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Educação presencial

AGENTE DE
TRÂNSITO
Conselho Regional Norte
Unidade Operacional B 76 - Santarém
Educação Presencial
Agente de Trânsito

Material do aluno

Outubro/2016

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Agente de trânsito: material do aluno.


– Santarém: SEST/SENAT, 2016.
177 p. : il.

1. Trânsito. 2. O Agente de Autoridade de Trânsito.


3. Operação de Trânsito. 4. Fiscalização de Trânsito. 5.
Legislação de Trânsito.6. Prática de Fiscalização.
I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte.
AGENTE DE TRÂNSITO

Unidade 1 – Trânsito........................................................................................................ 11
1 Panorama geral do trânsito..................................................................................................12
2 Legislação de trânsito no Brasil...........................................................................................13
3 O Sistema Nacional de Trânsito (SNT)..............................................................................14
4 A Política Nacional de Trânsito (PNT)..............................................................................17
5 O município como parte integrante do SNT.....................................................................20
Resumindo................................................................................................................................24
Consolidando conteúdos........................................................................................................25
Unidade 2 – O Agente da Autoridade de Trânsito.......................................................... 27
1 Quem é o agente da autoridade de trânsito.......................................................................28
2 Habilidades fundamentais para um agente da autoridade de trânsito............................29
3 Poder x Autoridade...............................................................................................................30
4 Relações humanas e qualidade no atendimento................................................................31
5 Comunicação,éica e cidadania............................................................................................32
Resumindo................................................................................................................................35
Consolidando conteúdos........................................................................................................35
Unidade 3 – Engenharia de Trânsito: Noções Básicas.................................................... 37
1 Engenharia de trânsito.........................................................................................................38
2 Educação para o trânsito......................................................................................................60
3 Primeiros socorros................................................................................................................64
4 Direção defensiva..................................................................................................................77
Resumindo................................................................................................................................83
Consolidando conteúdos........................................................................................................83
Unidade 4 – Operação de Trânsito.................................................................................. 85
1 Aspectos gerais da operação de trânsito.............................................................................86
2 Estrutura................................................................................................................................87
3 Operações rotineiras............................................................................................................87
4 Operações programadas......................................................................................................87
5 Operações emergenciais......................................................................................................87
6 Questão relacionada: mobilidade........................................................................................88
Resumindo................................................................................................................................88
5
Consolidando conteúdos........................................................................................................89
Unidade 5 – Fiscalização de Trânsito.............................................................................. 91
1 Fiscalização X Policiamento................................................................................................92
2 Fiscalização, engenharia e educação...................................................................................93
3 Agentes de trânsito: função e requisitos.............................................................................94
4 Central de operações............................................................................................................95
5 Qualidades e atribuições dos agentes de trânsito..............................................................95
6 Autuações, recursos e fiscalizações especificas..................................................................96
Resumindo................................................................................................................................98
Consolidando conteúdos........................................................................................................99
Unidade 6 – Legislação de Trânsito............................................................................... 101
1 Abrangência da legislação de trânsito..............................................................................102
2 Normas gerais de circulação e conduta............................................................................103
3 Habilitação...........................................................................................................................116
4 Infrações de trânsito...........................................................................................................120
5 Medidas administrativas....................................................................................................124
6 Penalidades..........................................................................................................................125
Resumindo..............................................................................................................................126
Consolidando conteúdos......................................................................................................126
Unidade 7 – Prática de Fiscalização.............................................................................. 127
1 Roteiro de instrução da prática de fiscalização................................................................128
Referências..............................................................................................................................129
Legislação de Trânsito - Leis.................................................................................................135

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Comprometido com o desenvolvimento do transporte no país, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos!

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APRESENTAÇÃO

Prezado aluno,

Desejamos boas-vindas ao curso de Agente de Trânsito! Vamos trabalhar juntos para


desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui!
O objetivo geral do curso é formar os agentes de trânsito que iniciam suas funções e ainda não
possuem experiência na área para executarem a contento um bom serviço para a sociedade.
O curso está dividido em sete unidades de aprendizagem para facilitar seu aprendizado. No
início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos
que se pretendem alcançar. Conheça abaixo a estrutura do curso:

Unidade Carga horária


1. TRÂNSITO 08 horas-aula
2. O AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO 08 horas-aula
3. ENGENHARIA DE TRÂNSITO: NOÇÕES BÁSI- 28 horas-aula
CAS
4. OPERAÇÃO DE TRÂNSITO 16 horas-aula
5. FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO 16 horas-aula
6. LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO 28 horas-aula
7. PRÁTICA DE FISCALIZAÇÃO 16 horas-aula
Total 120 horas-aula
Esperamos que este curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de
lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas
encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos!

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UNIDADE 1
TRÂNSITO

1 Panorama geral do trânsito

2 Legislação de trânsito no Brasil

3 O Sistema Nacional de Trânsito (SNT)

4 A Política Nacional de Trânsito (PNT)

5 Município como parte integrante do SNT


UNIDADE 1 – TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você conhece as leis de trânsito? Quais são os
princípios para exercermos com segurança nosso
Fonte: SEST SENAT
direito no trânsito?

Nesta unidade estudaremos como exercer com segurança nosso direito legítimo
de ir e vir no trânsito, com segurança. Para tanto, se faz necessário conhecer as leis,
compreendê-las, respeitá-las ao transitar com nosso veículo.

1 PANORAMA GERAL DO TRÂNSITO


Desde o início, os veículos de locomoção destinavam-se apenas ao transporte de bens,
depois passaram a ser usados para transportar o homem e seus pertences. E, também foram
desenvolvidos para transporte exclusivos de pessoas permitindo o deslocamento com
facilidade e rapidez.
Segundo historiadores, a construção de alguns impérios, como persa e romano, impulsionou
o desenvolvimento das estradas. Os primeiros relatos de congestionamentos apareceram na
Grécia Antiga, com reclamações da largura das ruas que eram insuficientes para o número de
pessoas e veículos. No fim do século XVI foi realizada a construção de estradas, essencial para
a integração do Império Romano. Já no século XIX, as estradas que mais se desenvolveram
foram às estradas de ferro.
Em 1771, surgiu o primeiro automóvel, invenção do francês Nicholas Cugnot, que se deslocava
a uma velocidade de 4 km/h. Nesse mesmo ano, aconteceu o primeiro acidente automobilístico
da história. O próprio Cugnot perdeu o controle da direção ao tentar fazer uma curva e, por
não ter freio, destruiu um muro no pátio de manobras no Quartel Real de Vicenes (França).
Foi o primeiro acidente automobilístico da história.
Em 1836, na Inglaterra surgiu a primeira lei de trânsito - a da “Bandeira Vermelha”. Limitava
em 10 km/h a velocidade máxima e obrigava que um homem precedesse o veículo com uma
bandeira vermelha para alertar os pedestres. Além dos dispositivos legais, também foram
criados meios para sinalizar e disciplinar o uso da via.
Em 1868, surge na Inglaterra um dispositivo para controle de tráfego com luzes coloridas, para
ser visto à noite, que funcionava a gás. O mecanismo era formado por duas hastes que eram
movimentadas por policiais: quando na horizontal, elas indicavam que os veículos parassem;
em 45 graus, eles deveriam seguir. Isto durou menos de um mês porque explodiu, ferindo o
policial que o manejava.
Em 1891, foi trazido de Paris para São Paulo, por Henrique Santos Dumont (irmão de Alberto),
o primeiro carro. Era um Peugeot, com motor Daimler, de patente alemã. Já o primeiro acidente
automobilístico aconteceu alguns anos depois em 1897, no Rio de Janeiro. O abolicionista José
do Patrocínio importou um carro e emprestou para Olavo Bilac que, sem ser habilitado, bateu
na primeira árvore que encontrou na Estrada Velha da Tijuca.
Em 1920, em Detroit, foi inventado o primeiro sinal de três cores que temos hoje, pelo policial
William Potts.
Como vimos, no decorrer dos anos, o trânsito ficou bastante dinâmico e para acompanhar essa
evolução se fez necessário instituir legislações que regulamentassem as questões do trânsito,
garantindo mais segurança para os motoristas e pedestres.

2 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO NO BRASIL


“A legislação de trânsito brasileira é vasta e rica em leis, decretos, resoluções, portarias que,
publicados no decorrer de 100 anos, nos permitem compreender o dinamismo do tema e sua
necessidade de revisão e de atualização permanentes. Isso porque, com o passar do tempo, os
costumes, as pessoas, as sociedades mudam e novas demandas devem ser atendidas”.
(CONTRAN/DETRAN/MINISTÉRIO DAS CIDADES)
Os termos empregados na Lei e sua forma de redação revelam as mudanças de paradigma que
se operam nas bases da sociedade e traduzem a função social da legislação de trânsito em cada
momento histórico.
A primeira Legislação de Trânsito Nacional foi o Decreto nº 8.324, de 27 de outubro de 1910.
Depois vieram outras publicações sobre o assunto, tais como, o Decreto-Lei nº 3.651, de 1941,
as Leis nos 5.108/1966 e 9.503/1997, os Decretos nº 2.613/1998, nº 4.710/2003 e nº 4.711/2003,
as Resoluções nº 01/1941, a nº 836/1997 e nº 01/1998 a nº 341/2010 do Conselho Nacional
de Trânsito (CONTRAN) e Portarias do DENATRAN de interesse dos órgãos e entidades do
Sistema Nacional de Trânsito (SNT) e da sociedade em geral.
O primeiro Código de Trânsito do Brasil, foi instituído pelo Decreto-Lei nº 3.671 de 25 de
setembro de 1941, depois veio o Decreto-Lei nº 5.452. de 1º de maio de 1943, a Lei n º 5.108
de 21 de setembro de 1966. E logo depois, o Código de Trânsito Brasileiro instituído pela Lei
nº 9.503 de 23 de setembro de 1997.

13
Para maior aprofundamento sobre o tema, favor
SAIBA acessar o link:
http://www.denatran.gov.br/publicações/
puvlicacao,asp

3 O SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO – SNT

O Sistema Nacional de Trânsito foi criado pelo Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9.503, de
23 de setembro de 1997, sendo considerado um conjunto de órgãos e entidades normativos,
consultivos e coordenador da política nacional de trânsito, responsável pela regulamentação
do Código de Trânsito Brasileiro e pela atualização permanente das leis de trânsito.

O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por
finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração,
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação,
habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação
do Sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e
de recursos e aplicação de penalidades (CTB, art.5º).

Vejamos a seguir um panorama dos órgãos com funções coordenadora, consultiva e normativa
do Sistema Nacional de Trânsito:

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FEDERAL ESTADUAL MUNICÍPIO
Órgãos normativos Coordenadores e CONTRAN CETRAN
Consultivos
Ministério das CONTRANDIFE
Cidades (órgão – Conselho de
Máximo – DEC. Trânsito – Estados/
4711) Distrito Federal
Art. 14 e 15 do CTB
Órgãos Executivos de Trânsito DENATRAN – DETRAN - Secretária Municipal
Departamento Departamento de de Trânsito art. 24
Nacional de Trânsito Trânsito dos Estados do CTB
e do Distrito Federal,
(Órgão Máximo) art. 22 do CTB
CIRETRAN
Res. 738/89 alterada
pela Res. 478 de 20
de Março de 2014
Órgãos Executivos de Rodoviá- DNIT – Fundação DER – Exemplo:
Departamento Departamento de
rios Nacional de Estrada de Rodagens CET- RIO
Infraestrutura de
Transporte (Res. Art. 21 do CTB Art. 21 do CTB
142/03)
Ministério dos
transportes art. 21
do CTB
Patrulhamento PRF (art. 20 do PRE
CTB)
Policiamento ostensivo PM art. 23 do Policia Militar/
CTB Prefeitura
Recurso JARI/ JARI - Junta JARI - Junta
CONTRAN Administrativa Administrativa
– Junta de Recursos de de Recursos de
Administrativa Infração Infração
de Recursos de
Infração
Fonte: DENATRAN

3.1 Nomenclatura e funções dos órgãos de trânsito


• Ministério das Cidades: os assuntos de sua competência são o saneamento ambiental,
os programas urbanos, a habitação, o trânsito e o transporte e mobilidade urbana. O
ministério das cidades é o coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito –
SNT, e a ele está vinculado o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.
• CONTRAN: Conselho Nacional de Trânsito (órgão máximo, Artigo 12 do CTB). É o
órgão responsável pela regulamentação do CTB - Código de Trânsito Brasileiro. Suas
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resoluções são válidas em todo território nacional e devem ser de conhecimento de
todos os condutores.
• Câmaras Temáticas: órgãos técnicos compostos por especialistas que estudam e
oferecem sugestões técnicas para as decisões do CONTRAN.
• CETRAN: Conselho Estadual de Trânsito - é o órgão máximo normativo, coordenador
e consultivo na área do seu respectivo estado.
ÌÌ Conforme Resolução Nº 244, de 22 de junho de 2007 os CETRAN e CONTRANDIFE
são órgãos colegiados, normativos, consultivos e coordenadores correspondente
ao Sistema Estadual e Distrital, componentes do Sistema Nacional de Trânsito,
responsáveis pelo julgamento em segunda instância dos recursos interpostos contra
penalidades aplicadas aos órgãos e entidades executivos de trânsito e rodoviários
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
• DENATRAN: Departamento Nacional de Trânsito (órgão máximo, Artigo 19 do CTB).
É o órgão responsável por fazer cumprir a legislação de trânsito e pela execução das
normas e diretrizes estabelecidas do CONTRAN.
• DETRAN: Departamento Estadual de Trânsito. Responsável pelo emplacamento e
registro de todos os veículos sob sua circunscrição, habilitação e identidade civil (Artigo
22 do CTB).
• DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Res. CONTRAN142/03).
• CIRETRAN: Circunscrição Regional de Trânsito.
ÌÌ Os diretores do DETRAN poderão delegar ás CIRETRANS de suas jurisdições os
poderes de sua competência (Resolução nº244, de 22 de junho de 2007).
• POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF): a ela compete o patrulhamento ostensivo e
a fiscalização em rodovias e estradas federais (Artigo 20 do CTB).
• POLICIA MILITAR RODOVIÁRIA ESTADUAL (PRE): Faz o policiamento ostensivo e
a fiscalização em rodovias e estradas estaduais.
• FUNDAÇÃO DER: Departamento Estadual de Estradas e Rodagem. Órgão análogo ao
DNIT, porém restrito a um estado da federação (Artigo 19 do CTB).
• JARI: Junta Administrativa de Recursos de Infração.
ÌÌ Conforme Resolução nº 233 de 30 de março de 2007, são órgãos colegiados que
respondem pelo julgamento de recursos impetrados pelos condutores de veículos
que se sentirem prejudicados pelas penalidades impostas. As JARI são instaladas
junto aos órgãos executivos de trânsito e executivos rodoviários da União, Estados,
Munícipios e Distrito Federal, cabendo a elas o julgamento dos recursos das
infrações.

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3.2 Objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
- Estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à segurança, à fluidez, ao
conforto, à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu cumprimento.
- Fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios técnicos, financeiros e
administrativos para a execução das atividades de trânsito.
- Estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações entre os seus diversos órgãos
e entidades, a fim de facilitar o processo decisório e a integração do Sistema.

4 A POLÍTICA NACIONAL DE TRÂNSITO


A Resolução 514, de 18 de dezembro de 2014, define a Política Nacional de Trânsito, seus afins
e aplicação, e dá outras providências. Vejamos a seguir a resolução:
RESOLUÇÃO Nº 514, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2014.
Dispõe sobre a Política Nacional de Trânsito, seus fins e aplicação, e dá outras providências.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Resolução institui a Política Nacional de Trânsito.
Art. 2º A Política Nacional de Trânsito, na abrangência da legislação em vigor, pelos seus
instrumentos legais, deverá constituir-se como o marco referencial do País para o planejamento,
organização, normalização, execução e controle das ações de trânsito em todo o território
nacional.
Parágrafo único. Constituem instrumentos da Política Nacional de Trânsito:
I – programa nacional de trânsito;
II – deliberações do Comitê de Mobilização pela saúde, segurança e paz no trânsito.
III – ações interministeriais integradas voltadas para a segurança viária.
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE TRÂNSITO
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS
Art. 3º A Política Nacional de Trânsito visa assegurar a proteção da integridade humana e o
desenvolvimento socioeconômico do país, atendidos os seguintes princípios:
I - assegurar ao cidadão o pleno exercício do direito de locomoção;
II - priorizar ações à defesa da vida, incluindo a preservação da saúde e do meio
ambiente; e
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III – incentivar o estudo e a pesquisa orientada para a segurança, fluidez, conforto e
educação para o trânsito.
SEÇÃO II
DOS OBJETIVOS
Art. 4º A Política Nacional de Trânsito tem por objetivos:
I - promover a melhoria da segurança viária;
II - aprimorar a educação para a cidadania no trânsito;
III - garantir a melhoria das condições de mobilidade urbana e viária, a acessibilidade
e a qualidade ambiental;
IV - fortalecer o Sistema Nacional de Trânsito – SNT;
V - incrementar o planejamento e a gestão do trânsito.
SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES
Art. 5º A Política Nacional de Trânsito é orientada pelas seguintes diretrizes:
I - da segurança de trânsito:
a) intensificar a fiscalização do trânsito viário, dos veículos e dos condutores;
b) fomentar projetos destinados à redução de acidentes de trânsito;
c) promover o aperfeiçoamento das condições de segurança veicular;
d) incentivar a renovação da frota circulante, com foco no uso de veículos com
elevado níveis de segurança passiva e ativa;
e) desenvolver e modernizar a gestão da operação e fiscalização do trânsito viário;
f) promover a melhoria das condições físicas do sistema viário: sinalização;
geometria; pavimento; passeios e calçadas de pedestres;
g) incentivar o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas em gestão e segurança do
trânsito;
h) padronizar, aperfeiçoar e produzir as informações estatísticas de trânsito;
i) estimular a regulamentação municipal de registro, licenciamento e circulação de
ciclomotores, bicicletas e veículos de tração animal;
II - da educação para a cidadania no trânsito:
a) articular e promover a educação para o trânsito no âmbito da educação básica;
b) articular e promover a capacitação de professores multiplicadores da educação para
o trânsito;
c) buscar parcerias com universidades e centros de ensino para promover a educação
e capacitação para o trânsito;
d) estimular a produção intelectual, tanto de obras científicas como de obras artísticas
e culturais voltadas para o trânsito;
e) aperfeiçoar e monitorar a formação de condutores;
f) promover e monitorar campanhas permanentes de utilidade pública com vistas a
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difundir princípios de cidadania, valores éticos, conhecimento, habilidades e atitudes
favoráveis ao trânsito seguro;
III - da garantia de mobilidade, acessibilidade e qualidade ambiental:
a) priorizar a mobilidade de pessoas sobre a de veículos, considerando os usuários
mais vulneráveis do trânsito como: crianças, idosos, pessoas com deficiência e com
mobilidade funcional reduzida;
b) estimular a edição de legislações municipais que regulamentem a construção,
manutenção e melhoria das calçadas, passeios que garantindo aos pedestres, conforto
e segurança ao transitar no espaço público, minimizando as inclinações transversais e
limitando as longitudinais em rampa;
c) incentivar o desenvolvimento de sistemas de transporte coletivo e dos não
motorizados;
d) fomentar a construção de ciclovias e ciclo-faixas;
e) promover o uso mais eficiente dos meios motorizados de transporte com incentivo
a tecnologias ambientalmente mais eficientes e desestímulo aos modos menos
sustentáveis;
f) promover nos projetos de empreendimentos, em especial naqueles considerados
polos geradores de tráfego, a inclusão de medidas de segurança e sinalização de
trânsito;
g) incentivar que os planos diretores municipais incluam o trânsito como temática
estratégica, com vistas a favorecer a fluidez do trânsito;
h) estimular a atuação integrada dos órgãos executivos de trânsito com os de
planejamento, desenvolvimento urbano e de transporte público;
i) incentivar o uso de veículos ambientalmente sustentáveis;
IV – do fortalecimento do Sistema Nacional de Trânsito – SNT:
a) estimular a integração de municípios ao SNT;
b) promover o desenvolvimento dos órgãos e entidades integradas ao SNT;
c) priorizar a reestruturação organizacional dos órgãos do SNT;
d) contribuir para a capacitação continuada dos profissionais de trânsito;
e) estimular o redimensionamento e adequação do quadro de recursos humanos dos
órgãos do SNT;
f) estimular a adequação dos recursos patrimoniais e materiais, com investimentos
e custeios adequados e modernos, para o melhor desempenho das competências do
SNT;
g) difundir experiências exitosas entre os órgãos do SNT;
h) fomentar a pesquisa e desenvolvimento na área de trânsito;
i) integrar planos, projetos e ações dos diferentes órgãos e entidades do SNT,
reforçando o caráter de sistema com alcance nacional;
j) revisar as normas e procedimentos, com vistas a modernizá-las e acompanhar as
melhores práticas nacionais e internacionais; 4
k) disponibilizar os estudos técnicos, estatísticas, normas e legislação de trânsito;
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V – do planejamento e gestão:
a) promover a criação de indicadores que permitam monitorar e avaliar os planos,
programas e projetos implementados;
b) estimular a criação de ouvidorias e outros canais de comunicação da sociedade
com os órgãos do SNT;
c) promover a articulação e a integração dos órgãos autuadores e arrecadadores de
multas de trânsito;
d) padronizar critérios técnicos, financeiros e administrativos das atividades de gestão
de trânsito;
e) definir estratégias e sistemáticas para a melhoria do controle da arrecadação de
multas de trânsito;
f) promover a articulação do governo federal com as diversas esferas de governo e
sociedade, com vistas a compatibilizar políticas, planos, programas, projetos e ações;
g) criar e manter sistemas informatizados integrados que promovam o fluxo de
informações entre os diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo
decisório e a gestão de trânsito;
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 6º Cabe ao órgão máximo executivo de trânsito da União a coordenação da implementação
da Política Nacional de Trânsito, bem como a formulação e aplicação do Programa Nacional
de Trânsito.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, no âmbito de suas
respectivas competências, deverão formular programas, projetos e ações em consonância com
esta Política Nacional de Trânsito.
Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 8º Fica revogada a Resolução CONTRAN nº 166, de 15 de setembro de 2004

5 O MUNICÍPIO COMO PARTE INTEGRANTE DO


SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO - SNT
O atendimento a algumas exigências do CTB é condição indispensável à integração de cada
município ao Sistema Nacional de Trânsito. Tais exigências estão expressas no Código, artigos
24 e 333, e em Resolução do CONTRAN.
A integração do município ao Sistema Nacional de Trânsito independe de seu tamanho,
receitas e quadro de pessoal. É exigida a criação do órgão de trânsito e da Junta Administrativa
de Recursos de Infrações - JARI, à qual cabe julgar os recursos interpostos pelos presumidos
infratores.

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Atualmente, encontram-se integrados ao SNT, cerca de 620 Municípios, mas inúmeros outros
encontram-se carentes de orientação e preparo para a introdução das mudanças exigidas. Para
implantação das orientações legais relativas à municipalização do trânsito, torna-se importante
validar e implantar princípios e modelos alternativos para estruturação e organização dos
sistemas locais, passíveis de adequação às diferentes realidades da administração municipal
no Brasil e viabilizar apoio técnico-legal e administrativo aos municípios.
A gestão integrada do trânsito e do transporte local é mais um fator impulsionador da
administração municipal eficaz já praticada nos municípios brasileiros.
Por fim, é necessário ter-se em mente a relação biunívoca do uso do solo com o trânsito e o
transporte, pois cada edificação gera uma necessidade diferente de deslocamento, que deve
ser atendida e, por outro lado, a movimentação de veículos, pessoas e animais interfere na
implantação e utilização das edificações.
O Código de Trânsito Brasileiro, prevê uma clara divisão de responsabilidades e uma sólida
parceria entre órgãos federais, estaduais e municipais. Os municípios, tiveram sua esfera
de competência substancialmente ampliada no tratamento das questões de trânsito. É no
município que o cidadão efetivamente mora, trabalha e se movimenta, ali encontrando sua
circunstância concreta e imediata de vida comunitária e expressão política.
Por isso, compete agora aos órgãos executivos municipais de trânsito exercer nada menos que
vinte e uma atribuições. Uma vez preenchidos os requisitos para integração do município ao
Sistema Nacional de Trânsito, ele assume a responsabilidade pelo planejamento, o projeto,
a operação e a fiscalização, não apenas no perímetro urbano, mas também nas estradas
municipais. A prefeitura passa a desempenhar tarefas de sinalização, fiscalização, aplicação de
penalidades e educação de trânsito.
Para os municípios se integrarem ao Sistema Nacional de Trânsito, exercendo plenamente suas
competências, precisam criar um órgão municipal executivo de trânsito, previsto no artigo
8º, do CTB e Resolução nº 106/99-CONTRAN, com estrutura para desenvolver atividades
de engenharia de tráfego, fiscalização de trânsito, educação de trânsito e controle e análise
de estatística. Conforme o porte do município, poderá ser reestruturada uma secretaria já
existente, criando uma divisão ou coordenação de trânsito, um departamento, uma autarquia,
de acordo com as necessidades e interesse do prefeito.
O art. 16, do Código de Trânsito Brasileiro, prever ainda que, junto a cada órgão de trânsito,
deve funcionar a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI), órgão colegiado
responsável pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades impostas pelo órgão
executivo de trânsito.
Para efetivar a integração do município ao Sistema Nacional de Trânsito, deverá ser
encaminhado ao Denatran:
• A legislação de criação do órgão municipal executivo de trânsito com os serviços de
engenharia do trânsito, educação para o trânsito, controle e análise de dados estatísticos
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e fiscalização;
• Legislação de criação da JARI e cópia do seu regimento interno;
• Ato de nomeação do dirigente máximo do órgão executivo de trânsito (autoridade de
trânsito);
• Nomeação dos membros da JARI, conforme Resolução n.º 147/2003 e 175/2005;
• Endereço, telefone, e-mail, fax do órgão ou entidade executivo de trânsito e rodoviário.
Segundo o art. 24 do Código de Trânsito Brasileiro, compete aos órgãos e entidades executivos
de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais,
e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de
controle viário;
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para
o policiamento ostensivo de trânsito;
VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis,
por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício
regular do Poder de Polícia de Trânsito;
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação,
estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as
multas que aplicar;
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas
a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e
arrecadar as multas que aplicar;
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e
arrecadando as multas nele previstas;
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias;
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de
veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos
serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de
22
arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à
unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de
prontuários dos condutores de uma para outra unidade da Federação;
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de
Trânsito;
XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do
tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, ciclomotores, veículos de tração e propulsão
humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando
multas decorrentes de infrações;
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal;
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob
coordenação do respectivo CETRAN;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores
ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas
de órgão ambiental local, quando solicitado;
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os
requisitos técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exercidas no Distrito
Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito.
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municípios deverão integrar-
se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 deste Código.
A Municipalização acarreta alguma vantagem como o aumento na arrecadação de multas é
algo que chama a atenção dos gestores municipais quando resolvem municipalizar o trânsito.
Ou seja, a cidade ter os próprios agentes de trânsito atuando nas infrações faz com que se
tenha uma melhor fiscalização e consequentemente um ganho na emissão de multas, que até
então era de responsabilidade do governo estadual.
Além disso, com as ações do setor de educação no trânsito, em pouco tempo os resultados
começam a aparecer de forma positiva. O setor de engenharia de tráfego desenvolverá projetos
para implementação de melhorias no sistema viário e estará constantemente avaliando os
impactos negativos gerados pela urbanização da cidade, procurando encontrar soluções
técnicas para minimizá-los. Este setor também é responsável pelos elementos que fazem parte
da via, como sinalização vertical (placas), horizontal (pinturas na via), semafórica, ondulações
transversais (lombadas), redutores eletrônicos de velocidade (radares) e bloqueio de vias para
realização de obras e eventos 23
De acordo com DENATRAN (2007), dos 5.568
SAIBA municípios existentes no Brasil, somente 850 estão
com o seu trânsito municipalizado. Para maiores
informações, acesse: www.denatran.go.br

Deve-se citar algumas desvantagens da Municipalização, quais sejam, a criação de uma


estrutura física para o gerenciamento do trânsito, pois exige pessoal qualificado e recursos de
grande monta. Necessário também orientação aos agentes de trânsito para que sejam evitados
abusos na emissão de autos de infração. Para a instalação de equipamentos para redução
de velocidade, são necessários estudos de viabilidade técnica, pois caso isto não ocorra, o
município poderá sofrer ações judiciais por parte dos condutores que se sentirem prejudicados.
Além disso, com o aumento na fiscalização de veículos e com as ações da educação no trânsito,
a longo prazo diminuem-se o número de multas aplicadas, pois os condutores começam a
respeitar mais as leis de trânsito.
Deve-se sempre estar atento a problemas que inevitavelmente ocorrerão e procurar minimizá-
los através de ações preventivas, como o treinamento constante de sua equipe, trabalhos de
orientação com condutores de veículos e campanhas educativas envolvendo a população da
cidade.

