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FÍSICA

copyright© by Instituto Padrão Militar


Revisão e Diagramação: Samantha Gaspar
Física – 2ª Edição: 2023
São Bernardo do Campo: IPMIL, 2022. 98p

Impresso no Brasil
Esta obra é uma publicação do Instituto Padrão Militar CNPJ: 36110775/0001-67
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sem prévia autorização por escrito.

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FÍSICA

“Lute pelos seus


sonhos, busque seus
objetivos, batalhe pelos
seus ideais, e mostre
que você é um
guerreiro.”

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FÍSICA

Sumário

Aula 1 .......................................................................................... 6 Aula 4 ....................................................................................... 34

Notação Científica e Ordem de Grandeza .... 6 Gravitação ....................................................................... 34


Lei da Gravitação Universal ............................. 34
Sistema Internacional de Unidades (SI).......... 7
Leis de Kepler......................................................... 35
Definição de Ponto Material e Corpo
Extenso ........................................................................ 8 Movimento dos Corpos Celestes................... 36

Fundamentos de Vetores ..................................... 8 Exercícios ......................................................................... 40

Classificação de Vetores....................................... 9 Aula 5 ....................................................................................... 42

Grandezas Escalares e Vetoriais ....................... 9 Energia, Trabalho e Potência ................................... 42


Definição de Energia, Trabalho e
Operações com Vetores .................................... 10
Potência.................................................................... 42
Decomposição de Vetores ................................ 12
Energia Potencial.................................................. 44
Exercícios ......................................................................... 13
Energia Cinética .................................................... 45
Aula 2 ....................................................................................... 15
Conservação da Energia Mecânica e
Movimento, Equilíbrio e Suas Leis ......................... 15 Dissipação de Energia......................................... 45
Descrição do Movimento e sua
Exercícios ......................................................................... 47
interpretação.......................................................... 15
Aula 6 ....................................................................................... 50
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) ....... 15
Fundamentos Básicos de Elétrica .......................... 50
Movimento Retilíneo Uniformemente
Definição de Carga Elétrica e Corrente
Variado (MRUV).................................................... 17
Elétrica ...................................................................... 50
Movimento Circular Uniforme (MCU)......... 19
Conceitos e Processos de Eletrização ......... 53
Exercícios ......................................................................... 22
Definição de Condutores e Isolantes ........... 55
Aula 3 ....................................................................................... 24
Resistores, Geradores, Receptores e
Força .................................................................................. 24 Associações............................................................. 55
Introdução ............................................................... 24
Efeito Joule ou efeito térmico ......................... 58
Leis de Newton ...................................................... 24
Leis de Ohm ............................................................ 59
Força Peso e Normal ........................................... 27
Exercícios ......................................................................... 60
Diferença entre Forças de Contato e Forças
Aula 7 ....................................................................................... 62
de Campo ................................................................. 28
Termologia ...................................................................... 62
Aceleração da Gravidade, Queda Livre e
Diferença entre Calor e Temperatura ......... 62
Lançamento Oblíquo ........................................... 28
Escalas Termométricas ...................................... 63
Exercícios ......................................................................... 32
Mudanças de Estados Físicos .......................... 63

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FÍSICA

Capacidade Calorífica e Calor Específico ... 66 Revisão e prova .................................................................... 94


Calor Sensível e Calor Latente ........................ 67 Bibliografia............................................................................. 95
Exercícios ......................................................................... 68 Referências ............................................................................ 96

Aula 8 ....................................................................................... 70 Créditos .................................................................................. 97

Óptica ................................................................................ 70 Diretores ................................................................................ 98


Conceitos Fundamentais................................... 70
Princípios da Óptica Geométrica, Eclipses 74
Fenômenos da Óptica Geométrica e a Cor
dos Objetos ............................................................. 76
Reflexão da Luz...................................................... 78
Espelhos Planos e Campo Visual .................... 79
Exercícios ......................................................................... 82

Aula 9 ....................................................................................... 84
Fundamentos Básicos de Eletromagnetismo.... 84
O que é Magnetismo e qual é a Classificação
das Substâncias Magnéticas ............................ 84
Características dos Ímãs .................................... 85
Campo Magnético e Linhas de Indução do
Campo Magnético ................................................ 86
Campo Magnético Terrestre e da Bússola . 88
Exercícios ......................................................................... 91

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FÍSICA

Aula 1 Casos importantes:


Caso ℯ seja positivo, este número será maior que 1 e
terá o número de zeros referentes ao valor de ℯ .
Notação Científica e Ordem de Grandeza
• Exemplo:
724800000 → 7,248 . 108
Caso ℯ seja negativo, este número estará entre 𝟎𝟎 e
𝟏𝟏 e terá o número de zeros depois da vírgula referente
ao valor de ℯ .
• Exemplo:
0,0054 → 5,4 . 10−3
Prefixos Importantes para Ordens de Grandeza:

5
O que é Ordem de Grandeza?
A ordem de grandeza de um número é a potência de
dez mais próxima desse valor. Para facilitar na hora de
ver a ordem de grandeza, frequentemente colocamos o
número em notação científica.
• Exemplo:
2800 → 2,8 . 10³ → a ordem de grandeza é
10³
Abaixo temos uma tabela com os principais prefixos
O que é Notação Científica? utilizados para nomear ordens de grandeza.
A Notação Científica de um número tem a seguinte
ORDEM DE
fórmula geral: PREFIXO SÍMBOLO
GRANDEZA
N = n. 10e
Onde: Femto f 10−15

• 𝓃𝓃 é um número maior que 1 e menor que Pico p 10−12


10 (1 ⩽ 𝓃𝓃 <10)
Nano n 10−9
• 𝓮𝓮 é o expoente da base de 10, inteiro positivo ou
negativo Micro 𝜇𝜇 10−6

Mili m 10−3

Centi c 10−2

Deci d 10−1

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FÍSICA

Nas tabelas a seguir é possível observar os dois tipos


ORDEM DE
PREFIXO SÍMBOLO de grandezas citadas, bem como suas respectivas
GRANDEZA
unidades.

Deca da 101 GRANDEZAS DE BASE UNIDADE DE MEDIDA

Hecto h 102
Tempo Segundo (s)
3
Quilo k 10
Massa Quilograma (Kg)
6
Mega M 10
Comprimento Metro (m)
9
Giga G 10
Temperatura Kelvin (K)
12
Tera T 10
Quantidade de
Mol
Peta P 1015 Substância

Tabela 1: Principais Prefixos Usados Corrente Elétrica Ampére (A)

Intensidade Luminosa Candela (cd)


Sistema Internacional de Unidades (SI)
Sabemos que a escolha do padrão das unidades em Tabela 2: Grandezas de Base
campos específicos com: comércio, saúde, ensino,
indústria, transporte é livre para cada país, isto é, cada GRANDEZAS
nação pode estabelecer suas próprias regras de uso das UNIDADES
DERIVADAS
unidades de medida das grandezas.
Por exemplo, no Brasil usamos os centímetros (cm) Força N – Newton
para representar medidas nas indústrias, enquanto nos
m/s – Metro por
países da América do Norte são usadas as polegadas Velocidade
Segundo
(pol).
Com a finalidade de padronizar as unidades de m/s² - Metro por
Aceleração
medida das inúmeras grandezas existentes a fim de Segundo ao Quadrado
facilitar a utilização e torná-las acessíveis a todo o
Volume m³ - Metro Cúbico
mundo, em 1960, foi criado o “Sistema Internacional de
Unidade (SI)”, por meio da 11ª Conferência Geral de Tabela 3: Grandezas Derivadas
Pesos e Medidas (CGPM).
Há ainda grandezas físicas que através de manobras
O SI define um grupo de sete grandezas
matemáticas acabam perdendo suas unidades por
independentes denominadas de grandezas de base ou
cancelamento, isso ocorre quando dividimos duas
grandezas fundamentais. A partir delas, as demais
grandezas iguais. Como é o caso do índice de refração
grandezas são definidas e têm suas unidades de medidas
(grandeza física estudada na óptica), essa grandeza não
estabelecidas, essas por sua vez são denominadas
possui unidade final, pois é fruto da divisão de duas
grandezas derivadas.
velocidades.
Portanto, sempre que houver cancelamento das
grandezas, por divisão, formando uma terceira

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FÍSICA

grandezas em unidades de medidas, denominaremos de Dizemos que a direção é o corpo da seta


Grandeza Adimensional.

Definição de Ponto Material e Corpo Extenso


Na física estamos constantemente estudando o
movimento dos corpos e em alguns estudos o tamanho
(dimensões) do corpo, são importantes e outras vezes é DIREÇÃO
desprezível. Com base nessas informações foram
atribuídas duas nomenclaturas que relacionam a
relevância do tamanho dos corpos para estudo do
movimento em Cinemática.
Ponto Material (ou partícula): Todo objeto onde as
dimensões (tamanho) são desprezíveis quando Figura 2: mostra a direção do vetor (vertical)
comparadas com o movimento estudado. Exemplo:
• Sentido:
Carro seguindo em viagem de São Paulo para o Acre. A
Para cima, para baixo, para direita e para
trajetória é muito grande e a dimensão do carro em
esquerda. Dizemos que o sentido é a ponta da
relação ao trajeto é desprezível.
seta.
Corpo Extenso: todo objeto onde suas dimensões
não podem ser desprezadas quando comparadas com o
movimento estudado. Exemplo: Carro estacionado em
uma garagem, o tamanho do carro não é desprezível em
relação ao tamanho da garagem.
SENTIDO
Fundamentos de Vetores
Vetor é um segmento de reta orientado que possui:
• Módulo:
Tamanho, valor numérico

Figura 3: mostra o sentido do vetor (para baixo)

8Os vetores são usados para representar


grandezas físicas vetoriais, as quais falaremos mais na
seção Grandezas Escalares e Vetoriais.
As direções de um vetor podem ser definidas com
base no sistema de coordenadas escolhido, como por
exemplo o sistema cartesiano. As direções do vetor no
espaço seriam as coordenadas x, y, formando um par
Figura1: mostra um vetor de módulo (tamanho) a. ordenado V= (x,y). Já o sentido (ponta da seta) seria a
representação positiva ou negativa desse vetor no plano
• Direção:
cartesiano. Essa definição é importante quando formos
Horizontal, vertical, diagonal.

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FÍSICA

estudar a decomposição de vetor, tópico estudado na • Vetores Opostos:


seção Decomposição de Vetores. São aqueles que possuem o mesmo módulo,
mesma direção, entretanto os sentidos são
opostos.

Figura 6: mostra representação de dois vetores opostos

Grandezas Escalares e Vetoriais


Figura 4: mostra o plano cartesiano
Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido.
com representação vetorial
• Exemplo:
Classificação de Vetores Tempo, Massa, Temperatura, Velocidade,
A classificação de Vetores ocorre quando Aceleração, Força, etc.
comparamos dois ou mais vetores. As grandezas podem ser classificadas em dois
• Vetores Iguais: grandes grupos: Grandezas Escalares e Grandezas
São aqueles que possuem o mesmo valor de Vetoriais.
módulo, a mesma direção e o mesmo sentido. • Grandezas Escalares:
São aquelas que para serem caracterizadas,
precisam apenas que seja informado o módulo
seguido por uma unidade de medida. Temos
como principais exemplos de grandezas
escalares o tempo, temperatura e massa.
• Grandezas Vetoriais:
Já as grandezas vetoriais, assim como as
Figura 5: mostra representação de dois vetores escalares, que necessitam ser apresentados
iguais com mesma direção, mesmo módulo (tamanho) módulo e unidade de medida, mas para serem
e mesmo sentido. totalmente caracterizadas, é necessário
informar também a Direção e o Sentido. Para
representação de uma grandeza vetorial é
necessária a utilização de vetores. São exemplos
de grandezas vetoriais a força, velocidade e a
aceleração.

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FÍSICA

Operações com Vetores Lei dos Senos


Para realizarmos operações com vetores
precisamos relembrar alguns cálculos que aprendemos
em matemática: trigonometria no triângulo retângulo
(seno, cosseno, tangente), além da lei dos senos e dos
cossenos. Vamos a elas?

Trigonometria no Triângulo Retângulo

𝑎𝑎 𝑏𝑏 𝑐𝑐
= =
sen 𝛼𝛼 sen 𝛽𝛽 sen 𝛾𝛾
Figura 8: Representação da Lei dos Senos

Lei dos Cossenos

𝑐𝑐𝑐𝑐
sen 𝑎𝑎 =
ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖
𝑎𝑎2 = 𝑏𝑏2 + 𝑐𝑐 2 − 2. 𝑏𝑏. 𝑐𝑐. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝛼𝛼

𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑏𝑏2 = 𝑎𝑎2 + 𝑐𝑐 2 − 2. 𝑏𝑏. 𝑐𝑐. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝛽𝛽


cos 𝑎𝑎 = 𝑐𝑐 2 = 𝑎𝑎2 + 𝑐𝑐 2 − 2. 𝑏𝑏. 𝑐𝑐. 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝛾𝛾
ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖
Figura 9: Representação da Lei dos Cossenos.

Agora que você já relembrou as equações da


𝑐𝑐𝑐𝑐 trigonometria vamos falar das operações com vetores.
tg 𝑎𝑎 =
𝑐𝑐𝑐𝑐 As operações são feitas para achar o vetor resultante
entre os vetores analisados.
Figura 7: mostra o formulário de trigonometria no
triângulo retângulo

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Soma de Vetores Método da Poligonal


Faremos a soma de vetores quando os vetores Como o próprio nome sugere, você irá formar um
estiverem na mesma direção, mesmo sentido, polígono com os vetores que forem dados. Dica: use esse
entretanto os módulos (valores) serão diferentes. método quando forem dados vários vetores para
desenvolver a soma vetorial ou quando tiver papel
quadriculado.
Agora vamos descobrir como desenvolver a técnica,
dado uma série de vetores. Faça o seguinte passo a
passo:
• 1º Passo: coloque livremente o primeiro vetor
Figura 10: Vetor a (vermelho) somado com o
no plano (papel quadriculado).
vetor b (azul), resultará no vetor resultante c (verde) • 2º Passo: coloque a origem (início da direção) do
segundo vetor na extremidade (ponta da seta)
Note que os vetores a e b foram colocados um na
do primeiro.
sequência do outro para achar o vetor resultante.

Subtração de Vetores
Para realizarmos a operação de subtração
precisaremos de uma direção como sendo a positiva,
sendo assim a direção oposta será negativa. Portanto,
representar a subtração de vetores é representar os Figura 12: Representação da Origem e da
vetores com sentidos opostos. Extremidade do Vetor
Veja a figura abaixo:
• 3º Passo: coloque a origem do terceiro na
extremidade do segundo, e assim por diante.
Repita o procedimento até posicionar o último
vetor.
• 4º Passo: Agora que todos os vetores estão
posicionados na sequência ligue a origem do
Figura 11: Mostra a subtração entre o vetor a (verde) primeiro vetor com a extremidade do último
e o vetor b (azul), dando como resultado o vetor, fechando o polígono.
vetor resultante vr (vermelho)
Lembre-se a ordem de colocação dos
Note que para fazer essa subtração adotamos o vetores não importa.
sentido para direita como positivo, enquanto o sentido
para esquerda ficou negativo. Assim o vetor resultante
assume o sentido do vetor com maior módulo.

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FÍSICA

Veja o exemplo abaixo: Perceba que a fórmula é muito parecida com a lei
dos cossenos, entretanto há uma troca do sinal que
acompanha o cos 𝛂𝛂 (de negativo para positivo).

Decomposição de Vetores
Como já dissemos, todo vetor é um segmento de
reta orientado, quando o vetor está inclinado
precisamos decompor nos eixos 𝐱𝐱 e 𝐲𝐲.
Figura 13: Representação do método da Poligonal
Veja no exemplo a seguir:
O Vetor “s” representa a soma vetorial de todos os
vetores. Em alguns casos acabamos nos deparando com
o uso do Teorema de Pitágoras para achar o vetor
resultante.

Método do Paralelogramo
Esse método se chama paralelogramo, pois fazemos
retas paralelas aos vetores estudados. Geralmente
trabalhamos nesse método com vetores aos pares.
Dica: usamos esse método quando tivermos 2
vetores e um ângulo conhecido entre eles, e o vetor
resultante será o vetor que sairá da origem em comum Figura 15: Representação da decomposição do vetor V
dos dois vetores e a extremidade estará no encontro dos
lados paralelos aos vetores. Ficou confuso? Veja o Como podemos observar na figura o vetor inclinado
desenho a seguir. em vermelho, vetor V, foi decomposto em outros 2
vetores que são representados nos eixos x e y,
respectivamente, 𝑉𝑉𝑥𝑥 (vetor horizontal em azul) e vetor 𝑉𝑉𝑦𝑦
(vetor vertical em verde).
Essa manobra é feita para simplificar as operações
com vetores quando temos muitos vetores que
precisamos agrupar e formar o vetor resultante. Ou
ainda quando queremos achar os vetores que
favorecem a aplicação das leis e das regras que vimos
anteriormente na seção Operações com Vetores.

_____________________________________________________________

Figura 14: Representação do método do Paralelogramo _____________________________________________________________

Para achar o vetor resultante é necessário fazer o _____________________________________________________________


seguinte cálculo: _____________________________________________________________

R² = a² + b² + 2.a.b.cos α _____________________________________________________________

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Exercícios
1. A cor de uma estrela tem relação com a temperatura 3. A nanotecnologia é um dos ramos mais promissores
em sua superfície. Estrelas não muito quentes (cerca para o progresso tecnológicos. Essa área baseia-se
de 3000 K) nos parecem avermelhadas. Já as na manipulação de estruturas em escala de
estrelas amarelas, como o Sol, possuem comprimento, segundo o que é indicado no próprio
temperaturas em torno de 6000 K; as mais quentes nome, na ordem de grandeza de:
são brancas ou azuis porque sua temperatura fica
0,001 m.
acima dos 10000 K.
0,0001 m.
A tabela apresenta uma classificação espectral e 0,000005 m.
outros dados para as estrelas dessas classes. 0,000000001 m.
Classe 0,000000000000001 m.
Temp. Luminosidade Massa Raio
Espectral

O5 40.000 5.105 40 18 4. Uma força de módulo igual a 10N é aplicada sobre


B0 28.000 2.10 4
18 7 um corpo em um ângulo de 30°, como mostrado na
A0 9.900 80 3 2,5 figura a seguir. As componentes 𝐹𝐹𝑥𝑥 e 𝐹𝐹𝑦𝑦 dessa força
G2 5.770 1 1 1 são iguais a:
M0 3.480 0,06 0,5 0,6

Temperatura em Kelvin. Luminosidade, massa e


raio, tomando o Sol como unidade.
Se tomarmos uma estrela que tenha temperatura 5
vezes maior que a temperatura do Sol, qual será a
ordem de grandeza de sua luminosidade?

20000 vezes a luminosidade do Sol.


2 N e 2 N, respectivamente.
28000 vezes a luminosidade do Sol.
3 N e 5N, respectivamente.
28850 vezes a luminosidade do Sol.
5√3 N e 5N, respectivamente.
30000 vezes a luminosidade do Sol.
50000 vezes a luminosidade do Sol. 10√3 N e 5N, respectivamente.
3 N e 10 N, respectivamente.
2. Um adulto humano saudável abriga cerca de 100
bilhões de bactérias, somente em seu trato 5. São grandezas escalares:
digestivo. Esse número de bactérias pode ser escrito Tempo, deslocamento e força.
como: Força, velocidade e aceleração.
109 Tempo, temperatura e volume.
1010 Temperatura, velocidade e volume.
1011 Tempo, temperatura e deslocamento.
1012
1013 16

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FÍSICA

6. Quando dizemos que a velocidade de uma bola é de 9. As forças F1, F2, F3 e F4, na figura, fazem ângulos
20m/s, horizontal e para direita, estamos definindo retos entre si e seus módulos são, respectivamente,
a velocidade como uma grandeza: 1N, 2N, 3N e 4N.

Escalar.
Linear.
Algébrica.
Vetorial.
N.d.a.

7. Os ponteiros de hora e minuto de um relógio suíço


têm, respectivamente, 1 cm e 2 cm. Supondo que
cada ponteiro do relógio é um vetor que sai do Calcule o módulo da força resultante, em N.
centro do relógio e aponta na direção dos números 0.
na extremidade do relógio, determine o vetor √2.
resultante da soma dos dois vetores 2.
correspondentes aos ponteiros de hora e minuto 2√2.
quando o relógio marca 6 horas. 10.
O vetor tem módulo 1 cm e aponta na direção do
número 12 do relógio. 10. Dois lados de um triângulo medem 8 m e 10 m e
O vetor tem módulo 2 cm e aponta na direção do formam um ângulo de 60°. O terceiro lado desse
número 12 do relógio. triângulo mede:
O vetor tem módulo 1 cm e aponta na direção do
2√21 𝑚𝑚.
número 6 do relógio.
2√31 𝑚𝑚.
O vetor tem módulo 2 cm e aponta na direção do
2√41 𝑚𝑚.
número 6 do relógio.
O vetor tem módulo 1,5 cm e aponta na direção do 2√51 𝑚𝑚.
número 6 do relógio. 2√61 𝑚𝑚.

