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DIREÇÃO DEFENSIVA

Apresentação

Atualmente os acidentes de trânsito têm causado grandes transtornos e


preocupações para os motoristas e para as autoridades responsáveis
pelo caótico trânsito das grandes cidades.
Os danos materiais são grandes, porém, são recuperáveis, já os danos
pessoais, quando não matam, deixam seqüelas terríveis.
A estatística vem provando que a grande maioria dos acidentes é causada
por falhas humanas.
O curso de Direção Defensiva foi criado para corrigir as falhas e vícios
adquiridos pelos motoristas, mudar comportamentos e,
consequentemente, evitar o envolvimento em acidentes de trânsito.

Conceito
Direção é o modo correto de dirigir um veículo, reduzindo assim a possibilidade
de envolver-se com terceiros em acidentes de trânsito.
Dirigir com segurança significa adotar atitudes e princípios de tal forma a dirigir
na Defensiva. O motorista deve ser defensivo, determinado em suas ações,
mas não cauteloso em excesso o que pode ser prejudicial.
Dirigir com segurança não depende apenas da observância das regras de
trânsito, a correta utilização do veículo é muito importante. Prever possíveis
situações de risco aumenta a chance de se livrar ileso de acidentes. Quando
você dirige cuidando dos outros motoristas, você está cuidando de si mesmo.
O conhecimento do veículo e de suas condições permite ao condutor dirigir
com segurança, propiciando maior tranqüilidade aos seus ocupantes.
As orientações abaixo visam mostrar as diversas precauções e ações
relacionadas de como dirigir adequadamente, aumentando assim a sua
segurança e diminuindo a agressividade no trânsito.

POSIÇÃO DO MOTORISTA
Deve sentar-se confortavelmente de maneira que tenha acesso a todos os
comandos e retrovisores sem a necessidade de mudar de posição para acioná-
los.
Os braços não podem ficar esticados ou dobrados, devem permitir gestos
folgados. As mãos deverão permanecer no volante o maior tempo possível,
principalmente nas curvas. Os pés devem ser apoiados no assoalho do veículo
para evitar o cansaço das pernas

Estática dos Acidentes

Homens = 88%

Carro = 6% ACIDENTES Meio Ambiente = 6%


No triângulo dos acidentes podemos notar que 88% dos acidentes com
automóvel são por conseqüência de falha humana.
Somente 6% dos acidentes ocorrem por falhas mecânicas (manutenção,
negligência, etc.), e, o meio ambiente é responsável somente também por 6%
dos acidentes, fatores como chuva, neblina, vento, luz, etc.
Aumentar o domínio do carro por parte do motorista, que em condições
normais tem apenas 45% desse domínio sobre a máquina.
Após acatar e praticar estas orientações, o motorista terá maior controle do
carro, ficando em torno de 85%. As pessoas comuns não conhecem o
comportamento do carro em uma situação de emergência.

Dados técnicos :

Mesmo estando preparado para enfrentar condições adversas, você sabe que
não basta simplesmente ver o perigo para o seu carro parar. Você vê o perigo,
toma uma decisão e depois reage. Nada acontece instantaneamente, se ao ver
o perigo, você decidir frear; até que o veículo pare terá passado algum tempo.
Por isso temos que saber o seguinte:
Tempo de Reação – é o tempo que transcorre desde o momento em que você
viu o perigo até a tomada de decisão.
Tempo Médio de Reação – é o tempo que o motorista, em estado normal,
gasta para reagir. Este tempo varia de ¼ a ¾ de segundo.
Tempo de Frenagem – é o tempo gasto, depois de acionado o mecanismo de
freio, até o veículo parar.
Tempo de Parada – é o tempo gasto, desde que o motorista percebe o perigo,
até o veículo parar.
Você sabe que o veículo não pára instantaneamente. Desde que o perigo é
visto até a parada total existe um espaço de tempo em que o veículo continua
em movimento, percorrendo uma certa distância. Para caracterizar melhor essa
distância, precisamos de algumas definições:
Distância de Reação – é aquela que o veículo percorre, desde que o perigo foi
visto, até que o motorista tome qualquer providência.
Distância de Frenagem – é aquela que o veículo percorre, depois de acionado
o mecanismo de freio, até parar.
Distância de Parada – é aquela que o veículo percorre, desde que o perigo foi
visto, até parar.
Distância de Seguimento – é a distância que deve ser mantida entre o seu
veículo e o que vai à frente. Esta distância, em pista seca e de asfalto, deve ser
de dois segundos, e de quatro segundos em pista de asfalto molhada ou de
terra.

Tempo de Reação :
O tempo que o motorista leva para executar as manobras e operar os controles
do carro, nós chamamos de tempo de reação.
Exemplo: ( Um carro a 60Km/h ) e ( 90 Km/h ).
60 Km/h
0 ---------------------- 16,6 metros
1 segundo
90 Km/h
0 ---------------------- 24,9 metros
1 segundo
Obs.: Tempo para tirar o pé do acelerador e frear – 1,0 segundos
- A 60 Km/h nessa operação o carro desloca 16,6 metros
- A 90 Km/h nessa operação o carro desloca 24,9 metros.
- A 120 Km/h (bater o cigarro no cinzeiro), 3 segundos, o carro desloca 99,6
metros aproximadamente.

120 Km/h
0 ----------------------- 99,6 metros
3 segundos

Como evitar acidentes?


Usando a inteligência e o bom senso.
Quando um acidente ocorre não importa saber quem é o culpado, mas sim
quem poderia ter evitado, portanto, não interessa estar certo e envolvido no
acidente. O importante é você não se acidentar.

MÉTODO BÁSICO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


O método básico de prevenção de acidentes consiste em três ações
interligadas, como segue:
Preveja o perigo – pense no que poderá acontecer com a maior antecedência
possível e começa a prever o perigo muito antes do local de um possível
acidente.
Descubra o que fazer – aja com inteligência e bom senso, só assim você
poderá evitar o pior.
Aja a tempo – uma vez que você conhece o perigo e sabe que defesa deverá
empregar, jamais assuma uma atitude de “esperar para ver o que acontece”.
Não espere que o outro motorista tome uma providência. Não se iluda.
Aja...enquanto há tempo.

