Você está na página 1de 64

Programa Olho Vivo

Prevenção de comportamentos
inseguros para motoristas

Parceria
SEST – Serviço Social do Transporte

SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line - Programa Olho Vivo: prevenção de


comportamentos inseguros para motoristas - Brasília:
SEST SENAT,
auxiliar 2020. - Brasília: SEST/SENAT, 2020.
de pessoal

64 p. :il. - (EaD)
107
1.Transporte de produtos químicos. 2. Gestão de riscos
no trânsito. 3.Comportamento inseguro no trânsito. I. Serviço
Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem
do Transporte.
CDU 656.073.436

ead.sestsenat.org.br
Sumário
UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS.............................................................................8

ACIDENTES NO TRÂNSITO E TRANSPORTE....................................................... 8


Cenário mundial.............................................................................................................8

Cenário brasileiro......................................................................................................... 10

CLASSIFICAÇÕES E ANÁLISES COMPARATIVAS DE ACIDENTES RODOVIÁRIO NO


BRASIL.........................................................................................................11

TRANSPORTE DE PRODUTO QUÍMICO NO BRASIL........................................... 20


O que são produtos químicos?...................................................................................20

O que são produtos químicos perigosos?..................................................................21

Qual a diferença entre carga perigosa e produto classificado como perigoso?.....21

Matriz de transporte de produtos químicos .............................................................22

Matriz atual e Benchmarking EUA (2018)..................................................................23

Matriz Nacional Equilibrada (Desejável).....................................................................24

Indicadores de acidentes no transporte de produtos químicos no Brasil...............25

Acidentes no transporte rodoviário de produtos químicos (por 10.000 viagens)...25

ATIVIDADES................................................................................................. 26

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS..................................................28

CONCEITO DE RISCO..................................................................................... 28
Riscos inerentes ao transporte...................................................................................28

Importância da gestão de riscos para a indústria química e sua cadeia logística.29

PROGRAMAS DA ABIQUIM............................................................................. 30
ABIQUIM.......................................................................................................................30

Programa atuação responsável..................................................................................30

 3
SASSMAQ....................................................................................................................32

O que é?........................................................................................................................33

Áreas de avaliação......................................................................................................33

CLASSIFICAÇÕES DOS ACIDENTES NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO.................. 33


Exemplos de fatores causadores de acidentes.........................................................35

Tipos de acidentes......................................................................................................36

META: ACIDENTE ZERO................................................................................. 37


Como viabilizá-lo na prática?......................................................................................37

Acidente.......................................................................................................................38

PIRÂMIDE DE DESVIOS.................................................................................. 38

ATIVIDADES..................................................................................................41

UNIDADE III – MOTORISTA........................................................................................43

PROFISSIONAL QUE PODE AJUDAR A EVITAR ACIDENTES............................... 43

FUNDAMENTOS DA DIREÇÃO DEFENSIVA....................................................... 44


Acidente evitável ou não evitável................................................................................44

O motorista profissional necessariamente precisa e/ou deve ser...........................45

COMPONENTES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DE UM SISTEMA VIÁRIO.... 46


Componentes que influenciam a segurança de um sistema rodoviário..................46

Fatores externos ou condições adversas..................................................................47

Luminosidade..............................................................................................................47

Condições climáticas..................................................................................................49

Condições adversas da via.........................................................................................49

Condições adversas do tráfego..................................................................................51

Fatores controláveis (comportamentais): diferença que pode salvar vidas............51

Competência................................................................................................................51

 4
Estado físico e mental do motorista..........................................................................52

ATIVIDADES................................................................................................. 54

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA..........................56

PAPÉIS E RESPONSABILIDADES..................................................................... 56

FLUXO ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA......................... 58

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA.......................................................... 58

RESUMINDO................................................................................................. 60

ATIVIDADES..................................................................................................61

REFERÊNCIAS..........................................................................................................63

 5
APRESENTAÇÃO
Olá!

O Programa Olho Vivo na Estrada foi pensado para você!

O SEST SENAT, sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional
de qualidade, reestruturou o curso Prevenção de Comportamentos Inseguros para
Motoristas, do Programa Olho Vivo na Estrada, com o objetivo de engajar motoristas
na condução segura do veículo no transporte de produtos químicos.

O Programa capacita motoristas para que eles sejam agentes de observação


de comportamentos inseguros nas estradas, identificando situações de risco e
contribuindo para o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes. Ele ganhou
credibilidade das empresas que transportam produtos perigosos.

Que tal enfrentar esse desafio? Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos
conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui!

No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo abordado e os


objetivos que se pretendem alcançar. O curso Prevenção de Comportamentos
Inseguros para Motoristas está dividido em 4 (quatro) unidades para facilitar seu
aprendizado, estruturadas conforme a tabela a seguir:

Unidade Carga horária

1. Dados e Estatísticas sobre Transporte de Produtos Químicos 01 hora-aula

2. Importância da Gestão de Riscos 01 hora-aula

3.Motorista: O grande aliado no combate ao comportamento 01 hora-aula


inseguro no transporte

4. Estrutura do programa Olho Vivo na Estrada 01 hora-aula

Carga horária total do curso 04 horas-aula

Esperamos que este curso seja muito proveitoso para você.

 6
INTRODUÇÃO
O programa “Olho Vivo na Estrada” tem como objetivo prevenir acidentes no transporte
de produtos químicos através da conscientização dos motoristas observando
atitudes inseguras de outros motoristas. Este programa faz parte de um sistema de
gerenciamento de riscos onde a meta é a redução à zero no número de acidentes nas
estradas com produtos químicos.

O conceito básico do programa é de que um acidente sério sempre ocorre após várias
falhas menores, sem que tenham sido devidamente identificadas, analisadas e ações
corretivas implementadas. O “Olho Vivo na Estrada” incentiva o motorista a observar
e relatar comportamentos inseguros na estrada (pequenos desvios), possibilitando a
adoção de ações preventivas ou corretivas, e por fim evitando acidentes sérios.

O programa foi originalmente desenvolvido e implementado pela empresa Dow no


Brasil, o qual proporcionou uma redução significativa do número de acidentes no
transporte de seus produtos.

Posteriormente, com o apoio da ABIQUIM e do SEST SENAT, o programa foi difundido


para toda indústria química no Brasil e seus prestadores de serviço logístico (transporte).

Estamos certos de que o Programa Olho Vivo na Estrada ajudará sua empresa e
motoristas a refletir sobre práticas operacionais e contribuir para melhoria continua
das operações de transporte.

 7
UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS
SOBRE TRANSPORTE DE PRODUTOS
QUÍMICOS
Iniciemos nosso estudo com algumas questões
importantes.

Quais são os produtos químicos transportados


por você?

Como e por que prevenir acidentes com o


transporte de produtos perigosos?

O que você acha que é necessário para o


motorista adotar um comportamento seguro
nas estradas?

Nesta unidade vamos conhecer alguns dados referentes ao transporte de produtos


químicos, para entendermos a importância da prevenção com comportamentos
operacionais seguros.

ACIDENTES NO TRÂNSITO E TRANSPORTE

CENÁRIO MUNDIAL

Acidentes de trânsito estão entre as principais causas de mortes no mundo.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 8


A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou,
em março de 2010, uma resolução definindo
o período de 2011 a 2020 como a “Década
de ações para a segurança no trânsito". O
documento foi elaborado com base em estudo
da Organização Mundial da Saúde (OMS) que
contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de
mortes por acidente de trânsito em 178 países.
Aproximadamente 50 milhões de pessoas
sobreviveram com sequelas.

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupada com a falta de


medidas de segurança nos países mais pobres, faz um alerta: os acidentes de trânsito
matam cada vez mais pessoas em todo o planeta, com 1,35 milhão de óbitos por ano.