8. A localização de um lago, em relação a uma caverna


pré-histórica, exigia que se caminhasse 200 m numa GABARITO: Aula 1
certa direção e, a seguir, 480 m numa direção
perpendicular à primeira. A distância em linha reta, Questões Respostas Questões Respostas
da caverna ao lago era, em metros,
1 A 2 C
680. 3 D 4 C
600.
5 E 6 D
540.
7 A 8 B
520.
500. 9 D 10 A

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FÍSICA

Aula 2 Se você ficou em dúvida ou disse em movimento te


convido a estudar os dois pontos de vista diferentes:
1. Se eu considerar o referencial o motorista, as
Movimento, Equilíbrio e Suas Leis crianças estariam em repouso (considerando todas
elas sentadas em seus respectivos bancos).
Descrição do Movimento e sua interpretação 2. Agora, se o meu referencial for o ponto P, na grama,
Há na física uma área específica para o estudo do as crianças estariam em movimento. Uma vez que
movimento e o equilíbrio dos corpos chamada: elas estão dentro do ônibus que está em movimento.
Cinemática. Percebeu como o estudo de um mesmo objeto pode
Entretanto, para afirmarmos se um corpo está em apresentar diferentes interpretações, portanto sempre
movimento ou em repouso precisamos adotar SEMPRE que alguém te perguntar a respeito do estudo de um
um REFERENCIAL. corpo responda imediatamente:
- Depende do Referencial!
Mas o que seria o referencial?
Agora que você já sabe que para estudar o
Um referencial é um corpo (extenso ou ponto movimento ou o repouso de um corpo precisamos de um
material), ou ainda um lugar a partir do qual as referencial, vamos considerar que para um determinado
observações de fenômenos diversos são feitas. Ao referencial o corpo está em movimento.
mudar o referencial, a percepção dos fenômenos pode
Além disso, teremos algumas características
mudar. O referencial pode ser dito como o ponto de vista
específicas que vão diferenciar os movimentos, bem
de um observador posicionado em um determinado
como nomear cada tipo de movimento estudado.
lugar no espaço. Atenção para o exemplo:
Observando a imagem abaixo você diria que as Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)
crianças estão em repouso ou em movimento?
Vamos analisar o nome do movimento e tentar
inferir do que se trata o estudo:
• Movimento:
Como vimos anteriormente, um corpo está em
movimento para um determinado referencial,
além disso podemos definir que um corpo está
em movimento quando há variação do espaço
em um intervalo de tempo.
• Retilíneo:
Esse nome nos remete a palavra “reta”, de fato é
isso que estamos falando. Trata-se da trajetória
(caminho) que o corpo está percorrendo (se
movimentando). Portanto, trata-se de uma
Figura 1: Estudo do Movimento ou trajetória retilínea (linha reta).
repouso das crianças dentro do ônibus
• Uniforme:
Se sua resposta foi...Depende do referencial …. Você Assim como vemos nas escolas todos os alunos
acertou!!! com o mesmo tipo de roupa, com o intuito de
padronizar e deixar todos os alunos com a

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mesma identidade. O “Uniforme” para esse em metros (m)


estudo significa deixar constante, ou seja, não há • 𝛥𝛥𝛥𝛥 : Variação do tempo, em segundos (s)
nada que altere as características do movimento
ao longo do estudo. Função Horária dos Espaços
Existe apenas um ente físico que pode tirar a A função horária dos espaços recebe esse nome pois
uniformidade do movimento, mas fique tranquilo está em função do tempo. Usamos essa fórmula quando
abordaremos um pouco desse assunto ainda nesse nos é fornecido alguns dos seguintes valores: espaço
capítulo e com mais profundidade na aula de Leis de inicial, espaço final, velocidade ou tempo.
Newton. S = So + v. t
Existe outra nomenclatura que você poderá Significado de cada sigla e suas respectivas unidades
encontrar: de grandeza no Sistema Internacional (SI):
Movimento Uniforme (MU) → o estudo desse
• S: posição final do corpo, em metros (m)
movimento traz as mesmas características teóricas do
MRU, entretanto não há definição do tipo de trajetória • 𝑆𝑆𝑜𝑜 : posição inicial do corpo, em metros (m)
que o corpo está realizando. • 𝑣𝑣: velocidade, em metros/segundo (m/s)
Características Físicas Específicas do MRU: • t: tempo, em segundos (s)
• Velocidade de um corpo não sofre alteração (é
Velocidade Relativa
constante) ao longo da trajetória e em todo o
intervalo de tempo em que o movimento está Faremos o uso da velocidade relativa caso
sendo analisado: estejamos analisando o movimento de dois corpos que
estejam em Movimento Uniforme, vejamos cada caso
V = constante (tem sempre o mesmo valor) e
isoladamente:
V≠0
Ultrapassagem de Corpos
• Aceleração Nula: 𝖺𝖺 = 0
A velocidade relativa é um artifício matemático que
Agora que já sabemos todo o conceito teórico vamos podemos usar quando temos um corpo que possui uma
às fórmulas que vão nos auxiliar nos cálculos: velocidade maior que o outro, no caso do exemplo
Velocidade Média abaixo: a velocidade de A é maior que a velocidade de B.
Caso você precise calcular a velocidade média de um Sendo assim A irá ultrapassar o B.
corpo em um determinado intervalo de tempo para uma
determinada variação do espaço percorrido por ele, use
a seguinte fórmula:

ΔS Sf − Si
Vm = =
Δt tf − ti
Figura 2: Representação de corpos com velocidades
Significado de cada sigla e suas respectivas unidades diferentes: VA (velocidade de A) e VB (velocidade de B)
de grandeza no Sistema Internacional (SI):
Para o cálculo da velocidade relativa entre os corpos
• Vm : velocidade média do corpo, em usamos a seguinte fórmula:
metros/segundo (m/s)
• 𝛥𝛥𝛥𝛥: Variação do espaço percorrido pelo corpo, Vr = Va − Vb

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FÍSICA

Lembre-se de sempre adotar um sentido como


positivo, ele será o referencial de sentido dos corpos.

Encontro de Corpos
Nesse caso temos dois corpos com movimentos em
que a direção é a mesma, porém o sentido é oposto. É
fundamental que você adote um sentido como positivo
para ser sua referência nesse caso, pois uma das
velocidades deverá ter sentido contrário ao adotado
Figura 4: Classificação das velocidades
como referencial, sendo negativa. quanto ao sentido da trajetória

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado


(MRUV)
Como você notou, novamente, o nome já traz toda a
informação a respeito do movimento do corpo:
• Movimento:
Figura 3: Representação de corpos com sentidos contrários Como vimos anteriormente, um corpo está em
(encontro de corpos com velocidades diferentes)
movimento para um determinado referencial,
além disso podemos definir que um corpo está
Nesse caso o cálculo da velocidade relativa será: em movimento quando há variação do espaço
em um intervalo de tempo.
𝑉𝑉𝑟𝑟 = 𝑉𝑉𝑎𝑎 + 𝑉𝑉𝑏𝑏
• Retilíneo:
Classificação das Velocidades em relação ao sentido
Esse nome nos remete a palavra “reta”, de fato é
da trajetória de um corpo:
isso que estamos falando. Trata-se da trajetória
Ainda no estudo de movimento uniforme (caminho) que o corpo está percorrendo (se
classificamos as velocidades quanto ao sentido da movimentando). Portanto, trata-se de uma
trajetória, ou seja, se o corpo está se deslocando com trajetória retilínea (linha reta).
velocidade positiva ou negativa:
• Uniformemente:
• Velocidade Positiva
Significa dizer que a variação da velocidade do
Corpo está se deslocando no mesmo sentido da corpo se dará de maneira constante.
trajetória adotada → trata-se de um movimento
• Variado:
progressivo.
Neste estudo do movimento dos corpos haverá
• Velocidade Negativa
aceleração que mudará a velocidade do corpo de
Corpo está se deslocando no sentido contrário a maneira constante ao longo do tempo.
trajetória adotada → trata-se de um movimento
retrógrado.
Quando a trajetória do movimento do corpo não for
relevante, ou não seja uma trajetória retilínea; mas
todas as características do movimento são semelhantes

17
17
FÍSICA

ao MRUV podemos nomear esse movimento como Portanto, para você usar essas fórmulas
uniformemente variado (MUV). obrigatoriamente você necessitará do tempo para
Mas quais são as características físicas que tornam realizar tais cálculos.
esse movimento uniformemente variado? Função Horária dos Espaços:
• Velocidade varia nos mesmos intervalos de Note que a função horária dos espaços para o MRUV
tempo; tem uma pequena diferença da equação horária dos
espaços do MRU, é a presença da aceleração em função
• Aceleração deve ser constante e diferente de
do tempo.
zero.
Faz total sentido, uma vez que é ela que caracteriza
𝑎𝑎 ≠ 0 e 𝑎𝑎 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 o movimento.

Lembre-se que a variação da velocidade só será 𝑎𝑎. 𝑡𝑡 2


possível devido a presença da aceleração constante e 𝑆𝑆 = 𝑆𝑆0 + 𝑣𝑣𝑜𝑜 . 𝑡𝑡 +
diferente de zero. Se não existisse aceleração ou se ela
2
fosse igual a zero voltaríamos a ter um movimento S = espaço final, unidade u[S] = m
uniforme. S0 = espaço inicial, unidade u[S0 ] = m
Agora que você entendeu o MRUV vamos conhecer v0 = velocidade inicial, unidade u[v0 ] = m⁄s
e explorar as fórmulas que facilitam nossos cálculos
t: tempo, unidade u[t] = s
quando precisamos empregá-los. Vale lembrar que os
a = aceleração, u[a] = m� 2
conceitos de velocidade média e as classificações da s
velocidade também serão empregados nessa seção, mas
iremos complementá-los: 23função Horária da Velocidade
Dica: você poderá usar essa fórmula quando o
Aceleração Escalar Média
exercício fornecer os seguintes dados:
A aceleração escalar média é a medida da variação
da velocidade pela medida da variação do tempo em que 𝑣𝑣 = 𝑣𝑣0 + 𝑎𝑎. 𝑡𝑡
o corpo gasta no estudo do movimento.
v0 = velocidade inicial, unidade u[v0 ] = m⁄s
Δ𝑉𝑉 𝑉𝑉𝑓𝑓 − 𝑉𝑉𝑖𝑖 v = velocidade final
𝑎𝑎𝑚𝑚 = =
Δ𝑡𝑡 𝑡𝑡𝑓𝑓 − 𝑡𝑡𝑖𝑖 t: tempo, unidade u[t] = s
a = aceleração, u[a] = m� 2
Onde, s
• am : aceleração escalar média do corpo em m� 2 Equação de Torricelli:
s
m Dica: você poderá usar essa fórmula quando o
• 𝛥𝛥𝛥𝛥: Variação a velocidade, em ⁄s
exercício não fornecer o valor do tempo, mas fornecer
• 𝛥𝛥𝛥𝛥 : Variação do tempo, em segundos (s) os seguintes dados:
Note que as fórmulas que virão na sequência
possuem o termo: “função horária”, isso significa que o
𝑣𝑣 2 = 𝑣𝑣0 2 + 2. 𝑎𝑎. ∆𝑆𝑆
tempo está indicado nessas fórmulas. v0 = velocidade inicial, unidade u[v0 ] = m⁄s
v = velocidade final
a = aceleração, u[a] = m� 2
s

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18
FÍSICA

∆S = variação de espaço, u[ΔS] = m Movimento Circular Uniforme (MCU)


Lembre-se que o cálculo da variação do espaço: Movimento circular uniforme (MCU) é aquele em
que uma partícula se move e, uma trajetória circular de
∆𝑆𝑆 = 𝑆𝑆 − 𝑆𝑆𝑜𝑜 raio constante. Neste tipo de movimento, tanto a
Dica: todo o cálculo de variação (∆) é feito da velocidade escalar (V) quanto a velocidade angular (𝜔𝜔)
seguinte maneira: Final - Inicial. são constantes. Apesar do movimento ser chamado de
uniforme existe uma aceleração, necessária devido ao
Classificação do Movimento quanto a velocidade, tipo de trajetória (circular) percorrida pelo móvel, trata-
aceleração e o sentido da trajetória: se da aceleração centrípeta. A qual aponta na direção do
Classificação raio, sempre com sentido ao centro da curva, permitindo
Velocidade Aceleração
do Movimento que o movimento seja acelerado.

Progressivo
Positiva Positiva
Acelerado

Progressivo
Positiva Negativa
Retardado

Retrógrado
Negativa Positiva
Retardado

Retrógrado
Negativa Negativa
Acelerado

Tabela 1: Classificação do movimento


uniformemente variado Figura 6: movimento de um corpo executado em
trajetória circular

Características peculiares do MCU:


1º) O movimento é estudado em uma trajetória
curvilínea.
2º) Este movimento apresenta um tipo de
aceleração especial chamada aceleração centrípeta. E
sua importância está fna execução do movimento do
corpo, uma vez que essa aceleração não deixa o carro
fugir da curva. Pois por inércia, a tendência do corpo
seria permanecer em linha reta (sair pela tangente), o
que não seria funcional para o movimento do corpo.
Figura 5: Classificação do MRUV Sendo assim, podemos dizer que o corpo só não sai
da curva graças a ação dessa aceleração, que modifica a
direção da velocidade.

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19
FÍSICA

Graças a aceleração centrípeta a velocidade do móvel


varia em função do tempo.

𝑣𝑣 2
𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐𝑐 =
𝑅𝑅
Sendo que:
• 𝑅𝑅 = raio da circunferência, u[R] = m
• v = velocidade escalar, u[v] = m⁄s
• acp = aceleração centrípeta, u[a] = m� 2
s
4º) O espaço percorrido (△S) pela partícula pode ser
calculado a partir de um arco de circunferência, de modo
que uma volta completa tenha comprimento igual a:
Figura 7: Na figura podemos encontrar
alguns pontos em vermelho indicam o ponto de
tangência de saída do móvel do MCU.
Δ𝑆𝑆 = 2. 𝜋𝜋. 𝑅𝑅
Sendo R o valor do raio da circunferência.
Curiosidade: imagine que você está no fundo do
5º) A velocidade escalar (V) do movimento circular
ônibus ou de passageiro no banco de trás do carro, note
uniforme, por sua vez, é calculada pela razão entre o
que quando o motorista inicia o movimento da curva na
espaço percorrido (Δ𝑆𝑆) e o intervalo de tempo (Δ𝑡𝑡),
pista, se você está livre no banco sem usar o cinto de
assim como mostramos a seguir:
segurança naturalmente você se sentiria “jogado” para o
lado oposto da curva do veículo. Isso ocorre pois por Δ𝑆𝑆 2. 𝜋𝜋. 𝑅𝑅
inércia o corpo tenderia a permanecer no movimento 𝑣𝑣 = → Δ𝑆𝑆 = 2. 𝜋𝜋. 𝑅𝑅 → 𝑣𝑣 =
linear. Veremos isso com mais profundidade no próximo Δ𝑡𝑡 Δ𝑡𝑡
capítulo (Leis de Newton). Na fórmula acima, é possível separar as grandezas
angulares das grandezas espaciais. Fazendo isso, obtém-
se outra fórmula para a velocidade escalar. Tal fórmula
mostra que o módulo da velocidade escalar em que a
partícula se move pode ser calculado a partir do produto
entre a velocidade angular (𝜔𝜔) e o raio da trajetória (R).

2. 𝜋𝜋. 𝑅𝑅 2𝜋𝜋
𝑣𝑣 = → 𝜔𝜔 = → 𝑣𝑣 = 𝜔𝜔. 𝑅𝑅
Δ𝑡𝑡 Δ𝑡𝑡
6º) A velocidade angular (𝜔𝜔) também pode ser
chamada de frequência angular, ou ainda de pulsação.
Figura 8: a inércia de um corpo no ponto Sua unidade de medida é o radiano por segundo (rad/s).
de tangência da curva. Entretanto, uma vez que o radiano é uma medida de
ângulo, e não uma grandeza física, portanto uma
3º) Por definição: todo corpo que possui aceleração
grandeza adimensional.
apresenta variação da sua velocidade, como vimos
anteriormente, e isso não é diferente nesse movimento.

20
20
FÍSICA

A unidade de medida da velocidade angular (𝜔𝜔) é o • θ0 = ângulo inicial


−1
s , chamado no SI de hertz (Hz). • t= tempo, unidade no SI: segundos [s]
A velocidade angular relaciona-se com outras duas
• ω= velocidade angular, unidade no SI: radianos
importantes grandezas para os movimentos circulares:
por segundo [rad/s]
frequência (f) e o período (T).
Definições importantes: Função Horária do Espaço Angular:

• Frequência (f): Δθ 𝜃𝜃 − 𝜃𝜃0


𝜔𝜔 = = →
Indica a quantidade de rotações que uma Δt 𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0
partícula realiza a cada segundo. Sua unidade de
medida no SI é o hertz (Hz). para
• Período (T): 𝑡𝑡0 = 0
Indica o tempo necessário para uma partícula
percorrer uma volta completa. No SI, a unidade 𝜃𝜃 = 𝜃𝜃0 + 𝜔𝜔. 𝑡𝑡
do período é o segundo (s).
Sendo que:
Podemos concluir que a frequência e o período são
grandezas inversamente proporcionais e relacionadas • Δθ= é a variação do ângulo varrido pelo corpo
entre si. durante o movimento circular, unidade no SI:
radianos [rad]
2𝜋𝜋
𝜔𝜔 = ou 𝜔𝜔 = 2. 𝜋𝜋. 𝑓𝑓 • 𝜃𝜃 = ângulo final
T
• θ0 = ângulo inicial
, pois
• t= tempo, unidade no SI: segundos [s]
1 1
𝑓𝑓 = e 𝑇𝑇 = • ω= velocidade angular, unidade no SI: radianos
T f
por segundo [rad/s]
Fórmulas Especiais do Mcu
_____________________________________________________________
Velocidade Angular:
_____________________________________________________________
Velocidade angular é uma grandeza que mede a
rapidez com que é feito um percurso em sentido circular. _____________________________________________________________
Ela é representada pela letra grega ômega minúscula
_____________________________________________________________
(ω).
_____________________________________________________________
Δθ 𝜃𝜃 − 𝜃𝜃0
𝜔𝜔 = = _____________________________________________________________
Δt 𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0
_____________________________________________________________
Sendo que:
_____________________________________________________________
• 𝛥𝛥𝛥𝛥 = é a variação do ângulo varrido pelo corpo
durante o movimento circular, unidade no SI: _____________________________________________________________
radianos [rad]
_____________________________________________________________
• 𝜃𝜃= ângulo final

21
21
FÍSICA

Exercícios
1. Uma composição ferroviária (TREM) gasta 40s para Considerando as informações de distância e tempo
atravessar completamente um túnel de extensão mostradas na parte inferior da figura, podemos
300m. Sabendo que a velocidade constante do trem concluir que a velocidade média de uma pessoa que
era de 36 km/h, qual a extensão do trem? faz o percurso a pé é:

100m. 1,3 km/h.


500m. 17,3 m/s.
600m. 4,8 km/h.
1140m. 4,8 m/s.
1440m. 4,8 km/s.

2. Um pequeno animal desloca-se com velocidade 4. As rodas de um automóvel, com 60 cm de diâmetro,


média igual a 0,5 m/s. A velocidade desse animal em executam 2.000/rpm. A velocidade escalar desse
km/dia é: automóvel, em km/h, vale:

13,8. 12.
84,3. 48.
1,8. 24.
43,2. 72.
4,30. 90.

3. Para ir de Belo Horizonte até Salvador, o “Google 5. Um corredor mantém em uma pista circular uma
Maps” fornece os seguintes dados. velocidade constante de 2 m/s e completa uma volta
em 80 s. Determine a frequência de giro do corredor
e o tamanho da pista circular.

0,00150 Hz e 180 m.
0,0125 Hz e 170 m.
0,0125 Hz e 160 m.
0,0325 Hz e 180 m.
0,0525 Hz e 160 m.

6. Uma partícula executa um movimento uniforme


sobre uma circunferência de raio 20 cm. Ela
percorre metade da circunferência em 2,0 s. A
frequência, em hertz, e o período do movimento, em
segundos, valem, respectivamente:

4,0 e 0,25.
2,0 e 0,50.
1,0 e 1,0.

22
22
FÍSICA

0,50 e 2,0. deveriam realizar a programação, de acordo com o


0,25 e 4,0. objetivo da prática, e construir um gráfico da
posição do robô em função do tempo. Observe o
7. Um móvel desloca-se com velocidade inicial de 20 gráfico a seguir.
m/s, quando inicia um processo de frenagem, com Gráfico da posição em função do tempo
desaceleração de 2,5 m/s². Determine o tempo
necessário para que esse móvel inverta o seu
sentido de movimento.

8,0 s.
5,0 s.
10,0 s.
12,5 s.
50,0 s.

8. Um móvel tem a sua função horária de


deslocamento dada por S = 5 + t². Assinale a
alternativa que indica a velocidade inicial e a
De acordo com a análise do gráfico, é correto
aceleração desse móvel, respectivamente:
afirmar:
5 m/s e 1 m/s².
A aceleração do robô foi nula entre os instantes 0 e
0 m/s e 2 m/s².
4 segundos.
1 m/s e 5 m/s².
A aceleração do robô aumentou no intervalo entre 4
5 m/s e 2 m/s².
e 6 segundos.
3 m/s e 5 m/s².
A velocidade do robô foi constante no intervalo
entre 6 e 8 segundos.
9. O tacômetro é o equipamento que mede o giro do
A velocidade do robô foi constante no intervalo
motor de um carro e mostra, em tempo real para o
entre 8 e 10 segundos.
motorista, o número de giros por minuto. Determine
A velocidade do robô foi maior entre 4 e 6 segundos
a frequência em hertz e o período em segundos para
do que 8 e 10 segundos.
o motor de um carro cujo tacômetro indica 3000
rpm. RPM (rotações por minuto)

50 Hz e 2,0. 10−2 s. GABARITO: Aula 2


80 Hz e 1,5. 10−2 s.
45 Hz e 2,5. 10−2 s. Questões Respostas Questões Respostas
55 Hz e 2,5. 10−2 s.
1 A 2 D
60 Hz e 2,0. 10−2 s.
3 C 4 D
5 C 6 E
10. Em uma prática sobre Cinemática, os alunos foram
desafiados a analisar as características de dois tipos 7 B 8 B
de movimento, MRU e MRUV, utilizando um robô 9 A 10 D
construído por eles. Além da montagem, os alunos

23
23
FÍSICA

Aula 3 Em outras palavras, as leis de Newton tratam de


situações em que os corpos permanecem ou não em
equilíbrio. Quando um corpo está sujeito a várias forças
que se cancelam, podemos dizer que ele se encontra em
Força
equilíbrio estático ou dinâmico, ou seja, perfeitamente
parado (V=0) ou se movendo com velocidade constante
Introdução
e em linha reta (MRUV).
Quando empurramos um carro, arrastamos uma
Agora que você já sabe da principal obra de Newton
caixa, saltamos ou pulamos algum obstáculo, estamos
vamos entender as Leis de Newton.
exercendo forças. Em todos esses casos há relação entre
as forças que estão agindo e as alterações que sofre o
estado de movimento do corpo em questão. Nosso
objetivo nesse momento é explicar as causas dos
movimentos, estudando o conceito de força e as leis de
Newton.
Um dos principais legados deixados por Newton foi
a publicação, no ano de 1687, do seu trabalho: Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural.

Figura 2: Foto de Isaac Newton

Leis de Newton
Primeira Lei de Newton ou Princípio da Inércia
Você certamente já observou casos que ajudam a
explicar a primeira lei de Newton (ou princípio da
inércia) em exemplos corriqueiros:
1. Quando um cavalo para bruscamente na frente
de um obstáculo e o cavaleiro continua seu
Figura 1: Capa do Livro: Princípios movimento por inércia;
Matemáticos da Filosofia Natural
2. Quando um ônibus arranca subitamente e o
Nessa obra Newton registrou de maneira muito passageiro distraído que não está segurando em
precisa a explicação matemática para o movimento dos nenhum lugar, cai, sendo jogado para trás;
corpos. As três leis de Newton, registradas nessa obra, 3. Ocorre uma colisão automobilística, onde o
fundamentam a base da Mecânica Clássica e são carro para inesperadamente e o motorista
capazes de explicar a dinâmica que envolve o continua seu movimento por inércia, sendo
movimento dos corpos. Isto é, as causas que podem segurado pelo cinto de segurança e pelo airbag
alterar o estado de movimento do corpo. (dispositivo que impede que ele colida com o
painel ou seja arremessado através do para-
brisas).

24
24
FÍSICA

Newton disse que um corpo permanece em repouso

Figura 3: As figuras A, B, C representam,


respectivamente os exemplos 1,2,3

Quando Newton escreveu a 1ª lei afirmou:

“A força inata da matéria é um poder de Figura 4: Charge do Garfield ilustrando a


primeira lei de Newton
resistir, através do qual todo corpo,
estando em um determinado estado, Segunda Lei de Newton ou Princípio Fundamental
mantém esse estado, seja ele de repouso da Inércia
ou de movimento uniforme em linha Antes de descrevermos a segunda lei de Newton
reta.” vamos entender e definir alguns conceitos importantes
que modificam o movimento de um corpo.
Em outras palavras…
Um corpo tende a permanecer em seu estado de Força:
Repouso (V=0) ou de Movimento Retilíneo Uniforme • É um agente físico que surge da interação entre,
(MRU, V=constante e a=0) se e somente se a resultante no mínimo, dois corpos, capaz de produzir
das forças que agem sobre ele forem nulas (iguais a alterações em seus estados de movimento
zero). (variações de velocidade) ou deformação.
Além disso, quanto maior for a massa de um corpo,
• No Sistema Internacional a unidade de força é o
maior será sua inércia. Sendo assim, para alterar o 𝑘𝑘𝑘𝑘.𝑚𝑚
estado de movimento de um corpo de massa grande Newton 1𝑁𝑁 = ;
𝑠𝑠 2
requer a aplicação de uma força maior, • A força é uma grandeza vetorial, ou seja, para
consequentemente, corpos de massa pequena têm seu total compreendimento dessa grandeza é
estado de movimento alterado facilmente com a necessário o módulo (valor numérico), direção e
aplicação de forças menos intensas. sentido (dimensões do vetor).