Fatores que diminuem a capacidade do motorista - ( falhas humanas)


Vários fatores podem concorrer para a diminuição da capacidade do motorista,
ora impedindo seus livres movimentos, ora perturbando sua coordenação
motora, ora retardando seus reflexos, ou até mesmo prejudicando o raciocínio
lógico. Dentre esses fatores Destacam-se:

1- FADIGA
O cansaço diminui o grau de atenção do motorista, sua coordenação motora e
seus reflexos.
Fadiga, estado alcoólico, sono, visão deficiente, audição deficiente,
perturbações físicas, devem ser analisadas neste tópico.
A fadiga é o grande inimigo dos motoristas. Num dos trabalhos publicados no
Programa Volvo de Segurança nas Estradas, é vista como o resultado de
vários fatores adversos: monotonia, que se dá em estradas, principalmente à
noite; a intensidade do trabalho mental e físico (mesmo sentado, o motorista se
movimenta e troca de marchas, o que cria a forte “dor do motorista”, no lado
direito do tronco); a carga horária, nem sempre limitada (entre condutores de
caminhões, o índice de acidentes cresce entre a 7ª e a 10ª hora de direção e
passa do dobro entre a meia-noite e as oito horas).
A temperatura, ruídos e vibrações que cercam o motorista também afetam seu
trabalho ao volante. Para sentir-se bem, o motorista de um ônibus deve estar a
27°C, mas no verão, a temperatura dentro de um veículo lotado chega a 50°C.
Isso pode causar desordem psiconeurótica e afetar sua habilidade. Igualmente,
ruídos provocam irritações, tensão, dores de cabeça e má digestão. A vibração
também causa estresse mecânico dos tecidos e estimulação dos terminais
nervosos.
Na verdade, os motoristas enfrentam condições cada vez mais estressantes. A
quantidade de veículos, os congestionamentos, os perigos e todos os tipos de
distrações, cobram seu preço. Esses fatores impõem novos desafios aos
engenheiros, que, com a segurança fisiológica, estão apresentando aos
motoristas novos equipamentos, no sentido de aliviar o estresse físico e mental
e fazer com que sua concentração aumente.
RECOMENDAÇÃO – Assumir o turno de trabalho o mais descansado possível.
Fazer pausas a cada hora e meia de tráfego ininterrupto, procurando relaxar
através de movimentação das pernas, braços e pescoço.

2 - ÁLCOOL
Cerca de 90% do álcool, em apenas uma hora e meia após a ingestão, já é
absorvido pela corrente sangüínea. Todavia, seu efeito dura por horas
cessando somente com o passar do tempo.
Sua presença na corrente sangüínea causa danos temporários à coordenação
motora, aos reflexos, e à noção de perigo, e o que pior, dá falsa sensação de
auto - segurança, estimulando o arrojo e a sub estimação do perigo.
O organismo humano compõe-se de água e de sais minerais. O abuso do
álcool interfere, tumultua e destrói a sua organização funcional de modo
traiçoeiro e, muitas vezes, de forma irresistível.
Quando chega ao estômago, o álcool é rapidamente absorvido e transportado
para a corrente sangüínea, especialmente se a pessoa que o ingeriu estiver em
jejum. A absorção ocorre com menor rapidez quando há ingestão de alimentos,
principalmente gordurosos.
A dosagem alcoólica distribui-se por todos os órgãos e líquidos orgânicos, mas
concentra-se, elevadamente, no cérebro. Cria um excesso de confiança, reduz
o campo de visão e altera a audição, a fala e o senso de equilíbrio. A aparente
euforia que domina a pessoa, chamada de excitação alcoólica, nada mais é do
que a anestesia dos centros cerebrais, controladores do comportamento.
O organismo elimina o álcool pela transpiração (10%) e pela oxidação (90%). A
oxidação ocorre, principalmente, no fígado, mediante um processo químico que
transforma o álcool em acetaldeído (comportamento tóxico), depois em ácido
acético (encontrado no vinagre) e, finalmente, em água e dióxido de carbono.
O processo de eliminação realiza-se num tempo determinado e não pode ser
acelerado por exercícios físicos, café forte, banho frio ou remédios. Esses
recursos populares conseguem apenas transformar um ébrio sonolento num
bêbado bem acordado. A única maneira de eliminar a bebida alcoólica é
esperar passar o tempo necessário para a transformação do álcool, pelo
fígado, em água e dióxido de carbono.
É considerado estado de embriaguez alcoólica a concentração mínima de 0,6g
de álcool por litro de sangue. Entretanto, a taxa percentual de álcool no
organismo é influenciada por variações entre pessoas no que se refere ao
peso, altura, quantidade e espécie de alimentos existentes no estômago, assim
como o tempo decorrido após o ato de beber.
Muitas drogas podem ser fatais, mormente quando associadas a bebidas
alcoólicas.
Aspecto legal
No Brasil, a resolução 413/69 diz: “Com 8 mg de álcool por litro de sangue você
está em estado de embriaguez alcoólica”. Isto equivale a aproximadamente
0,09% de álcool no sangue.
Observe a regra prática:
- Até 0,04% - caso precise dirigir, seja extremamente prudente.
- De 0,05% a 0,08% - você está fisicamente impedido. Peça alguém para
dirigir ou chame um táxi.
- De 0,09% ou mais – não dirija! Nunca!

RECOMENDAÇÃO – NUNCA ingerir bebidas alcoólicas antes ou durante o


horário em que for dirigir.

3 - ALIMENTAÇÃO
As refeições abundantes, com excesso de gordura ou condimentos, ou
acompanhadas por líquidos em demasia, dificultam a boa digestão, causando
sonolência e relaxamento, podendo também trazer incômodos gástricos e
intestinais.
Sob o ponto de vista médico, o socorro às vítimas de acidentes de trânsito é
consideravelmente mais fácil quando os aparelhos digestivos e urinários estão
vazios. Em contrapartida a sensação de fome perturba o equilíbrio emocional,
gerando nervosismo, tontura e dor de cabeça.
RECOMENDAÇÃO - Fazer refeições leves, em quantidades moderadas, se
possível sem acompanhamentos de líquidos, os quais quando inevitáveis,
devem ser ingeridos antes dos alimentos sólidos. Evitando sobrecarregar o
estômago.

4 - ANALGÉSICOS, CALMANTES, ESTIMULANTES e CONGÊNERES !


Esses medicamentos podem causar perturbações dos sentidos e do sistema
nervoso em geral, e às vezes, confusão mental, dependendo da composição
química e das doses ministradas.
RECOMENDAÇÃO – Evitar o uso de tais medicamentos, e quando
necessários, consultar o médico e a bula sobre os efeitos colaterais.

5 - DEFICIÊNCIA VISUAL
Deficiências visuais perturbam a percepção do motorista, dificultam a
visualização da sinalização, causam erros de avaliação, podendo provocar
irritação dos olhos, náuseas, tonturas ou dor de cabeça, dependendo do tipo e
da intensidade.
RECOMENDAÇÃO – Consultar o oftalmologista ao sentir a manifestação de
qualquer sinal que indique a existência de deficiência visual. Quando usar
óculos, prefira as armações de hastes finas, a fim de não prejudicar a visão
lateral.

6 - VESTIMENTA
Roupas muito justas impedem a livre movimentação dos braços e das pernas,
atrapalhando manobras bruscas e provocando dormência, em conseqüência de
má circulação sangüínea.
Calçados do tipo “sandália” ou “chinelo”, ou muito folgados, podem escapar dos
pés, prendendo-se entre os pedais.
RECOMENDAÇÃO – Trajar-se com roupas que permitam o livre movimento
dos membros e calçar sapatos que se ajustem adequadamente aos pés.
Cuidado com os tecidos sintéticos, pois dificultam a transpiração da pele.

