sensação interna de inquietação, ou então, eles se mostram sempre
ocupados com alguma coisa, dando a impressão de estarem sempre muito atare-
fados, quando na verdade o que ocorre é uma dificuldade em diminuir o nível de
atividade. Adultos têm dificuldade em sair de férias, ou comumente se ocupam com
6.7. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVI- várias atividades ao mesmo tempo, na maior parte das vezes sem conseguir comple-
DADE - TDAH (TDAH) tar nenhuma delas.

O que é o TDAH? Hiperatividade é sinônimo de TDAH?

O TDAH é um transtorno neurobiológico, com grande participação genética (isto Não, a Não. A rigor, hiperatividade significa apenas o aumento da atividade
é, existe chances maiores de ele ser herdado), que tem início na infância e que motora, que
pode ser encontrada em diversos transtornos psíquicos, como o autismo, o trans-
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de um comer impulsivo, um comprar por impulso, e também por um tomar decisões


por impulso, como por exemplo, romper um relacionamento, ou assumir um com-
promisso com os demais.
Crianças e adultos impulsivos costumam ter reações explosivas súbitas, dizem o que
veio à cabeça, mas caracteristicamente essa reação logo passa, se arrependem e
tratam a outra pessoa como se não tivessem tido aquela reação poucos minutos an-
tes. Isso é importante para distinguir o TDAH de outros transtornos nos quais a raiva
e o ressentimento duram horas e até dias.

E a desatenção, como se apresenta?

A falha da atenção pode aparecer de di-


torno bipolar e em certos quadros ansiosos. A hiperatividade também pode ocorrer versas formas. A pessoa não consegue
em decorrência de certas doenças físicas (por exemplo, o hipertireoidismo); mais manter a concentração por muito tempo,
raramente pode ser causada por alguns medicamentos. daí que, se começar a ler um livro, na
metade da
O que é impulsividade? página não consegue lembrar o que aca-
bou de ler. Até mesmo numa conversa é
Impulsividade é a deficiência no controle dos impulsos, é “agir antes de pensar”. capaz de perder o fio da meada. A de-
Podemos entender impulso como a resposta automática e imediata a um estímulo. satenção é responsável por erros tolos
Por exemplo, se vemos alguma coisa apetitosa, queremos comê-la; se estamos de que o estudante comete em matérias que
dieta temos que controlar o impulso. Se alguém nos incomoda ou agride, nosso im- ele seguramente domina, mas que no mo-
pulso é afastá-lo ou revidar, agredindo-o de volta; mas isto pode ser algo ruim para mento da
todos e deve ser controlado. prova sua atenção caiu.
Se observarmos uma criança pequena, fica fácil ter-se uma idéia do que é impul- Outras vezes, a mente da pessoa com
sividade, porque nessa fase a criança naturalmente ainda não desenvolveu nenhum TDAH parece que não tem um “filtro”,
controle dos seus impulsos. Em outras palavras, ela não tem freio. Somente à me- e por isso qualquer estímulo é capaz de
dida que a criança cresce é que a educação vai criando esse freio interno, através desviar sua atenção. Assim é que numa
de um processo de inibição da resposta imediata. No TDAH, as reações tendem a aula, por exemplo, basta passar alguém no corredor ou acontecer um ruído na rua
ser imediatas, sem reflexão. para deixar a pessoa perdida em relação ao que está sendo falado pelo professor.
Uma outra O u t r a forma de falha da atenção é quando a pessoa não é capaz de
Como aparece a impulsividade na clínica? dar um recado, simplesmente por não se lembrar disso no exato momento em
que encon- tra a pessoa a quem deve dar o recado. No entanto, basta alguém
A pessoa impulsiva tem reações súbitas, de supetão, responde ou reage sem pensar, perguntar qual o recado que ela ficou de transmitir, que frequentemente irá
o que só ocorre depois. Costuma dar uma resposta sem escutar a pergunta por in- lembrá-lo. Dito de outra forma, sua memória está conservada, a questão é que
teiro, mas a “marca registrada” da impulsividade é a impaciência, a dificuldade de essa pessoa não consegue se lembrar de algo no momento em que deveria fazê-lo.
esperar. Costuma-se dizer que o verbo Adolescentes e adultos impulsivos dirigindo Bastante comum também é uma pessoa sair de uma parte da casa para outra a fim
um carro podem ser mais imprudentes ou cometerem mais infrações. Como não de pegar algo, mas ao lá chegar não conseguir recordar o que foi procurar. Ou então
conseguem esperar, ultrapassam perigosamente, avançam sinais, querem sempre pensar em dizer alguma coisa e logo em seguida já não ter a menor ideia do que ia
chegar falar. O que falha nessas pessoas é um tipo de memória denominada memória de
rápido e por isso correm demais. A impulsividade também pode se mostrar através curto prazo ou memória operacional.

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clínico. Em outras palavras, a criança é quieta, calada, introvertida, às vezes tímida,


A desorganização é comum no TDAH ? muitas vezes é até obediente, mas vive desatenta, não se concentra bem no que faz,
parece que vive no mundo da lua, esquece-se frequentemente do que tem a fazer.
A pessoa com TDAH é comumente muito desorganizada, graças em primeiro lugar à Esse tipo clínico sem hiperatividade é denominado de TDAH Predominantemente
falha da atenção, mas também devido à sua hiperatividade. Por isso, Desatento.
frequentemente perde, ou não sabe onde colocou, objetos tais como canetas,
óculos, livros, chaves, telefone celular, etc... e não é raro depois achar esses Esse tipo Predominantemente Desatento costuma passar mais desapercebido
mesmos objetos nos locais mais estranhos, porque foram inadvertidamente que os outros tipos em que também existe a
colocados ali num momento de dist- ração, quando um outro estímulo desviou a hiperatividade?
atenção do que a pessoa estava fazendo.
Muitas crianças com o tipo Predominantemente Desatento são erradamente con-
sideradas pelos professores e até mesmo pelos pais como pouco inteligentes, sem
aptidão para os estudos. Outras vezes são vistas como preguiçosas, ou apenas muito
tímidas. Como não são hiperativas, não “incomodam” em sala de aula e não são
tão facilmente encaminhadas para uma avaliação, como aquelas com sintomas de
hiperatividade. Vale lembrar que a desatenção pode estar presente em vários outros
transtornos que não o TDAH (como ansiedade, depressão, etc.)

Os sinais do TDAH costumam desaparecer após a adolescência?

Até poucos anos atrás era exatamente isso que a ciência acreditava: que as mani-
festações clínicas desapareciam espontaneamente quando a pessoa alcançava a ado-
lescência ou se aproximava da idade adulta.
Todavia, estudos mais recentes vieram comprovar que, as características desse tran-
storno persistem na adolescência e chegam até a idade adulta, perdurando em maior
ou menor grau por toda a vida da pessoa.

O fator mais importante é o


hereditário?

O TDAH sempre se acompanha de hiperatividade? Tanto isso é verdade que é que quando identificamos uma pessoa com TDAH, se pes-
quisarmos na mesma família, invariavelmente encontraremos outras pessoas com o
Ficou claro que TDAH e Hiperatividade hiperatividade não são sinônimos embora mesmo problema, com frequência um dos pais ou algum irmão.
seja comum se dizer que uma determinada pessoa é hiperativa quando se quer
dizer que ela apre- senta TDAH. Em que idade começa o TDAH?
Por outro lado, toda pessoa com TDAH é desatenta (embora exista desatenção em
vários outros transtornos, como a depressão e a ansiedade). As manifestações desse problema sempre têm início na infância. Ninguém adquire o
Na maioria das vezes, a pessoa com TDAH é hiperativa sim, mas nem sempre transtorno na adolescência ou idade adulta.
isso acontece. Em muitos casos, o TDAH se apresenta sem muitos sinais de Muitas vezes, os pais contam que já desde o berço notavam que aquela criança
hiperatividade. era mais agitada, inquieta que os irmãos, que tinha uma dificuldade maior para
ador- mecer, ou então que era muito chorão e não tolerava nenhuma frustração.
Como se reconhecem essas pessoas que apresentam o TDAH sem a hiperatividade?
Como é feito o diagnóstico?
Todas aquelas manifestações de desatenção descritas acima predominam no quadro

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Não existe nenhum exame ou teste psicológico que permita fazer o diagnóstico desse 5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades. (A desorganização é quase
transtorno. sempre muito grande.)
Assim sendo, o profissional chega ao diagnóstico colhendo uma história da vida da 6. Evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental
pessoa geralmente com a ajuda dos pais (no caso de crianças) e com ajuda do marido constante, como tarefas escolares ou deveres de casa. (O estudante com TDAH quase
ou da mulher (no caso de adultos). nunca consegue fazer os deveres por conta própria, e os adia até a última hora.)
Auxilia a investigação lançar mão de questionários, que podem ser listas de verifica- 7. Perde coisas necessárias para tarefas ou atividades, por exemplo, brinquedos,
ção de sintomas ou escalas de avaliação. lápis, livros. (Nunca sabem onde guardaram as coisas.)
8. Distrai-se por estímulos alheios à tarefa. (Basta às vezes o menor ruído que a pes-
Como o diagnóstico é feito sem a ajuda de exames não existe o risco de se rotular soa perde o fio do que estava fazendo ou ouvindo.)
todas as pessoas como TDAH? 9. Apresenta esquecimento nas atividades diárias. (Quando recebem um recado, difi-
cilmente transmitem corretamente. Se lhes pede para comprar duas ou três coisas
Não é diferente quando se trata de diagnosticar outros transtornos, como a síndrome fatalmente alguma vai ser esquecida.)
do pânico, a fobia social, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o autismo, etc.
Também não existem exames que permitam fazer tais diagnósticos. Além disso, o E quais são os sinais de Hiperatividade mencionados no DSM-
profissional sempre procura verificar se o caso que ele está examinando atende a IV?
determinados critérios diagnósticos que são necessários para ele poder dizer que
se trata desse ou daquele transtorno. Esses critérios diagnósticos são estabelecidos A pessoa apresenta com frequência (e não apenas ocasionalmente) as seguintes car-
pela Associação Psiquiátrica Americana Americana de Psiquiatria, ou pela acterísticas:
Organização Mundial de Saúde. 1. Agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira. (É característico o balançar
constante das pernas ou o bater com a ponta dos pés no chão.)
2. Abandona sua cadeira na sala de aula ou em outras situações em que deveria
Quais são os critérios diagnósticos para o TDAH propostos pela Associação Americana
permanecer sentado.
de Psiquiatria?

A Associação Americana de Psiquiatria, através de uma publicação oficial, chamada


de Diagnostic and Statistic Manual (DSM, que está na sua quarta edição, a DSM-IV,
no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (cuja versão DSM-IV
está em vigor desde 2004 e cuja quinta edição, o DSM-5, está prevista para ser
publicada em junho de 2013), propõe que para se diagnosticar o TDAH devem estar
presentes no mínimo 6 de uma lista de 9 sintomas de Desatenção e/ou no mínimo 6
de uma lista de 9 sintomas de Hiperatividade e Impulsividade.

Quais são os sinais de desatenção que o DSM-IV


menciona?

A pessoa apresenta com frequência (não apenas uma vez ou outra) as características
abaixo:
1. Deixa de prestar atenção em detalhes e comete erros por descuido em atividades
escolares, no trabalho, ou em outras atividades. (É o caso do estudante que sai da
prova e percebe que errou muita coisa que ele próprio considera fácil.) 3. Corre ou sobe demais, de forma não apropriada. Em adolescentes e adultos pode
2. Tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou jogos. (Isso fica muito claro se limitar a uma sensação subjetiva de inquietação.
na dificuldade de ler. Certas pessoas com TDAH jamais leram um livro até o final). 4. Está “a mil” ou age como se estivesse “a todo vapor”. (Nossas avós diziam que a
3. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra. (As mães, pais, esposas e mari- criança parecia que tinha “bicho no corpo inteiro”, que por vício de linguagem aca-
dos acham até que a pessoa parece surda.) bou em “bicho carpinteiro”)
4. Não segue instruções e não termina deveres escolares, tarefas domésticas, ou
deveres profissionais. (O estudante não lê o que pede a questão e tenta adivinhá-la.
O adulto não é capaz de ler um manual de instrução de um novo aparelho.)
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5. Fala em demasia. (Essas pessoas são más ouvintes, mas por outro lado são a alegria vias de separação, ou a existência de um pai alcoolista, podem causar sintomas pare-
de uma reunião porque nunca deixam ter um minuto de silêncio.) cidos aos do TDAH numa criança.
2. Dificuldades sensoriais, como uma diminuição da audição ou da visão, às vezes ai-
E os sinais de Impulsividade, de acordo com o DSM-IV? nda ain-da não detectadas, são capazes de deixar uma criança desinteressada e
desatenta, e até mesmo inquieta.
A presença frequente dos sinais: 3. O uso de certos medicamentos e algumas doenças clínicas também podem provo-
car hiperatividade.
1. Dá respostas precipitadas antes de ouvir a pergunta inteira. 4. Alguns transtornos psíquicos, como o autismo, a depressão, o transtorno bipolar,
2. Interrompe ou se intromete em assuntos dos outros, como conversas ou brincadei- os quadros de ansiedade, com frequência se confundem bastante com o
ras de outras pessoas. TDAH.

3. Tem dificuldade para esperar sua vez.


(Não conseguem esperar numa fila de banco, É verdade que uma pessoa com TDAH, quando não é muito acentuado, pode passar
ou quando estão dirigindo um carro. É difícil pela vida sem maiores complicações. Todavia, o mais comum é que os sintomas do
também que esperem o melhor momento TDAH (desatenção, hiperatividade e impulsividade) tragam alguns comprometimen-
para falar sua opinião, ou para tomar uma tos.
decisão qualquer.) 1. Dificuldades no rendimento escolar são umas das primeiras consequências desse
transtorno. Esse transtorno é considerado a principal causa de fracasso nos estudos.
2. Dificuldades de relacionamento são frequentes.
3. Em função dessas situações expostas nos dois itens anteriores a regra é a pessoa
desenvolver uma baixa auto-estima autoestima.
4. Problemas profissionais, como mudanças frequentes de trabalho, demissões, nível
de realização abaixo da sua capacidade, não são raros.
5. As pessoas com TDAH são mais propensas ao uso de álcool e drogas, até porque
essas substâncias podem atenuar passageiramente alguns sintomas do transtorno.
Que outras exigências faz a Associação Psiquiátrica Americana Americana de 6. Estatisticamente, sabe-se também que essas pessoas são mais propensas a
Psiquiatria para se diagnosticar o TDAH? vários
tipos de acidentes, em particular os acidentes de
Além dos sintomas vistos anteriormente e a frequência ao qual ocorrem, é necessário trânsito.
que esses sintomas existam desde a infância (ou início da adolescência). 7. Essas pessoas apresentam um risco maior de contraírem outros transtornos, como
Também se requer que esses sintomas estejam causando prejuízo no funcionamento depressão, transtornos ansiosos, etc.
da pessoa em duas ou mais áreas de sua vida.
Por último, outra condição é que esses sintomas não estejam sendo provocados por Quer dizer que o TDAH frequentemente ocorre acompanhado de outros transtornos?
nenhum outro transtorno conhecido. (COMORBIDADES)
Como vemos, então, não é qualquer pessoa que apresente alguns dos traços descritos
que preenche os critérios diagnósticos fixados da Associação Psiquiátrica Americana Uma das características do TDAH é exatamente essa alta incidência com outros tran-
Americana de Psiquiatria. stornos que chamamos de comorbidade. Estima-se que até 70% das crianças com
TDAH apresentam simultaneamente outros transtornos, assim como os adultos, que
também costumam apresentar um número elevado de outros transtornos siumltâ-
Que outros transtornos se parecem com o TDAH e podem ser confundidos com ele? neos.

Ao avaliar uma pessoa na intenção de fazer diagnóstico de TDAH, o profissional tem Quais são os transtornos que se associam mais frequentemente com o
em mente algumas outras condições que podem se confundir com esse transtorno. TDAH?
1. Situações familiares desfavoráveis, como por exemplo, um casal em briga ou em 1. Transtornos do Aprendizado (dos quais os mais comuns são os transtornos de lei-
tura, de escrita e de
matemática);
2. Transtorno de Desafio e Oposição e Transtorno de Conduta;
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3. Tiques; Em seguida pode ser útil aprender certas estratégias de comportamento para
4. Transtorno Ansiosos (Pânico, Fobia Social, Transtorno de Ansiedade Generalizada administrar os sintomas do TDAH.
pânico, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada); Por exemplo, quando o portador sofre de uma pessoa com TDAH apresentar
5. Transtornos do Humor (Depressão, Distimia, Transtorno Bipolar dificuldade crônicas de organização e por causa disso acaba se esquecendo de
depressão, distimia, transtorno bipolar); compromissos, torna-se muito útil estimular o uso de agenda, mural e outros
6. Abuso de Drogas e Alcoolismo. recursos (especialmente eletrônicos, quando pos- sível).
Existem algumas estratégias para quando a pessoa tem dificuldade em manter a
Qual é o primeiro passo no tratamento do TDAH? atenção em leituras ou em aulas; também existem estratégias para minimizar a
impulsividade.
O primeiro passo e, talvez o mais importante de todos, é o conhecimento. A O professor pode ser um grande aliado no tratamento. Quando ele tem conheci-
própria pessoa, os pais, o marido, a esposa, enfim, todos precisam aprender mentos sobre TDAH, ele se torna capaz de adotar estratégias de ensino capazes de
sobre TDAH, saber como ele se apresenta, como isso compromete o modo da de a favorecer o aprendizado dos alunos com TDAH.
pessoa ser e agir no cotidiano, suas reações, e, principalmente, que isso não é A psicoterapia também pode ser útil, seja ela familiar, individual ou de casal (no caso
culpa de ninguém, nem da pessoa nem de seus pais. de adultos casados), quando é for necessário tratar as consequências do TDAH na
Alguém pode ser culpado se uma criança nasce com diabetes ou miopia, por exem- vida do portador dessa pessoa e das pessoas de outras que sejam importantes em
plo? sua vida.