25
25
FÍSICA

Justificando a 1ª lei de Newton:

“massa é uma medida da inércia do


corpo, ou seja, é a tendência de um corpo
em permanecer em equilíbrio estático
(V=0) ou equilíbrio dinâmico (V=
constante).”
Figura 5: Força de 1N sendo aplicada em um corpo de
1kg, provoca uma aceleração de 1m/s² Terceira Lei de Newton ou Ação e Reação
Certamente você já ouviu a seguinte expressão:
Aceleração: “Toda Ação tem uma Reação”. Pois não fique chocado
• Quando um corpo está sujeito a ação de uma em saber que esse conceito que levamos para nossa vida
força resultante não nula (Fr ≠0), ele adquire veio da física, precisamente da terceira lei de Newton.
aceleração acarretando a variação de sua Lembre-se que força é uma grandeza vetorial. Sendo
velocidade. assim, veja abaixo o enunciado da 3ª Lei de Newton:
• A aceleração é inversamente proporcional à sua
“A toda ação há sempre uma reação
massa, ou seja, quanto maior for a massa, menor
será a aceleração adquirida pelo corpo. oposta e de igual intensidade: as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro
Das definições acima, podemos concluir a 2ª Lei de
são sempre iguais e dirigidas em sentidos
Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica:
opostos.”
𝐅𝐅⃗𝐫𝐫 = 𝐦𝐦. 𝐚𝐚�⃗ Essa lei permite-nos entender que, para que surja
Onde: uma força contrária a aquela atuante em um corpo, é
necessário que haja o contato entre dois corpos,
• �F⃗r : vetor força resultante (soma vetorial das
produzindo um par de forças de ação e reação. Cuja
forças atuantes no corpo), unidade no SI [N]; intensidade (módulo do valor numérico) e a direção
• m: massa do corpo sobre a qual agem as forças, serão iguais entre o par ação e reação, entretanto o
unidade no SI [kg]; sentido do vetor do par de forças será oposto.

• a�⃗: vetor aceleração, unidade no SI�m� 2 �


s
Atenção!
Essa equação é conhecida como Equação
É impossível que um par de forças de ação e
Fundamental da Dinâmica e é válida para um referencial
reação sejam formadas no mesmo corpo.
inercial, não sendo mais válida se a massa do corpo
variar. Pela análise da equação, observamos que a
mesma força, aplicada em corpos de massas diferentes, Outra informação referente a essa lei é que os pares
terá efeitos diferentes. O corpo de maior massa de forças de ação e reação possuem a mesma
apresentará menor aceleração. Concluímos que uma intensidade (módulo), mesma direção, porém sentidos
massa maior tem maior resistência a variações na opostos. Logo, ao aplicarmos uma força sobre um corpo
velocidade e, por esse motivo, afirmamos que a massa é (ação), receberemos desse corpo a mesma força
a medida da inércia de um corpo. (reação), com mesmo módulo, mesma direção, porém
com sentido oposto.

26
26
FÍSICA

Veja o exemplo abaixo: Força Peso


A Força Peso é a força de atração que um planeta
exerce sobre corpos que se encontram em sua superfície
por meio do campo gravitacional. Ela corresponde à
força pela qual os astros atraem os corpos e pode ser
calculada através do produto entre a massa do corpo e a
aceleração da gravidade, isto é uma variação da 2ª lei de
Newton. Assim como todas as forças que já estudamos,
a força peso é uma grandeza vetorial, a qual possui
sentido para baixo em direção ao centro do planeta.
Figura 6: Representação do diagrama do
A força peso é variável e pode sofrer modificações a
par de forças de ação e reação
depender do planeta em que estamos estudando,
Note no exemplo acima, temos um homem mesmo que a massa do corpo seja sempre constante e
empurrando um bloco horizontalmente para a direita invariável independente de onde esse corpo está, ainda
com uma força de intensidade F1 (ação). sim o cálculo da força peso dependerá da aceleração da
Simultaneamente surge uma força de resposta (reação) gravidade local, a qual é variável conforme a altura e o
de intensidade F2, horizontal para esquerda. planeta que o corpo se encontra.
Note que as forças F1 e F2 possuem o mesmo Importante!
módulo, mesma direção, porém os sentidos são opostos.
• A força peso é uma força de campo
Estão aplicadas em corpos diferentes classificando um
gerada pela gravidade do planeta;
par de ação e reação, uma vez que elas só surgem no
momento da interação entre a mão do homem com a • Essa força segue em direção vertical e
superfície do bloco. sentido para baixo, atuando no centro
dos corpos.
Força Peso e Normal
Força Normal
Força gerada através do contato entre uma
superfície qualquer e um objeto. Tal força se distribui
igualmente por toda superfície do corpo, embora
representamos essa força com apenas um vetor vertical Figura 8: Representação da força peso
para cima. O nome dessa força vem de um termo da
Fórmula para o cálculo da Força Peso:
geometria (normal) que representa a posição
geométrica relativa dessa força com o plano de contato ��⃗ ��⃗
𝑷𝑷 = 𝒎𝒎. 𝒈𝒈
(90°, ou perpendicular).
Sabe-se:

• �P⃗: força peso dada em N


• m: massa do corpo dada em Kg
• �g⃗: aceleração da gravidade do planeta dada em
�m� 2 �
Figura 7: Representação da força normal s

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27
FÍSICA

Tome nota:
Caso o corpo esteja em equilíbrio estático
(V=0) ou dinâmico, conclui-se que a força
peso é igual, em módulo, à força normal.

Dica importante: Força Normal e Força Peso NÃO


são pares de ação e reação, pois são forças de naturezas
completamente distintas (forças de contato e campo,
respectivamente) e estão atuando em um mesmo corpo,
apesar de terem o mesmo módulo, mesma direção e
sentidos opostos. Fique atento que os concursos e
vestibulares adoram fazer esse tipo de pegadinha!

Figura 10: Exemplos de representações de


forças de contato e forças de campo

Note que na representação acima temos uma força


de contato →
F , a qual empurra o bloco para direita,

iniciando um movimento. Perceba que o corpo começa a


Figura 9: Representação das forças normal (N) e peso (P) se movimentar em uma superfície plana e bem rugosa,
atuantes em um bloco. favorecendo o surgimento de uma força de contato
entre o bloco e a mesa, contrária ao movimento do corpo
Como o corpo está parado (V=0, equilíbrio estático)
(força de atrito). Enquanto isso, a força peso atuante no
dizemos que possuem o mesmo módulo
corpo é uma força de campo, uma vez que o corpo está
Diferença entre Forças de Contato e Forças de inserido na órbita terrestre sofrendo diretamente com a
atuação do campo gravitacional do planeta.
Campo
Poderíamos falar da força normal (força de contato)
Forças de Como o próprio nome já Exemplo: força
que existe devido ao contato entre a superfície e o bloco,
contato sugere, são forças que de atrito, força
surgem através do contato normal.
orientada verticalmente para cima.
direto entre as superfícies
dos corpos que estão Aceleração da Gravidade, Queda Livre e
interagindo. Lançamento Oblíquo
Forças de Atuam nos corpos sem o Exemplo: força Aceleração da Gravidade
campo contato direto de suas magnética,
Como vimos na 3.2 a força peso gera uma aceleração
superfícies. O resultado da força
atuação dessa força é a gravitacional nos corpos, atraindo-os em direção ao centro dos
existência de um campo (força peso). planetas. Essa aceleração gerada é uma grandeza
(uma região do espaço onde vetorial denominada “Aceleração da Gravidade”, a qual
é possível sentir efeitos será representada pela letra →
g quando nos referirmos à
físicos).
aceleração da gravidade terrestre.

28
28
FÍSICA

Em termos de cálculo adotaremos a aceleração da


gravidade terrestre constante em toda superfície do
planeta e para qualquer altura numericamente igual a
9,8m/s².
Nos capítulos mais adiante falaremos sobre a
importância da aceleração da gravidade no movimento
orbital dos corpos celestes.

Queda Livre
Dizemos que um corpo está em queda livre quando
é abandonado (Velocidade inicial do corpo é igual a zero
→ 𝑉𝑉0 = 0) a uma determinada altura (H). Essa queda
vertical ocorre sem a resistência do ar (força de atrito 38
contrária ao movimento de queda), isso significa que
Figura 11: Representação de uma bolinha sendo
para o movimento do corpo e a variação da sua abandonada em uma certa altura (H), o tempo de queda e
velocidade na queda só é possível graças a força peso a velocidade atingida pela bolinha até o momento em que
que gera na superfície do planeta um campo a bolinha toca o chão.
gravitacional cuja aceleração da gravidade puxa todos
O primeiro estudioso do movimento de queda livre
os corpos para baixo.
foi o físico italiano Galileu Galilei, ele provou que corpos
Vamos analisar os seguintes exemplos:
em queda livre, mesmo os de massa diferentes,
• Um aluno está sentado em sua carteira chegariam ao chão ao mesmo tempo, pois estariam
escrevendo, sem querer o lápis cai, sujeitos à mesma aceleração.
desenvolvendo um movimento de queda até
tocar o chão. Analisando o movimento do lápis,o
mesmo foi atraído para o chão graças a
forçapeso e desenvolveu um movimento
acelerado em um certo intervalo de tempo
devido a presença da aceleração da gravidade
que variou de maneira constante sua velocidade
até tocar o chão.
• Uma menina abandona uma bolinha de uma
determinada altura H e observa o movimento
desenvolvido pela bolinha até atingir o chão,
veja o desenho esquemático.

Figura 12: Experimento de Galileu Galilei

29
29
FÍSICA

Formulário de Queda Livre: Equação de Torricelli:


Para efetuar os cálculos de exercícios que envolvem Além das duas fórmulas mostradas, podemos
queda livre vamos usar os conceitos aprendidos utilizar uma equação que relaciona a velocidade de
anteriormente em MRUV e desenvolver algumas queda com a altura.
fórmulas diretas que vão nos ajudar a resolver tais
problemas. 𝑽𝑽 = �𝟐𝟐. 𝒈𝒈. 𝑯𝑯
Lembre-se que para desenvolver os cálculos de
Lançamento Oblíquo
queda livre você precisa considerar:
A velocidade inicial do corpo é igual a zero, pois o
corpo é abandonado a uma certa altura.

Equação da velocidade do corpo na queda livre:


A equação abaixo é usada para determinar a
velocidade em que um corpo se move durante o
movimento de queda livre. Para tanto, basta multiplicar
o tempo de queda, medido em segundos, com o módulo
da aceleração da gravidade.
Figura 13: chute do Paulinho no jogo do Brasil contra a
𝑽𝑽 = 𝒈𝒈. 𝒕𝒕 Sérvia, na primeira fase da Copa do Mundo

V: velocidade de queda (m/s) Em edições passadas da Copa do Mudo, podemos


g: aceleração da gravidade (m/s²) ver o seguinte lance do jogador brasileiro Paulinho.
Nesse jogo do Brasil x Sérvia o jogador deu uma
t: tempo (s)
cobertura sobre o goleiro adversário. Note que a
Equação da altura na queda livre: trajetória percorrida pela bola foi de um arco de
A equação a seguir relacionada altura de queda com parábola.
o intervalo de tempo: O lançamento oblíquo ou de um projétil é o
movimento de um objeto que foi lançado na diagonal,
𝒈𝒈. 𝒕𝒕𝟐𝟐 dizemos que o corpo executa um movimento parabólico,
𝑯𝑯 =
𝟐𝟐 o qual pode ser decomposto em outros 2 tipos bem
definidos de movimentos:
H: altura (m)
• Horizontal, eixo x: MRU, note que a
g: aceleração da gravidade do planeta (m/s²)
componente x da velocidade do corpo
t: tempo (s)
permanece constante em toda a trajetória. No
Por meio da equação mostrada acima, é possível estudo do movimento no eixo horizontal
determinar tanto a altura quanto o tempo de queda de denominaremos a velocidade de Vx.
um corpo em queda livre.
• Vertical, eixo y: MUV, pois sofre variação da
velocidade no movimento de subida e de descida
graças a influência da aceleração da gravidade.
Para o movimento no eixo y, denominaremos a
velocidade de Vy.

30
30
FÍSICA

Vamos analisar os vetores que compõem o Podemos observar que a distância máxima será
movimento oblíquo de um corpo. Note que o estudo do obtida quando o ângulo de lançamento for igual a 45°.
movimento é feito no plano cartesiano, coordenadas x e
𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 (2𝛼𝛼) = 1 → 2𝛼𝛼 = 90° → 𝛼𝛼 = 45°
y de um plano cartesiano, adotamos o sentido positivo
para cima e o sentido da aceleração da gravidade para
baixo.

Figura 15: Representação dos ângulos de lançamento de


um projétil em lançamento oblíquo

Figura 14: Análise vetorial do lançamento oblíquo _____________________________________________________________

Perceba que no ponto de máximo (altura máxima) _____________________________________________________________


que o corpo atinge a velocidade no eixo y é zero, _____________________________________________________________
mostrando que o corpo iniciará o movimento de descida.
_____________________________________________________________
Formulário do Lançamento Oblíquo:
_____________________________________________________________
eixo x (horizontal) y (vertical)

inicial V ox — ro. cos α V oy = V o. sen α


_____________________________________________________________

V x = Vox _____________________________________________________________
velocidade final V y = V oy – g. t
= constante _____________________________________________________________
g . t2
deslocamento x = V ox . t y = V oy. t − _____________________________________________________________
2
Tabela 2: Formulário do Lançamento Oblíquo _____________________________________________________________

𝑉𝑉 𝑜𝑜𝑜𝑜 _____________________________________________________________
Adotando 𝑉𝑉𝑉𝑉 = 0 , temos o 𝑡𝑡𝑠𝑠 =
𝑔𝑔
tempo de subida (𝑡𝑡𝑠𝑠 ) e o _____________________________________________________________
2. 𝑉𝑉 𝑜𝑜𝑜𝑜
tempo total (𝑡𝑡1 ) 𝑡𝑡1 = _____________________________________________________________
𝑔𝑔

Quando 𝑡𝑡 = 𝑡𝑡𝑠𝑠 , o valor de y 𝑉𝑉 𝑜𝑜2 . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑛𝑛2 𝛼𝛼 _____________________________________________________________


𝐻𝐻𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
é a altura máxima (𝐻𝐻𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) 2. 𝑔𝑔
_____________________________________________________________
Quando 𝑡𝑡 = 𝑡𝑡𝑡𝑡 , o valor de x
𝑉𝑉 𝑜𝑜2 . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑛𝑛 (2𝛼𝛼) _____________________________________________________________
é a distância máxima 𝑑𝑑𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 =
2. 𝑔𝑔
(𝑑𝑑𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 ) _____________________________________________________________

Tabela 3: Formulário do Lançamento Oblíquo _____________________________________________________________

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31
FÍSICA

Exercícios
1. Um corpo em queda livre sujeita-se à aceleração segundos, o rapaz se atira do mesmo lugar de onde
gravitacional 𝑔𝑔 = 10 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 . Ele passa por um ponto caiu o biscoito e consegue agarrá-lo no ar. Em ambos
𝐴𝐴 com velocidade 10 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e por um ponto 𝐵𝐵 com os casos, a queda é livre, as velocidades iniciais são
velocidade de 50 𝑚𝑚/𝑠𝑠. A distância entre os pontos A nulas, a altura da queda é a mesma e a resistência do
e 𝐵𝐵 é: ar é nula. Para Galileu Galilei, a situação física desse
comercial seria interpretada como:
100 m.
120 m. Impossível, porque a altura da queda não era grande
140 m. o suficiente.
160 m. Possível, porque o corpo mais pesado cai com maior
240 m. velocidade.
Possível, porque o tempo de queda de cada corpo
2. Um objeto é lançado a partir da origem de um depende de sua forma.
sistema de coordenadas, com velocidade inicial de Impossível, porque a aceleração da gravidade não
8,0 m/s, fazendo um ângulo de 60 graus em relação depende da massa dos corpos.
à horizontal.
O alcance do objeto lançado, em metros, é de? 5. Um corpo em queda livre sujeita-se à aceleração
gravitacional 𝑔𝑔 = 10 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 . Ele passa por um ponto
Dados: g = 10,0 m/s2; √3 = 1,7; √2 = 1,4
A com velocidade 10 𝑚𝑚/𝑠𝑠 e por um ponto B com
2,8. velocidade de 50 𝑚𝑚/𝑠𝑠. A distância entre os pontos A
4,0. e B é:
5,4.
100 m.
11,2.
120 m.
22,4.
140 m.
160 m.
3. Um objeto é lançado do solo verticalmente para 240 m.
cima. Quando sua altura é 2 m, o objeto está com
uma velocidade de 3 m/s. Pode-se afirmar que a
6. Um vaso de flores cai livremente do alto de um
velocidade com que esse objeto foi lançado, em m/s,
edifício. Após ter percorrido 320 cm, ele passa por
é de:
um andar que mede 2,85 m de altura. Quanto tempo
4,7 . ele gasta para passar por esse andar? Desprezar a
7,0. resistência do ar e assumir 𝑔𝑔 = 10 𝑚𝑚/𝑠𝑠 2 .
8,5 .
0,3 s.
9,0.
0,4 s.
9,5.
0,8 s.
1,0 s.
4. Foi veiculada na televisão uma propaganda de uma 1,8 s.
marca de biscoitos com a seguinte cena: um jovem
casal está num mirante sobre um rio e alguém deixa
cair lá de cima um biscoito. Passados alguns

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32
FÍSICA

7. Duas bolas A e B, sendo a massa de A igual ao dobro 10. Um objeto de massa 0,50 kg é comprimido
da massa de B, são lançadas verticalmente para verticalmente sobre a superfície de uma mesa, com
cima, a partir de um mesmo plano horizontal com uma força de 6,0 N. Determine o valor da força de
velocidades iniciais. Desprezando-se a resistência reação normal no objeto durante a aplicação dessa
que o ar pode oferecer, podemos afirmar que: força.

O tempo gasto na subida pela bola A é maior que o Obs.: Considere a aceleração da gravidade igual a 10
gasto pela bola B também na subida; m/s².
A bola A atinge altura menor que a B; 5,0 N.
A bola B volta ao ponto de partida num tempo menor 11,0 N.
que a bola A; 6,0 N.
As duas bolas atingem a mesma altura; 1,0 N.
Os tempos que as bolas gastam durante as subidas 10,0 N.
são maiores que os gastos nas descidas.

8. Se a soma de todas as forças atuando sobre o corpo GABARITO: Aula 3


for zero, pode-se afirmar, de acordo com a primeira
Lei de Newton, que esse corpo será:
Questões Respostas Questões Respostas
Desacelerado.
1 B 2 C
Velocidade constante.
Um movimento circular uniforme. 3 B 4 D

Um MUV. 5 B 6 A
Acelerado. 7 D 8 B
9 A 10 E
9. Quando uma pessoa empurra um caixa com um
força F, podemos dizer que esta é uma força de ação, _____________________________________________________________
mas conforme a ______ lei de _______________, sempre _____________________________________________________________
que isso ocorre, há uma outra força com módulo e
direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta _____________________________________________________________
é chamada força de reação. A opção que completa a _____________________________________________________________
descrição corretamente seria respectivamente:
_____________________________________________________________
3ª - lei de Newton.
1ª - lei de Ohm. _____________________________________________________________
2ª - lei de Newton.
_____________________________________________________________
2ª - lei de Ohm.
1ª - lei de Ohm. _____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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33
FÍSICA

Aula 4 Denominou essa força de atração como: força


gravitacional e a expressou da seguinte maneira:

“Dois corpos atraem-se com força


Gravitação proporcional às suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado
Lei da Gravitação Universal
da distância que separa seus centros de
Com intuito de entender os movimentos dos
gravidade.”
planetas, Isaac Newton desenvolveu “A lei da
Gravitação Universal” sob influência dos estudos do Essa força é de natureza vetorial, porque possui
modelo heliocêntrico de Nicolau Copérnico. módulo, direção e sentido e é representada
matematicamente pela seguinte lei da gravitação
universal:
𝑴𝑴. 𝒎𝒎
𝑭𝑭 = 𝑮𝑮.
𝒅𝒅𝟐𝟐
Onde:
• F = é a intensidade da força gravitacional (N)
• G = constante de gravitação universal, cujo valor
é 6,67.10−11 N. m²/kg²
• M e m = trata-se das massas dos corpos
Figura 1: Modelo Heliocêntrico desenvolvido por
Nicolau Copérnico que colocava o Sol como astro rei no analisados, sendo M a maior massa e m a menor
centro do universo massa dadas em kg
• d= distância entre os planetas (m)
Observando os movimentos dos planetas, Newton
elaborou uma explicação, a qual mostrava que esses
movimentos orbitais dos astros estava baseado na
atração entre as diferenças entre as massas dos corpos
celestes.
Segundo Newton:
• O Sol atrai os planetas
• A Terra atrai a Lua
• A Terra atrai todos os corpos que estão perto
dela
Figura 2: Representação da Força de atração
Através dessa análise, Newton concluiu que existe gravitacional entre a Terra e o Sol, sendo o Sol o corpo
uma força que atrai todos os corpos, estejam no espaço celeste de maior massa e a Terra o de menor massa.
ou na Terra.
Note que através da equação apresentada
anteriormente, Newton tinha por objetivo analisar o
comportamento das forças que atuam na Terra e em
outros planetas. Agora se puxarmos da nossa memória a

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FÍSICA

3ª lei de Newton (ação e reação) podemos entender que Segue abaixo as três Leis de Kepler:
a atração entre os corpos deve ser mútua para que haja
1ª Lei de Kepler: Lei das Órbitas
equilíbrio entre eles. Por exemplo: a Terra atrai a Lua,
mas, por outro lado, a Lua também atrai a Terra, com a “A órbita dos planetas é uma elipse em
mesma intensidade, mesma direção, porém com sentido
que o Sol ocupa um dos focos.”
contrário. O mesmo acontece com os demais corpos já
citados. Essa lei afirma que a órbita dos planetas que giram
em torno do Sol não é circular, mas sim elíptica. Além
Leis de Kepler disso, o Sol sempre estará em um dos focos dessa elipse.
Figura 4: A figura (fora de escala) mostra que a órbita de um
planeta é elíptica e que o Sol está em um dos focos dessa elipse.
Nota Importante:
Apesar de elípticas algumas órbitas, como a da
Terra, são muito próximas de um círculo, pois são elipses
que apresentam uma excentricidade muito pequena.
A excentricidade, por sua vez, é a razão entre os
semieixos da elipse, variando de 0 a 1.
Quando a excentricidade cresce, a elipse torna-se
mais achatada. Quando a excentricidade tende a zero a
elipse tende para a circunferência.
Figura 3: Johannes Kepler (1610), autor desconhecido 2ª Lei de Kepler: Lei das Áreas
Johannes Kepler foi um astrônomo, astrólogo e
“A linha imaginária que liga o Sol aos
matemático alemão. Teve significativa contribuição na
planetas que o orbitam varre áreas iguais
revolução científica no século XVII com o postulado de
suas 3 leis fundamentais da mecânica celeste,
em intervalos de tempos iguais.”
denominadas Leis de Kepler.
As leis defendidas por Kepler foram fundamentais e
auxiliaram Newton para desenvolver, anos mais tarde, a
Lei da Gravitação Universal a qual vimos anteriormente
em Lei da Gravitação Universal.

Figura 5: De acordo com as leis das áreas, para o mesmo


intervalo de tempo, as áreas A1 e A2 são iguais.