7 - CINTO DE SEGURANÇA
De cada 10 acidentes 8 acontecem a velocidades inferiores a 65 Km/h. Muitas
pessoas se ferem, às vezes fatalmente, a velocidades tão baixas como a 20
Km/h. Observe os dados abaixo:
- Bater contra o volante causa lesões fatais em 30% das pessoas nas
colisões.
- Bater no pára-brisa ou no painel de instrumentos causa a morte de 40%
das pessoas.
- Quando a pessoa é arremessada fora do veículo, a chance de morrer
aumenta em 25 vezes. As estimativas revelam que 4 em cada 5 pessoas
morrem em acidentes, porque foram lançadas fora do carro.
- Uma em cada cinco lesões acontece porque pessoas dentro do veículo
batem umas contra as outras.
- Uma em cada duzentas colisões que causam vítimas envolve incêndio
do veículo ou queda dentro d’água. Usando o cinto de segurança você
terá mais chance de sobreviver à colisão e ficar consciente para sair do
carro.
- Pode ser fatal levar uma criança no colo; para uma criança de 14 Kg,
uma colisão a 50 Km/h tem o mesmo efeito de uma queda livre do 2º
andar de um prédio.
- Crianças menores de 4 anos de idade devem viajar seguras por cintos
de segurança apropriados para criança. Se não tiver o cinto específico,
deve-se usar o cinto do carro.
- Mulheres grávidas devem usar o cinto de segurança. A fita da cintura
deve ficar abaixo do ventre.

8 - REGULAGEM DOS ESPELHOS


A má regulagem dos espelhos impede a boa observação da movimentação do
tráfego que segue atrás do veículo, dificultando vários procedimentos, como
por exemplo, as conversões e ultrapassagens.
RECOMENDAÇÃO – Proceder à regulagem dos espelhos ANTES de iniciar o
trajeto, verificando que haja obtenção do maior campo visual possível.
É imprescindível que não só os espelhos, como também os vidros estejam
perfeitamente limpos.
Abaixo uma dica importante que após praticada e implementada em seu
cotidiano, terás aumentado sua lateralidade visual, com isso economizarás
energia com a movimentação da cabeça em sentido aos espelhos retrovisores
do lado direito e esquerdo, e o de dentro do veículo.

AMPLIANDO O SEU CAMPO VISUAL e a sua ATENÇÃO PLENA:


Exercício a ser praticado -
 Os braços permanecem estendidos a frente do rosto;
 Os dedos indicadores das duas mãos se juntam;
 O olhar focaliza os dois dedos e se mantém nesse ponto, enquanto as
mãos se separam lentamente;
 Após uma abertura de uns 10 cm, focalizar o olhar para um ponto à sua
frente e sem desviar o foco, acompanhar o movimento dos dedos, que
continuamente se deslocam para os lados, até formar um ângulo de
aproximadamente 180º;
 Manter a atenção total nesses três pontos, respirando plenamente e depois
lentamente voltar os dedos para sua frente até que novamente estejam
unidos;
 Os olhos focalizam os dedos à sua frente e lentamente os braços vão se
abaixando.
DIRIGINDO E ECONOMIZANDO ENERGIA
Observar se :
 As costas estão confortavelmente assentadas no banco;
 As mãos ao volante estão firmes, porém sem pressionar exageradamente a
direção;
 As pernas estão posicionadas corretamente, mas com a musculatura
relaxada;
 A respiração é completa :
 Preencher os pulmões completamente, levando o ar até a barriga.
Enquanto isso ir contando mentalmente 1.2.3.4 - mantendo os pulmões
cheios de ar;
 Segurar o ar na barriga, sem prender a garganta contando mentalmente
1.2.3.4.;
 Soltar o ar contando no mesmo ritmo 1.2.3.4.;
 Permanecer sem ar nos pulmões e sem prender a garganta, contando
mentalmente, no mesmo ritmo 1.2.3.4;
 Aproveitar para soltar o maxilar, deixando a língua no início do céu da boca,
no palato.

Cuidados importantes na hora de dirigir


Ao dirigir devemos tomar cuidado com tudo aquilo que estiver ao redor da
viatura, estando ela parada ou em movimento. É fácil explicar o que temos que
fazer para ser um motorista defensivo. Este, como o próprio nome, diz, é a
pessoa que sabe o que fazer diante de situações inesperadas, pois, como diz o
antigo ditado “o bom motorista é aquele que dirige por si e pelos outros”.
Citemos, nessa área, algumas ações de imprudência de terceiros e das
condições adversas que podem acontecer com todos os motoristas.

DISTÂNCIA DE SEGURANÇA
Quando tiver tráfego à frente, o motorista deve se manter a uma distância em
metros de cerca de um terço da velocidade com a qual trafega.
Por exemplo, se estiver à cerca de 60 Km/h, mantenha a distância de pelo
menos 20 metros do veículo que estiver à frente. Isto fará com que possa evitar
a colisão na traseira do auto que o precede, permitindo ainda boa visibilidade
do tráfego contrário em caso de ultrapassagens.

FATORES AMBIENTAIS QUE GERAM INSEGURANÇA


A natureza é pródiga em propiciar situações que colocam em risco grave os
motoristas incautos e desalertados.
A seguir, apresentamos várias situações de risco, ao mesmo tempo em que
oferecemos sugestões para diminuir a gravidade das suas conseqüências.

1 - VENTOS
Os ventos laterais podem, muitas vezes, causar perturbações súbitas na
dirigibilidade do veículo, afetando o seu equilíbrio.
RECOMENDAÇÃO – Sob efeito de ventos laterais de grande intensidade,
baixar a velocidade e empunhar com firmeza o volante, medida esta que deve
ser também observada à saída de cortes de morro, evitando a surpresa de um
vento do qual o veículo estava protegido pelo morro.

2 - DESLOCAMENTO DE AR
Veículos de grande porte deslocam grandes massas de ar, as quais podem
afetar o equilíbrio de veículos de menor porte, quando trafegando lado a lado.
RECOMENDAÇÃO – Ao pressentir a possibilidade de manifestação de
deslocamento de ar provocado por veículo de grande porte, empunhar
firmemente o volante. Se o fenômeno se manifestar de fato, acelerar em caso
de estar ultrapassando e desacelerar no caso de estar sendo ultrapassado pelo
veículo de grande porte.

3 - LUMINOSIDADE
A falta de luz, o excesso de luz e o contraste de iluminação podem prejudicar a
eficiência visual do motorista.
RECOMENDAÇÃO – Evitar ultrapassagens com o sol próximo ao horizonte, à
frente ou às costas. Diminuir a velocidade na entrada de túneis.
À noite, usar o facho de luz baixa dos faróis quando cruzar com veículo no
sentido contrário, mesmo que este trafegue com luz alta, ocasião em que se
deve centrar a vista à direita da faixa de rolamento, a fim de se evitar o
ofuscamento.
NUNCA FAÇA “GUERRA DE FARÓIS”, isto só agrava a situação, tomando
ambos os motoristas ofuscados pelas luzes.