Quais são os outros recursos para tratar o TDAH?


É importante lembrar que o uso de medicamentos deve ser
O programa de tratamento, de modo geral, deve sempre incluir esses 3 realizado após prescrição (receita)
componentes:
1. Informação e conhecimento; médica.
2. Medicação;
3. Recursos psicoterápicos.

Por quanto tempo é necessário que se faça uso da medicação? Por toda a vida? 7. ESPORTE, LAZER E CULTURA
O tratamento, incluindo ou não medicamentos, deve ser longo o suficiente para um
controle dos sintomas durante um período maior, contornando ou minimizando os
7.1ESPORTE
problemas na vida escolar, familiar e social. Como foi dito, o TDAH pode ser crônico
em alguns casos e persistir na vida adulta.
Há uma gama de esportes a serem praticados por pessoas com deficiência, o que os
Muitas vezes, com a conscientização acerca do transtorno, com o aprendizado de
as impede é a ausência de lugares específicos para a prática das modalidades
certas estratégias de comportamento, é possível depois de algum tempo reavaliar a
adaptadas e a falta de incentivo e recursos para compra e manutenção do material
necessidade de se manter o medicamento ou não.
necessário as às atividades escolhidas.
Do ponto de vista psicológico o que pode ser feito para ajudar a pessoa com TDAH?
MODALIDADES PARAOLÍMPICAS:
O primeiro passo e, muitas vezes, o mais importante é dar à pessoa
Atletismo
conhecimentos científicos sobre o transtorno, porque só isso já modifica a baixa
auto-estima autoestima e certa carga de culpa que o portador a pessoa
Atletas com deficiência física e ou visual, de ambos
provavelmente carrega.
os sexos, podem praticar a modalidade. As provas
Muitos sintomas de TDAH (e suas consequências) são interpretados erroneamente
são de acordo com a deficiência dos
pelos demais (e às vezes também pelo próprio portador pela própria pessoa) ao
competidores, di- vididas entre corridas, saltos,
longo de toda a vida: “só lembra o que interessa”, “não tem persistência em
lançamentos e arre- messos. Nas provas de pista
nada”, “não leva nada a sério”, “não se dedica”, “se realmente se importasse
(corridas), dependendo do grau de deficiência
com os outros, teria lembrado”, “é vagabundo”, etc.
visual do atleta, ele pode ser
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acompanhado por um atleta-guia, que corre ao seu lado ligado por uma cordinha. site: www.cviam.org.br - e-mail: cvi.am@hotmail.com
Ele tem a função de direcionar o atleta, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclas-
sificação. As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo Bocha
(IAAF), com algumas adaptações para o uso de próteses, cadeira de rodas ou guia,
mas sem oferecer vantagem em relação aos seus adversários. No Brasil, a modali- Competem na bocha paraolímpica pessoas com
dade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. paralisia cerebral severa que utilizem cadeira de
A Classificação consiste na categorização recebida pelos atletas em função da capa- rodas. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas
cidade de realizar movimentos, evidenciando as potencialidades dos resíduos mus- o mais perto possível de uma bola branca chamada
culares, de sequelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que não de jack jack (conhecida no Brasil como bolim). É
foram lesados. per- mitido o uso das mãos, dos pés ou de
A avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de coordenação (re- instrumentos de auxílio para atletas com grande
alizado geralmente para atletas com paralisia cerebral e desordens neuromotoras) comprometi- mento nos membros superiores e
e teste funcional (demonstração técnica do esporte realizado pelo atleta). Os clas- inferiores. Há três maneiras de se praticar o
sificadores analisam o desempenho do atleta considerando os resultados obtidos nos esporte: individual, duplas ou equipes.
testes. Antes de começar a partida, o árbitro tira na moeda (cara ou coroa) o direito de
escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que
Basquetebol em Cadeira de Rodas escolhe as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o jack jack e uma bola
vermelha. Depois, é a vez da bola azul entrar em ação. A partir de então, os
A modalidade é praticada por atletas de am- adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o
bos os sexos que tenham alguma deficiência mais perto pos- sível do jack jack. As partidas ocorrem em quadras cobertas,
físico-motora, sob as regras adaptadas da planas e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura por 12,5m
Federação Internacional de Basquete em Ca- de comprimento.
deira de Rodas (IWBF). As cadeiras são adapta- Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do jack jack.
das e padronizadas, conforme previsto na Caso este mesmo jogador tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo,
regra. A cada dois toques na cadeira, o cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à
jogador deve quicar, passar ou arremessar a mesma dis- tância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence
bola. As dimensões da quadra e a altura da quem acumula a maior pontuação.
cesta são as mesmas do basquete olímpico. As partidas são divididas em ends ends, que só terminam após todas as bolas serem
No Brasil, a modalidade é administrada pela lança- das. Um limite de tempo é estabelecido por end end, de acordo com o tipo
Confedera- de disputa. A contagem começa quando o árbitro indica quem fará o lance até
ção Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC). quando a bola para. Nas competições individuais, são quatro ends ends e os
Cada atleta é classificado de acordo com comprometimento físico-motor e a escala atletas jogam seis esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm
obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e a quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a
participação de atletas que apresentam qualidades de mais de uma classe distinta disputa é por trios, seis ends ends compõem as partidas. Neste caso, todos os
(os chamados casos limítrofes) foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5, 2,5 jogadores têm direito a duas esferas por parte do jogo. No Brasil, a bocha é
e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE)
regra de que, "quanto maior a deficiência, menor a classe". (Ande).
Além da paralisia cerebral, também podem participar atletas com outras deficiên-
ONDE ENCONTRAR ESTA MODALIDADE EM MANAUS cias severas (como distrofia muscular), que também são elegíveis para competir na
bocha.
Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-AM)
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim (ônibus 612, 613 ou 614 )
CEP: 69077-620 - Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652.

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de Vida
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Ciclismo (FIE).
As pistas de competição têm 4m de compri-
Pessoas com paralisia cerebral, deficiência mento por 1,5m de largura. A diferença para
visual, amputação, e ou com lesão medular a esgrima olímpica é que os atletas têm suas
(ca- deirantes), de ambos os sexos, cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgri-
competem no ciclismo. Existem duas mistas se mexa, o combate é interrompido.
maneiras de ser praticada serem Os equipamentos obrigatórios da modalidade
praticadas: individual ou em equipe. As são: máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos
regras seguem as da União Internacional de duelos de florete, a arma mais leve, há uma
Ciclismo (UCI), mas com pequenas alterações proteção para as rodas dacadeira da cadeira.
relativas à segurança e classificação dos Nas dispu- tas de espada, uma cobertura
atletas. No Brasil, a modalidade é metálica é uti-
(CBC). administrada organiza- da pela lizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. As competições se dividem em
Confederação Brasileira de Ciclismo categorias de acordo com a arma: florete, espada e sabre.
As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos para paralisados cere- Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma
brais atletas com paralisia cerebral, segundo o grau de lesão. O ciclista cego tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com
compete em uma bicicleta dupla – conhecida como “tandem” tandem – com um a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação
guia no banco da frente dando a direção. Para os cadeirantes, a bicicleta é adotada nos duelos de sabre. Com este tipo de arma, o esgrimista pode atingir
“pedalada” com as mãos: é o handcycling handcycling. As provas são de velódromo, seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do sabre.
estrada e contra-relógio contrarrelógio. Uma das peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são com-
putados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o
Velódromo atleta foi tocado. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar
o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes – ver-
As bicicletas não têm marchas e a competição acontece melha ou verde – que representa os atletas se acende. Quando ocorre um toque não
em uma pista oval que varia entre 250 e 325 metros de válido, é acesa uma luz branca.
extensão. Velocidade em todas as provas é fundamen- Na primeira rodada dos torneios individuais, os confrontos duram no máximo
tal. quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. As
etapas seguintes têm três tempos de três minutos cada, com intervalos de um
Estrada minuto. Ganha o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação
Os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto até que um
As competições são as mais longas da modalidade, com dos atletas atinja o outro, numa espécie de “morte-súbita”.
até 120 km de percurso.
Futebol de 5 Futebol de 5
Contra-relógio Contrarrelógio
Exigem mais velocidade que resistência. Os atletas lar- O futebol de cinco 5 é exclusivo para pessoas com
gam de um em um minuto, pedalando contra o tempo. de- ficiência visual. As partidas normalmente são em
Nesta prova a posição dos ciclistas na pista não diz, ne- uma quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos
cessariamente, a colocação real em que se encontram, Paraolímpicos de Atenas também tem têm sido
pois tudo depende do tempo. praticadas em campos de grama sintética. O goleiro
tem visão to- tal e não pode ter participado de
Esgrima em Cadeira de Rodas competições oficiais da FIFA Fifa nos últimos cinco
anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas
A esgrima requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, que impedem que a bola saia do campo. Cada time é
reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência formado por cinco jogadores – um
locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico Internacional
administra a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima
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goleiro e quatro na linha. Diferente dos estádios com a torcida gritando, as partidas intelectual não é comprometida.
de futebol de cinco são silenciosas, em locais sem eco.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode Goalball
se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la,
é falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído Ao contrário de outras modalidades paraolímpi-
por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador, que fica atrás do gol, para cas, o goalball foi desenvolvido exclusivamente
orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde para pessoas com deficiência – neste caso, a
devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10 minutos. visual. A quadra tem as mesmas dimensões da
No Brasil, a mo- dalidade é administrada pela Confederação Brasileira de de vôlei (9m de largura por 18m de
Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). comprimento). As partidas duram 20 minutos,
Em Jogos Paraolímpicos, esta modalidade é exclusivamente praticada por atletas com dois tempos de 10. Cada equipe conta
cegos totais, que não têm nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos; ou têm com três jogadores titulares e três reservas.
percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a De cada lado da quadra tem um gol com nove
metros de largura
qualquer distância ou direção. e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O
arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária.
Futebol de 7 A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que permitem
a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball é um
O futebol de sete 7 é praticado por esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho
atletas do sexo masculino, com paralisia no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. A
cerebral, decorrente de sequelas de bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. Sua cor é alaranjada e é mais ou menos
traumatismo crânio-encefálico ou do tamanho da de basquete. Hoje o goalball é praticado em 112 países nos cinco
acidentes vasculares cerebrais. As regras continentes. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de
são da FIFA Fifa, mas com algumas Desporto para Deficientes Visuais (CBDV).
adaptações feitas pela Associação Nesta modalidade, os atletas com deficiência visual competem juntos, ou seja,
Internacional de Esporte e Recreação para do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui
Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o
tem no máximo 75m x 55m, com balizas de grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração
5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os
do centro da linha de gol. Cada time tem atletas, inclusive
sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60 minutos, divi- os com visão parcial, utilizam uma venda durante as competições para que todos
didos em dois tempos de 30, com um intervalo de 15 minutos. Não existe regra para possam competir em condições de igualdade.
impedimento e a cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando
a bola no chão. Os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia Halterofilismo
cerebral e não usam cadeira de rodas. No Brasil, a modalidade é administrada pela
Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE) (Ande). No halterofilismo, os atletas permanecem
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de com- deita- dos em um banco, e executam um
prometimento físico. Quanto maior a classe, menor o comprometimento do atleta. movimento conhecido como supino. A prova
Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 começa no momento em que a barra de apoio é
(menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os retirada – com ou sem a ajuda do auxiliar
jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos central – deixando o braço totalmente
casos, não conseguem correr. Assim, para estes atletas, a posição mais comum é a estendido. O atleta flexiona o braço descendo
de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a a barra até a altura do peito. Em seguida,
capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade elevam-na até a posição inicial, finalizando o
movimento. Hoje, competem atle-
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tas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As categorias provas como dos 50m aos 400m no estilo livre,
são subdivididas pelo peso corporal de cada um. São dez categorias femininas e dez dos 50m aos 100m nos estilos peito, costas e
masculinas. O atleta pode realizar o movimento três vezes, o maior peso é vali- borboleta. O medley medley é disputado em
dado. Os árbitros ficam atentos a à execução contínua do movimento e a parada provas de 150m e 200m. As provas são divididas
nítida da barra no peito. No Brasil, a modalidade é organizada pelo Comitê na catego- ria masculino e feminino, seguindo
Paraolímpico Brasileiro através da Coordenação de Halterofilismo. as regras do IPC Swimming IPC Swimming,
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como órgão responsável pela natação no Comitê
no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas amputados, out- Paraolímpico Internacional.
ros ou-tros com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e As adaptações são feitas nas largadas, viradas e
atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a chegadas. Os nadadores cegos recebem um avi-
habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de so do tapper tapper, por meio de um bastão
perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as com ponta
regras. de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser
feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do
Hipismo bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. No
Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
O hipismo paraolímpico é praticado por atletas O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a à análise de
com vários tipos de deficiência, em cerca de resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e
40 países. A competição de Hipismo hipismo é testes mo- tores (realizados dentro da água). Vale a regra de que quanto maior a
mista, ou seja, cavaleiros e amazonas deficiência, menor o número da classe. O atleta pode ter classificações diferentes
competem juntos nas mesmas provas. Outra para o nado peito (SB) e o medley medley (SM).
característica da modalidade é que não só os
competidores recebem medalhas, mas os Remo
cavalos também. No Brasil, o hipismo é
organizado pela Confederação Brasilei- ra de O termo “adaptado” quer dizer que o equipa-
Hipismo (CBH). As habilidades funcionais de mento é modificado para a prática do esporte e
cada cavaleiro definem o enquadramento da não propriamente “adaptado” a cada atleta. A
classificação. Federação Internacional de Remo (FISA) (Fisa) é o
órgão máximo do Remo mundial. As corridas
Judô são real-izadas rea-lizadas num percurso de
1000 metros para todas as quatro classes. No
Brasil, a modalidade é or- ganizada pela
A entidade responsável pelo esporte é a Federa- Confederação Brasileira de Remo (CBR). Podem
ção Internacional de Esportes para Cegos, fun- competir pessoas com lesão medu- lar, paralisia
dada em Paris, em 1981. Nesta modalidade, cerebral, amputação de membros e outros.
os atletas deficientes visuais competem juntos,
ou seja, do atleta completamente cego até os Rugby em Cadeira de Rodas
que possuem acuidade visual parcial.
O rugby rugby (rúgbi) se assemelha bastante ao futebol americano, por ter quase
os mesmos ob- jetivos e ser um jogo que envolve forte contato físico. As equipes
são formadas por quatro jogadores e há oito reservas à disposição do técnico. Esta
Natação grande quantidade de suplentes é explicada pela intensidade das colisões entre
competidores e cadeiras. Homens e mulheres tetraplégicos com tetraplegia atuam
Na natação, competem atletas com diversos tipos de deficiência (física e visual) em juntos. É necessário ter agilidade para manusear a bola, acelerar, frear e
direcionar a cadeira.
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Quadras de basquete de 15 metros de melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores
largura por 28 metros de comprimen- atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois
to são utilizadas no rugby rugby em pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar o
cadeira de rodas, ao contrário dos jogo. A instituição responsável pela modalidade é a Federação Internacional de Tênis
campos de grama convencionais. A de Mesa (ITTF). Em relação ao tênis de mesa convencional, existem apenas
quadra é di- vidida em duas áreas. algumas diferenças nas regras, como na hora do saque para a categoria cadeirante.
Há um círculo central e duas áreas- No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tênis de
chave (um tipo de “grande área”), que Mesa (CBTM). Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez,
ficam à frente das linhas de gol. Os segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o
jogadores de ataque só podem ficar comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da
dentro da área-chave por no máximo mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular,
dez segundos, enquanto três jogadores restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a
de defesa têm o direito raquete.
de permanecer no local por tempo indeterminado. A entrada do quarto jogador na
área-chave resulta em uma penalidade (falta). Tênis em Cadeira de Rodas
O objetivo do rugby rugby é marcar o gol, delimitado por dois cones verticais na
linha de fundo da quadra. Entretanto, para fazê-lo é preciso passar a linha de gol Incorporada à Federação Internacional de
adversária com duas rodas da cadeira. O atleta deve, obrigatoriamente, segurar a Tênis (ITF), que hoje é a responsável pela
bola. O início do jogo funciona como no basquete: dois atletas permanecem dentro administração, regras e desenvolvimento
do círculo central na disputa pela bola, jogada ao alto pelo árbitro. Os atletas do esporte em nível global.
podem conduzí-la sobre suas coxas, passá-la para um companheiro de time ou O único requisito para que uma pessoa
quicá-la. O jogador pode ter a posse da bola por tempo indeterminado, mas precisa possa competir em cadeira de rodas é ter
quicá-la pelo menos uma vez a cada 10 segundos. O time que tem a posse da bola sido medicamente diagnosticada uma defi-
não pode demorar mais de 12 segundos para entrar no campo do oponente e 40 ciência relacionada com a locomoção, em
segundos para finalizar a jogada. Esta medida visa tornar a modalidade o mais outras palavras, deve ter total ou substan-
dinâmica possível. cial perda funcional de uma ou mais par-
As partidas são divididas em quatro períodos de oito minutos, cada. Entre o primeiro tes extremas do corpo. Se, como
e o segundo quarto, há pausa de um minuto. Assim também ocorre entre a terceira resultado
e a última etapa. Do segundo para o terceiro período, cinco minutos são dados para dessa limitação funcional, a pessoa for incapaz de participar de competições de
o intervalo. Caso o jogo termine empatado, uma prorrogação de três minutos é dis- tênis convencionais (para pessoas sem deficiência física), deslocando-se na
putada. Durante o tempo normal, assim como no basquete, cada time tem direito a quadra com velocidade adequada, estará credenciada para participar dos torneios
dois tempos técnicos e cada atleta tem direito a quatro tempos de 30 segundos. Na de tênis para cadeirantes.
prorrogação, um tempo técnico fica disponível para ambas as equipes.
No Brasil, a modalidade é organizada pela Associação Brasileira de Rugby em Cadeira Tiro com Arco
de Rodas (ABRC).
Em cada tentativa, a concentração é funda-
Tênis de Mesa mental para os arqueiros. As regras da mo-
dalidade são quase as mesmas das adotadas
No tênis de mesa, participam atletas do pela Federação Internacional de Tiro com
sexo masculino e feminino com paralisia Arco (FITA) (Fita). A entidade responsável
cerebral, amputados amputação e pelo ge- renciamento e desenvolvimento
cadeirantes. As competições são divididas do esporte é o Comitê de Tiro com Arco
entre atletas andantes e cadeiran- tes. Os do Comitê Paraolímpico Internacional
jogos podem ser individuais, em duplas ou por (IPC). Tetraplé- gicos, paraplégicos e
equipes. As partidas consistem em uma pessoas com mobi-
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lidade limitada Atletas com tetraplegia, paraplegia ou mobilidade reduzida nos de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada competição as disputas
membros inferiores competem. Estes últimos podem escolher ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de ambas as fases
atuar em pé ou sentados num banco. são somadas e vence quem fizer mais pontos. O alvo é dividido em dez 10
Uma distância de 70m separa os atletas do alvo, que mede 1,22m de diâmetro, sendo circunferências que valem de um a dez 10 pontos e são subdivididas, cada uma,
formado por dez 10 círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto. A partir entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que vale mais,
daí, quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a pontuação dez pontos.
obtida. Dez 10 pontos são dados para quem acerta o centro do alvo, lance que A tecnologia está sempre presente na modalidade. Durante os Jogos Paraolímpicos,
requer muita precisão. Caso a flecha fique no limite entre dois círculos, é os alvos são eletrônicos e os pontos são imediatamente projetados num placar. Nem
considerado o de maior valor. Se uma seta perfurar a outra, a mesma pontuação as roupas e as armas utilizadas fogem da evolução tecnológica. Há uma diferença
da primeira é dada à se- gunda. das vestimentas nas provas para cada tipo de arma. Nas competições de rifle, por
O formato de disputa do tiro com arco durante os Jogos Paraolímpicos é chamado de exemplo, é necessário usar uma roupa com a espessura estipulada pela Federação
“Round Round Olímpico”. Um total de 96 arqueiros – 64 homens e 32 mulheres – Internacional de Tiro Esportivo (ISSF). Em eventos de pistola, os atiradores só são
participam da competição tanto no individual como por equipe. Entretanto, antes obrigados a usar sapatos especiais feitos de tecido, que dão mais estabilidade aos
deste sistema de jogo ser iniciado, há uma eliminatória: é o Ranking Round atletas.
Ranking Round. Nesta fase, cada ar- queiro tem direito a seis seqüências Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de 10
sequências, compostas por 12 flechas (total de 72). Após todas as tentativas, os metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com
confrontos da próxima etapa, o Round Round Olímpico, são defini- dos. A lógica da projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m,
formação das chaves é a seguinte: o 1º colocado enfrenta o 32º, o 2º encara o 31º e também com as balas de 5.6mm de diâmetro.
assim por diante. Os arqueiros têm direito a seis seqüências sequências de três O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com
flechas, com 40 segundos permitidos por tentativa. Quem vence, joga a próxima fase diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por
sob estas mesmas regras (18 flechas). Das quartas-de-final até a grande final, em equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco,
cada etapa, o sistema de disputa é composto por quatro seqüências sequências de equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores),
três flechas para todos os oponentes. e das habilidades que são requeridas no tiro, os atletas são divididos em três classes,
As seleções por equipe são formadas por três competidores. Os resultados obtidos mas as competições paraolímpicas incluem apenas duas classes.
pelos compatriotas no Ranking Round Ranking Round são somados. Com isso, as
equipes masculinas são ranqueadas de 1 a 16 e as femininas de 1 a 8. Na primeira Vela
fase do Round Round Olím- pico, as seleções atuam simultaneamente. As
tentativas consistem em três sequências de nove flechas, com cada uma durando Pessoas com deficiência locomotora ou visual po-
três minutos no máximo. Vão à final as quatro melhores parcerias. Na decisão, as dem competir na modalidade. A Vela paraolím-
seleções têm direito às mesmas três seqüências sequências de nove setas da etapa pica segue as regras da Federação Internacional
preliminar. de Iatismo (ISAF) (Isaf) com algumas adaptações
No Brasil, a modalidade é organizada pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco feitas pela Federação Internacional de Iatismo
(CBTarco). para De- ficientes (IFDS). Três tipos de barco são
utilizados nas competições paraolímpicas: o
Tiro Esportivo barco da classe 2.4mR 2.4m tripulado por um
único atleta; o barco da classe Sonar, com 3
O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolím- atletas; e o barco SKUD-18 Skud-18 para 2
pico Internacional (IPC) é responsável por ad- tripulantes paraplégicos com paraplegia, sendo
ministrar a modalidade. As regras das com- obrigatoria- mente 1 tripulante feminino.
petições têm apenas algumas adaptações. As competições, denominadas de “regatas”, são percursos sinalizados com bóias,
Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas feitas de acordo com as condições climáticas, de forma que o atleta teste todo seu
e com Atletas com amputação, paraplegia, conhecimento de velejador. Barcos com juízes credenciados pela ISAF Isaf
tetraplegia e outras deficiências locomotoras fiscalizam o percurso, podendo o atleta ser penalizado com pontos, caso infrinja
podem competir tanto no masculino como no alguma regra. Uma competição é composta de várias regatas, ganhando o evento
feminino. As regras variam de acordo com a aquele que tiver
prova, a dis- tância, o tipo do alvo, posição de
tiro, número
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melhor resultado, após a somatória de todos as suas colocações nas de prata, e oito de bronze, chegando a marca de 43 medalhas no total, assim o país
regatas. País garantiu a sétima posição no quadro geral de medalhas e fez do evento de
Os vencedores das regatas normalmente são os velejadores que conseguem imprimir Londres algo memorável para o esporte paraolímpico do Brasil. Segue abaixo os
uma maior velocidade nos barcos, realizar melhores manobras e buscar as melhores nomes dos nossos medalhistas:
condições de vento (tática de regata).
O sistema de pontuação baseado no nível de habilidade permite que atletas com • NATAÇÃO (14)
diferentes tipos de deficiência possam competir juntos. Após a avaliação dos atletas OURO
pelo comitê classificador, são concedidos pontos, baseados nas habilidades funcio- 1. Daniel Dias (50 m livre - Masculino - S5)
nais, que vão de 1 a 7, indo do mais baixo ao mais alto nível de funcionalidade, 2. André Brasil (50 m livre - Masculino - S10)
respectivamente. Atletas com deficiência visual são situados em uma das três 3. André Brasil (100 m borboleta - Masculino - S10)
classes de competição, baseadas em sua acuidade visual e campo de visão. Para 4. Daniel Dias (200 m livre - Masculino - S5)
assegurar a participação de atletas com todas as contagens de pontos e todas as 5. Daniel Dias (100 m peito - Masculino - SB4)
classes de deficiências, a pontuação agregada não pode ser maior do que 14, o que 6. Daniel Dias (50 m costas - Masculino - S5)
permite aos velejadores com mais deficiência participar das competições. 7. André Brasil (100 m livre - Masculino - S10)
8. Daniel Dias (50 m borboleta - Masculino - S5)
Voleibol Sentado 9. Daniel Dias (100 m livre - Masculino - S5)
PRATA
No voleibol sentado, competem atletas amputa- 10. André Brasil (200 m medley - Masculino - SM10)
dos com amputação, principalmente de 11. André Brasil (100 m costas - Masculino - S10)
membros inferiores (mui- tos são vítimas de 12. Edênia Garcia (50 m costas - Feminino - S4)
acidentes de trânsito) e pes- soas com outros 13. Phelipe Rodrigues (100 m livre - Masculino - S10) BRONZE
tipos de deficiência locomotora (sequelas de 14. Joana Silva (50 m borboleta - Feminino - S5)
poliomielite, por exemplo). Em re- lação ao
convencional, a quadra é menor, com dez 10 por • ATLETISMO (18)
seis metros, e a altura da rede é inferior à da OURO
modalidade, com 1,15m do solo no masculino e 1. Yohansson Nascimento (200 m rasos T46 – Masculino)
1,05m para o feminino. Os atletas jogam senta- 2. Terezinha Guilhermina (200 m rasos T11 – Feminino)
dos na quadra. No voleibol paraolímpico, o saque pode ser bloqueado. 3. Alan Fonteles (200 m rasos T44 – Masculino)
A quadra se divide em zonas de ataque e defesa. É permitido o contato das pernas 4. Felipe Gomes (200 m rasos T11 – Masculino)
de jogadores de um time com os do outro, porém as mesmas não podem atrapalhar 5. Terezinha Guilhermina (100 m rasos T11 – Feminino)
o jogo do adversário. O contato com o chão deve ser mantido em toda e qualquer 6. Shirlene Coelho (Lançamento de dardo F37/38 – Feminino)
ação, sendo permitido perdê-lo somente nos deslocamentos. Cada jogo é decidido 7. Tito Sena (Maratona T46 – Masculino)
em melhor de cinco sets sets, vencendo o time que marcar 25 pontos no set set. PRATA
Em caso de empate, ganha o primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda o 8. Jerusa Santos (200 m rasos T11 – Feminino)
tie breakde tie break de 15 pontos. 9. Odair Santos (1500 m T11 – Masculino)
O voleibol paraolímpico é organizado internacionalmente pela Organização Mundial 10. Daniel Silva (200 m rasos T11 – Masculino)
de Voleibol para Deficientes (WOVD). No Brasil, a modalidade é administrada pela 11. Yohansson Nascimento (400 m rasos T46 Masculino)
Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico (ABVP). 12. Jerusa Geber Santos (100 m rasos T11 – Feminino)
13. Lucas Prado (400 m rasos T11 – Masculino)
14. Lucas Prado (100 m rasos T 11 – Masculino)
RESULTADO BRASILEIRO NAS PARAOLIMPÍADAS 15. Claudiney dos Santos (Lançamento de dardo F57/58 – Masculino)