𝐴𝐴1 𝐴𝐴2
47 =
Δt1 Δt2
As leis enunciadas por Kepler regem o movimento
A segunda lei de Kepler afirma que a linha imaginária
planetário, e foram postuladas utilizando anotações do
que liga o Sol aos planetas que o orbitam varre áreas
astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).
iguais em intervalos de tempo iguais. Isto é, essa lei

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FÍSICA

afirma que a velocidade com que as áreas são varridas é Na imagem acima é possível ver dois termos que
a mesma nos dois trechos. possuem os seguintes significados:

3ª Lei de Kepler: Lei dos Períodos • Periélio:


É o ponto de menor distância entre a Terra e o
“A razão entre o quadrado do período e o Sol;
cubo do raio médio da órbita de um
• Afélio:
planeta é constante.”
É o ponto de maior distância entre a Terra e o
Observe as expressões usadas para os cálculos da Sol;
terceira lei de Kepler e na sequência que representa os
semi-eixos maior e menor de uma órbita planetária em
Relacionando esses pontos com a velocidade
torno do sol.
desenvolvida pelo planeta em sua órbita, temos:
𝑇𝑇 2 Quando a Terra se aproxima do periélio, sua
= 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 velocidade orbital aumenta, uma vez que a aceleração
𝑅𝑅3 gravitacional do Sol se intensifica. Dessa maneira, a
T: período orbital Terra tem máxima energia cinética. Ao passo que
R: raio médio da órbita próxima ao afélio, a Terra perde energia cinética, tendo
assim a sua velocidade orbital reduzida à sua menor
medida.
Note que a terceira lei de Kepler afirma que o
Para finalizar, vamos relacionar a 3ª lei de Kepler
quadrado do período orbital (T²) de um planeta é
com a Lei da Gravitação Universal de Newton:
diretamente proporcional ao cubo de sua distância
média ao Sol (R³). Além disso, a razão entre T²e R³ tem 𝑇𝑇 2 4𝜋𝜋 2
exatamente a mesma magnitude para todos os astros =
que orbitam uma mesma estrela. 𝑅𝑅3 𝐺𝐺. 𝑀𝑀
Para o cálculo do raio médio da órbita é obtido pela Dados:
média entre os raios máximo e mínimo: T: período orbital
𝑅𝑅𝑚𝑚á𝑥𝑥 + 𝑅𝑅𝑚𝑚í𝑛𝑛 R: raio médio da órbita
𝑅𝑅𝑚𝑚é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 = G: constante da gravitação universal
2 −11
(6,67.10 N. m²/kg²)
M: Massa do Sol (1,989. 1030 kg)

Movimento dos Corpos Celestes


Antes de começarmos a relembrar os assuntos
anteriormente abordados, precisamos saber que a Terra
está deslocada 23°27’ em relação ao eixo perpendicular
Figura 6: Representações dos semieixos orbitais (raio imaginário que passa no centro da Terra.
mínimo- Rmín, raio máximo- Rmáx)

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36
FÍSICA

Rotação
O movimento de rotação da Terra é o giro que o
planeta realiza ao redor de si mesmo, ou seja, ao redor
do seu próprio eixo. Esse movimento se faz no sentido
anti-horário, de oeste para leste e tem duração
aproximada de 24 horas (23 horas 56 minutos 4
segundos e 9 centésimos).

Consequências:
• Formação dos dias e das noites;
• Devido a inclinação que a Terra tem em relação
ao seu eixo, os raios solares são distribuídos de
maneira não uniforme ao longo de toda a
superfície do planeta (variação da obliquidade
dos raios solares);
Figura 7: Representação angular do • Movimento aparente das estrelas, durante a
deslocamento do eixo Terrestre noite. E o movimento aparente do sol durante o
dia. Mas lembre-se que as estrelas não se
Como podemos observar através dos estudos de
movimentam, é a Terra que está girando. Temos
Copérnico, Kepler e Newton os planetas circundam de
a sensação de que as estrelas se movimentam
maneira elíptica em torno do Sol (movimento orbital,
porque estamos nos baseando como referencial,
também chamado de translação). Além disso, existe o
e para nós a Terra está parada e os demais
movimento de rotação dos planetas o qual é
planetas e estrelas que giram em torno do nosso
caracterizado pelo giro do planeta em torno do seu
planeta;
próprio eixo.
• Graças a esse movimento o sol nasce a Leste e se
põe a Oeste;
• Criação do sistema de fusos horários. Esse
sistema foi criado para padronizar o horário
mundial e é calculado a partir da divisão da Terra
de 360° em 24 horas (período aproximado que a
Figura 8: Movimento de Rotação e Translação Terra leva para realizar uma volta completa em
seu próprio eixo);
Vamos entender quais são as consequências dos
movimentos de rotação e translação dos corpos • E por fim, devido a rotação ocorre dilatação da
celestes, porém nosso foco será o planeta Terra. região próxima à Linha do Equador e um possível
achatamento dos polos.

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FÍSICA

Se o planeta não girasse em torno de seu próprio Consequências:


eixo apenas um lado receberia os raios solares, ficando • Esse movimento é o responsável direto pela
extremamente quente, enquanto o lado da sombra existência das 4 estações do ano (primavera,
ficaria muito frio. verão, outono e inverno);
• Devido à inclinação do eixo no planeta somado
ao movimento de translação, há períodos em
que os dias são maiores que as noites (solstícios
de verão), por outro lado, há momentos em que
os períodos das noites são maiores que os dias
(solstícios de inverno). Agora, se os períodos das
noites e dos dias possuem a mesma duração são
chamados de equinócios de primavera e de
outono.
• Note que nas estações extremas: verão e
Figura 9: Representação da rotação da Terra na
formação do dia e da noite. inverno a Terra está nos pontos mais extremos
de sua órbita, periélio e afélio, respectivamente.
Translação São nessas estações que temos os solstícios.
A translação é o movimento orbital realizado pela • Enquanto que nas meias estações: primavera e
Terra em torno do Sol, de maneira simplificada é a outono, a Terra está no meio de sua trajetória
trajetória que a Terra faz em torno do Sol. orbital, logo as durações das noites e dos dias
Sabe-se que para o nosso planeta completar uma são iguais (equinócios).
volta inteira ao redor do sol leva 365 dias, 5 horas e 48 • A velocidade do movimento altera-se conforme
minutos. Foi convencionado 365 dias como o ano civil e a Terra aproxima-se ou se distancia do Sol.
as horas e os minutos que sobraram são acumulados de Quanto mais próxima do Sol, maior a velocidade
maneira a somar mais um dia no ano, esse fenômeno e quanto mais afastada, menor é a velocidade do
ocorre a cada 4 anos e no ano que se dá o aumento de um movimento.
dia é chamado ano bissexto (totalizando 366 dias).

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FÍSICA

Figura 10: Representação das estações do ano

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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39
FÍSICA

Exercícios
1. Uma estação espacial, Kepler, estuda um exoplaneta 4. Baseando-se nas leis de Kepler pode-se dizer que a
cujo satélite natural tem órbita elíptica de semieixo velocidade de um planeta:
maior a0 e período T0, sendo d = 32a0 a distância
Independe de sua posição relativamente ao sol.
entre a estação e o exoplaneta. Um objeto que se
Aumenta quando está mais distante do sol.
desprende de Kepler é atraído gravitacionalmente
Diminui quando está mais próximo do sol.
pelo exoplaneta e inicia um movimento de queda
Aumenta quando está mais próximo do sol.
livre a partir do repouso em relação a este.
Diminui no periélio.
Desprezando a rotação do exoplaneta, a interação
gravitacional entre o satélite e o objeto, bem como
5. No sistema planetário:
as dimensões de todos os corpos envolvidos, calcule
em função de T0 o tempo de queda do objeto. Cada planeta se move numa trajetória elíptica,
tendo o sol como o centro.
32. 𝑇𝑇0
A linha que une o sol ao planeta descreve áreas
64. 𝑇𝑇0 iguais em tempos iguais.
30. 𝑇𝑇0 A razão do raio de órbita para seu período é uma
45. 𝑇𝑇0 constante universal.
50. 𝑇𝑇0 A linha que liga o sol ao planeta descreve no mesmo
tempo diferentes áreas.
2. A Terra descreve uma elipse em torno do Sol cuja
área é A = 6,98.1022 m². Qual é a área varrida 6. Certo planetaA que orbitaem torno do Sol, tem
pelo raio que liga a Terra ao Sol entre 0,0 h do dia 1º período orbitalde 1 ano. Se um planeta B, tem raio
de abril até 24 h do dia 30 de abril do mesmo ano. orbital 3 vezes maior, qual será o tempo necessário
para que esse planeta complete uma volta em torno
≃ 5,82.10²¹ m²
do Sol.
≃ 5,90.10²¹m²
≃ 5,95.10²¹m² 1,5 anos.
≃ 5,80.10²¹m² 2,5 anos.
8,0 anos.
≃ 5,85.10²¹m²
3,5 anos.
5,2 anos.
3. O movimento de translação da Terra é:

Periódico. 7. De acordo com a Terceira Lei de Kepler, conhecida


Retilíneo uniforme. como lei dos períodos, é falso afirmar que:
Circular uniforme.
O cubo do raio médio das órbitas é proporcional ao
Retilíneo, mas não uniforme.
quadrado do período orbital.
Circular não uniforme.
A razão entre o quadrado do período orbital e o cubo
do raio médio da órbita terrestre é inversamente
proporcional à massa do sol.
O quadrado do raio médio das órbitas é
proporcional ao cubo do período orbital.

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FÍSICA

A razão entre o quadrado do período orbital e o cubo Estão certos apenas os itens:
do raio médio da órbita terrestre é inversamente
I e II.
proporcional à constante da gravitação universal.
I e III.
Todas são falsas.
III e IV.
I, II e IV.
8. Imagine que um pequeno planeta Z tenha sido
II, III e IV.
descoberto em nosso sistema solar. Determine o
valor aproximado do período de translação de Z, em
10. Duas mulheres, uma com massa igual a 50 kg e a
anos terrestres, sabendo que o raio médio de sua
outra com massa 60 kg, estão separadas por uma
órbita corresponde a 7 unidades astronômicas.
distância de 5 metros. Qual é a força de atração
20,5. gravitacional entre essas duas mulheres?
18,5. (Adote G = 6,67.10−11 N. m2 /Kg 2 ).
10,5.
12,5. 4,002. 10−8 𝑁𝑁
15,5. 4,002. 10−13 𝑁𝑁
8,004. 10−9 𝑁𝑁
9. Nicolau Copérnico foi um dos responsáveis pela 8,004. 10−13 𝑁𝑁
mudança da visão tradicional do movimento 8,002. 10−9 𝑁𝑁
planetário centrado na Terra pelo movimento
heliocêntrico. No entanto, algumas discrepâncias da
teoria de Copérnico só foram resolvidas por Kepler, GABARITO: Aula 4
que mostrou empiricamente que as órbitas
planetárias eram elipses, e não círculos. De acordo
Questões Respostas Questões Respostas
com as leis de Kepler, julgue os itens a seguir.
1 A 2 A
I. A primeira lei de Kepler afirma que, no
referencial heliocêntrico, as trajetórias dos 3 A 4 B
planetas são elipses, com o centro do Sol 5 B 6 E
como um dos pontos focais. 7 C 8 D
II. A segunda lei de Kepler afirma que cada 9 B 10 C
planeta varre áreas iguais em tempos iguais
em torno do Sol, portanto, quando um planeta _____________________________________________________________
está mais próximo do Sol, a sua velocidade _____________________________________________________________
diminui.
_____________________________________________________________
III. Segundo a terceira lei de Kepler, o quadrado
do período de qualquer planeta é _____________________________________________________________
proporcional ao cubo do semieixo maior de
_____________________________________________________________
sua órbita.
IV. As leis de Kepler se aplicam somente aos _____________________________________________________________
planetas que orbitam o Sol. _____________________________________________________________

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FÍSICA

Aula 5 O que o cientista quis dizer é que a energia na


natureza não pode surgir do nada e nem pode ser
destruída, mas a única possibilidade que existe é a
transformação de um tipo de energia em outro.
Energia, Trabalho e Potência
E na física o conceito não poderia ser diferente,
Definição de Energia, Trabalho e Potência entretanto vamos observar modelos mecânicos,
elétricos, entre outros e analisar o comportamento da
Energia energia nestes sistemas físicos.
O termo “energia” está envolvido conceitualmente Portanto, a energia está associada à capacidade que
em vários segmentos das ciências. um corpo, uma substância ou um sistema físico têm na
Segundo o Princípio de Lavoisier, que aprendemos produção de ação e/ou ao movimento dos corpos
em química: (realização de trabalho). Podendo se manifestar de
diversas formas: movimento dos corpos, eletricidade,
calor.

Figura 2: Sítio Eólico é possível observar a conversão da


energia cinética dos ventos em energia elétrica

Trabalho
Na física, dizemos que o Trabalho (𝛕𝛕) existe quando
uma força provoca o deslocamento do corpo sobre o
qual ela atua.
Esse trabalho pode ser positivo: quando o corpo é
deslocado no mesmo sentido em que a força é aplicada.

“Na Natureza nada se cria, nada se


perde, tudo se transforma.”
Figura 3: Trabalho realizado pela força F é positivo, pois
(Antoine Lavoisier) provoca o deslocamento do corpo no mesmo sentido
Figura 1: Foto de Antoine Lavoisier

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FÍSICA

Ou pode ser negativo: quando a força aplicada tem Potência


sentido contrário ao deslocamento do corpo, Potência é uma grandeza física usada para calcular a
dificultando o movimento. quantidade de energia concedida ou consumida por
unidade de tempo. Ou seja, é a taxa de variação da
energia em função do tempo.
A potência é útil para medir a rapidez com a qual
uma forma de energia é transformada por meio da
Figura 4: Trabalho realizado pela força F é negativo, pois realização de um trabalho.
dificulta o movimento do corpo e consequentemente,
dificulta o seu deslocamento. Note que o corpo está se Na prática:
movimentando para a direita enquanto a força contrária Podemos dizer que uma máquina é mais potente
ao movimento, sentido para esquerda.
quando comparada a outras, quando ela é capaz de
realizar a mesma tarefa em um tempo menor ou, ainda,
Portanto, se o trabalho está relacionado aos efeitos
realizar uma quantidade maior de tarefas no mesmo
das forças sobre o deslocamento dos corpos, uma
intervalo de tempo.
relação simples possibilitará o cálculo do trabalho
realizado: Cálculo para potência média é dada pelo trabalho
realizado em função da variação do tempo:
𝜏𝜏 = |𝐹𝐹 |. |𝑑𝑑 |. cos θ 𝜏𝜏
𝑃𝑃 =
Sendo: Δ𝑡𝑡
• τ= trabalho da força, em Joule (J)
Onde:
• F= força em newton (N) • P= potência média, dada em watts (W)
• d= deslocamento, em metros (m) • τ= trabalho, dado em joules (J)
• 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜃𝜃= cosseno do ângulo compreendido entre • Δt=intervalo de tempo, em segundos (s)
os vetores força e deslocamento.

A unidade de medida da potência no SI é o watt (W),


Saiba que a unidade do trabalho é representada pela unidade equivalente ao joule por segundo (J/s). A
aplicação de uma força de 1N sobre um corpo, unidade watt foi adotada a partir de 1882 como forma
deslocando-o por 1 m, dizemos que foi realizado um de homenagear os trabalhos desenvolvidos por James
trabalho de 1 J. Watt, os quais foram de grande relevância para o
No SI: desenvolvimento das máquinas a vapor.

[τ] = N. m = J Outra perspectiva para análise do trabalho na física


está relacionada com a medida da transformação de
Atenção! uma forma de energia em outras formas de energia
mediante a aplicação de uma força (a qual gera
• Se não houver deslocamento não
aceleração, modificação da velocidade e deslocamento).
haverá trabalho!
Logo, por definição, a potência também se associa com
• Quando o vetor deslocamento for qualquer forma de energia, como: energia mecânica,
perpendicular ao vetor Força, o energia potencial elétrica e energia térmica.
trabalho também será nulo!

43
43
FÍSICA

Energia Potencial Lembre-se:

Energia Potencial Gravitacional A energia potencial gravitacional está


associada ao trabalho que a força peso pode
Podemos dizer que a energia potencial é a energia
realizar sobre um corpo de massa m no
armazenada em um corpo tomando um referencial
campo gravitacional da Terra.
externo a ele.
Trata-se, portanto, da energia armazenada em
virtude da posição de um corpo em relação à superfície.
Energia Potencial Elástica
Quanto mais alto estiver um objeto em relação ao solo,
maior será a sua velocidade ao chegar ao chão caso ele Além da energia potencial gravitacional (energia
inicie uma queda. que o corpo pode armazenar caso esteja elevado a uma
determinada altura H), temos também a energia
Como a energia potencial está associada à altura,
potencial elástica.
percebemos que o movimento só ocorre graças à
conversão da energia armazenada pelo potencial que a Essa energia está associada à deformação deum
força gravitacional gera no corpo puxando-o para baixo. material elástico (uma mola por exemplo).
Ao iniciar a queda notamos que a energia armazenada
devido à altura que o corpo se encontra (energia
potencial gravitacional) é convertida em movimento
(energia cinética).
Matematicamente, a energia potencial gravitacional
é dada pelo produto entre a massa do corpo (m, em
quilogramas-Kg) e a altura (H, em metros-m) e a
gravidade (g, em metros por segundo ao quadrado -
m/s²).
Sendo assim temos:

Figura 6: Representação de uma mola em 3 fases: sem


deformação (figura a), mola comprimida por um bloco
(figura b), mola distendida (figura c).

Em termos matemáticos podemos representar a


energia potencial elástica da seguinte maneira:

k. x 2
Epe =
2
Note que o cálculo da energia potencial elástica (Epe,
no SI [J]) dependerá da deformação (x) causada na mola
(no SI [m]) e de uma constante de elasticidade da mola
(k) que é específica para cada material que é constituída
a mola (no SI [N.m]).
Figura 5: Representação da energia potencial
gravitacional armazenada no bloco de massa m

44
44
FÍSICA

Lembre-se: A energia potencial elástica está


Conservação da Energia
associada ao trabalho que a força elástica pode realizar
devido a uma deformação ao longo de uma mola Mecânica e Dissipação de
helicoidal.
Energia
Energia Cinética Antes de mais nada precisaremos tomar
É a energia associada ao movimento dos corpos. conhecimento de alguns conceitos básicos e
Quanto maior for a velocidade em que um corpo se fundamentais, como por exemplo:
movimenta, maior será a sua energia cinética.
O QUE É ENERGIA MECÂNICA
A equação abaixo define matematicamente a
Trata-se de uma grandeza física escalar, medida em
energia cinética:
joules, no SI. Ela equivale à soma das energias cinética e
𝑚𝑚. 𝑣𝑣 2 potencial de um sistema físico. Em sistemas
𝐸𝐸𝑐𝑐 = conservativos a energia mecânica permanece
2 constante.
Note que:
EM = EC + EP
• m: massa do corpo (Kg)
• Em : energia mecânica
• v: velocidade (m/s)
• Ec : Energia cinética
• Ec : energia cinética (Joule, J)
• Ep : energias potenciais (gravitacional e elástica)
do sistema.
Quando no estudo de um movimento nos
deparamos com a força de atrito (𝐹𝐹⃗𝑎𝑎𝑎𝑎 , dada em N),
dizemos que há uma “perda” de parte da energia
mecânica do sistema. A qual é convertida em agitação
térmica dos átomos e das moléculas que constituem o
material do corpo que está em movimento.
Esse tipo de energia proveniente da ação da força de
atrito é a energia térmica do corpo, ou seja o Calor (fluxo
de energia térmica de um corpo de menor temperatura
para um corpo de maior temperatura). Veremos com
mais profundidade esse tema no capítulo 7.

SISTEMAS CONSERVATIVOS
Figura 7: Na imagem, energia cinética e potencial se São sistemas que não possuem perdas de energia
convertem simultaneamente, enquanto a energia pelo atrito ou outras forças contrárias ao movimento do
mecânica é constante
corpo.

Teorema Da Conservação da Energia Mecânica


Em um sistema conservativo toda energia
relacionada ao movimento de um corpo é mantida

45
45
FÍSICA

constante. Ou seja, não atuam sobre ele quaisquer _____________________________________________________________


forças dissipativas, tais como força de atrito ou arraste.
_____________________________________________________________
Ao dizermos que a energia mecânica é conservada,
isto significa a somas das energias cinética e potencial _____________________________________________________________
em todos os instantes do estudo do movimento e em
_____________________________________________________________
qualquer posição será a mesma. Em outras palavras,
nenhuma porção da energia mecânica de um sistema é _____________________________________________________________
transformada em outras formas de energia, como a
_____________________________________________________________
energia térmica.
_____________________________________________________________
EMi = EMf
_____________________________________________________________
ou
_____________________________________________________________
ECi + EPi = ECf + EPf
_____________________________________________________________
• Emi : Energia mecânica inicial
_____________________________________________________________
• Emf : Energia mecânica final
_____________________________________________________________
• Eci : Energia cinética inicial
_____________________________________________________________
• Ecf : Energia cinética final
• Epi : Energia potencial inicial _____________________________________________________________

• Epf : Energia potencial final _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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FÍSICA

Exercícios
1. Um motorista conduzia seu automóvel de massa 3. Uma criança abandona um objeto do alto de um
2000 kg que trafegava em linha reta, com velocidade apartamento de um prédio residencial. Ao chegar ao
constante de 72 km/h, quando avistou uma carreta solo a velocidade do objeto era de 72 km/h.
atravessada na pista. Transcorreu 1 s entre o Admitindo o valor da gravidade como 10 m/s 2 e
momento em que o motorista avistou a carreta e o desprezando as forças de resistência do ar,
momento em que acionou o sistema de freios para determine a altura do lançamento do objeto.
iniciar a frenagem, com desaceleração constante
10 m.
iguala 10 m/s 2 . Desprezando-se a massa do
20 m.
motorista, assinale a alternativa que apresenta, em
25 m.
joules, a variação da energia cinética desse
30 m.
automóvel, do início da frenagem até o momento de
50 m.
sua parada.

+ 4,0.105 4. O chuveiro elétrico de uma residência possui


+ 3,0.105 potência elétrica equivalente a 5000 W. Sabendo
+ 0,5.105 que nessa casa moram cinco pessoas e que cada uma
– 4,0.105 toma dois banhos diários de 15 min, determine o
consumo de energia elétrica mensal em KWh
– 2,0.105
correspondente ao chuveiro.

2. Um halterofilista eleva um conjunto de barra e 150 KWh.


anilhas cuja massa total é de 200 kg. Inicialmente, o 250 KWh.
conjunto estava em equilíbrio estático, apoiado 475 KWh.
sobre a superfície do piso. O halterofilista eleva o 300 KWh.
conjunto até uma altura de dois metros em relação 375 KWh.
ao piso. O movimento de elevação do conjunto foi
realizado em um intervalo de tempo de quatro 5. Durante uma aula de física, o Professor Einstein fez
segundos. Considere o módulo da aceleração a seguinte demonstração: um corpo de 6 kg foi
gravitacional terrestre como 10 m/s 2 . A potência puxado com velocidade constante, durante 5,30
média gasta pelo halterofilista para elevar o metros de distância, em uma superfície horizontal
conjunto de barra e halteres foi de: por uma corrente, que exercia uma força de 12,5 N,
fazendo um ângulo θ de 30° acima da horizontal.
0,5.103 watts.
Com as informações fornecidas, determine qual o
1,0.102 watts. trabalho 𝜏𝜏 exercido pela corrente sobre o corpo em
1,0.103 watts. questão. (Considere cos 30° = 0,86.)
2,0.103 watts.
344,2 J.
4,0.103 watts.
198,8 J.
64,95 J.
56,97 J.
27,53 J.

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FÍSICA

6. Um piloto de Fórmula 1, durante a largada de uma 8. Um acidente fatal em uma estrada fez com que um
corrida, ao observar as luzes de sinalização se veículo caísse por uma ribanceira. No local, um
apagarem, acelera seu carro até atingir a velocidade guincho começava a subir o carro até o nível da pista.
de 150 km/h. No entanto, ao avistar uma curva,
observa que é necessário reduzir sua velocidade
para 80 km/h, a fim de contorná-la com segurança.
Com relação aos dados apresentados na situação
acima, analise as afirmações abaixo:
I. A energia cinética do carro de Fórmula 1 aumenta
desde a largada até ele atingir 150 km/h.
II. Quando o piloto diminui sua velocidade de O trabalho resistente do peso do carro, sabendo que
150 km/h para 80 km/h, a fim de contornar a sua massa era de 800 kg e considerando que a
curva com segurança, a energia cinética do aceleração da gravidade tem valor 10 m/s2 , no
carro é mantida constante. processo total de içamento do carro, do local em que
III. As velocidades do carro de Fórmula 1 citadas se encontrava, na base da ribanceira, até o nível da
no enunciado da questão são apresentadas no pista, foi, em joules,
Sistema Internacional de Unidades. 3,2. 104
IV. O que permite ao piloto contornar a curva 8,0. 104
com seu carro é a existência da força de atrito 2,4. 104
entre os pneus e o asfalto. 1,8. 104
Assinale a alternativa que contém a sequência 4,0. 104
CORRETA de informações em relação ao enunciado
da questão. 9. Em um brinquedo de parque de diversões, uma bola
de 500 g deve ser arremessada verticalmente para
II, III e IV estão corretas. cima, atingir uma mola após percorrer 1,80 m, e
I, III e IV estão corretas. comprimi-la 20,0 cm de modo a acender a Lâmpada
II e III estão corretas. da Vitória, como mostra a figura abaixo.
I e IV estão corretas.
I e III estão corretas.