4 - NEBLINA
A névoa implica em diminuição de visibilidade e, quando úmida, também dá
aderência ao pavimento.
RECOMENDAÇÃO – Reduzir a velocidade. Aumentar a distância de
segurança. Acender os faróis baixos. Baixar o volume, ou se possível, desligar
o rádio. Manter as janelas abertas, intensificando a atenção auditiva. Evitar
conversas. Acionar os limpadores do pára-brisa no caso de névoa úmida.
Quando o nevoeiro for intenso, parar no acostamento, comunicando o fato por
rádio e ficar fora do veículo à margem da estrada.
NUNCA se orientar pelas luzes de veículo que siga em frente, lembrando-se
que se não há condição de enxergar a pista deve-se parar.
O fato de se conhecer a estrada e dela fazer uso habitual não diminui o risco
frente à neblina, pois pode sempre haver uma avaria que antes não existia, um
veículo com problemas mecânicos, um acidente ou um animal na pista,
gerando surpresas desastrosas.
5 - CHUVA
As garoas, chuviscos e chuva em geral diminuem a visibilidade, a aderência ao
solo e provocam o embaçamento dos vidros.
RECOMENDAÇÃO – Mantenha os vidros defletores (“Quebra - Ventos”),
abertos e as janelas com os vidros abaixados pelo menos com um vão de três
dedos, isto porque o vapor de água da respiração vai saturando o ambiente
que encontra o vidro frio, existindo assim a condensação (passagem do estado
gasoso para o líquido). Diminuir a velocidade, aumente a distância de
segurança e previna-se quanto à aderência ao solo, principalmente nos
primeiros instantes de chuva, quando o piso ainda está sujo de óleo diesel e
restos de borracha dos pneus, e com a adição de água toma-se mais
escorregadio.
Aquaplanagem
Aquaplanagem, ou hidroplanagem, é a falta de aderência do pneu com a pista,
que faz com que a viatura derrape e o condutor perca o seu controle. Isso
significa que o pneu está rodando sobre o topo da água, ao invés de rodar
sobre a pista. A estabilidade de uma viatura depende do contato entre seus
pneus e o solo.
Á medida que a velocidade aumenta, esse contato diminui devido à penetração
de ar entre a pista e a unidade móvel. O bom agente motorista precisa manter
aderência suficiente para manter a inércia, que puxa o veículo para frente,
numa freada, ou para fora da pista, em uma curva. A alta velocidade, a pista
molhada, os pneus mal calibrados e/ou em mau estado de conservação, são os
elementos mais comuns presentes em ocorrências de Aquaplanagem.
Para evitar essa situação, o agente motorista deve tomar os seguintes
cuidados:
 Em dias de chuva, reduza a velocidade;
 Rode com pneus novos ou em bom estado de conservação;
 Calibre os pneus, segundo as especificações do fabricante e do
veículo;
 Verifique a calibragem, pelo menos, uma vez por semana;
 A velocidade depende do tipo de pista; no asfalto pode-se
manter uma velocidade maior, mas, em pista de terra ou
molhada, a velocidade tem que ser menor; não utilize poças
d'água para “lavar” seu veículo, provocando Aquaplanagem e
desgovernando a viatura.
Sugestão prática
Se a viatura aquaplanar, tire imediatamente o pé do acelerador e não utilize o
freio, em hipótese alguma.
Não faça nenhum movimento brusco na direção, mantendo o seu sentido.
Ao diminuir a velocidade, a viatura retoma a aderência na pista.

Pedestres
O comportamento do pedestre é imprevisível. Para evitar acidentes, tenha
muita cautela, sempre, dando-lhe preferência. Problemas com álcool não são
exclusividade de motoristas imprudentes. Pedestres embriagados também são
muito comuns e, geralmente, acabam atropelados. Quase todas as vítimas são
pessoas que não sabem dirigir, não tendo, portanto, noção de distância de
frenagem. Muitos são desatentos e confiam demais na ação do motorista para
evitar atropelamentos. O motorista defensivo deve dedicar atenção especial a
pessoa idosas e deficientes físicos, que estão mais sujeitos a atropelamentos.
Igualmente, deve ter muito cuidado com as crianças que brincam nas ruas,
correndo entre os carros estacionados, atrás de bolas ou animais de
estimação.
Geralmente atravessam a pista sem olhar, estando sob alto risco de sofrer
acidentes.
Sugestão prática
Se um pedestre atravessar na sua frente, pise no freio, com cautela, a fim de
que o carro que estiver atrás não venha a colidir com sua traseira. Se não der
para frear, tente desviar a viatura para o lado que apresentar menor risco de
colisão.
Faixa de pedestre
Reduza, sempre, a velocidade ao se aproximar de uma faixa de pedestres. Se
houver pessoas querendo cruzar a pista, pare completamente a viatura. Só
retorne a mancha depois que os pedestres houverem completado a travessia.
Sugestão prática
Mesmo com o sinal verde para a viatura, existem pedestres que não têm noção
de tempo e espaço e acabam atravessando na frente do veículo.

Animais
Muitos motoristas envolvem-se em acidentes causados por animais; esteja
atento, portanto, ao trafegar por regiões rurais, de fazendas ou em campo
aberto, principalmente à noite. A qualquer momento, e de onde menos se
espera, pode surgir um animal.
Choca-se contra um animal, ainda que de pequeno porte, como um cachorro,
geralmente acarreta conseqüências graves.
Sugestão prática
Ao perceber a presença de animais, reduza a velocidade e siga devagar, até
que os tenha ultrapassado completamente. Isso evitará que o animal se
assuste e, na tentativa de fugir, venha de encontro à viatura.

Bicicletas
A bicicleta é um veículo de passageiros, como qualquer outro. A maioria dos
ciclistas, porém, é constituída de menores, que desconhecem as regras de
trânsito. Por isso, a possibilidade de acidentes envolvendo ciclistas é muito
grande. Além daqueles que se utilizam da bicicleta, apenas como meio de
transporte, há, também, os desportivas, ciclistas amadores ou profissionais.
Estes últimos, em geral, fazem uso de todo equipamento de segurança. Com
freqüência, usam roupas bastantes coloridas, que permitem sua fácil
visualização. Mas, por outro lado, circulam em velocidades bem mais altas,
comparáveis, em alguns casos, às dos veículos automotores, sobretudo em
descidas. Fique atento com os ciclistas, principalmente à noite. A bicicleta é um
veículo silencioso e, muita vezes, o agente policial não percebe sua
aproximação.
Os ciclistas, com freqüência, circulam em alta velocidade por entre carros
parados ou estacionados.
Sugestão prática
Circulam ao abrir a porta. Cuidado, também, quando dobrar uma esquina, pois
um ciclista pode introduzir-se entre sua viatura e o meio-fio, sem ser notado.
Percebendo que o ciclista está desatento, dê uma leve buzinada, antes de
ultrapassá-lo.

Motocicletas
As motocicletas e os ciclomotores são, hoje, partes integrantes do trânsito.
Muitos dos seus condutores são inexperientes, apesar de arrojados. Assim, o
agente motorista precisa estar alerta em relação àqueles, aumentando a
distância de seguimento, sempre que possível.
Sugestão prática
Ao ultrapassar, deve-se manter a mesma distância que se deixaria se estivesse
ultrapassando um carro. Tome muito cuidado ao abrir a porta do trânsito; os
motociclistas têm o péssimo hábito de trafegar entre os veículos.