Após 12 dias de Paraolimpíada e 11 de competição, o Brasil chegou ao melhor des-


empenho de-sempenho da história do país País em Jogos Paraolímpicos. Com 21
medalhas de ouro, 14
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

BRONZE não possuem boa visibilidade, eles estão separados dos demais lugares, concentra-
16. Jonathan de Souza Santos (Lançamento de disco F40 – dos em um único lugar, portanto, segregados de público.
Masculino) Não existe nenhum parque adaptado para pessoas com deficiência em Manaus, o
17. Jhulia Santos (100 m rasos T11 – Feminino) ideal seria que as instalações e espaços acessíveis ou adaptados pudessem ser uti-
18. Felipe Gomes (100 m rasos T 11 – Masculino) lizados por todos, sejam pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida
ou outras pessoas que não estão nessas condições, sejam elas de todas as idades e
• BOCHA (4) capacidades.
OURO
1. Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos (Duplas BC4) Um exemplo de parque adaptado que poderia ser adotado em Manaus, está local-
2. Maciel Santos (Individual Misto BC2) izado loca-lizado em Socorro, interior de São Paulo. Recebe o nome de Parque dos
3. Dirceu Jose Pinto (Individual Misto BC4) Sonhos, suas atividades podem ser desenvolvidas por pessoas com e sem
BRONZE deficiência, abaixo algu- mas imagens do lugar.
4. Eliseu dos Santos (Individual Misto BC4)

• ESGRIMA EM CADEIRA DE RODAS (1)


OURO
1. Jovane Silva Guissone (Espada - Individual Masculino - Categoria B)

• FUTEBOL DE 5 (1)
OURO
1. Por Equipe (Futebol de 5 – Masculino)

• JUDÔ (4)
PRATA
1. Lucia da Silva Teixeira (Até 57 kg – Feminino)
BRONZE
2. Michele Ferreira (Até 52 kg –
Feminino)
3. Daniele Bernardes (Até 63 kg – Feminino)
4. Antonio Tenório (Até 100kg – Masculino)

• GOLBOL (1) C7.3CULT


PRATA
URA 7.3
1. Equipe (Final Masculina)
CULTURA

Em Manaus, a maioria dos museus e lugares históricos a serem visitados estão está
7.2 LAZER situa-dos da em construções antigas com longas escadas e quase todos foram
tombados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Quanto ao lazer, é um outro aspecto da vida das pessoas com deficiência que (Iphan), portanto, não podem sofrer modificações nos pisos de paralelepípedo e
ainda precisa ganhar mais espaços na sociedade. A visão de que as pessoas com escadas. Como exemplo, temos o Teatro Amazonas, que só possui acessibilidade no
deficiência não saem de casa, não possuem vida, precisa ser quebrada primeiro piso. O Palácio Rio Negro, o Museu de Ciências Naturais, a Casa Eduardo
imediatamente. Podemos tomar alguns exemplos na cidade para exemplificarmos Ribeiro, entre tantas outras construções históricas que retratam a nossa cultura e
esta situação. estão abertas a à visitação, e não possuem acessibilidade como estas citadas
Dos 5 cinemas existentes na cidade de Manaus, nenhum deles obedece na íntegra o anteriormente.
que o Decreto nº 5.296 estabelece. Os espaços reservados a pessoas com deficiência
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

A classificação abaixo, foi construída com base nas diretrizes gerais da ADA- American
with Disabilities Act Americans with Disabilities Act (ADA), porém não é definitiva e
pode variar segundo alguns autores.
A importância das classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela pro-
moção da organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa,
desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços, cataloga-
ção e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais apropriados
ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final.

AUXÍLIOS PARA A VIDA DIÁRIA E VIDA PRÁTICA

Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em ta-


refas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de
auxílio, nas atividades como se alimentar alimentar-se, cozinhar, vestir-se, tomar
banho e execu- tar necessidades pessoais.
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas
Teatro Amazonas Palacete Provincial desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro velcro, recursos
para trans- ferência, barras de apoio, etc.

8. ACESSO A AJUDAS TÉCNICAS OU TECNOLOGIAS


ASSISTIVAS

No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT Brasileiro de Tecnologia Assistiva


(CAT), instituído pela PORTARIA N° Portaria n° 142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006
de 16 de no vembro de 2006, propõe o seguinte conceito para a tecnologia
assistiva: “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdiscipli- nar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à Alimentação
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade
reduzida, visando sua au- tonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social” (ATA Ata VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial
dos Direitos Humanos Brasileiro de Tecnologia Assistiva (CAT), da Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD), da
Secretaria de Direitos Humanos - Presidência da República).

OBJETIVO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA - TA


(TA)

Proporcionar à pessoa com deficiência maior autonomia, independência,


qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação,
Vestuário
mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e
integração com a família, amigos e sociedade.

CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA


Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

Materiais escolares favorecendo recorte, escrita e leitura

CAA - COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA


(CAA)

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre Teclado IntelliKeys IntelliKeys, acionadores com mouse mouse adaptado, mouse
sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos mouse por movimento da cabeça, monitor com tela de toque e órtese para
como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS Bliss, digitação.
PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para
expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia
dos vocaliza- dores (pranchas com produção de voz) ou o computador com
softwares softwares específicos, garantem grande eficiência à função
comunicativa.

Dispositivo de saída LinhaBraille Linha Braille e software software para controle do


computador com
síntese de voz.

Prancha de comunicação, vocalizador com varredura e vocalizador portátil.


SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE
RECURSOS DE ACESSIBILIDADE AO COMPUTADOR
Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem ligar,
Conjunto de hardware hardware e software especialmente idealizado para tornar desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos eletroeletrônicos como a luz, o
o compu- tador acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com som, televisores, ven- tiladores, executar a abertura e fechamento de portas e
privações sensoriais e motoras. janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança,
São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados vir- entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O
tuais com varredura, mouses mouses especiais e acionadores iversos diversos, controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e, neste caso, um
softwares softwares de reconhecimento de voz, ponteiras de cabeça por luz entre sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a
outros. determinação de que seja ativado, se dará darão por acionadores (localizados em
Como equipamentos de saída, podemos citar a síntese de voz, monitores especiais, qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar
os de olhos, por comando de voz etc.
softwares softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e
linha braile.
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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

Representação de controle de ambiente.


Prótese de membro inferior e órtese de mão.

PROJETOS ARQUITETÔNICOS PARA ACESSIBILIDADE ADEQUAÇÃO POSTURAL

Projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobilida- Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom
de a todas as pessoas, independente independentemente de sua condição física e desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está
sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.
através de rampas, ele- vadores, adaptações em Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam
banheiros, mobiliário, entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal.
físicas. Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição,
serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e en-
costos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações
músculo-esqueléticas existentes.
Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as
posturas, deitado, sentado e de pé portanto, pé. Portanto, as almofadas no leito
ou os estabiliza- dores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste
capítulo da TA.

Projetos de acessibilidade arquitetônica em elevadores, calçadas e banheiros.

ÓRTESES E PRÓTESES

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo.


Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posi-
cionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob me-
dida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação,
utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural,
entre outros. Poltrona postural na escola e no carrinho para transporte.

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AUXÍLIOS DE MOBILIDADE lhas táteis) e agendas eletrônicas.

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadei-
ras de rodas manuais ou elétricas motorizadas, scooters scooters e qualquer outro
veículo, equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal.
Termômetro falado, relógio falado e em
relógio braile.

AUXÍLIOS PARA PESSOAS COM SURDEZ OU COM DÉFICIT AUDITIVO

Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez,
telefones com teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual tátil-
visual, entre ou- tros.

Cadeira de rodas manual e motorizada.


Telefone com teclado (TTY) e celular com mensa-
gens escritas e chamadas por vibração.