7. Um corpo de massa igual a 200 g cai de uma altura


de 5 m, a partir do repouso.
Desprezada a resistência do ar, a energia cinética do
corpo, em J, ao atingir o solo corresponde a:
Dado Aceleração da gravidade: 10 m/s 2

10.
50.
100.
500.
1000.

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48
FÍSICA

Considerando os atritos desprezíveis e a mola ideal,


qual deve ser, aproximadamente, em m/s, a GABARITO: Aula 5
velocidade inicial mínima da bola para que a
Lâmpada da Vitória seja acesa? Questões Respostas Questões Respostas
Dados: 1 D 2 C
2
Aceleração da gravidade = 10 m/s 3 B 4 E
Constante elástica da mola = 750 N/m 5 D 6 D

4,50. 7 A 8 C
10,0. 9 B 10 B
12,6.
_____________________________________________________________
15,0.
25,0. _____________________________________________________________

_____________________________________________________________
10. Um bloco de massa 7,00 kg desliza sem atrito sobre
a trajetória MN mostrada na figura abaixo. _____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
No início do movimento, o bloco possui velocidade
de 8,00 m/s. _____________________________________________________________
Qual é, em J, a energia cinética aproximada do bloco
_____________________________________________________________
no ponto mais alto da trajetória MN?
_____________________________________________________________
Dado aceleração da gravidade = 10 m/s 2
_____________________________________________________________
4,90.
84,0. _____________________________________________________________
140.
224. _____________________________________________________________
364. _____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

49
49
FÍSICA

Aula 6 Para o estudo da elétrica, na física, vamos nos


concentrar apenas nas partículas subatômicas que
carregam cargas elétricas (prótons e elétrons).

Fundamentos Básicos de Elétrica Dizemos que todos os corpos são formados por
átomos e consequentemente por cargas elétricas e
Definição de Carga Elétrica e Corrente Elétrica podem ser classificados como corpos neutros ou corpos
eletrizados:
Carga Elétrica
• Corpos neutros são aqueles que não estão
Antes de iniciarmos com os conceitos básicos da eletrizados, ou seja, estão eletricamente
elétrica vamos relembrar alguns princípios neutros, ou seja, possuem a mesma quantidade
fundamentais da atomística na química: de prótons e elétrons.

“A menor parte que constitui a matéria é • Já os Corpos eletrizados podem ser de 2 formas,
o átomo cujas 3 partículas fundamentais dependendo exclusivamente da carga em
excesso.
são: os prótons, elétrons e nêutrons.”
• Corpos eletrizados positivamente: se possuírem
Sendo assim, dizemos que a Carga Elétrica é a mais prótons que elétrons;
propriedade dessas partículas elementares do átomo.
• Corpos eletrizados negativamente: se
• Prótons: localizam-se no núcleo do átomo e possuírem mais elétrons do que prótons.
possuem carga elétrica positiva;
No SI, a unidade de grandeza da carga elétrica é o
• Nêutrons: também se localizam no núcleo, entre Coulomb (C). Essa unidade recebeu esse nome em
os prótons dando estabilidade ao núcleo homenagem ao engenheiro Charles Augustin Coulomb,
atômico, uma vez que não possuem carga o qual dedicou grande parte dos seus estudos ligados à
elétrica (carga elétrica nula, igual a zero). física.
• Elétrons: localizados na eletrosfera, orbitando o
núcleo. Possuem carga elétrica negativa.

Figura 1: Modelo estrutural de um átomo de Rutherford

Figura 2: Foto de Charles Augustin Coulomb

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50
FÍSICA

Para o Cálculo da carga elétrica utilizamos a


seguinte fórmula:

𝑄𝑄 = 𝑛𝑛. 𝑒𝑒
• 𝚀𝚀: Carga do corpo em coulombs (C)
• n: Número de elétrons que um corpo ganhou ou
perdeu
• e: Carga elementar da partícula atômica que o
corpo possui
• Elétrons: e = −1,6.10−19 C
• Prótons: e = +1,6.10−19 C Figura 3: Em A temos a representação do condutor de
Note que os prótons e elétrons possuem o mesmo elétrons sem o recebimento de uma diferença de
potencial (ddp- energia), sendo assim é possível observar
valor de carga elétrica, porém com sinais opostos, uma
os elétrons em movimento desordenado. Já em B tem-se
vez que prótons são partículas de cargas positivas e a representação do fluxo ordenado dos elétrons
elétrons são partículas de cargas negativas. Isso é (corrente elétrica) no momento em que é fornecida uma
expresso pelo sinal que vem antes do valor numérico da diferença de potencial (ddp) pela bateria para o fio
carga elementar. condutor.

Corrente Elétrica Tipos de Corrente Elétrica


Agora que você já relembrou o que é carga elétrica Existem dois tipos de corrente elétrica: corrente
vamos entender o que é corrente elétrica e qual a elétrica contínua e corrente elétrica alternada.
relação dela para a física, para tanto vamos focar nos Apesar de ambas retratarem o fluxo ordenado dos
elétrons que são as cargas mais facilmente manipuláveis elétrons que passam pelo fio condutor, ainda assim são
de um átomo, uma vez que elas se encontram orbitando fundamentalmente diferentes:
os núcleos atômicos.
• Corrente Elétrica Contínua:
A corrente elétrica é a movimentação de portadores
É aquela cujo movimento dos elétrons se dá em
de cargas, como os elétrons, quando se aplica uma
um único sentido.
diferença de potencial elétrico a algum material
condutor. Sendo assim a corrente elétrica é a grandeza • Corrente Elétrica Alternada:
física que nos permite conhecer qual é a quantidade de Nesse tipo de corrente o sentido do movimento
carga que atravessa a secção transversal de um fio dos elétrons é periodicamente invertido devido
condutor a cada segundo. De acordo com o sistema à inversão na polaridade do potencial que é
internacional de unidades, a corrente elétrica é medida aplicado ao condutor. Nesse tipo de corrente
em A (ampères) e possui o símbolo “i”. elétrica, os elétrons permanecem oscilando em
torno da mesma posição, isso faz com que haja
menos perdas de energia em razão do efeito
Joule, transformação de energia elétrica em
energia térmica.

51
51
FÍSICA

Fórmula para o Cálculo da Corrente Elétrica Note que o gráfico acima representa o módulo de
A corrente elétrica pode ser calculada pela razão uma corrente elétrica variável em função do tempo.
entre o módulo da carga elétrica que atravessa o Quando for fornecido um gráfico de i x t (corrente pelo
condutor pelo intervalo de tempo. tempo) é útil calcular a área do gráfico, que corresponde
à quantidade de carga conduzida durante esse intervalo
Δ𝑄𝑄 n.𝑒𝑒
𝑖𝑖 = ou 𝑖𝑖 = de tempo.
Δ𝑡𝑡 Δ𝑡𝑡
Sentido Convencional e Sentido Real da Corrente
Sendo:
Elétrica
• i: corrente elétrica (A) Nos primórdios dos estudos sobre corrente elétrica,
• ∆Q: Variação da carga elétrica (C) não era usual os cientistas se atentarem a polaridade
dos elétrons e o quanto isso interferia em seus
• ∆t: Intervalo de tempo (s)
movimentos dentro do fio condutor, portanto os
• n: Número de elétrons que um corpo ganhou ou cientistas assumiram que os elétrons possuíam cargas
perdeu elétricas positivas e que por isso eles se deslocavam em
• e: Carga elementar da partícula atômica que o direção ao polo negativo do gerador de tensão (menor
corpo possui potencial elétrico), isso foi feito para facilitar a
compreensão e os cálculos relacionados à corrente
Dica Importante! elétrica. A esse sentido de corrente foi dado o nome de:
As fórmulas mostradas anteriormente são Sentido Convencional da Corrente Elétrica.
úteis para a resolução da maior parte dos Entretanto, após relacionarem que a corrente
exercícios que envolvem a corrente elétrica, elétrica era formada por um fluxo ordenado de elétrons
entretanto não são úteis para os casos em foi instituído o sentido real da corrente elétrica, o qual
que a corrente elétrica é variável. leva em consideração a polaridade das cargas dos
elétrons (negativa). O sentido real da corrente elétrica é
Nestes casos é comum o uso de gráficos como aquele cujos elétrons se deslocam em direção ao polo
ilustrado abaixo: positivo do gerador de tensão elétrica, ou seja, os
elétrons vão para o potencial elétrico mais elevado; uma
vez que possuem carga elétrica negativa.
Confira a tabela abaixo que resume os dois tipos de
sentido de corrente elétrica:
Sentido Real Elétrons com carga negativa,
movem-se em direção do potencial
positivo (polo positivo do gerador).
Sentido Elétrons com carga positiva, movem-
Figura 4: Gráfico qualitativo de uma corrente elétrica Convencional se em direção ao potencial negativo
variável, note que nesse caso a área do gráfico é (polo negativo do gerador).
numericamente igual à área de um triângulo
Tabela 1: sentidos da corrente elétrica e seus resumos.

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FÍSICA

Figura 5: mapa mental

Conceitos e Processos de Eletrização Tipos de Eletrização


Antes de falarmos sobre os processos de eletrização Existem três tipos de eletrização: por atrito, por
vamos retomar aos conceitos que falamos contato e por indução.
anteriormente, em “Definição de Carga Elétrica e
Eletrização Por Atrito
Corrente Elétrica”, especialmente quando definimos os
tipos de corpos eletrizados ou neutros. Para nos O processo de eletrização por atrito ocorre quando
apropriarmos dos conceitos de eletrização vamos focar atritamos dois corpos eletricamente neutros e de
nos corpos eletrizados positivamente e negativamente. materiais diferentes. Ao fazermos isso, os elétrons da
Quando aproximam os dois corpos eletrizados com última camada de valência (camada mais distante do
cargas de sinais contrários, observamos que ocorre uma núcleo) de um dos objetos migram para a superfície
força de atração. Já quando os corpos possuem cargas (última camada de valência) do outro objeto.
de sinais iguais, eles se repelem. Por exemplo: Quando atritamos um bastão de vidro
Note que a eletrização ocorre pela mudança no com um pedaço de algodão. O vidro perde elétrons,
número de elétrons e não de prótons. Como estes estão ficando carregado positivamente, enquanto o algodão
localizados no núcleo dos átomos, por processos de ganha os elétrons ficando carregada negativamente.
eletrização, não é possível mudar este número.

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53
FÍSICA

Eletrização por Contato


Esse tipo de eletrização ocorre quando dois corpos
condutores - um eletrizado e o outro neutro - forem
colocados em contato físico, ou seja, um encosta no
Figura 6: Exemplo de eletrização por atrito entre um outro. Ao se tocarem parte da carga do corpo carregado
bastão de vidro e um pedaço de algodão irá ser transferida para o corpo neutro.
Receber ou perder elétrons depende Neste processo, os corpos envolvidos ficam
exclusivamente do tipo de material que é constituído o carregados com cargas de mesmo sinal e a carga do
objeto. Esse fenômeno é chamado de tribo elétrico (do corpo que estava inicialmente eletrizado diminui.
grego, “tribos” = fricção), através de experimentos de Na eletrização por contato, a soma das cargas dos
laboratório foi elaborada uma tabela que contém a ‘série corpos é igual antes e após o contato, se o sistema for
tribo elétrica’, sequência dos materiais que têm maior eletricamente isolado.
tendência de perder ou ganhar os elétrons.
Dica Importante!
Quando os corpos envolvidos na eletrização
são condutores de mesmas dimensões e da
mesma forma, após o contato, terão cargas
de mesmo valor.

Figura 7: A figura acima ilustra a eletrização por contato


de um condutor carregado negativamente e um corpo
neutro. Durante o contato os elétrons em excesso
migram do corpo carregado para o corpo neutro, após o
contato os elétrons se organizam na superfície dos corpos
devido a repulsão entre eles. Note que a somatória das
cargas elétricas antes e depois do contato são iguais, uma
vez que esse sistema está eletricamente isolado.

Eletrização por Indução:


A eletrização por indução pode ocorrer sem contato
Tabela 2: Série Tribo elétrica dos principais materiais entre os corpos, ou seja, quando um corpo eletrizado
(indutor) é aproximado de um condutor (induzido),
Dessa maneira, quando dois materiais são atritados,
inicialmente neutro, induz neste uma distribuição de
aquele que estiver mais próximo da extremidade
cargas.
positiva da série perde elétrons e fica carregado
A região do condutor mais próxima do indutor ficará
positivamente. Analogamente, aquele que estiver mais
com excesso de cargas de sinal contrário do corpo
próximo da extremidade negativa da série ganha
eletrizado (indutor).
elétrons e fica carregado negativamente.

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FÍSICA

No esquema abaixo, mostramos uma forma de Definição de Condutores e Isolantes


eletrizar duas esferas condutoras, inicialmente neutras, Analisando a mobilidade das cargas elétricas
usando a indução. (elétrons) podemos classificar os materiais em
condutores e isolantes.
• Condutores:
Dizemos que um corpo é um bom condutor de
corrente elétrica quando as cargas elétricas
conseguem fluir pelo material sem que haja
resistência, ou ainda, quando os elétrons
conseguem se espalhar facilmente por toda a
Figura 8: Exemplo de eletrização por Indução
superfície do material que constitui o objeto.
Ao aproximarmos um bastão eletrizado Esses materiais possuem uma grande
positivamente, os elétrons do conjunto das esferas quantidade de elétrons livres, que podem ser
serão atraídos para a extremidade mais próxima ao conduzidos quando aplicamos uma diferença de
bastão, deixando a extremidade oposta ao bastão mais potencial.
carregada positivamente (figura A). Mantendo ainda o Os metais são excelentes condutores de cargas
bastão na mesma posição, separamos as esferas (figura elétricas, consequentemente são bons
B). Assim, a esfera mais próxima do bastão ficará com condutores de corrente elétrica, como por
excesso de cargas negativas, enquanto a outra esfera exemplo o cobre e a platina.
ficará com falta de elétrons, ou seja carregada • Isolantes:
positivamente (figura C).
Ao contrário dos condutores, os isolantes são
materiais que oferecem grande resistência a
Dica Importante!
passagem das cargas elétricas (elétrons), ou
seja, não favorecem o movimento das cargas
elétricas pelo material. Nesses materiais, os
elétrons encontram-se fortemente ligados ao
núcleo e, por isso, não são facilmente
conduzidos quando aplicamos uma diferença de
potencial.
Exemplo de isolantes temos a borracha, silicone,
vidro, cerâmica, madeira.

Resistores, Geradores, Receptores e


Associações
Neste tópico vamos conhecer os conceitos básicos
de Resistores, Geradores e Receptores. Além de
Figura 9: Resumo dos Tipos de Indução aprendermos associações e as aplicabilidades destes
entes físicos nos circuitos elétricos.
72

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55
FÍSICA

• Resistores: Associação em série de resistores


Como o próprio nome já sugere, resistores são Esse tipo de associação consiste em ligar
dispositivos eletrônicos usados para resistir à sequencialmente 2 ou mais resistores um ao lado do
passagem de corrente elétrica, isto é, são usados outro. Nessa configuração, a corrente elétrica que
para controlar o fluxo de corrente elétrica nos percorre todos os resistores no circuito é igual;
circuitos, ou seja, um resistor é um material que entretanto para cada valor de resistência da série terá
irá provocar a diminuição da intensidade de um valor específico de tensão. Fique atento nesse
corrente elétrica, além de acarretar a redução detalhe pois isso irá mudar na associação em paralelo!
ou queda de potencial ao longo do circuito. Usamos a seguinte fórmula para calcular a
Alguns resistores conseguem manter sua resistência equivalente (R eq ) do sistema:
resistência elétrica constante, mesmo em um
grande intervalo de tensões elétricas, eles são
R eq = R1 + R 2 + R 3 + ⋯ + R n
conhecidos como resistores ôhmicos. Sendo R1 o primeiro valor de resistência da série e
Símbolo de resistor em um circuito: R n o último resistor da série. Todas as resistências são
medidas em Ohm (Ω) no SI.
Nota Importante:
Usamos a Resistência Equivalente (R eq ) do
Figura 10: Símbolo de um resistor circuito quando queremos calcular a tensão
total fornecida pelo gerador, ou a corrente
Os resistores podem ser associados em série ou em
que percorre o circuito elétrico. Podemos
paralelo em um circuito, tudo depende da intenção de
usar a 1ª Lei de Ohm para calcular a tensão
aplicação dos resistores no circuito. Para que o resistor
ou a corrente, como veremos mais à frente
funcione é necessário que haja passagem de corrente
neste capítulo.
elétrica por ele, a qual é fornecida pelo gerador de
corrente elétrica. Associação em Paralelo de Resistores
Cálculo da Resistência Equivalente do Circuito

Figura 12: Associação em paralelo entre 3 resistores e a


formação da resistência equivalente do paralelo
Figura 11: Associação em série de resistores e a formação
da resistência equivalente do circuito Já associação em paralelo, os resistores ficam
submetidos ao mesmo potencial elétrico, ou seja, a
tensão fornecida para eles será a mesma em todo o

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FÍSICA

circuito, enquanto a corrente será dividida Dica!


proporcionalmente para cada resistor do sistema. Lembre-se que os terminais que ligam todos
Dizemos que a soma das correntes parciais que os resistores são os mesmos.
percorrem os resistores é igual a corrente total que sai
E por fim, caso na sua associação de resistores em
do gerador.
paralelo seja feita por todos os resistores de mesmo
Sendo assim, vamos para as fórmulas de cálculo da
valor de resistência, basta dividir a resistência pelo
corrente total, Resistência Equivalente (R eq ) do
número de resistores ligados no circuito em paralelo.
circuito: Veja o exemplo prático:
Corrente total:

it = i1 + i2 + i3 + ⋯ + in
Sendo i1 a primeira divisão de corrente e in a última
fração de corrente que percorre o último resistor.
Resistência Equivalente �R eq �:

1 1 1 1 1
= + + + ⋯+
𝑅𝑅𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑅𝑅1 𝑅𝑅2 𝑅𝑅3 𝑅𝑅𝑛𝑛 Figura 14: Associação de Resistores em Paralelo para um
circuito com resistores iguais

Nesse cálculo você precisará se atentar e, calcular o


Geradores
mmc entre os valores de resistências (dadas em Ω,
segundo o SI). Entretanto há outras maneiras mais Geradores são dispositivos capazes de produzir
práticas de se calcular a Req do sistema, entretanto só energia elétrica a partir da transformação (conversão)
poderá ser feita aos pares, ou seja, de 2 em 2. de outras formas de energia, como por exemplo:
mecânica, química, solar, nuclear.
É chamado Método do Produto pela Soma das
resistências. Temos como principais exemplos de geradores:
pilhas, baterias, placas fotovoltaicas, geradores movidos
Associação em Paralelo:
a combustão de óleo diesel, usinas hidroelétricas, usinas
eólicas, usinas nucleares, usinas solares.
Símbolo de geradores em circuitos elétricos:

Figura 15: Representação de um gerador


Figura 13: Comparativos das fórmulas para cálculo da em um circuito elétrico
resistência equivalente no circuito em paralelo
A energia produzida pelos geradores é chamada de
força eletromotriz (E).
75

57
57
FÍSICA

Nota Importante: Em alguns exercícios é Mas nem sempre o efeito joule é indesejado, ele
conveniente usar como sinônimo de força eletromotriz, pode ser a base para o funcionamento de alguns
tensão (U). aparelhos como o chuveiro elétrico, secador de cabelo,
ferro elétrico, aquecedor de ambientes.
Receptores
São dispositivos elétricos que transformam energia
elétrica em outra forma de energia, seja ela mecânica,
térmica, sonora. Por exemplo: ventiladores, aparelhos
de som, televisores.

Efeito Joule ou efeito térmico


O aquecimento de um fio condutor de corrente
elétrica em razão da própria corrente elétrica que o
percorre é chamado de Efeito Térmico ou Efeito Joule
(nome dado em homenagem ao físico inglês James
Prescott Joule).

Figura 16: Foto James Prescott Joule

O aquecimento ocorre graças as constantes colisões


entre os elétrons livres e a rede de iônica no interior do
condutor, transformando parte da energia cinética dos
elétrons em calor.
Esse efeito em alguns casos pode representar a
conversão, não desejada, de energia elétrica para outro
tipo de energia, o calor. Como por exemplo no
liquidificador: toda a energia elétrica recebida é
convertida em movimento das hélices internas do
eletrodoméstico, entretanto percebemos algumas
perdas, principalmente pelo som e pelo calor do motor
do aparelho durante o uso. Figura 17: Aquecimento do fio de tungstênio de uma
lâmpada incandescente por Efeito Joule.

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58
FÍSICA

Leis de Ohm Segundo a 2ª Lei de Ohm, a fórmula usada para


calcular a resistência elétrica em função dos parâmetros
Primeira Lei de Ohm
geométricos de um fio, como seu comprimento e a área
De acordo com a 1ª lei de Ohm, a razão entre o de secção transversal considerando a resistividade
potencial elétrico e a corrente elétrica que se forma em específica de cada material:
um resistor ôhmico é sempre constante. Nos resistores
ôhmicos, a corrente elétrica (símbolo: i, unidade no SI: A ρ. L
R=
- Ampère) é diretamente proporcional à tensão elétrica A
(símbolo: U, unidade no SI: V - Volt) aplicada, e
inversamente proporcional à resistência elétrica Dados:
(símbolo: R, unidade no SI: - Ohm). Veja abaixo a fórmula • R: Resistência (Ω)
da 1ª lei de Ohm: • ρ: resistividade (Ω.m )
U = R. i • L: comprimento (m)

Segunda Lei de Ohm • A: área de secção transversal do fio condutor de


corrente elétrica (m2 )
A capacidade dos resistores de controlar o fluxo de
corrente elétrica diz respeito à sua resistência elétrica, a _____________________________________________________________
qual depende de fatores geométricos de formação como
_____________________________________________________________
o comprimento do fio condutor de corrente elétrica, a
área de secção transversal desse fio e a resistividade do _____________________________________________________________
fio, que é específica para cada material que o compõe.
_____________________________________________________________
Em outras palavras, o módulo da resistência de um
resistor ôhmico não depende somente do potencial _____________________________________________________________
elétrico aplicado aos seus terminais, mas sim ao formato
_____________________________________________________________
e ao material utilizado na sua confecção.
Veja abaixo uma ilustração de um fio condutor de _____________________________________________________________
corrente elétrica que possui uma resistência interna a _____________________________________________________________
passagem de corrente elétrica por ele.
_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Figura 18: Representação dos parâmetros geométricos
considerados para aplicação da segunda lei de Ohm _____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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59
FÍSICA

Exercícios
1. Sejam resistores, com resistências R1 ≠ R2, ligados 4. Na aula de Física, o professor discute com seus
em paralelo. Pode-se afirmar que: alunos a associação de resistores apresentada na
I. A resistência equivalente é menor que figura. Ela é formada por 5 resistores idênticos, e
qualquer das resistências. ligados à fonte de tensão V.