RESUMINDO
Devemos conhecer as leis, compreendê-las, respeitá-las para exercermos com segurança
nosso direito transitar com nosso veículo.
A municipalização do trânsito, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro, é um
processo obrigatório que todos os municípios terão que implementá-lo.

24
1) Marque a alternativa correta:
Qual o artigo do CTB que menciona sobre as competências dos
órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no
âmbito de sua circunscrição:
A) Artigo 25
B) Artigo 26
C) Artigo 24
D) Todas as opções estão corretas.

2) Quem é o responsável pela Educação no Trânsito?

( ) Agente de trânsito ( ) Autoridade de trânsito.

25
UNIDADE 2
O AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO

1 Quem é o agente da autoridade de trânsito

2 Habilidades fundamentais para um agente da


autoridade de trânsito

3 Poder x Autoridade

4 Relações humanas e qualidade no atendimento

5 Comunicação, ética e cidadania


UNIDADE 2 – O AGENTE DA AUTORIDADE
DE TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você sabe quem são agentes da autoridade de trânsito?
Qual o papel destes profissionais? O que é necessário
para tornar- se um agente dessa natureza? Quais são as
suas responsabilidades? Fonte: SEST SENAT

Nesta unidade estudaremos quem são os agentes da autoridade de trânsito, as habilidades


necessárias para o exercício de sua função, as questões relativas às relações humanas e a
qualidade no atendimento da função pública, bem como temas relacionados à educação
para o trânsito.

1 QUEM É O AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO


Mais do que ser um mediador no sistema de trânsito, o agente passa a ser um educador. O
objetivo de sua função é garantir SEGURANÇA e FLUIDEZ ao tráfego. Para isso, o trabalho
desenvolvido deve sempre priorizar a orientação aos usuários das vias.
Este contato direto com o público contribui para uma mudança de atitude dos cidadãos, e o
Agente passa a ser um disseminador e multiplicador de atitudes seguras no trânsito.
Independente das atribuições descritas para a execução do cargo, a experiência na fiscalização
de trânsito tem nos mostrado que esse profissional assume uma gama de atribuições, que
nunca imaginaria, para a manutenção da ordem no trânsito. Mais do que cumprir e fazer
cumprir a legislação no âmbito de suas competências, deve buscar a solução dos problemas
priorizando a orientação, e ao mesmo tempo, aplicando as penalidades previstas no CTB,
quando necessário.
Assim, na jornada diária o agente desenvolve atividades que vão desde a prestação de
informações à comunidade até a participação em operações especiais, como a blitz, por
exemplo.
Cabe destacar que compete ao Agente de Trânsito efetuar a fiscalização por infrações de
circulação, estacionamento e parada, previstas no CTB, salvo em situação de convênio de
reciprocidade com a Brigada Militar, o que permite assumir também as competências do
Estado, desde que não se constituam crimes de trânsito.
Por todas as relações estabelecidas, o agente de trânsito representa diretamente a Administração
Municipal, sendo elo entre a comunidade e o poder público. Por esta razão, todas as suas
atitudes e posturas representam a atitude do órgão de trânsito e reforçam, ou não, a imagem
deste último no Município.
Por estar na “linha de frente”, ou seja, na rua contatando todos os usuários, o agente torna-
se um receptor de todas as aspirações da comunidade, já que as informações que recebe
diariamente trazem elementos que podem ser importantes para uma reestruturação do espaço
público. Por outro lado, sua postura adequada nesse meio reforça uma imagem positiva para
toda a administração municipal. Dessa forma, sua aparência pessoal também é uma condição
importante para o exercício da função, posto que a primeira impressão é a que fica.
Finalmente, a conduta adequada do agente refletirá numa imagem positiva para toda a sua
categoria funcional. É preciso estar atento também para o inverso, uma vez que um desvio de
conduta pode comprometer todos os profissionais, já que há uma tendência a generalizações.

2 HABILIDADES FUNDAMENTAIS PARA UM AGENTE DA


AUTORIDADE DE TRÂNSITO
Para desempenhar todas estas atribuições é necessário estabelecer habilidades fundamentais
para o exercício da função, considerando que:
a) estará trabalhando com situações de conflito, posto que abordará condutores em situação
irregular. Esses, por sua vez, apresentam reações diferenciadas que podem comprometer a
segurança física do próprio agente;
b) relacionar-se-á com outros usuários das vias, orientando-os sobre formas indiscriminadas
de utilização do espaço, o que não gera necessariamente uma penalidade, mas tem implicações
nos hábitos das pessoas, que podem se sentir constrangidas, face à coação;
c) identificará obstruções não autorizadas na via ou mesmo situações de emergência que
necessite intervenção direta e mesmo penalização;
Frente às situações exemplificadas, podemos identificar
diferentes formas de contato entre o agente e os usuários, a
saber:
• contato visual (que acontece no caso de sinalização de
trânsito e do olhar do agente ao usuário);
• contato escrito (no caso de advertência ou autuação) e;
• contato verbal (situação de abordagem).

FONTE:Sinsenat.org.br 29
Independente da situação, o agente deve garantir segurança e fluidez ao trânsito. Para isso sua
atuação deve ser permeada pelas seguintes premissas:
• bom senso: tomar a atitude mais acertada para aquela situação;
• empatia: saber se colocar no lugar do outro;
• segurança: ter convicção do que está fazendo;
• conhecimento técnico: conhecer e aplicar corretamente a legislação;
• educação: tratar os outros como gostaria de ser tratado;
• autoridade: agir com determinismo, sem autoritarismo;
• postura: saber se posicionar frente às situações (físico e atitude);
• cordialidade: tratar os usuários de forma respeitosa;
• autocontrole: manter a postura e o controle emocional em situações de conflito.
Poderíamos ainda incluir no perfil desejável outras características que na verdade são
necessárias para qualquer função como, por exemplo, responsabilidade, solidariedade,
capacidade de comunicação, flexibilidade, maturidade, iniciativa, autonomia na tomada de
decisões, dentre muitas outras.

3 PODER X AUTORIDADE
Poder e autoridade são dois conceitos que podem ter o seu significado trocado: mas
atentamente, a diferença é fácil de ser percebida.
Quando obrigados a fazer algo em função da força ou
posição hierárquica que alguém ocupa, somos submetidos
ao poder. Quando estamos movidos pelo exemplo, pela
influência da pessoa, e pelo seu caráter, estamos submetidos
à autoridade.
O poder destrói relacões; a autoridade desgasta
relacionamentos. É facil lembrar com rancor de alguém
que nos influenciou pelo poder e lembramos com muito
carinho de pessoas que exerceram influência em nossas
vidas.
Relações de poder exigem certa subserviência, já uma relação de liderança pela autoridade dá-
se pelo oposto, dá-se por anuência, por consentimento. O líder pela autoridade empenha- se
em servir. Ele serve gerando nos seus colaboradores a confiança, pois sabe que sem a confiança
é impossível cultivar bons relacionamentos.
A confiança é a amálgamados relacionamentos, seja com os colaboradores ou com os clientes.
30
Sem confiança as famílias se dissolvem, as organizações tombam, os países desmoronam.
Na relação interpessoal existem duas dinâmicas em jogo: a tarefa e o relacionamento. Pelo
poder, executamos a tarefa porque somos impelidos. Pela autoridade executamos as tarefas
enquanto construímos as relacões. Pela autoridade percebemos que a vida gira em torno dos
relacionamentos.
Vamos pensar sobre o seguinte exemplo: se a autoridade dá ao ser humano a liberdade relativa
de trabalhar em uma organização que corresponda aos seus anseios, porque a maioria das
pessoas aluga seus talentos a empregadores que só conhecem o poder?
A resposta é: as pessoas aceitam tais condições porque, na maioria das vezes, não têm escolha;
precisam pagar as contas no fim do mês; mas, mesmo restritas estão exercendo seu poder
de escolha. Isso mesmo, ninguém as obriga a se manter em um emprego insatisfatório, mas,
de certa forma, a situação as leva a colocar o coração a serviço do compromisso assumido,
a serviço da sua sobrevivência e daqueles que dependem delas. Estão assim, colocando suas
opções a serviço de alguém e isso requer uma escolha e muito esforço. Poder ou autoridade
são comportamentos e comportamentos são escolhas, mesmo que relativas.

4 RELAÇÕES HUMANAS E QUALIDADE NO ATENDIMENTO


AO CLIENTE
Observando o mundo ao nosso redor, percebemos que as pessoas só vivem em grupos.
Estudando a evolução da humanidade, os cientistas concluíram que o homem sempre viveu
assim, desde que apareceu a vida na Terra.
Por mais que consigamos voltar no tempo, sempre veremos os homens vivendo em grupos,
reunidos à beira do fogo, abrigando-se em cavernas, caçando ou vagando em bandos de
um lugar para outro. Inúmeras pesquisas demonstram que viver em sociedade faz parte da
natureza humana, modifica-se e adapta-se de acordo com suas necessidades e aspirações.
Todo ser humano sente necessidades, as quais só podem satisfazer vivendo com outras pessoas,
tais como:
• ser reconhecido, isto é, ser levado em consideração pelos demais, e ser aceito por eles;
• ajudar aos outros, sentindo satisfação em colaborar.
• encontrar simpatia, amizade e amor em outras pessoas;
• sentir-se seguro, face aos perigos do presente e às incertezas do futuro;
• buscar novas experiências e novas sensações, fugindo da rotina;
É a sociabilidade que torna o homem, segundo Aristóteles, um animal social e político.
Social na medida em que jamais adotou a solidão como forma natural de vida; nunca procurou
ficar completamente isolado para viver e sobreviver. Político porque, vivendo com outros seres
de sua espécie, envolve-se nos destinos de seu grupo.
31
Nas sociedades são vários os espaços de socialização humana, e entre esses espaços que os
homens estabelecem entre si, está o trânsito. Analisando com maior amplitude a relação que o
ser humano estabelece com a via e com o veículo, percebe-se uma série de valores humanos –
entre eles o da responsabilidade, ou seja, são as pessoas que comandam as ações empreendidas
e as manobras realizadas nos veículos.
O trânsito é, sem dúvida, o resultado das aglomerações humanas, tendo surgido o veículo
justamente para facilitar o deslocamento, a comunicação e a interação entre os indivíduos e os
grupos. Como eficiente meio de transporte, facilita o intercâmbio comercial e cultural entre
os povos, propiciando um relacionamento mais intenso e contínuo, mesmo entre distâncias
maiores.
De acordo com o “Estúdio de Seguridad Del Trânsito de América Latina y Región del Caribe”,
90% dos acidentes ocorrem em função da falha humana, portanto é preciso analisar o assunto,
sobretudo, sob o ponto de vista do comportamento humano, atentando para os conflitos
interpessoais e intrapessoais que afetam a sociedade, refletindo no trânsito caótico das cidades,
isto é, o tema trânsito remete a princípios que permitem refletir sobre o homem e suas relações
sociais.
Para que se torne possível a convivência harmônica entre os indivíduos é necessária organização
e respeito aos direitos e deveres individuais e do grupo, esse comportamento envolve valores
(sociais, morais, éticos, religiosos) que determinam os seus procedimentos em todos os setores
da vida e fundamentalmente no trânsito.

5 COMUNICAÇÃO, ÉTICA E CIDADANIA


Ética e cidadania são dois conceitos essenciais para a sociedades humanas, pois estão
diretamente relacionadas às ações e atitudes e a forma como os homens interagem entre si.
Possuem significados diferentes, mas sofrem influência mútua.
A Ética é um ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do
grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. Etimologicamente, “ethos” significa “modo
de ser” ou “caráter”.

Fonte: http://www.mulher.com.br/sites/itodas.com.br/files/thumbnails/image/educacao-infantil-transito.jpg
32
Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres nos quais os cidadãos estão subordinados
em seu relacionamento com a sociedade em que vivem. O termo cidadania vem do latim,
civitas que quer dizer “cidade”.
Falar sobre ética não é tão fácil quanto parece, pois requer reflexões. Por exemplo: roubar
comida em um supermercado para alimentar os filhos que passam fome, é ético? Nesta
situação devemos levar em conta o valor “vida” (alimentar os filhos para que não morram) ou
o valor da propriedade privada?
A resposta para questões amplas e complexas como esta implica em tomadas de posição
valorativas (que envolvem valores tais como: igualdade, equidade, justiça). Ao pensarmos
eticamente, não podemos simplesmente dizer que algo é certo ou errado; bom ou mal; bonito
ou feio. Porque nem tudo na vida é uma coisa ou outra e ponto final.
Conforme o momento ou as circunstâncias, aquilo que parecia ser o certo (ou errado) pode
mudar.
No plano da ética, devemos sempre nos perguntar, por mais difícil que seja a resposta: “como
devo agir perante os outros?”.
Pensar sobre nossa conduta e sobre a conduta dos outros a partir de valores pode ser um bom
caminho. Por isso, podemos dizer que a máxima da ética é o bem comum.

Os dez mandamentos da Ética:


1.fazer o bem;
2.agir com moderação;
3.saber escolher;
4.praticar as virtudes;
5.viver a justiça;
6.valer-se da razão;
7.valer-se do coração;
8.ser amigo;
9.cultivar o amor;
10.ser feliz.

5.1 Por que falar em ética no trânsito?


Imagine que você esteja atrasado para chegar ao trabalho. Já faz quinze minutos que espera
por uma vaga para estacionar seu carro e nada. O estacionamento está lotado. Aí, você vê que
alguém vai sair. Oba! Você se aproxima da vaga, liga o pisca-pisca, aguarda.
Mas, de repente, sem você nem saber de onde, aparece um outro carro e entra naquela vaga.

33
Na sua vaga. Você fica maluco, tem vontade de xingar aquele “ladrão de vagas”. Foi você quem
chegou primeiro, quem esperou o outro sair. Além disso, está atrasado. Tem hora para chegar
no trabalho e seu chefe vai dar uma tremenda bronca. Então você buzina, faz gestos, grita que
a vaga é sua, que chegou antes... Mas o outro finge que você não existe. Sai do carro, fecha a
porta e vai embora.
Agora, uma pergunta: essa pessoa que entrou na vaga que você esperava teve um comportamento
certo ou errado? Talvez você tenha uma resposta imediata. E, provavelmente, sua resposta
será: é claro que a pessoa está errada. Mesmo não existindo uma lei determinando “quem
chegar primeiro tem direito a uma vaga”, a regra social é essa. Mas como é possível ter tanta
certeza ao emitir tal julgamento? E se a pessoa, realmente, não viu que você esperava pela
vaga? E se a pessoa estivesse distraída, preocupada, doente? E se fosse surda e não lhe ouviu?
Estes diferentes níveis de entendimento das ações nos remetem ao plano da ética.
É nesse plano que podemos refletir sobre os julgamentos e comportamentos, quando a intenção
é compreender o sentido de um ato atribuindo-lhe valor.

Fonte: www.autoescolateles.com.br/Imagens/DirDef18.jpg

Quando atribuímos valores a determinados comportamentos no trânsito, somos capazes de


ter mais tolerância, mais paciência, mais compreensão. Somos capazes de perdoar falhas, de
cooperar e de compreender que não há verdades absolutas. Quando temos esta compreensão,
certamente, podemos conviver melhor no espaço público e evitar conflitos.
Ética e cidadania são dois conceitos que interferem sobremaneira nas relações sociais e
que podem favorecer ou dificultar as relações humanas. No intuito de caminhar rumo aos
benefícios gerados por relações pautadas nesses dois conceitos é importante que todos busquem
desenvolver habilidades de comunicação para não comprometer a emissão e o recebimento
das informações evitando conflitos.
É nesse plano que podemos refletir sobre os
SAIBA julgamentos e comportamentos, quando a intenção
é compreender o sentido de um ato atribuindo-lhe
valor.”
Assista a este vídeo sobre ética e cidadania no trânsito:
https://www.youtube.com/watch?v=WNPvkczJsbQ

34
RESUMINDO
O agente da autoridade de trânsito é antes de tudo um educador. O objetivo de sua função
é garantir SEGURANÇA e FLUIDEZ ao tráfego. Para isso, o trabalho desenvolvido deve
sempre priorizar a orientação aos usuários das vias.
Independentemente da situação, o agente da autoridade de trânsito deve garantir
segurança e fluidez ao trânsito, portanto a sua atuação deve ser permeada por premissas
como: bom senso, segurança, empatia, educação, etc.
São vários os espaços de socialização que os homens estabelecem entre si; entre eles está
o trânsito. No trânsito são comuns as relações homem-homem, homem – via pública e
homem- veículo. Todas essas relações são permeadas por valores humanos, entre eles o
da responsabilidade.
Outros temas muito presentes no dia a dia do agente da autoridade de trânsito são a ética
e cidadania.

1 Marque a alternativa correta:


Qual das habilidades abaixo pertence ao agente de trânsito?

( ) Intolerância
( ) Poder

35
UNIDADE 3
ENGENHARIA DE TRÂNSITO: NOÇÕES BÁSICAS

1 Áreas de abrangência da engenharia de trânsito

2 Educação para o trânsito

3 Primeiros socorros

4 Direção defensiva
UNIDADE 3 - ENGENHARIA DE TRÂNSITO:
NOÇÕES BÁSICAS

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você sabe o que é engenharia de trânsito? Sabe qual a
diferença entre engenharia de trânsito e de tráfego? Fonte: SEST SENAT

Nesta unidade abordaremos assuntos relacionados à engenharia de tráfego, ao uso de


ações educativas e direção defensiva, necessárias para segurança no trânsito.
O tema sobre noções de primeiros socorros também será apresentado, pois nem sempre
é possível evitar situações de emergências no trânsito.

1 ENGENHARIA DE TRÂNSITO

Engenharia de Trânsito constitui o conjunto de


estudos e projetos de segurança, fluidez, sinalização e
operação de trânsito executados nas vias públicas.

Entende-se ainda por Engenharia de Trânsito o conjunto de estudos, projetos e serviços


referentes à sinalização de trânsito, cujo objetivo é disciplinar o uso e proporcionar as condições
seguras de utilização das vias públicas. Trata, principalmente, do Sistema de Circulação e
Estacionamento, da Sinalização de Trânsito e Gestão da Segurança no Trânsito.
Já o conceito de Engenharia de Tráfego é a área do conhecimento que tem como objetos o
planejamento, projeto geométrico e operação de tráfego em vias, suas redes, terminais, lotes
lindeiros e relações com outros modos de transporte.
Diferentemente da maioria das outras áreas da engenharia, a engenharia de tráfego trata
de problemas que não dependem apenas de fatores físicos, mas frequentemente incluem o
comportamento humano do motorista e do pedestre e suas inter-relações com a complexidade
do ambiente.
A Engenharia de Tráfego visa proporcionar a movimentação segura, eficiente e conveniente
de pessoas e mercadorias. Um conceito mais moderno para engenharia de tráfego seria
“Engenharia da Mobilidade”, que se baseasse em três fatores (Vieira, 1999): engenharia veicular,
engenharia viária e fatores humanos.
Para compreender como funcionam as engenharias de trânsito e de tráfego é importante que
se conheça os elementos do sistema de trânsito que serão tratados a seguir.

1.1 Elementos dos sistemas de trânsito


Em muitas bibliografias, o sistema trânsito é dividido em três partes: a via, o veículo e o ser
humano (usuário). Neste tópico aprofundaremos o conhecimento sobre a via, visto que veículo
e usuário serão apresentados em temas mais à frente do conteúdo.
VIA: O Código de Trânsito Brasileiro - CTB define como via a superfície por onde transitam
veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o
canteiro central, conforme ilustração:

Fonte: /www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/seguranca-no-transito/Segura16.jpg

Para efeito do CTB, as ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens, estradas e rodovias, as
praias abertas à circulação pública, e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos
por unidades autônomas são consideradas vias terrestres e seu uso deve ser regulamentado
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais
e circunstâncias especiais.
As funções das vias variam de acordo com o tipo de serviço proporcionado e conforme a
finalidade de deslocamento. Com relação a esse aspecto, duas definições são importantes:
mobilidade e acessibilidade.

39
• Mobilidade diz respeito ao atendimento à demanda de tráfego de passagem,
proporcionando fluidez no deslocamento de uma atividade a outra.
• Acessibilidade refere-se ao atendimento à demanda do tráfego local e ao acesso a uma
atividade específica.
Conforme o tráfego de passagem, as vias estão classificadas em:
• Urbanas:
ÌÌ Via de trânsito rápido: caracteriza-se por acessos especiais com trânsito livre,
sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
travessia de pedestres em nível. (Exemplo: Av. Castelo Branco).
ÌÌ Via arterial: caracteriza-se por interseções em nível geralmente controlada por
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais,
possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade. (Exemplo: Av. Ipiranga,
Bento Gonçalves, Farrapos, Sertório, Assis Brasil).
ÌÌ Via coletora: aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha
a necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.
ÌÌ Via local: caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada
apenas ao acesso local ou áreas restritas.
• Rurais:
ÌÌ Rodovias: via rural pavimentada
ÌÌ Estradas: via rural não pavimentada.

Malha viária: Entende-se por malha viária o conjunto das vias do município, classificadas
e hierarquizadas. Esta tem como função a mobilidade e acessibilidade, considerando os
aspectos de infraestrutura, do uso e ocupação do solo, dos modais de transporte e do tráfego
veicular. Na malha viária inclui-se, além das vias de trânsito rápido, arterial, coletora e local, as
ciclovias, ciclo faixas, passeios, calçadas, corredores e faixas exclusivas do transporte coletivo,
entre outras.
1.2 Sistema viário e sinalização
1.2.1 Sistema viário

É o conjunto de rodovias,
estradas e rodagens de uma
região ou estado.

40
A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT traz a definição de “sistema viário” no
verbete “rede viária”:

“Sistema viário é o
conjunto de vias,
classificadas, de um
sistema de rodovias,
ferrovias e/ou de outras
formas de transportes”
(ABNT, NBR 7082:2013).

A partir desta definição, estabeleceu-se que:

“Sistema Viário é o
conjunto de vias numa
determinada região”.

Portanto, entendemos que o sistema viário compreende as vias e os elementos da sinalização


viária que se utilizam tais como placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminoso
e eletrônicos em geral, dispositivos auxiliares, destinados a ordenar ou dirigir o trânsito de
pedestres e veículos.
Para que o sistema viário tenha funcionalidade é necessário realizar a gestão de todos os seus
elementos. Para compreendermos melhor sobre esta gestão, apresentaremos a seguir o tema
Gerenciamento de Tráfego.
Gerenciamento de Tráfego:
Considera-se gerenciamento de tráfego o processo de ajuste ou adaptação do uso de um sistema
viário existente, para atingir determinados objetivos, sem a construção viária substancial. Para
o gerenciamento do tráfego, algumas técnicas são utilizadas, a saber:
• alterações físicas no sistema viário;
• mão única (binários de trânsito), limites de velocidade, proibição de movimentos,
entre outros;
• informações aos usuários;

41
• cobrança pelo uso da estrutura urbana, como estacionamentos rotativos, dissuasórios,
pedágios em áreas centrais;
• medidas físicas como realocação do espaço, alterações de interseções, alterações na
superfície para controle de velocidade, provisão de travessias e mobiliário urbano.
Vale acrescentar que entendemos por mobiliário urbano todo o sistema de sinalização,
informação, iluminação pública, energia, comunicação, segurança e transporte, ornamentação
e acessórios implementados no espaço público.
Visando um melhor planejamento da cidade e da circulação, a engenharia necessita de
conhecimentos práticos para a elaboração de estudos e projetos de gerenciamento. Esses
conhecimentos incluem a coleta de dados, a análise de dados e o detalhamento do Projeto.
Para a elaboração do Projeto, são seguidos alguns passos, como os citados a seguir:
• elaboração do mapa de localização: planta que pode ser um cruzamento ou várias
vias formando a área de influência de trânsito;
• classificação funcional do sistema viário e uso do solo: delimita a área a estudar e
classificam-se as vias quanto à sua função;
• circulação e movimentos nas interseções principais: na planta deverá ser anotado o
sentido de direção existente da área e nas interseções os movimentos possíveis, a fim de
identificar o fluxo dos veículos e mesmo dos pedestres;
• contagens: é a quantificação dos fluxos de movimentos de veículos e pedestres.
Além dos passos a serem seguidos, há regulamentações especificas para o gerenciamento de
tráfego, como veremos abaixo.
Regulamentações Específicas Importantes ao Gerenciamento de Tráfego:
Considerando as ações pertinentes à engenharia de tráfego, podemos destacar algumas
regulamentações específicas estabelecidas pelo CONTRAN que definem competências e
normatizam a utilização de sinalização viária. Dentre elas, podemos citar:
Art. 24 do CTB, incisos II e III, define a competência do Município para planejar, regulamentar
e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover a segurança do ciclista,
bem como para implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os
equipamentos de controle viário.
Capítulo VIII, Art. 91 a 95 do CTB, da Engenharia de Tráfego, estabelece que o CONTRAN
regulamentará normas para a engenharia de tráfego em todo o território nacional. Define
ainda que nenhum projeto de edificação, que possa transformar-se em pólo gerador de tráfego,
poderá ser aprovado sem anuência do órgão com circunscrição sobre a via e sem que conste
área para estacionamento e indicação de vias de acesso adequadas. Define também quanto à
autorização para obras e eventos na via pública.

42
Anexo II do CTB: padroniza e especifica tipos de sinalização.
Resolução 39/98: fixa os padrões para a implantação de ondulações transversais (lombadas) e
sonorizadores nas vias públicas, em locais onde se pretende reduzir a velocidade dos veículos
de forma imperativa.
Resolução 599/82: fixa critérios e normas para a interpretação, uso e colocação de sinalização
vertical (Manual de Sinalização).
Resolução 666/86: fixa critérios e normas para a interpretação, uso e colocação de sinalização
horizontal (marcas viárias).
Resolução 561/80: estabelece sinalização complementar para obras na via.
1.2.2 Sinalização

O sistema de sinalização de trânsito é o conjunto


de sinais e informações direcionadas a condutores
e pedestres. As sinalizações orientam e oferecem
segurança e conforto aos usuários da via, além de
melhorar o fluxo no trânsito.

Segundo o art. 87 do Código de Trânsito Brasileiro CTB – Lei nº 9.503, de 23 de setembro


de 1997 (BRASIL, 1997) −, “os sinais de trânsito classificam-se em: verticais; horizontais;
dispositivos de sinalização auxiliar; luminosos; sonoros; gestos do agente de trânsito e do
condutor”.
Fique atento(a), pois o agente de trânsito precisa conhecer esse conteúdo com detalhes, e cabe
a você transmitir esse conhecimento.
a) Sinalização Viária
Vamos recordar como as sinalizações são classificadas?
Sinalização vertical: é formada por placas cujas cores, formas e dimensões estão regulamentadas
no Anexo II do CTB (BRASIL, 1997) e nas Resoluções nº 180, de 26 de agosto de 2005, nº 243,
de 22 de junho de 2007 e nº 486, de 7 de maio de 2014, que aprovam, respectivamente, o Manual
de Sinalização Vertical de Regulamentação, o Manual de Sinalização Vertical de Advertência
e Indicação, os quais descrevem a interpretação, o uso e a colocação da sinalização vertical de
trânsito nas vias públicas.
As placas de sinalização vertical podem ser de regulamentação, advertência ou indicação.
Vamos relembrar cada um desses modelos?