ADAPTAÇÕES EM VEÍCULOS

Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir
um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para ca-
Cadeira de rodas especial para praia e andador com freio. deiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas
para cadeiras de rodas, serviços de auto- escola autoescola para pessoas com
deficiência.
AUXÍLIOS PARA CEGOS OU PARA PESSOAS COM BAIXA VISÃO
SUBNORMAL

Equipamentos que visam a autonomia e a independência das pessoas com


deficiência visual na rea- lização de tarefas como: consultar o relógio, usar
calculadora, verificar a tempera- tura do corpo, identificar se as luzes estão acesas
ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão
arterial, identificar chamadas telefôni- cas, escrever, ter mobilidade independente
autônoma etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os
softwares softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os
hardwares hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile Elevador para cadeiras de rodas e adaptação em veículo para dirigir
(dispositivo de saída do computador com agu-

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Cen
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BB Crédito Acessibilidade - Carência: até 59 dias para o vencimento da primeira

Em novembro/2011, a Presidenta Dilma Rousseff lançou o Viver sem Limite – Plano parcela. Veja como contratar:
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Por meio de ações estratégicas em
educação, saúde, inclusão social e acessibilidade em prol da promoção à cidadania Se você for correntista do Banco do Brasil
e ao fortalecimento da participação da pessoa com deficiência na sociedade, da
sua autonomia, eliminando barreiras e permitindo o acesso e o usufruto, em bases Procure uma agência e informe-se a respeito da sua situação cadastral e qual o limite
iguais, aos bens e serviços disponíveis a toda a população. disponível para financiamento. Para isso, leve seus documentos de Identidade, CPF,
O BB Banco do Brasil integra as ações de fortalecimento da acessibilidade e comprovante de renda e endereço.
elaborou uma linha de crédito para aquisição de produtos de Tecnologia Assistiva De posse dessas informações, solicite uma simulação do financiamento: nº de pres-
tecnologia assistiva, com foco no público com renda até 10 salários tações, valor das prestações etc.
mínimos.
A linha BB Crédito Acessibi- Se você não for correntista do Banco do Brasil
lidade disponibilizada pelo
Banco do Brasil, permite Procure uma agência e informe-se sobre as condições da linha de crédito e saiba
que os clientes tenham como abrir a sua conta corrente. Se for o caso, leve seus documentos de Identidade,
acesso ao crédito para CPF, comprovante de renda e endereço.
comprar os equipamentos A abertura da conta corrente bem como a disponibilização do limite está sujeita a
necessários para o bem à pesquisa cadastral.
estar no dia a dia. Esta
modalidade destina-se a Como adquirir o bem
à própria pessoa com
defici- ência ou a um De posse da informação de quanto há de limite de crédito disponível, prestação
terceiro que queira e prazo, compareça até o estabelecimento comercial, adquira o(s) bem(ns) e/ou
adquirir tais equi- serviço(s) constante(s) na lista de produtos (somente os bens informados na lista
pamentos para destinar a poderão ser financiados).
outra pessoa.
Lista de Produtos
Características
Auxílios para ampliação da habilidade auditiva, auxílios para qualificação da habili-
Linha de crédito destinada ao financiamento de bens e serviços voltados para Pessoas dade visual, adequação postural, auxílios de mobilidade, auxílios para vida diária,
com Deficiência pessoas com deficiência. CAA-Comunicação Aumentativa, Esporte e Lazer, Órteses e Próteses, Projetos ar-
quitetônicos para acessibilidade, Recursos de Acessibilidade ao Computador, Siste-
Quem pode contratar mas de controle ao ambiente, Elevadores Adaptados para residência, Acionadores,
Adaptação de Veículo Automotor, Alternativa de Output por Voz; Andadores; Cadeira
Clientes pessoas físicas, correntistas do Banco do Brasil, com limite de crédito dis- de Rodas com Adequação Postural, Cadeiras de Rodas Motorizadas, Leitores com Sof-
ponível e renda mensal bruta de até 10 salários mínimos. tware OCR, Leitores de Tela, Lupas Eletrônicas de Mesa, Lupas Eletrônicas Portáteis,
Mobiliário Acessível, Mouses Alternativos, Scanner de Mesa, Computador Portátil
Valor financiamento mínimo de R$ 70,00 e máximo de R$ 30.000,00 Braille, Guincho de Transferência, Impressora Braille, Interfaces Para os Acionado-
res, Scanner Leitor Portátil, Software de Comunicação Alternativa, Teclado Braille,
Vocalizadores.
- Taxa de juros: de 0,57% ao mês para quem recebe até 5 salários mínimos e de 0,64% Comunicação a umentativa, e sporte e l azer, ó rteses e p róteses, p rojetos ar-
ao mês para quem recebe mais de 5 até 10 salários mínimos; quitetônicos para acessibilidade, recursos de acessibilidade ao computador, siste-
- Prazo: 04 4 a 60 mas de controle ao ambiente, elevadores adaptados para residência, acionadores,
meses; adaptação de veículo automotor, alternativa de output por voz; andadores; cadeira
de rodas com adequação postural, cadeiras de rodas motorizadas, leitores com
software OCR, leitores de tela, lupas eletrônicas de mesa, lupas eletrônicas
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portáteis, mobiliário acessível, m ouses a lternativos, s canner de mesa, interfaces para os acionado- res, scanner leitor portátil, software de comunicação
c omputador p ortátil braile, guincho de transferência, impressora braile, alternativa, teclado braile, vocalizadores.

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Ver lista de produtos detalhada nas Agências agências do Banco do Brasil e ONDE ENCONTRAR O SERVIÇO EM MANAUS
pelo site site: www.
bb.com.br Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SEPED
(Seped) Endereço: Av. Mário Ypiranga Monteiro, N°1600, Adrianópolis.
Como contratar a sua operação Telefone: (92) 3878-0599 / 3878-0499 - Gerência de Atendimento.

Após a aquisição do bem, leve a nota fiscal ou o cupom fiscal até uma agência do 9.2 PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA
BB para a efetivação do financiamento. O crédito será liberado diretamente na sua
conta corrente, devendo ficar uma cópia da nota na agência. Quem pode se beneficiar?
Somente serão aceitos documentos fiscais emitidos com prazo máximo de 30 dias.
Toda família com renda bruta de até
Garantia R$ 5 mil, desde que não possua casa
Esta modalidade não exige garantida de bens ou de terceiros. própria ou financiamento em qual-
quer unidade da federação. Também
não é permitido que os participantes
9.ACESSO A HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL tenham recebido anteriormente be-
nefícios de natureza habitacional do
9.1 PROGRAMA VIVER MELHOR - HABITAÇÃO Governo Federal.
Para as famílias com renda de até R$
Tem como objetivo promover a acessibilidade nas moradias das pessoas com defici- 1.600: a prioridade é atender a popu-
lação de baixa renda, pois entre todos
ência que possuem um baixo nível socioeconômico, com base no Decreto Federal nº
que precisam de uma casa, existem
5296/2004 5.296/2004 e normas técnicas da ABNT – NB 9050:2004. São
aqueles que precisam de mais apoio
executadas nos imóveis obras e serviços de engenharia e adaptação
para conseguir a sua.
arquitetônica, tais como: rampa de acessibilidade, adequação de portas e
banheiros e melhorias no local de repouso. Para que a Pessoa com Deficiência
Processo de Seleção:
pessoa com d eficiência possa participar do Programa VIVER MELHOR Viver
Melhor, basta o responsável (não precisa trazer a pessoa com deficiência) se
Fase 1 - Seleção de candidatos pelo município
dirigir à sede, da SEPED Seped portando cópias do RG, CPF e Laudo Médico laudo
Os candidatos deverão estar inscritos nos cadastros habitacionais dos municípios,
médico da pessoa com deficiência e realizar o cadastro do mesmo.
estados ou DF. Na seleção dos candidatos, têm prioridade
famílias:
• desabrigadas que perderam seu único imóvel, ou ainda residentes em áreas de
risco ou insalubres;
• com mulheres chefes de família;
• que possuam pessoas com
deficiência.
Obs.: reserva de no mínimo 3% das unidades habitacionais para atendimento aos
idosos e às famílias que tenham pessoas com deficiência.
Fase 2 - Inserção no Cadastro Único (CADÚNICO)
(CadÚnico)
A prefeitura providencia a inclusão ou atualização dos candidatos selecionados no
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
Fase 3 - Apresentação dos indicados
A relação de candidatos selecionados é oficializada na instituição financeira respon-
sável.
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Fase 4 - Verificação das informações em geral.


As informações dos candidatos selecionados são verificadas comparando com outros A internet, por exemplo, oferece serviços de utilidade pública, comerciais e de en-
cadastros. O candidato que omitir ou prestar informação falsa é excluído do processo tretenimento que ajudam a todos. Parece ser natural que as pessoas que tenham
de seleção. mais dificuldades de mobilidade para irem a um banco, supermercado, lojas de com-
Para conhecer os critérios locais de seleção e as condições para famílias com renda pras, de verificarem andamento de processos, lerem jornais e outros serviços que
até R$ 1.600 entre em contato com a sua prefeitura. demandariam locomoção ou ajuda de outras pessoas para serem realizados, sejam
Conforme a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009 que dispõe sobre o Programa Minha nela incluídas, proporcionando-lhes liberdade de ação, comunicação e obtenção de
Casa, Minha Vida, as pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e idosos, de- informações.
vem ser disponibilizadas unidades adaptáveis ao seu uso, de acordo com a demanda. Para entendermos o modo de uso da Internet internet por
Na ausência de legislação municipal ou estadual acerca de condições de acessibi- algumas pessoas, devemos lembrar que existem muitos
lidade que estabeleça regra específica, será assegurado que, do total de unidades usuários que atuam em contexto muito diferente do
habitacionais construídas no âmbito do PMCMV em cada Município, no mínimo, 3% comum. É o caso dos que não têm a capacidade de ver,
(três por cento) sejam adaptadas ao uso por pessoas com deficiência. (Art. 73) ouvir ou deslocar-se, dos que tenham grandes
dificuldades, quando não mesmo a impossibilidade, de
interpretar determinados tipos de in- formação, dos que
10. ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO não são capazes de utilizar teclado ou mouse e/ou que
necessitam tecnologias assistivas específi-
ACESSIBILIDADE NOS MEIOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO cas associadas e necessárias à navegação, como navegadores por voz ou que apenas
apresentem texto.
O decreto federal nº 5296 5.296, regulamentador da lei de acessibilidade nº 10098,
Marco Antonio de Queiroz - MAQ (MAQ).
no que é relativa à acessibilidade na internet, telefonia, televisão e tecnologias
http://www.bengalalegal.com/meios
assistivas em técnicas e serviços, nos chama a atenção em alguns aspectos
fundamentais que de- verão, com a Convenção sobre os Direitos da Pessoa das
Muitas pessoas não sabem o que é, nem que importância tem, a acessibilidade as-
Pessoas com Deficiência, ser ampliados. No decreto nº 5296 5.296, o acesso pleno à
sociada aos meios de informação e comunicação, incluindo várias pessoas com de-
rede mundial de computadores (internet) está limitado às pessoas com deficiência
ficiência que não se utilizam de tecnologias específicas para tornar o acesso a elas
visual, assim como somente aos portais do go- verno. No artigo 9 da Convenção,
pleno e possível.
item 2 pode-se ler que os Estados Partes deverão tomar medidas apropriadas para:
Hoje em dia, existe tecnologia para se comunicar por telefone com uma pessoa
“Promover o acesso de pessoas com deficiência a novos sistemas e tecnologias da
surda, apesar desse meio de comunicação ser prioritariamente auditivo; a pessoa
informação e comunicação, inclusive à internet;” E, no artigo 21, referindo-se ao
cega ou com limitação física severa pode se comunicar via internet, escrever, ler e
acesso às informações a providenciarem: “Instância junto a entidades privadas que
navegar por suas páginas. Já é possível assistir televisão, filmes e noticiários, sem
oferecem serviços ao público em geral, inclusive por meio da internet, para que
que alguém tenha que ajudar a descrever as cenas mudas para um assistente cego ou
forneçam informações e serviços em formatos acessíveis, que possam ser usados por
narrar, por meio de sinais, os diálogos televisivos para uma pessoa surda.
pessoas com deficiência;”.
Pessoas com deficiência visual ou auditiva podem participar de conferências que
As palavras-chave “entidades privadas” e “pessoas com deficiência” põem por terra
tenham vídeos, palestras somente faladas ou com qualquer outro tipo de barreira
as limitações do decreto brasileiro. Essas limitações legais levavam o mercado de
de comunicação que, sem as tecnologias assistivas adequadas, impediriam o enten-
desenvolvimento de sites a fazer permanentemente a pergunta: “quantas pessoas
dimento das informações. A utilização do Braille, da língua brasileira de sinais, da
com deficiência visual existem como usuárias da internet?”, além da acomodação
audiodescrição, da legenda oculta ou não, do sistema DAISY Daisy para livros em
por parte das empresas particulares por não terem sido inseridas no decreto. Além
formatos acessíveis, inclusive para pessoas com deficiência física que não
disso, muitos sites governamentais ficaram restritos em seu acesso às pessoas cegas,
possuam coorde- nação para virar páginas de livros e muitas outras formas de
deixando pessoas com baixa visão, diminuição auditiva, surdez e pouca destreza
adequação dos meios de informação às pessoas com deficiência estão atualmente
manual sem acesso. Alguns sites sites chegaram mesmo a fazer versões especiais
disponíveis, apesar de muito pouco ou nada utilizadas pelas emissoras de televisão,
para pessoas com deficiência visual, criando sites paralelos e excludentes, fora
editoras de livros, com- panhias telefônicas, conferencistas, pois permanecem
de um acesso comum para todos, com ou sem deficiência.
desconhecidas pelas pessoas
O Decreto nº 5.296/2004, regulamentador da lei nº 10.098, em seu capítulo VI, de-

170 Centro
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

de
Vida
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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

dicou 14 artigos ao Acesso à Informação e Comunicação das pessoas com deficiência, CADASTRO ÚNICO
regulamentando a telefonia acessível e a utilização dos intérpretes de libras da
L ibras em locais públicos. Felizmente, inúmeras providências foram tomadas O Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal
levando em consi- deração tecnologias como a audiodescrição, legenda oculta e (Cadastro Único) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de
outras. baixa renda, entendidas como aquelas que têm:
O governo brasileiro, através do que denominou Governo Ele-
trônico, estipulou diretrizes para que seus sites fossem aces- - renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou
síveis. Não faltaram iniciativas oficiais para que se realizasse - renda mensal total de até três salários
acessibilidade nos sites públicos. No caso da audiodescrição, mínimos.
infelizmente, o governo, através do Ministério das Comunica-
ções, tem protelado a execução da lei e seu decreto regulamentador a pedido das O Cadastro Único permite conhecer a realidade socioeconômica dessas famílias, tra-
emissoras de TVs, emitindo inúmeras portarias incongruentes, não respeitando a zendo informações de todo o núcleo familiar, das características do domicílio, das
própria lei de acessibilidade, seu decreto regulamentador, nem a Convenção já rati- formas de acesso a serviços públicos essenciais e, também, dados de cada um dos
ficada pelo Congresso Nacional. componentes da família.
Consideramos que, devido à relevância que possui para a acessibilidade das pessoas O Governo Federal, por meio de um sistema informatizado, consolida os dados cole-
com deficiência aos meios de comunicação e informação existentes em uma socie- tados no Cadastro Único. A partir daí, o poder público pode formular e implementar
dade moderna, este tema foi tratado com respeito na Convenção, mas interesses políticas específicas, que contribuem para a redução das vulnerabilidades sociais a
diversos podem não trazer os avanços esperados, ainda levando as pessoas com de- que essas famílias estão expostas. Atualmente, o Cadastro Único conta com mais de
ficiência a muitas lutas, inclusive a de se cumprir a própria lei. Para países onde o 21 milhões de famílias inscritas.
tema sequer existe ou é pouco mencionado, será importante para alavancar novas O Cadastro Único é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
iniciativas. te à Fome (MDS), devendo ser obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiá-
As empresas, legisladores, governos e sociedade precisam entender que nós, pessoas rios de programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. ,
com deficiência, somos consumidores de serviços, produtos, pagadores de impostos Suas informações são regulamentadas pelo Decreto nº 6.135/07, pelas Portarias nº
e estamos aí querendo igualdade no tratamento e respeito às nossas diferenças. 177, de 16 de junho de 2011, e nº 274, de 10 de outubro de 2011, e Instruções Nor-
* A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada / Coordenação mativas nº 1 e nº 2, de 26 de agosto de 2011, e as Instruções Normativas nº 3 e nº 4,
de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital. - Brasília: de 14 de outubro de 2011, e podem também ser utilizadas pelos governos estaduais
Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para e municipais para obter o diagnóstico socioeconômico das famílias cadastradas, pos-
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência Secretaria de Direitos Humanos. sibilitando o desenvolvimento de políticas sociais locais.
Secreta ria Na cio na l de Pro mo çã o do s Direitos da Pessoa com Famílias com renda superior a meio salário mínimo também podem ser cadastradas,
Defi ci ência . Brasília/ DF , 2008. desde que sua inserção esteja vinculada à inclusão e/ou permanência em programas
Artigo 9 - Acessibilidade, Flávia Maria de Paiva Vital e Marco Antonio de Queiroz, sociais implementados pelo poder público nas três esferas do Governo.
Pag. 44 Subtítulo: “Acessibilidade nos meios de informação e comunicação”, Marco
Antonio de Queiroz - pág. 46. - Isenção de Taxas em Concursos Públicos
Reprodução autorizada, desde que citada a fonte de referência. Distribuição
gratuita.Impresso no Brasil. Copyright 2008 by Secretaria Especial dos de Direitos Essa ação prevê a isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos
Humanos. realizados pelo Poder Executivo Federal. Poderá ser beneficiado com a isenção de
pagamento o candidato que: estiver inscrito no Cadastro Único; e for membro de
11.PADRÃO DE VIDA E PROTEÇÃO SOCIAL ADEQUADOS família de baixa renda (com renda mensal per capita de até meio salário mínimo ou
a que possua renda familiar mensal de até três salários mínimos).
Este artigo da CDPD trata do direito da pessoa com deficiência e de sua família de O candidato deverá formular a solicitação de isenção da taxa de inscrição à entidade
ter um padrão de vida adequado, de ter acesso a programas de proteção social e de ou órgão executor do concurso público. O documento deverá conter: os seguintes
redução da pobreza, bem como a programas e benefícios de aposentadoria. A Prote- dados cadastrais: nome completo do candidato, NIS, data de nascimento, número da
ção Social é uma importante ferramente de inclusão social e combate a pobreza, ela identidade, data de expedição do RG, órgão expedidor do RG, CPF e nome da mãe;
está dividida em Proteção Social Básica e Proteção Social Especial.