II. O de menor resistência dissipa a maior


potência.
III. A corrente que atravessa os resistores são
iguais.
Está (Estão) correta(s):

I.
II. Durante o experimento o R3 queima, e como
III. resultado da medida de intensidade da corrente
I e III. elétrica que atravessa o resistor R1, foi obtido o
I e II. valor igual a 4 A. A medida da intensidade de
corrente elétrica que atravessará os resistores R2,
2. Uma lâmpada para 5 V tem, normalmente acesa, R4 eR5 será, emampéres, respectivamente, igual á:
uma resistência de 20 Ohms. Com que resistência 4,4 e 4.
devemos conectar em série esta lâmpada para que 0,4 e 4.
ela funcione normalmente com uma fonte de 30 V ? 4,0 e 4.
25 Ω. 2,2 e 4.
20 Ω. 0,0 e 0.
30 Ω.
50 Ω. 5. Sobre o funcionamento de voltímetros e o
100 Ω. funcionamento de amperímetros, assinale a
alternativa correta:
3. Em uma residência, na qual a voltagem é de 120 V, é A resistência elétrica interna de um voltímetro deve
instalado um fusível de 22 A. Se o chuveiro tiver a ser muito pequena para que, quando ligado em
seguinte especificação: 2400 W e 120 V, qual o paralelo às resistências elétricas de um circuito, não
número máximo de lâmpadas, com a especificação altere a tensão elétrica que se deseja medir.
de 60 W e 120 V, que poderá ser ligado na instalação A resistência elétrica interna de um voltímetro deve
residencial simultaneamente com o chuveiro? ser muito alta para que, quando ligado em série às
2. resistências elétricas de um circuito, não altere a
4. tensão elétrica que se deseja medir.
6. A resistência elétrica interna de um amperímetro
8. deve ser muito pequena para que, quando ligado em
10. paralelo às resistências elétricas de um circuito, não
altere a intensidade de corrente elétrica que se
deseja medir.

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60
FÍSICA

A resistência elétrica interna de um amperímetro deve Alimentado por um circuito elétrico, esses telões estão
ser muito pequena para que, quando ligado em série às presentes em todos os estádios. Entretanto, a FIFA
resistências elétricas de um circuito, não altere a proibiu as imagens de replay durante o jogo, para
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir. evitar constrangimentos para os árbitros. Se este telão
A resistência elétrica interna de um amperímetro é alimentado por uma tensão de 110V, possuindo uma
deve ser muito alta para que, quando ligado em série resistência elétrica total de 50 Ω, a corrente elétrica
às resistências elétricas de um circuito, não altere a que o atravessa será:
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
2,2 A.
6. Os choques elétricos produzidos no corpo humano 2,0 A.
podem provocar efeitos que vão desde uma simples 0,5 A.
dor ou contração muscular até paralisia respiratória 1,2 A.
ou fibrilação ventricular. Tais efeitos dependem de 1,5 A.
fatores como a intensidade da corrente elétrica,
9. Quando um corpo exerce sobre o outro uma força
duração, resistência da porção do corpo envolvida.
elétrica de atração, pode-se afirmar:
Suponha, por exemplo, um choque produzido por
uma corrente de apenas 4 mA e a resistência da Um tem carga positiva e o outro, negativa.
porção do corpo envolvida seja de 3.000Ω. Pelo menos um deles está carregado eletricamente.
Um possui maior carga que o outro.
Então podemos afirmar que o choque elétrico pode
Os dois são condutores.
ter sido devido ao contato com:
Pelo menos um dos corpos conduz eletricidade.
Uma pilha grande de 1,5 V.
Os contatos de uma lanterna contendo uma pilha 10. Marque a alternativa que melhor representa os
grande de 6,0 V. processos pelos quais um corpo qualquer pode ser
Os contatos de uma bateria de automóvel de 12V. eletrizado. Eletrização por:
Uma descarga elétrica produzida por um raio num
dia de chuva. Atrito, contato e aterramento.
Indução, aterramento e eletroscópio.
7. Um chuveiro elétrico é submetido a uma d.d.p de Atrito, contato e indução.
220V, sendo percorrido por uma corrente elétrica de Contato, aquecimento e indução.
intensidade 10A. A resistência elétrica do chuveiro é: Aquecimento, aterramento e carregamento.

210 Ω.
40 Ω.
22 Ω. GABARITO: Aula 6
60 Ω.
Questões Respostas Questões Respostas
8. Pela primeira vez, uma copa do mundo será realizada
1 E 2 E
em dois países diferentes. O Japão e a Coréia do Sul
tem mostrado muito empenho para a realização desta 3 B 4 B
copa em conjunto. Apesar das diferenças culturais, 5 D 6 C
esses dois países têm um excelente nível de tecnologia 7 C 8 A
e desenvolvimento. Um dos trunfos da tecnologia nos
9 B 10 C
gramados está nos grandes telões de alta definição.

61
61
FÍSICA

Aula 7

Termologia

Diferença entre Calor e Temperatura


No dia a dia os termos Temperatura e Calor são
usados como sinônimos, entretanto os conceitos que
estão associados a cada um desses termos na física são Figura 1: Demonstração do grau de agitação das moléculas
bem distintos. em diferentes tipos de ambientes (quente e frio) e a
interação das moléculas com a temperatura do ambiente.
Termologia é o ramo da física que estuda os
fenômenos associados ao calor, temperatura, dilatação, Calor
propagação de calor, comportamento dos gases entre
O calor, também denominado de Energia Térmica,
outros.
corresponde ao fluxo de energia entre corpos. Isto é,
Sendo assim vamos as distinções dos termos citados corresponde à energia em trânsito que é transferida de
anteriormente: um corpo para outro em razão da diferença de
Temperatura temperatura entre eles. Essa transferência ocorre
sempre de um corpo de maior temperatura para o de
É a grandeza física utilizada para medir o grau de
menor temperatura até que atinjam o equilíbrio térmico.
agitação das moléculas. Essa agitação molecular está
diretamente relacionada com a energia cinética das
partículas (átomos ou moléculas) que formam os
compostos. Quanto maior for o nível de agitação
(energia cinética) dessas partículas de um corpo, maior
será a quantidade de energia térmica relacionada a ele,
ou seja, maior será a temperatura.
O aparelho utilizado para fazer medidas de
temperatura é o termômetro, que pode ser encontrado
em três escalas: Celsius, Kelvin e Fahrenheit.
A menor temperatura a que os corpos podem chegar
é chamada de “Zero Absoluto”, que corresponde ao
ponto em que a agitação molecular tende a zero, isto é,
as moléculas ficam em repouso (velocidade igual a zero).
Compreende-se que no zero absoluto as partículas que
constituem o corpo estão no seu menor estado de
energia cinética.
Essa temperatura foi definida no século XIX pelo
cientista inglês William Thomson, mais conhecido como
Lord Kelvin; com base nessa ideia criou-se as escalas Figura 2: Transferência de calor entre os corpos de maior
temperatura (T) para o corpo de menor temperatura até
numéricas de temperatura, as quais abordaremos nos
atingir o equilíbrio térmico
tópicos seguintes.

62
62
FÍSICA

Cuidado com falsos sinônimos:


É corriqueiro ouvirmos algumas expressões
associando o calor às altas temperaturas. Por exemplo,
em um dia quente use-se a expressão: “Hoje está calor!”
Porém, corpos com baixas temperaturas também
possuem calor, só que em menor quantidade. Isto é, em
corpos “frios” a agitação molecular é menor.
Figura 3: Demonstração da relação entre as escalas tomando
Unidades de medida para o Calor:
como base os pontos de fusão do gelo e ebulição da água.
A unidade de medida utilizada para o calor é a caloria
(cal), já no SI a unidade de calor é o Joule (J). A caloria é O Sistema Internacional utiliza a escala kelvin como
definida como a quantidade de energia necessária para sendo a oficial, isso pelo mesmo motivo que não se
elevar a temperatura de 1g de água em 1℃. A relação utiliza grau antes da pronúncia de temperatura. A escala
entre a caloria e o Joule é dada por: 1 cal≅ 4,186J. Kelvin não possui temperaturas negativas, isso porque o
zero dessa escala é o valor onde as moléculas param de
Escalas Termométricas se agitar e partindo da premissa que todas as moléculas
Na física existem 3 escalas termométricas que devem ter um mínimo de energia cinética sendo emitida
ficaram conhecidas embora muitas tenham sido não deve haver nenhuma temperatura inferior a essa.
propostas ao longo dos estudos termométricos, são elas: Apenas como exemplo para a escala que utilizamos no
Celsius, Fahrenheit e Kelvin. nosso dia a dia essa temperatura seria de -273,15 ºC.
A escala Celsius foi sugerida pelo astrônomo sueco Agora aprenda a fazer o cálculo entre escalas.
Anders Celsius em 1742, a escala Fahrenheit que é Supondo que esteja em outro país como Estados Unidos
utilizada principalmente em países de língua anglo- ou Inglaterra que tenham a escala Fahrenheit em seu dia
saxônica foi proposta em 1727 pelo físico alemão- a dia. Ou que precise fazer um experimento e usar a
polonês Gabriel Daniel Fahrenheit e a escala Kelvin escala Kelvin.
proposta pelo físico britânico William Thomson foi Abaixo pode ser vista a relação entre as três escalas,
proposta em 1848. sendo TC a temperatura em Celsius, TF a temperatura
A escala Celsius muito utilizada por nós tomou como em Fahrenheit e TK a temperatura em Kelvin.
base os valores zero para o gelo fundente e cem para a T TF −32 TK −273
água em ebulição, ambos com pressão de 1 atm (nível do 85 5c = 9
=
5
mar), dividindo em 100 partes iguais esse intervalo.
A escala Fahrenheit usou o zero para uma mistura de Mudanças de Estados Físicos
água, sal marinho e gelo e como segunda escala o corpo Relembrando de alguns conceitos na química: “Toda
humano e os pontos de congelamento e ebulição da água matéria é constituída por átomos, e esses átomos
estão divididos em 180 partes iguais (32 a 212). reunidos formam moléculas, as quais vão constituir os
A escala Kelvin possui a mesma subdivisão da escala diferentes tipos de matérias orgânicas e inorgânicas que
Celsius, porém o ponto de fusão do gelo que é o primeiro existem no universo.”
ponto fixo está em 273 K, enquanto na escala Celsius ele Além disso sabemos que as moléculas possuem
se dá em 0ºC. energia cinética (energia de movimento) e
consequentemente apresentam temperatura (medida
do grau de agitação das moléculas), com todos esses

63
63
FÍSICA

conceitos conseguimos reviver as mudanças de estado Estado O que ocorre com as moléculas
Forma Física
físico, que nada mais é que a mudança na energia Físico em termos microscópicos?

cinética das moléculas de acordo com a variação de Já no estado gasoso as As moléculas ocupam
temperatura das mesmas, em relação ao ambiente o moléculas estão no grau todo o espaço do
máximo de liberdade de ambiente ou
qual elas se encontram imersas.
interação intermolecular, além recipiente, ou seja,
A troca do calor entre o meio e as moléculas da disso a energia cinética das não possuem forma
matéria em prova faz com que essa mude de estado físico. moléculas nesse estado também nem volumes
é a máxima. Isso ocorre devido definidos, uma vez que
ao predomínio das forças de o gás assume o
repulsão que favorecem o formato do recipiente
Gasoso
distanciamento e a e ocupará todo o
desorganização molecular. espaço fornecido.
Sofre compressão e
expansão facilmente.
A forma física também
é variável
dependendo do local
analisado em que o
gás está alocado.
Figura 4: Representação dos 3 estados físicos da água
Tabela 1: Estados Físicos e suas características
Sabemos ainda que existem 3 tipos de mudanças de
estado físico, são elas:
Estado O que ocorre com as moléculas Forma Física
Físico em termos microscópicos?

No estado sólido as moléculas Forma física e volume


vibram, ou seja, a energia bem definidos devido
cinética delas é a menor aos cristais formados
possível. As moléculas se pelas moléculas nesse
agrupam formando cristais estado físico. Além
Sólido específicos para cada tipo de disso, compostos
composto. sólidos não sofrem
Dizemos que predominam as compressão. Figura 5: Representação dos 3 estados físicos da água
forças de coesão entre as
moléculas do composto. Agora que já sabemos os 3 estados físicos da
matéria, vamos entender como ocorre a mudança entre
eles.
No estado líquido as moléculas O volume dos líquidos
possuem mais fluidez, ou seja, é definido, uma vez Veja o esquema abaixo que representa o nome para
estão mais soltas e com isso que assumem o cada fenômeno da passagem entre os estados físicos.
conseguem se movimentar volume do recipiente
Dados importantes: quando uma substância chega
mais rápido. Uma vez que as que estão alocados.
Líquido forças de atração são menos Porém a forma física é até a temperatura de passagem de estado físico ela
intensas, o que permite mais variável já que permanece nessa temperatura constante até que todas
movimento e menor também depende da as moléculas que constituem o composto passem para o
organização estrutural forma do recipiente.
outro estado físico.
molecular. Sofre pouca
compressão.

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64
FÍSICA

do estado gasoso para o sólido também pode ser


chamada de cristalização. Ex: naftalina.
• Vaporização:
É a passagem do estado líquido para o gasoso.
Esse processo pode ocorrer das seguintes
maneiras:
Informações
Processo Como ocorre Exemplo
adicionais
Ocorre de Roupas Alguns fatores
maneira mais secando no aceleram a
Figura 6: Mudanças de estado físico
lenta e varal, velocidade da
espontânea formação evaporação como:
• Fusão: das chuvas. elevada pressão
conforme a
É a passagem do estado físico sólido para o transferência de atmosférica,
calor do volatilidade do
líquido. Quando um corpo sólido é aquecido até
líquido, quanto
o ponto em que a agitação dos átomos é muito Evaporação ambiente para o
composto. maior for a
grande o composto deixa de ser sólido e passa a superfície de
ter uma movimentação maior, caracterizando o contato com o ar,
mais rápido será a
estado líquido. A temperatura constante, na
evaporação e por
qual uma substância passa do estado sólido para fim, elevada
o líquido, chama-se ponto de fusão (PF). temperatura do
líquido.
• Solidificação:
É um processo Água A ebulição de um
É a passagem do estado líquido para o sólido. rápido, violento fervendo composto líquido
Essa transformação ocorre quando o composto e com formações em uma ocorre a uma
de bolhas, pois panela. determinada
líquido perde calor, isto é, há uma diminuição da
ocorre quando temperatura
temperatura e consequentemente na agitação Ebulição uma fonte de constante,
das moléculas que constituem o composto, as calor está característica de
quais passam a vibrar conforme a estrutura direcionando o cada líquido,
sólida. fornecimento de chamada de
calor para o temperatura de
• Condensação (ou liquefação): líquido. ebulição (PE).

É a passagem do estado gasoso para o líquido. A É caracterizada Uma gota de A passagem de calor
pela passagem água da superfície para o
condensação ocorre quando o vapor é resfriado,
instantânea de tocando o líquido é tão rápida,
ou seja, o vapor cede calor para o meio em que um composto no fundo de que mesmo antes de
está. Esse resfriamento pode ocorrer associado Calefação estado líquido uma panela tocar a superfície
a uma compressão (aumento da pressão) do gás, para o gasoso. aquecida. aquecida, a parte
mais externa do
caracterizando a liquefação.
líquido passa para o
• Sublimação: estado físico vapor.

É a passagem direta de um composto no estado Tabela 2: Definição dos diferentes tipos de vaporização
sólido para o gasoso, ou vice-versa, sem passar
pelo estado intermediário (líquido). A passagem

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65
FÍSICA

Capacidade Calorífica e Calor Específico Calor Específico (c)


Capacidade Térmica (C) Indica a quantidade de calor que cada unidade de
massa do corpo precisa receber ou ceder para que sua
“A capacidade térmica (C) é a razão entre a
temperatura varie uma unidade (variação de 1°C), ou
quantidade de calor (Q) recebida por um corpo e a
seja, é a capacidade térmica por unidade de massa do
variação de temperatura (ΔT) sofrida por ele.” Isto é, a
corpo.
capacidade térmica (C) indica a quantidade de calor que
Essa grandeza é uma característica de cada tipo de
um corpo precisa receber ou ceder para que a sua
substância e indica o comportamento do material
temperatura varie uma unidade. Matematicamente,
quando exposto a uma fonte de calor.
essa relação é dada pela expressão:
Veja a tabela abaixo o calor específico de algumas
Q substâncias:
C=
ΔT Substância Calor Específico (CAL/gºC)

Água 1
• 𝑄𝑄 = Calor, unidade no SI: Joule (J) ou no Sistema
Gelo 0,50
Usual: cal (caloria)
Alumínio 0,21
• ∆T = Variação de temperatura, que é dada pela
Areia 0,20
diferença da temperatura final e a temperatura
Vidro 0,16
inicial: Tf - Ti
Aço 0,10
• A unidade da variação de temperatura no SI:
Ouro 0,03
Kelvin (K) ou no Sistema Usual: Graus Celsius
°C) Tabela 3: indicação do calor específico de algumas
substâncias
• C = Capacidade térmica.
Aplicações:
A unidade de medida da capacidade térmica (C) no No estudo de Calorimetria, o calor específico está
Sistema Internacional é J/K (Joule por Kelvin) ou no presente na definição matemática do calor sensível e da
Sistema Usual, cal/℃ (caloria por grau Celsius). capacidade térmica de um material. Alguns fenômenos
Exemplo: Se um corpo recebe 1000 cal e aumenta do nosso cotidiano podem ser bem compreendidos a
sua temperatura em 20℃ sua capacidade térmica é? partir da definição de calor específico.
Da tabela 3 notamos que o calor específico da areia
Q é cinco vezes menor que o da água. Enquanto cada
C=
ΔT grama de areia precisa de apenas 0,2 cal para variar a sua
temperatura em 1℃, a água precisa de 1 cal para
1000 executar a mesma tarefa. Compreendemos aqui a razão
C=
20 pela qual durante o dia a areia da praia esquenta mais
rápido que a água. Enquanto a noite a água demora para
C = 50 cal/℃ perder a temperatura que adquiriu ao longo do dia.
Ou seja, a cada 50 calorias que o corpo recebe, sua Note que quando tocamos os metais eles parecem
temperatura varia em 1℃. frios por apresentarem baixo calor específico.

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66
FÍSICA

Para o cálculo do calor específico usamos a seguinte líquido para o gasoso ou o ponto de fusão passando de
fórmula: sólido para líquido.

Q = m. c. ΔT
Onde:
• Q = calor sensível, no Sistema Usual: cal ou no SI:
J
• m = massa, no Sistema Usual: g ou SI: kg
• ∆T = variação de temperatura, no Sistema
Figura 7: Gelo passando para água líquida (calor latente)
Usual: °C ou no SI: K
• c = calor específico, no Sistema Usual: cal/g. °C
ou SI: J/kg.K

E por fim, vamos apresentar a fórmula que relaciona


a capacidade térmica (C) com o calor específico:

C
c=
m Figura 8: Água recebendo calor ainda sem entrar em ebulição
caracteriza calor sensível e quando entra em ebulição apesar de a
Onde: temperatura não aumentar a água continua recebendo calor (calor
latente)
• c = calor específico, no Sistema Usual: cal/g. °C
ou SI: J/kg.K _____________________________________________________________

• C = Capacidade térmica _____________________________________________________________

• m= massa, no Sistema Usual: g ou SI: kg _____________________________________________________________


• C = Capacidade térmica, no Sistema _____________________________________________________________
Internacional é JK (Joule por Kelvin) ou no
Sistema _____________________________________________________________

• Usual, cal/ °C (caloria por grau Celsius). _____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Calor Sensível e Calor Latente
_____________________________________________________________
A variação de temperatura pode se dar sem
processo químico, apenas pela troca de energia em _____________________________________________________________
forma de calor, quando isso ocorre temos o calor
_____________________________________________________________
sensível ou calor latente. Sendo o Calor Sensível a troca
de calor sem que seja alterado o estado físico por _____________________________________________________________
exemplo de água fria para morna, já o Calor Latente é
_____________________________________________________________
quando há mudança de fase, por exemplo quando a água
atinge a temperatura de ebulição passando do estado _____________________________________________________________

67
67
FÍSICA

Exercícios
1. Num calorímetro, contendo 185 g de água a 26°C, 625.
jogasse um bloco de 150 g de prata a 120°C, 600.
obtendo-se o equilíbrio térmico em temperatura de 550.
30°C. Determinar o equivalente em água do
calorímetro. 4. A temperatura normal do corpo humano é de
Dados: 36,5°C. Considere uma pessoa de 80 Kg de massa e
que esteja com febre a uma temperatura de 40°C.
cágua = 1 cal/g℃; Admitindo que o corpo seja feito basicamente de
cprata = 0,06 cal/g℃ água, podemos dizer que a quantidade de energia,
em quilocalorias (kcal), que o corpo dessa pessoa
17,5 g. gastou para elevar sua temperatura até este estado
18,5 g. febril, deve ser mais próxima de:
17,0 g.
Dado: calor específico da água c = 1,0 cal/g°C:
20,0 g.
9,50 g. 200.
280.
2. Para elevar a temperatura de 200 g de uma certa 320.
substância, de calor específico igual a 0,6 cal/g℃ , 360.
de 20°C para 50°C, será necessário fornecer-lhe 420.
uma quantidade de energia igual a:
5. Transformando a temperatura de 25ºC, para a
120 cal.
escala Fahrenheit e, em seguida, convertendo para
600 cal.
Kelvin, quais as temperaturas registradas nas
900 cal.
respectivas escalas?
1800 cal.
3600 cal. 25ºC; 50ºF e 150 K.
25ºC; 88ºF e 136 K.
3. Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC 25ºC; 77ºF e 298 K.
para sua receita. Como não tem um termômetro, 25ºC; 36ºF e 194 K.
decide misturar água fria, que obtém de seu filtro, a
25 ºC, com água fervente. Só não sabe em que 6. Dos três estados de uma substância, a que possui
proporção deve fazer a mistura. Resolve, então, menor energia cinética é o estado ________, cuja
pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em física. característica é apresentar ________. Os termos que
Após alguns cálculos, em que levou em conta o fato preenchem corretamente as lacunas são:
de morarem no litoral, e em que desprezou todas as Sólida - forma e volume variáveis.
possíveis perdas de calor, ele orienta sua mãe a Líquida - forma própria e volume variável.
misturar um copo de 200 mL de água do filtro com Gasosa - forma variável e volume próprio.
uma quantidade de água fervente, em mL, igual a: Líquida - forma e volume variáveis.
800. Sólida - forma, e volume próprios.
750.