43
Placas de regulamentação
As placas de regulamentação indicam limitações, proibições ou restrições relacionadas ao que
podemos ou não fazer. São 51 placas diferentes, que se encontram nos perímetros urbano e
rural.
Sua forma básica é circular com fundo de cor branca, borda externa de cor vermelha e legendas
de cor preta − no caso de obrigatoriedade (29 placas) −, podendo apresentar tarja(s) de cor
vermelha que indicam proibição (20 placas).

Nas 49 placas somam–se duas exceções: a placa “R1 – Parada


DICAS

obrigatória”, que é uma placa oitavada, com fundo vermelho, orla


interna em branco e orla externa em triângulos isósceles com um dos
vértices apontados para baixo, fundo branco e orla em vermelho.

Nessas placas não é admitido acrescentar informação complementar; elas devem ser usadas
sozinhas, exclusivamente para regulamentar, respectivamente, a parada obrigatória e dar a
preferência, pois caso incorporadas à outra placa, seria impossível identificá-las.
Placas de Regulamentação

http://simuladodetranbrasil.com.br/wp-content/uploads/2015/02/placas-de-regulamentacao.jpg
44
Placas de Regulamentação

http://simuladodetranbrasil.com.br/wp-content/uploads/2015/02/placas-de-regulamentacao.jpg

Placas de advertência
As placas de advertência indicam perigo ou situações inesperadas na via. Essas placas são
quadradas, de fundo na cor amarela e símbolos e letras em cor preta. Além disso, possuem
a borda interna na cor preta e a externa em cor amarela, e são instaladas com uma de suas
diagonais na vertical.
Placas de advertência

http://www.topdiario.com/wp-content/uploads/2013/07/20130706placas-3.jpg

45
Placas de advertência

http://www.topdiario.com/wp-content/uploads/2013/07/20130706placas-3.jpg

As placas de “Sentido único”, “Sentido duplo” e “Cruz de Santo André” são as exceções dos
formatos apresentados como padrão. Observe:

http://towbar.com.br/loja/FotosProdutos_2/1885/D_350_350.03022010205835EbDEdVLK652.jpg

http://towbar.com.br/loja/FotosProdutos_2/1886/D_350_350.030220102058356Gh5gX920D2.jpg

http://www.geografos.com.br

46
No caso de sinalização especial de advertência para obras utiliza-se a forma padrão, mudando
apenas a cor (de amarelo para laranja).

http://aimore.net/placas/placa_de_transito_A-24.jpg

Placas de indicação
Indicam as vias e os locais de interesse, a fim de orientar os condutores quanto aos percursos,
destinos, distâncias e serviços auxiliares. Essas sinalizações têm caráter informativo ou
educativo e são divididas nos seguintes grupos:
• placas de identificação;
• placas de orientação de destino;
• placas educativas;
• placas de serviços auxiliares;
• placas de atrativos turísticos.
Placas de indicação

47
Sinalização horizontal
A sinalização horizontal é composta por linhas, marcações, símbolos e legendas, que são
pintados ou colocados nas vias com o objetivo de organizar o trânsito e complementar a
sinalização vertical de regulamentação, advertência ou indicação.
A Resolução nº 236, de 11 de maio de 2007 (CONTRAN, 2007) aprova o Manual de Sinalização
Horizontal, que descreve a interpretação, o uso e a colocação da sinalização horizontal de
trânsito nas vias públicas.
Esse conjunto composto por linhas, marcações, símbolos e legendas é chamado de marca viária
e tem como função regulamentar, advertir, informar ou indicar ao condutor e ao pedestre qual
é o comportamento ideal naquela via.
Características da sinalização horizontal
No Quadro 1 a seguir, você confere alguns dos padrões de traçados e cores da sinalização
horizontal.

Quadro 1 – Padrões de traçados e cores


Traçado Significado
Contínuo Linhas simples e contínuas, longitudinais ou transversais:
proibida a ultrapassagem em ambos os sentidos.
Tracejada ou seccionada Linhas simples com espaçamentos de extensão igual ou maior
que o traço: permitida a ultrapassagem em ambos os sentidos.
Símbolos e legendas Informações escritas ou desenhadas complementares à
sinalização: parar, permitido para cadeirante.
Cores Utilização
Amarela Regulação de fluxo de sentidos opostos, delimitação de espaços
proibidos de estacionamento e/ou parada, e marcação de
obstáculos.
Vermelha Utilizada para proporcionar contraste, quando necessário, entre
a marca viária e o pavimento das ciclofaixas e/ou ciclovias,
na parte interna destas, associada à linha de bordo branca ou
de linha de divisão de fluxo de mesmo sentido e símbolos de
hospitais e farmácias.
Branca Regulação de fluxo de mesmo sentido, delimitação de espaços
especiais destinados a estacionamento de veículos em
condições especiais, faixa de travessia de pedestre, símbolos e
legendas.
Azul Utilizada nas pinturas de símbolos de pessoas com deficiência
física, em áreas especiais de estacionamento ou de parada para
embarque e desembarque.
Preta Contraste entre o pavimento e a pintura.
48
A sinalização horizontal pode ser classificada em:
• marcas longitudinais: Separam e ordenam as correntes de tráfego;
• marcas transversais: Ordenam os deslocamentos frontais dos veículos;
• marcas de canalização: Direcionam a circulação de veículos;
• marcas de delimitação e controle de estacionamento e/ou parada: para áreas onde é
proibido ou regulamentado o estacionamento e a parada de veículos;
• inscrições no pavimento: Setas, símbolos e legendas.
Além disso, as marcas viárias podem apresentar diversos padrões que transmitem diferentes
significados:

49
Dispositivos de sinalização auxiliar
Dispositivo auxiliar é o conjunto de recursos (formas, cores, materiais de composição) que
são aplicados na via e que tem como finalidade melhorar a visibilidade da sinalização ou de
obstáculos à circulação. São eles:

Além desses, os seguintes dispositivos também podem ser elencados como auxiliares da
sinalização de trânsito:
• Pavimento: coloridos, rugosos, pisos franjados e ondulações transversais.
• Dispositivos de proteção contínua: grades de canalização e retenção, dispositivos
de contenção e bloqueio, defesas metálicas, barreiras de concreto e dispositivos
antiofuscamento.

50
• Dispositivos luminosos: painel eletrônico e barreira eletrônica.
• Dispositivos de uso temporário: cones, cilindros, balizadores, cavaletes, tapumes, fitas
zebradas, barreiras, gradis, bandeiras e faixas.
Sinalização semafórica
O semáforo pode ser veicular ou para pedestres. A sinalização semafórica é realizada por
meio de um semáforo, que tem por objetivo transmitir mensagens aos usuários da via pública,
informando a situação da via e regulamentando o direito de passagem de veículos e pedestres.
As cores dos semáforos são universais, mas cada cidade ou estado pode utilizar um modelo
diferente de semáforo, desde que faça parte do Manual de Sinalização Semafórica ou já esteja
homologado pelo Departamento Nacional de Trânsito – Denatran.
Sinalização de obras

http://www.cfcamazonia.com/placas/semaforica_arquivos/semaforo1.gif

As placas de sinalização de obras utilizam as sinalizações vertical, horizontal e semafórica,


além de dispositivos e sinalizações auxiliares (quando há obras na pista ou em calçadas).

http://www.dicasatuais.com.br/wp-content/uploads/2013/10/20130706placa7.jpg
51
Sinais por gestos
O objetivo dos gestos é sinalizar alguma ocorrência e diminuir o risco de acidentes.
As ordens emanadas por gestos de Agentes da Autoridade de Trânsito prevalecem sobre as
regras de circulação e as normas definidas por outros sinais de trânsito. Esses gestos podem
ser sinais sonoros usados pelos agentes de trânsito para controlar o fluxo de veículos. Vejamos
os tipos de sinais sonoros na tabela abaixo.

Tabela 2 – Tipos de sinais sonoros emitidos pelo agente de trânsito


Sinais de apito Significado Emprego
Um silvo breve Siga Liberar o trânsito em direção/sentido
indicado pelo agente
Dois silvos breves Pare Indicar parada obrigatória
Um silvo longo Diminua a Quando for necessário fazer diminuir a
marcha marcha dos veículos
Fonte: Adaptado de BRASIL, 1997.
Esses sinais sonoros somente devem ser utilizados em conjunto com os gestos dos agentes.
Já o sinal sonoro utilizado pelos condutores é a buzina dos veículos, que pode ser usada para
alertar situações incomuns no trânsito, como um pedestre que está atravessando a rua em
meio ao fluxo de veículos.
1.2.3 O que temos de inovação na área de sinalização trânsito?
As leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000 (BRASIL, 2000a), e nº 10.098, de 19 de dezembro
de 2000 (BRASIL, 2000b), estabelecem normas gerais e critérios básicos para a promoção de
acessibilidade de pessoas portadoras de necessidades especiais ou com mobilidade reduzida.
Com isso, algumas inovações surgiram na área de sinalização de trânsito.
Em seu Capítulo III, a Lei nº 10.098/2000 (BRASIL, 2000a) dispõe a respeito do desenho e da
localização do mobiliário urbano:
Art. 8º Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação ou quaisquer outros elementos
verticais de sinalização que devam ser instalados em itinerário ou espaço de acesso para
pedestres deverão ser dispostos de forma a não dificultar ou impedir a circulação, e de modo
que possam ser utilizados com a máxima comodidade.
Art. 9º Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equipados com
mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo
alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência
visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.
Art. 10º Os elementos do mobiliário urbano deverão ser projetados e instalados em locais
que permitam que eles sejam utilizados pelas pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida.
52
Além disso, a Resolução do Contran nº 304, de 18 de dezembro de 2008 (CONTRAN,
2008), discorre sobre as vagas de estacionamento destinadas exclusivamente a veículos que
transportam pessoas portadoras de necessidades especiais e com dificuldade de locomoção. No
anexo I dessa Resolução, está disponível o modelo de sinalização vertical de regulamentação
das vagas de estacionamento exclusivas para esses veículos.
Em alguns grandes centros urbanos existe também um sistema de monitoramento com
câmeras e painéis de trânsito e de informações aos usuários do transporte coletivo.
As imagens captadas pelas câmeras são projetadas em um painel, e a partir deste os operadores
enviam informações rápidas aos painéis de trânsito por meio de computadores. Assim, os
condutores recebem informações em tempo real sobre o trânsito e orientações a respeito das
vias públicas.

1.3 Taxas comparativas de acidentes trânsito


Em 2013 o Brasil foi o quarto país do mundo em número absoluto de mortes no trânsito
(43.869) e o 42º no ranking de mortes a cada 100 mil habitantes (22,5), segundo relatório
da Organização Mundial da Saúde - OMS. Esse quadro é pior que o de países como Somália,
Bangladesh e Haiti.
Ao analisarmos dados da Seguradora Líder, responsável por administrar o DPVAT, podemos
notar que o índice de mortes no trânsito, nos últimos anos, tem diminuído. Todavia, ainda são
alarmantes. Veja a estatística abaixo:

Fonte: Seguradora Líder/DPVAT, 2016 (dados de jan/2015 a dez/2015) 53


Na mesma pesquisa da Seguradora Líder, podemos identificar que o perfil predominante das
vítimas de acidentes fatais é de homens na faixa etária mais produtiva da vida. Veja os dados
abaixo e reflita sobre eles.

A OMS definiu cinco aspectos que fazem um país ter um trânsito seguro, são eles: respeito ao
limite de velocidade estabelecido na legislação, uso correto do cinto de segurança, do capacete
e da cadeirinha para crianças, além de não dirigir alcoolizado. Abaixo está o retrato do Brasil
quanto aos aspectos citados.

54
55
Aliado a todos esses dados, a Polícia Rodoviária Federal, em 2014, identificou que os acidentes
poderiam ter sido evitados se houvesse maior atenção por parte dos motoristas. Veja os dados
abaixo.

56
Diante da pesquisa supracitada, ficou identificado que 52,9% dos acidentes ocorreram por
causa da falta de atenção do motorista. Dessa forma, vamos apresentar a seguir, quais atitudes
o condutor deve adotar para evitar acidentes.

1.4 Como evitar acidentes de trânsito


Grande parte dos acidentes envolve mais de um veículo. No entanto, é sempre possível reduzir
as chances de que os acidentes ocorram. A seguir algumas dicas para evitar as colisões.
1.4.1 Tipos de colisão
Colisão traseira: Uma das principais causas de colisão traseira é o hábito de dirigir muito
próximo ao veículo da frente. Nem sempre o motorista da frente consegue avisar sobre a
manobra que pretende fazer, principalmente em situações inesperadas.
Outro motivo é a falta de consciência dos condutores para sinalizar previamente suas manobras
de conversão e parada repentina. Essas atitudes podem trazer consequências graves para o
veículo e seus ocupantes.
Quatro atitudes para evitar colisão traseira:
1. saiba o que fazer: Não fique indeciso, principalmente para entrar à direita ou à
esquerda. Planeje o seu trajeto com antecedência para não confundir o condutor que
vem atrás.
2. sinalize suas intenções: Informe, ao condutor que o segue, o que você pretende fazer.
Não deixe que ele tente adivinhar. Ligue o pisca-alerta (indicador de direção), pise no freio
lentamente para que as luzes das lanternas se acendam, avisando-o de suas intenções. Se
necessário, faça sinais com as mãos de maneira a melhorar a interpretação do que você
deseja transmitir.
3. pare suave e gradativamente: Muitos condutores, ao passarem do local em que iriam
parar, pisam repentinamente no freio e até tentam dar marcha a ré, sem lembrar que
existem outros veículos. Essa manobra obriga o condutor de trás a dar um golpe no
volante para não bater no seu, podendo projetar-se contra outros veículos.
4. não permita que veículos o sigam muito próximo. Use o princípio da cortesia e ajude-o
a ultrapassar, evitando os riscos de uma viagem interrompida por falta de percepção.
Facilite a ultrapassagem com a redução da velocidade e um ligeiro deslocamento lateral.
Colisão frontal: A mais perigosa das colisões é aquela que ocorre entre veículos que trafegam
na mesma direção, porém, em sentidos contrários. Nessa situação, a velocidade do choque é a
soma das velocidades dos veículos.
a. colisão frontal nas retas: a principal causa é a ultrapassagem em locais de pouca
visibilidade. Também é comum que os condutores não avaliem com precisão as relações
entre espaço, tempo, potência e condições do veículo, arriscando-se na ultrapassagem,
57
mesmo sem condições plenas de fazer a manobra.
b. colisão frontal nas curvas: a reunião de vários fatores (velocidade, tipo de pavimento,
o ângulo da curva, as condições de pneus) pode provocar a saída de um veículo da
sua mão de direção, empurrando-o para a contramão ou para o acostamento. A força
responsável por esse perigoso e indesejável deslocamento chama-se força centrífuga.
Quando um ônibus faz uma curva, descreve um movimento que os físicos chamam de
Movimento Circular, pois assemelha-se a um círculo. Ao fazer a curva, o ônibus tende a
sair lateralmente para fora da pista. A força que não deixa que o ônibus capote para fora
da pista é chamada de Força Centrípeta.
Quando o motorista utiliza incorretamente os freios ou entra na curva em velocidade
acima da permitida, corre sérios riscos de fazer com que a força centrípeta, que é provocada
pelo atrito dos pneus com o chão quando o ônibus faz a curva, não seja suficientemente
grande para segurar o ônibus na pista. Dirija com prudência, respeitando os limites de
velocidade e não submeta o equipamento (veículo) a uma condição para a qual ele não
está preparado. Em curvas para a direita, a força centrífuga empurra o veículo para a
esquerda, no sentido da faixa da contramão. Ao fazer uma curva para a esquerda, a força
o empurra para a direita no sentido do acostamento.
O que fazer para evitar colisões em curvas?
Curvas à direita: Reduza a marcha e a velocidade ao aproximar-se da curva, mantendo o seu
veículo no lado direito da faixa e bem próximo ao acostamento. Acelere suavemente ao entrar
na curva, pois a força do motor, ou força motriz, compensa a ação da força centrífuga.
Curvas à esquerda: Reduza a marcha e a velocidade ao aproximar-se da curva, mantendo o
seu veículo mais próximo do meio da pista. Acelere suavemente ao fazer a curva, para que a
força motriz compense os efeitos da força centrífuga.
Colisão lateral: muitos condutores afirmam que é mais fácil dirigir em uma rodovia do que
nas vias urbanas, devido à amplitude de visão. Essa informação, sob determinado aspecto,
parece coerente pois, dentro da cidade, o condutor cruza muitas vias e não tem visão ampla
e, em muitos casos, as construções, bancas de jornal, veículos estacionados irregularmente,
árvores etc., escondem outros veículos que passam em sentido transversal. Dessa maneira, o
condutor enfrenta risco maior de colisão lateral em áreas urbanas, justamente nos cruzamentos.
Estatisticamente, um terço de todos os acidentes de trânsito ocorre nos cruzamentos, e as
causas principais são:
- falta de visibilidade;
- desconhecimento e desrespeito às regras de circulação e conduta;
- manobras inesperadas de condutores de veículos;
- trânsito de pedestres.

58
Diante do conhecimento dos tipos de colisão, é importante que o motorista tenha atitudes que
previnam os acidentes. Ver, pensar e agir com conhecimento, rapidez e responsabilidade, são
os princípios básicos de qualquer método de prevenção de acidentes.
Veja a seguir como a adoção de medidas simples podem tornar o trânsito seguro, conforme
dados da OMS de 2009.
• dirija em condições adequadas. Antes de pegar o volante, tenha certeza de que está
em boas condições físicas e mentais para dirigir. Além de não ingerir bebidas alcoólicas,
é importante que o condutor esteja descansado e não faça refeições muito pesadas antes
de dirigir;
• obedeça a legislação. O simples ato de seguir a legislação pode fazer a diferença para
evitar acidentes no trânsito. O uso do cinto de segurança por todos os passageiros, assim
como rodar dentro da velocidade permitida e não atender o celular enquanto está na
direção são pequenas atitudes que aumentam a segurança e ainda evitam multas e perda
de pontos na carteira;
• preste atenção à sinalização. Fique atento aos sinais que indicam obras na pista,
desvios de rota e velocidade permitida. Também preste atenção ao semáforo, tomando
cuidado de não ultrapassar o sinal vermelho e nem acelerar no sinal amarelo;
• mantenha distância do carro à frente. Um fator comum em acidentes de colisão é o
motorista não ter tido tempo de desviar ou frear diante de um problema com o carro a
frente. Manter a distância segura dá mais tempo de reação para o motorista, dando mais
chances de evitar acidentes;
• mantenha a manutenção do carro em dia. Além do motorista, o veículo também
precisa estar em condições adequadas para o tráfego. Invista em manutenções preventivas
e corrija com antecedência problemas que possam surgir no carro;
• fique atento e ajude a evitar acidentes! Um condutor consciente pode fazer a diferença
na prevenção de colisões e outras fatalidades no trânsito, deixando o ambiente mais
seguro para motoristas e pedestres.
Além das medidas preventivas indicadas pela OMS, existem outras que podem ser adotadas
pelo condutor. São elas:
a. preveja o perigo: a previsão de situações de risco, que indicam a possibilidade de que
os acidentes aconteçam, deve ser efetuada com antecedência, podendo ser de horas, dias,
ou até semanas, caracterizando a previsão mediata;
b. descubra o que fazer: a mesma falha que provoca um acidente leve pode causar
um acidente fatal. Isso quer dizer que os acidentes, mesmo os pequenos, merecem ser
revistos, analisando-se o tipo de erro cometido, para afastar a possibilidade de repetição.
Muitas vezes, o acidente ocorre porque o motorista não agiu a tempo, não sabia como se
defender, ou ainda, porque desconhecia o perigo;
59
c. aja a tempo: além de estar consciente sobre as atitudes que devem ser tomadas, é
preciso saber agir imediatamente, não esperando para ver o que vai acontecer. Algumas
vezes, os acidentes ocorrem porque o motorista aguarda a atitude dos outros e presume
que os demais conheçam e respeitem as regras de trânsito.
Lembre-se que você, como motorista de ônibus, é sempre reconhecido como um profissional
de alta capacidade pelos outros condutores. Seu exemplo no trânsito pode ser importante para
a implantação de uma nova mentalidade.
Atitudes que valem para todos:
• para reduzir a velocidade é necessária cautela. Sinalize adequadamente e a tempo.
Indique sempre essa manobra;
• diante de um cruzamento, modere a velocidade e demonstre precaução. Tenha sempre
total controle sobre o veículo;
• mesmo que o semáforo esteja verde para você, não entre em um cruzamento se
houver risco para os seus passageiros ou para as outras pessoas e veículos;
• jamais desafie o outro condutor. Se você notar que alguém deseja ultrapassar, reduza
a velocidade e permita a ultrapassagem;
• evite freadas bruscas. Elas podem causar acidentes ou machucar seus passageiros;
• evite buzinar, principalmente se você estiver próximo a hospitais ou escolas. A buzina
deve ser utilizada apenas para alertar condutores ou pedestres, em caso de risco.
Nenhuma dessas atitudes do condutor são possíveis de acontecer se não houver educação no
trânsito, próximo tema a ser abordado nessa formação.
2 EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Embora o transitar não seja algo novo, e nem tão pouco a educação, o novo CTB traz questões
fundamentais para a rediscussão desse tema. Para tratar do trânsito e dos processos educativos
a ele relacionado, é necessário que nossos gestores e técnicos se deem conta de que o transitar,
nos dias atuais, não pode ser limitado a uma questão técnica, que considere e priorize apenas
o planejamento urbano, a regulamentação e operação da circulação ou a própria fiscalização
do sistema. É preciso haver ações coordenadas de gestão entre os componentes do Sistema
Nacional de Trânsito – SNT.
2.1 Coordenação de educação para o trânsito
A gestão do trânsito, em todo o território nacional, constitui ainda um grande desafio para as
municipalidades. O CTB, instituído pela Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997, estabeleceu novas
competências aos municípios, acenando uma nova visão de trânsito para os nossos dirigentes.
Especialmente, representa um importante instrumento para o exercício da cidadania, uma vez
que estabelece direitos e deveres, não apenas aos motoristas, mas aos diferentes usuários do
trânsito, como pedestres, ciclistas, empresas, administração municipal, etc.
60
Entre tantos avanços na nossa legislação, não poderíamos deixar de citar o papel atribuído
aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito - SNT na defesa do meio ambiente e da
vida. Especial atenção deve ser dada à educação no trânsito, que ganha espaço e adeptos
nos diferentes municípios, como alternativa viável, necessária e também obrigatória para a
construção de um trânsito mais seguro.
O trânsito envolve especialmente as relações estabelecidas entre os homens e o espaço, portanto,
trata-se da vida no meio ambiente. Certamente, outras questões também se relacionam com
esse transitar, são elas: a saúde, a política, a economia, as novas tecnologias, entre tantas outras
que poderíamos destacar. Enfim, essas e outras relações expressam uma forma de apropriação
desigual da cidade, posto que os modos diferentes de transitar, atrelados à economia, condição
social e física dos habitantes definirão a forma de circulação de bens e mercadorias. Esta
apropriação gera conflitos de interesses e, em última instância, acidentes.
O transitar, tão antigo quanto à própria existência humana, nunca foi tão questionado,
rediscutido e repensado. O direito de ir e vir com segurança, razão primeira estabelecida
no atual Código de Trânsito, necessita de ações concretas e atitudinais por parte de todos os
habitantes da cidade. Compreender o trânsito enquanto relação, significa repensar a forma
de apropriação da cidade e, em especial, repensar as relações que são estabelecidas nas nossas
esquinas, ruas, praças e avenidas. É por esta razão, que nos reportamos à educação no trânsito
como mais um instrumento (um eficaz instrumento) para construir novas relações nas nossas
cidades. Relações que priorizam os valores fundamentais de convivência humana como a vida,
o respeito ao espaço de cada um e ao meio ambiente.
2.2 Ações educativas de trânsito – conceitos
O Capítulo VI do Código de Trânsito Brasileiro torna-se um importante suporte para os
municípios. Em seu Artigo 74 e 76, fixa que a educação para o trânsito é direito de todos
e constitui dever prioritário dos componentes do SNT (Sistema Nacional de Trânsito).
Entretanto, é no capítulo II, do mesmo Código, que a educação no trânsito é instituída como
competência de todos órgãos e entidades do sistema, conforme segue:

"Compete aos órgãos e entidades executivos


de trânsito dos municípios, no âmbito de sua
circunscrição:
(...) X. Promover e participar de projetos e programas
de educação e segurança de trânsito de acordo com
as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN."

61
É neste sentido que a educação no trânsito e para o trânsito deve ser pensada, como um
direito. Direito de acesso a um conhecimento que garanta mais qualidade de vida para as
cidades. Desenvolver programas de educação para uma cultura de paz no trânsito deve ser tão
prioritário quanto planejar a cidade, uma vez que a transformação do espaço de circulação
exige uma transformação de atitudes por parte dos usuários. Em contrapartida, não é apenas a
exigência legal que deve nortear a ação do município. A responsabilidade para e com a educação
se dá na convicção de que uma mudança efetiva é possível. Assim, mais do que cumprir a lei, o
município deve repensar uma visão holística de cidade, que traga sustentabilidade e qualidade
de vida para todos os seus cidadãos. Não há dúvidas que, por meio da educação este caminho
se torne mais viável, mas não menos árduo.
Historicamente, a questão da educação no trânsito sempre foi atrelada às ações públicas.
Entretanto, embora muitas ações tenham sido desenvolvidas, de fato poucas conseguiram
atingir resultados mais concretos. Em primeiro lugar, pela abordagem dos projetos, campanhas
e programas e, em segundo, pela falta de indicadores confiáveis que pudessem mensurar sua
eficácia. Podemos dizer que a educação no trânsito é um caminho necessário, mas também
seria muito ingênuo garantir que somente ela poderia reverter a desalentadora realidade que
temos.
Da mesma forma, o caráter pontual de muitas das ações educativas de trânsito também pode
ser levado em conta quando questionamos a eficácia das propostas. Dito isto, é possível afirmar
que todas as ações educativas devem ser pensadas com base nos resultados que almejamos.
Por esta razão, já não basta fazer educação por uma questão legal, mas sim para buscar um
resultado efetivo. Se os municípios precisam garantir um trânsito seguro, este é o resultado
almejado.
Vale destacar também que a educação no trânsito não pode ser pensada de forma isolada. Ela
deve caminhar junto com as outras ações municipais no âmbito da engenharia e do esforço
legal. A partir daí, podemos destacar dois eixos norteadores para um programa de educação
no trânsito: uma ação planejada e permanente e uma ação interdisciplinar.
2.2.1 Premissas para o Planejamento de Ações Educativas de
Trânsito

Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabrasil2013/files/styles/interna_grande/public/fotos/979840-df12102015-dsc_2531_1.jpg?itok=X-9mHfVV
62
Para uma maior efetividade de projetos de educação no trânsito se faz necessário considerar
algumas premissas:
• desenvolver um Projeto de Cidade e não apenas de governo, discutindo sobre a cidade
que temos e a cidade que queremos construir;
• o órgão deve estar convencido que a educação é um processo que não traz resultados
imediatos, mas que se faz necessário para uma mudança cultural;
• a educação no trânsito exige ações coordenadas para os diferentes públicos, com
necessidades e expectativas diferenciadas;
• educação é diferente de marketing ou ação institucional. Obviamente a ação
institucional é de essencial importância para a imagem da administração pública.
Também é verdade que uma boa ação educativa reproduz efeitos positivos para a imagem
do órgão, entretanto a educação não pode ser pensada apenas com tal finalidade, pois é
possibilidade de mudança;
• deve haver engajamento e capacitação dos profissionais envolvidos;
• a ação do órgão deve ter abordagem permanente e não apenas pontual, se realizado na
semana do trânsito, em datas comemorativas ou em situações de acidentes. A educação
é prevenção.
• as ações devem ser planejadas, executadas e avaliadas para aplicabilidade correta e
eficiente dos recursos públicos;
• as propostas educativas devem ser voltadas aos públicos específicos da instituição,
com objetivos e metas pré-determinados;
• para o desenvolvimento de um programa de educação, o órgão precisa diagnosticar os
problemas da comunidade para propor ações de melhoria e mudança comportamental.
Nenhuma ação tem sucesso no “achismo”. Deve-se investigar as demandas reais e o que
determinada população espera do trânsito.
• as ações de educação devem acompanhar as outras áreas de atuação do órgão e vice-
versa, contribuindo para a melhoria do espaço público, para a engenharia, a fiscalização
etc;
• as ações devem enfatizar a educação para a cidadania e para a não-violência,
priorizando valores fundamentais à convivência humana;
• a história da educação no trânsito brasileiro tem mostrado que campanhas que
reproduzem apenas as regras não têm sido suficientes para mudar comportamentos.
É preciso ensinar além “do que fazer”, é preciso ensinar “a ser” no trânsito de nossas
cidades;
• é preciso desenvolver projetos educativos que oportunizem a construção de

63
comportamentos éticos e não apenas morais. Não basta obedecer é preciso desenvolver o
senso de respeito, colaboração, cooperação etc. Obediência não é o mesmo que respeito;
• tratando-se de projetos voltados às escolas, os valores da escola deverão ser coerentes
com os trabalhados pelos educadores, sob pena da ação não atingir os resultados
esperados. A abordagem na escola deve se dar numa perspectiva multidisciplinar e
transversal;
• a educação tem como princípio a pedagogia do exemplo, portanto a mensagem deve
ser incorporada por todo o órgão de trânsito;
• os valores a serem disseminados na proposta educativa devem ser coerentes e
praticados pelo órgão proponente da ação.
2.2.2 Valores Necessários à Educação para o Trânsito
• respeito à vida: que constitui o bem mais precioso de cada indivíduo. Todos têm
direito à vida;
• respeito ao meio ambiente: garantia de sustentabilidade e qualidade de vida;
• cidadania: promover a reflexão sobre o papel social e o agir consciente de seus direitos
e deveres;
• segurança: garantia de uma locomoção sem riscos. O direito ao trânsito seguro é o
primeiro assegurado no Código de Trânsito Brasileiro;
• cooperação: possibilidade de colaboração mútua, convivência no espaço;
• solidariedade: possibilidade de se colocar no lugar do outro, auxílio mútuo;
• democracia: respeitar o espaço de cada um, independente da sua condição.
Se nada do que foi apresentado até aqui for suficiente para evitar o acidente de trânsito, é
preciso que o agente de trânsito tenha noções sobre primeiros socorros, sinalização em caso
de acidentes e aspectos legais nas situações de emergência.
3 PRIMEIROS SOCORROS

Fonte: SEST SENAT


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Primeiros socorros são ações de ajuda imediata a
uma pessoa vítima de um acidente ou mal súbito,
cuja gravidade pode variar muito, chegando até ao
risco de morte. Normalmente, os primeiros socorros
são feitos ainda no local do acidente, até que o
socorro especializado chegue.