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declaração de que pertence à família de baixa e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indiví-
renda. duos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Deverão
O órgão ou entidade responsável pelo concurso público consultará o MDS para verifi- incluir as pessoas com deficiência e ser organizados em rede, de modo a inserí-las
car a veracidade das informações prestadas pelo candidato. Declarações falsas esta- nas diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto de prestação continuada como os
rão sujeitas às sanções previstas em lei, aplicando-se, ainda, o disposto no parágrafo eventuais, compõem a proteção social básica, dada a natureza de sua realização.
único do art. 10 do Decreto no 83.936, de 6 de setembro de 1979. Os CRAS (Centro Centros de Referência da Assistência Social (Cras) fazem parte
O edital do concurso público definirá a forma de apresentação e os prazos necessá- deste nível de proteção.
rios para a solicitação de isenção, além de divulgar a resposta ao candidato. Em caso
de indeferimento do pedido, o candidato deverá ser comunicado antes do término
CRAS - CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS)
do prazo previsto para as inscrições, para que possa realizar o pagamento da taxa
cobrada.
Localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange um total de até 1.000
A isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos está prevista no
famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede
Decreto nº 6.593/08, regulamentado pela Lei nº 8.112/90. O Decreto aplica-se aos
de serviços socioassistenciais locais da política de assistência social.
concursos realizados no âmbito do Poder Executivo Federal e aos processos seletivos
O CRAS Cras atua com famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a
simplificados para a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a
orien- tação e o convívio sociofamiliar e comunitário. Neste sentido é
necessidade temporária de excepcional interesse público.
responsável pela oferta do Programa de Atenção Integral às Famílias - PAIF
(Paif), prestando serviços de : acolhimento, acompanhamento em serviços
- Tarifa Social de Energia Elétrica socioeducativos e de convivência ou por ações socioassistenciais, encaminhamentos
para a rede de proteção social existente no lugar onde vivem e para os demais
A Tarifa Social de Energia Elétrica é um desconto na conta de luz destinado às famí- serviços das outras políticas sociais, orienta- ção e apoio na garantia dos seus
lias inscritas no Cadastro Único com renda de até meio salário mínimo per capita ou direitos de cidadania e de convivência familiar e comunitária.
que tenham algum componente beneficiário do Benefício de Prestação Continuada
da Assistência Social (BPC). O desconto concedido varia de acordo com consumo de
RELAÇÃO DOS CRAS
energia.
As famílias indígenas e quilombolas que estão inscritas no Cadastro Único e possuem
renda per capita de até meio salário terão direito ao desconto de 100% na conta de CRAS ENDEREÇO TELEFONE
energia elétrica, até o limite de consumo de 50 KWh/mês. ALFREDO NASCIMENTO R. 08, nº 522 3646-
As famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal de até três salários mí- 4857
nimos que tenham entre seus membros pessoas em tratamento de saúde, que ne- CIDADE NOVA R. C, nº 48, Conj. Fcª. Mendes, QD.67
cessitam usar continuamente aparelhos com elevado consumo de energia, também 36363849
recebem o desconto. TERRA NOVA Av. Itapemirim, nº 230 3641-2612
Para obter informações adicionais, acesse a Lei nº 12.212, de 20 de janeiro de 2010, MUTIRÃO R. 83, Qd/10, nº 1 3214-6081
que dispõe sobre a Tarifa Social de Energia Elétrica. NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO R. Águas Marinhas , nº 142 3631-7245
CACHOERINHA Av. Carvalho Leal, s/nº 3631-
8607
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA BETÂNIA R. São Lázaro, nº 26 3237-7678/3215-
9001
A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do CRESPO R. Magalhães Barata Bc.Olaria, s/nº 3214-3307
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos COMPENSA I R. da indústria, nº 20 3671-4767
familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnera- COMPENSA II R. da Prosperidade, s/nº 3673-5053/3625-
bilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo 2688
acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos GLÓRIA R. São Bento, s/nº 3625-8620/3625-
– relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero 6033
ou por deficiências, dentre outras). Prevê o desenvolvimento de serviços, programas ALVORADA I R. 04, esquina com a Av. A 3238-
9505
ALVORADA III R. 13, s/nº 3239-
2003
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REDENÇÃO R. Olinda com Bagé, s/nº 3654- UNIÃO R. Barreirinha, nº 18 3634-5078


7775 JORGE TEIXEIRA R. 01, s/nº, próx. Av. Itaúba 3638-6057

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SÃO JOSÉ III R. 04, s/nº 3639-7996 BOLSA FAMÍLIA MUNICIPAL CONSORCIADA - PROGRAMA DE
SÃO JOSÉ IV R. Marginal, s/nº 3648- TRANSFERÊNCIA DE RENDA MÍNIMA (LEI Nº 1.402, DE 14/01/2010)
4903
Criado para prestar assistência social às Famílias famílias de Manaus, ampliando as
possibili- dades de melhoria da qualidade de vida, minimizando os índices de evasão
BOLSA FAMÍLIA - PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO GOVER- escolar e repetência, e garantir que o cronograma de vacinação seja cumprido.
NO FEDERAL (Decreto nº 5.209, de 17/09/2004)
É Destinado a famílias em estrema pobreza (aquelas que recebem até R$ 70,00 por
Este Programa tem foco na promoção do acesso aos serviços públicos principlamente pessoa) que tenham entre seus dependentes crianças e adolescentes entre 0 e 15
de saúde, educação e assistência social, com vistas ao combate a fome, a segurança anos.
alimentar e nutricional, estimulando a participação das famílias que vivem em É necssário que a família esteja inscrita no Cadastro Único (CADÚNICO) do Governo
situ- ação de pobreza e extrema pobreza através da transferência de renda. Federal.
É destinado à famílias em situação de pobreza (aquelas que recebem até R$ 140,00 O valor a ser recebido é de R$ 60,00 por família.
por pessoa) e extrema pobreza (aquelas que recebem até R$ 70,00 por pessoa).
BPC - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA
Tipos de benefício: (BPC)
- benefício básico, no valor mensal de R$ 70,00 (setenta reais), destinado a unidades O benefício de prestação continuada é a garantia de
familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza; um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência
e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que
- benefício variável, no valor mensal de R$ 32,00 (trinta e dois reais) por benefi- comprovem não possuir meios de prover a própria ma-
ciário, até o limite de R$ 160,00 (cento e sessenta reais) por família, destinado a nutenção nem de tê-la provida por sua família
unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza - Não é necessário ter contribuído para a Previdência
e que tenham em sua composição: gestantes, nutrizes, crianças entre 0 e 12 anos ou Social;
adolescentes até 15 anos; - A renda mensal bruta por pessoa deve ser inferior a
1/4 (um quarto) do salário mínimo vigente;
- benefício variável vinculado ao adolescente, no valor mensal de R$ 38,00 (trinta - Pessoas que compõem a família: a pessoa com defi-
e oito reais) por beneficiário, até o limite de R$ 76,00 (setenta e seis reais) por ciência ou idoso; esposa/esposo (companheiro/compa-
família, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza nheira), os pais e, na ausência de um deles, a madrasta
ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes com idade de ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
dezesseis a dezessete anos matriculados em estabelecimentos de ensino; solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob
o mesmo teto;
- benefício variável de caráter extraordinário: constitui-se de parcela do valor dos - O BPC será suspenso pelo INSS quando a pessoa com deficiência exercer atividade
benefícios das famílias remanescentes dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimenta- remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual;
ção, Cartão Alimentação e Auxílio Gás que, na data da sua incorporação ao Programa Obs.: Uma vez fora do mercado de trabalho ou da atividade empreendedora, e quan-
Bolsa Família, exceda o limite máximo fixado para o Programa Bolsa Família do for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo
O pagamento dos benefícios do Programa Bolsa Família é temporário e não gera di- o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser re-
reito adquirido, devendo ser revisto a cada 2 (dois) anos. querida a continuidade do pagamento do BPC
que foi suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação da
deficiência e do grau de incapacidade.
- Caso a pessoa com deficiência seja contratada como aprendiz, ela continua rece-
bendo o BPC , o recebimento do benefício é limitado a 2(dois ) 2 (dois) anos.

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Isso significa que a pessoa com deficiência irá receber seu salário como aprendiz CREAS - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA
através do empregador e o BPC por meio do INSS. Aumentando assim sua renda SOCIAL (CREAS)
mensal.
- Para solicitar o BPC, a pessoa com deficiência ou idosa deve procurar uma agência Voltado à proteção social de média complexidade, responsável por prestar orienta-
do INSS mais próxima; ção, apoio e acompanhamento contínuo a indivíduos e seus familiares, vítimas de
direitos violados como: idoso, deficientes, população de rua e etc.
O Programa BPC na Escola instituído pela Portaria Interministerial nº 18, de 24 Além de crianças e adolescentes, no CREAS Creas devem ser atendidas famílias e
de abril de 2007 visa identificar os beneficiários do BPC prioritariamente entre 0 e indivídu- os que vivenciam violações de direito por ocorrência de: violência física,
18 anos que: psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração sexual;
- estão inseridos na escola e aqueles que não estão,bem como a permanência dos afastamento do con- vívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa ou
mesmos no sistema de ensino; medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua e mendicância;
- identificar as barreiras que podem impedir ou dificultar o acesso das pessoas com abandono; vivência de trabalho infantil; discriminação em decorrência da
deficiência à escola; orientação sexual e/ou raça/etnia; des- cumprimento de condicionalidades do
- propor ações e políticas que promovam a inclusão no contexto escolar. Programa Bolsa Família e do PETI Peti em decorrência de violação de direitos e
outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões a
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL situações que provocam danos e agravos a sua condição de vida e os impedem de
usufruir autonomia e bem estar bem-estar.
A proteção social especial Proteção Social Especial é a modalidade de Devem ser atendidos também adolescentes em cumprimento de medidas socioedu-
atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em cativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comu-
situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos nidade.
físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento
de medidas sócio-educativas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho RELAÇÃO DOS CREAS
infantil, entre outras.
São serviços que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas CREAS ENDEREÇO TELEFONE
soluções protetivas. Da mesma forma, comportam encaminhamentos monitorados, Benjamin Constant Rua General Carromberg, 211 - Centro (97)3415-6108
apoios e processos que assegurem qualidade na atenção protetiva e efetividade na Canutama Teodoro Botinelly, s/nº - Centro (97)3334-1300
reinserção almejada. Carauari Rua Samuel Amaral, s/nº - Samuel Amaral (97)3491-1313
Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia Careiro da Várzea BR 310 KM 13 - Comunidade São Francisco (92)3369-2147
de direito exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o Coari Rua Gonçalves Ledo, s/nº - Centro (97)3561-
Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo. 4638
A Proteção Social Especial está dividida em: Humaitá Rua República Ocidental, s/n - São José
- Proteção Social Especial de Média Complexidade: aqueles que oferecem atendi- Itacoatiara Rua Adamastor de Figueiredo, nº 2357 - Centro 3521-1847
mentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos fami- Manacapuru Avenida Pedro Moura, nº 790 - Terra Preta 3361-3021
liar e comunitário não foram rompidos. Manaus Rua Libertador, 535 - Nossa Senhora das Graças 3232-
- Proteção Social Especial de Alta Complexdade: Os serviços de proteção social es- 7886
pecial de alta complexidade são aqueles que garantem proteção integral – moradia, Manaus Rua Curió, 28 - Cidade Nova I 3214-6514/3214-6510
alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se Maués Estrada dos Moraes, nº 367 - Centro 3542-1952
encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados Nhamundá Rua Nelson de Melo, s/n - Centro 3534-8163
de seu núcleo familiar e, ou, comunitário. Os CREAS (Centro de Referência Especia- Nova Olinda do Norte Rua Meuclides Assunção, s/n - Santa Maria 3318-
lizado da Assistência Social Centros de Referência Especializado da Assistência 1232
Social (Creas) fazem parte dos serviços ofertados dentro deste nível de proteção. Parintins Rua Raul Góes, s/nº - Nossa Senhora de Nazaré 3533-2340
Presidente Figueiredo Avenida Sucupira, s/n - Bairro: Centro 3324-
1419
Parintins Rua Raul Góes, s/nº - Nossa Senhora de Nazaré 3533-2340
Rio Preto da Eva Rua Gov. Domingos Monteiro, nº 5 - Área Administrativa
3328-1087
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São Gab. da Cachoeira Avenida Dom Pedro Massa, s/nº- Centro 3471- 1769

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Tabatinga Rua da Pátria, 568 - São Francisco (97)3412-4444 Relação das situações em que o aposentado por invalidez terá direito ao aumento:
1 - Cegueira total.
Tapauá Avenida Pres. Castelo Branco, s/nº - Centro (97)3391-1290
2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
Tefé Rua Japurá; nº 30 - Juruá (97)3343-2035
3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
Tonantins Rua Leopoldo Peres, s/n - Centro (97)3464-1324
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.
Urucará Rua Antenor Tiago Melo, s/nº - São Jorge (92)3571-1317
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e so-
CENTRO POP - CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA POPULA- cial.
ÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (CENTRO POP) 8 - Doença que exija permanência contínua no leito.
9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.
O Centro POP representa espaço de referência para o convívio grupal, social e para
o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito. Na atenção
ofertada no Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua serviço IPVA(IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES)
especializado para pessoas em situação de rua, deve-se propor- cionar vivências (IPVA)
para o alcance da autonomia, estimulando, além disso, a organiza- ção, a
mobilização e a participação social. A pessoa com deficiência física proprietária de veículo adaptado tem direito a redu-
O órgão funciona articulado à sede do SAIE Saie Amine Daou Lindoso, cuja ção em 50% no valor do IPVA, conforme estabelecido no Decreto Nº 26.428, de 29 de
capacidade de abrigamento é de 70 leitos, com alojamentos masculino, feminino Dezembro dezembro de 2006.
e para pessoas com deficiência. O local conta, ainda, com enfermaria, lavanderia, Para ter acesso a isenção, é necessário solicitar através de requerimento a ser
cozinha, refeitó- rio, salas de atendimento psicossocial, área de recreação para entre- gue entregue no Departamento de arrecadação da SEFAZ ( Secretaria de
jogos em grupo e um espaço amplo e aberto para a prática de atividades físicas. Estado da Fazenda) (Sefaz). Documentos necessários:
1. requerimento (dirigido ao DEARC Dearc –
Localizado a Rua Silva Ramos, nº 420, Centro. 2 vias);
2. cópia da CNH com a deficiência
atestada;
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 3. cópia do laudo de perícia médica do DETRAN Detran que ateste a
deficiência física e a necessidade de uso de veículo adaptado;
No âmbito da seguridade social está a aposentadoria por invalidez, que se consti- 4. comprovante de adaptação do veículo (cópia da nota fiscal de aquisição,
tui como um benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, cópia da nota fiscal do serviço de adaptação ou termo de vistoria do
forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para DETRAN-AM Detran-AM);
exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. 5. cópia do documento do veículo (CRV/CRLV) ou comprovante de précadastro
Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, (veículo novo);
já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade 6. procuração (original ou cópia autenticada), quando for o caso;
resultar no agravamento da enfermidade. 7. cópia da identidade do procurador, quando for o caso;
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois 8. taxa de expediente.
em dois anos, se não, senão o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de
ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. Endereço da SEFAZ Sefaz: Avenida André Araújo, 150 - Aleixo, Manaus - AM,
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência 69060-000 Dúvidas: (092) 2121-1811 (Subgerência de IPVA).
Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de
carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social. (Ministério ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
da Previdência Social)
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência O Decreto nº 5.296, de 02/12/2004, traz em seu Art. art. 6º que o atendimento
permanente de outra pessoa terá aumento de 25% (vinte e cinco por cento). prioritário compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato as pessoas
com defici- ência e mobilidade reduzida. Em seu parágrafo IV friza que o
atendimento as pessoas
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com deficiência visual, mental e múltipla deve ser realizado por pessoal capacitado. ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia
(Lei nº 11.126 de 27/06/2005).