Em seu relatório mundial sobre segurança nas estradas, a OMS afirma ainda
que os acidentes de trânsito são atualmente a principal causa de morte entre
crianças e jovens com idades entre 5 e 29 anos. A OMS também ressalta a
importância de infraestruturas mais seguras, como pistas reservadas para
ciclistas e motociclistas, assim como de reforçar as condições de segurança
dos veículos, como o controle eletrônico da estabilidade e dos freios.

Ainda de acordo com a OMS, apesar de uma situação melhor nos países ricos, o número
de mortes nas estradas não caiu em nenhum país de renda baixa, sobretudo pela
ausência de medidas para melhorar a segurança, afirma o relatório. O risco de morte
nas estradas continua sendo três vezes maior nos países pobres em comparação às
nações mais ricas, com as taxas mais elevadas de mortalidade na África (26,6 para
cada 100.000 habitantes) e as menores na Europa (9,3 para cada 100.000 habitantes).

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 9


CENÁRIO BRASILEIRO

Qual a situação no cenário brasileiro?

Vejamos a chamada a seguir:

Brasil reduz mortes no trânsito, mas está longe da meta para 2020.

Na última década o Brasil apresentou crescimento econômico e social, mas não


resolveu problemas estruturantes como o trânsito;

Segundo a OMS, o relatório faz importantes atribuições ao Brasil, como a redução de


mortes no trânsito após a instauração de leis mais rígidas contra a união de álcool e
direção (Lei Seca) e o início da obrigatoriedade de freios ABS em todas as motos do
mercado a partir de 2019. Por outro lado, coloca o país na pior classificação referente
ao limite de velocidade em áreas urbanas. A Organização sugere que todas as cidades
do mundo adotem velocidades máximas de 50 km/h nas áreas urbanas e 30 km/h em
áreas residenciais e/ou com grande circulação de pessoas.

Lei Seca completa 11 anos, mas álcool ainda é uma das principais causas de
acidentes de trânsito.

De acordo com o Portal do Trânsito as campanhas na mídia e maior força na aplicação


da lei, incluindo o combate ao uso de álcool na direção, contribuíram para que o Brasil
reduzisse as mortes por acidentes de trânsito. É o que mostra o Relatório Global da
OMS sobre o Estado da Segurança Viária 2018. No entanto, apesar das taxas de
mortalidade no trânsito no país (19,7 por 100 mil habitantes, segundo dados de 2016)
estarem registrando tendência de queda (estavam em 20 por 100 mil habitantes em
2006), elas permanecem bem acima das taxas europeias. Outra triste constatação:
ainda há muitos motoristas que bebem e dirigem, como revela a Pesquisa Nacional de
Saúde, do IBGE. Publicada em 2013, a pesquisa estimou a proporção de indivíduos que

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 10


conduziram veículo motorizado após o consumo de bebida alcoólica. Este percentual
foi de 24,3%; considerando o total da população brasileira adulta, a proporção foi de
4,4%. Dirigir sob o efeito do álcool é elencada como uma das principais causas de
acidentes viários no mundo. Porém, apenas cinco países são intolerantes a qualquer
dose de álcool quando se dirige: Eslováquia, Hungria, Paraguai, Uruguai e Brasil.

CLASSIFICAÇÕES E ANÁLISES COMPARATIVAS DE


ACIDENTES RODOVIÁRIO NO BRASIL

Observe as imagens que demonstram uma análise comparativa de acidentes em


rodovias federais com veículos de pequeno porte e caminhões.

PRINCIPAIS DADOS DO PERÍODO DE 2007 A 2019 (TODOS VEÍCULOS)


MORTES POR ANO
2007 - 2019

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 11


ACIDENTES POR ANO
2007 - 2019

Fonte: CNT

RESULTADOS GERAIS ACUMULADOS


2007 - 2019

VEÍCULOS
ACIDENTES VÍTIMAS MORTES FERIDOS
ENVOLVIDOS

1.789.036 1.289.744 94.081 1.195.663 3.005.91

ÓBITOS POR 100 ACIDENTES POR ACIDENTES POR MORTES POR


ACIDENTES DIA 100 KM DIA

5,3 377 214,8 20

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 12


ACIDENTES COM VÍTIMAS
2007 - 2019

Fonte: CNT

ACIDENTES SEM VÍTIMAS


2007 - 2019

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 13


COMPARATIVO INDICADORES DE ACIDENTALIDADE EM
2019

TODOS OS VEÍCULOS
NÚMERO DE ACIDENTES POR BR

Fonte: CNT

ÓBITOS A
ACIDENTES
ACIDENTES CADA 100
COM MORTES POR
ACIDENTES COM MORTES ACIDENTES
VÍTIMAS POR DIA
VÍTIMAS COM
DIA
VÍTIMAS

67.427 55.756 5.332 9,6 153 15

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 14


CAMINHÕES
NÚMERO DE ACIDENTES POR BR

Fonte: CNT

ÓBITOS A
ACIDENTES
ACIDENTES CADA 100
COM MORTES POR
ACIDENTES COM MORTES ACIDENTES
VÍTIMAS POR DIA
VÍTIMAS COM
DIA
VÍTIMAS

16.866 12.778 2.333 18,3 35 6


Fonte: CNT

Perceba que quase 45% do total de óbitos ocorridos em 2019 envolvem ao


menos 01 caminhão.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 15


ACIDENTES COM VÍTIMAS (CAMINHÕES)
ACIDENTES COM VÍTIMAS POR TIPO
2007 A 2019

ACIDENTES COM VÍTIMAS POR TIPO DE PISTA


2007 A 2019

200.267 ACIDENTES COM VÍTIMAS

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 16


ACIDENTES COM VÍTIMAS POR DIA - ACUMULADO
2007 A 2019

Fonte: CNT

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 17


ACIDENTES COM VÍTIMAS POR FASE DO DIA - ACUMULADO
2007 A 2019

Fonte: CNT

Perceba que diferente do que muitos acreditam, os acidentes acontecem em


grande parte em pleno dia, logo após o almoço e nas retas. Falta de atenção,
excesso de confiança e velocidade inadequada são os grandes causadores dos
acidentes.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 18


RODOVIAS COM GRANDES ÍNDICES DE ACIDENTES (UMA
ANÁLISE DE 2019)

TODOS OS ACIDENTES COM VÍTIMAS EM 2019

76,2% 68,8% 76,0%


dos acidentes com vítimas das mortes ocorridas dos feridos em acidentes

Fonte: CNT

TODOS OS ACIDENTES COM VÍTIMAS ENVOLVENDO APENAS


CAMINHÕES EM 2019

76,8% 73,5% 77,6%


dos acidentes com vítimas das mortes ocorridas dos feridos em acidentes

Fonte: CNT

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 19


TODOS OS ACIDENTES COM VÍTIMAS ENVOLVENDO APENAS
CAMINHÕES E FATORES LIGADOS AO COMPORTAMENTO HUMANO
EM 2019

77,4% 74,9% 78,2%


dos acidentes com vítimas das mortes ocorridas dos feridos em acidentes

Fonte: CNT

Perceba que para os 42.483 acidentes com vítimas ocorridos em 2019, um


total de 9.809 envolvem ao menos 01 caminhão, e destes, 8.347 (85%) estão
associados a falta de atenção e ao fator humano. Haaaa e acontecem geralmente
nas mesmas rodovias.

TRANSPORTE DE PRODUTO QUÍMICO NO BRASIL

O QUE SÃO PRODUTOS QUÍMICOS?

São substâncias ou artigos que podem apresentar ou não risco para a saúde das
pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente. Podem ser utilizados na

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 20


fabricação de todos os bens que necessitamos na nossa vida diária, como: pasta de
dente, colchão, sabonetes, etc.