Conhecer uma sequência básica de ações de primeiros socorros nos ajuda a identificar o que
há de errado com a pessoa, o que podemos fazer para ajudá-la e como podemos agir nesses
primeiros momentos.
3.1 O que devemos fazer diante de um acidente?

Fonte: SEST SENAT

Em qualquer situação em que seja necessário prestar socorro, as seguintes atitudes deverão
SEMPRE ser tomadas:
Manter a Calma: controlar o nervosismo é fundamental na hora de prestar o socorro, pois
dependendo da situação tanto a vítima como outras pessoas, poderão estar nervosos e mais
uma pessoa nesse estado, definitivamente, não irá ajudar. O mais importante é pensar de forma
racional sobre o que deve ser feito. Isso é o que realmente fará diferença!
Pedir ajuda: Depois de ter conseguido manter a calma, o próximo passo antes de fazer qualquer
outra coisa, é pedir ajuda! Você pode fazer isso diretamente ou solicitar que outra pessoa o
faça. Mas não basta chamar a atenção de todos para que alguém chame a ajuda. Você deve
indicar uma pessoa específica para isso: “Ei! Você! Ligue para o 193 e peça ajuda!”.
Existem serviços de emergência que podem ser solicitados por telefone para assistência
especializada:

65
193 - Resgate do Corpo de Bombeiros: atende a vítimas presas nas ferragens; perigos
como fogo, fumaça, faíscas, vazamento de substâncias, gases, líquidos, combustíveis, ou
ainda locais instáveis como ribanceiras, muros caídos ou valas.
192 - SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: atende a qualquer tipo de
acidente, incluindo mal súbito em via pública ou rodovia e emergências ligadas à saúde
(parto, queda de pressão, aumento de pressão, etc.).
190 - Polícia Militar: atua sempre que ocorrer uma emergência em locais sem serviços
próprios de socorro.
191 - Polícia Rodoviária Federal.
147 - Polícia Civil.
Algumas localidades dispõem de serviços específicos que podem ajudar no atendimento,
como ambulâncias de hospitais, de serviços privados, de empresas, grupos particulares ou
voluntários.
É importante lembrar que não é necessário ter cartão telefônico ou crédito no celular para
efetuar chamadas para os serviços de emergência 192 (SAMU) e 193 (Corpo de Bombeiros).
Ao chamar o socorro, sempre que possível, responda às perguntas dos atendentes do chamado:
• tipo de acidente;
• quantos são e quais são os veículos envolvidos no acidente;
• gravidade aparente do acidente;
• número aproximado de vítimas envolvidas e se estão presas nas ferragens;
• se há vazamento de combustível ou de algum produto químico;
• endereço do acidente e ponto de referência.
3.1.1 Outras medidas importantes que devem ser adotadas
em casos de acidentes
Sinalização do local do acidente
A primeira atitude a ser tomada para assegurar a segurança do local é sinalizá-lo. Isso implica
em ações diferentes conforme o local em que ocorreu o acidente. Algumas regras são muito
importantes para evitar, inclusive, outros tipos de ocorrências:
• a sinalização deve ser feita a partir de um ponto em que as pessoas ainda não possam
ver o acidente. Com isso, elas terão tempo de desviar do acidente;
• sinalize todo o trecho de desvio do tráfego próximo ao acidente;
• mantenha sempre uma via segura para que os outros veículos possam passar;

66
• afaste os curiosos, mantendo uma pessoa para orientar os motoristas a não pararem
na via próxima ao acidente;
• em caso de acidentes de trânsito, use seu triângulo e os dos motoristas que estejam
circulando no local, enquanto o socorro não vem;
• seja qual for o elemento utilizado, lembre-se que ele deve ser de fácil visualização
e não pode oferecer riscos aos pedestres e nem aos motoristas que estejam circulando
próximos ao local do acidente;
• a pessoa que for fazer a sinalização deverá estar vestindo roupas coloridas que
contrastem com o terreno e devem ficar em um local lateral ao do acidente, sempre de
frente para o fluxo de veículos, agitando um pano colorido para alertar os motoristas que
estiverem transitando;
• se na contagem dos passos você encontrar uma curva, pare a contagem, caminhe até
o final da curva e então reinicie a contagem do zero. Curvas e lombadas atrapalham a
visualização de acidentes;
• se o acidente ocorrer no topo de alguma elevação, faça o mesmo para veículos que
estão subindo, pois estão sem visibilidade;
• em caso de atropelamento – Cuide para que os veículos que estão passando próximos
ao acidente continuem seu caminho, usando a pista que estiver livre, para evitar
atropelamentos. Isole o local do acidente e evite a presença de pessoas curiosas. Aqui
também vale a orientação de não mexer na vítima até a chegada do socorro;
• com risco de explosão – Em caso de acidentes envolvendo veículos transportadores
de gás, combustível ou qualquer outro material inflamável, deve-se interditar a via
totalmente;

http://4.bp.blogspot.com/_OK9GtIKMVGk/S6vALIHmdOI/AAAAAAAAAO4/J3DvlO2BbEQ/s640/Imagem1.jpg

Evitar perigos iminentes do acidente


Antes de iniciar as ações efetivas com a vítima e para que não haja o agravamento do acidente
inicial, deve-se prevenir novos acidentes, tais como:

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• cabos de eletricidade – É comum em colisões envolvendo postes, que cabos elétricos
se rompam e continuem energizados. Muitos desses cabos são de alta voltagem, podendo
causar sérios acidentes e mortes. Em hipótese alguma tenha contato com esses cabos
energizados. Nesses casos, o seguro é ficar dentro do veículo, desde que os pneus estejam
intactos e não haja mais nenhum contato com a superfície;
• óleos e obstáculos na pista – Se possível, espalhe terra ou areia sobre o óleo derramado
e retire pedaços dos veículos acidentados da pista ou outros objetos que por ventura
tenham se espalhado na via, evitando outros acidentes;
• vazamento de produtos perigosos – Neste caso, a pista deverá ser completamente
interditada por causa do risco de contaminação ou explosões. Sinalize o local, indicando
o acidente, para que as pessoas e os outros motoristas possam desviar;
• incêndio – Para evitar incêndio, desligue o motor do veículo acidentado, se for seguro
fazê-lo. Peça para que não fumem no local. Pegue o extintor de seu veículo e o deixe
pronto para utilização, mantendo uma distância segura do local de risco. Se houver risco
de incêndio e vítimas presas nas ferragens, peça para que os outros motoristas façam
como você, pegando os seus extintores e deixando-os prontos para acionamento no caso
de fogo, até que o socorro chegue ao local.

http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2010/10/11/carro-fogo.jpg

Uso correto de extintores de incêndio


Para cada classe de incêndio, existem extintores apropriados para combatê-lo. Primeiramente
relacionaremos as classes e logo em seguida a classificação de cada extintor.
• Classe A – combustíveis sólidos (madeira, papel etc.)
• Classe B – líquidos inflamáveis (gasolina, álcool etc.)
• Classe C – equipamentos elétricos (quadros elétricos, motores elétricos etc.)
• Classe D – metais combustíveis (magnésio, titânio etc.)

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Classificação dos extintores
Tipo de Extintor Classificação Capacidade Utilização
Pó químico para A, B e C 1 kg e 2 kg Rompa o lacre, aperte a alavanca
veículos e direcione o jato para a base das
chamas.
Espuma mecânica A e B 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Pó químico seco BeC 1, 2, 4, 6, 8, 10 Puxe o pino de segurança, retire
e 12 kg o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Água pressurizada A 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Gás carbônico BeC 6 kg Retire o pino e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas. Segurar na empunhadura e
nunca no difusor.
Fonte: CIMI, 2016
Em caso de incêndio doméstico, os extintores indicados são os extintores universais (utilizados
em incêndios das classes A, B e C), pois são os mais eficazes nesse tipo de incêndio. Não é
recomendado comprar um extintor que tenha mais de 6 quilos, por tornar mais difícil o seu
manuseio, devido ao peso..
Procedimentos em caso de incêndios:

• manter a calma;
• chamar os bombeiros (disque 193);
• combater o fogo no início;
• utilizar o extintor adequado;
• salvar vidas e não objetos;
• livrar-se de tudo que possa queimar;
• desligar a energia elétrica;
• usar lenço umedecido junto ao nariz;
69
• molhar suas roupas;
• não se colocar em situações de risco desnecessário.
3.2 As fases dos primeiros socorros
Existem fases no atendimento das vítimas de acidentes que precisam ser respeitados, conforme
o tipo de emergência. Vejamos:
3.2.1 Avaliar quem está precisando de ajuda
Avaliar alguém implica, principalmente, em identificar o tipo de ajuda que a pessoa precisa e
se você pode realizar. Essa avaliação irá determinar quais as próximas atitudes que deverão ser
tomadas.
Todas as ações de primeiros socorros dependerão do local do acidente, do tipo de problema
e da gravidade do caso. Assim, veja a seguir algumas ações específicas e como executar cada
uma delas.
Verificando a consciência
Pergunte o nome da vítima. Se a pessoa responder é sinal que está consciente e não há obstrução
na sua respiração. Basta verificar de tempo em tempo se há alterações até que chegue o socorro.
Você pode aproveitar que a vítima está consciente e tentar conseguir o máximo de informações
perguntando:
• Tem dores?
• Em que partes do corpo?
• Tem sensibilidade no corpo (sente tocar)?
• Apresenta outras lesões?
Essas respostas podem ajudar a verificar se houve alteração no estado geral da vítima até a
chegada do socorro e devem ser passadas aos socorristas.
Se a vítima responder algo sem sentido ou se estiver muito agitada, significa que seu estado de
consciência está alterado e as medidas iniciais serão muito úteis para proteção da pessoa até
que chegue ajuda especializada. Apenas procure evitar que a vítima se machuque ou machuque
alguém.
Se a vítima não responder é sinal que está inconsciente. Há uma série de causas que podem
produzir esse estado como um trauma físico - uma queda ou acidente automobilístico, uma
crise convulsiva, desmaio, afogamento, Acidente Vascular Cerebral - AVC, ou um trauma
psicológico – um choque emocional, entre outros. Caso você se sinta seguro ou tenha
treinamento específico, prossiga na avaliação e veja se há algo a mais para ser feito enquanto
aguarda socorro. Caso contrário, cuide do ambiente e reavalie a pessoa periodicamente.

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Avaliando as funções vitais
Se a pessoa está inconsciente, deve-se avaliar as funções vitais (respiração e pulsação) da
seguinte forma:
Respiração – verificar movimentos respiratórios do tórax, ouvir ruídos respiratórios ou sentir
o fluxo de ar. Em caso de parada respiratória, devem ser feitos os procedimentos de reanimação
da vítima imediatamente, caso você tenha esse treinamento e os equipamentos de proteção
individual necessários para tanto.

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Pulsação – para contar a pulsação, você deve colocar a ponta dos dedos na artéria carótida
(pescoço), ou na artéria radial (pulso). A parada cardíaca é caracterizada pela falta de pulsação,
ou seja, se você não conseguir encontrar a pulsação, significa que a vítima poderá ter tido uma
parada, e nesse caso ela precisa de compressões torácicas.

http://www.bombeirosemergencia.com.br/images/analis6.gif

Executando procedimentos básicos de primeiros socorros


Após a verificação da consciência e das funções vitais, comece a fazer contato com a vítima:
ouça o que ela tem a lhe dizer, seja paciente, solidário e vá descrevendo o que estiver fazendo
para que ela se sinta mais amparada e confiante em sua ajuda.
Em seguida, inicie o atendimento adequado ao tipo de problema apresentado. Veja os principais
tipos:

71
Obstrução das vias aéreas
Se a pessoa não estiver respirando e você notar obstrução de passagem de ar, abra a boca da
vítima com cuidado e, com os dedos, remova dentaduras, restos de comida, sangue, líquidos
e outros objetos que possam impedir a respiração. Em caso de acidente automobilístico,
verifique se o cinto de segurança está dificultando a respiração da vítima.
Nesse caso, e só nesse caso, você deverá soltá-lo, sem movimentar o seu corpo.
Parada cardiorrespiratória
Em caso de parada cardiorrespiratória, deve-se iniciar imediatamente a massagem cardíaca.
Coloque a vítima de barriga para cima e faça compressões torácicas contínuas na frequência
de, no mínimo 100 vezes por minuto. A massagem deve ser feita no osso esterno, localizado
entre as costelas, no meio do tórax. Coloque uma mão sobre a outra na metade inferior do osso
(entre a metade e a base) e faça uma compressão afundando o tórax em aproximadamente 5
cm.
Como a qualidade das compressões diminuem ao longo do tempo, sugere-se o revezamento
do socorrista a cada 1 minuto ou, pelo menos, antes de 2 minutos a fim de proporcionar
compressões de boa qualidade.
Sangramentos e hemorragia externa
Ocorre hemorragia quando há rompimento da pele e sangramento contínuo. A hemorragia
abundante e não controlada pode causar morte entre 3 a 5 minutos. Ao observar o sangramento,
faça pressão diretamente sobre a ferida; coloque um pedaço de gaze esterilizada, um lenço ou
um pano limpo na ferida e aperte firmemente com uma ou ambas as mãos. Na falta de tecidos
ou ataduras, tape a ferida com a mão ou com os dedos e faça pressão diretamente sobre ela.
Deixe a vítima deitada, lembrando que a parte do corpo que sangra deve ficar acima do resto
do corpo.
Quando houver sangramentos intensos nos membros e a compressão não for suficiente para
estancá-los, aperte a artéria ou a veia responsável pelo sangramento contra o osso, impedindo
a passagem de sangue para a região afetada.
Lembre-se que você não deve entrar em contato direto com o sangue ou fluidos corporais sem
luvas, para evitar eventuais contágios de doenças como a AIDS e Hepatite B e C. Caso ocorra
acidentalmente, assim que possível, lave bem a área e informe o fato aos profissionais de saúde.
Mantenha a vítima aquecida e calma e não dê líquidos ou alimentos a ela.
Fratura óssea
Fratura é quando um osso se rompe total ou parcialmente. A fratura pode ser fechada,
quando não há rompimento da pele, ficando o osso no interior do corpo; ou exposta, quando
há rompimento da pele e, consequentemente, hemorragia. As fraturas expostas acontecem
geralmente nos ossos longos, como fêmur, tíbia, fíbula, rádio, ulna e úmero.
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Não tente colocar no lugar o membro fraturado, somente o médico poderá fazê-lo. O melhor
a fazer nesses casos é acalmar a vítima, deixar a fratura imóvel e aguardar o socorro, pois
qualquer movimentação poderá agravar a lesão e causará muita dor. Apenas se você tiver que
deslocar a vítima, faça a imobilização do membro.
Queimaduras
Queimaduras são lesões na pele provocadas por frio, calor, radiações, produtos químicos,
eletricidade e fricção. Existem diferentes graus de lesões e uma mesma vítima pode apresentar
mais de um grau de queimadura ao mesmo tempo, ou seja, ela pode ter queimaduras de
primeiro grau (mais superficial, em geral, decorrente de exposição ao sol), segundo grau
(apresenta inchaço e bolhas, geralmente, devido a líquidos aquecidos) e terceiro grau (pele
carbonizada ou esbranquiçada).

http://www.culturamix.com/wp-content/uploads/2013/06/Dicas-Sobre-Quei. jpeg

Em qualquer caso de queimadura não se deve usar gelo, manteiga, pasta de dente, pomadas,
bicarbonato, graxa, ovo, óleo de cozinha ou qualquer coisa que não seja água fria no local. E
NUNCA estoure as bolhas que se formam com a queimadura.
Em caso de queimaduras térmicas, causadas por líquidos e objetos quentes, vapor e fogo, é
preciso realizar os seguintes procedimentos:
• esfriar a área queimada com água fria (não use gelo, pois pode agravar a queimadura);
• cobrir a área com um pano limpo.

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Já em casos de queimaduras por agentes químicos (ácidos), deve-se:
• Enxaguar o local por, pelo menos, 20 minutos em água corrente.
• Remover resíduo de roupa contaminada pelo produto, prevenindo queimadura em
outras áreas.
• No caso dos olhos terem sido afetados, enxaguar abundantemente em água corrente
até a chegada de ajuda médica. Se usar lentes de contato, removê-las imediatamente.
Desmaio
É uma perda rápida da consciência. Por alguns minutos, a pessoa fica “no ar”, sem saber o que
está acontecendo. Nesse caso, a melhor providência é deitar a vítima com as pernas para cima
e soltar peças de roupa que estejam no pescoço, peito e cintura.
Convulsão
São muitos os motivos que podem provocar uma convulsão. Nesse momento, deixe a pessoa
deitada de lado (para que a saliva não a sufoque), proteja sua cabeça, solte as roupas e afaste
objetos que possam machucá-la.
Contusão
É causada por um impacto no músculo, ligamento ou tendão. Os primeiros socorros feitos a
esse tipo de lesão é a aplicação de gelo e compressão na área atingida. Normalmente não são
lesões graves.
Ferimentos nos olhos
Em caso de ferimentos nos olhos, use soro fisiológico para lavá-los, cobrindo-os com gaze
limpa sem comprimi-los, ou cubra o olho com um copinho de café vazio e limpo fixando por
fora com esparadrapo ou fita adesiva. Isso vai impedir que a pessoa toque o olho ou o aperte.
Transportando acidentados
O transporte e movimentação de um acidentado só devem ser realizados em casos de extrema
necessidade (em função de estar em ambientes inseguros, por exemplo) e deve ser feito com
muito cuidado, para não complicar as lesões já existentes na vítima. Para isso, devemos:
• 1º controlar a hemorragia para iniciar a remoção;
• 2º controlar ou evitar o estado de choque do acidentado;
• 3º os pontos suspeitos de fraturas devem ser imobilizados;
• 4º manter sempre a respiração;
• 5º sempre que possível, utilize maca para transporte de acidentados, pois é o meio
mais seguro e indicado.

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Ao remover ou transportar a vítima, siga as seguintes orientações:
• para levantar a vítima com segurança: o corpo deve ser mantido sempre em linha
reta; para isso, antes de levantá-lo, deve-se apoiar todas as partes de seu corpo;
• para puxar o ferido para um local seguro: puxe a vítima pelos pés ou pela direção da
cabeça, mas antes confira se a cabeça está protegida. Nunca puxe a vítima pelos lados.
Sugere-se improvisar casacos amarrados ou cobertor como maca e assim poder arrastá-
la de costas;
• para transportar a vítima: dependendo do acesso ao local do acidente (desníveis de
terra, passagens estreitas etc.), a vítima deve ser removida até um local onde possa ser
usada uma maca;
• para isso, peça ajuda para quem estiver disponível no local (uma, duas, três pessoas,
dependendo da gravidade da lesão e acesso).
Atenção: um ferido com suspeita de fratura ou outras lesões graves precisa do auxílio de três
pessoas para ser removido.
3.2.2 O que não fazer com uma vítima de acidente?
Não mover a vítima, nos casos de perda de consciência provocada por trauma físico, evite
mover a pessoa (isso inclui chacoalhar ou dar tapinhas no rosto).
Mesmo com conhecimentos adequados de primeiros socorros, mover pessoas pós-trauma
pode agravar a situação se feito sem equipamentos adequados (colar cervical, prancha rígida).
Não retirar o capacete do motociclista. Mesmo que você queira retirar o capacete para a
“pessoa respirar melhor” o mais seguro é mantê-lo até a chegada do socorro e, de preferência,
aproveitar sua presença para auxiliar na imobilização.
Não fazer “garrotes” para estancar hemorragia. Garrotes (amarração do membro com objetos
como tiras de borracha) não são indicados para conter o sangramento, pois podem piorar a
circulação do membro. O uso do garrote só é indicado em membros arrancados em que não se
consiga controlar o sangramento por meio da compressão do local que está sangrando.
Não se deve dar água e nenhum tipo de bebida ou comida para a vítima, mesmo que ela peça
com frequência, pois isso pode aumentar a chance de vômitos e até prejudicar uma necessidade
de cirurgia de emergência.
Além dos procedimentos de primeiros socorros é importante que o agente de trânsito conheça
os aspectos legais que estão envolvidos no tema.
3.3 Aspectos legais do socorro
O Código Penal e o Código de Trânsito Brasileiro são as legislações que regem a conduta
legal, infrações e penalidades em casos de emergência e socorro. Vejamos inicialmente o que
determina o Código Penal (Decreto Lei nº 2.848/1940) sobre omissão de socorro:
75
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
No CTB fica instituído que:
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito
no local;
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;
IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por
policial ou agente da autoridade de trânsito;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do
boletim de ocorrência:
• Infração - gravíssima;
• Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
• Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providências para
remover o veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez
do trânsito:
• Infração - média;
• Penalidade - multa.
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro
àquela.
CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Seção II
Dos Crimes em Espécie

76
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro
à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime
mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com
ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade
penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Além dos aspectos legais que envolvem o socorro em caso de acidentes de trânsito, é
fundamental que o agente esteja preparado para as mais variadas situações que surgem em
seu cotidiano. Outro tema importante para sua formação é o conhecimento sobre direção
defensiva, próximo assunto a ser apresentado.
4 DIREÇÃO DEFENSIVA
A direção defensiva combina atitudes corretas e muito planejamento, tudo isso a fim de prever
as condições adversas que podem ocorrer durante a atuação do agente de trânsito.
• são princípios da direção defensiva;
• saber exatamente o que fazer no trânsito;
• sinalizar suas intenções;
• parar suave e gradativamente;
• manter distância de segurança dos demais veículos.

4.1 É possível dirigir sem acidentes?


De acordo com o Denatran (2016) e Detran/SP (2016), um veículo, quando está em movimento,
necessita de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Seguir esse
conceito é fundamental para a condução com menor risco acidentes.

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Sem dúvida, é enorme a necessidade de melhores motoristas. Embora impotente para resolver
o problema sozinho, você pode melhorar a situação se avaliar o seu próprio modo de dirigir,
empregando a “Direção Defensiva” como padrão comparativo.

Direção perfeita ou dirigir com perfeição, significa


que você realiza cada viagem sem acidentes, sem
infrações de trânsito, sem abusos do veículo, sem
atrasos honorários e sem faltar com a cortesia
devida.

Dirigir com perfeição inclui a habilidade em controlar o seu veículo, de maneira que você não
seja envolvido em algum acidente.
Os acidentes podem ser evitados. No caso de colisão entre
dois veículos, geralmente o acidente pode ser evitado por
qualquer um dos motoristas, ou por ambos.
Acidente evitável é aquele
em que você deixou de fazer Sabendo que os acidentes podem ser evitados, como
tudo que razoavelmente poderíamos definir um acidente evitável?
poderia ter feito para evitá- Você evita razoavelmente um acidente, quando usa a sua
lo. inteligência, seu bom senso, ou sua razão para evitá-lo. Ao
ver um acidente a maioria das pessoas perguntam: “Quem
é o culpado?”
Deixando de lado as emoções e analisando racionalmente cada acidente de trânsito, você verá
que saber quem é culpado, embora importante para efeitos legais, não melhora a situação no
que diz respeito à prevenção de acidentes. A única maneira de tirar algum proveito do acidente
de trânsito é você aprender como agir para evitar que ele não se repita.
Em outras palavras: não importa saber quem é o culpado, mas sim, quem poderia ter evitado
o acidente.
Por tudo isso, lembre-se: não adianta estar certo e ser envolvido em acidente. O importante é
você não se acidentar. Para isso, não basta você dirigir corretamente, é preciso que você dirija
defendendo-se de acidentes.

4.2 Os principais cuidados do motorista defensivo


Você já parou para refletir no quanto seu trabalho exige equilíbrio emocional? Essa exigência
está muito acima do que se espera de um motorista comum.

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Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a extenuante cargas de trabalho,
aos desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço e ao pouco
ou nenhum contato com os colegas.
Algumas dicas que o motorista pode aplicar no dia a dia, mudando seu estilo de vida e
reduzindo situações de estresses:
• alimente-se de maneira saudável, evitando longos períodos sem se nutrir;
• não faça uso de tranquilizantes e medicamentos sem orientação médica;
• evite o fumo, café e bebidas alcoólicas;
• mantenha atividade física periódica, com orientação pro¬fissional;
• programe seus descansos e tire férias anuais;
• não abandone atividades de lazer e momentos com sua família;
• durma o suficiente para seu descanso;
• procure conhecer seu organismo, não ultrapassando os limites.
Atitudes do condutor preventivo:
• antes de tudo, avalie todos os aspectos que puder. Re ita sobre todas as condições
antes de iniciar a viagem e durante todo o trajeto. Mantenha sempre o controle,
independentemente das ações dos outros;
• adapte-se ao ritmo dos outros condutores, aceite as condições do trânsito e as
condições da via;
• respeite sempre os limites de velocidade. Em situações de risco, dirija abaixo da
velocidade;
• ajuste seu modo de dirigir às condições atmosféricas e a todas as condições adversas;
• procure sempre prever o perigo. É a única forma de descobrir o que fazer, e agir a
tempo;
• demonstre calma e deixe claras suas intenções aos outros condutores;
• não faça nada que desvie sua atenção ao dirigir.
Para a prática da Direção Defensiva o motorista precisa conhecer a legislação de trânsito e os
cinco elementos básicos dessa condução.
4.3 Os cinco elementos da direção defensiva
Dirigir defensivamente é uma questão de atitude. Esse posicionamento abrange, principalmente,
a capacidade de prevenir acidentes e de perceber com antecipação possíveis situações de
risco, visando preparar o condutor para contorná-las. Para tanto, o condutor defensivo deve
79
dominar os cinco elementos da direção defensiva: conhecimento, atenção, previsão, decisão e
habilidade.
4.3.1 Conhecimento
Dirigir com segurança demanda uma gama de informações que têm de ser aplicadas na
condução de um veículo. A experiência própria é, também, uma grande e importante fonte de
conhecimentos. É fundamental perceber os riscos e saber como se defender deles. O conjunto
de informes sobre as condições de dirigibilidade do veículo, o percurso a ser realizado, a real
capacidade do condutor, precisa, também, ser considerado na condução veicular.
4.3.2 Atenção
A condução de veículos de grande porte em estradas exige muita atenção do condutor, pois
é necessário manter-se observando todos os fatores do trânsito: sinalização, comportamento
dos outros condutores, pedestres, ciclistas, animais, demais veículos não motorizados etc.
O condutor tem que estar alerta a todo instante, zelando por sua própria segurança, dos
passageiros, de terceiros e das cargas que estiver transportando.
4.3.3 Previsão
Prever é antecipar-se a situações de perigo, sejam elas mediatas ou imediatas. Se você é capaz
de prever o que pode acontecer em uma viagem e se prepara para isso, você faz uma previsão
mediata. Se você enfrenta a rotina do trânsito e antecipa-se a uma possível situação de perigo,
esta é uma previsão imediata.
Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de veri¬ficar as condições do veículo antes
de uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas, pois não há
habilidade na direção que contorne uma falha mecânica.
4.3.4 Decisão
Uma boa decisão implica no conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de fazer uma escolha inteligente de
manobra, a tempo de evitar um acidente.
No momento da situação de risco não pode haver hesitação, sob risco de não se tomar a
decisão acertada e se envolver em acidentes. A ação correta é a principal ferramenta da direção
defensiva, numa combinação baseada em conhecimento, atenção e previsão.
4.3.5 Habilidade
A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e do desenvolvimento constante dos
automatismos corretos. Teoricamente, quanto mais um indivíduo desenvolve uma ação,
mais qualificado ele estará. Porém, esta regra não pode ser considerada para o condutor, pois
a dinâmica do trânsito na prática da direção veicular faz com que ele adquira, de maneira
inconsciente, gestos ou ações incorretas, chamadas de automatismos incorretos.