COMO ATENDER
- Não atender uma pessoa com deficiência como se ela fosse doente, pois ela não é;
- Haja naturalmente, ela tem impedimentos, mas é um ser humano como
você;
- O atendimento não deve ser especial, porém precisa ser adequado a cada necessi-
dade, mas sem excessos para não haver discriminação;
- Refira-se a pessoa não por sua deficiência ou apelidos, mas por seu nome;
- O atendimento é preferencial por respeito e por regulamentação de
Lei;
- Não devemos fingir que a deficiência não existe, mas não podemos subestimar as
capacidades e potencialidades de cada pessoa;
- Cada tipo de deficiência exige um atendimento personalizado, por isso é de funda-
mental importância a capacitação dos profissionais de atendimento;
- Se o auxílio oferecido for recusado, não se irrite e nem se ofenda, pois nem
todas as pessoas com deficiência necessitam de ajuda; uma pessoa pode precisar
de ajuda em alguma situação e não em outra.
- Se relacionar o nosso relacionamento com pessoas diferentes as mais diversas
nos traz aprendizado, ele nos faz também ver, com olhos melhores, o mundo e as
pessoas seus habitantes. com olhos melhores;

Deficiência Visual

- Pergunte à pessoa se necessita de ajuda e de que forma pode auxiliá-


la;
- Ofereça seu braço para que ela segure e nunca a puxe pelo
braço;
- Ao atravessar lugares estreitos, ponha seu braço para trás, para que ela possa
segui-lo;
- Seja o mais claro possível ao explicar os obstáculos que existem em um local. Por
exemplo: para indicar a presença de degraus, fale as pa-
lavras “sobe” ou “desce”;
- Ao encontrar um conhecido cego, identifique-se ao se
aproximar;
- Ao ajudá-la a sentar-se, coloque a mão livre dela no
encosto da cadeira para que ela se situe;
- Ao entrar em um carro, coloque a mão dela na porta
para que ela se oriente em relação ao carro;
- Ao se afastar, avise-a. É muito chato falar sozinho;
- NÃO BRINQUE! Nunca distraia o cão guia cão-guia,
pois ele não
pode ser desviado de seu dever: guiar seu dono;
- Por Lei Federal lei federal a pessoa com deficiência
visual tem o direito de ingressar e permanecer em
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Deficiência outra
Auditiva qualquer;
- Ajude apenas quando realmente for necessário;
- O ideal é que se tenha um profissional intérprete de LIBRAS - Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que
da Libras; puder;
- Na ausência de um intérprete. Falar Fale devagar, sem precisar - Trate crianças como crianças e adultos como adultos;
gritar, e mantenha contato visual para que a pessoa perceba - Não infantilize a pessoa com deficiência intelectual.
que está falando com ela, ela precisa ver seus lábios;
- Quando não entender, peça para que a pessoa com Deficiência Física
deficiência auditiva repita ou escreva;
- Respeite o ritmo de cada pessoa e tenha disponibilidade -Pergunte se a pessoa precisa de auxílio e como fazê-lo, pois não há pessoa melhor
para para orientar como deve ser feito;
realizar o - Escolha sempre um caminho com menos obstáculos;
atendimento; - As maiores dificuldades é o acesso as máquinas e de locomoção dentro do ambiente;
- A maioria das pessoas com deficiência auditiva não são mudas é muda! Com o - Garantir entradas acessíveis é o mínimo que precisa ser feito;
auxílio de fonoaudiólogo, muitas vezes elas conseguem desenvolver a linguagem - Se for conversar com uma pessoa em cadeira de rodas por mais que alguns
oral. Então, não se surpreenda se a pessoa surda o o(a) cumprimentar ou minutos, procure sentar, sentar-se, pois é incômodo ficar olhando para cima por
agradecer. falando. muito tempo;
- Se estiver acompanhando uma pessoa que anda devagar, procure acompanhar o
Deficiência Intelectual tempo dela.

- Em geral, elas pessoas com esta deficiência estão acompanhadas; No acesso a à justiça, o atendimento prioritário se dá pela Lei nº 9.784, de
- Não subestime a pessoa com deficiência intelectual, cumprimente, converse e 29/12/1999, alterada pela Lei nº 12.008, de 2009. Sua redação tras Ela determina
dê atenção; que a pessoa com deficiência
- Não a trate como incapaz, oriente no que for necessário, não precisa pressa e
man- tenha sempre o respeito.
- Não a ignore, cumprimente e despeça-se dela, pois ela é uma pessoa como

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física ou mental terá prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os
procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado. (Art. 69-A. CAPÍTULO III
e parágrafo II).

NOTA
Devido a dificuldade que encontramos para fazer a compilação da legislação, existe a possibi-
lidade de alguma lei não ter sido incluída na relação abaixo.

1. LEGISLAÇÃO DE GARANTIA DOS DIREITOS DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA: ESFERAS INTERNACIONAL, FEDERAL,
ESTADUAL,MUNICIPAL E NORMAS TÉCNICAS (ABNT).

1.1INTERNACIONAL

DOCUMENTOS DO SISTEMA ONU

1990 - Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Unesco).


1993 - Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência
(ONU).
1993 - Inclusão Plena e Positiva de Pessoas com Deficiência em Todos os Aspectos da
Sociedade (ONU).
1994 - Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Educação para Necessidades
Especiais (Unesco).
1999 - Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discrimi-
nação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência [conhecida como a Convenção da
Guatemala] (OEA).
2001 - Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde (OMS),
[que substituiu a Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências e Inca-
pacidades, de 1980].
2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual (OMS-Opas).
2006 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU), [adotada em
13/12/06].

DOCUMENTOS DE OUTROS ORGANISMOS MUNDIAIS

1992 - Declaração de Vancouver / 1993 - Declaração de Santiago


1993 - Declaração de Maastricht / 1993 - Declaração de Manágua
1999 - Carta para o Terceiro Milênio / 1999 - Declaração de Washington
2000 - Declaração de Pequim / 2000 - Declaração de Manchester sobre Educação

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Inclusiva / 2002 - Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão deficiên- cia deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
2002 - Declaração de Madri / 2002 - Declaração de Sapporo
2002 - Declaração de Caracas / 2003 – Declaração de Kochi
2003 – Declaração de Quito / 2004 – Declaração de Montreal sobre Deficiência Inte-
lectual
2009 - Declaração de Kampala
2011 - Declaração de Durban

Decreto Legislativo N° 198, de 2001 – Fica aprovado o texto da Convenção Interame-


ricana de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de com
Defici- ência, concluída em 7 de junho de 1999, por ocasião do XXIX Período
Ordinário de Sessões da Assembléia Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos, realizado no período de 6 a 8 de junho de 1999, na cidade da
Guatemala, capital da Guatemala.

Decreto Legislativo N° 186, de 2008 - Aprova Ratifica o texto da Convenção sobre


os Direi- tos Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo,
assinados em Nova Iorque York, em 30 de março de 2007. Publicado no DOU, de
10/07/2008, Seção 1,p.1. Publicado o texto da Convenção no DSF de 11/6/2008.
“Os Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos Humanos que forem apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”,
procedimento previsto no Art. art. 5°,§ 3° da Constituição Federal.

Decreto 6.949, 25 de agosto de 2009 - Promulga a Convenção sobre os Direitos das


Pessoas com Deficiência.

1.2 FEDERAL
Lei N° 7.853, de 24/10/1989 – Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
com defi- ciência deficiência, sua integração social, sobre a então Coordenadoria
Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) (Corde),
hoje Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(SNPD), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas
pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público. Define crimes.
Lei N° 8.213, de 24/07/1991 – Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está
obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários
reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção:
- até 200
funcionários..............2%
- de 201 a 500
funcionários...........3%
- de 501 a 1000 funcionários..............
4%
- de 1001 em diante funcionários..............5%

Lei N° 8.899, de 29/06/1994 – Concede passe livre às pessoas portadoras de com


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Lei N° 9.656, de 03/06/1998 – Dispõe sobre os planos e seguros privados de eleitor deficiente físico. Art. 135. § 6. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a
assistência social. Art. 14. Em razão da idade do consumidor, ou da condição de cada eleição, expedir instruções aos juizes eleitorais, para orientá-los na escolha
pessoa por- tadora de com deficiência, ninguém pode ser impedido de participar dos locais de votação de mais fácil acesso para o eleitor deficiente físico.
de planos privados de assistência à saúde. Lei N° 10.436, de 24/04/2002 – Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Art. 13. A Câmara de Saúde Suplementar será integrada: ...h) das entidades de (Libras). Art. 1° É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
por- tadores de pessoas com deficiência que atuem na áreas saúde suplementar; Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) (Libras) e outros recursos de expressão a ela
Lei N° 10.048 de 08/11/2000 10.048, de 08/11/2000 – Dá prioridade no associados.
atendimento às pessoas que especi- fica especifica, e dá outras providências. Art. Lei N° 10.671, de 15/05/2003 – Dispõe sobre o Estatuto de defesa Defesa do
1°. As pessoas portadoras de com deficiência física, os idosos com idade igual ou Torcedor. Art. 13° Parágrafo Único. Será assegurado assegurada acessibilidade ao
superior a sessenta anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas de torcedor portador de com deficiência ou com mobilidade reduzida.
criança de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. Lei N° 10.708, de 31/07/2003 – Institui o auxílio-reabilitação psicossocial para
Lei N° 10.098, de 19/12/2000 – Estabelece normas gerais e critérios básicos para pa- cientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações.
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de com deficiência ou com Lei N° 10.845, de 05/08/2004 – Institui o Programa de Complementação ao
mobilida- de reduzida. atendi- mento Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de
Lei N° 10.182, de 12/02/2001 – Restaura a vigência da Lei n° 9.989, que dispõem Deficiência pessoas com deficiência.
dispõe sobre a isenção de imposto sobre produtos industrializados (IPI) na Lei N° 11.096, de 13/01/2005 – Institui o Programa Universidade para Todos –
aquisição de automóveis destinados ao transporte autônomo de passageiros e ao PROUNI (Prouni), regula a atuação de entidades beneficentes de assistência
uso de portadres de pessoas com deficiência física, reduz o imposto de importação social no ensino supe- rior superior; altera a Lei n° 10.891. Art. 2° A bolsa será
para os produtos que especifica. Lei N° 10.216 de 06/04/2001 – Dispõe sobre a destinada: II – a estudante portador de com deficiência.
proteção e os direitos das pessoas portadoras de com transtornos mentais e Lei N° 11.126, de 27/06/2005 – Dispõe sobre o direito do portador de da pessoa
redireciona o modelo de assistência em saúde mental. com deficiência
Lei N° 10.226, Diário Oficial da União, de 17/5/2001 – Acrescenta parágrafos ao art.
135 da Lei n° 4.737, que institui o Código Eleitoral, determinando a expedição
de instruções sobre a escolha dos locais de votação de mais fácil acesso para o