Direção e segurança
Existem várias precauções que o motorista deve tomar desde o início do
percurso até seu final, a fim de que não tenha surpresas durante o seu
desenrolar, realizando o trajeto sem acidentes, sem infrações de trânsito, sem
abusos com a viatura, sem atrasos de horário e com cortesia.
O acidente de trânsito é, em geral, conseqüência de muitas causas. Portanto, é
preciso identificar algumas delas, objetivando interromper o perigoso percurso.
Quando se afirma que um acidente é evitável, levanta-se a seguinte questão:
Evitável, por quem?
Várias pessoas e entidades colaboram, direta ou indiretamente, na prevenção
de acidentes de trânsito.
Pode-se conceituar acidente evitável, portanto, como aquele em que o
motorista deixou de fazer tudo o que razoavelmente poderia ter sido feito para
evitá-lo.
A arte de ficar vivo
Praticar direção defensiva “é planejar todas as ações pessoais ao volume,
prevendo, com antecedência, o comportamento de outros motoristas e de
condições adversas”.
Bem acentua o Conselho Interamericano de Seguridade que “o motorista
defensivo é o que reconhece que não tem nenhum domínio sobre as
ações irrefletidas dos outros condutores ou pedestres, nem sobre as
condições do tempo e das estradas e, então, desenvolve várias práticas
defensivas contra esses riscos”.
Dessa forma, pode-se dizer que uma condição adversa, independente da
vontade do motorista, pode causar acidentes.

Condição adversas de luz


As condições de iluminação são importantes na direção defensiva. A
intensidade da luz natural, ou artificial, em dado momento, pode vir a afetar a
capacidade do agente policial de ver e de ser visto. Pode haver luz demais,
provocando ofuscamento, ou de menos, causando penumbra. A não ser que se
adapte às circunstâncias, pode vir a sofrer um acidente.
Quando o motorista perceber farol alto em sentido contrário, deve alertar o
outro motorista que vem em sua direção, piscando os faróis. Ao se aproximar
do outro veículo, caso a situação persista, deve voltar a visão para o
acostamento do lado direito e, se houver faixa contínua, utilizá-la como
referência.
Quando a luz solar incidir diretamente sobre os seus olhos, proteja-os,
utilizando a pala de proteção interna, ou óculos protetores, a fim de evitar o
ofuscamento.
Isso ocorre quando os raios solares estão muito inclinados, como, pela manhã
e à tarde. Neste caso, deve-se dirigir com atenção redobrada, mantendo os
faróis baixos acesos, para que os outros percebam o seu veículo.
O ofuscamento pode, também, ocorrer pelo reflexo da luz solar em objetos ou
locais polidos, como, por exemplo, lagos, rios, pistas, e pára-brisas.

Condições adversas do tempo


Essa condição adversa está ligada às condições atmosféricas, como frio, calor,
vento, chuva, granizo e neblina.
Todo esse fenômeno climático reduz muita a capacidade visual do motorista,
tornando difícil divisar outros veículos. Tais condições podem tornar-se tão
extremas que o impossibilitem de ver as margens de estradas ou faixas
divisórias.
Além de dificultar a capacidade de ver e de ser visto, as más condições de
tempo tornam as estradas escorregadias, podendo causar derrapagens.
A grande maioria dos acidentes ocorridos em condições climáticas adversas
deve-se à inadaptação de alguns motoristas a elas, que continuam a dirigir o
veículo em velocidade incompatível. Assim, deve-se tomar medidas de
segurança, tais como, reduzir a marcha, acender as luzes, e, se o tempo
estiver ruim, sair da estrada e esperar que as condições melhorem.

Condições adversas da via


O motorista deve ajustar-se às condições da via. Precisa reconhecer o seu
estado, contorno, largura, acostamento, sinalização etc.
As condições adversas da via são, curvas, morros, largura, número de faixas,
acostamento, árvores marginais, tipos de pavimento, barro, elevações,
buracos, trechos escorregadios, lombadas e outras.
Caso não sejam levadas em consideração todas essas possíveis condições
adversas, a motorista pode vir a ser surpreendido e sofrer um acidente.

Condições adversas do trânsito


As condições de trânsito envolvem a presença de outros usuários da vida,
interferindo no comportamento do agente motorista. Como o trânsito pode estar
fácil, ou congestionado, a velocidade exigida pode ser alta ou baixa.
Existem períodos do dia que afetam sobremaneira o tráfego, tais como a hora
do rush, momento de grande movimentação de pessoas e veículos.
Igualmente, determinadas épocas do ano, como Carnaval, Natal, períodos de
férias escolares e feriados, criam problemas com o fluxo normal de trânsito.
Em áreas rurais, as condições de trânsito podem ser alteradas devido ao
movimento vagaroso de carroças, animais extraviados etc. O mesmo acontece
em grandes centros urbanos, com relação a pedestres e condutores de
veículos, pois, a grande quantidade de ônibus, de caminhões e de carretas,
tornam o trânsito mais lento.
O motorista defensivo deve, sempre, observar à frente e atrás, avaliando as
condições do trânsito, evitando, assim, situações difíceis para todos os
usuários.
Condições adversas do veículo
Outro fator muito importante a ser considerado para evitar acidentes é a
condição em que se encontra a viatura.
Todo motorista defensivo deve manter sua unidade móvel em condições de
reagir eficientemente a todos os comandos, pois não é possível dirigir, com
segurança, um veículo defeituoso.
Os defeitos mais comuns que podem causar acidentes são, pneus gastos,
freios desregulados, lâmpadas queimadas, limpadores de pára-brisa com
defeito, falta de buzina, falta de espelho retrovisor, falta de cintos de
segurança, amortecedores vencidos, folga de direção, suspensão empenada.
Revisões periódicas e perfeitas mantém a viatura em boas condições.

Maneira de dirigir
A maneira de conduzir o veículo é, também, uma das causas de acidentes.
Os motivos para o volante escapar das mãos do motorista são os mais
variados. Os mais comuns são, dirigir apenas com uma das mãos, apanhar
objetos dentro do veículo em movimento, efetuar manobras bruscas com
veículo, estar o volante escorregadio devido o suor das mãos do motorista,
usar telefonia móvel celular, a não ser que se opere o equipamento especial de
viva voz.
É importante lembrar que as condições adversas não aparecem isoladas. Mas
mesmo quando houver apenas uma, o motorista deve estar consciente e
procurar ajustar o seu modo de dirigir, de maneira a não ser afetado por ela.