80
Adquirir habilidades para conduzir um veículo significa conhecer o automóvel e seus
equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e
saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.
Além dos 5 elementos da direção defensiva é importante que o motorista conheça as condições
adversas que podem interferir em sua condução preventiva.
4.4 Condições adversas
Muitos acidentes são causados por situações adversas, que são aquelas situações contrárias
ao desejado ou esperado. Na direção defensiva, o motorista precisa estar preparado para
reconhecer essas condições.
4.4.1 Condições adversas de luz — a importância de ver e ser
visto
A luz de¬ frente, ou em excesso, afeta a nossa capacidade de ver ou de sermos vistos, seja ela
natural ou arti¬ficial. Se o motorista não tiver condições de ver ou de ser visto perfeitamente,
há um risco muito grande de ocorrer um acidente.
Dentre outras causas, pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo
em sentido contrário, ou mesmo a luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor.
Nessas situações a visão fica bastante prejudicada, reduzindo-se o tempo de reação. Portanto,
o condutor deve tomar cuidado com o uso indevido dos faróis.
No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista deve
conduzir com uma velocidade menor e aumentar a distância de segurança. Para os veículos de
grande porte é necessário manter uma distância ainda maior.
4.4.2 Condições adversas de tempo (clima)
A ocorrência de chuva, granizo, vento forte, neblina etc. afetam a percepção e o controle do
veículo. Grande parte dos acidentes automobilísticos ocorre em dias chuvosos. Isso acontece
porque, com a chuva, a pista ¬ fica escorregadia. Ao dirigir com pista molhada ou em dias
chuvosos, independentemente da quantidade de água na pista, diminua a velocidade, aumente
a distância de outros veículos e não utilize o freio bruscamente.
Em situações de pista molhada, pode
ocorrer o que chamamos de aquaplanagem
ou hidroplanagem, que consiste na perda
de controle do veículo em decorrência da
diminuição do atrito e da diminuição da
aderência dos pneus ao solo. A falta de
contato dos pneus com a pista faz com que o
veículo derrape e o condutor perca o controle
do veículo, podendo causar um acidente.
Fonte: Sest Senat

81
Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade. Se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com ¬ firmeza o volante.
4.4.3 Condições adversas na via
Antes de iniciarmos um percurso devemos procurar informações sobre as condições das vias,
nas estradas e rodovias e perímetro urbano que vamos usar. O desenho geométrico, a largura,
o tipo e o estado da pavimentação da pista e as velocidades máximas indicadas para cada via.
As vias nem sempre estão em bom estado de conservação ou sinalizadas adequadamente, por
isso, o condutor deve estar sempre atento para evitar acidentes.
4.4.5 Condições adversas dos veículos
Manter o veículo em bom estado de conservação é dever do proprietário. Ele deve garantir
que sejam verificados e calibrados, periodicamente, pneus e estepes (garantindo que estejam
visíveis os sulcos dos pneus), além de revisar motores, para-brisas e limpadores, combustível
e radiadores, e pôr em ordem freios desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga,
sinaleiras e faróis com defeitos, espelhos mal regulados ou sujos, vazamentos de fluidos etc.
Cabe ao condutor verificar a existência dos equipamentos de uso obrigatório e seu bom
funcionamento.
4.4.6 Condições adversas de tráfego
As condições de tráfego envolvem os demais usuários da via. O condutor deve estar atento aos
congestionamentos ou trânsito lento resultantes do excesso de veículos, e ao trânsito rápido,
pois muitos motoristas ignoram a distância de segurança. Ocorrendo alguma adversidade,
não conseguem parar a tempo, provocando colisões ou mesmo engavetamentos.
Seu ônibus possui dimensões superiores aos demais veículos, assim você precisará de maior
espaço e tempo para executar suas manobras. Considere com atenção os pontos cegos
existentes em seu ônibus antes de efetuar qualquer manobra.
4.4.7 Condições adversas dos condutores
As condições físicas e mentais são muito importantes, pois são elas que podem afetar o modo
de dirigir do condutor e sua performance. Existem fatores físicos como: fadiga, capacidade de
atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais como: a inexperiência, a familiaridade
com a via, a excitação ou a depressão. Essas características levam o motorista a dirigir com
pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração, insegurança etc.
Não podemos deixar de mencionar, ainda, que o consumo de substâncias psicoativas, tais
como bebidas alcoólicas, drogas e medicamentos, também afetam a capacidade de conduzir
do motorista.

82
RESUMINDO
Engenharia de trânsito constitui o conjunto de estudos e projetos de segurança, fluidez,
sinalização e operação de trânsito executados nas vias públicas.
Para evitar acidentes o motorista deve estar sempre atento, nunca desvie a atenção do
que está acontecendo: Nunca utilize o celular enquanto dirige; Identifique precocemente
uma situação de perigo procurando ver além do veículo à frente; Mantenha sempre uma
distância segura dos demais veículos na via;
Como vimos, os acidentes acontecem inesperadamente e nosso papel é o de ajudar as
pessoas que estão em situação de risco. O importante é sermos solidários e atuantes
nesses momentos de precisão, porém com as ações corretas que cada situação exige.

1. Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda no que diz respeito


às fontes de incêndios:
(a) Fontes de origem térmica. ( ) Faíscas provocadas
por ferramentas,
sobreaquecimento devido à
fricção mecânica.
(b) Fontes de origem elétrica ( ) Reação química com
libertação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes
(c) Fontes de origem mecânica. ( ) Fósforos, cigarros, fornos,
soldadura, recipientes a
gasolina, óleo ou outros.
(d) Fontes de origem química. ( ) Interruptores, disjuntores,
aparelhos elétricos
defeituosos, eletricidade
estática.
2. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as assertivas seguintes no
tocante a queimaduras:
( ) As queimaduras são classificadas em três graus.
( ) Em queimaduras de 1o Grau, ocorrem lesão das camadas superficiais
da pele, vermelhidão, dor local suportável e não há formação de bolhas.
( ) Em queimaduras de 2o Grau, ocorrem lesões das camadas mais
profundas da pele, não há formação de bolhas, desprendimento de
camadas da pele, dor e ardência.
( ) Em queimaduras de 3o Grau, ocorrem lesão de todas as camadas da
pele, comprometimento dos tecidos mais profundos, até o osso. 83
3 Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):
( ) A direção defensiva é o modo de dirigir que corrige as ações
incorretas de outros motoristas.
( ) A direção defensiva é um conjunto de princípios e cuidados
aplicados com a finalidade de evitar acidentes.
( ) Acidente Evitável é aquele em que os motoristas envolvidos
não fizeram tudo o que pode ser feito para evitar que o acidente
aconteça.
( ) A luz em grande quantidade sempre melhora nossa capacidade
de ver ou de sermos vistos, seja ela natural ou artificial.
4 A distância que você deve manter entre o seu veículo e o que vai
à frente é chamada _________________________________.
( ) Distância de Veículo (DV).
( ) Distância de Seguimento (DS).
( ) Distância de Deslocamento (DD).
( ) Distância de Perseguição (DP).
5 Constitui infração de trânsito a inobservância a qualquer
preceito do CTB, da legislação complementar ou das Resoluções
do Contran, tornando o infrator sujeito a:
( ) penalidades e medidas administrativas.
( ) penalidades e retenção provisória.
( ) retenção definitiva e medidas administrativas.
( ) penalidades e multas.
6 Nos trechos onde houver sinalização permitindo a ultrapassagem,
ou onde não houver qualquer tipo de sinalização, só ultrapasse se:
( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver ocupada.
( ) não houver acostamento no sentido contrário.
( ) a faixa do sentido contrário de fluxo estiver livre.
( ) o outro veículo estiver em velocidade maior que a sua.

84
UNIDADE 4
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO

1 Aspectos gerais da operação de trânsito

2 Estrutura

3 Operações rotineiras

4 Operações programadas

5 Operações emergenciais

6 Questões relacionadas: mobilidade


UNIDADE 4 - OPERAÇÃO DE TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você sabe o que é operação de trânsito? Quais os aspectos
da operação de trânsito? Quais são as rotinas do agente de
trânsito?

Fonte: SEST SENAT

Nesta unidade estudaremos sobre operação de trânsito no Brasil e alguns de seus


aspectos. Entenderemos o papel do agente de trânsito e suas rotinas nas operações.

1 ASPECTOS GERAIS DA OPERAÇÃO DE TRÂNSITO


A operação realizada no trânsito é certamente a ação mais visível e a mais importante do
órgão de trânsito. Essa operação é uma atividade desenvolvida por profissional tecnicamente
capacitado para monitorar o sistema viário e, sempre que necessário, intervir de imediato para
assegurar as melhores condições de tráfego e segurança aos usuários do sistema, sejam eles
pedestres, condutores ou passageiros.
O agente operacional de trânsito, personifica a empresa em sua atuação em campo e constitui
a linha de frente em se tratando da interação com o público.
POST IT “Operação de trânsito é o “monitoramento técnico baseado nos conceitos de
Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de
forma a reduzir as interferências tais como veículos quebrados, acidentadas, estacionadas
irregularmente atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações aos
pedestres e condutores”. (CTB, 1997). ”
A operação de trânsito está baseada em uma estrutura permanente equilibrada no que se refere
a um tripé. Vejamos a seguir a estrutura da operação de trânsito.
2 ESTRUTURA
O trabalho do órgão de trânsito é baseado num tripé, onde engenharia de tráfego, educação e
fiscalização devem ser aplicados de forma permanente e equilibrada.
Cada atividade tem um enfoque de atuação específico, e em todas as tarefas envolvidas na
operação do trânsito, há potencialidade para se desenvolver as três linhas de ação. Como
exemplo, a engenharia de tráfego subsidia o trabalho do agente operacional que pode atuar no
sentido de orientar e educar o usuário sempre que houver oportunidade, ou ainda, dependendo
da situação, desempenhar o papel fiscalizador quando necessário.
De acordo com a natureza da demanda, as atividades de operação de trânsito, podem ser
agrupadas.

3 OPERAÇÕES ROTINEIRAS
São as que visam atender situações cotidianas que fazem parte do dia a dia da cidade.
Estão nesta categoria a monitoração do nível de desempenho do sistema viário, a remoção
de interferências, a fiscalização para coibir o desrespeito às leis de trânsito, a montagem de
canalizações e desvios de tráfego, a orientação do trânsito, etc. São efetuadas segundo escala
semanal e ou mensal.

4 OPERAÇÕES PROGRAMADAS
As que são realizadas para o atendimento de demandas específicas, havendo conhecimento
prévio de um evento em que os recursos rotineiros não serão suficientes, ações complementares
são planejadas para minimizar os impactos sobre o sistema viário assegurando fluidez,
acessibilidade e mobilidade na área de influência, além das operações de trânsito em ponto
fixo. Como exemplos podemos citar: jogos de futebol, feiras e exposições, shows, provas
esportivas, datas comemorativas, feriados, bloqueios fixos – carnaval, festa junina, shows, jogo
de futebol, comícios, tratativas prévias com promotores de evento – Art. 95 CTB e agentes
com atribuições específicas e bloqueios móveis – passeatas, carreatas, passeios ciclísticos,
pedestrianismo, entre outros.

5 OPERAÇÕES EMERGENCIAIS
Quando estão relacionadas a eventos intempestivos que comprometem a fluidez e segurança
do trânsito, como exemplo, a ocorrência de alagamentos, acidentes graves, incêndios, greves
em meios de transporte, blecautes e solapamentos.
Além desta operação, temos as operações de ponto fixo, operação dos principais cruzamentos,
como: agente fixo com ou sem viatura; operação visibilidade; observação diária para melhorar
desempenho; aproximação com munícipes para inibir infrações, reduzir acidentes, manter
fluidez, remover interferências, evitar trancamentos de cruzamentos, informar condições do
trânsito, orientar e autuar motoristas e pedestres e diagnosticar semáforo.
87
6 QUESTÃO RELACIONADA: MOBILIDADE
Relacionamos a algumas questões de mobilidade que o agente de trânsito deverá observar no
exercício de sua profissão:
• prever situações de risco e evitá-las;
• permanecer atento;
• garantir que seja visto à distância;
• estabelecer contato visual;
• garantir que o condutor perceba que está sendo observado;
• cuidar dos condutores desatentos e indiferentes;
• ter uma postura adequada;
• garantir a segurança noturna;
• evitar ofuscamento;
• utilizar o uniforme.
Vejamos alguns procedimentos que o agente executa nas operações de trânsito:
• desvios de tráfego;
• orientar e autuar motoristas e pedestres;
• operar semáforos no modo manual;
• manter fluidez;
• informar condições do trânsito;
• atender usuários.

Para maior aprofundamento, sugerimos acessar ao


SAIBA link
http://www.denatran.gov.br/

RESUMINDO
O trabalho de operação do trânsito é baseado num tripé onde engenharia de tráfego,
educação e fiscalização devem ser aplicados de forma permanente e equilibrada. Em
todas as tarefas envolvidas na operação de trânsito, há potencialidade para se desenvolver
essas três linhas de ação.

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Vimos alguns aspectos que o agente de trânsito deve observar no exercício de sua
profissão, tais como, prever situações de risco, garantir que está sendo visto à distância
pelo condutor, ter postura adequada, entre outros.

1) As atividades de operação de trânsito podem ser, com exceção:


( ) Rotineiras
( ) Programadas
( ) Emergenciais
( ) Improvisadas

2) Todas as abaixo são tipos de operações rotineiras, exceto


( ) operação corredor
( ) operação ponto fixo
( ) obras em via particulares
( ) operação travessia de pedestres

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UNIDADE 5
FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

1 Fiscalização X Policiamento

2 Fiscalização, engenharia e educação

3 Agentes de trânsito: função e requisitos

4 Central de operações

5 Qualidades e atribuições dos agentes de trânsito

6 Autuações, recursos e fiscalizações


UNIDADE 5 – FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você sabe o que é fiscalização? Por que se faz
necessária uma ação conjunta entre Educação,
Engenharia e Fiscalização?

Fonte: SEST SENAT

Nesta unidade estudaremos sobre a fiscalização e a ação conjunta entre educação,


engenharia e fiscalização. Veremos também as atribuições do agente de trânsito.

1 FISCALIZAÇÃO X POLICIAMENTO

Fiscalizar é o ato de controlar o cumprimento das


normas estabelecidas na legislação de trânsito
por meio do poder da polícia administrativa de
trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e
entidades executivos de trânsito e de acordo com as
competências definidas no CTB. (CTB,1997).

Portanto, os agentes municipais realizam a fiscalização e têm a função de sensibilizar os


usuários da via pública, orientando-os para o respeito à legislação.
Os agentes de fiscalização possuem poder de autuar (parte de uma sequência de ações que
pode resultar em uma multa) aqueles que cometem infrações no trânsito, mas não têm o poder
de multar. Eles fazem apenas o registro no Auto de Infração de Trânsito (AIT) da infração
cometida de acordo com o CTB e as resoluções do CONTRAM:
• do Artigo 280 do CTB;
• da Resolução do CONTRAN nº. 217/2006;
• da Portaria do DENATRAN nº 01/98 que dispõem sobre o Auto de Infração.
Portanto, quem aplica a penalidade de multa é a autoridade de trânsito municipal, o dirigente
máximo do órgão ou da entidade de trânsito do município.

Para ampliar seu conhecimento sobre a fiscalização


SAIBA acesse o link:
http://www.denatran.gov.br/images/Arquivos/
Manual_para_integracao_dos_municipios.pdf

2 FISCALIZAÇÃO, ENGENHARIA E EDUCAÇÃO


Para reduzir os índices de acidentes no trânsito, sabe-se que somente com as atividades de
educação não conseguirão vencer este desafio. Portanto, faz-se necessária uma ação conjunta
e permanente entre os setores envolvidos no processo de planejamento, gestão e humanização
do trânsito e de todos os processos envolvidos na mobilidade urbana: Educação, Engenharia
e Fiscalização.
Neste contexto, a educação e a fiscalização têm uma dimensão no planejamento, na
implementação e na conservação das soluções de engenharia. A educação cumpre papel
integrador, levando aos usuários a importância da fiscalização e da engenharia. Deve ser
capaz de mobilizar nos cidadãos, os sentimentos de respeito à vida, consciência dos riscos e
responsabilidades, além dos procedimentos básicos de segurança no volante e como pedestre.
Para se obter uma harmonia no trânsito são necessários esforços de três áreas: a Engenharia, a
Legislação e a Educação para o Trânsito. Cada uma dessas três áreas é responsável por metas
específicas:
• compete à Engenharia a elaboração de projetos de vias e facilidades, sua construção,
correta manutenção, além da sinalização de vias públicas, planejamento e operação dos
sistemas de trânsito e de transportes;
• a Legislação possui como meta a mudança ou prevenção de comportamentos
inadequados dos usuários do sistema de trânsito, por meio de apoio a comportamentos
positivos, ou através da coibição e aplicação de sanções àqueles cujos comportamentos
levem à transgressão da legislação;
• a Educação para o Trânsito é considerada uma área de grande importância. O Código
de Trânsito Brasileiro – CTB dedica um capítulo inteiro (Capítulo VI) à Educação para
o Trânsito. Esta educação deve levar em conta todos os usuários, quer sejam motoristas/
condutores, pedestres, passageiros, etc.
Já a tecnologia trouxe equipamentos eletrônicos de fiscalização que comprovam a infração e
são divididos em dois tipos, conforme o Artigo 280 do CTB:
• os que registram a infração, dispensando a presença do agente naquele momento;
• os que comprovam a infração, mas são manipulados pelos agentes.
93
Para tanto, os requisitos técnicos mínimos para a fiscalização da velocidade de veículos
automotores estão definidos na Resolução nº 396, de 2011 e na Resolução do CONTRAN
nº 458 de 2013, que regulamenta a utilização de sistemas automáticos não metrológicos de
fiscalização, como as balanças para aferição de excesso de peso e bafômetros.

Consulte para leitura da Resoluções nº396 de 2011 o


SAIBA link
http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/
RESOLUCAO_CONTRAN_396_11.pdf
E o da Resolução nº 458 de 2013 http://www.denatran.
gov.br/download/Resolucoes/Resolucao4582013.
pdf

3 AGENTES DE TRÂNSITO: FUNÇÕES E REQUISITOS


Desde a criação do CTB, em setembro de 1997, sob a lei 9.503, o município começou a
ter autonomia junto ao trânsito, por força do artigo 24, inciso VI, do CTB e estabeleceu as
seguintes funções do agente de trânsito: executar a fiscalização de trânsito, autuar, educar e
aplicar as medidas administrativas cabíveis por infrações de circulação, estacionamento e
paradas previstas na Legislação.
Portanto, para executar essas funções, o agente de trânsito deve ter os seguintes requisitos:
preparo; responsabilidade; maturidade; honestidade; flexibilidade e firmeza na ação;
serenidade e bom senso. O agente atua com diversos profissionais e com equipamentos
integrados, em uma central de operações que monitoram o tráfego de veículos, facilitando
assim, o monitoramento e intervenção naquele momento.
Compete à autoridade de trânsito, nas esferas estabelecidas no CTB aplicar, às infrações nele
previstas, de acordo com as penalidades:
I - advertência por escrito;
II - multa;
III - suspensão do direito de dirigir;
IV - apreensão do veículo;
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
VI - cassação da Permissão para Dirigir;
VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem.
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as punições originárias de
ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposições de lei.
94
§ 2º (VETADO)
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou entidades executivos de trânsito
responsáveis pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor. Artigo 256, CTB.

4 CENTRAL DE OPERAÇÕES

A central de operações é
um ambiente com sistemas
integrados e modernos
dispositivos tecnológicos.

A central de operações tem como objetivo monitorar as vias urbanas e federais, disponibilizando
à população imagens, informações precisas do trânsito na cidade, em tempo real.
Na central há uma equipe de profissionais que trabalha 24 horas por dia monitorando o
trânsito através de câmeras espalhadas nos mais importantes pontos viários das cidades. Com o
monitoramento das imagens, os agentes de trânsito identificam acidentes, congestionamentos,
acompanham o andamento do trânsito e rapidamente encaminham as equipes para disciplinar
o tráfego de veículos onde for necessário.

Assista a este vídeo que mostra o exemplo de atuação


SAIBA de um agente de trânsito:
https://www.youtube.com/watch?v=hzt5zwIyMIM

5 QUALIDADES E ATRIBUIÇÕES DOS AGENTES DE


TRÂNSITO
De acordo com o CTB, Artigo 280, § 4º, compete ao agente da autoridade de trânsito lavrar
o auto de infração. O agente de trânsito é o responsável pelo exercício das atividades de
fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento. Além do papel
social do agente de trânsito voltada à circulação ordenada dos veículos, ele também atua na
fiscalização da locomoção dos pedestres e ciclistas, controle das áreas de estacionamento,
parada e circulação, bloqueios e desbloqueios de vias, entre outras. Para melhor conhecimento
desse profissional do trânsito, vejamos algumas atribuições que ele exerce.
Algumas atribuições dos agentes de trânsito:

95
• vejamos o que compete aos agentes de trânsito, assim como algumas de suas
atribuições;
• orientar e proporcionar informações sobre normas de trânsito;
• cumprir com a execução da fiscalização do trânsito em geral;
• vigiar e preservar o cumprimento das normas regulamentares e da programação
operacional estabelecidas, aplicando medidas administrativas e atuando nas
irregularidades ocorridas;
• fiscalizar e solicitar a retirada de qualquer elemento que prejudique a visibilidade da
sinalização viária, ou que venha comprometer a segurança do trânsito;
• fornecer a sinalização de emergência em casos de acidentes, alagamentos e
modificações temporárias da circulação;
• vigiar e conservar o controle operacional dos pontos regulamentares de táxi, moto-
táxi e transporte coletivo;
• auxiliar, através de apoio operacional e de fiscalização, na realização de eventos em
vias públicas por parte da comunidade, mediante solicitação e autorização prévia do
órgão;
• trabalhar em conjunto com o Setor de Educação para o Trânsito, na realização de
palestras e atividades educativas.

6 AUTUAÇÕES, RECURSOS E FISCALIZAÇÕES


ESPECIFICAS
De acordo com o CTB, autuação e infração de trânsito são constituídos pelo não cumprimento
da legislação. Comprovados por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito
por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou por qualquer
outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
Constatada a infração, será lavrado o Auto de Infração, que deverá conter os requisitos mínimos
definidos no Artigo 280 do CTB. Trataremos a seguir sobre o tema penalidades conforme o
Artigo 95, do CTB.
Penalidades

Penalidades são punições


ou sanções administrativas
aplicadas ao infrator da
legislação de trânsito.
96
Cada um dos tipos infracionais está descrito no Capítulo XV e no Artigo 95 do CTB. Quem
aplica a penalidade é a autoridade de trânsito por meio de advertência por escrito; multa;
suspensão do direito de dirigir; apreensão do veículo; cassação da CNH; cassação da permissão
para dirigir e frequência obrigatória em curso de reciclagem, como especificado abaixo:
1. A advertência por escrito é aplicada em infração de natureza leve ou média, cuja
punição é a multa. O Órgão de registro da CNH tem como competência a aplicação de
penalidade de suspensão do direito de dirigir. A suspensão é aplicada quando atingir a
contagem de 20 pontos no período de 12 meses.
2. A cassação da CNH e da Permissão ocorre quando o condutor dirigir veículo sem
possuir CNH ou Permissão para Dirigir; com CNH ou Permissão para Dirigir diferente
da do veículo que esteja conduzindo; com a validade da CNH vencida; entregar a direção
do veículo a pessoa nas condições previstas no artigo 162; sob influência de álcool ou
de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; disputar corrida;
promover na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração de perícia
em manobra de veículo, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via; utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de
pneus, conforme previstas no inciso III do artigo 162 e nos Artigos 163, 164, 165, 173,
174 e 175 do CTB.
3. A frequência obrigatória em curso de reciclagem ocorre quando o infrator for
reincidente e a reciclagem for necessária à sua reeducação. Esta é regulamentada pela
Resolução nº 160/04 do CONTRAN.
Notificação de autuação
As notificações de autuação são estabelecidas pela Resolução nº 404/12 do CONTRAN, no
prazo máximo de 30 dias, após a data da infração. Será enviada ao proprietário do veículo os
dados definidos no artigo 280 do CTB.
A Defesa de Autuação e/ou Indicação do Condutor pelo proprietário do veículo o valerá
como notificação de autuação quando for assinado pelo condutor e este for o proprietário do
veículo (Art. 2º, §5º da Res. 404/12-CONTRAN).
Defesa de autuação
A defesa de autuação poderá ser protocolada no Órgão de Trânsito do domicilio do infrator ou
no órgão que expediu a notificação ao condutor infrator ou representante legal com procuração
específica, através de requerimento até a data limite constante da Notificação de Autuação
Introduzida a Defesa de Autuação, caberá à autoridade de trânsito apreciá-la. Se acolhida,
o Auto de Infração será cancelado, seu registro será arquivado e a autoridade de trânsito
comunicará o fato ao proprietário do veículo. Se não acolhida a defesa de autuação, a autoridade
de trânsito aplicará a penalidade, expedindo a Notificação da Penalidade, da qual deverão
constar, no mínimo, os dados definidos no artigo 280 do CTB.
97
Notificação da penalidade
A notificação da penalidade não tem prazo para emissão. Deve conter o valor da multa e o
desconto de 20% para pagamento até o vencimento, como estabelece o § 3º do artigo 282 do
CTB. A notificação deverá apresentar também o prazo para interpor recurso à JARI (Junta
Administrativa de Recurso de Infração), que vai analisar o mérito (motivo) para o cometimento
da infração.
Apresentação de recurso à Jari
Após receber a Notificação de Imposição de Penalidade (multa), o responsável pela infração
poderá interpor recurso à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI), através de
requerimento, anexando os seguintes documentos:
• Auto de Infração de Trânsito (sempre que possível);
• Cópia da Notificação da Penalidade e do Certificado de Registro e Licenciamento do
Veículo (CRLV);
• Se pessoa física, cópia autenticada (*) da Carteira Nacional de Habilitação, CPF e
Carteira de Identidade; se pessoa jurídica – cópia autenticada (*) do contrato social/
alterações com a identificação do representante legal;
• Quando se tratar de requerimento impetrado por procurador deverá ser juntado
instrumento de outorga de poderes específicos “particular” ou “público”.
(*) As autenticações de que tratam os itens anteriores poderão ser feitas no Órgão de Trânsito,
mediante a apresentação dos documentos originais.