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visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado do ra de com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos
cão-guia. direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
Lei N° 11.129, de 30/06/2005- Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – previdência so- cial, à assistência social, ao transporte, à edificação publica, à
Projovem. Art. 2°. § 2§. Fica assegurada ao jovem portador de com deficiência a habitação, à cultura, ao amparo à infância e a maternidade, e de outros que,
partici- pação no Projovem e o atendimento de sua necessidade especial. decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e
Lei N° 11.133, de 14/07/2005 – Institui o Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora econômico.
de com Deficiência. Art. 1° É instituído o Dia nacional de Luta da Pessoa Decreto N° 3.691, de 19/12/2000 – Regulamenta Lei 8.899, de 29/06/1994, que dis-
Portadora de com Deficiência, que será celebrado no dia 21 de setembro. põe sobre o transporte de pessoas portadoras de com deficiência no sistema de
Lei Nnº 11.982, de 16 de julho de 2009 - Acrescenta parágrafo único ao art. 4o da lei transpor- te coletivo interestadual.
no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, para determinar a adaptação de parte dos As empresas permissionárias e autorizatárias de transporte interestadual de passa-
brinquedos e equipamentos dos parques de diversões às necessidades das pessoas geiros reservarão dois assentos de cada veículo, destinado a serviço convecional,
com deficiência ou com mobilidade reduzida. para ocupação de pessoas beneficiadas pela lei Lei 8.899.
Lei 12.190/2010, de 13/01/2010 - concede indenização por dano moral às pessoas Decreto N° 3.956, de 08/08/2001 – Promulga a Convenção Interamericana para a
com deficiência física decorrente do uso da talidomida, altera a lei n° 7.070, de Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
20 de dezembro de 1982, e dá outras providências. com Deficiência.
Lei Nº 12.401, de 28 de abril de 2011 - Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de Decreto N° 4.228, de 13/05/2002 – Institui no âmbito da administração Pública Fede-
1990, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em ral o Programa Nacional de Ações Afirmaivas Afirmativas.
saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Decreto N° 4.544, de 26/12/2002 – Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecada-
LEI Nº 12.764, de 27/12/2012 - Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos ção e admistração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no Decreto N° 4.904, de 01/12/2003 – Concede induto condicional, comutação e dá ou-
8.112, de 11 de dezembro de 1990. tras providências.
Decreto N° 1.744, de 08/12/1995 – Regulamenta o Beneficio de Prestação Continuada Art. 1° É concedido induto condicional ao: IV – condenado a à pena privativa de
devido à pessoa portadora de com deficiência e ao idoso. liber- dade que seja: a) paraplégico, tetraplégico ou portador de com cegueira total,
Decreto N° 2.181 de 20/03/1997 – Dispõe sobre a Organização Nacional de Defesa desde que tais condições não sejam anteriores à prática do ato e comprovadas por
do Consumidor (SNDC), estabelece as normas gerais de aplicação das sansões admi- laudo mé- dico oficial ou, na falta deste, por dois médicos, designados pelo Juízo
nistrativas... de Execução.
Art. 26. Consideram-se circunstâncias agravantes: VII – ter a prática infrativa ocorri- Decreto N° 5.085, de 19/05/2004 – Define as ações continuadas de assistência social.
da em detrimento de menor de dezoito ou maior sessenta anos ou de pessoas porta- Art. 1° São consideradas ações continuadas de assistência social aquelas financia-
doras de com deficiência física, mental ou sensorial, interditadas ou não. das pelo Fundo Nacional de Assistência Social que visam o atendimento periódico
Decreto N° 2.745, de 24/08/1998 – Aprova o Regulamento do Procedimento Licita- e sucessivo à família, à criança. Ao adolescente, a à pessoa idosa, e à portadora
tório Simplificado da Petróleo Brasileiro S.A.(PETROBRAS) (Petrobras) previsto no de pessoa com deficiência...
art. 67 da Lei 9.478. Decreto N° 5.296, de 02/12/2004 – Regulamenta as Leis 10.048, que dá prioridade no
CAPITULO II – 2.1.A Licitação poderá ser dispensada nas seguintes atendimento à pessoas que especifica, e Lei 10.098, que estabelece normas gerais
hipóteses: e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
j) na contratação de instituições brasileiras, sem fins lucrativos, incumbidas regi- com deficiência ou com mobilidade reduzida.
mental, ou estatutariamente da pesquisa, ensino, desenvolvimento institucional, da Decreto N° 5.626, de 22/12/2005 – Regulamenta a lei 10.436, que dispõe sobre a
integração de portadores de com deficiência física, ou programas baseados no Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS (Libras).
Estatuto da Criança e do Adolescente, desde que detenham inquestionável Decreto N° 5.904, de 21/09/2006– Regulamenta a Lei 11.126, que dispõe sobre o di-
reputação ético- reito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de
-profissional. uso coletivo acompanhadas de cão-guia.
Decreto N° 3.298, de 20/12/1999 – Regulamenta a Lei 7.853, dispõe sobre a Política Art. 1o 1° A pessoa com deficiência visual usuária de cão-guia tem o direito de
Nacional para a Integração Inclusão da Pessoa Portadora de com Deficiência, ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de uso
consolida as normas de proteção. coletivo.
Art. 2° Cabe aos Órgãos e as entidades do poder público assegurar à pessoa portado- Art. 6o 6° O descumprimento do disposto no art. 1o sujeitará o infrator às
seguintes sanções, sem prejuízo das sanções penais, cíveis e administrativas
cabíveis:
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I - no caso de impedir ou dificultar o ingresso e a permanência do usuário com o cão- sobre produtos industrializados - ipi incidente sobre produtos utilizados por pessoas
-guia nos locais definidos no caput do art. 1o 1º ou de condicionar tal acesso à com deficiência.
separa- ção da dupla: Sanção - multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e Decreto Nº 7.617, de 17 de novembro de 2011 - Altera o regulamento do benefício
máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil reais); II - no caso de impedir ou dificultar o de prestação continuada Benefício de Prestação Continuada, aprovado pelo decreto
ingresso e a permanência do treinador, instrutor ou acompanhantes habilitados no 6.214, de 26 de setembro de 2007.
do cão em fase de socialização ou de treinamento nos locais definidos no caput Decreto Nº 7.618, de 17 de novembro de 2011 - Altera o decreto nº 4.665, de 3 de
do art. 1o 1º ou de se condicionar tal acesso à separação do cão: Sanção - multa no abril de 2003, que aprova a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos car-
valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil gos em comissão do ministério das cidades, e dispõe sobre remanejamento de cargo
reais); e III - no caso de reincidência: Sanção - interdição, pelo período de trinta em comissão.
dias, e multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais) e máximo de R$ Portaria N° 8, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de 23/01/2001 – O
50.000,00 (cinqüenta mil reais). Ministro do Estado no uso de suas atribuições...........tendo em vista a necessidade
Decreto Nº 6.089, de 07 de fevereiro de 2007 - Aprova o plano de metas para univer- de rever, atualizar e consolidar os procedimentos operacionais adotados pelas uni-
salização. dades de recursos humanos para a aceitação, como estagiários, de alunos regular-
Decreto 6.039, de 07/02/2007 - Aprova o plano de metas para a universalização do mente matriculados e que venham freqüentando frequentando, efetivamente,
ser- viço telefônico fixo comutado em instituições de assistência às pessoas com cursos de educação superior, de ensino médio, de educação profissional de nível
deficiência auditiva. médio ou de educação especial, vinculados à estrutura do ensino publico público e
Decreto Nº 6.180, de 03 de agosto de 2007 - Regulamenta a Lei no 11.438, de 29 de particular resolve:
dezembro de 2006, que trata dos incentivos e benefícios para fomentar as atividades ...Art. 2°...será reservado 5(cinco) 5 (cinco) por cento das vagas para estudantes
de caráter desportivo. portadores de com deficiência, compatível com o estagio realizado.
Decreto Nº 6.214, 27/09/2007 - Regulamenta o benefício de prestação Portaria Inmetro N° 260, de 12/07/2007 – Art. 3º Determinar que, para as adaptações
continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que irão conferir acessibilidade aos veículos de características urbanas para o trans-
que trata a lei Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a lei Lei n° 10.741, de porte coletivo de passageiros, deverão ser observados os requisitos estabelecidos no
1° de outubro de 2003, acresce parágrafo Regulamento Técnico da Qualidade, ora aprovado.
Decreto Nº 6.571, de 17 de setembro de 2008 - Dispõe sobre o atendimento educa- Art. 4º Determinar que as adaptações de acessibilidade aos veículos de caracterís-
cional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da lei no Lei n° ticas urbanas para o transporte coletivo de passageiros, deverão ser realizadas no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao decreto no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, contados a partir da data de publicação
Decreto n° 6.253, de 13 de novembro de 2007. desta Portaria no Diário Oficial da União.
Decreto N° 6.949, de 25/08/2009 – Promulga a Convenção Internacional sobre os Di- Portaria Interministerial N° 3, de 10/04/2001 – Art. 1°. Disciplinar a concessão do
reitos da Pessoa das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. passe livre às pessoas portadoras de com deficiência, comprovadamente
Art. 1º A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual, nos modais rodoviário,
Facultativo, apensos por cópia ao presente Decreto, serão executados e cumpridos ferroviário e aquaviário e revoga a Portaria/MT n°1, de 09/01/2001.
tão inteiramente como neles se contém. Art. 1°. Aos portadores do passe livre serão reservados dois assentos em cada veiculo
Decreto Nº 7.235, /2010 19/07/2010 - Regulamenta a lei Lei nº 12.190, de 13 de ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual de passageiros.
janeiro de 2010, que concede indenização por dano moral às pessoas com Portaria Interministerial N° 2, de 21/11/2003 – Define critérios e requisitos para a
deficiência física decorrente do uso da talidomida. emissão de laudos de avaliação de Pessoas Portadoras de pessoas com Deficiência
Decreto Nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 - Dispõe sobre a educação especial, Mental Severa ou Profunda deficiência intelectual, ou Autista com autismo, com a
o atendimento educacional especializado e dá outras providências. finalidade da obtenção da isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
Decreto Nº 7.612, de 17 de novembro de 2011 - Institui o plano nacional dos na aquisição de Automóveis para utilização no Transporte Autônomo de Passageiros,
direitos da pessoa com deficiência - plano viver sem limite Plano Nacional dos diretamente ou por intermédio de seu representan- te representante legal.
Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver Sem Limite. Portaria Interministerial Nº 362, de 24/10/2012 - Dispõe sobre o limite de renda
Decreto nº 7.613, de 17 de novembro de 2011 - Altera o decreto no Decreto n° mensal dos tomadores de recursos nas operações de crédito para aquisição de bens
5.992, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a concessão de diárias no e serviços de Tecnologia Assistiva destinados às pessoas com deficiência e sobre o rol
âmbito da administração federal direta, autárquica e fundacional. dos bens e serviços.
Decreto Nº 7.614, de 17 de novembro de 2011 - Reduz a zero as alíquotas do Portaria Ministerial SEDH N° 36, de 15/03/2004 – Dispõe sobre o Conselho Nacional
imposto
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dos Direitos da Pessoa Portadora de com Deficiência – CONADE (Conade). Portaria Nº 197, de 17 de dezembro de 2010 - Altera a norma regulamentadora n.º
Portaria MS/GM N° 2.073, de 28/09/2004 – Institui a Política Nacional de Atenção a 12
Saúde Auditiva. - máquinas e equipamentos, aprovada pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
Portaria N° 319, de 26/02/1999 - Fica instituída no Ministério da Educação, vinculada Instrução Normativa N° 001, /2001 de 10/04/2001 – Disciplina a concessão do Passe
à Secretaria de Educação Especial/SEESP e presidida pelo titular desta, a Comissão Livre à pessoas portadora de deficiência, nos transportes ferroviário e rodoviário.
Brasileira do Braile, de caráter permanente. Instrução Normativa SRF N° 607, de 5/1/2006 – Disciplina a aquisição de automóveis
Portaria N° 1.679, de 02/12/1999 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pes- com isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por pessoas portadoras
soas portadoras de deficiências com deficiência, para instruir os processos de de com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas intelectual
autorização e de reco- nhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições. ou com autismo.
Portaria N° 818, de 05/06/2001 – Art. 1°. Criar, na forma do disposto desta portaria, - Norma de Serviço IAC N° 2.508, de 1/07/1996, do Departamento de Aviação Civil
mecanismos para a organização e implantação de Redes Estaduais de Assistência à (DAC), do Ministério da Aeronáutica – Estabelece diretrizes, procedimentos e normas
Pessoa Portadora de com Deficiência Física. para assegurar o acesso ao transporte de passageiros que necessitem de assistência
Portaria N° 1.060, de 05/06/2002 – Art. 1°. Aprovar, na forma de anexo desta porta- especial.
ria, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de com Deficiência. Convênio CONFAZ Confaz/ICMS N° 03, de 19/01/2007 – Concede isenção do ICMS nas
Portaria N° 22, de 30/04/2003 – Art. 1°. Instituir o Programa de Valorização Profissio- saídas de veículos destinados a Pessoas Portadoras de Deficiência Física pessoas
nal da Pessoa Portadora de com Deficiência no âmbito da Secretaria Especial de com deficiência física.
Direitos Humanos. Resolução N° 2, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação,
Portaria N° 3.284, de 01/11/2003 – Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de Pes- de 11/09/2001 – Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
soas Portadoras de Deficiências pessoas com deficiência, para instruir processos de Básica.
autorização e de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições. Resolução CNE/CEB N° 1, Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Edu-
Portaria Nº 2.344, de 3 de novembro de 2010 - O Ministro de estado chefe da cação, de 21/01/2004 – Estabelece Diretrizes Nacionais para a realização de
secre- taria de direitos humanos da presidência da república Estado Chefe da Estágio de alunos da Educação Profissional e do Ensino Médio, inclusive nas
Secretaria de Direitos H umanos da Presidência da República, no uso de suas modalidades de Educação Especial e de Educação de Jovens e Adultos.
atribuições legais, faz publicar a resolução Nº 1 de 15 de outubro de 2010, do ResoluçãoN° 2,doSuperiorTribunaldeJustiça, de25/01/2005 - O STJ STJ conferirá
Conselho Nacional dos direitos da pessoa portadora de deficiência - conade Direitos prioridade no julgamento dos processos cuja parte seja pessoa portadora de com
da Pessoa com Deficiência (Conade), que altera dispositivos da deficiência, desde que a causa em juízo tenha vínculo com a própria deficiência,
www.fiscolex.com.br/doc_396310_resolucao_n_35_6_julho_2005.aspx resolução conforme o disposto no art. 9º da Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989.
Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, que dispõe sobre seu regimento interno: Resolução CONTRAN Contran N° 304, de 18/12/2008 – Dispõe sobre as vagas de
art. 1º - esta portaria dá publicidade às alterações promovidas pela resolução nº 1, estaciona- mento destinadas exclusivamente a veículos que transportem pessoas
de 15 de outubro de 2010, do conselho nacional dos direitos da pessoa portadora de portadoras de com deiciência e com dificuldade de locomoção.
deficiência - conade Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência ...Art 3°Os veículos estacionados nas vagas reservadas de que trata esta Resolução
(Conade) em seu regimento interno. deverão exibir a credencial que trata o art.2° sobre o painel do veículo, ou em local
art. 2º - atualiza a nomenclatura do regimento interno do conade Conade, visível para efeito de fiscalização.
aprovado pela ...Art 4°O uso de vagas destinadas às pessoas portadoras de com deficiência e
www.fiscolex.com.br/doc_396310_resolucao_n_35_6_julho_2005.aspx resolução com di- ficuldade de locomoção em desacordo com o disposto nesta Resolução
Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, nas seguintes hipóteses: caracteriza infração prevista no Art. 181, inciso XVII do CTB.
i - onde se lê “pessoas portadoras de deficiência”, leia-se “pessoas com deficiência”; Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009 - Institui diretrizes operacionais para
ii - onde se lê “secretaria especial dos direitos humanos da presidência da repúbli- o atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade
ca”, leia-se “secretaria de direitos humanos da presidência da república”; educação especial.
iii - onde se lê “secretário de direitos humanos”, leia-se “ministro de estado chefe Resolução CODEFAT Codefat N° 621, de 05/11/2009 – Autoriza o Ministério do
da secretaria de direitos humanos da presidência da república”; Trabalho e Em- prego a remanejar os recursos do orçamento do FAT não
iv - onde se lê “coordenadoria nacional para integração da pessoa portadora de transferidos aos convenen- tes, no exercício de 2009, para execução das ações do
deficiência”, leia-se “secretaria nacional de promoção dos direitos da pessoa com Sistema Público de Emprego e Renda, no âmbito do Sistema Nacional de Emprego-
deficiência”; SINE, e estabelece percentual para destinação de vagas de cursos de qualificação
v - onde se lê “política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência”, social e profissional para porta- dores de pessoas com deficiência.
leia-se “política nacional para inclusão da pessoa com deficiência”;
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Decreto N° 6.980, de 13/10/2009 – Cria a Sub-Secretaria Nacional de Promoção dos I - As pessoas com deficiência física, auditiva, visual, mental intelectual e demais
Direitos da Pessoa com Deficiência. reconhecidas por Lei ou Decreto”
Recomendação CNJ Nº 27, de 16 de dezembro de 2009 - Recomenda aos tribunais Art 2°. Acrescenta o §1° e incisos I e II e transforma o parágrafo único em §2° que
re- lacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federaal de 1988 que passam a ter a seguinte redação:
adotem medidas para a remoção de barreiras físicas, arquitetônicas, de “§1° - Nos casos previstos nos incisos I e II, observa-se-
comunicação e ati- tudinais de modoa promover o amplo e irrestrito acesso as á:
pessoas com deficiência às suas dependências, aos serviçõs que prestam e às I - a reserva de 02 (duas) vagas gratuitas por veículo ou embarcação para aqueles que
respectivas carreiras, para a conscientização de servidores e jurisdicinados sobre possuam renda igual ou inferior a 02 (dois) salários-
a importância da acessibilida- de enquanto garantia ao pleno exercicio de direitos, mínimos;
bem como para que instituam comissões de acessibilidade visandoao II - desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para
planejamento, elaboração e acompanhamen- to de projetos e metas direcinados aqueles que excederem as vagas gratuitas.
à promoção da acessibilidade às pessoas com deficiênciabrasileiros possibilitem o §2° - Cabe aos propietários de transporte coletivo rodoviário e aquaviário, a fixação
acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais. neste do teor deste artigo, incisos e parágrafos, em local visível para o conhecimen-
Recomendação Nº 03, de 14 de dezembro de 2010 - Dispõe sobre a orientação a to dos usuários”.
ser dada aos conselheiros estaduais e municipais para a implementação e Lei n° 2.685, de 10/10/2001 -Torna obrigatória a disponibilização de cadeira de rodas
acompanha- mento das políticas publicas para a PcD e encaminhamento ao Conade por parte dos shopping, hipermercados e assemelhados, para a utilização por pesso-
dos respecti- vos relatórios, e dá outras providências. as portadoras de c o m deficiência física.
Lei n°12.072, de 29 de outubro de 2009 - Dispõe sobre o Dia da Inclusão Lei n° 2.894, de 31/05/2004 -Dispõe sobre as vagas oferecidas em concursos vestibu-
Social – O Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da lares pela Universidade do Estado do Amazonas.
República, faço saber: o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Lei n° 3.006, de 29/11/2005 -Dispõe sobre o serviço Público de Transporte Rodoviário
Fica instituído o dia 10 de dezembro de cada ano como o Dia da Inclusão Social, Intermunicipal Coletivo de Passageiros.
com o objetivo de promover e conscientizar toda a sociedade sobre a importância Lei n° 3.040, de 02/03/2006 -Institui o Programa RENDA CIDADÃ Renda Cidadã, e dá
dos direitos humanos e sua efetividade. Medida outras provi- dencias.
Provisória Nº 550, de 17 de novembro de 2011 - Altera a lei no 10.735, de 11 de Lei n° 3.173, de 20/09/2007 -Disciplina as atividade de “Lan Houses”, “Cybercafés”,
setembro de 2003, que dispõe sobre o direcionamento de depósitos à vista capta- “Cyberoffice” “lan houses”, “cybercafés”, “cyberoffice” estabelecimentos
dos pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população congêneres no Estado do Amazonas.
de baixa renda e a microempreendedores, e dá outras providências. Art.4... – IV- ser adaptados para possibilitar acesso aos portadores de à s
Medida Provisória N 549, de 17 de novembro de 2011 - Reduz a zero as alíquotas da p e s s o a s c o m deficiência física.
contribuição para o pis/pasep, PIS/Pasep, da contribuição para o financiamento da Lei n° 3.177, de 11/10/2007 - Dispõe sobre a promoção, prevenção, atenção e reabi-
seguridade social - cofins, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social litação do cidadão portador de com dano e sofrimento psíquico.
(Cofins), da contribuição para o pis/pasep contribuição para o PIS/Pasep - Lein°3.243, de28/03/2008 -Altera na forma que especifica, a Lei n°31 de 09/03/1989,
importação e da cofins importação e da Cofins - importação incidentes sobre a que dispõe sobre medidas de integração das pessoas portadoras de deficiências
importação e a receita de venda no mercado interno dos produtos que menciona. com deficiência no mercado de trabalho e dá outras providências.
Art 1°. Os artigos 3° e 6° da Lei n°31, de 9/03/1989, passam a vigorar com a
seguinte
1.3 ESTADUAL redação:
“Art 3°. Os órgãos daq Administração Pública Direta e Indireta ficam obrigados a
Emenda Constitucional n° 65, de 18/12/2008 - Dá nova redação ao caput caput e manter em seus quadros de pessoal o mínimo de 5% (cinco por cento) de pessoas
inciso I do art. 255, da Constituição do Estado do Amazonas, acrescenta §1° e portadoras de com deficiência física, para provimento de cargo, cujas atribuições
incisos I e II e transforma o parágrafo único em §2°. sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras que possuem.
Art 1°. O art. 255, caput e inciso I, da Constituição do estado Estado do Amazonas §1° O candidato portador de com deficiência, em razão da necessária igualdade de
passam a condi- ções condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado o percentual
vigorar com a seguinte redação: contido no “caput” caput deste artigo, em face de classificação obtida.
“Art 255 - São isentos de pagamento de tarifa no sistema de transporte coletivo in- §2° Caso a aplicação do percentual de que trata o “caput” caput deste artigo
termunicipal rodoviário e aquaviário: resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número
inteiro sequente”.
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“Art 6°O Órgãos da Administração Pública e as empresas privadas com mais de 100 braille”. Dia Estadual do Sistema Braille.
(cem) empregados, encaminharão, respectivamente á Comissão Estadual de Apoio Decreto Governamental n° 26.817, de 13/07/2007 – Institui a CEPADE - Comissão Es-
Permanente aos Deficientes e ao Ministério do Trabalho e Emprego, anualmente, a tadual de atenção Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência (Cepade).
relação dos servidores e empregados portadores de com deficiência existentes
nos seus quadros, bem como o número de vagas oferecidas a eles nos concursos
públicos re- alizados.
Lei n° 3.432, de 15/09/2009 - Cria a Politica Estadual de Atenção a Pessoa com Defi-
ciência, o Fundo Estadual de Apoio a Pessoa com Deficiência e o Conselho Estaduaal
de Atenção a Pessoa com Deficiência.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 31 de 09/03/1989 - Dispõe sobre medidas de
integração de pesso- as pessoas portadoras de com deficiência no mercado de
trabalho e dá outras providências.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 32 de 20/06/1989 - Estende benefícios da Lei
n°825, de 06
/12/1969, aos idosos,deficientes físicos e estudantes e dá outras providências.
Lei Promulgada Lei Promulgada n° 47 de 03/05/2000 - Dispõe sobre a obrigatoriedade
das Casas de Espetáculo, Casas de Diversão, Cinemas, e Similares casas de
espetáculo, casas de diversão, cinemas e similares reservarem lugares apropriados
para as pessoas portadoras de com deficiência física ou com dificuldades de
locomoção.
Lei Promulgada Nº 100, de 30 de novembro de 2011 - Inclui o Autista como
Portador de Deficiência a pessoa com autismo como pessoa com deficiência, para
fins de fruição dos direitos assegurados nos artigos 244, X e 248, da Constituição do
Estado do Amazonas.
Lei Promulgada Nº 10, de 30 de novembro de 2011 - Disciplina a meia entrada
para deficientes fisicos pessoas com deficiência física em salas de cinema, em
espetáculos de teatro e circo, em museus, parques e eventos educativos, esportivos
e de lazer, realizados em todos os locais públicos de cultura, em casa de diversões,
espetáculos, praças esportivas e similares do Estado do Amazonas.
Lei Complementar n° 51, de 03/05/2007 - Altera dispositivos da Lei
Complemmentar n° 30, de 27/12/2001, Dispõe dispõe sobre o Regime Próprio de
Previdência do Estado do Amazonas, estabelece seus Planos de Benefícios e
Custeio, cria o Órgão Gestor.
Lei ordinária 3212, /2007 de 28/12/2007 - Propõe que os estabelecimentos bancários
sejam obrigados a disponibilizar, em suas agências, caixas eletrônicos preferenciais
e adequados ao atendimento da pessoa portadora dedeficiência com deficiência.
Lei ordinária 3243, /2008 de 02/04/2008 - Altera, na forma que especifica, a lei n.°
31, de 9 de março de 1989, que “dispõe sobre medidas de integração das pessoas
portadoras de deficiências com deficiência no mercado de trabalho e dá outras
providências”
Lei Ordinária 3552, /2010 de 20/08/2010 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de instala-
ção e manutenção de brinquedos adaptados para crianças com deficiências
deficiência nos par- ques parques e áreas de lazer, e dá outras providências. (de
autoria da deputada conceição sampaio Conceição Sampaio)
Lei ordinária 3340, /2008 de 30/12/2008 - Estabelece a visão monocular como defici-
ência visual
Lei ordinária 3414, /2009 - 30/07/2009 - Institui o “dia estadual do sistema
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deficiência em estabelecimentos comer- ciais, de serviços e similares no município