Elementos da direção defensiva


Muitas vezes, o motorista pratica a direção defensiva sem perceber. Não
importa onde a prática se identifique por esse nome ou não. O que importa, na
verdade, é que a direção defensiva, é necessária para evitar acidentes, exige
conhecimento, atenção, previsão e habilidade.
Conhecimento
Dirigir com segurança requer uma boa dose de informações de fatos concretos.
Esse conhecimento inclui o pronto reconhecimento de riscos e a maneira de
defender-se contra eles.
Atenção
Nenhuma forma de transporte rodoviário exige mais atenção do motorista que
o veículo automotor. Um maquinista de trem metroviário conta com auxiliares.
O avião comercial tem controles duplos, sendo um deles para o co - piloto.
Além disso, o piloto recebe ajuda de complexas instalações em terra. O
comandante do navio, por sua vez, é auxiliado por uma tripulação experiente e
por instrumentos de navegação. Já o condutor de veículo automotor, o
motorista, sem essas facilidades, tem que manter-se em estado de alerta
máximo durante cada segundo em que se encontre ao volante, consciente de
que está sempre correndo risco de sofrer um possível acidente.
Previsão
A previsão, que pode ser exercida sobre um raio de ação próximo ou distante,
é a habilidade de prever eventualidades no trânsito e preparar-se para elas. A
direção defensiva exige prevenção a curto e a longo prazo.
O motorista que revista seu veículo, antes de iniciar uma viagem, está fazendo
uma previsão a longo prazo, enquanto que aquele que prevê complicações
num cruzamento, um metro à frente, está fazendo um previsão a curto prazo.
Decisão
Uma boa decisão implica reconhecimento de alternativas que se apresentem
em qualquer situação de trânsito, bem como habilidade de fazer uma escolta
correta, a tempo de evitar um acidente.
Habilidade
Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles dos veículos e à
execução, com bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras
básicas de trânsito, tais como, fazer curvas, ultrapassagens, mudanças de
velocidade e estacionamento.
A habilidade do motorista desenvolve-se por meio de aprendizado, uma vez
que precisa treinar a execução das manobras de modo correto e, depois,
sempre executá-las dessa maneira.
Segurança
A perfeita manutenção e a utilização de equipamentos obrigatórios tornarão a
viagem mais segura dentro do seu veículo, como por exemplo o “cinto de
segurança”, que tem como função básica evitar a segunda colisão dos
ocupantes com alguma parte interna, mantendo-os seguros ao banco.
São esses elementos que tornarão o motorista seguro. Se usá-los a todo
momento, sempre que estiver atrás do volante, estará usando sua inteligência.
Considerações finais
Lembre-se, sempre, dos 10 (dez) mandamentos de segurança:
1. Conhecer as leis do trânsito e obedecer à sinalização
2. Usar, sempre, o cinto de segurança.
3. Conhecer o veículo que está dirigindo e saber comandá-lo.
4. Manter o veículo sempre em boas condições de funcionamento.
5. Prever a possibilidade de acidentes e ser capaz de evitá-los.
6. Ser capaz de decidir com rapidez e correção, em situações de
perigo.
7. Não aceitar desafios e provocações
8. Não dirigir cansado ou sob efeito de álcool e drogas.
9. Ver e ser visto.
10. Não abusar da autoconfiança.

Procedimento de Segurança com Veículos

1 - Nunca trafegue com os vidros abaixados / abertos.


2 - Nunca trafegue com as portas destravadas.
3 - Sempre deixe uma distância tática mínima de 03 metros do veículo da
frente, para uma evasão rápida.
4 - No caso de uma abordagem com arma de fogo num semáforo, e você
esteja no meio de vários veículos sempre faça uma movimentação tática indo
para frente e para traz, e se possível tente buzinar ou ligar a sirene para
chamar a atenção; caso você esteja na primeira fila, sempre dê evasão ao
veículo entrando no fluxo do tráfego a sua frente.
5 - Fique alerta ao passar sob passarelas e pontes, pois algum objeto ou pedra
poderá ser arremessado contra o pára-brisa do veículo, com o intuito de
provocar a parada do veículo; pedras e outros objetos poderão também ser
colocado na estrada para provocar bloqueios, estouro de pneus e batidas
embaixo do veículo provocando uma parada do veículo para verificação. Caso
isso ocorra, jamais pare perto deste local, procurando uma área de escape
segura para tal parada.
6 - Administre a sua aproximação de um semáforo, para tentar pegá-lo aberto.
7 - Sempre pare o veículo de tal forma que você possa fazer uma saída rápida.
8 - Sempre estacione o veículo em locais seguros como estacionamentos
particulares com seguro, shopping, supermercado, postos de gasolina,
procurando sempre que possível estacionar de modo a ter visão ampla e livre
do local, e que permita um embarque mais rápido.
9 - As saídas e chegadas, embarques e desembarques, são os momentos mais
críticos e vulneráveis onde a maioria dos ataques ocorre, fique sempre alerta e
muito atento a veículos e motos que trafegam neste momento e a presença de
estranhos próxima a você.
10 - Quando for abastecer o veículo, evite postos de auto-serviço ou mesmo
desembarcar do mesmo, apenas fornecendo a chave do tanque por uma
abertura mínima do vidro caso seja necessário.

Procedimentos e Cuidados com veículos Blindados


1 - Mantenha sempre em perfeitas condições de funcionamento o ar
condicionado do veículo.
2 - Caso exista falha no ar condicionado, providencie conserto imediato.
3 - Jamais trafegue com os vidros abertos mesmo que esta abertura seja
mínima.
4 - Evite fechar a porta do veículo com os vidros abertos.
5 - Evite passar por obstáculos de forma transversal, para evitar torção na
carroceria.
6 - Procure evitar rotas que tenham muitos obstáculos, pisos irregulares e ruas
de paralelepípedos evitando assim excesso de vibração na carroceria do
veículo.
7 - Jamais passe qualquer material abrasivo nos vidros do veículo (No Spall).
8 - Evite colar qualquer tipo de adesivos nos vidros.
9 - Sempre tenha o freio de estacionamento completamente regulado.
10 - Sempre mantenha os pneus calibrados seguindo a orientação do
Blindador.
Mantenha sempre limpos os vidros e os espelhos. Acione os limpadores de
pára-brisa em conjunto com o lavador (“esguicho”), logo nos primeiros
instantes. Quando houver acúmulo de água no pavimento, mesmo que
pequeno, não passe dos 50 Km/h, a fim de evitar o fenômeno da
Aquaplanagem (força de resistência da água faz que o pneu perca o contato
com o solo).
Quando a visibilidade estiver muito prejudicada, pare o veículo no
acostamento, quando em estrada, em trecho que não ofereça perigo de
inundação, acionando o “pisca - alerta”.
Obs.:- NUNCA ACIONE ‘PISCA-ALERTA’ COM O VEÍCULO EM
MOVIMENTO.

DINÂMICA DO VEÍCULO e a sua DIRIGIBILIDADE


O automóvel é uma máquina de transferir peso. Todas as manobras realizadas
com ele resultam em transferência de peso para as rodas.
Quando você acelera o carro, você está transferindo o peso para os pneus.
Quando você freia/breca, você transfere o peso para frente do carro, quando
fazemos uma curva, o peso é deslocado lateralmente.
Nós podemos fazer basicamente três coisas com um automóvel:
1 - Andar;
2 - Parar;
3 - Fazer uma curva.
Podemos fazer ao mesmo tempo duas coisas:
1 - Andar e virar;
2 - Parar e virar.