Acesse o site do Planalto para ter acesso às leis:


SAIBA
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9503Compilado.htm

RESUMINDO
Os agentes municipais realizam a fiscalização. Uma de suas funções é sensibilizar os
usuários da via pública, orientando-os para o respeito à legislação. Uma ação conjunta
e permanente faz-se necessária em todos os processos quando se pensa em educação e
fiscalização no trânsito.
Por meio da central de operações com sistemas integrados e modernos dispositivos
tecnológicos, a monitoração das vias urbanas e federais são operacionalizadas e
gerenciadas, disponibilizando em tempo real, informações precisas para atuação dos
agentes de trânsito.

98
1) Abaixo estão os tipos de penalidades, exceto:
(( ) Advertência por escrito
(( ) Multa
(( ) Educação
(( ) Apreensão do veículo

2) Assinale com V as sentenças verdadeiras e F as sentenças falsas.


O agente de trânsito deve:
(( ) Promover a retirada de qualquer elemento que prejudique a
visibilidade ou que possa gerar transtornos à sinalização viária.
(( ) Trabalhar de forma isolada do Departamento de Educação
para o Trânsito, na realização de palestras e atividades educativas.
(( ) Fiscalizar o cumprimento das normas regulamentares.
(( ) Aplicar medidas administrativas e ou autuar por
irregularidades ocorridas.

99
UNIDADE 6
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

1 Abrangência da legislação de trânsito

2 Resoluções e leis

3 Novo modelo da CNH

4 Legislação de trânsito
UNIDADE 6 – LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Você sabe dizer qual a abrangência da legislação
de trânsito? Quais as infrações e penalidades
consideradas gravíssimas?

Fonte: SEST SENAT

Nesta sexta unidade veremos as principais legislações que norteiam a atuação


profissional do agente de trânsito.

Em nosso dia a dia, vivenciamos diversas situações no trânsito que nos remetem, por vezes,
à consulta da legislação. Isso tem ocorrido com bastante frequência entre os motoristas
profissionais, uma vez que os instrumentos legais passam por uma série de aperfeiçoamentos.
1 ABRAGENCIA DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
Para compreendermos qual a abrangência de nossa legislação de trânsito, é necessário alguns
conceitos, vamos a eles.

Trânsito é a utilização das vias por pessoas, veículos


e animais, para circulação, parada, estacionamento e
operação de carga e descarga (CTB, Art. 1º, § 1º).

De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o trânsito é norteado por legislações constituídas
de: Lei no 9.503/2007 – que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – e por um
conjunto de resoluções, portarias, decretos e normatizações complementares (BRASIL, 1997).
Além das legislações temos o Sistema Nacional de Trânsito (SNT). Constituído por um conjunto
de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tem por
finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa,
registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores,
educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
infrações e de recursos e aplicação de penalidades (CTB, Art. 5º).
Os órgãos com funções coordenadora, consultiva e normativa do STN (CTB, Art. 7º) são
os seguintes: Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN); Conselho Estadual de Trânsito
(CETRAN) e Conselho de Trânsito do Distrito Federal (CONTRANDIFE).
Já os órgãos responsáveis pelo cumprimento das leis de trânsito (CTB, Art. 8º ao 25) são os
abaixo elencados:
• Federais: Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
• Estaduais: Departamentos Estaduais de Trânsito (DETRANs), Circunscrições
Regionais de Trânsito (CIRETRANs), Departamentos de Estradas de Rodagens (DERs)
e Polícias Militares e Polícias Rodoviárias Estaduais (PMs).
• Municipais: Departamentos Municipais de Trânsito
Agora que você já sabe sobre a abrangência da legislação de trânsito, vamos abordar as
principais legislações, resoluções e normas que norteiam a atuação do profissional de agente
de trânsito.

2 NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA


A legislação de trânsito foi pensada no sentido de promover condições mais seguras no
trânsito, permitindo maior mobilidade e acessibilidade, considerando também as questões
ambientais que envolvem o transporte.
As regras e normas de circulação são os fatores primordiais que visam a regulamentação de
trânsito, conforme prescrito no Cap. III do Código de trânsito Brasileiro, Art. 26 ao 65.
A circulação de veículos deverá ser executada pelo lado direito da via, salvo quando houver
sinalização em contrário, reservando a esquerda para o deslocamento de veículos em maiores
velocidades e ultrapassagens. Numa pista com várias faixas de rolamento no mesmo sentido,
os veículos maiores e mais pesados deverão ocupar a faixa da direita.
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos,
de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando
na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar
103
a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem
como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28. O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com
atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

2.1 Prioridade de trânsito


Art. 29.
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de
fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam
de livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
intermitente, observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos veículos, todos
os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da
via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via
quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só poderá
ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com velocidade reduzida e
com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento
na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio
e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em
serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme
sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passagem
devidamente identificada por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitente:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
104
2.2 Cruzamentos

Cruzamento é a interseção de duas vias em nível. Em


caso de cruzamento, o condutor deverá sempre parar
o veículo. Nunca suponha que outros condutores
vão dar passagem. Lembre-se que muitos deles não
conhecem o que determina a lei nestes casos.

Fonte: SEST SENAT

Deixe livre o cruzamento livre, certifique-se de que existe espaço para seu veículo na via em
que está entrando. Em caso de engarrafamento, nos sinais de trânsito, mesmo que esteja verde,
o condutor não deverá avançar e parar no meio do cruzamento impedindo o tráfego.
Art. 29.
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem,
se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele
que estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;

2.3 Ultrapassagens
Quando houver sinalização proibindo a ultrapassagem, não ultrapasse. A sinalização é a
representação da lei. Ela foi pensada e implantada por uma equipe técnica que já calculou que
naquele trecho não é possível realizar a ultrapassagem de forma segura.

105
Ultrapassagem é o movimento de passar à frente
de outro veículo que se desloca no mesmo sentido,
em menor velocidade e na mesma faixa de tráfego,
necessitando sair e retornar à faixa de origem.

Fonte: SEST SENAT

São obrigações do condutor nas ultrapassagens:


• observar se não há trânsito em sentido contrário;
• observar se não há algum veículo à frente ou atrás iniciando uma ultrapassagem;
• sinalizar que vai efetuar uma ultrapassagem;
• ultrapassar pela esquerda;
• sinalizar ao retornar à faixa de trânsito de origem;
• manter distância segura dos veículos à frente e atrás.
Proibições do condutor nas ultrapassagens:
• ultrapassar quando a sinalização vertical ou horizontal proibir;
• ultrapassar em curvas ou cruzamentos;
• ultrapassar em passagens de pontes;
• ultrapassar em ladeiras ou onde não houver visibilidade suficiente;
• ultrapassar em qualquer lugar onde a manobra possa pôr em risco a segurança no
trânsito.

106
Uma ultrapassagem mal calculada ou realizada em condições adversas pode
criar situações de alto risco ou mesmo tragédias. Não corra riscos.

Art. 29
IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita pela esquerda, obedecida
a sinalização regulamentar e as demais normas estabelecidas neste Código, exceto quando o
veículo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para ultrapassá-lo;
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propósito de ultrapassar
um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente para que sua manobra
não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido contrário;
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direção do
veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma
distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem, acionando a luz
indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados
necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou.

Assista a este vídeo sobre dicas de ultrapassagens:


SAIBA
https://www.youtube.com/watch?v=3vsQL1Rlfck

Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propósito de ultrapassá-lo,
deverá:
I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar
a marcha;

107
II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual está circulando, sem
acelerar a marcha.
Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficiente
entre si para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com
segurança.
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de transporte coletivo
que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, deverá reduzir a
velocidade, dirigindo com atenção redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos
pedestres.
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo sentido de direção e
pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de
nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização
permitindo a ultrapassagem.

O condutor não deve ultrapassar em cruzamentos, em curvas, em vias


de duplo sentido de circulação e pista única, na contramão, em pontes,
LEMBRE-SE em túneis, em passagens de nível, em aclives, em locais proibidos pela
sinalização e em passagens de pedestres.

Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efetuar ultrapassagem.

2.4 Mudança de direção


O condutor, ao realizar a mudança de direção, deverá usar sempre a faixa da pista de rolamento
mais próxima do sentido de direção a se tomar. Sinalize sempre com antecedência a sua
intenção de virar ou mudar de pista.
Os veículos modernos têm um sistema de sinalização simples e fácil de acionar sem tirar a
mão do volante.
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor
deverá indicar seu propósito de forma clara e com a devida antecedência, por meio da luz
indicadora de direção de seu veículo, ou fazendo gesto convencional de braço.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de faixas, movimentos
de conversão à direita, à esquerda e retornos.

2.5 Preferência
Existem normas que determinam quem terá a preferência de passagem e quem deverá reduzir a
velocidade, ou parar se necessário. É importante reconhecer quando se trafega na preferencial,
108
bem como ceder a preferência a quem tem o direito. Conhecer e respeitar as preferências de
passagem e manter as distâncias lateral e frontal entre seu veículo e os demais garantem maior
segurança e reduzem o risco de acidente.
Assista a uma vídeo aula sobre preferência no trânsito:
SAIBA
https://www.youtube.com/watch?v=WdTiKVGNkwU

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_OK9GtIKMVGk/S7Hk8LTs3nI/AAAAAAAAAWo/lnEaF4nFfrE/s640/17.jpg

2.6 Manobras
Inserir no ícone post-it Manobra é o movimento executado pelo condutor para alterar a
posição do veículo no momento em relação à via.
O condutor, antes de iniciar uma manobra, deverá sinalizar sua intenção e verificar as condições
de segurança para executá-las.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode
executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar
com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.

2.7 Retorno
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a operação de retorno
deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes não existirem, o condutor deverá
aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança.
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor
deverá:
I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do bordo direito da pista e
executar sua manobra no menor espaço possível;
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha
divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulação nos dois sentidos,
ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um só sentido.

109
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem
aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da
qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos locais para isto determinados,
quer por meio de sinalização, quer pela existência de locais apropriados, ou, ainda, em outros
locais que ofereçam condições de segurança e fluidez, observadas as características da via, do
veículo, das condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Proibições do condutor ao fazer retorno e manobras (art. 206)
• nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
• passando por cima da calçada, passeio, ilhas, ajardinamentos ou canteiros de divisões
de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados;
• nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;
• com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais permitidos.
Obrigações do condutor ao fazer retorno e manobras:
• ter muita prudência;
• indicar a manobra por meio da luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto
convencional de braço;
• dar passagem aos pedestres e aos veículos que tenham preferência;
• executar a manobra somente em locais apropriados;
• aguardar no acostamento, quando necessário.

2.8 Estacionamento e parada

ESTACIONAMENTO é a imobilização de veículos por tempo superior ao necessário


para embarque ou desembarque de passageiros. Não deve impedir o tráfego de
outros veículos ou pedestres. Estacionar sobre a faixa de pedestre é infração grave e
acarreta em multa e remoção do veículo (art. 181 VIII).
PARADA é a imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente
necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.

110
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um veículo no leito viário,
em situação de emergência, deverá ser providenciada a imediata sinalização de advertência,
na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá restringir-se ao tempo
indispensável para embarque ou desembarque de passageiros, desde que não interrompa ou
perturbe o fluxo de veículos ou a locomoção de pedestres.
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada pelo órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via e é considerada estacionamento.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veículo deverá
ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à guia da
calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados ou em operação de
carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de rolamento.
Estacionamento de biciclos
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito em posição
perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalização que
determine outra condição.
Conforme Art. 58, 59 e 201:
Não parar nem estacionar:
• em desacordo com a sinalização;
• sobre as faixas de pedestres;
• sobre as calçadas, canteiros ou ilhas;
• na área de cruzamento de vias;
• em pontes, túneis ou viadutos;
• na contramão de direção.
Não estacionar:
• a menos de cinco metros das esquinas;
• junto a hidrantes, nos acostamentos;
• na pista de rolamento das vias;
• nas entradas e saídas de veículos;
• em áreas de embarque e desembarque de passageiros.

111
As regras e normas que regem o condutor de veículo se aplicam aos ciclistas.

O ciclista conduzindo a bicicleta se equipara ao condutor e, desmontado, se


equipara ao pedestre.
LEMBRE-SE

Devem ser utilizados equipamentos especiais de segurança, como retrovisor esquerdo, olho de
gato, sinalização noturna, campainha, etc.
Embora não seja permitido, muitos ciclistas andam pela contramão do fluxo. Cuidado ao abrir
a porta do seu carro, ao dar marcha ré e ao virar a direta.
O condutor ao se aproximar de uma bicicleta deverá estar atento para possíveis manobras
indevidas por parte do ciclista que em determinadas situações o coloca no chamado “ponto
cego” do carro. Deixar de guardar distância de 1,5 metro ao passar ou ultrapassar uma bicicleta
é infração média (Art. 201).
Além do CTB, existe a Resolução nº 46, de 21 de maio de 1998, do Conselho Nacional de
Trânsito – Contran, que estabelece os equipamentos de segurança obrigatórios para as
bicicletas.
Art. 1º As bicicletas com aro superior a vinte deverão ser dotadas dos seguintes equipamentos
obrigatórios:
I - espelho retrovisor do lado esquerdo, acoplado ao guidom e sem haste de sustentação;
II - campainha, entendido como tal o dispositivo sonoro mecânico, eletromecânico, elétrico,
ou pneumático, capaz de identificar uma bicicleta em movimento;
III - sinalização noturna, composta de retrorefletores, com alcance mínimo de visibilidade de
trinta metros, com a parte prismática protegida contra a ação das intempéries, nos seguintes
locais:
a) na dianteira, nas cores branca ou amarela;
b) na traseira na cor vermelha;
c) nas laterais e nos pedais de qualquer cor.
Art. 2º Estão dispensadas do espelho retrovisor e da campainha as bicicletas destinadas à
prática de esportes, quando em competição dos seguintes tipos:
I - mountain bike (ciclismo de montanha);
II - down hill (descida de montanha);

112
III - free style (competição estilo livre);
IV - competição olímpica e panamericana;
V - competição em avenida, estrada e velódromo;
VI - outros.
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer,
quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização
destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado
para a via, com preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a
circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que
dotado o trecho com ciclofaixa.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

2.9 Motocicletas
Para o motociclista profissional é indispensável cumprir a legislação como forma de evitar
acidentes e circular com segurança. Muitas regras definidas no CTB valem para todos os
condutores. A seguir, vamos conhecer os principais Artigos que orientam os motociclistas à
forma correta de conduzir e de comportar-se no trânsito.

MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em posição


sentada.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem sidecar, dirigido
por condutor em posição montada.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão
interna, cuja cilindrada não exceda a cinquenta centímetros cúbicos (3,05
polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinquenta
quilômetros por hora.

Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:


I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo
com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso
anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
113
IV - com os faróis apagados;
V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições
de cuidar de sua própria segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;
VI - rebocando outro veículo;
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de
manobras;
VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com o
previsto no § 2o do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)IX –
efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto no art. 139-A
desta Lei ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas: (Incluído
pela Lei nº 12.009, de 2009)
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)
Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização. (Incluído pela Lei nº 12.009,
de 2009)
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas
de rolamento próprias;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
segurança.
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo anterior:
Infração - média;
Penalidade - multa.
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se aplica às motocicletas e
motonetas que tracionem semirreboques especialmente projetados para esse fim e devidamente
homologados pelo órgão competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002)

114
2.10 Classificação das vias
As vias são classificadas em urbanas e rurais, conforme os artigos 60 e 61 do CTB.
Via urbana - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação pública,
situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis edificados ao
longo de sua extensão.
Via de trânsito rápido - aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito li-vre, sem
interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres
em nível.
Via arterial - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias Secundárias e locais, possibilitando
o trânsito entre as regiões da cidade.
Via coletora - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar
ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da
cidade.
Via local - aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, desti-nada apenas
ao acesso local ou a áreas restritas.
Condomínios fechados: Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implantada e mantida
às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via (artigo 51).
A Lei nº 13.281/2016 define no Art. 24. VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres,
edificações de uso público e edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas
administrativas cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de
circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, no exercício regular do poder de
polícia de trânsito, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar, exercendo
iguais atribuições no âmbito de edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações
de uso de vagas reservadas em estacionamentos;
Via rural – São as vias abertas na zona rural.

2.11 Velocidade
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização,
obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.
O limite máximo estabelecido para a via deverá ser utilizado em situações favoráveis de tempo,
via, estado do veículo e as demais condições adversas. A velocidade mínima será 50% do
limite máximo estabelecido.

115
a) nas rodovias de pista dupla:
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;
3. (revogado);
b) nas rodovias de pista simples:
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por
instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais
vias: (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento):
Infração - média;
Penalidade - multa
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50%
(cinquenta por cento)
Infração - grave;
Penalidade - multa;
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinquenta por cento):
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa 3 (três) vezes, suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do
documento de habilitação.
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima
estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de
tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média;
Penalidade - multa.
3 NOVO MODELO DA CNH
Conforme o Capítulo XIV do CTB:
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de
exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do
116
Distrito Federal, do domicílio ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do
próprio órgão, devendo o condutor preencher os seguintes requisitos:
I - ser penalmente imputável
II - saber ler e escrever;
III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadastradas no RENACH.
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, obedecida a seguinte
gradação:
I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro
lateral;
II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso
bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito
lugares, excluído o do motorista;
III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso
bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros,
cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre
nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada
tenha 6.000 kg (seis mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8
(oito) lugares. (Redação dada pela Lei nº 12.452, de 2011)
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano
na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente
em infrações médias, durante os últimos doze meses.
§ 2o São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo automotor da espécie
motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso não exceda a 6.000 kg
(seis mil quilogramas), ou cuja lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista.
(Incluído pela Lei nº 12.452, de 2011)
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veículos com mais de
uma unidade tracionada, independentemente da capacidade de tração ou do peso bruto total.
(Renumerado pela Lei nº 12.452, de 2011)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor
destinado à movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem,
de construção ou de pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor
habilitado nas categorias C, D ou E.
117
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automotores destinados a executar
trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via pública também por condutor habilitado
na categoria B. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015).

3.1 Novo modelo da CNH

A Resolução nº 598/2016 regulamenta a produção e a expedição da Carteira Nacional de


Habilitação, com novo leiaute e requisitos de segurança.

http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao59820162.pdf

A Resolução nº 599/2016 altera os modelos e especificações do Certificado de Registro de


Veículo – CRV e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV e sua produção
e expedição.

118
Anexo II – Tabela de abreviaturas a serem impressas
Código Texto Original Texto Impresso na
CNH
11 Habilitado em Curso Especifico de Transporte Produtos Perigosos CETPP
12 Habilitado em Curso Especifico de Transporte Escolar CETE
13 Habilitado em Curso Especifico de Transporte Coletivo de Passageiros CETCP
14 Habilitado em Curso Especifico de Transporte de Veículos de Emergência CETVE
15 Exerce atividade remunerada EAR
17 Habilitado em Curso Especifico de Transporte de Carga Indivisível CETCI
18 Habilitado em curso para Mototaxista CMTX
19 Habilitado em curso para Motofretista CMTF
A Obrigatório o uso de lentes corretivas A
B Obrigatório o uso de prótese auditiva B
C Obrigatório o uso de acelerador à esquerda C
D Obrigatório o uso de veículo com transmissão automática D
E Obrigatório o uso de empunhadura/manopla/pômo no volante E
F Obrigatório o uso de veículo com direção hidráulica F
G Obrigatório o uso de veículo com embreagem manual ou com automação G
de embreagem ou com transmissão automática
H Obrigatório o uso de acelerador e freio manual H
I Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel ao volante I
J Obrigatório o uso de adaptação dos comandos de painel para os membros J
Inferiores e/ou outras partes do corpo
K Obrigatório o uso de veículo com prolongamento da alavanca de câmbio e/ K
ou almofadas (fixas) de compensação de altura e/ou profundidade
L Obrigatório o uso de veículo com prolongadores dos pedais e elevação do L
assoalho e/ou almofadas fixas de compensação de altura e/ou profundidade
M Obrigatório o uso de motocicleta com pedal de câmbio adaptado M
N Obrigatório o uso de motocicleta com pedal do freio traseiro adaptado N
O Obrigatório o uso de motocicleta com manopla do freio dianteiro adaptada O
P Obrigatório o uso de motocicleta com manopla de embreagem adaptada P
Q Obrigatório o uso de motocicleta com carro lateral ou triciclo Q
R Obrigatório o uso de motoneta com carro lateral ou triciclo R
S Obrigatório o uso de motocicleta com automação de troca de marchas S
T Vedado dirigir em rodovias e vias de trânsito rápido T
U Vedado dirigir após o pôr-do-sol U
Fonte: Anexo II da Resolução nº 599/2016

119
4 LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO
Conforme Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016.
Art. 162 Dirigir veículo:
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para
Conduzir Ciclomotor:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes);
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para
Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes);
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até
a apresentação de condutor habilitado;
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferente da
do veículo que esteja conduzindo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (duas vezes);
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do documento.
CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
120
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
Seção II
Dos Crimes em Espécie
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de
1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971,
de 2014) (Vigência)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
4.1 Exame toxicológico
Art. 148 - A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos
para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação. (Incluído pela Lei nº
13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de substâncias psicoativas que,
comprovadamente, comprometam a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção
mínima de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran. (Incluído pela Lei nº 13.103,
de 2015) (Vigência)
§ 2o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade
de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis)
meses a contar da realização do disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
(Vigência)
§ 3o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade
de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses
a contar da realização do disposto no caput. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4o É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no caso de resultado
positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das normas do Contran. (Incluído pela
Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5o A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência a suspensão do
direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão
ao resultado negativo em novo exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que
acessórias. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
121
§ 6o O resultado do exame somente será divulgado para o interessado e não poderá ser
utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6o do art. 168 da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
RESOLUÇÃO Nº 583, DE 23 DE MARÇO DE 2016
Altera a Resolução CONTRAN nº 425, de 27 de novembro de 2012, que dispõe sobre o exame
de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas
e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro
– CTB.
Pontuação na CNH
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será aplicada, nos casos previstos neste
Código, pelo prazo mínimo de um mês até o máximo de um ano e, no caso de reinciência no
período de doze meses, pelo prazo mínimo de seis meses até o máximo de dois anos, segundo
critérios estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Além dos casos previstos em outros artigos deste Código e excetuados aqueles especificados
no art. 263, a suspensão do direito de dirigir será aplicada quando o infrator atingir, no período
de 12 (doze) meses, a contagem de 20 (vinte) pontos, conforme pontuação indicada no art.
259. (Redação dada pela Lei nº 12.547, de 2011)
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação será
devolvida a seu titular imediatamente após cumprida a penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos
computados para fins de contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº 12.547, de 2011
Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016.
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze)
meses, conforme a pontuação prevista no art. 259;
II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infrações preveem, de forma
específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir são os seguintes:
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as infrações com
prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.

122
Categorias C, D e E
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, D ou
E, será convocado pelo órgão executivo de trânsito estadual a participar de curso preventivo
de reciclagem sempre que, no período de um ano, atingir quatorze pontos, conforme
regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o, o condutor terá eliminados os pontos
que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem subsequente. (Incluído pela Lei nº
13.154, de 2015)
§ 7º Após o término do curso de reciclagem, na forma do § 5o, o condutor não poderá ser
novamente convocado antes de transcorrido o período de um ano. (Incluído pela Lei nº
13.154, de 2015)
Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016.
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, D ou
E, poderá optar por participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 1
(um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos, conforme regulamentação do Contran.
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer nova opção no período
de 12 (doze) meses.
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que, notificado da
penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.
§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II do caput deste artigo
deverá ser instaurado concomitantemente com o processo de aplicação da penalidade de
multa.
INFRAÇÕES DE TRANSITO
CAPÍTULO XV
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código,
da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às
penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas
no Capítulo XIX.
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com sua gravidade, em
quatro categorias:
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa de valor correspondente a 180 (cento e
oitenta) UFIR;
II - infração de natureza grave, punida com multa de valor correspondente a 120 (cento e
vinte) UFIR;

123
III - infração de natureza média, punida com multa de valor correspondente a 80 (oitenta)
UFIR;
IV - infração de natureza leve, punida com multa de valor correspondente a 50 (cinquenta)
UFIR.
Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:
I - gravíssima - sete pontos;
II - grave - cinco pontos;
III - média - quatro pontos;
IV - leve - três pontos.
Artigo 258 Artigo 259 Res. 136/02 Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016.
Artigo 258 Artigo 259 Res. 136/02 Lei nº 13.281, de 4 de maio
de 2016.
GRAVÍSSIMA 180 UFIR 7 PONTOS R$ 191, 54 R$ 293,47
GRAVE 120 UFIR 5 PONTOS R$ 127, 69 R$ 195,23
MÉDIA 80 UFIR 4 PONTOS R$ 85,13 R$ 130,16
LEVE 50 UFIR 3 PONTOS R$ 53,20 R$ 88,38

Com a nova lei Nº 13.281, de 04 de Maio de 2016, definiu o aumento do valor multiplicador
das infrações passando a ser: 1x, 2x, 3x, 5x, 10x, 20x e 60x.

Assista a uma vídeo aula sobre penalidades e medidas


SAIBA administrativas:
https://www.youtube.com/watch?v=9aY-
ziCkoFQ&list=PLde1_OdBOO4ks4wT_
JFvAJxaCKE10mLO6&index=6

4.2 Medidas Administrativas


Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas
neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
I - retenção do veículo;
II - remoção do veículo;
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; (artigo 272)
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir; (artigo 273)
V - recolhimento do Certificado de Registro;(artigo 274)
124
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
VII - (VETADO)
VIII - transbordo do excesso de carga;
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica;
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias
de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos
devidos.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros
socorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)77

4.3 Penalidades
CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e
dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades:
I - advertência por escrito; (artigo 267 do CTB).
II - multa;
III - suspensão do direito de dirigir; (Resolução n.º 182 de 09 de setembro de 2005)
IV - apreensão do veículo; (Lei nº 13.160, de 25 de agosto de 2015).
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
VI - cassação da Permissão para Dirigir;
VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem. (Artigo 160 do CTB).

125
RESUMINDO
A velocidade mínima em uma via não pode ser inferior à metade da máxima permitida
no local. Agora, para a velocidade segura, em vias de grande movimento e rápido
escoamento do tráfego, é necessário acompanhar o fluxo sem obstruir os demais veículos.
Pela atual Lei dos Motoristas, será exigido o exame toxicológico de larga janela de
detecção para consumo de substâncias psicoativas, necessário quando da adição e
renovação da habilitação nas categorias C, D e E.
Atenção aos ciclomotores: nas vias de pistas múltiplas, eles devem transitar no centro da
pista da direita e, em vias de pista simples, no bordo mais à direita da pista.
Para a aplicação de penalidades e penas, levam-se em conta a gravidade, as circunstâncias
e a interpretação do ato criminoso consoante o Código Penal ou o CTB.

1) Não é permitido ultrapassar quando a linha divisória mais próxima for


contínua ou se houver duas linhas contínuas.
(( ) Certo
(( ) Errado
2) Nos cruzamentos com semáforo, o condutor do veículo deve:
(( ) Planejar a travessia com antecipação.
(( ) Não parar sobre a área de interseção das vias.
(( ) Não parar sobre a faixa de pedestres.
(( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3) O Documento de Identificação é obrigatório para condutores portadores
de CNH sem foto.
(( ) Certo
(( ) Errado
4) Constituem sanções que podem ser impostas aos infratores de trânsito,
segundo o CTB, exceto:
(( ) Advertências por escrito
(( ) Multas
(( ) Venda compulsória do veículo
(( ) Suspensão do direito de dirigir
126
UNIDADE 7
PRÁTICA DE FISCALIZAÇÃO

1 Aulas práticas
UNIDADE 7 – PRÁTICA DE FISCALIZAÇÃO

1 ROTEIRO DE INSTRUÇÃO DA PRÁTICA DE FISCALIZAÇÃO


Curso: Agente de Trânsito
Componente Curricular Aula Prática
Exercício Prático de Operação e Fiscalização de • Realizar aula prática na via pública com apoio de órgãos da
Trânsito segurança pública;

• Realizar ações voltadas à fiscalização de trânsito, autuação,


aplicando as medidas administrativas cabíveis por circulação,
estacionamento e parada;

• Realizar os gestos convencionais de braço do agente para o


controle de tráfego de veículos e pedestres, bem como para a
abordagem do condutor.
Abordagem de Operação e Fiscalização de • Técnicas de abordagens para condutores, ciclistas e
Trânsito pedestres;

• Realiza a prática executando suas abordagens com


segurança;

• Executar ações na blitz de caráter educativo para condutores;

• Realizar procedimentos a serem tomados em ocorrência de


acidente trânsito e sinalização do local;

• Estacionar as viaturas posicionando em locais de segurança


em operação de fiscalização, acidentes de trânsito, eventos etc.
Postura de Abordagem do Agente de Trânsito • Orientar a postura e compostura do agente de trânsito na
via pública;

• Manter uma postura adequada nas abordagens na via


pública;

• Observar o agente de trânsito quanto ao processo de


comunicação em suas abordagens;

• Comunicar-se adequadamente em suas abordagens.