“Química é a Vida”.

O QUE SÃO PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS?

A classificação de produtos como perigosos é definida na Instrução Complementar


publicada pela Resolução ANTT Nº 5.232/2016. Na referida Resolução, Produto
Perigoso recebe a definição de todo produto que tenha potencial de causar danos
ou apresentar risco à saúde, segurança e meio ambiente. Podem ser classificados
de acordo com a sua classe de perigo: perigo físico, perigo à saúde e/ou perigo ao
meio ambiente. Quando liberados no meio ambiente, geralmente devido a acidentes
ou vazamentos, os produtos químicos perigosos podem causar danos ambientais,
podendo tornar-se emergências ambientais.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE CARGA PERIGOSA E PRODUTO


CLASSIFICADO COMO PERIGOSO?

Comumente, as pessoas confundem carga perigosa e produto perigoso. Então vamos


entender a diferença.

Carga perigosa
Uma carga é considerada insegura ou arriscada quando
é transportada de modo inadequado, mal acondicionado,
empacotado e, ainda, sem a correta etiquetagem ou
documentação.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 21


Produto perigoso
Como mencionado anteriormente, o produto é perigoso
quando traz riscos para a saúde de pessoas (principalmente
os trabalhadores, que estão em contato direto com o
produto), segurança pública ou meio ambiente. Eles podem
ser gases comprimidos ou liquefeitos, inflamáveis, oxidantes,
venenosas, infecciosas, radioativas, corrosivas ou poluentes.

Produto Químico é uma substancia química, seja só, em mistura ou preparação,


fabricada ou obtida da natureza (Decisão 14/27 do Conselho de Administração do
PNUMA de 17 de junho de 1987 – Diretrizes de Londres).

Propriedades intrínsecas: Todo produto químico possui risco, mas que sob
determinadas condições de uso e manuseio podem ser controlados, minimizados,
porem nunca desprezados ou ignorados.

MATRIZ DE TRANSPORTE DE PRODUTOS QUÍMICOS

O gerenciamento da distribuição de produtos químicos envolve a discussão de


uma gestão segura do transporte na tentativa de controlar os riscos oriundos desta
atividade.

Conheça alguns itens que explanam algumas atitudes referentes à gestão segura do
transporte:

• As transportadoras têm atuado mais ativamente em ações de prevenção quanto à


qualidade e segurança da frota, e preparação de seus motoristas.
• A indústria tem mostrado a necessidade de ampliar as oportunidades de
capacitação dos colaboradores que trabalham no Setor de Transporte com
produtos químicos.
• A preocupação com o desenvolvimento de condições adequadas de trabalho para
os motoristas tem aumentado dentro da indústria química.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 22


Você sabe qual o principal modal utilizado para o transporte de produtos químicos
no Brasil?
a) ( ) Aéreo
b) ( ) Ferroviário
c) ( ) Dutoviário
d) ( ) Rodoviário
e) ( ) Aquaviário

O principal modal utilizado para o transporte de produtos químicos no Brasil é o


rodoviário.

Na figura a seguir, é possível entender o desequilíbrio da matriz de transporte nacional


que é predominantemente rodoviária, independente das faixas de distâncias (em
comparação com os EUA que serviu como benchmarking).

MATRIZ ATUAL E BENCHMARKING EUA (2018)

Fonte: LEGGIO, Comexstat, ANTAQ, Associadas ABIQUIM, Bureau of Transportation Statistics –


Freight Analysis Framework

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 23


MATRIZ NACIONAL EQUILIBRADA (DESEJÁVEL)

Fonte: LEGGIO, Comexstat, ANTAQ, Associadas ABIQUIM, Bureau of Transportation Statistics –


Freight Analysis Framework

Em estudo de logística realizado pela ABIQUIM e suas associadas,


identificou-se os benefícios de uma matriz de transporte
equilibrada, com a melhor utilização dos modais de transporte e
consequente aumento da competitividade das transportadoras
e embarcador, bem como a diminuição dos riscos inerentes às
atividades.

A título de exemplo, temos a jornada do motorista, tráfego intenso


nas rodovias, redução de emissões de gases de efeito estufa,
competitividade das transportadoras e embarcador, etc.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 24


INDICADORES DE ACIDENTES NO TRANSPORTE DE PRODUTOS
QUÍMICOS NO BRASIL

Todos os anos, a ABIQUIM publica os indicadores de acidentes envolvendo produtos


químicos entre suas associadas e transportadores.

ACIDENTES NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS


QUÍMICOS (POR 10.000 VIAGENS)

Indicadores do Programa de Atuação Responsável da ABIQUIM

A análise do histórico de dados demonstra uma redução significativa na taxa de


acidentes, que pode ser associada a uma série de iniciativas adotadas pela indústria e
seus transportadores. Veja:

• Criação do Comitê de Parceiros do Programa Atuação Responsável da ABIQUIM,


que engloba transportadores e outros operadores logísticos da indústria química.
• Implementação do Sistema de avaliação de saúde, segurança, meio ambiente e
qualidade (SASSMAQ).

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 25


• Difusão do programa “Olho vivo na estrada.

Chegamos ao final da primeira unidade deste curso. Nela aprendemos sobre os


principais dados estatísticos sobre transporte de produtos químicos.

ATIVIDADES

1. Julgue as afirmativas a seguir e marque a opção correta.


I - Os acidentes de trânsito estão entre as principais causas de mortes no mundo.
II - De acordo com a OMS, os acidentes de trânsito matam cada vez mais pessoas
em todo o planeta, com 1,35 milhão de óbitos por ano.
III - A OMS também ressalta a importância de infraestruturas mais seguras,
como pistas reservadas para ciclistas e motociclistas, assim como de reforçar as
condições de segurança dos veículos, como o controle eletrônico da estabilidade
e dos freios.
a) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.
b) ( ) Todas as afirmativas estão incorretas.
c) ( ) Somente a I está correta.
d) ( ) Somente a III está correta.

2. Leia as afirmativas e marque a opção incorreta.


a) ( ) Em seu relatório mundial sobre segurança nas estradas, a OMS afirma que os
acidentes de trânsito são atualmente a principal causa de morte entre crianças e
jovens com idades entre 5 e 29 anos.
b) ( ) De acordo com a OMS, o número de mortes nas estradas é menor nos países
ricos. Contudo, esse número vem caindo também em vários países de renda baixa,
trazendo bastante otimismo ao cenário mundial.
c) ( ) O risco de morte nas estradas continua sendo três vezes maior nos países
pobres em comparação às nações mais ricas.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 26


d) ( ) As taxas mais elevadas de mortalidade por acidentes de trânsito são na África
(26,6 para cada 100.000 habitantes) e as menores na Europa (9,3 para cada
100.000 habitantes).

3. Em relação aos acidentes de trânsito no cenário brasileiro, marque a opção


incorreta.
a) ( ) O relatório da OMS faz importantes atribuições a respeito do Brasil, como a
redução de mortes no trânsito após a instauração de leis mais rígidas contra a
união de álcool e direção (Lei Seca) e o início da obrigatoriedade de freios ABS em
todas as motos do mercado a partir de 2019.
b) ( ) O relatório da OMS coloca o Brasil na pior classificação referente ao limite de
velocidade em áreas urbanas.
c) ( ) O relatório da OMS sugere que todas as cidades do mundo adotem velocidades
máximas de 50 km/h nas áreas urbanas e 30 km/h em áreas residenciais e/ou
com grande circulação de pessoas.
d) ( ) De acordo com o Portal do Trânsito, as campanhas veiculadas na mídia e
o esforço voltado para a aplicação da lei, incluindo o combate ao uso de álcool
na direção, ainda são insuficientes para a redução de mortes por acidentes de
trânsito no Brasil. É o que mostra o Relatório Global da OMS sobre o Estado da
Segurança Viária 2018.