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68
FÍSICA

7. Dos processos abaixo, qual pode ser caracterizado I. Sublimação; II. Solidificação; III. Evaporação; IV.
como fenômeno físico? Fusão.
I. Sublimação; II. Sublimação; III. Evaporação; IV.
Queima de uma vela.
Solidificação .
Dissolução do sal em água.
I. Fusão; II. Sublimação; III. Evaporação; IV.
Formação de ferrugem.
Solidificação.
Fabricação de sabão.
I. Evaporação; II. Solidificação; III. Fusão; IV.
Digestão dos alimentos.
Sublimação.
I. Condensação; II Calefação; III. Evaporação; IV.
8. A naftalina, substância empregada para evitar
Ressublimação.
baratas e outros insetos em roupas, se funde em
temperaturas superiores a 80°C. Sabe-se que
bolinhas de naftalina, à temperatura ambiente, têm
suas massas constantemente diminuídas,
GABARITO: Aula 7
terminando por desaparecer sem deixar vestígio.
Este fato ocorre graças ao fenômeno da: Questões Respostas Questões Respostas

Fusão. 1 A 2 E
Ebulição. 3 E 4 B
Solidificação. 5 C 6 E
Liquefação.
7 A 8 E
Sublimação.
9 C 10 A

9. No esquema a seguir, A, B e C representam os _____________________________________________________________


estados físicos de uma substância.
_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Pode-se afirmar que os estados físicos A, B e C são,
_____________________________________________________________
respectivamente:

Sólido, líquido e gasoso. _____________________________________________________________


Líquido, sólido e gasoso. _____________________________________________________________
Líquido, gasoso e sólido.
Gasoso, líquido e sólido. _____________________________________________________________
Gasoso, sólido e líquido. _____________________________________________________________

10. Observe os fatos abaixo, e relacione os fenômenos: _____________________________________________________________

I. Uma pedra de naftalina deixada no armário. _____________________________________________________________


II. Uma vasilha com água deixada no freezer. _____________________________________________________________
III. Uma vasilha com água deixada no sol.
_____________________________________________________________
IV. O derretimento de um pedaço de chumbo
quando aquecido. _____________________________________________________________

69
69
FÍSICA

Aula 8 Entretanto, o trabalho de Einstein não contestou a


natureza ondulatória da luz. Segundo ele, sua natureza
era de partícula quando ela interagia, mas sua
propagação é feita através de ondas. Esse conceito é
Óptica
válido até hoje e é conhecido como dualidade onda-
partícula: a luz se propaga como onda e interage como
Conceitos Fundamentais
partícula.
Luz Luz: é uma entidade quântica que pode tanto se
Desde a antiguidade muitos filósofos e estudiosos comportar como partícula como onda (caráter da dualidade
tentaram explicar e definir o que seria a luz e como nós, da luz).
seres humanos, conseguíamos enxergar.
Fontes de Luz
Em 1704, Newton descreveu que a luz era composta
Os objetos são vistos porque a luz se propaga em
de minúsculas partículas. Nessa mesma época, Huygens
nossos olhos até atingir o cristalino, que funciona como
defendia a natureza ondulatória da luz.
uma lente capaz de produzir a imagem na retina.
Esse debate durou muito tempo. Em 1801, Thomas
A retina possui substâncias nervosas que estão
Young realizou um experimento que comprovou o
unidas formando o nervo óptico, o qual possui
comportamento ondulatório da luz, fato reforçado por
compostos químicos capazes de convertera luz em
Maxwell, que em1862 previu teoricamente que a luz era
impulsos elétricos até o cérebro.
composta por campos elétricos e magnéticos, ou seja,
que era uma onda eletromagnética. A visão é finalizada no cérebro, que recebe a
informação visual através do nervo óptico e processa os
Apenas em 1905 (século XX), foi publicado um artigo
estímulos elétricos e aciona outras regiões cerebrais,
que era contrário à ideia da luz como onda. Albert
como a memória que nos permite reconhecer pessoas e
Einstein apresentou evidências de que a luz interage
objetos ao nosso redor.
como matéria, com minúsculos “pacotes de energia”,
chamados de fótons.

Figura 1: Representação interna do olho humano e o caminho da luz para visualizar um objeto

70
70
FÍSICA

Figura 2: Conexão olho cérebro para visualização e compreensão de um objeto

Sendo assim, os objetos à nossa volta só podem ser


vistos em detalhes se alguma luz partir deles, seja
através de emissão própria ou pela reflexão da luz que
incide nesses corpos.
Logo os objetos visíveis podem ser classificados em
duas categorias:
• Fonte de luz primária ou corpo luminoso
Figura 4: Lua, corpo iluminado
É o corpo que emite luz própria, como as estrelas
(o Sol, por exemplo), a chama de uma vela, uma Pensando apenas em corpos que possuem luz
lâmpada. própria, é possível classificá-los quanto às suas
• Fonte de luz secundária ou corpo iluminado dimensões, considerando a distância da fonte (emissor
É aquele que reenvia a luz recebida de outros de luz) ao observador:
corpos luminosos, como a lua, que reflete a luz • Fonte puntiforme ou pontual
recebida do sol. Ou mesmo uma cadeira É o corpo iluminado que possui dimensões
iluminada por uma lâmpada numa sala. desprezíveis em relação à distância que o separa
do observador. Ex: uma estrela, que por estar
muito longe da Terra quando a avistamos
percebemos apenas um ponto de luz no céu,
embora as dimensões das estrelas sejam muito
grandes.

Figura 3: Vela, corpo luminoso

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71
FÍSICA

• Policromática ou luz composta


É a luz formada pela combinação de cores. Por
exemplo, a luz solar é dita branca, pois é uma
composição de várias cores juntas, notamos
essa composição quando a luz do sol é
decomposta nas gotas de água formando o arco-
íris. Sendo assim a luz do sol é composta pelas
cores: laranja, amarelo, verde, azul, anil, violeta
e vermelho.

Figura 5: Céu Estrelado, representação


de fontes puntiformes

• Fonte de luz extensa:


É assim classificada quando suas dimensões não
podem ser desprezadas em relação à distância
que a separa de um observador. Ex.: uma
lâmpada em uma sala, vista por um observador
que está bem próximo, não pode ter suas
dimensões desconsideradas.

Figura 7: representação de lasers monocromáticos

Figura 8: decomposição da luz branca


do sol → fonte de luz policromática
Figura 6: Lâmpada, representação de fonte de luz extensa
No esquema abaixo é possível observar a ordem
Além disso uma fonte de luz luminosa pode emitir
decrescente (da menor para maior) da velocidade das
luz:
frações monocromáticas que compõem a luz branca:
• Monocromática ou simples Observe o esquema de ordem decrescente de
É a emissão deluz de apenas uma cor, como por velocidade da luz num meio material:
exemplo a luz emitida por um laser.

72
72
FÍSICA

usando segmentos de retas orientadas. A esses


segmentos de reta chamaremos de raios de luz.
Os raios de luz representarão, portanto, a trajetória
descrita pela luz desde a fonte até seu destino, que pode
ser um observador ou um objeto iluminado. Um
conjunto de raios de luz forma o que denominaremos
feixe de luz ou pincel de luz, que pode ser classificado
como:
Classificação Descrição
Os raios de luz chegam a um mesmo ponto em
Convergente
comum
Figura 9: Relação decrescente das velocidades de
Os raios de luz partem de um mesmo ponto de
propagação das frações de luz monocromáticas que Divergente
luz sendo espalhados para todas as direções
compõem a luz visível branca
O feixes de luz se propagam em linhas
Dizemos que cada uma dessas frações da luz branca Paralelo paralelas, sem convergir ou divergir para
possui um comprimento de onda (λ) específico: nenhum ponto

A velocidade com que a luz se propaga (trafega) Tabela 2: Classificação dos tipos de feixes de luz
depende do meio em que ela se encontra. Ex: no ar ela
viaja com uma velocidade maior que na água.
A máxima velocidade que a luz pode atingir é
quando ela está viajando no vácuo, sendo representada
pela letra “c” → c = 3.108 m/s, no SI.
A unidade de medida “ano-luz” representa a
distância que a luz percorre no vácuo em um ano
terrestre, sendo assim: 1 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 − 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 9,46. 1015 𝑚𝑚, no
SI. Figura 10: Representação dos tipos de feixes de luz

Informações Importantes Meios de Propagação da Luz


A velocidade com que a luz se propaga (trafega) depende do meio
Podemos classificar os materiais ou os meios por
em que ela se encontra. Ex: no ar ela viaja com uma velocidade
maior que na água. onde a luz passa quanto à capacidade deles deixarem ou
não a luz passar:
A máxima velocidade que a luz pode atingir é quando ela está
viajando no vácuo, sendo representada pela letra “c” → 𝑐𝑐 = Nome Descrição Exemplo
3.108 𝑚𝑚/𝑠𝑠, no SI.
Esse meio permite a Exemplo: ar, vidro
A unidade de medida “ano-luz” representa a distância que a luz visualização nítida dos comum, água limpa em
percorre no vácuo em um ano terrestre, sendo assim: 1 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 − 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = objetos através dele, pequenas
9,46. 1015 𝑚𝑚, no SI. Transparente isso é a luz não sofre profundidades.
nenhuma perturbação
Tabela 1: Dados Importantes
durante a passagem por
esse meio.
Raio de Luz
Representamos graficamente a direção e o sentido
de propagação da luz a partir de uma fonte luminosa

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73
FÍSICA

Nome Descrição Exemplo Princípios da Óptica Geométrica, Eclipses


Esse meio permite a Exemplo: vidro fosco, Princípios Da Óptica Geométrica
propagação da luz papel de seda, água do
através dele, mas mar a uma determinada • Princípio da Propagação Retilínea da Luz
produz um profundidade
Em um meio homogêneo e transparente, a luz se
espalhamento do feixe
luminoso, de modo que propaga em linha reta. A aplicação desse
Translúcido
os objetos vistos princípio nos permite explicar a formação das
através dele não podem sombras dos objetos iluminados.
ser identificados com
clareza, isto é, esse meio
não permite a
visualização nítida.

Esse meio impede Exemplo: parede,


completamente a madeira, estrutura de
propagação da luz concreto.
através dele, ou seja, a
Opaco propagação da luz é
completamente barrada
impedindo a
visualização dos objetos
através dele.

Nesse meio as Exemplo: a luz no vácuo


propriedades da luz ilustra esse caso. Figura 12: Representação do princípio da propagação
através dele se mantém retilínea da luz e a formação das sombras.
Isotrópico
constantes, por
exemplo: velocidade e a • Princípio da Independência dos Raios de Luz:
direção de propagação.
Os raios de luz de determinado feixe são
Tabela 3: Classificação dos meios de propagação da luz independentes dos demais raios. Isso significa
que se um raio luminoso atravessar o caminho
de outro raio luminoso, ambos seguem seus
caminhos como se nada tivesse acontecido.

Figura 11: Representação dos meios de propagação da luz

Figura 13: Um feixe de luz não interfere no caminho do outro


102

74
74
FÍSICA

• Princípio da Reversibilidade dos Raios de Luz


O caminho percorrido por um raio de luz não se
modifica quando invertemos as posições da
fonte e do observador. Isso significa que a
trajetória dos caminhos de ida e de volta é
exatamente a mesma.

Figura 15: formação de sombra em um anteparo (tela- A)


de uma fonte de luz puntiforme
Figura 14: O caminho de Ida que o feixe de luz percorre é
igual ao caminho de volta
• Fonte Extensa

Consequência dos Princípios da Óptica Geométrica Considere uma fonte de luz FEG (extensa), um
corpo opaco (C) e uma tela A, Quando a fonte é
• Sombra e Penumbra
extensa, a sombra produzida sobre a tela varia
Quando colocamos um objeto opaco na frente de intensidade de acordo com o modo pelo qual
de uma fonte luminosa, uma parte da luz é o objeto é iluminado. A parte da tela atingida
bloqueada, formando atrás do corpo uma região apenas por alguns raios luminosos da fonte é
de sombra (como vimos no 1º princípio da chamada: penumbra, a qual a fonte extensa não
Óptica Geométrica). fica inteiramente escondida de um observador.
Entretanto as características das sombras Já na região central da penumbra fica a sombra,
dependem das dimensões das fontes de luz região completamente obscurecida pelo objeto.
(puntiformes ou extensas), isto é, para cada tipo
de fonte de luz teremos regiões específicas de
sombra e o surgimento de regiões de penumbra.
Vejamos abaixo os exemplos para cada um dos
tipos de fontes e suas características peculiares.
• Fonte Puntiforme
Considere uma fonte de luz - F - puntiforme, um
corpo opaco C e uma tela A, conforme a figura.
Quando a fonte de luz é puntiforme, o corpo C
bloqueia todos os rios de luz que o atingem,
produzindo uma sombra uniforme na tela A e
com contornos nítidos.

Figura 16: formação de sombra e penumbra a partir de


uma fonte de luz extensa

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75
FÍSICA

Eclipses do Sol e da Lua


O eclipse é um fenômeno óptico que resulta na
visualização parcial ou no encobrimento total de um
astro - como o Sol ou a Lua.
É importante destacar que Terra, Lua e Sol não estão
no mesmo plano, portanto os eclipses vão ocorrer como
os astros estiverem alinhados.
• Eclipse Solar
No eclipse solar, a sombra e a penumbra da Lua Figura 18: Eclipse lunar
são projetadas na superfície da Terra e isso dará
origem ao eclipse, que pode ser total ou parcial.
O eclipse será total para observadores que
estiverem na região de sombra e parcial para
observadores que estiverem na região de Figura 19: As quatro fases da Lua (da esquerda para
direita): minguante, cheia, crescente e nova
penumbra. Isso ocorre porque vamos
considerar o Sol como uma fonte de luz extensa.
Fenômenos da Óptica Geométrica e a Cor dos
Objetos
Fenômenos da Óptica Geométrica
A luz ao incidir (tocar, chegar) numa superfície, pode
se comportar das seguintes maneiras:
Classificação Descrição
A reflexão da luz é um fenômeno óptico em que
um feixe de luz, ao incidir sobre uma superfície e
retorna ao seu meio de origem, isto é, a luz
incidente não consegue atravessar a superfície
Figura 17: Eclipse solar que separa o meio em que incide e retorna para o
Luz Refletida ambiente. Graças a esse fenômeno conseguimos
• Eclipse Lunar enxergar os objetos ao nosso redor, pois a luz
incide sobre os corpos, os quais por sua vez,
A luz solar quando tangencia a Terra faz com que refletem-na, fazendo com que os raios de luz
uma sombra seja formada na parte de trás da cheguem aos nossos olhos, possibilitando nossa
Terra, denominada sombra da Terra. Quando a visão.

lua entra nessa região, os observadores na Terra A luz incidente consegue atravessar o meio se ele
Luz Refratada for transparente, como o que acontece quando
não conseguem enxergá-la, dizemos que
vemos da margem de um lago o seu fundo.
ocorreu um eclipse lunar. Logo a lua entra na
Não conseguimos ver nada além da superfície de
sombra da Terra. Esse eclipse só ocorre quando
incidência da luz, é o que ocorre com a luz ao
a lua estiver na fase cheia ou na fase nova (ver Luz Absorvida percorrer grandes profundidades de água (por
fases da lua na figura 17). exemplo o fundo dos oceanos que é muito
escuro)

Tabela 4: Classificação dos fenômenos da


Óptica Geométrica

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76
FÍSICA

Figura 21: Modelos de cor dos corpos

Casos Especiais
Quando um corpo de cor branca recebe a luz
Corpo Branco branca significa que ele reflete TODAS as sete
cores que forma a luz branca.

Como no exemplo acima temos um corpo de cor


violeta, na teoria o que ocorrer com ele poderá
Corpo de ser aplicados aos demais corpos com cores
Coloração distinta de branco e preto: Nesse caso os corpo
diferente de com coloração específica recebem a luz branca e
branco e preto refletindo apenas a luz específica de sua
coloração, no exemplo o corpo reflete a violeta
ABSORVENDO todas as outras.
Figura 20: Classificação dos fenômenos da Óptica Geométrica
Um corpo negro irá ABSORVER TODAS as cores
Cor dos Corpos Corpo Negro
que irão incidir nele e não irá refletir nenhuma.
Dizemos que um corpo negro é a ausência de
Inicialmente você precisará lembrar que temos a luz todas as cores.
branca (do Sol) sempre como referência e ela é formada
pela composição de outras 7 cores diferentes: vermelho, Tabela 5: Casos especiais para cor dos corpos

alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.


As cores podem ser divididas em Primárias e
Sendo assim, a cor de um corpo é composta pela Secundárias:
reflexão determinada pelo tipo de luz que esse corpo
Nome Descrição Exemplo
reflete.
As cores primárias são Exemplo: azul, amarelo e
Logo, as cores que enxergamos são, na verdade, a
as encontradas na vermelho
decomposição que acontece com a luz branca. Isso Primárias
natureza e incapazes de
significa que quando todas as cores que formam o se decomporem.
‘branco’ incidem em um objeto apenas uma será São aquelas que se Exemplo: verde, laranja
refletida, exemplo: Secundárias
decompõem sendo e violeta
resultado de misturas
com outras cores.

Tabela 6: Classificação dos tipos de cores

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FÍSICA

Observe a figura:

Figura 23: Representação da reflexão difusa

A figura 23 mostra como ocorre a reflexão difusa,


também conhecida como difusão da luz. Os raios de luz
incidem paralelos uns aos outros sobre uma superfície
irregular e são refletidos em várias direções. Essa
difusão dos raios de luz que possibilitam a visualização
dos objetos, uma vez que os raios de luz são espalhados
em diversas direções proporcionando a chegada dos
raios refletidos aos nossos olhos, independente da nossa
posição.
• Reflexão regular ou especular
Quando os raios de luz incidem sobre uma
Figura 22: Diagrama de Venn para as cores primária e
formações de cores secundárias superfície lisa, ou regular, e são refletidos na
mesma direção, paralelos uns aos outros,
Reflexão da Luz conforme figura abaixo:
Como vimos anteriormente a reflexão da luz ocorre
quando um feixe de luz ao incidir sobre uma superfície,
retorna ao meio de origem. Esse fenômeno possibilita a
nossa visão com a formação de imagens, uma vez que a
luz incide sobre os corpos, os quais refletem-na, fazendo
com que os raios de luz consigam chegar aos nossos
olhos. Esse fenômeno pode ser classificado como
regular ou difuso:
• Reflexão Difusa
Ocorre quando os raios de luz incidem em uma
superfície irregular ou rugosa e são refletidos Figura 24: Representação da reflexão regular
em direções distintas.
Observe na figura 24 que nesse tipo de reflexão, os
raios de luz refletidos são paralelos e propagam-se em
uma mesma direção. Um exemplo da ocorrência desse

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FÍSICA

tipo de reflexão regular é o que ocorre nos espelhos Espelhos Planos e Campo Visual
planos, note que a imagem formada é muito nítida.
Espelhos Planos
Embora a imagem seja bem fiel ao objeto há uma
Como vimos, os espelhos planos são superfícies que
limitação quanto à observação, pois o fato de os raios de
refletem a luz de forma regular. Quando alguma fonte de
luz propagarem em uma única direção torna impossível
luz os ilumina é possível observar a formação de imagens
a observação da imagem de diferentes posições
virtuais (“atrás” da superfície refletora do espelho). Tais
(chamaremos o campo limite de observação da imagem
imagens, por sua vez, são formadas quando dois
pelo observador de campo visual, aprenderemos nos
prolongamentos de raios luminosos cruzam-se dando
tópicos seguintes).
origem a imagens que são virtuais, direitas e que
Leis da Reflexão apresentam o mesmo tamanho do objeto.
Assim como todos os fenômenos físicos, a reflexão Note que apesar de a luz ser emitida em todas as
da luz também obedece a algumas regras: direções pelo corpo luminoso ou iluminado, para
facilitar nosso estudo vamos nos concentrar apenas em
alguns raios de luz que representarão o feixe luminoso
incidente no espelho.

Figura 25: Diagrama do comportamento de 1 raio de luz


ao incidir sobre uma superfície.

Considere o raio de luz representado na figura, em


que:
• i: é o ângulo de incidência
• r: é o ângulo de reflexão Figura 26: Fonte luminosa com diversos
raios de luz saindo dela
• N: é a reta Normal perpendicular à superfície
refletora Suponha que o ponto P luminoso está localizado em
A partir dessas definições, podemos enunciar as frente a um espelho plano. Aplicando as leis da reflexão,
seguintes leis da reflexão: podemos determinar os raios refletidos pelo espelho
1. O ângulo de incidência (i) é igual ao ângulo de provenientes de P.
reflexão (r) 𝒊𝒊̂ = 𝒓𝒓� Se prolongarmos para a região atrás do espelho
2. O raio de luz incidente, o refletido e a reta (linhas tracejadas) os raios refletidos na superfície do
normal pertencem sempre ao mesmo plano, ou espelho, veremos que eles convergem para um único
seja, são coplanares. ponto: P’
Sendo assim, P’ é formado pela intersecção dos
prolongamentos dos raios refletidos determina o ponto
P’, que é simétrico de P em relação ao espelho.

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79
FÍSICA

Da figura anterior, percebemos que um feixe de luz por isso não se sobrepõem.
proveniente de P chega aos olhos de um observador
depois de ser refletido no espelho.

Figura 28: Imagem enantiomorfa

Figura 27: Simetria entre o objeto e a imagem em Dica!


relação ao espelho plano Devido ao caráter da imagem ser
enantiomorfa que os veículos de emergência
O ponto P’ denomina-se ponto de imagem virtual
possuem a escrita do nome invertido,
(formado pela intersecção do prolongamento dos raios
quando refletido pelo espelho plano do
luminosos) do ponto P (objeto real, pois os raios de luz
retrovisor o observador consegue ver o
partem efetivamente de P).
nome de maneira exata.
Resumidamente:
• O objeto e a sua imagem são simétricos em
relação ao espelho;
• Ponto objeto real: intersecção efetiva dos raios
de luz;
• Ponto imagem virtual: intersecção dos
prolongamentos dos raios de luz
• O objeto e a respectiva imagem têm naturezas
contrárias, isto é, se o objeto é real, a imagem é
virtual e vice-versa.
• Objeto e imagem têm o mesmo tamanho; Figura 29: Reflexão do nome “ambulância”, em inglês,
mostrando como é fácil reconhecer o veículo de
• A distância do objeto ao espelho é igual à
emergência pelo condutor do veículo através da
distância da imagem ao espelho; visualização no retrovisor do automóvel (espelho plano).
• A imagem é direita em relação ao objeto
(dizemos que a imagem é direita quando ela não • Campo Visual
fica de cabeça para baixo); É a região que limita o espaço que pode ser visto
• Objeto e imagem são enantiomorfas, isto é, têm por um observador pela reflexão da luz num
formas iguais, mas disposição simetricamente espelho plano. O campo visual de um espelho
inversa em relação a um ponto, eixo ou plano, depende do tamanho e da posição do espelho,

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FÍSICA

além da posição ocupada pelo observador em _____________________________________________________________


relação ao espelho.
_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Figura 30: Diagrama do campo visual do observador (O),
com a formação da imagem (O’) e indicações de 5 _____________________________________________________________
diferentes pontos em diversas regiões dentro e fora do
campo visual
_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
Considere, na figura acima, o observador O diante
de um espelho plano e alguns pontos objetos 1, 2, 3, 4 e _____________________________________________________________
5.
_____________________________________________________________
A determinação do campo visual é feita ligando-se a
ponto imagem O’ do observador com as bordas do _____________________________________________________________
espelho. Dessa forma, o observador em questão poderá
_____________________________________________________________
visualizar as imagens dos pontos que estiverem na
região do campo visual. _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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_____________________________________________________________ _____________________________________________________________

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FÍSICA

Exercícios 5. Uma bandeira do Brasil, que se encontra em uma


sala escura, é iluminada com luz monocromática de
cor azul. As cores apresentadas pelo retângulo, pelo
1. Um quadro coberto com uma placa de vidro plano,
losango, pelas letras da faixa central e pelo círculo
não pode ser visto tão nitidamente quanto o outro
são, respectivamente:
não coberto, porque o vidro:
Preta, preta, azul e azul.
É opaco.
Azul, preta, verde e azul.
É transparente.
Verde, amarela, branca e azul.
Não reflete a luz.
Preta, preta, preta e azul.
Reflete parte da luz.
Preta, preta, preta e preta.