TRANSFERÊNCIA DE PESO E A PERFORMANCE DO VEÍCULO


A dirigibilidade com segurança depende de sabermos aplicar esta transferência
de peso corretamente.
O controle do veículo depende totalmente da transferência correta de peso
para os pneus. Quando perdemos o controle do veículo duas coisas podem ter
ocorrido:
1 - Excesso de peso transferido para os pneus;
2 - Pouco peso transferido para os pneus.
Controle significa peso ideal nos pneus.
Os pneus são diferentes justamente porque vão suportar pesos diferentes.
Quando você coloca peso em excesso em um pneu, ele perde rapidamente o
atrito com o solo. Ex.: Derrapagem. Você transfere peso excessivo ao pneu e
ele perde o atrito.
Quando maior for a aderência do pneu ao chão, mais sensível ele é ao peso.
Ex.: Carro de corrida.
Existem dois tipos básicos:
1 - Radias
2 - Trançados
Os pneus radias têm suas paredes mais flexíveis, mantendo toda a banda de
rodagem no chão em manobras bruscas.
Os pneus trançados têm as paredes mais duras, suportando maior peso, mas
são menos flexíveis.
Exemplos:

Parede Grande Parede pequena


Pneu Trançado Pneu Radial
Para caminhão para carros
70 30

Quanto menor for as paredes do pneu em altura, maior será a sua banda de
rodagem. A altura das paredes deve ser 70% da medida da banda de rodagem.

R 225 = Largura da Banda de rodagem 225 mm.


70 = 70% da medida da banda de rodagem
corresponde à altura das paredes 157,5 mm.
15 = Tamanho do aro.
R225/70/15

CLASSIFICAÇÃO DOS LIMITES

Cada pneu tem seu máximo de segurança em relação à velocidade. Os pneus


para carros de executivos, escolta, polícia e etc., devem ter a classificação
mínima H, pois este resiste até a velocidade de 210 Km/h com segurança,
tornando-se mais eficiente em situação de emergência.
S – 100 160
I – 120 192
H – 130 210
U - 146 233
Z - 146 233

PRESSÃO DOS PNEUS

30/700Kg
A pressão dos pneus é, sem dúvida, um dos itens mais importantes.
Na performance do automóvel em manobras bruscas. Quanto maior for
a pressão, mais peso os pneus suportam.
Quando nós fazemos uma curva, o peso do carro é transferido para as rodas
opostas à curva, ou quando damos um cavalo - de - pau existe transferência de
peso para certas rodas.
Se o pneu, por exemplo, suporta segundo o fabricante 700 Kg com 30 libras, e
nós numa manobra brusca transferimos 700 Kg e esse pneu estiver, por
exemplo, com 25 libras, não irá suportar o peso podendo sair do aro e ainda
não responder à manobra.
Por isso, é aconselhável trabalhar com a pressão máxima indicada pelo
FABRICANTE DO CARRO (Carga Máxima), para evitar surpresas numa
situação de emergência.
PRESSÃO BAIXA – O pneu não adere corretamente ao solo.
PRESSÃO ALTA – O pneu adere mais ao solo.

CALIBRAGEM DOS PNEUS E PERFORMANCE DO VEÍCULO


A pressão dos pneus deve ser controlada rigorosamente, pois o desempenho
dos pneus depende disto.
Os pneus mais largos são melhores porque têm mais ar e consequentemente
agüentarão mais peso.

AMORTECEDORES
Os carros que serão utilizados por executivos e escolta, assim como carros de
polícia, devem necessariamente utilizar amortecedores a gás. O uso de tais
amortecedores melhora a performance do carro em manobras de emergência,
levando muita vantagem sobre os amortecedores hidráulicos (a óleo).
A função básica dos amortecedores é manter o pneu do carro no chão o
máximo possível. Ele controla a velocidade de ação das molas quando as
mesmas se comprimem. Sua manutenção deve ser feita com cautela, pois
interfere substancialmente no controle do veículo.

FREIOS
Existem basicamente dois sistemas de freios:
1. A tambor
2. A disco (com pastilhas metálicas, semi metálicas, orgânicas).
O freio a tambor é o mais antigo sistema.
Atualmente, os carros modernos estão utilizando o sistema a disco.
Um sistema de freio torna-se mais eficiente, quando maior for a sua
capacidade de dissipar o calor.
O freio a disco trabalha mais refrigerado, melhorando assim a eficiência do
sistema. Quando ocorre super aquecimento do sistema, o óleo pode ferver e
criar bolhas de ar na tubulação e a eficiência fica comprometida.
O uso de pastilhas metálicas melhora a eficiência do sistema. A escolha do
fluído é muito importante, porque seu ponto de fusão e nível de corrosão são
muito importantes.
- Óleos com a classificação DOT-3 (agüentam mais ou menos 700°C antes de
ferverem, sendo que os comuns mais ou menos 450°C).
- Óleos com a classificação DPT-3 são à base de silicone e segurança não
corroem o sistema por mais ou menos 20 anos.

FRENAGENS
O uso dos freios deve ser bem dosado. Se possível, deve-se recorrer à
adequada redução de marchas, quando se pretender diminuir a velocidade ou
parar.
Nas frenagens de emergência deve-se acionar repetida e vigorosamente os
freios, evitando perda de eficiência por fadiga ou super aquecimento.
Obs.: - NUNCA PISE FORTE NO PEDAL DE FREIOS POIS ESTARÁ
PERMITINDO O TRAVAMENTO DAS RODAS ( o carro deslizará com a roda
travada).