4. São substâncias ou artigos que podem apresentar ou não risco para a saúde
das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente. Elas podem ser
utilizadas, por exemplo, na fabricação de todos os bens de que necessitamos na
nossa vida diária, como: pasta de dente, colchão, sabonetes, etc.
a) ( ) Carga explosiva.
b) ( ) Produto químico.
c) ( ) Produto químico perigoso.
d) ( ) Carga perigosa.

UNIDADE I – DADOS ESTATÍSTICOS 27


UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA
GESTÃO DE RISCOS

Por que a Gestão de Riscos é tão importante na


movimentação de produtos Químicos?

Lembra-se da máxima: prevenir ainda é o


melhor remédio? Pois é, nada de remediar
quando o assunto é segurança.

Nesta unidade vamos entender a importância de conhecer antecipadamente os


perigos e ter ações preestabelecidas para o seu enfrentamento. Serão abordados os
conceitos de Gestão de Risco, metas, programas e atitudes que colaboram para a
redução dos acidentes.

CONCEITO DE RISCO

RISCOS INERENTES AO TRANSPORTE

O transporte de produtos químicos perigosos requer cuidados e regulamentação


específicos, devido aos potencias de riscos à segurança e ao meio ambiente quando
o transporte não é realizado de forma responsável e conforme as boas práticas e
regulamentos.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 28


Os riscos podem ser gerados tanto por circunstâncias acidentais, quanto por
ações intencionais e podem estar relacionados a problemas de infraestrutura,
mecânico, equipamento, comportamento dentre outros.

IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS PARA A INDÚSTRIA QUÍMICA


E SUA CADEIA LOGÍSTICA

Durante o século XX, o mundo foi marcado por diversos acidentes de grande impacto
envolvendo indústrias, processos de fabricação, manuseio e distribuição. Esses
acidentes resultaram na eliminação de negócios e na reestruturação de empresas.

Por certo, um único acidente com produto químico pode gerar a perda de vidas e causar
um forte impacto sobre o meio ambiente, exigindo décadas para a sua recuperação.

Diante disso, o grande desafio do século XXI consiste em definir como as organizações
industriais irão garantir a sustentabilidade de seus negócios. Um sistema de
gerenciamento de riscos que leve as organizações a uma condição ideal próxima ao
“nível zero em acidentes”, inclusive na distribuição, é elemento essencial da resposta
a esse desafio.

Em linhas gerais, os acidentes no transporte rodoviário podem ter diferentes causas,


singulares ou combinadas, tais como:

• Problemas tecnológicos
Unidades de transporte sem manutenção adequada ou muito velhos.
• Problemas de infraestrutura
Rodovias mal sinalizadas, mal conservadas ou com falhas estruturais de
pavimentação.
• Problemas com procedimentos e regulamentações
Exemplo: aplicação inadequada das legislações e dos procedimentos de gestão.
• Problemas de falhas humanas

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 29


Comportamentos inadequados levando a riscos desnecessários por diferentes
motivos, incluindo a falta de treinamento ou falta de profissionalismo etc.

PROGRAMAS DA ABIQUIM

ABIQUIM

Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), entidade sem fins lucrativos


fundada em 16 de junho de 1964, congrega indústrias químicas de grande, médio e
pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor nas áreas de logística,
transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências.

Estruturada para realizar o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos


específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha
as mudanças na legislação e assessora as empresas associadas em assuntos
econômicos, técnicos e de comércio exterior.

Para atender as demandas do setor, a ABIQUIM também conta com trabalhos das
comissões setoriais e temáticas, formadas por representantes das empresas
associadas e profissionais da própria entidade, que apoiam e executam as atividades.

PROGRAMA ATUAÇÃO RESPONSÁVEL


O programa Atuação Responsável®, adotado no Brasil em abril de 1992, estabelece
uma série de princípios a serem seguidos pelas empresas que aderem ao Programa,
visando ao estabelecimento de um processo de melhoria contínua nas áreas de saúde,
segurança e meio ambiente.

Para saber mais acerca do programa Atuação


Responsável®, basta acessar o seguinte endereço
eletrônico e assistir ao vídeo institucional do programa.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 30


BENEFÍCIOS DA ATUAÇÃO RESPONSÁVEL
• Empresas
• Melhoria na eficiência energética;
• Proporciona o uso de energias renováveis;
• Melhoria no desempenho de indicadores de negócio (ISE, Dow Jones, Ethos,
GRI);
• Melhoria na eficiência da gestão do negócio pelo melhor direcionamento
efetivo das oportunidades;
• Demonstra inovação;
• Torna o ambiente de trabalho seguro e saudável;
• Aumenta a transparência da organização;
• Reduz o risco de acidentes e os impactos ambientais;
• Garante o correto gerenciamento dos produtos químicos; e
• Amplia a comunicação com as partes interessadas.
• Colaboradores
• Avaliação adequada das atividades, levando a um ambiente de trabalho seguro
e saudável;
• Manuseio seguro de produtos; e
• Maior confiança na organização.
• Comunidade
• Segurança do ambiente local;
• Maior transparência;
• Redução de riscos de acidentes;
• Diminuição dos impactos ambientais.
• Sociedade
• Uso de produtos mais seguros;
• Proteção global do meio ambiente;
• Redução do risco de acidentes maiores; e
• Maior conteúdo de informações e garantia de um futuro sustentável.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 31


Principais publicações

SASSMAQ

O Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade (SASSMAQ)


aplica-se a todos os prestadores de serviços na área de logística que envolvam
produtos químicos, perigosos e não perigosos.

Qual o objetivo do sistema?

O sistema objetiva oferecer informações rápidas e precisas e tornar mais ágil o


processo de qualificação e contratação dos prestadores de serviços. O programa
“Olho vivo na estrada” é um dos requisitos/itens do SASSMAQ que prevê entender se
as transportadoras têm programas de gestão do comportamento dos motoristas a fim
de reduzir seus riscos.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 32


O QUE É?

O SASSMAQ é uma ferramenta de gestão que possibilita uma avaliação de desempenho


dos prestadores de serviços da indústria química nas áreas de saúde, segurança, meio
ambiente e qualidade ligado a um meio de transporte ou operação logística específica.

As empresas químicas precisam garantir-se de que essas operações são conduzidas de


maneira segura, com qualidade e respeitando as legislações específicas, preservando
a segurança dos colaboradores do público e do meio ambiente.

O SASSMAQ é um sistema de avaliação amigável com os sistemas de gestão


ISO, série 9001/18001/14001...

ÁREAS DE AVALIAÇÃO

• gerenciamento;
• saúde, segurança e meio ambiente;
• equipamentos;
• planejamento das operações;
• segurança patrimonial e confidencialidade; e
• inspeção local.

CLASSIFICAÇÕES DOS ACIDENTES NO TRANSPORTE


RODOVIÁRIO

Vamos, primeiramente, saber no que consiste os acidentes no transporte rodoviário.

Define-se acidente no transporte rodoviário, aquele evento não planejado que ocorre
durante a movimentação rodoviária de produtos classificados ou não como perigosos,
embalados ou a granel e que ocasione perdas materiais ou pessoais e ou danos ao
meio ambiente e consequentemente à imagem do produto ou da Indústria.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 33


A seguir estão os possíveis impactos negativos de um acidente. Decerto, ocorrem
prejuízos:

• ao financeiro;
Custos na sua tratativa e perdas.
• à imagem da empresa;
Divulgação, comunidade.
• ao meio pessoal e familiar;
Autoestima e estrutura da família.
• ao material;
Equipamento e carga.
• ao meio ambiente.
Rios, ar, solo, animais, vegetais, homem.