Decreto Governamental n° 28.902, de 06/08/2009 – Cria o Comitê Gestor
de Manaus.
Estadual pela inclusão Inclusão das Pessoas com Deficiência, com vistas a à
Lei n° 295, de 17/07/1995 - Determina a reserva de 04(quatro) assentos nos veículos
implementação de ações de promoção e defesa dos Direitos da Pessoa com
de transporte coletivo de Manaus, destinados as gestantes, idosos, e deficientes
Deficiência direitos da pessoa com deficiência, em regime de cooperação com os
físicos pessoas com deficiência física.
Municípios e Governo Federal.
Lei n° 297, de 25/07/1995 - Fica autorizado o Executivo Municipal a instituir o Pro-
Decreto 26.428, de 2006 - Arts. 3° e 4°, Documentação necessária para
grama de Prevenção Audiovisual nas escolas municipais.
solicitação
Lei n° 406, de 24/11/1998 - Dispõe sobre a obrigatoriedade das casas de
de isenção de
ipva. espetáculos, casas de diversão, cinemas, e similares, reservar lugares apropriados
Art.4... – a) possuem no núcleo familiar pessoa portadora de necessidades às pessoas por- tadoras de com deficiência física ou com dificuldade de locomoção.
especiais com deficiência e/ou vulnerabilidade social. Lei n° 436, de 09/01/2000 - Dispõe sobre o livre acesso para deficientes físicos
Resolução CERCON Cercon/GDP//ARSAM Arsam n° 002, /2009 de 01/09/2009 - pessoas com deficiência física e acompanhantes, a locais e atividades sócio-
Disciplina os proce- dimentos procedimentos a serem observados pelas empresas culturais socioculturais sobre a administração ou con- trole controle do Poder
que exploram o sistema de transporte rodoviario intermunicipal de passageiros Público Municipal.
relativamente a gratuidade e o desconto no valor das passagens direito este Lei n° 552, de 10/07/2000 - Torna obrigatória a instalação de rampas ou elevadores
concedido aos idosos e deficientes idosos e pessoas com deficiência através da para acesso a deficientes físicos alunos com deficiência física em escolas
EC/65 de 18/12/2008. municipais.
Lei n° 553, de 10/07/2000 - Dispõe sobre a obrigatoriedade das auto-escolas
autoescolas possu- írem possuírem um veiculo apropriado para a instrução de
1.4 LEGISLAÇÃO aulas de direção a paraplégicos aulas de direção a pessoas com paraplegia na
MUNICIPAL cidade de Manaus.
Lei n° 558, de 01/09/2000 - Dispõe sobre a inclusão da Língua Brasileira de
Lei n° 747, de 06/01/2004 - Institui a semana Municipal de Luta das Pessoas Sinais-
Porta- doras de Necessidades Especiais com Deficiência da cidade de Manaus, a -LIBRAS (Libras), no currículo escolar da Rede Municipal de Ensino.
ser realizada na semana do dia 21 de setembro. Lei n° 561, de 20/09/2000 - Torna obrigatória, nas Bibliotecas Municipais, a oferta de
Lei n° 250, de 05/07/1994 - Dispões Dispõe sobre o atendimento preferencial material para deficientes visuais. pessoas com deficiência visual.
de idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo e deficientes pessoas com

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Lei n° 567, de 09/11/2000 - Assegura a informação e o atendimento aos Deficientes dências.


Auditivos às pessoas com deficiência auditiva em órgãos públicos do Município, por Lei Sancionada n° 1614, de 12 de dezembro de 2011 - Disciplina a implantação
meio da Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS (Libras). de provadores diferenciados para os portadores de pessoas com deficiência e idosos
nas lojas de de- partamentos e confecções e dá outras providências
Lei n° 569, de 09/11/2000 - Assegura matriculas aos estudantes portadores de com
Lei Sancionada n° 1631, de 04 de janeiro de 2012 - Dispõe sobre a criação da
defi- ciência deficiência locomotora em escolas, da rede municipal de ensino,
“semana da consciência da pessoa com deficiência” Semana da Consciência da
mais próxima de suas residências.
Pessoa com Deficiência, no âmbito do município de manaus, e dá outras
Lei n° 582, de 27/12/2000 - Dispõe sobre a Olimpíada Municipal do Atleta Portador
providências.
de com Deficiência Física.
Lei Promulgada n° 260, de 01 de março de 2011 - Dispõe sobre a reserva de vagas
Lei n° 2.032, de 21/08/1989 - Determina regras básicas para a facilidade de acesso a
para pessoas portadoras de com deficiência (ppd) nas contratações para
locomoção de pessoas portadoras de com deficiência.
prestação de serviços com fornecimento de mão-de-obra mão de obra ao
Lei n° 0046, de 28/12/1990 - Dispõe sobre o atendimento bancário a deficientes
município de manaus Manaus, e dá outras providências.
físicos pessoas com deficiência física.
Lei Promulgada n° 250, de 10 de novembro de 2010 - Dispõe sobre a instalação de
Lei n° 060, de 07/11/2001-Cria vagas nos estacionamentos para pessoas
portadoras brinquedos destinados às crianças portadoras de doenças com transtornos
de com deficiência mentais, ou deficiência física, nos parques de diversões e dá outras providências.
física.
Lei n° 949, de 10/03/2006 - Dispõe sobre diretrizes do Sistema de Bilhetagem e Direi- 1.5 NORMAS TÉCNICAS -ABNT
tos dos Usuários do Transporte Coletivo de Manaus.
Lei n° 1.161, de 31/10/2007 - Dispõe sobre a insltalação de rampas de acesso para
NBR 9050 - Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos;
deficientes físicos pessoas com deficiência física nos caixas eletrônicos bancários.
NBR-13994 (aprovada em 2000) - Elevadores para transporte de pessoas com defici-
Lei n° 1.170, de 26/11/2007 - Institui a Política Municipal de Atenção a Pessoa com
ência deficiência;
Deficiência, o Conselho Municipal do Direito da Pessoa com Deficiência e o Fundo
NBR 14020 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de com Deficiência – Trem de Longo
Municipal da Pessoa com Deficiência.
Per- curso;
Lei n° 1.216, de 11/03/2008 - Torna obrigatória nos estabelecimentos bancários, no
NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano;
âmbito do Município, a instalação de um caixa eletrônico em cada agência, para
NBR-14022 (dez-97) - Transporte - Acessibilidade da pessoa com deficiência a ônibus
utilização do usuário portador de necessidades especiais com deficiência.
e trolebus, para atendimento urbano e intermunicipal;
Lei n° 1.215, de 11/03/2008 - Torna obrigatória aos estabelecimentos que vendam
NBR 14022:2006 - Acessibilidade em veículos de características urbanas para o trans-
serviços tangíveis e intangíveis a adaptação de suas entradas /saídas para portadores
porte coletivo de passageiro;
de necessidades especiais pessoas com deficiência.
NBR 14273 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de com Deficiência no Transporte
Art. 1º Todos os estabelecimentos que atendam pessoas e vendam serviços tangíveis
Aéreo Comercial;
(Ex: lojas, farmácias, feiras, mini-mercados minimercados, lanchonetes, agências
NBR 14970-1 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Requisitos de Dirigibilidade;
bancárias, óti- cas ópticas, açougues, lojas de informática, importadoras,
NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação
locadoras de vídeo, pizzarias e etc) ou intangíveis (Ex: escritórios jurídicos,
clínica de condutor;
clinicas, empresas de consultoria, esco las escolas de inglês, lan houses lan houses,
NBR 14970-3 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação da
colégios, faculdades, cursinhos etc) deverão ser adaptados com rampas de
dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor apropria-
inclinação adequada para que o cadeirante possa movimentar-se so- zinho sozinho;
do;
a parte interna dos estabelecimentos deverá ser adequada para o movimento das
NBR 15250 - Acessibilidade em caixa de auto-atendimento
cadeiras de rodas.
autoatendimento bancário; NBR 15290 -Acessibilidade em
Lei n° 879, de 12 de setembro de 2005 - Dispõe sobre a reserva de 5% das vagas nos
comunicação na televisão;
estacionamentos públicos e privados.
NBR 15320:2005 -Acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário;
Lei Sancionada n° 1405 1.405, de 18 de janeiro de 2010 - Dispõe sobre a reserva
NBR 15450:2006 -Acessibilidade de passageiro no sisma de transporte aquaviário;
de van- tagem vantagem em apartamentos térreos para idosos e pessoas com
NBR 15570 - Transporte - Especificações técnicas para fabricação de veículos de ca-
deficiência física nos conjuntos populares e dá outras providências.
racterísticas urbanas para transporte coletivo de passageiros;
Lei Sancionada n° 1562 1.562, de 17 de maio de 2011 - Institui o dia municipal da
NBR 15599 - Acessibilidade - Comunicação na Prestação de
pessoa com deficiência visual DIa Municipal da Pessoa com Deficiência Visual , a
Serviços;
ser comemorado no dia 11 de outubro, e dá outras provi-
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NBR 16001 - Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos; CAPÍTULO IV


OBS: Norma Técnica é o documento que estabelece as regras e caracteristicas mi-
nimas que determinado produto, serviço ou processo deve cumprir, permitindo uma
ordenação e padronização dessas atividades ou produtos.
1. CONSELHOS DE DIREITOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E
ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
PARA OUTRAS NORMAS TÉCNICAS VER NO SITE: http://www.abnt.org.br
1.1CONSELHOS DE DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

CMDPD-MANAUS - CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


DE MANAUS.

O CMDPD foi Criado criado pela Lei Municipal n° 1.170, de 26/11/2007 – Vinculado
a estru- tura à estrutura da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos
Humanos – SEMASDH (Semasdh), é um órgão Controlador, Fiscalizador, e
Normatizador controlador, fiscalizador e normatizador da Política Municipal de
Atenção a Pessoa com Deficiência da Cidade de Manaus.

CONTATO: AV. PERIMETRAL Nº 22, CONJ. CASTELO BRANCO - CENTRO SOCIAL URBANO
- BAIRRO PARQUE DEZ, TEL: (92) 3646-1157 - E-MAIL: CMDPD.MANAUS@UOL.COM.BR

CONEDE – CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DO AMA-


ZONAS.

O Conselho Estadual de Atenção ao Direitos da Pessoa com Deficiência foi Criado


criado pela Lei Estadual n° 3.432, de 16/09/2009, Vinculadaa estrutura da
Secretaria Estadual de Assistência Social –SEAS (Seas), é um órgão de deliberação
coletiva, normatizador, controlador e fiscalizador da Política Estadual de Atenção
a Pessoa com Deficiência do Estado do Amazonas.

ENDEREÇO: SEDE DA SEPED – AVENIDA MARIO IPIRANGA, 1600 – ADRIANOPOLIS


TELEFONE: (92) 3878-0496

1.2ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO AMAZONAS

CONTATO: Av André Araújo, 358 - Aleixo – CEP: 69.060-000


Telefone: (92) 3611-3180

200 Centro
de Vida
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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dent 201
e do
Ama
zon
as CVI-AM
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

MINISTERIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAZONAS - MPE REFERÊNCIAS

-PRODEDIC - PROCURADORIA DE ACESSO A CIDADANIA E ATENÇÃO AS PESSOAS COM AMAZONAS. Resolução nº 002/2009-CERCON/GDP/ARSAM. Gratuidade no transporte
DEFICIÊNCIA. intermunicipal.
AMAZONAS. HIV/Aids. Coordenação Estadual de DST/Aids do Amazonas, em colabo-
-SICORDE – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CORDENADORIA NACIONAL PARA A INTEGRA- ração com o International Service-Brasil e a Save the Children-Suécia (2002)
ÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AMAZONAS. Instituições de atendimento. Secretaria de Estado de Atenção aos Direi-
tos da Pessoa com Deficiência (Seped).
AMAZONAS. Programas habitacionais. Secretaria de Estado de Atenção aos Direitos
CONTATO: Av. Coronel Teixeira Nº 7995 – Bairro Nova Esperança, CEP: 69.030-480 - da Pessoa com Deficiência (Seped).
TEL: (92) 3655-0500 AMAZONAS. Dados sobre transporte. Superintendência Municipal de Transportes Ur-
banos (SMTU).
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO DO AMAZONAS - SRTE/AM AMAZONAS. Dados sobre escolas estaduais. Secretaria de Educação e Qualidade do
SRTE-AM Ensino (Seduc).
APRAESPI. Prevenção das deficiências. http://www.apraespi.org.br/prev_def.htm.
-ATUA NA FISCALIZAÇÃO DA LEI DE COTAS. BANCO DO BRASIL. Crédito Acessibilidade. Banco do Brasil: www.bb.com.br/credi-
(3663-1520) (92) 3663-1520 toacessibilidade.
BERSHCH, Rita. Tecnologia assistiva. Porto Alegre RS Alegre/RS: Centro
CONTATO: Av André Araújo, 140- Aleixo - Manaus - AM Tel: (92) 3216-9254 / 3216- Especializado em De-
9242 / 3216-9242 / 3216-9243. senvolvimento Infantil, 2008.
BERSTROM, N.; BRADEN, B.J.; KEMP, M.; CHAMPAGNE, M.; RUBY, E. Multi-site of in-
cidence of pressure ulcers and the relationship between risk level, demographic
characteristics, diagnoses, and prescription of preventive interventions. 1996.
BRASIL. Decreto n° 1.128, de 29/07/2011. Gratuidade no transporte municipal.
BRASIL. Lei nº 1.402, de 14/01/2010. Bolsa Família Municipal Consorciada: Programa
de Transferência de Renda Mínima.
BRASIL. Acidentes de Trânsito e álcool. http://www.jornalpequeno.com.br
BRASIL. Atenção à saúde das pessoas ostomizadas. Brasília/DF: nov. 2009.
BRASIL. Cateterismo Intermitente Limpo. http://www.drfernandoalmeida.com.br
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202 Centro
de Vida
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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as CVI-AM
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

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revela estudo; tese mostra que ‘lei de cotas’ e políticas públicas não garantem a in-

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

204 205
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática

ALGUMAS CAMPANHAS QUE APOIAMOS


> 2> o
.a Sem Nós"
:. "Nada Sobre Nós,

ÚLCERAS POR
PRESSÃO
CAUSAM ÓBITO
EM MILHÕES
DE PACIENTES Acessibilidade .Siga essa idéia.
POR ANO.
MANCHA NA PELE
PODE SER UMA DOENÇA SÉ.RIA.
PROCURE UM POSTO DE SAUDE.

CAMPANHA DE COMBATE À HA.HSENI'A.SE.


206

Cen(r<> de Vida Independente do Amazonas _C_V_I·A- ----------------------- - :Ji' 0


A 207
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática "Nada Sobre Nós Sem Nós"

RESPEITE A

Sem o cinto de segurança,


ela pode não ter volta.

Drogas? ....
PROTEJA Diga não.
.,,_.,.c-as rlan as e
• o r ci
l ij.!QIIQ:I.i3·i,?llltt1M06 i·fll.'pt.(ll i:•I•I

RlSPERO l lBOM

CAMFANHA PELO RESPE TO A S NALIZAÇAC


EU GOSTO
PARA PESSOI>.S COM DEFICI NCIA

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI·AM

208 209
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

LEMBRETE IMPORTANTE

É Direito Seu
e Dever de Todos,
Denunciar o
Descumprimento
de qualquer uma das
leis que garantem os Direitos
da Pessoa com Deficiência...
É direito seu
e dever de todos
denunciar o
descumprimento
de qualquer uma das
leis que garantem os direitos
da pessoa com deficiência...

...Faça valer os seus,


e os nossos direitos ...

...DENUNCIE...
*Todas as pessoas tem têm um nome
pelo qual são chamados,
chamadas. portanto P o r t a n t o ,
ao se
dirigir a uma Pessoa com Deficiência pessoa com
deficiência, chame-a pelo nome.
*Se Você você tiver conhecimento de Violência ou Maus Tratos à Pessoa com
Deficiência violência ou maus tratos à pessoa com deficiência, ligue para uma
Delegacia delegacia de polícia mais próxima, ou:

Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência-CMDPD-MANAUS


(92) 3632-2644

Conselho Estadual deAtenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência-CONEDE-AM


(92) 3878-0496
Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”

Que Serão serão tomadas as medidas necessárias para garantir a proteção e a


digni-
dade dignidade da Pessoa com Deficiência pessoa com deficiência.

Obrigado!

Centro de Vida Independente do Amazonas CVI-AM

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Quebrando Barreiras: Acessibilidade na Prática “Nada Sobre Nós, Sem Nós”
REALIZAÇÃO ANOTAÇÕES
Centro de Vida Independente do Amazonas (CVI-AM)
Endereço: Rua Acaraí N°50,Conj. Atílio Andreazza - Japiim, Cep: 69077-
620 Manaus/AM,Brasil. Telefone: +55 (92) 3615-2652.
site: www.cviam.org.br - e-mail: cvi.am@hotmail.com

Elaboração, Compilação e Diagramação

Ronaldo André Bácry Brasil


rabbrasil@uol.com.br

Josyneiva Alves de Alencar


josyneiva_alencar@msn.com

Apoio

Romeu Kazumi Sassaki


romeukf@uol.com.br

Manoel Paiva
paiva.manoel@gmail.com

Hélio Augusto Veras Marques


havmarques@yahoo.com.br

Tatyana Costa Amorim Ramos


tcaramos@hotmail.com

Layout

Suelem Cabral
suelemcabral@gmail.com

Personagens

Renato Lima

Todos os direitos reservados: Não é permitida a reprodução parcial ou integral desta Cartilha
sem a autorização prévia do Centro de Vida Independente do Amazonas - CVI-AM
(CVI-AM). Tiragem: 1 ª Edição - 2012 - 3.000 exemplares.

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