ULTRAPASSAGENS
A ultrapassagem é uma das manobras mais arriscadas no que diz respeito ao
ato de dirigir, por exigir providências antes, durante e depois de sua execução,
as quais não podem ser relegadas a segundo plano, sob pena de se envolver
em grave acidente. Todavia, sendo estas providências obedecidas, pode-se
executar a ultrapassagem com plena segurança.
Quando estiver sendo ultrapassado
- Verificar o trânsito contrário.
- Manter o seu veículo o mais à direita possível.
- Sinalizar com a seta à esquerda a falta de condições para a ultrapassagem, e
à direita quando as condições forem favoráveis.
- Reduzir a marcha quando o outro veículo buscar espaço à sua frente para
voltar.
Quando estiver ultrapassando
- Só ultrapasse com plenas condições de segurança.
- Mantenha sempre à distância de segurança.
- Verificar pelos espelhos, e mediante rápida visada direta à esquerda, se não
há outro veículo que esteja ultrapassando.
- Acelere durante a ultrapassagem, dando preferência a marcha mais reduzida
(3ª. Por exemplo), a fim de obter mais aceleração.
- Sinalize com seta à esquerda o início e à direita o final da manobra.
- NUNCA tente derivar para o acostamento a sua esquerda se perceber que a
ultrapassagem foi indevida, pois o motorista que vem no sentido contrário
buscará o mesmo local e ambos acabarão colidindo frontalmente.
Nesta oportunidade, mantenha a seta ligada para a direita e buzine para o
carro que estiver à sua direita, a fim de que lhe dê espaço para retornar à sua
mão. Todavia, lembre-se que é uma situação de emergência, a qual deve ser
evitada a todo custo.
Quando avistar ultrapassagem no sentido oposto.
- Fique alerta para o caso do veículo que vem na contramão encontrar
dificuldades para completar a manobra.
- Se perceber que a ultrapassagem está demorando, acione a seta à direita,
diminua a velocidade e fique o mais à direita possível, prevenindo com breves
toques no freio o veículo que estiver à sua retaguarda, preparando até mesmo
para parar se necessário.
Nunca ultrapasse em:
- Lombadas.
- Curvas fechadas.
- Pontes e viadutos.
- Frente a postos de serviço.
- Frente a cruzamentos.
- Frente a confluências.
- Frente a escolas e hospitais.
- Trechos em obras.
- Sob luz direta nos olhos ou às costas.
- Na presença de animais à margem da rodovia.
- Sob luz ou nevoeiro intenso.
TRECHO EM CURVAS
Quando descrever uma curva, o veículo fica sujeito à ação da FORÇA
CENTRÍPETA, a qual será tanto maior quando maior for a velocidade do
veículo e menor for o raio da curva - ( FCf = M . V2 / R; M = massa; V =
velocidade;
R = raio).
Para descrever perfeitamente uma curva, o veículo depende da geometria da
suspensão, do estado das molas e dos amortecedores, da calibragem e do
estado dos pneumáticos, da distribuição do peso e do toque do motor.
Ao se aproximar da curva, a velocidade deve ser reduzida mediante utilização
do câmbio e dos freios, os quais podem ser acionados até as imediações do
ápice da curva, após o que se deve acelerar firme e gradualmente o veículo,
obtendo-se maior aderência ao solo.
Quando as condições de tráfego e a visibilidade permitem, pode-se adentrar a
faixa de contramão antes de iniciar e descrição da curva, retomando a mão no
ápice e terminando a curva na contramão novamente, de maneira a se
“tangenciar” a curva, descrevendo-a segundo um raio maior, a propósito de
diminuir a ação da força centrífuga.
CORREÇÃO DE DERRAPAGENS
Se a curva for descrita na velocidade crítica, o veículo pode se apresentar
instável. Alguns veículos tendem a “sair de traseira”, outros tendem a “sair de
dianteira”.
VEÍCULOS SAINDO DE DIANTEIRA
“Tração Traseira” – Tire o pé do acelerador e gire adequadamente o volante
no sentido contrário ao da curva, corrigindo a trajetória
“Tração Dianteira” – Acelere o veículo de maneira a fazer com que a dianteira
“puxe” o carro e corrija a trajetória.
VEÍCULO SAINDO DE DIANTEIRA
Esta situação só se verifica com veículos de tração dianteira. Tire o pé do
acelerador e “puxe” o carro para dentro da curva através da direção.

EM QUALQUER UMA DESTAS SITUAÇÕES JAMAIS PISE NO FREIO.

AS MANOBRAS DE CORREÇÃO DE DERRAPAGENS EXIGEM


HABILIDADE E TREINO, DEVENDO-SE UTILIZÁ-LAS EM ÚLTIMO CASO,
PREFERINDO-SE DESCREVER A CURVA EM VELOCIDADE ABAIXO
DA VELOCIDADE CRÍTICA.

CHECAGEM OPERACIONAL DO VEÍCULO


Antes de conduzirmos um veículo é de fundamental importância que
verifiquemos as condições de funcionamento dos instrumentos e equipamentos
do mesmo, a fim de nos proporcionar uma maior segurança ao dirigirmos.
Este é o “CHECK LIST” básico:
1 - Luzes de sinalização
- Pisca Alerta.
- Pisca Direito e Pisca Esquerdo
- Luz da Lanterna.
- Faróis Baixo e Alto.
- Luz de Painel e Luz Interna.
- Luz de Freio.
2 - Freios
- Freio Principal.
- Freio de Estacionamento
3 - Mecânica
- Condições Gerais (Marcha lenta, Engate de Marchas, Suspensão, etc.).
4 - Combustível, óleos e água.
- Óleo do motor.
- Óleo do câmbio.
- Óleo do freio.
- Óleo do hidráulico (quando direção hidráulica).
- Água dos Reservatórios e Radiador.
- Combustível.
5 - Pressão dos Pneus
- Principais.
- Estepe.
6 - Equipamentos de Apoio
- Macaco.
- Chave de Roda
- Triângulo de Emergência.
- Chave de Fenda.
- Alicate
- Galão Plástico e Mangueira.
Esta checagem pode ser feita em poucos minutos, e irá proporcionar maior
segurança ao veículo.

DIREÇÃO EVASIVA

CONCEITO
Direção Evasiva é a técnica utilizada por um motorista para dar evasão rápida
ao seu veículo, quando este sofre uma perseguição ou emboscada.
VELOCIDADE E DESLOCAMENTO DO VEÍCULO
O controle da velocidade numa situação de evasão é importantíssimo, porque
em função dele é que teremos ou não sucesso em nossa ação.
DESLOCAMENTO DE BLOQUEIO
Quando estivermos bloqueados por um veículo ou mais, podemos deslocar um
dos carros para tentarmos a evasão. Para isso, temos que aplicar uma força
em uma das rodas do carro agressor, deslocando-se com uma marcha
reduzida - ( 1ª . ou Ré ).
O emprego desta força deve ser progressivo, pois se nós o atingirmos com
excesso de velocidade, podemos danificar nosso veículo e ficarmos
inoperantes. É preciso saber controlar a velocidade em cada situação.
No caso de perseguição e reversão 180°, temos que empregar uma velocidade
média de 60/65 Km/h para termos sucessos na ação, porque em velocidades
abaixo dessas as chances de sucesso são pequenas.
No caso de perseguição em estrada, podemos deslocar o carro perseguido
para fora da ação. Induzindo-o a atingir uma velocidade média de mais ou
menos 80/90 Km/h, deixando que tente a ultrapassagem e quando seu pára-
lama traseiro emparelhar com o nosso dianteiro, jogamos o carro rapidamente
contra o mesmo que irá perder completamente o controle do veículo.
ADAPTAÇÃO DO EQUIPAMENTO DO VEÍCULO
Algumas adaptações podem ser feitas no veículo, para que o mesmo possa
oferecer melhores condições de dirigibilidade e segurança.
A suspensão do carro pode ser melhorada para ações de evasão, colocando-
se molas mais duras, pois molas suaves são boas para passeios e mais nada.
O freio de estacionamento pode ser adaptado para ser acionado com o pé,
sem que fique travado. Podemos colocar um dispositivo para não deixar que a
alavanca do freio de mão fique travada ao ser acionada, quando o carro estiver
em andamento, etc.
Os pneus podem ser adequados a uma situação mais segura, com banda mais
larga. Podemos colocar um líquido especial dentro dos pneus para que o ar
não vaze rapidamente quando furado etc.
REAÇÃO CONDICIONADA
Toda ação de evasão somente terá chance de sucesso se for feita
rapidamente, sem perda de segundos decisivos.
A reação inesperada do condutor em relação aos agressores será a chave do
sucesso da ação.
A esta reação imediata e inesperada, chamamos de Reflexo Condicionado.
Este reflexo só é conseguido com muito treinamento e muita simulação.
É preciso uma manutenção regular nos treinamentos, para que esteja sempre
pronto para agir, sem ter que perder tempo em pensar.

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