Vejamos agora como se dá classificação de acidentes.

A ABIQUIM classifica os acidentes em seu Programa de Atuação Responsável em três


categorias:

Grave

Acidentes que apresentam consequências maiores à vida humana, ao meio


ambiente ou ao patrimônio.

Moderado

Acidentes que apresentam consequências significantes à vida humana, ao meio


ambiente ou ao patrimônio; ou quase acidentes com elevado potencial de causar
consequências maiores à vida humana, no meio ambiente ou no patrimônio.

Leve

Acidentes que apresentam menor consequência à vida humana, ao meio


ambiente ou ao patrimônio; ou quase acidentes de baixo/médio potencial

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 34


de causar consequências maiores à vida humana, no meio ambiente ou no
patrimônio.

Assim, todos os acidentes devem ser investigados e classificados quanto


aos possíveis danos. Para eliminar os acidentes sérios, os leves devem ser
investigados, corrigidos e ter ações preventivas implementadas. Nesse contexto,
eliminando a recorrência de acidentes pequenos, a probabilidade de ocorrência
de acidentes sérios fica menor.

EXEMPLOS DE FATORES CAUSADORES DE ACIDENTES

Em suma, os acidentes, inclusive os rodoviários, são desencadeados por um fator ou


combinações de fatores, aos quais geralmente denominamos causas de acidentes.
Vejamos alguns exemplos:

• Falta de Atenção à Condução • Deficiência ou não Acionamento do


• Desobediência à Sinalização Sistema de Iluminação/Sinalização
• Velocidade Incompatível do Veículo
• Falta de Atenção do Pedestre • Defeito Mecânico no Veículo
• Ingestão de Álcool • Não guardar distância de segurança
• Defeito na Via • Obstáculo Estático sobre a Via
• Condutor dormindo • Sinalização da via insuficiente ou
• Animais na Pista inadequada
• Avaria no Pneu • Mal Súbito
• Restrição de Visibilidade • Carga Mal Acondicionada
• Ultrapassagem Indevida • Ingestão de Substâncias Psicoativas
• Fenômenos da Natureza • Pista Escorregadia

Na análise das causas presumíveis dos acidentes graves, as mais citadas foram as do
gráfico a seguir:

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 35


Fonte: PRF - 2017 e 2018

Continue estudando!
No site da Polícia Rodoviária Federal (PRF), você encontra
dados importantes referentes aos diversos tipos de
acidentes e suas causas.

TIPOS DE ACIDENTES

Conheça os tipos de acidentes mais comuns:


• Colisão traseira • Capotamento
• Saída de leito carroçável • Colisão frontal
• Colisão lateral • Atropelamento de Pedestre
• Colisão transversal • Queda de ocupante de veículo
• Colisão com objeto estático • Atropelamento de Animal
• Tombamento • Engavetamento

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 36


• Incêndio • Derramamento de carga
• Colisão com objeto em movimento • Danos eventuais

META: ACIDENTE ZERO

Como vimos, o sistema de gerenciamento de risco inclui o programa "Olho vivo na


estrada”. O seu foco é o “homem e sua atitude”, a fim de mostrar uma metodologia de
conscientização aos motoristas quanto aos riscos do transporte e como isso afeta o
comportamento diário e os resultados dos acidentes.

COMO VIABILIZÁ-LO NA PRÁTICA?

Ocorrem entre 50 a 100 acidentes menores para cada acidente sério. E o segredo
nós já conhecemos, não é? Basta manter a atenção sobre esses acidentes menores,
considerando-os importantes, mesmo que suas consequências sejam também
menores.

Nesse contexto entra o conceito do Behavior Based Program (BBP)


ou Segurança baseada no comportamento.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 37


ACIDENTE

Fonte: PRF - 2017 e 2018

PIRÂMIDE DE DESVIOS
A pirâmide de desvios, também chamada de pirâmide de Heinrich, é um método que
relaciona o erro humano como uma das principais causas de acidentes.

Estudos apontam que a primeira pirâmide de desvios teve origem na década de 30.
Nestes, para cada 300 acidentes sem lesões observados, ocorreram 29 acidentes
com lesões leves e um acidente com lesão incapacitante.

O autor Herbert Willian Heinrich aborda, ainda, alguns exemplos de causas


predominantes de acordo com dados estatísticos. São eles:

• personalidade do trabalhador.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 38


• falha humana no exercício do trabalho.
• prática de atos inseguros.
• condições inseguras no local de trabalho.

Além disso, os estudos desse autor concluíram que, se uma atitude levava à outra, a
sequência de acontecimentos que levavam aos acidentes poderia ser interrompida ao
se remover uma peça do caminho.

Em resumo, essa pirâmide elenca o erro humano antes de qualquer outro fator causador
do acidente. Por isso a importância da prevenção, das atitudes, das habilidades e do
conhecimento na condução dos veículos. Além do mais, não se podem deixar de lado
outros fatores que envolvem o trabalhador, tais como:

• más condições alimentares; • pressão excessiva;


• doenças; • jornadas de trabalho excessivas;
• medicamentos que alteram a • falta de atenção;
percepção; • problemas de treinamento;
• uso de drogas lícitas ou ilícitas; • condições ambientais adversas;
• mal-estar físico ou emocional; • más condições de trabalho.

Quase 30 anos depois da criação pirâmide de


desvios de Heinrich, o engenheiro Frank Bird
Jr. publicou a obra “Damage Control”. Segundo
o último, quatro aspectos são considerados
fundamentais para o controle de perdas:
• informação;
• Investigação;
• análise; e
• revisão do processo.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 39


Assim, a Pirâmide de Bird concluiu que, para cada acidente com lesão incapacitante,
ocorriam:

• 100 acidentes com lesões não incapacitantes;


• 500 acidentes com danos à propriedade.

Na sequência, DuPont avaliou os estudos anteriores sobre prevenção de riscos e criou


a sua pirâmide de desvios, na qual passou a considerar que cada a 30 mil desvios,
ocorrem:
• 3 mil incidentes.
• 300 acidentes sem afastamento.
• 30 acidentes com afastamento.
• 1 acidente fatal.

Agora responda: o que há de comum ao


observar as três pirâmides?

Constata-se que a prevenção é a primeira


medida a ser tomada para se impedir
acidentes.

É válido ressaltar que o estudo das pirâmides


ajudou a reduzir o número de acidentes nos
últimos 70 anos, e também nos ensinou que
sempre é possível ter mais conhecimento.
É preciso levar em consideração que as
mudanças se sucedem com uma rapidez
inacreditável, alterando constantemente os
ambientes de trabalho.

Para saber mais acerca da pirâmide de proteção, basta


acessar o seguinte endereço eletrônico:

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 40


Com isso, findamos a segunda unidade deste curso. Nela, vimos a respeito da
importância da informação no tratamento dos desvios menores para uma efetiva
gestão de riscos.

ATIVIDADES

1. Julgue os itens a seguir e marque a opção correta.


I - O transporte de produtos químicos perigosos requer cuidados e regulamentação
específicos, devido aos potencias de riscos à segurança e ao meio ambiente
quando o transporte não é realizado de forma responsável e conforme as boas
práticas e regulamentos.
II - Os riscos podem ser gerados tanto por circunstâncias de falhas humanas.
III – O grande desafio do século XXI consiste em definir um sistema de
gerenciamento de riscos que leve as organizações a uma condição ideal próxima
ao “nível zero em acidentes”, inclusive na distribuição.
a) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.
b) ( ) Todas as afirmativas estão incorretas.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a II está correta.