2. Você pode ver a folha de um livro, porque ela:


6. O Teatro de Luz Negra, típico da República Tcheca,
É feita de celulose é um tipo de representação cênica caracterizada
Possui luz e a emite; pelo uso do cenário escuro com uma iluminação
É branca e absorve a luz; estratégica dos objetos exibidos. No entanto, o
Difunde a luz para seus olhos termo Luz Negra é fisicamente incoerente, pois a
coloração negra é justamente a ausência de luz. A luz
3. O Sol localiza-se a 1,50.1011 m de distância da branca é a composição de luz com vários
Terra. Em quanto tempo a luz emitida pelo Sol atinge comprimentos de onda e a cor de um corpo é dada
a Terra? O que esse resultado indica? pelo comprimento de onda da luz que ele
predominantemente reflete. Assim, um quadro que
Dado: velocidade da luz no vácuo: c = 3.108 m/s
apresente as cores azul e branca quando iluminado
8 minutos e 20 segundos atrás. pela luz solar, ao ser iluminado por uma luz
8 minutos e 15 segundos atrás. monocromática de comprimento de onda
7 minutos e 20 segundos atrás. correspondente à cor amarela, apresentará,
7 minutos e 20 segundos atrás. respectivamente, uma coloração:
6 minutos e 20 segundos atrás.
Amarela e branca.
Negra e amarela.
4. Durante a final da Copa do Mundo, um cinegrafista,
Totalmente negra.
desejando alguns efeitos especiais, gravou cena em
Azul e negra.
um estúdio completamente escuro, onde existia
uma bandeira da "Azurra" (azul e branca) que foi
7. Com relação aos fenômenos da reflexão e da
iluminada por um feixe de luz amarela
refração da luz branca:
monocromática. Quando a cena foi exibida ao
público, a bandeira apareceu: I. A transparência dos vidros é explicada pelos
fenômenos de refração e reflexão.
Verde e branca.
Preta e amarela. II. A dispersão da luz branca em um prisma de
Azul e branca. vidro é devida à reflexão na face de incidência
Preta e branca. do prisma.
Verde e amarela. III. A luz branca dispersa em um prisma é
composta somente pelas cores primárias

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82
FÍSICA

vermelho, verde e azul. sobre um dispositivo óptico esférico. Segundo essa


Assinale a alternativa correta: teoria, dependendo, principalmente, do índice de
refração do meio óptico, o comportamento do feixe
Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. de luz pode ser caracterizado como:
Somente a afirmativa I é verdadeira.
Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. Divertido e extrovertido.
Somente a afirmativa III é verdadeira. Os feixes de luz atravessam o meio óptico sempre
Todas afirmativas são verdadeiras. em paralelo, independente do índice de refração e
da diferença de curvas da lente.
8. Considere um feixe luminoso estreito que se Insurgente e convergente.
propaga pelo ar. Ao encontrar uma superfície plana Divergente e ascendente.
de água transparente, parte da luz é refletida e a Divergente e convergente.
outra parte da luz penetra na água. Assinale a
alternativa correta que classifica esses efeitos,
respectivamente. GABARITO: Aula 8

Refração e reflexão.
Questões Respostas Questões Respostas
Refração e condução
Reflexão e condução. 1 D 2 D
Reflexão e refração. 3 A 4 B
Reflexão e propagação.
5 D 6 B
7 B 8 D
9. O raio luminoso é uma onda progressiva de campos
elétricos e magnéticos, ou seja, é uma onda 9 C 10 E
eletromagnética. No espectro eletromagnético, _____________________________________________________________
encontram-se outras formas de ondas, tais como as
ondas de rádio, as micro-ondas, raios _____________________________________________________________
infravermelhos e ultravioletas. Escolha a alternativa _____________________________________________________________
correta, que define em qual velocidade as ondas de
rádio se propagam no vácuo. _____________________________________________________________

Na velocidade do som. _____________________________________________________________


Abaixo da velocidade do som.
_____________________________________________________________
Na mesma velocidade da Luz visível.
Abaixo da velocidade da Luz visível. _____________________________________________________________
Acima da velocidade da Luz visível.
_____________________________________________________________

10. Assinale a alternativa correta. Carl Friedrich Gauss _____________________________________________________________


foi um matemático, físico e astrônomo alemão do
_____________________________________________________________
século XIX que desenvolveu a base teórica que viria
a se tornar a prática para a óptica moderna. Uma das _____________________________________________________________
propriedades elencadas por Gauss em sua teoria
_____________________________________________________________
relata o comportamento óptico da luz ao incidir

83
83
FÍSICA

Aula 9 Sendo assim vamos às classificações das


Substâncias Magnéticas:
• Diamagnéticos
Fundamentos Básicos de São materiais que, se colocados na presença de
Eletromagnetismo um campo magnético externo, estabelecem em
seus átomos um campo magnético em sentido
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre contrário ao que foi submetido, mas que
magnetismo vamos voltar à história, por volta do século desaparece assim que o campo externo é
VI a.C, segundo relatos, alguns fenômenos magnéticos removido. Em razão desse comportamento, esse
foram notados pelos gregos em uma região da Ásia que tipo de material não é atraído por ímãs. Ex:
fazia parte da Grécia nessa época, foi encontrado um mercúrio, ouro, bismuto, chumbo, prata.
tipo de pedra que tinha a propriedade de atrair pedaços
de ferro. Essa região, chamada Magnésia, deu origem ao
termo magnetismo. E a pedra encontrada era o óxido de
ferro (Fe3O4) denominada magnetita e trata-se de um
ímã natural.

O que é Magnetismo e qual é a Classificação das


Figura 1: Ilustração de pepitas de ouro
Substâncias Magnéticas
Antes de classificarmos as substâncias vamos • Paramagnéticos
entender o conceito de Magnetismo: É o conjunto de Pertencem a esse grupo os materiais que
fenômenos que se relacionam com a atração ou repulsão possuem elétrons desemparelhados, que, ao
que ocorre entre materiais que apresentam serem submetidos a um campo magnético
propriedades magnéticas, as quais classificaremos em externo, ficam alinhados no mesmo sentido do
breve ainda neste tópico. campo ao qual foram submetidos, que
Além disso, podemos dizer que o magnetismo é uma desaparece assim que o campo externo é
propriedade dos átomos que têm origem em sua retirado. São objetos fracamente atraídos pelos
estrutura atômica. É resultado da combinação do ímãs, por exemplo: alumínio, sódio, magnésio,
momento angular orbital e do momento angular de spin cálcio.
do elétron, a forma como ocorre a combinação entre
esses momentos angulares determinam o
comportamento desse material na presença de outro
campo magnético.
Nota importante: Momento angular (também
chamado de momentum angular ou quantidade de
movimento angular) de um corpo é uma grandeza física
associada à rotação desse corpo.
Figura 2: Placas de alumínio

84
84
FÍSICA

• Ferromagnéticos
Quando esses materiais são submetidos a um
campo magnético externo, adquirem campo
magnético no mesmo sentido do campo ao qual
foram submetidos, que permanece quando o
material é removido. É como se possuíssem uma
memória magnética. Eles são fortemente
atraídos pelos ímãs, e esse comportamento é
observado em poucas substâncias. Exemplo:
ferro, níquel, cobalto e alguns de seus Figura 4: Um ímã cria um campo magnético à sua volta
sendo capaz de atrair alguns metais como cobalto e
compostos.
níquel.

Princípios básicos do Magnetismo:


1. Todos os ímãs, independente de sua forma ou
aplicação, possuem dois polos:
O polo Norte (N) e o polo Sul (S), os quais são
chamados de polos magnéticos.

Figura 3: Ilustração de ferro

Figura 5: Representação esquemática do


Características dos Ímãs ímã e seus polos Norte e Sul
Os ímãs são materiais constituídos de substâncias
ferromagnéticas que provocam a formação de um 2. Princípio da atração e repulsão magnéticas:
campo magnético à sua volta capaz de magnetizar ou Polos Magnéticos de mesma polaridade se
atrair materiais constituídos de ferro, cobalto, níquel ou repelem, e polos magnéticos de polaridades
aço. Além disso, os ímãs possuem a propriedade de contrárias se atraem.
atrair ou repelir outros ímãs, os ímãs naturais são feitos
de minerais com substâncias magnéticas, como por
exemplo a magnetita.
Já os artificiais, são constituídos de ferro, cobalto e
níquel ou ainda ligas que contêm esses elementos dando
propriedades magnéticas, mas que podem adquirir
características de um ímã natural. Figura 6: Representação da atração e repulsão dos ímãs
de acordo com a posição dos polos dos mesmos. Polos
iguais gera repulsão, polos diferentes gera atração.

3. Inseparabilidadedos polos magnéticos:


Não existe ímã com apenas um polo. Não é
possível encontrar um ímã só com um dos polos

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FÍSICA

(norte ou sul). Assim, quando um ímã é • Permanente:


quebrado, ele dará origem a dois novos ímãs e a Composto de material ferromagnético que tem
polaridade desses novos ímãs vai depender da capacidade de manter as propriedades
forma com que sua partição se deu. magnéticas mesmo após a interrupção do
processo de imantação. O magnetismo desse
tipo de ímã pode ser perdido de forma
temporária se houver temperaturas elevadas ou
descargas elétricas.
• Temporal:
Composto de materiais paramagnéticos, seu
magnetismo é provisório. A propriedade
magnética dos ímãs temporais dura apenas
enquanto eles estiverem sofrendo com a ação
Figura 7: Representação da inseparabilidade dos
de outro campo magnético.
polos magnéticos de um ímã
• Eletroímã:
Tipos de Ímãs É um aparelho composto por um condutor pelo
Existem dois tipos de ímãs: os que são encontrados qual circula corrente elétrica a qual faz gerar
na natureza e aqueles que são feitos artificialmente pelo magnetismo diante da presença de ferro. As
processo de imantação. O ímã natural mais conhecido é características do eletroímã dependem da
a magnetita, uma pedra vulcânica composta por óxido passagem de corrente pelo condutor, de modo
de ferro. que ao interromper a passagem de corrente o
campo magnético desaparecerá.

Campo Magnético e Linhas de Indução do


Campo Magnético
Campo Magnético
Como vimos na aula 6 (Fundamentos Básicos de
Elétrica), os materiais condutores de corrente elétrica
possuem cargas elétricas (elétrons livres) que podem
estar em repouso (caso o circuito esteja desligado) ou
em movimento (circuito ligado).
Essas cargas elétricas em ambos os casos criam
Figura 8: Ilustração da Magnetita
campos elétricos, no entanto, quando estão em
Já os ímãs artificiais mais utilizados são compostos movimento dão origem também aos campos
de bário, carbonato de estrôncio e óxido de ferro. Os magnéticos. Isso foi comprovado experimentalmente
ímãs artificiais são classificados em: em 1820 pelo físico dinamarquês Hans Christian
Oersted.

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FÍSICA

Cargas elétricas em repouso produzem campo


elétrico ao seu redor.

Figura 9: Representação dos campos


elétricos das cargas fundamentais

Cargas elétricas em movimento produzem ao seu


redor campo elétrico e campo magnético.

Figura 11: Representação esquemática do experimento


de Oersted. A agulha da bússola muda de posição quando
a chave Ch é fechada.

Conclui-se que a corrente elétrica formada por


cargas elétricas em movimento ordenado, produz ao seu
redor uma região de influência magnética, chamada de
Campo Magnético.
Desta maneira, campos magnéticos formam-se ao
redor de ímãs ou a um fio conduzindo corrente elétrica.
Figura 10: Representação dos campos
magnéticos das cargas fundamentais Propriedades do Campo Magnético
Experimento de Oersted No SI, a unidade de medida de campo magnético é o
tesla (T) - em homenagem a um dos grandes estudiosos
Ele colocou um fio elétrico próximo e paralelamente
dos fenômenos magnéticos, Nikola Tesla (1856 - 1943).
a agulha de uma bússola. Ao fazer passar corrente
elétrica pelo fio, ele descobriu a conexão entre O campo magnético é uma grandeza vetorial, assim
eletricidade e magnetismo: notou uma deflexão na como o campo elétrico ou o campo gravitacional, por
agulha da bússola, que, em vez de continuar apontando essa maneira apresenta módulo, direção e sentido.
para o norte-sul geográfico, posicionou-se Como dito anteriormente, a origem do campo
perpendicularmente ao condutor. Ao abrir o magnético está na movimentação das cargas elétricas.
interruptor, ele observou que a agulha voltava a ocupar Quando o campo elétrico oscila em alguma região do
a posição inicial. espaço, essa oscilação origina um campo magnético
orientado em uma direção perpendicular (90°) ao campo
elétrico. Para compreendermos melhor as propriedades
do campo magnético, fazemos uso de um recurso
conhecido como linhas de indução, assim veremos com
mais facilidade o formato do campo magnético.

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FÍSICA

Linhas de Indução do Campo Magnético cargas elétricas, é a movimentação dessas cargas que
As linhas do campo magnético são sempre fechadas originam o campo magnético terrestre.
e nunca se cruzam, e quanto mais próximas estiverem, Função do Campo Magnético Terrestre
maior será a intensidade do campo magnético naquela
O campo magnético terrestre funciona como uma
região. Além disso, a região dos magnetos (ímãs) de onde
espécie de escudo para os gases atmosféricos, se não
saem as linhas de indução são chamadas de norte
fosse por ele, a atmosfera da Terra não teria a
magnético, e a região em que essas linhas de indução
composição que ela possui até os dias de hoje, ou seja,
chegam é conhecido como sul magnético.
ela seria varrida pela grande quantidade de partículas
que é emitida pelo Sol a todo instante.

Campo Magnético Terrestre na Prática


O campo magnético terrestre orienta as rotas
migratórias de alguns animais vertebrados, como:
peixes, aves, roedores, tartarugas marinhas, anfíbios,
morcegos e cetáceos. Segundo Milton Hildebrand, em
“Análise da Estrutura dos Vertebrados”, isso só é
possível pois eles apresentam a capacidade de perceber
a orientação do campo magnético da Terra através de
estruturas anatômicas que estão localizadas na região
etmóidea da cabeça ou em algum outro local do
encéfalo. Esse centro contém glândulas de magnetita
mineral magnética densa circundadas por tecido
nervoso.
Figura 12: Linhas de indução do campo magnético gerado
pelo ímã Além disso vamos debater a aplicação prática mais
importante do campo magnético que está na atuação da
121 bússola, vamos entender como foi descoberto o campo
magnético da Terra e a criação da bússola tão decisiva
Atenção para a dica de memorização na orientação dos navegantes na época das Grandes
As linhas de indução Nascem no Navegações Europeias.
Norte e Somem no Sul O campo magnético da Terra desempenhou um
papel de grande importância nas navegações quando a
Campo Magnético Terrestre e da Bússola bússola era um dos principais instrumentos na
O planeta Terra é considerado um grande ímã, navegação.
dividido em dois polos (norte e sul), assemelhando-se à Essa descoberta foi feita no século XVI, pelo físico
propriedade de dipolo magnético. inglês William Gilbert. Ele afirmou que a Terra se
O campo magnético da Terra tem origem na rotação comportava como um ímã gigante e para comprovar
do núcleo terrestre, que possui uma velocidade essa teoria ele fez um experimento que consistiu na
diferente da velocidade de rotação da crosta terrestre. colocação de um ímã esférico que denominado de
O núcleo da terra é formado por uma grande quantidade Terrella e sobre ele foi apoiada uma agulha. O ímã foi
de metais que apresentam uma grande quantidade de suspenso livremente pelo seu centro de gravidade na
superfície da Terra, nesta experiência, repetida várias

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FÍSICA

vezes, verificou que a agulha sempre apontava para o


polo Norte Geográfico.

Figura 15: Representação dos polos magnéticos


orientados pela bússola imantada e os
polos geográficos terrestres

Figura 13: Experimento de William Gilbert


A atração ocorre somente entre os polos diferentes,
ou seja, se o polo norte da agulha aponta para o norte
geográfico, isso significa que aquilo que chamamos de
norte geográfico é o sul magnético da Terra. Da mesma
forma, o polo sul geográfico do planeta deve ser o polo
norte magnético. Para compreendermos essa troca
devemos lembrar das linhas de indução de campo
magnético:

As linhas de indução do campo magnético


Nascem no Norte e Somem no Sul

Veja na imagem 15 a inversão entre os polos


Figura 14: Representação de uma bússola. magnéticos e geográficos.
A bússola sempre aponta para o Norte Tenha sempre em mente que a bússola é uma
Geográfico (Norte da Terra). simbolização concreta das linhas de indução, é como se
a ponteira da bússola fosse um vetor que está sobre as
Polos Magnéticos X Polos Geográficos (Terrestres)
linhas de indução do grande ímã que é a terra. Mas por
Quando a agulha imantada de uma bússola alinha-se convenção geográfica tudo o que está acima da linha do
ao campo magnético da Terra, o polo norte da agulha equador é norte e abaixo é sul, por isso há essa inversão
aponta para a região norte do planeta e o polo sul do ímã na nomenclatura dos polos geográficos e magnéticos.
da bússola aponta para a região sul do planeta.

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Figura 16: A Terra é um ímã gigante e seu
campo magnético nos protege contra _____________________________________________________________
partículas vindas do Sol
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Exercícios
1. Analise as proposições relacionadas às linhas de 3. Sobre as linhas de indução magnética de um ímã,
campo elétrico e às de campo magnético. assinale a alternativa correta:
I. As linhas de força do campo elétrico se As linhas de indução magnética são abertas no norte
estendem apontando para fora de uma carga magnético e fechadas no sul magnético dos ímãs.
pontual positiva e para dentro de uma carga As linhas de indução magnética são sempre abertas.
pontual negativa. As linhas de indução magnética são fechadas,
II. As linhas de campo magnético não nascem emergem do norte magnético e adentram o sul
nem morrem nos ímãs, apenas os atravessam, magnético do ímã.
ao contrário do que ocorre com os corpos Um ímã pode apresentar apenas sul ou apenas norte
condutores eletrizados que originam os magnético.
campos elétricos. Ao quebrarmos um ímã ao meio, uma de suas
metades será de polaridade sul, e a outra será de
III. A concentraçãodaslinhasde forçado
polaridade norte.
campoelétricoou daslinhasde campo
magnético indica, qualitativamente, onde a
intensidade do respectivo campo é maior. 4. As figuras abaixo representam uma espira e um imã
próximos:
Assinale a alternativa correta.

Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.


Somente a afirmativa II é verdadeira.
Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
Todas as afirmativas são verdadeiras.

2. A respeito do fluxo de indução, concatenado com um


condutor elétrico, podemos afirmar que a força
eletromotriz induzida:
Das situações abaixo, a que NÃO corresponde à
Será nula quando o fluxo for constante; indução de corrente na espira é aquela em que:
Será nula quando a variação do fluxo em função de
tempo for linear; A espira e o imã se afastam;
Produz uma corrente que reforça a variação do A espira está em repouso e o ímã se move para cima;
fluxo; A espira se move para cima e o ímã para baixo;
Produz uma corrente permanente que se opõe à A espira e o imã se aproximam;
variação do fluxo, mesmo quando o circuito estiver A espira e o imã se movem com a mesma velocidade
aberto; para a direita.
Produzirá corrente elétrica somente quando o
circuito estiver em movimento.

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5. Se um ímã é quebrado ao meio, devemos esperar


que:

As suas partes desmagnetizem-se.


Uma de suas partes torne-se um polo norte, e a
outra, um polo sul.
Cada uma de suas partes torne-se um ímã menor.
Temporariamente, percam sua magnetização. 8. Fazendo uma experiência com dois ímãs em forma
de barra, Júlia colocou-os sob uma folha de papel e
6. As bússolas são dispositivos usados ao longo dos espalhou limalhas de ferro sobre essa folha. Ela
séculos para facilitar a navegação. colocou os ímãs em duas diferentes orientações e
obteve os resultados mostrados nas figuras I e II:
Assinale a alternativa correta em relação às
bússolas.

As bússolas são pequenos ímãs que se orientam de


acordo com o campo elétrico da Terra.
As bússolas são capazes de apontar na direção exata
do Norte geográfico.
As bússolas são úteis em qualquer região do planeta
Terra.
As bússolas são agulhas magnetizadas que se
alinham de acordo com o campo magnético da Terra.
Nessas figuras, os ímãs estão representados pelos
7. Uma bússola que se orienta no campo magnético da retângulos. Com base nessas informações, é
Terra, como ilustra a figura 1, é colocada no ponto P, CORRETO afirmar que as extremidades dos ímãs
ao lado de um ímã em forma de barra, mostrado na voltadas para a região entre eles correspondem aos
figura 2. A posição de equilíbrio da bússola em P é polos:
mais bem representada em:
Norte e norte na figura I e sul e norte na figura II.
Norte e norte na figura I e sul e sul na figura II.
Norte e sul na figura I e sul e norte na figura II.
Norte e sul na figura I e sul e sul na figura II.

9. Os ímãs 1, 2 e 3 foram cuidadosamente seccionados


em dois pedaços simétricos, nas regiões indicadas
pela linha tracejada. Analise as afirmações
referentes às conseqüências da divisão dos ímãs:

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FÍSICA

I. Todos os pedaços obtidos dessesímãsserão


também ímãs, independentemente do plano
de secção utilizado;
II. Os pedaços respectivos dos ímãs 2 e 3
poderão se juntar espontaneamente nos
locais da separação, retomando a aparência
original de cada ímã;
III. INa secção dos ímãs 1 e 2, os polos
magnéticos ficarão separados mantendo cada
fragmento um único polo magnético.
Está correto o contido apenas em:

I.
I e III.
III.
II e III.
I e II.

10. Quatro ímãs iguais em forma de barra, com as


polaridades indicadas, estão apoiados sobre uma
mesa horizontal, como na figura, vistos acima. Uma
pequena bússola é também colocada na mesa, no
ponto central P, equidistante dos ímãs, indicando a
direção e o sentido do campo magnético dos ímãs
em P. Não levando em conta o efeito do campo
magnético terrestre, a figura que melhor representa
a orientação da agulha da bússola é:
GABARITO: Aula 9

Questões Respostas Questões Respostas


1 E 2 A
3 C 4 E
5 C 6 D
7 B 8 D
9 A 10 A

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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Revisão e prova

Nessa aula, teremos uma revisão para a prova de conclusão de módulo.

Lembre-se de tirar todas as dúvidas com seu professor(a).

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Bibliografia

Bonjorno, J.R - Física Eletromagnetismo- Física Moderna 2 Ensino Médio Editora FTD
Bonjorno, J.R - Física Eletromagnetismo- Física Moderna 3 Ensino Médio Editora FTD

https://brasilescola.uol.com.br/ https://www.infoescola.com/ https://mundoeducacao.uol.com.br/

https://pt.wikipedia.org http://educacao.globo.com/quimica/assunto/materiais-e-suas-propriedades/constituicao-e-
transformacoes-fisicas-da-materia.html

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Referências

Questões retiradas e selecionadas de concursos públicos no período de 2020 a 2022 destinadas à vagas nas Forças
Armadas e Auxiliares, Universidades Federais e Estaduais.

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Créditos

Marcio Pereira Sobrinho


Mecânica Geral (CAI – Centro de Aprendizagem Industrial) – 02/1993 à 06/1995.

Bacharel em Física pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – 08/2003 até 12/2008.

Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo – UNIVESP – 08/2017 e 12/2022.

Professor de CNT na área de Física no Ensino Médio na rede Estadual de São Paulo.

Professor de Matemática no Ensino Fundamental 2 e Médio na rede Estadual de São Paulo.

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Diretores

Henrique Mendes Gama


Empresário do ramo de educação, atuando como diretor geral e idealizador do
projeto Brigadista Mirim desde a sua fundação. Está à frente do departamento de
marketing da instituição. É diretor do CITS (Centro de Instrução e Treinamento na
Selva). Formado pela ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de
Guerra), vêm se especializando para levar aos Brigadistas a experiência e o contato
militar. É membro da SASDE (Sociedade Amigos da Segunda Divisão de Exército) e
membro da associação MMDC Leste, foi condecorado com a medalha alusiva aos
heróis da revolução de 1932. Bombeiro civil.

Edilaine Guisani Gama


Empresária do ramo de educação, diretora geral e fundadora do projeto Brigadista
Mirim. É diretora do CITS (Centro de Instrução e Treinamento na Selva), onde é
realizado o campo prático do Quartel da Brigada.

É membro da SASDE (Sociedade Amigos da Segunda Divisão de Exército) e membro


da associação MMDC Leste. É bombeira civil, guarda vidas e técnica em segurança
do trabalho. Certificada pelo corpo de bombeiros do estado de São Paulo, como
brigadista de emergência de acordo com a instrução técnica 17.

É formada pela ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e pelo DENARC da polícia civil do
estado de São Paulo, como agente multiplicadora no combate ao uso de drogas. Instrutora de bombeiro civil com
formação em primeiros socorros e prevenção e combate a incêndios.

Além destes, também é formada em segurança em instalações e serviços de eletricidade, segurança e saúde no trabalho
em espaços confinados, trabalho em altura e segurança nas atividades verticais (nr10, nr33, nr35 e rapel).

Cursou Stop The Bleed (controle de hemorragias), APH com DEA (atendimento pré-hospitalar com desfibrilador
externo automático) e socorro tático com emergências médicas, também participou do curso de manejo de répteis, aves
de rapina e predadores noturnos, proferido pelo biólogo Richard Rasmussen, pela associação médicos veterinários sem
fronteiras.

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