REFERÊNCIAS

Albert Einstein. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira. Primeiros Socorros. Disponível


em: http://www.einstein.br/einstein-saude/vida-saudavel/ primeiros-socorros/Paginas/
queimadura.aspx . Acesso em: fevereiro de 2015 American hearth association.
Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2013, vol.101, n.2, suplemento 3. Disponível em:http:// publicacoes.
cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf. Acesso em: fevereiro de 2015
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS - ANTP. Trânsito e Transporte
humano no Século XXI. São Paulo: ANTP, 1998.
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acessado em: 20, Out 2016
______,Lei nº 10.517, de 23 de setembro de 2002. Acrescenta dispositivos à Lei no 9.503, de 23
de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10517.htm. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá providências ás pessoas que específica,
e dá outras providências. Disponível em :www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10048.htm.
Acessado em: 20, Out 2016.

______. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios


básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida,e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm. Acessado em: 20,Out 2016.
______.Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009. Regulamenta o exercício das atividades dos
profissionais em transporte de passageiros, “mototaxista. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12009.htm. Acessado em: 20,Out 2016.
______. Lei nº 12.452, de 21 de julho de 2011. Altera o art. 143 da Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997, que "institui o Código de Trânsito Brasileiro", de modo a disciplinar a
habilitação de condutores de combinações de veículos. Disponível em: www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12452.htm. Acessado em 20, Out 2016.
______. Lei nº 12.547, de 14 de dezembro de 2011. Altera o art. 261 da Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: www.lexml.
gov.br/urn/urn:lex:br:federal:lei:2011-12-14;12547. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Lei n º 12.760, de 20 de dezembro de 2012. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro
de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12760.htm. Acessado em: 20,
129
Out de 2016.
______. Lei nº 12.971, de 09 de maio de 2014. Altera os arts. 173, 174, 175, 191, 202, 203,
292, 302, 303, 306 e 308 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de
Trânsito Brasileiro, para dispor sobre sanções administrativas e crimes de trânsito. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12971.htm. Acessado em:
20, Out de 2016.
______. Lei n º 13.097/2015, de 19 de janeiro de 2015. Reduz a zero as alíquotas da Contribuição
para PIS/PASEP, da COFINS e dá outras providências. Disponível em:
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13097.htm. Acessado em: 20, Out
2016.
______. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de
motorista e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13103.htm. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Lei n º 13.154, de 30 de julho de 2015. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de
1997 - Código de Trânsito Brasileiro, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 13.001, de 20 de junho de 2014; e
dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/
Lei/L13154.htm. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Lei nº 13.160, de 25 de agosto de 2015. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de
1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre retenção, remoção e leilão de veículo,
e revoga a Lei no 6.575, de 30 de setembro de 1978. Disponível em: www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13160.htm. Acessado em: 20, Out de 2016.
_______. Lei nº 13.281, de 04 de maio de 2016. Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em:
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130
Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento
das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código
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Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI. Disponível
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do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/
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______. Resolução nº 243, de 22 de junho de 2007. Aprova o Volume II - Sinalização Vertical
de Advertência, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Disponível em:
http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_236.pdf.
Acessado em: 20, Out 2016.
______. Resolução nº 304, de 18 de dezembro de 2008. Dispõe sobre as vagas de estacionamento
destinadas exclusivamente a veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência e
com dificuldade de locomoção. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/download/
Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_304.pdf. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Resolução nº 341, de 25 de fevereiro de 2010. Cria Autorização Específica (AE) para
os veículos e/ou combinações de veículos equipados com tanques que apresentem excesso de
até 5% (cinco por cento) nos limites de peso bruto total ou peso bruto total combinado, devido
à incorporação da tolerância, com base em Resolução do CONTRAN. Disponível em: http://
www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_304.pdf. Acessado
em: 20, Out 2016.
______. Resolução nº 486, de 07 de maio de 2014. Aprova o Volume III – Sinalização Vertical
131
de Indicação, do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. Disponível em: http://www.
denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao4862014.pdf. Acessado em: 20, Out 2016.
______. Resolução nº 514, de 18 de dezembro de 2014. Dispõe sobre a Política Nacional de
Trânsito, seus fins e aplicação, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao5142014.pdf. Acessado em: 20,
Out 2016.
______. Resolução nº 598, de 24 de maio de 2016. Regulamenta a produção e a expedição da
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Out 2016.
______. Resolução nº 599, de 24 de maio de 2016. Altera os modelos e especificações do
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Veículo – CRLV e sua produção e expedição. Disponível em: http://www.denatran.gov.br/
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134
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO - LEIS
Lei nº 12.009, de 29 de julho de 2009
Regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transporte de passageiros,
“mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com
o uso de motocicleta, altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, para dispor sobre
regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas
e motonetas – motofrete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transportes de
passageiros, “mototaxistas”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua,
e “motoboy”, com o uso de motocicleta, dispõe sobre regras de segurança dos serviços de
transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – motofrete –, estabelece
regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências.
Art. 2º Para o exercício das atividades previstas no art. 1o, é necessário:
I – ter completado 21 (vinte e um) anos;
II – possuir habilitação, por pelo menos 2 (dois) anos, na categoria;
III – ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do Contran;
IV – estar vestido com colete de segurança dotado de dispositivos retrorrefletivos, nos termos
da regulamentação do Contran.
Parágrafo único. Do profissional de serviço comunitário de rua serão exigidos ainda os
seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – título de eleitor;
III – cédula de identificação do contribuinte – CIC;
IV – atestado de residência;
V – certidões negativas das varas criminais;
VI – identificação da motocicleta utilizada em serviço.
Art. 3º São atividades específicas dos profissionais de que trata o art. 1o:
I – transporte de mercadorias de volume compatível com a capacidade do veículo;
II – transporte de passageiros.

135
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 4º A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescida do seguinte
Capítulo XIII-A:
CAPÍTULO XIII-A
DA CONDUÇÃO DE MOTOFRETE
Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias
– motofrete – somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou
entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:
I – registro como veículo da categoria de aluguel;
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do veículo, destinado a
proteger o motor e a perna do condutor em caso de tombamento, nos termos de regulamentação
do Conselho Nacional de Trânsito – Contran;
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de regulamentação do
Contran;
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança.
§ 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de cargas deve estar de
acordo com a regulamentação do Contran.
§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou tóxicos e de galões nos
veículos de que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água
mineral, desde que com o auxílio de sidecars, nos termos de regulamentação do Contran.
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal ou estadual de
aplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as atividades de motofrete no âmbito
de suas circunscrições.”
Art. 5º O art. 244 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 244. .................................................................................

VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em desacordo com o


previsto no § 2o do art. 139-A desta Lei;
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com o previsto no art.
139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade profissional dos mototaxistas:
Infração – grave;
Penalidade – multa;
136
Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização.
§ 1º ................................................................................
....................................................................................” (NR)
Art. 6º A pessoa natural ou jurídica que empregar ou firmar contrato de prestação continuada
de serviço com condutor de motofrete é responsável solidária por danos cíveis advindos do
descumprimento das normas relativas ao exercício da atividade, previstas no art. 139-A da Lei
no 9.503, de 23 de setembro de 1997, e ao exercício da profissão, previstas no art. 2o desta Lei.
Art. 7º Constitui infração a esta Lei:
I – empregar ou manter contrato de prestação continuada de serviço com condutor de
motofrete inabilitado legalmente;
II – fornecer ou admitir o uso de motocicleta ou motoneta para o transporte remunerado de
mercadorias, que esteja em desconformidade com as exigências legais.
Parágrafo único. Responde pelas infrações previstas neste artigo o empregador ou aquele
que contrata serviço continuado de motofrete, sujeitando-se à sanção relativa à segurança
do trabalho prevista no art. 201 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
Art. 8º Os condutores que atuam na prestação do serviço de motofrete, assim como os
veículos empregados nessa atividade, deverão estar adequados às exigências previstas nesta
Lei no prazo de até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contado da regulamentação pelo
Contran dos dispositivos previstos no art. 139-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997,
e no art. 2o desta Lei.
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 29 de julho de 2009; 188º da Independência e 121º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro
Marcio Fortes de Almeida
Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.7.2009
Lei nº 12.760, de 20 de dezembro de 2012.
Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º Os Arts. 165, 262, 276, 277 e 306 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, passam a
vigorar com as seguintes alterações:
137
“Art. 165. .....................................................................

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,
observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei n º 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do
Código de Trânsito Brasileiro.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses.”(NR)
“Art. 262. ......................................................................

§ 5º O recolhimento ao depósito, bem como a sua manutenção, ocorrerá por serviço público
executado diretamente ou contratado por licitação pública pelo critério de menor preço. ”
(NR).
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar
sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for
apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica. ” (NR).
“Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for
alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran,
permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine
dependência.
§ 1º (Revogado).
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem,
vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas.
....................................................................................” (NR)
“Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade

138
psicomotora.
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia,
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova.
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia para efeito
de caracterização do crime tipificado neste artigo.”(NR)
Art. 2º O Anexo I da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, fica acrescido das seguintes
definições:
ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO


AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos alvéolos pulmonares.
..............................................................................................
ESTRADA - ...................................................................
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar.
............................................................................................”
Art. 3º Fica revogado o § 1º do Art . 277 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
Brasília, 20 de dezembro de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Alexandre Rocha Santos Padilha
Aguinaldo Ribeiro
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.12.2012
Lei nº 12.971, de 9 de maio de 2014.
Altera os Arts. 173, 174, 175, 191, 202, 203, 292, 302, 303, 306 e 308 da Lei no 9.503, de 23
de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, para dispor sobre sanções
administrativas e crimes de trânsito.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

139
a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Art. 173. Disputar corrida:

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no


período de 12 (doze) meses da infração anterior.” (NR)
“Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração
de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da
autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

§ lº As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.


§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de 12
(doze) meses da infração anterior.” (NR)
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus:

Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no


período de 12 (doze) meses da infração anterior.” (NR)
Art. 191. ...........................................................

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir.


Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses da infração anterior.” (NR)
Art. 202. .....................................................................
140
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes).” (NR)
Art. 203. .....................................................................

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes).
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses da infração anterior. ” (NR)
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras penalidades.”
(NR)
Art. 302. ..................................................................
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de
1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.

§ 2º Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão


da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou
participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente:
Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.” (NR)
Art. 303. ...................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses do § 1o do art. 302.” (NR)
Art. 306. ...................................................................

141
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou
toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em
direito admitidos, observado o direito à contraprova.
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. ” (NR)
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de
risco à incolumidade pública ou privada:
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo
das outras penas previstas neste artigo.
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de
liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
neste artigo.” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor no 1o (primeiro) dia do 6o (sexto) mês após a sua publicação.
Brasília, 9 de maio de 2014; 193º da Independência e 126º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Gilberto Magalhães Occhi
Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.5.2014
Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015.
Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho
- CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos 9.503, de 23 de
setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, e 11.442, de 5 de janeiro de 2007 (empresas
e transportadores autônomos de carga), para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de
direção do motorista profissional; altera a Lei no 7.408, de 25 de novembro de 1985; revoga
dispositivos da Lei no 12.619, de 30 de abril de 2012; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º É livre o exercício da profissão de motorista profissional, atendidas as condições e

142
qualificações profissionais estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Integram a categoria profissional de que trata esta Lei os motoristas de
veículos automotores cuja condução exija formação profissional e que exerçam a profissão nas
seguintes atividades ou categorias econômicas:
I - de transporte rodoviário de passageiros;
II - de transporte rodoviário de cargas.
Art. 2º São direitos dos motoristas profissionais de que trata esta Lei, sem prejuízo de outros
previstos em leis específicas:
I - ter acesso gratuito a programas de formação e aperfeiçoamento profissional, preferencialmente
mediante cursos técnicos e especializados previstos no inciso IV do Art. 145 da Lei nº 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, normatizados pelo Conselho
Nacional de Trânsito - CONTRAN, em cooperação com o poder público;
II - contar, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, com atendimento profilático,
terapêutico, reabilitador, especialmente em relação às enfermidades que mais os acometam;
III - receber proteção do Estado contra ações criminosas que lhes sejam dirigidas no exercício
da profissão;
IV - contar com serviços especializados de medicina ocupacional, prestados por entes públicos
ou privados à sua escolha;
V - se empregados:
a) não responder perante o empregador por prejuízo patrimonial decorrente da ação de
terceiro, ressalvado o dolo ou a desídia do motorista, nesses casos mediante comprovação, no
cumprimento de suas funções;
b) ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna mediante anotação
em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos
instalados nos veículos, a critério do empregador; e
c) ter benefício de seguro de contratação obrigatória assegurado e custeado pelo empregador,
destinado à cobertura de morte natural, morte por acidente, invalidez total ou parcial
decorrente de acidente, traslado e auxílio para funeral referentes às suas atividades, no valor
mínimo correspondente a 10 (dez) vezes o piso salarial de sua categoria ou valor superior
fixado em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Art. 3º Aos motoristas profissionais dependentes de substâncias psicoativas é assegurado
o pleno atendimento pelas unidades de saúde municipal, estadual e federal, no âmbito do
Sistema Único de Saúde, podendo ser realizados convênios com entidades privadas para o
cumprimento da obrigação.
Art. 4º O § 5ºdo Art. 71 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-
143
Lei nº 5.452, de l o de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 71. .......................................................................

§ 5º O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele estabelecido
no § 1º poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora
trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho
a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins
nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo
de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao
final de cada viagem.” (NR)
Art. 5º O art. 168º da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei º
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 168 ......................................................................

§ 6º Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do


desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à contraprova
em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos respectivos exames.
§ 7º Para os fins do disposto no § 6º, será obrigatório exame toxicológico com janela de detecção
mínima de 90 (noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que causem dependência
ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção, podendo ser utilizado para
essa finalidade o exame toxicológico previsto na Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 -
Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.” (NR)
Art. 6º A Seção IV-A do Capítulo I do Título III da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
TÍTULO III

CAPÍTULO I

Seção IV-A
Do Serviço do Motorista Profissional
Empregado

144
Art. 235-A. Os preceitos especiais desta Seção aplicam-se ao motorista profissional empregado:
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;
II - de transporte rodoviário de cargas. ’ (NR)
Art. 235-B. São deveres do motorista profissional empregado:

III - respeitar a legislação de trânsito e, em especial, as normas relativas ao tempo de direção


e de descanso controlado e registrado na forma do previsto no art. 67-E da Lei nº 9.503, de 23
de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro;

VII - submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias
e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador,
com sua ampla ciência, pelo menos uma vez a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses, podendo
ser utilizado para esse fim o exame obrigatório previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de
1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. A recusa do empregado em submeter-se ao teste ou ao programa de controle
de uso de droga e de bebida alcoólica previstos no inciso VII será considerada infração
disciplinar, passível de penalização nos termos da lei.’ (NR)
Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista profissional será de 8 (oito) horas,
admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou, mediante previsão
em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas extraordinárias.
§ 1º Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista empregado estiver
à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição, repouso e descanso e o
tempo de espera.
§ 2º Será assegurado ao motorista profissional empregado intervalo mínimo de 1 (uma)
hora para refeição, podendo esse período coincidir com o tempo de parada obrigatória na
condução do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista profissional enquadrado no § 5º do
Art. 71 desta Consolidação.
§ 3º Dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de
descanso, sendo facultados o seu fracionamento e a coincidência com os períodos de parada
obrigatória na condução do veículo estabelecida pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
1997 - Código de Trânsito Brasileiro, garantidos o mínimo de 8 (oito) horas ininterruptas no
primeiro período e o gozo do remanescente dentro das 16 (dezesseis) horas seguintes ao fim
do primeiro período.
§ 4º Nas viagens de longa distância, assim consideradas aquelas em que o motorista profissional

145
empregado permanece fora da base da empresa, matriz ou filial e de sua residência por mais
de 24 (vinte e quatro) horas, o repouso diário pode ser feito no veículo ou em alojamento do
empregador, do contratante do transporte, do embarcador ou do destinatário ou em outro
local que ofereça condições adequadas.
§ 5º As horas consideradas extraordinárias serão pagas com o acréscimo estabelecido na
Constituição Federal ou compensadas na forma do § 2º do Art. 59 desta Consolidação.
§ 6º À hora de trabalho noturno aplica-se o disposto no Art. 73 desta Consolidação.

§ 8º São considerados tempo de espera as horas em que o motorista profissional empregado


ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências do embarcador ou do
destinatário e o período gasto com a fiscalização da mercadoria transportada em barreiras
fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como jornada de trabalho e nem como horas
extraordinárias.
§ 9º As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% (trinta por
cento) do salário-hora normal.
§ 10. Em nenhuma hipótese, o tempo de espera do motorista empregado prejudicará o direito
ao recebimento da remuneração correspondente ao salário-base diário.
§ 11. Quando a espera de que trata o § 8º for superior a 2 (duas) horas ininterruptas e for
exigida a permanência do motorista empregado junto ao veículo, caso o local ofereça condições
adequadas, o tempo será considerado como de repouso para os fins do intervalo de que tratam
os §§ 2º e 3º, sem prejuízo do disposto no § 9º.
§ 12. Durante o tempo de espera, o motorista poderá realizar movimentações necessárias do
veículo, as quais não serão consideradas como parte da jornada de trabalho, ficando garantido,
porém, o gozo do descanso de 8 (oito) horas ininterruptas aludido no § 3º.
§ 13. Salvo previsão contratual, a jornada de trabalho do motorista empregado não tem horário
fixo de início, de final ou de intervalos.
§ 14. O empregado é responsável pela guarda, preservação e exatidão das informações
contidas nas anotações em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou no
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo, ou nos rastreadores ou sistemas e
meios eletrônicos, instalados nos veículos, normatizados pelo Contran, até que o veículo seja
entregue à empresa.
§ 15. Os dados referidos no § 14 poderão ser enviados a distância, a critério do empregador,
facultando-se a anexação do documento original posteriormente.
§ 16. Aplicam-se as disposições deste artigo ao ajudante empregado nas operações em que
acompanhe o motorista. (NR)

146
Art. 235-D. Nas viagens de longa distância com duração superior a 7 (sete) dias, o repouso
semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por semana ou fração trabalhada, sem prejuízo do
intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta e cinco) horas, usufruído
no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu domicílio, salvo se a empresa oferecer
condições adequadas para o efetivo gozo do referido repouso.
I - revogado;
II - revogado;
III - revogado.
§ 1º É permitido o fracionamento do repouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo um destes
de, no mínimo, 30 (trinta) horas ininterruptas, a serem cumpridos na mesma semana e em
continuidade a um período de repouso diário, que deverão ser usufruídos no retorno da
viagem.
§ 2º A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distância de que trata o
caput fica limitada ao número de 3 (três) descansos consecutivos.
§ 3º O motorista empregado, em viagem de longa distância, que ficar com o veículo parado após
o cumprimento da jornada normal ou das horas extraordinárias fica dispensado do serviço,
exceto se for expressamente autorizada a sua permanência junto ao veículo pelo empregador,
hipótese em que o tempo será considerado de espera.
§ 4º Não será considerado como jornada de trabalho, nem ensejará o pagamento de qualquer
remuneração, o período em que o motorista empregado ou o ajudante ficarem espontaneamente
no veículo usufruindo dos intervalos de repouso.
§ 5º Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo
veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em movimento, assegurado o
repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do veículo em alojamento externo ou, se
na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72 (setenta e duas) horas.
§ 6º Em situações excepcionais de inobservância justificada do limite de jornada de que trata o
Art. 235-C, devidamente registradas, e desde que não se comprometa a segurança rodoviária,
a duração da jornada de trabalho do motorista profissional empregado poderá ser elevada
pelo tempo necessário até o veículo chegar a um local seguro ou ao seu destino.
§ 7º Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por qualquer
meio onde ele siga embarcado e em que o veículo disponha de cabine leito ou a embarcação
disponha de alojamento para gozo do intervalo de repouso diário previsto no § 3º do Art. 235-
C, esse tempo será considerado como tempo de descanso.
§ 8º Para o transporte de cargas vivas, perecíveis e especiais em longa distância ou em território
estrangeiro poderão ser aplicadas regras conforme a especificidade da operação de transporte
realizada, cujas condições de trabalho serão fixadas em convenção ou acordo coletivo de modo

147
a assegurar as adequadas condições de viagem e entrega ao destino final.’ (NR)
Art. 235-E. Para o transporte de passageiros, serão observados os seguintes dispositivos:
I - é facultado o fracionamento do intervalo de condução do veículo previsto na Lei nº 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, em períodos de no mínimo 5
(cinco) minutos;
II - será assegurado ao motorista intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo ser
fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir com o tempo de parada obrigatória na condução
do veículo estabelecido pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista profissional enquadrado no § 5º do Art. 71
desta Consolidação;
III - nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas no curso da mesma viagem, o
descanso poderá ser feito com o veículo em movimento, respeitando-se os horários de jornada
de trabalho, assegurado, após 72 (setenta e duas) horas, o repouso em alojamento externo ou,
se em poltrona correspondente ao serviço de leito, com o veículo estacionado.
§ 1º (Revogado).
.............................................................................................
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).
§ 5º (Revogado).
§ 6º (Revogado).
§ 7º (Revogado).
.............................................................................................
§ 9º (Revogado).
§ 10º (Revogado).
§ 11º (Revogado).
§ 12º (Revogado).’ (NR)
Art. 235-F. Convenção e acordo coletivo poderão prever jornada especial de 12 (doze) horas
de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso para o trabalho do motorista profissional
empregado em regime de compensação.’ (NR)
Art. 235-G. É permitida a remuneração do motorista em função da distância percorrida, do
tempo de viagem ou da natureza e quantidade de produtos transportados, inclusive mediante
oferta de comissão ou qualquer outro tipo de vantagem, desde que essa remuneração ou
comissionamento não comprometa a segurança da rodovia e da coletividade ou possibilite a
148
violação das normas previstas nesta Lei.’ (NR)
Art. 235-H. (Revogado).’ (NR)”
Art. 7º O Capítulo III-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“CAPÍTULO III-A

Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas profissionais:


I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;
II - de transporte rodoviário de cargas.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).
§ 5º (Revogado).
§ 6º (Revogado).
§ 7º (Revogado).
...................................................................................’ (NR)

‘Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia
ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte
rodoviário de cargas.
§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada 6 (seis) horas na
condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do
tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício
da condução.
§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4 (quatro) horas na
condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do
tempo de direção.
§ 2º Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de direção, devidamente
registradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor,
o veículo e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados,
desde que não haja comprometimento da segurança rodoviária.
149
§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, a observar o
mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufruídas no veículo
e coincidir com os intervalos mencionados no § 1º, observadas no primeiro período 8 (oito)
horas ininterruptas de descanso.
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período em que o condutor
estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o destino.
§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no retorno, com ou sem
carga, considerando-se como sua continuação as partidas nos dias subsequentes até o destino.
§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o cumprimento integral do intervalo de
descanso previsto no § 3º deste artigo.
§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, embarcador, consignatário
de cargas, operador de terminais de carga, operador de transporte multimodal de cargas ou
agente de cargas ordenará a qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que
conduza veículo referido no caput sem a observância do disposto no § 6º. (NR)

Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar e registrar o tempo de condução
estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita observância.
§ 1º A não observância dos períodos de descanso estabelecidos no art. 67-C sujeitará o
motorista profissional às penalidades daí decorrentes, previstas neste Código.
§ 2º O tempo de direção será controlado mediante registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em diário de bordo, ou papeleta ou ficha de
trabalho externo, ou por meios eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do Contran.
§ 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma independente de
qualquer interferência do condutor, quanto aos dados registrados.
§ 4º A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no equipamento registrador
instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de responsabilidade do condutor.
Art. 8º A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Art. 132. ......................................................................
§ 1º...............................................................................
§ 2º Antes do registro e licenciamento, o veículo de carga novo, nacional ou importado,
portando a nota fiscal de compra e venda ou documento alfandegário, deverá transitar
embarcado do pátio da fábrica ou do posto alfandegário ao Município de destino.” (NR)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se a exames toxicológicos

150
para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de Habilitação.
§ 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de substâncias psicoativas que,
comprovadamente, comprometam a capacidade de direção e deverá ter janela de detecção
mínima de 90 (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.
§ 2º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade
de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis)
meses a contar da realização do disposto no caput.
§ 3º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Habilitação com validade
de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no § 1º no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses
a contar da realização do disposto no caput.
§ 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no caso de resultado
positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das normas do Contran.
§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência a suspensão do
direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão
ao resultado negativo em novo exame, e vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que
acessórias.
§ 6º O resultado do exame somente será divulgado para o interessado e não poderá ser utilizado
para fins estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6º do art. 168 da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
§ 7º O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos laboratórios credenciados
pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos termos das normas do Contran,
vedado aos entes públicos:
I - fixar preços para os exames;
II - limitar o número de empresas ou o número de locais em que a atividade pode ser exercida;
e
III - estabelecer regras de exclusividade territorial. ”
Art. 230. ......................................................................

XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C, relativamente ao tempo


de permanência do condutor ao volante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de
veículo de transporte de carga ou coletivo de passageiros:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo de descanso
151
aplicável.
.............................................................................................
§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 (doze) meses, será convertida,
automaticamente, a penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave.
§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do veículo fica condicionada ao
pagamento ou ao depósito, judicial ou administrativo, da multa.” (NR)
Art. 259. ......................................................................
.............................................................................................
§ 4º Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação pelas infrações
de sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do art. 257, excetuando-se aquelas
praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de passageiros em
viagens de longa distância transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas
regulares intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa distância
por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as situações regulamentadas
pelo Contran a teor do art. 65 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro. (NR)
Art. 9º As condições de segurança, sanitárias e de conforto nos locais de espera, de repouso e
de descanso dos motoristas profissionais de transporte rodoviário de passageiros e rodoviário
de cargas terão que obedecer ao disposto em normas regulamentadoras pelo ente competente.
(Regulamento)
§ 1º É vedada a cobrança ao motorista ou ao seu empregador pelo uso ou permanência em
locais de espera sob a responsabilidade de:
I - transportador, embarcador ou consignatário de cargas;
II - operador de terminais de cargas;
III - aduanas;
IV - portos marítimos, lacustres, fluviais e secos;
V - terminais ferroviários, hidroviários e aeroportuários.
§ 2º Os locais de repouso e descanso dos motoristas profissionais serão, entre outros, em:
I - estações rodoviárias;
II - pontos de parada e de apoio;
III - alojamentos, hotéis ou pousadas;
IV - refeitórios das empresas ou de terceiros;

152
V - postos de combustíveis.
§ 3º Será de livre iniciativa a implantação de locais de repouso e descanso de que trata este
artigo.
§ 4º A estrita observância às Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego,
no que se refere aos incisos II, III, IV e V do § 2o, será considerada apenas quando o local for de
propriedade do transportador, do embarcador ou do consignatário de cargas, bem como nos
casos em que esses mantiverem com os proprietários destes locais contratos que os obriguem
a disponibilizar locais de espera e repouso aos motoristas profissionais.
Art. 10. O poder público adotará medidas, no prazo de até 5 (cinco) anos a contar da vigência
desta Lei, para ampliar a disponibilidade dos espaços previstos no art. 9o, especialmente:
(Regulamento)
I - a inclusão obrigatória de cláusulas específicas em contratos de concessão de exploração de
rodovias, para concessões futuras ou renovação;
II - a revisão das concessões de exploração das rodovias em vigor, de modo a adequá-las à
previsão de construção de pontos de parada de espera e descanso, respeitado o equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos;
III - a identificação e o cadastramento de pontos de paradas e locais para espera, repouso e
descanso que atendam aos requisitos previstos no art. 9o desta Lei;
IV - a permissão do uso de bem público nas faixas de domínio das rodovias sob sua jurisdição,
vinculadas à implementação de locais de espera, repouso e descanso e pontos de paradas, de
trevos ou acessos a esses locais;
V - a criação de linha de crédito para apoio à implantação dos pontos de paradas.
Parágrafo único. O poder público apoiará ou incentivará, em caráter permanente, a implantação
pela iniciativa privada de locais de espera, pontos de parada e de descanso.
Art. 11. Atos do órgão competente da União ou, conforme o caso, de autoridade do ente da
federação com circunscrição sobre a via publicarão a relação de trechos das vias públicas que
disponham de pontos de parada ou de locais de descanso adequados para o cumprimento
desta Lei. (Regulamento)
§ 1º A primeira relação dos trechos das vias referidas no caput será publicada no prazo de até
180 (cento e oitenta) dias a contar da data da publicação desta Lei.
§ 2º As relações de trechos das vias públicas de que trata o caput deverão ser ampliadas e
revisadas periodicamente.
§ 3º Os estabelecimentos existentes nas vias poderão requerer no órgão competente com
jurisdição sobre elas o seu reconhecimento como ponto de parada e descanso.
Art. 12. O disposto nos §§ 2º e 3º do Art. 235-C do Capítulo I do Título III da Consolidação
153
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e no
caput e nos §§ 1º e 3º do A, produzirá efeitos: (Regulamento)
I - a partir da data da publicação dos atos de que trata o art. 11, para os trechos das vias deles
constantes;
II - a partir da data da publicação das relações subsequentes, para as vias por elas acrescidas.
Parágrafo único. Durante os primeiros 180 (cento e oitenta) dias de sujeição do trecho ao
disposto na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943, e na Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito
Brasileiro, com as alterações constantes desta Lei, a fiscalização do seu cumprimento será
meramente informativa e educativa.
Art. 13. O exame toxicológico com janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias de que
tratam o Art. 148-A da Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,
os §§ 6º e 7º do Art. 168 e o inciso VII do Art. 235-B da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, será exigido:
I - em 90 (noventa) dias da publicação desta Lei, para a renovação e habilitação das categorias
C, D e E;
II - em 1 (um) ano a partir da entrada em vigor desta Lei, para a admissão e a demissão de
motorista profissional;
III - em 3 (três) anos e 6 (seis) meses a partir da entrada em vigor desta Lei, para o disposto no
§ 2º do At. 148-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997;
IV - em 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a partir da entrada em vigor desta Lei, para o disposto
no § 3º do Art. 148-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Parágrafo único. Caberá ao Contran estabelecer adequações necessárias ao cronograma de
realização dos exames.
Art. 14. Decorrido o prazo de 3 (três) anos a contar da publicação desta Lei, os seus efeitos
dar-se-ão para todas as vias, independentemente da publicação dos atos de que trata o Art. 11
ou de suas revisões.
Art. 15. A Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 4º ..........................................................................
.............................................................................................
§ 3º Sem prejuízo dos demais requisitos de controle estabelecidos em regulamento, é
facultada ao TAC a cessão de seu veículo em regime de colaboração a outro profissional, assim
denominado TAC - Auxiliar, não implicando tal cessão a caracterização de vínculo de emprego.
§ 4º O Transportador Autônomo de Cargas Auxiliar deverá contribuir para a previdência

154
social de forma idêntica à dos Transportadores Autônomos.
§ 5º As relações decorrentes do contrato estabelecido entre o Transportador Autônomo de
Cargas e seu Auxiliar ou entre o transportador autônomo e o embarcador não caracterizarão
vínculo de emprego.” (NR)
Art. 5º -A. O pagamento do frete do transporte rodoviário de cargas ao Transportador
Autônomo de Cargas - TAC deverá ser efetuado por meio de crédito em conta mantida em
instituição integrante do sistema financeiro nacional, inclusive poupança, ou por outro meio
de pagamento regulamentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, à
critério do prestador do serviço.
.............................................................................................
§ 7º As tarifas bancárias ou pelo uso de meio de pagamento eletrônico relativas ao pagamento
do frete do transporte rodoviário de cargas ao Transportador Autônomo de Cargas - TAC
correrão à conta do responsável pelo pagamento. ” (NR)
Art. 11. ........................................................................
.............................................................................................
§ 5º O prazo máximo para carga e descarga do Veículo de Transporte Rodoviário de Cargas
será de 5 (cinco) horas, contadas da chegada do veículo ao endereço de destino, após o qual
será devido ao Transportador Autônomo de Carga - TAC ou à ETC a importância equivalente
a R$ 1,38 (um real e trinta e oito centavos) por tonelada/hora ou fração.
§ 6º A importância de que trata o § 5o será atualizada, anualmente, de acordo com a variação
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE ou, na hipótese de sua extinção, pelo índice que o
suceder, definido em regulamento.
§ 7º Para o cálculo do valor de que trata o § 5o, será considerada a capacidade total de transporte
do veículo.
§ 8º Incidente o pagamento relativo ao tempo de espera, este deverá ser calculado a partir da
hora de chegada na procedência ou no destino.
§ 9º O embarcador e o destinatário da carga são obrigados a fornecer ao transportador
documento hábil a comprovar o horário de chegada do caminhão nas dependências dos
respectivos estabelecimentos, sob pena de serem punidos com multa a ser aplicada pela
Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, que não excederá a 5% (cinco por cento)
do valor da carga.” (NR)
“Art. 13-A. É vedada a utilização de informações de bancos de dados de proteção ao crédito
como mecanismo de vedação de contrato com o TAC e a ETC devidamente regulares para o
exercício da atividade do Transporte Rodoviário de Cargas.”

155
Art. 16. O Art. 1º da Lei nº7.408, de 25 de novembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 1º Fica permitida, na pesagem de veículos de transporte de carga e de passageiros, a
tolerância máxima de:
I - 5% (cinco por cento) sobre os limites de peso bruto total;
II - 10% (dez por cento) sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de veículos à
superfície das vias públicas.
Parágrafo único. Os limites de peso bruto não se aplicam aos locais não abrangidos pelo
disposto no art. 2o da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,
incluindo-se as vias particulares sem acesso à circulação pública. (NR)
Art. 17. Os veículos de transporte de cargas que circularem vazios não pagarão taxas de
pedágio sobre os eixos que mantiverem suspensos. (Regulamento)
Art. 18. O embarcador indenizará o transportador por todos os prejuízos decorrentes de
infração por transporte de carga com excesso de peso em desacordo com a nota fiscal, inclusive
as despesas com transbordo de carga.
Art. 19. Fica instituído o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Transporte de Cargas
Nacional - PROCARGAS, cujo objetivo principal é estimular o desenvolvimento da atividade
de transporte terrestre nacional de cargas.
Parágrafo único. O Procargas tem como finalidade o desenvolvimento de programas visando
à melhoria do meio ambiente de trabalho no setor de transporte de cargas, especialmente as
ações de medicina ocupacional para o trabalhador.
Art. 20. Fica permitida a concessão de Autorização Especial de Trânsito - AET - para composição
de veículos boiadeiros articulados (Romeu e Julieta) com até 25 m de comprimento, sendo
permitido a estes veículos autorização para transitar em qualquer horário do dia.
Art. 21. Ficam revogados os A e 9o da Lei nº 12.619, de 30 de abril de 2012.
Art. 22. Ficam convertidas em sanção de advertência: (Regulamento)
I - as penalidades decorrentes de infrações ao disposto na Lei nº 12.619, de 30 de abril de 2012,
que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1º de maio de 1943, e a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,
aplicadas até a data da publicação desta Lei; e (Vide Decreto nº 8.433, de 2015)
II - as penalidades por violação do inciso V do Art. 231 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, aplicadas até 2 (dois) anos antes da entrada em vigor
desta Lei. (Vide Decreto nº 8.433, de 2015)
Brasília, 2 de março de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

156
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Antônio Carlos Rodrigues
Manoel Dias
Arthur Chioro
Armando Monteiro
Nelson Barbosa
Gilberto Kassab
Miguel Rossetto
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.3.2015
Assista a este vídeo sobre a Lei 13.103:
SAIBA
https://www.youtube.com/watch?v=R-80IC0bGt4

Lei nº 13.154, de 30 de julho de 2015.


Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, a Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei
nº 13.001, de 20 de junho de 2014; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de
sua circunscrição:
.........................................................................................
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão humana
e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas
decorrentes de infrações;
...............................................................................” (NR)
Art. 115. .....................................................................

157
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de qualquer
natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos ao registro
na repartição competente, se transitarem em via pública, dispensados o licenciamento e o
emplacamento.
§ 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria
agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a transitar em via pública, são
sujeitos ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (jericos), para efeito do registro de
que trata o § 4º-A, ficam dispensados da exigência prevista no art. 106. (NR)
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana e dos veículos de
tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio
ou residência de seus proprietários.” (NR)
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a
arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante convênio.”
Art. 134. ......................................................................
Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que trata o caput poderá
ser substituído por documento eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran.” (NR)
Art. 145. ......................................................................
§ 1º ...............................................................................
§ 2º (VETADO).” (NR)
Art. 184. ......................................................................
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação destinada aos veículos
de transporte público coletivo de passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do
poder público competente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida Administrativa - remoção do veículo. ” (NR)
Art. 231. ......................................................................
VIII - (VETADO);
..................................................................................” (NR)
Art. 252. .....................................................................
158
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movimento:
Infração - média;
Penalidade - multa. ” (NR)
Art. 261. ......................................................................
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, D ou
E, será convocado pelo órgão executivo de trânsito estadual a participar de curso preventivo
de reciclagem sempre que, no período de um ano, atingir quatorze pontos, conforme
regulamentação do Contran.
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5º, o condutor terá eliminados os pontos
que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem subsequente.
§ 7º Após o término do curso de reciclagem, na forma do § 5º, o condutor não poderá ser
novamente convocado antes de transcorrido o período de um ano.
§ 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço público tem o direito de
ser informada dos pontos atribuídos, na forma do Art. 259, aos motoristas que integrem
seu quadro funcional, exercendo atividade remunerada ao volante, na forma que dispuser o
Contran. ” (NR)
Art. 330. ......................................................................
§ 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos por sistema eletrônico, na forma
regulamentada pelo Contran. ” (NR)
Art. 2º O registro de que trata os §§ 4º e 4º-A do Art. 115 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, somente é exigível para os aparelhos ou máquinas
produzidos a partir de 1º de janeiro de 2016.
Art. 3º (VETADO).
Art. 4º O Art. 235-C da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § 17:
Art. 235-C. ..................................................................
§ 17. O disposto no caput deste artigo aplica-se também aos operadores de automotores
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos
de construção ou pavimentação e aos operadores de tratores, colheitadeiras, autopropelidos
e demais aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a
executar trabalhos agrícolas.” (NR)
Art. 5º O Art. 17 da Lei nº 13.001, de 20 de junho de 2014, passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 17. Fica a Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB autorizada a renegociar e a
159
prorrogar até dezembro de 2019 as operações com Cédula de Produto Rural - CPR, modalidade
formação de estoque no âmbito do Programa de Aquisição de Alimentos, instituído pelo
Art. 19 da Lei nº 10.696, de 2 de julho de 2003, contratadas até 31 de dezembro de 2012, nas
seguintes condições:
I - a renegociação das dívidas, vencidas e vincendas, deverá ser requerida pelo mutuário e
formalizada pela Conab até 31 de dezembro de 2015;
..................................................................................” (NR)
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Fica revogado o § 2º do Art. 132 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Brasília, 30 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Kátia Abreu
Patrus Ananias
Gilberto Kassab
Miguel Rosseto
Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.7.2015
Lei nº 13.160, de 25 de agosto de 2015.
Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para dispor
sobre retenção, remoção e leilão de veículo, e revoga a Lei nº 6.575, de 30 de setembro de 1978.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei altera os Arts. 270, 271 e 328 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997
(Código de Trânsito Brasileiro), para dispor sobre retenção, remoção e leilão de veículo.
Art. 2º Os Arts. 270, 271 e 328 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
Brasileiro), passam a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 270. ......................................................................
........................................................................................
§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, desde que ofereça
condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor
regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a
160
situação, para o que se considerará, desde logo, notificado.
........................................................................................
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 2º, será feito registro de restrição
administrativa no RENAVAM por órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do
Distrito Federal, que será retirada após comprovada a regularização.
§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2º resultará em recolhimento do
veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. (NR)
Art. 271. ...................................................................
§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante prévio pagamento de multas, taxas
e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação específica.
§ 2º A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo de qualquer componente ou
equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado de funcionamento.
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa ser tomada no depósito,
a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo para reparo, mediante autorização,
assinalando prazo para reapresentação e vistoria.
§ 4º A remoção, o depósito e a guarda do veículo serão realizados diretamente por órgão
público ou serão contratados por licitação pública.
§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remoção do veículo,
sobre as providências necessárias à sua restituição e sobre o disposto no Art. 328, conforme
regulamentação do CONTRAN.
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento de remoção do veículo,
a autoridade de trânsito, no prazo de dez dias contado da data de apreensão, deverá expedir a
notificação prevista no § 5º ao proprietário, por remessa postal ou por outro meio tecnológico
hábil que assegure a sua ciência.
§ 7º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo ou por
recusa desse de recebê-la será considerada recebida para todos os efeitos.
§ 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita por edital.
§ 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser sanada no local da
infração.” (NR)
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não reclamado por seu
proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da data de recolhimento, será avaliado
e levado a leilão, a ser realizado preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser iniciada após trinta dias, contados da
data de recolhimento do veículo, o qual será classificado em duas categorias:

161
I – conservado, quando apresenta condições de segurança para trafegar; e
II – sucata, quando não está apto a trafegar.
§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, o lote será incluído no
leilão seguinte, quando será arrematado pelo maior lance, desde que por valor não inferior a
cinquenta por cento do avaliado.
§ 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo que for levado a leilão por duas vezes e
não for arrematado será leiloado como sucata.
§ 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à circulação.
§ 5º A cobrança das despesas com estada no depósito será limitada ao prazo de seis meses.
§ 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados para custeio da realização do
leilão, dividindo-se os custos entre os veículos arrematados, proporcionalmente ao valor da
arrematação, e destinando-se os valores remanescentes, na seguinte ordem, para:
I – as despesas com remoção e estada;
II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito com garantia real, segundo a
ordem de preferência estabelecida no Art. 186 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966
(Código Tributário Nacional);
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo leilão;
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, segundo
a ordem cronológica; e
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal.
§ 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os débitos incidentes sobre o veículo, a
situação será comunicada aos credores.
§ 8º Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do leilão previamente para que
formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo no prazo máximo de dez dias.
§ 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação administrativa ficam dele
automaticamente desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o proprietário anterior.
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9º inclusive ao débito relativo a tributo cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento de veículo.
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por qualquer meio, os débitos serão
novamente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do Art.
271.
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depositado em conta específica do órgão
162
responsável pela realização do leilão e ficará à disposição do antigo proprietário, devendo
ser expedida notificação a ele, no máximo em trinta dias após a realização do leilão, para
o levantamento do valor no prazo de cinco anos, após os quais o valor será transferido,
definitivamente, para o fundo a que se refere o parágrafo único do Art. 320.
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao animal recolhido, a qualquer título, e
não reclamado por seu proprietário no prazo de sessenta dias, a contar da data de recolhimento,
conforme regulamentação do CONTRAN.
§ 14. Não se aplica o disposto neste artigo ao veículo recolhido a depósito por ordem judicial
ou ao que esteja à disposição de autoridade policial. (NR)
Art. 3º Revogam-se:
I – (VETADO); e
II – a Lei nº 6.575, de 30 de setembro de 1978.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos cento e cinquenta dias de sua publicação oficial.
Brasília, 25 de agosto de 2015; 194º da Independência e 127º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Tarcísio José Massote de Godoy
Gilberto Kassab
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.8.2015
Lei nº 13.281, de 4 de maio de 2016.
Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e a Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
Art. 1º A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a
vigorar com as seguintes alterações: (Vigência)
Art. 12. ......................................................................
.........................................................................................
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a
arrecadação e o repasse dos valores arrecadados;
.........................................................................................

163
XV - normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da Carteira Nacional de
Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga horária, avaliações,
exames, execução e fiscalização. ” (NR)
Art. 19. .....................................................................

XIII - coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da pontuação e das


penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do repasse de que
trata o § 1º do Art. 320;

XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf).

§ 4º (VETADO).” (NR)
Art. 24. .....................................................................

VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de uso público e


edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis e as
penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e
parada previstas neste Código, no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando
os infratores e arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de
edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações de uso de vagas reservadas em
estacionamentos;
............................................................................... (NR)
Art. 29. ....................................................................

XIII - (VETADO).
..............................................................................” (NR)
Art. 61.....................................................................
§ 1º ..........................................................................

II - ...........................................................................
a) nas rodovias de pista dupla:

164
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;
3. (revogado);
b) nas rodovias de pista simples:
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e motocicletas;
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos;
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).
............................................................................. (NR)
Art. 77-E..................................................................
........................................................................................
III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e
trinta e cinco reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de reincidência.
............................................................................. (NR)
Art. 80. ....................................................................
........................................................................................
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas pertencentes aos
condomínios constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de estacionamento de
estabelecimentos privados de uso coletivo é de seu proprietário. (NR)
Art. 95. ....................................................................
........................................................................................
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido com multa de R$ 81,35 (oitenta
e um reais e trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e oitenta e oito reais e dez
centavos), independentemente das cominações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no
mesmo valor até a regularização da situação, a partir do prazo final concedido pela autoridade
de trânsito, levando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento e o prejuízo causado
ao trânsito.
............................................................................... (NR)
Art. 100. ..................................................................
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser dotados de pneus extralargos.
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para os demais veículos.
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de passageiros de até 15 m (quinze
165
metros) de comprimento na configuração de chassi 8x2. (NR)
Art. 104. ...................................................................

§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante 3 (três) anos a partir do primeiro
licenciamento, os veículos novos classificados na categoria particular, com capacidade para até
7 (sete) passageiros, desde que mantenham suas características originais de fábrica e não se
envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou grande monta.
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde
que mantenham suas características originais de fábrica e não se envolvam em acidente de
trânsito com danos de média ou grande monta. (NR)
Art. 115. ..................................................................

§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identificação do veículo ao qual estão
atreladas são dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na forma a ser regulamentada
pelo Contran. (NR)
Art. 119. ...................................................................
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem o prévio
pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos valores correspondentes às infrações
de trânsito cometidas e ao ressarcimento de danos que tiverem causado ao patrimônio
público ou de particulares, independentemente da fase do processo administrativo ou judicial
envolvendo a questão.
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cumprimento do disposto no § 1º
e que posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação no território
nacional serão retidos até a regularização da situação. ” (NR)
Art. 133. ...................................................................
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da fiscalização, for possível ter
acesso ao devido sistema informatizado para verificar se o veículo está licenciado. (NR)
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante comissão integrada por 3 (três)
membros designados pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito.

§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos órgãos de segurança


pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de formação de
condutor ministrado em suas corporações serão dispensados, para a concessão do documento
de habilitação, dos exames aos quais se houverem submetido com aprovação naquele curso,

166
desde que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo Contran.
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na dispensa de que trata o §
2º instruirá seu requerimento com ofício do comandante, chefe ou diretor da unidade
administrativa onde prestar serviço, do qual constarão o número do registro de identificação,
naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado
de cópia das atas dos exames prestados.
..............................................................................(NR)
Art. 162.....................................................................
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para
Conduzir Ciclomotor:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes);
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para
Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes);
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até
a apresentação de condutor habilitado;
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferente da
do veículo que esteja conduzindo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (duas vezes);
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
........................................................................ (NR)
Art. 181....................................................................

XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem credencial que comprove
tal condição:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

167
Medida administrativa - remoção do veículo.
.............................................................................. (NR)
Art. 231....................................................................

V - ............................................................................

a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e trinta e dois centavos);
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta
e quatro centavos);
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte
e oito centavos);
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa
e dois centavos);
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais
e cinquenta e seis centavos);
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 (cinquenta e três reais e vinte
centavos);
............................................................................. (NR)
Art. 252....................................................................

Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como infração gravíssima


no caso de o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular. (NR)
Art. 258.....................................................................
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e
noventa e três reais e quarenta e sete centavos);
II - infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e
cinco reais e vinte e três centavos);
III - infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais
e dezesseis centavos);
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e
trinta e oito centavos).

168
§ 1º (Revogado).
............................................................................. (NR)
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos seguintes casos:
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período de 12 (doze)
meses, conforme a pontuação prevista no art. 259;
II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infrações preveem, de forma
específica, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir são os seguintes:
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos;
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto para as infrações com
prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art. 263.

§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na categoria C, D ou


E, poderá optar por participar de curso preventivo de reciclagem sempre que, no período de 1
(um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos, conforme regulamentação do Contran.

§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer nova opção no período
de 12 (doze) meses.

§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que, notificado da


penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.
§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II do caput deste artigo
deverá ser instaurado concomitantemente com o processo de aplicação da penalidade de
multa.
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo. (NR)
Art. 270.....................................................................

§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será removido a


depósito, aplicando-se neste caso o disposto no Art. 271.
.............................................................................. (NR)

169
Art. 277.....................................................................

§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165-A deste


Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no
caput deste artigo.” (NR)
Art. 284.....................................................................
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se disponível, conforme
regulamentação do Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem recurso, reconhecendo
o cometimento da infração, poderá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por cento)
do seu valor, em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa.
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao questionamento administrativo,
que pode ser realizado a qualquer momento, respeitado o disposto no § 1º.
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer restrição, inclusive para
fins de licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a instância administrativa
de julgamento de infrações e penalidades.
§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades, a multa
não paga até o vencimento será acrescida de juros de mora equivalentes à taxa referencial
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais acumulada
mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior
ao do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver
sendo efetuado.” (NR)
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades:
I - o julgamento do recurso de que tratam os Arts. 288 e 289;
II - a não interposição do recurso no prazo legal; e
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requerimento de encerramento
do processo na fase em que se encontra, sem apresentação de defesa ou recurso.
............................................................................... (NR)
Art. 320.....................................................................
§ 1º ............................................................................
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores
(internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua
destinação.” (NR)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos
170
relativos à habilitação de condutores, ao registro e ao licenciamento de veículos e aos autos de
infração de trânsito.
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e tramitados eletronicamente,
bem como arquivados e armazenados em meio digital, desde que assegurada a autenticidade,
a fidedignidade, a confiabilidade e a segurança das informações, e serão válidos para todos os
efeitos legais, sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda física.
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arquivamento, o armazenamento e
a eliminação de documentos eletrônicos e físicos gerados em decorrência da aplicação das
disposições deste Código.
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser certificado digitalmente,
atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).” (NR)
Art. 328.....................................................................

§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial sobre o prontuário do veículo,


a autoridade responsável pela restrição será notificada para a retirada do bem do depósito,
mediante a quitação das despesas com remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos
termos deste artigo.
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação de que trata o § 14, não houver
manifestação da autoridade responsável pela restrição judicial ou policial, estará o órgão de
trânsito autorizado a promover o leilão do veículo nos termos deste artigo.
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens automotores que se encontrarem nos
depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem, independentemente da
existência de restrições sobre o veículo.
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 será realizado por lote de tonelagem
de material ferroso, observando-se, no que couber, o disposto neste artigo, condicionando-se
a entrega do material arrematado aos procedimentos necessários à descaracterização total do
bem e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica, vedado
qualquer aproveitamento de peças e partes.
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adulterados ou estrangeiros, bem
como aqueles sem possibilidade de regularização perante o órgão de trânsito, serão destinados
à reciclagem, independentemente do período em que estejam em depósito, respeitado o prazo
previsto no caput deste artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão julgar ser essa
a medida apropriada. ” (NR)
Art. 2º A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescida dos seguintes Arts.
165-A, 282-A, 312-A e 319-A: (

171
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento
que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida
pelo Art. 277:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,
observado o disposto no § 4º do Art. 270.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses.
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser notificado
por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação
oferecer essa opção.
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por meio eletrônico
deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito
Federal.
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será
considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico.
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os requisitos de
autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos Arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em
que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos,
esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das
seguintes atividades:
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras
unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas
de acidente de trânsito e politraumatizados;
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de
trânsito;
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de
acidentes de trânsito.
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código poderão ser corrigidos
monetariamente pelo Contran, respeitado o limite da variação do Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior.
172
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto no caput serão divulgados pelo
Contran com, no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua aplicação.”
Art. 3º A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar
a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre
ela:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;
Medida administrativa - remoção do veículo.
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos organizadores da conduta prevista
no caput.
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses.
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incorram na infração,
devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer de imediato, se possível, as
condições de normalidade para a circulação na via.
Art. 254. ....................................................................

VII - (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).” (NR)
Art. 271.........................................................................

§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa ser tomada no depósito,
a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo para reparo, na forma transportada,
mediante autorização, assinalando prazo para reapresentação.
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser realizados por órgão
público, diretamente, ou por particular contratado por licitação pública, sendo o proprietário
do veículo o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços.

§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento da remoção do


veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da data da remoção, deverá
173
expedir ao proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio
tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação poderá ser
feita por edital.
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será correspondente ao período integral,
contado em dias, em que efetivamente o veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo
de 6 (seis) meses.
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por particulares poderão ser pagos
pelo proprietário diretamente ao contratado.
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o respectivo ente da Federação estabelecer
a cobrança por meio de taxa instituída em lei.
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento comprovar, administrativa
ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que houve abuso no período de retenção
em depósito, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias pagas por força
deste artigo, segundo os mesmos critérios da devolução de multas indevidas. (NR)
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito poderão integrar-
se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por meio do
compartilhamento da receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito.”
Art. 4º É concedida anistia às multas e sanções previstas no Art. 253-A da Lei nº 9.503, de 23
de setembro de 1997, aplicadas, até a data de entrada em vigor desta Lei, aos caminhoneiros
participantes das manifestações iniciadas no dia 9 de novembro de 2015.
Art. 5º O § 3º do Art. 47 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, passa vigorar com a seguinte
redação: (Vigência)
Art. 47........................................................................

§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções
previstas no inciso XX do Art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de
Trânsito Brasileiro).
............................................................................... (NR)
Art. 6º Revogam-se o inciso IV do Art. 256, o § 1º do Art. 258, o Art. 262 e o § 2º do Art. 302,
todos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. (Vigência)
Art. 7º Esta Lei entra em vigor:
I - na data de sua publicação, em relação aos Arts. 3º e 4º; e
II - após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial, em relação aos demais
artigos.

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Brasília, 4 de maio de 2016; 195º da Independência e 128º da República.
DILMA ROUSSEFF
Eugênio José Guilherme de Aragão
Inês da Silva Magalhães
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.5.2016
Lei nº 13.290, de 23 de maio de 2016.
Torna obrigatório o uso, nas rodovias, de farol baixo aceso durante o dia e dá outras providências.
O VICE – PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O inciso I do Art. 40 e a alínea b do inciso I do Art. 250 da Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro, passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 40. .................................................................
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e
durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias;
........................................................................... (NR)
Art. 250. ...............................................................
I – ..........................................................................

b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias;


........................................................................... (NR)
Art. 2º (VETADO).
Brasília, 23 de maio de 2016; 195º da Independência e 128º da República.
MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes
Bruno Cavalcanti de Araújo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.5.2016

175
SAUS Quadra 1 | Bloco “J” | Ed. CNT
CEP: 70070-944 | Brasília/DF
Fale com o SEST SENAT: 0800 728 2891
www.sestsenat.org.br

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