2. Os comportamentos inadequados que podem levar a riscos desnecessários por


diferentes motivos, incluindo a falta de treinamento ou falta de profissionalismo,
refere-se a:
a) ( ) Problemas tecnológicos.
b) ( ) Problemas de infraestrutura.
c) ( ) Problemas com procedimentos e regulamentações.
d) ( ) Problemas de falhas humanas.
e) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 41


3. A Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM):
a) ( ) É uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 16 de junho de 1964. Ela
congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como
prestadores de serviços ao setor nas áreas de logística, transporte, gerenciamento
de resíduos e atendimento a emergências.
b) ( ) Está estruturada para realizar o acompanhamento estatístico do setor.
c) ( ) Promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria
química e acompanha as mudanças na legislação.
d) ( ) Assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de
comércio exterior.
e) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.

UNIDADE II – IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCOS 42


UNIDADE III – MOTORISTA
O GRANDE ALIADO NO COMBATE AO
COMPORTAMENTO INSEGURO NO
TRANSPORTE

Além de você, motorista, quem está preocupado


com sua segurança e bem-estar?

Quem pode gostar mais de você do que você


mesmo?

Nesta unidade é exemplificado o porquê de o motorista ser o principal responsável


no combate aos acidentes e aos comportamentos inadequados, bem como alguns
fundamentos da direção defensiva e os componentes que influenciam a segurança do
sistema viário e os principais fatores de risco.

PROFISSIONAL QUE PODE AJUDAR A EVITAR ACIDENTES

O programa “Olho Vivo na Estrada” é parte do trabalho realizado pela indústria química
visando à melhoria contínua em todas as etapas da cadeia produtiva.

O risco de acidentes pode ser reduzido com a implementação de tecnologias mais


avançada, leis e procedimentos. Mas, o comportamento humano ainda é o fator

UNIDADE III – MOTORISTA 43


mais crítico para a diminuição dos riscos de acidentes. Sem o comprometimento
do motorista, dificilmente se obterá sucesso na diminuição efetiva de acidentes.
Desta forma, é essencial o reconhecimento e respeito do papel deste profissional no
transporte seguro de produtos químicos.

Lembre-se

Um acidente com produto químico pode levar a um impacto de tamanha monta,


que pode até fechar uma empresa, impactando toda cadeia de valor (fornecedores,
clientes, funcionários, prestadores de serviços e seus colaboradores).

Por ser uma atividade diferenciada e de grande responsabilidade, o transporte


de produtos químicos deve ser realizado somente por profissionais treinados e
qualificados, e com atitude segura e responsável.

Colocando em prática todo conhecimento adquirido.

FUNDAMENTOS DA DIREÇÃO DEFENSIVA

A direção defensiva é o modo de dirigir a fim de evitar acidentes,


apesar das condições adversas e das ações incorretas de outros
motoristas ou pedestres, prevendo a possibilidade de ocorrer
acidentes e agindo instantaneamente para evitar que isso
aconteça.

ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL

Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui habilidade em
controlar o veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das

UNIDADE III – MOTORISTA 44


ações incorretas dos outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições
adversas de luminosidade, tempo, trânsito, veículo, via, motorista, passageiros e carga.

Daí se pergunta: todo acidente é evitável?

Em regra, SIM, porque sempre há algo que poderia ter sido feito por alguém que usasse
a razão e o bom senso.

Por certo, o motorista deve ter algumas qualidades imprescindíveis no momento de


executar a direção.

O MOTORISTA PROFISSIONAL NECESSARIAMENTE PRECISA E/OU


DEVE SER

• bem informado;
• cuidadoso;
• prudente; e
• observador.

Para tanto, ele precisa:


• conhecer normas e procedimentos;
• respeitar medidas de segurança;
• dirigir de forma preventiva e atenciosa;
• realizar o curso de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP);
• conhecer e respeitar as normas de trânsito e de transporte de cargas perigosas;
• verificar se todos os equipamentos obrigatórios estão em bom estado de
conservação;
• verificar o estado do veículo e da carga;
• conferir a posse e a validade da documentação obrigatória;
• verificar se os painéis de segurança e os rótulos de riscos estão colocados de
forma correta e visível;

UNIDADE III – MOTORISTA 45


• procurar sempre estacionar longe de outros caminhões, ou de lugares
congestionados, de pontes, viadutos e habitações;
• escolher antecipadamente o melhor itinerário e as alternativas de menor risco;
• preservar a segurança, a saúde, o meio ambiente e sua própria VIDA.

COMPONENTES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DE UM


SISTEMA VIÁRIO

O desempenho do motorista na condução segura de um veículo depende também de


fatores externos, dos quais ele não tem controle total. Características e conservação
das estradas, condições climáticas e atitude de outros motoristas são alguns desses
fatores.

Uma imagem a seguir representa uma interação entre esses elementos de forma
sistemática.

COMPONENTES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DE UM SISTEMA


RODOVIÁRIO

Fonte: http://pesquisarodoviascms.cnt.org.br//Relatorio%20Geral/Pesquisa%20CNT%20(2017)%20
-%20ALTA.pdf

UNIDADE III – MOTORISTA 46


FATORES EXTERNOS OU CONDIÇÕES ADVERSAS

Algumas situações são imprevisíveis. Por exemplo, todo motorista sabe que a luz deve
estar baixa ao cruzar veículos ou que as placas de sinalização repetem o alerta nas
rodovias exaustivamente, mas o motorista preventivo sabe que, mais cedo ou mais
tarde, um condutor descuidado irá esquecer tais procedimentos.

O esquecimento pode acontecer quando ambos estiverem cruzando a mesma rodovia


em sentido contrário. O que fazer nessa situação?

Condições adversas

São aquelas que estão além da capacidade de controle do motorista, exigindo


técnicas de direção preventiva que permitam antecipá-las.

Convém ressaltar que essas situações incontroláveis podem ocorrer a qualquer


momento. Para evitar que eles ocorram, o motorista precisa estar preparado para
reconhecê-las, identificar os perigos que estão associados a elas e aplicar as técnicas
preventivas adequadas.

As situações envolvem os seguintes contextos:


• luminosidade; • veículo;
• condições climáticas; • motorista;
• via; • passageiro.
• trânsito;

LUMINOSIDADE
Este é, infelizmente, um dos fatores adversos mais presentes nas estradas brasileiras.
As condições de iluminação, tanto natural como artificial, podem afetar a visão. Sem
que o motorista tenha condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco
muito grande de ocorrer acidentes.

UNIDADE III – MOTORISTA 47


Você deve estar se perguntando: mas é possível contornar a alteração súbita de
luminosidade?

Sim, se o motorista aplicar as técnicas de direção preventiva.


Vejamos como proceder em alguns casos:

Muita luminosidade Pouca luminosidade

• Utilizar o quebra-sol • Acender os faróis baixos

• Utilizar os óculos escuros • Aumentar a distância de segurança


em relação ao veículo da frente
• Manter limpo os vidros

Faróis altos em sua direção Faróis altos vindos por trás

• Desviar o olhar para a direita, • Desviar a cabeça


procurando a faixa branca
• Ajustar os retrovisores

UNIDADE III – MOTORISTA 48


CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

São fenômenos atmosféricos como chuva, vento, neblina, cerração, neve e granizo.
Além de dificultar a visão do motorista, também tornam a pista perigosa e tiram a
estabilidade do veículo.

Os problemas com as condições atmosféricas incluem:


• redução de visibilidade;
• redução do controle da direção;
• redução de aderência/atrito do veículo sobre o pavimento.

CONDIÇÕES ADVERSAS DA VIA

As condições adversas estão relacionadas com a construção e conservação das


vias. Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento,
buracos, desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista,
muito frequentes no país.

UNIDADE III – MOTORISTA 49


Fonte: Pesquisa CNT de rodovias (2019).

UNIDADE III – MOTORISTA 50


CONDIÇÕES ADVERSAS DO TRÁFEGO

As condições adversas do veículo relacionam-se a pneus gastos ou mal calibrados,


freios desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga, sinaleiras e faróis
com defeitos, espelhos mal regulados e/ou sujos, desajustados, vazamento de fluidos
e falta de revisão.

FATORES CONTROLÁVEIS (COMPORTAMENTAIS): DIFERENÇA QUE


PODE SALVAR VIDAS

COMPETÊNCIA

Competência é um pré-requisito importante para o transporte de produtos químicos


perigosos, a qual é composta pelo conhecimento, pela habilidade e pela atitude do
motorista. A falta de competência gera um alto fator de risco e contribui para ocorrência
de acidentes.

UNIDADE III – MOTORISTA 51


ESTADO FÍSICO E MENTAL DO MOTORISTA

O fator humano é preponderante na ocorrência de acidentes de trânsito. E isso


ultrapassa a questão da embriaguez ou do efeito das drogas. Sem dúvida, álcool
e drogas estão entre os principais causadores de acidentes, mas, como você verá,
outros elementos têm, também, participação decisiva nas ocorrências de trânsito.

De maneira geral, os aspectos psíquicos/emocionais e os físicos podem influenciar na


ocorrência de acidentes. Os mais comuns são:

Fadiga e sono

Uma pessoa cansada ou com sono não tem condições de dirigir. O cansaço
e o sono, muitas vezes, são mais fortes do que a vontade de permanecer
acordado e a pessoa adormece sem perceber. Assim, é importante descansar
nos momentos de folga, para poder dirigir com mais tranquilidade durante a
jornada de trabalho. Em resumo, um motorista cansado não tem condições de
dirigir com segurança.

UNIDADE III – MOTORISTA 52


Álcool e Drogas

Para dirigir com segurança, o motorista precisa contar com boas condições
físicas e mentais, e o álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga
depressora do sistema nervoso. Após beber, o motorista pode se envolver em
acidentes, pois o álcool afeta o cérebro, diminuindo o senso de cuidado, tornando
lentos os reflexos, prejudicando a visão, a audição, enfim, comprometendo toda
a capacidade para dirigir. Uma estatística preocupante: a cada cinco brasileiros,
dois serão vítimas de acidente de trânsito provocado por um motorista dirigindo
sob efeito de drogas ou álcool. Na prática, isso significa que 40% das pessoas
que você ama poderão se tornar vítimas de acidentes de trânsito provocados
por motoristas alterados por uso de drogas ou álcool.

Aspectos Emocionais

Os aspectos psíquicos/emocionais influenciam bastante na maneira de ser das


pessoas. Alguém que passou por uma emoção muito forte como, por exemplo, o
falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu comportamento alterado.

As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos emocionais. Assim, há


pessoas que se irritam com mais facilidade, outras são mais tranquilas, outras
ainda não se deixam abalar por fatos desagradáveis. Mas, independentemente
do tipo psíquico da pessoa, pode-se afirmar com certeza: ao dirigir irritado,
nervoso ou sob emoções fortes, o motorista pode causar acidentes. A melhor
atitude a tomar diante de um motorista agressor é, portanto, deixá-lo ir embora
para ganhar controle da situação. Você não pode prever o que ele é capaz de
fazer.

Outra condição que, assim como a raiva, poderá interferir em suas atitudes é o
estresse. O fato de você estar atrasado para um compromisso pode desencadear
uma situação de estresse. E isso poderá ganhar prioridade de atenção e mudar
sua forma de dirigir.

UNIDADE III – MOTORISTA 53


Com isso, finalizamos a terceira unidade no nosso curso. Aqui, vimos que o motorista
é o grande aliado no combate ao comportamento inseguro no transporte.

Que tal colocar em prática o aprendizado?

ATIVIDADES

1. São alguns cuidados imprescindíveis a serem tomados pelo motorista profissional


no momento de executar a direção, exceto:
a) ( ) Conhecer normas e procedimentos.
b) ( ) Realizar o curso de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP).
c) ( ) Verificar se todos os equipamentos obrigatórios estão em bom estado de
conservação.
d) ( ) Colocar a segurança, a saúde, o meio ambiente e a vida dos outros acima da
sua própria vida.

2. Um dos fatores adversos mais presentes nas estradas brasileiras é a iluminação, a


qual pode afetar a visão. Assim, sem que o motorista tenha condições de ver ou de
ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrer acidentes. Marque a
opção que apresenta uma técnica de direção preventiva nesses casos.
a) ( ) Com muita iluminação, deve-se diminuir a distância de segurança em relação
ao veículo da frente.
b) ( ) Com pouca luminosidade, deve-se fazer uso do quebra-sol.
c) ( ) Com os faróis altos vindos por trás, deve-se fazer uso de óculos escuros.
d) ( ) Com os faróis altos vindos na direção do condutor, deve-se desviar o olhar para
a direita, procurando a faixa branca.

UNIDADE III – MOTORISTA 54


3. São aspectos psíquicos/emocionais e físicos que podem influenciar na ocorrência
de acidentes:
a) ( ) Fadiga e sono.
b) ( ) Álcool e drogas.
c) ( ) Irritabilidade, nervosismo e emoções fortes.
d) ( ) Todas as afirmativas estão corretas.

UNIDADE III – MOTORISTA 55


UNIDADE IV - ESTRUTURA DO
PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA
Espera-se que o processo de aprendizagem
tenha sido produtivo ao percorrer as unidades
anteriores. Vamos ressaltar alguns pontos
importantes vistos até agora:

• o cenário nacional e internacional


referente a transportes e acidentes de
produtos químicos;
• a importância em escolher a máxima: é
melhor prevenir do que remediar;
• os principais riscos e a importância
do entendimento do motorista sobre a
redução deles;
• a importância de reportar os
comportamentos inseguros/acidentes.

PAPÉIS E RESPONSABILIDADES

Vamos conhecer os papéis e as responsabilidades dos envolvidos nesta atividade.

Motorista

Responsável pelo registro e reporte dos comportamentos inseguros observados


nas estradas, com base nos requisitos do treinamento para motoristas do
programa “Olho Vivo na Estrada”.

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 56


Gestor do programa Olho Vivo (transportador)

Profissional da empresa de transporte responsável pela implementação do


programa “Olho Vivo na Estrada” na empresa, assim como pela análise dos
comportamentos inseguros observados pelos motoristas, planejamento e
implementação de ações de prevenção de acidentes.

Embarcadores

Empresas produtoras e distribuidoras de produtos químicos associadas à


ABIQUIM, os embarcadores serão responsáveis pelo engajamento e adoção do
programa “Olho Vivo na Estrada” pelos seus prestadores de serviço de transporte,
assim como participar das ações de prevenção de acidentes promovidos pela
ABIQUIM.

ABIQUIM

Responsável pelo desenvolvimento, pela atualização e pela difusão do programa


“Olho Vivo na Estrada” para transportadores e embarcadores. Ela também será
responsável em promover a implementação de ações de prevenção de acidentes,
por meio de seu Comitê de Parceiros do Programa Atuação Responsável,
com base nas estatísticas apresentadas pelo SEST SENAT e avaliações de
transportadores e embarcadores.

SEST SENAT

Responsável pelo desenvolvimento dos treinamentos para o gestor do programa


“Olho Vivo na Estrada” e motorista do programa, em plataforma EaD. O SEST
SENAT é também responsável pelo desenvolvimento da plataforma digital para
coleta dos dados de comportamentos inseguros reportados pelos motoristas,
assim como pela disponibilização de dados estatísticos destes comportamentos
para os transportadores, embarcadores e a ABIQUIM.

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 57


FLUXO ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA

Prevenção de Acidentes com Base no Comportamento do Motorista:


• Conscientização da importância e objetivos do programa Olho Vivo na Estrada.
• Observação e relato dos comportamentos inseguros durante o transporte.
• Coleta de dados, analise estatística e de tendência.
• Implementação de ações, com base nas observações e tendências.
• Programas de incentivo para implementação de boas práticas e treinamento.
• Análises de causa e efeito, resultados obtidos em qualidade e segurança.
• Segurança e confiabilidade no transporte de produtos químicos.
• Proteção da vida, meio ambiente e sustentabilidade da cadeia de valor.

OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA

A TRANSPORTADORA

Deve definir um profissional que será o gestor do programa “Olho Vivo na


Estrada” da empresa. Este poderá ser o mesmo profissional responsável pela
área de qualidade, treinamento, melhoria ou atividades de maior afinidade
segundo avaliação da empresa.

Depois de definido o gestor do programa “Olho Vivo na Estrada”, ele deverá:

1. ser treinado por intermédio da plataforma de ensino virtual do SEST SENAT,


e implementar o programa na empresa conforme definido na seção “Papéis
e responsabilidades”.
2. planejar, viabilizar e manter o controle de treinamento dos motoristas por
meio da Plataforma de Ensino a Distância (EaD) do SEST SENAT, exceto
quando a empresa definir outro profissional para esta atividade (exemplo:
coordenador de treinamento, RH, etc.).

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 58


O MOTORISTA

• ser treinado no programa “Olho vivo na estrada” por meio da plataforma EaD
do SEST SENAT;

• observar os comportamentos inseguros durante sua jornada diária no


transporte rodoviário de produtos químicos;

• reportar os comportamentos inseguros observados mediante o aplicativo


SEST SENAT, ou mecanismo definido por sua empresa.

Importante

As anotações devem ser feitas durante um período de parada para almoço ou


descanso. Destaca-se que, quanto mais observações forem reportadas, melhor
será o entendimento das condições inseguras e das ações para preveni-las.
Lembre-se de que preservar vidas é o maior objetivo.

Além disso, não é necessário anotar o nome do motorista ou da transportadora.


O objetivo é anotar o comportamento inseguro e não ser “dedo duro”.

E, para finalizar, em nenhuma hipótese, é aconselhável realizar anotações


enquanto se dirige.

FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÕES

O formulário de observações traz algumas atitudes que devem ser seguidas


fielmente pelo motorista profissional em sua prática de dirigir. Assim, sempre
que ele observar algo diferente do itemizado abaixo ele precisa informar sua
empresa:

1. atentar-se à velocidade permitida para a via;


2. respeitar a sinalização;
3. não utilizar o farol baixo aceso nas rodovias e nos túneis;
4. dirigir sempre com o cinto de segurança;

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 59


5. manter distância segura do veículo à frente;
6. nunca transitar pelo acostamento;
7. nunca utilizar celular, rádio ou equipamentos eletrônicos;
8. nunca ultrapassar em local proibido ou inadequado;
9. sempre sinalizar as mudanças de direção.

Por certo, ao tomar atitudes como essas ao conduzir um veículo, a direção se torna
muito mais segura, mesmo quando há condições adversas nas vias de trânsito.

E, assim, chegamos ao final da última unidade deste curso, na qual conhecemos a


estrutura do programa “Olho Vivo na Estrada”.

RESUMINDO

Vimos neste curso o programa “Olho Vivo na Estrada”, o qual tem como objetivo prevenir
atitudes inseguras no transporte de produtos perigosos por meio da conscientização
dos motoristas no transporte de produtos químicos.

Por meio do gerenciamento de riscos, o programa pretende zerar o número de acidentes


nas estradas com produtos químicos. Conforme estudamos, o primeiro passo é
identificar mesmo as falhas menores, a fim de evitar as maiores, possibilitando, assim,
a adoção de ações preventivas ou corretivas.

Em suma, o mais importante neste estudo é compreender que os números referentes


a acidentes tendem a continuar os mesmos caso não haja mudanças de hábitos dos
próprios motoristas profissionais. Portanto, o que se deve levar em consideração
é o homem e suas atitudes. Estas, por sua vez, devem ser repensadas para o bem
maior. Dito isso, a possibilidade de sucesso no projeto é muito mais certa, com vistas
a construir uma sólida metodologia de conscientização dos motoristas quanto aos
efeitos trazidos pelas ações responsáveis no transporte e de entendimento em como

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 60


isso afeta o desempenho do dia a dia na direção e os resultados positivos concernentes
à diminuição dos acidentes.

E aí?! Qual a sua atitude frente a essas questões, caro profissional?

ATIVIDADES

1. É o responsável pelo registro e reporte dos comportamentos inseguros observados


nas estradas, com base nos requisitos do treinamento para motoristas do programa
“Olho Vivo na Estrada”.
a) ( ) Motorista.
b) ( ) Gestor do programa “Olho Vivo na Estrada” (transportador).
c) ( ) Embarcador.
d) ( ) ABIQUIM.

2. É o profissional da empresa de transporte responsável pela implementação


do programa “Olho Vivo na Estrada” na empresa, assim como pela análise dos
comportamentos inseguros observados pelos motoristas, planejamento e
implementação de ações de prevenção de acidentes.
a) ( ) Motorista.
b) ( ) Gestor do programa “Olho Vivo na Estrada” (transportador).
c) ( ) Embarcador.
d) ( ) ABIQUIM.

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 61


3. Quanto à operacionalização do programa “Olho Vivo na Estrada”, são deveres do
motorista, exceto:
a) ( ) definir um profissional que será o gestor do programa “Olho Vivo na Estrada”
da empresa.
b) ( ) ser treinado no programa “Olho Vivo na Estrada” por meio da plataforma EaD
do SEST SENAT.
c) ( ) observar os comportamentos inseguros durante sua jornada diária no transporte
rodoviário de produtos químicos.
d) ( ) reportar os comportamentos inseguros observados mediante o aplicativo SEST
SENAT, ou o mecanismo definido por sua empresa.

UNIDADE IV - ESTRUTURA DO PROGRAMA OLHO VIVO NA ESTRADA 62


Referências
ABETRAN. Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Disponível em: <www.
abetran.org.br>. Acesso em janeiro de 2016.

ABIQUIM. Associação Brasileira de Indústrias Químicas. Disponível em: <www.


abiquim.org.br>. Acesso em fevereiro de 2020.

ABTLP. Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos.


Disponível em: <www.abtlp.org.br>. Acesso em fevereiro de 2020.

ANDRADE, C. Manual para Primeira Habilitação de Condutores. Brasília: Senado


Federal, 2012.

ANTT. Resolução 5.232/2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento


Terrestre do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Disponível
em: <www.https://anttlegis.datalegis.inf.br>. Acesso em fevereiro de 2020.

BRASIL. Decreto n° 3.665, de 20 de novembro de 2000. Dá nova redação ao Regulamento


para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105). Disponível em: <www.planalto.
gov.br>. Acesso em janeiro de 2016.

___. Lei n° 13.097, de 19 de janeiro de 2015. Altera a Lei n° 9.503/1997, entre outros.
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro de 2016.

CONTRAN. Resolução no 556/2015. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso


em janeiro de 2016.

___. Resolução 691/2017. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro


de 2016.

___. Resolução 503/2014. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro


de 2016.

Referências 63
___. Resolução no 493/2014. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro
de 2016.

___. Resolução no 455/2013. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro


de 2016.

___. Resolução no 432/2013. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em


janeiro de 2016.

___. Resolução no 310/2009. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro


de 2016.

___. Resolução no 168/2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em


janeiro de 2016.

Referências 64

Você também pode gostar