Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE ÚNICA
SEGURANÇA........................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS GERAIS................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
SAFETY.................................................................................................................................. 22
CAPÍTULO 3
SECURITY............................................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 43
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
A Gestão de Aeroportos possui diversas áreas de atuação e em muitos aspectos poderia ser comparada
à administração de uma cidade. Há aeroportos com milhares de passageiros, tripulantes e visitantes
circulando em suas dependências, diariamente. Desta forma, nada mais coerente do que haver uma
preocupação em especial com a segurança de todos que estão nos aeroportos, a trabalho, visitando,
levando ou recebendo pessoas que estão viajando e, sobretudo, aos passageiros e tripulantes.
Os atentados terroristas de 2001, ocorridos nos Estados Unidos, com emprego de aeronaves civis,
expuseram o quanto é importante e necessária a profissionalização de quem atua no setor e, por
esta razão, esta disciplina visa a apresentar os principais conceitos de segurança aeroportuária e sua
contextualização no curso de Gestão Aeroportuária.
Objetivos
»» Conceituar Safety e Security.
7
SEGURANÇA UNIDADE ÚNICA
CAPÍTULO 1
Conceitos gerais
Definições
Embora na Língua Portuguesa utilize-se apenas a palavra “Segurança” para definir uma série
de medidas e ações que vão desde a proteção física das pessoas e de instalações, até aspectos
relacionados à saúde do trabalho, na Língua Inglesa, são utilizadas duas palavras com conceituação
bem distinta: Safety e Security.
O conceito de Safety está voltado para as atividades relacionadas à prevenção de acidentes, prestação
de primeiros socorros, bem como à promoção de ações que visem a proteger a saúde das pessoas
em geral. Assim, quem é o responsável pelo socorro às vítimas em aeroportos, deve estar ligado ao
setor de Safety, assim como a prevenção de incêndios e de acidentes em geral. Nas empresas, quem
realiza ações de Safety, são as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), as brigadas de
incêndio, a engenharia, a medicina e a enfermagem do trabalho, entre outros.
O conceito de Security, por sua vez, está voltado para a área de proteção propriamente dita. Cuida
da segurança física das instalações aeroportuárias e das aeronaves, da inspeção de passageiros, de
ações de contrainteligência, como antiterrorismo (prevenção), mas também do contraterrorismo
(resposta), contrassabotagem, assim como a prevenção e resposta diante de ações criminosas. Todas
as polícias efetuam ações de security. Em empresas, os responsáveis por security são comumente
chamados de seguranças.
Nas corridas de Fórmula 1, com frequência, vem-se um carro na pista quando há acidentes. Este tem
como uma de suas funções organizar a fila dos carros que estão competindo para evitar acidentes.
Como se chama este carro? Safety car!
A atividade de segurança, seja ela safety ou security, envolve muito mais do que vigiar aeroportos
e prevenir acidentes.
9
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
É fundamental que exista um Planejamento de Segurança para essas áreas, composto por vários
Planos de Contingência. Ou seja, no Planejamento de Security, devem-se ter diferentes protocolos a
serem seguidos para diferentes situações. Como exemplo, e considerando o mínimo necessário para
cada Planejamento, têm-se os seguintes elementos.Planejamento de Security para aeroportosPlano
de contingência para Atos Terroristas (em diferentes graus, incluindo ameaças e com uso de
diferentes tipos de ações).
Os exemplos anteriores são voltados para as principais ocorrências, mas muitos outros Planos
podem surgir e devem ser elaborados, aprovados, testados e divulgados para quem tem o dever de
conhecê-los.
A elaboração de um Plano requer o conhecimento das vulnerabilidades existentes, que por sua vez
são resultantes das deficiências da organização. Assim, o primeiro passo é a análise do ambiente
interno da organização, o que significa levantar todas as deficiências existentes e todos pontos fortes.
Este tipo de análise é muito utilizado no Planejamento Estratégico e conhecido como Matriz SWOT.
10
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
<http://cms- empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/
arquivos/2012/06/18/ME_Analise-Swot.PDF>
<http://www.ufpe.br/ssi/images/documentos/anlise%20de%20risco%20-%20ctg.
pdf>
Uma vez identificadas as forças e as fraquezas, passamos para a análise do ambiente externo, onde
estão as oportunidades e as ameaças. Assim, oportunidades para existir devem estar atreladas às
forças existentes e o mesmo pode ser afirmado com relação às ameaças. Uma vez que as ameaças
são conhecidas e diante das fraquezas existentes, pode-se então conhecer as vulnerabilidades. Um
grande erro muitas vezes cometido é querer atuar em cima das ameaças, tentando reduzi-las, o que
pode ser impossível de ser feito e demandar muitos recursos, quando o mais correto seria atuar na
redução das vulnerabilidades. A seguir, alguns exemplos.
Assista em:
<http://www.youtube.com/watch?v=Km7Q5aNk90k>
<http://www.youtube.com/watch?v=-MfM1fVSFnM>
<http://www.youtube.com/watch?v=4YLnOsgmp4U>
<http://www.youtube.com/watch?v=1lT2ucga25g>
11
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
contra atos terroristas. Não acreditar na possibilidade de ser um alvo, não protege
ninguém, mas ao contrário, aumenta muito a vulnerabilidade de ser atingido.
Agora vamos falar de risco, que nada mais é do que a relação direta entre a ameaça e a vulnerabilidade.
Assim temos:
Cada corporação com base nessas premissas possui sua própria forma de interpretar os riscos e as
medidas que devem ser tomadas.
Vimos acima, alguns exemplos de Planos de Contingência ou de Emergência para Security e para
Safety, como seria?
»» Plano de contingência para Atos Terroristas (em diferentes graus, incluindo ameaças
e com uso de diferentes tipos de ações). Foco no atendimento às vítimas.
12
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Outros Planos também podem ser elaborados, dependendo de cada realidade e vocês devem ter
percebido que praticamente todos os Planos de Security também possuem uma repercussão em
Safety e, portanto, é fundamental que os planos estejam integrados.
Anteriormente, afirmou-se que o primeiro passo para a elaboração de qualquer Planejamento requer
o estudo das ameaças, vulnerabilidades e risco. Feito isto, qual o próximo passo? É mapear as áreas
de risco. Cada local do aeroporto deve ser classificado quanto ao risco e as medidas de mitigação ou
diminuição do risco devem ser apontadas e ações tomadas neste sentido.
O Planejamento de Segurança é então realizado e deve conter tanto a área de Security como de
Safety. Este Planejamento equivale ao Planejamento de Desastres do aeroporto e não deve tratar de
situações específicas, que são apresentadas nos Planos de Contingência.
Uma vez que o Planejamento e os Planos de Contingência são elaborados, o passo seguinte deve
ser a aprovação destes documentos pela autoridade responsável pela segurança e a consequente
apresentação e discussão com o gestor aeroportuário, que deve conhecer bem o planejamento e
os planos a serem utilizados, uma vez que as medidas de segurança envolvem todo o aeroporto.
Aprovados, os documentos devem ser apresentados e discutidos com cada setor, com ênfase nas
ações esperadas de cada um e coletivamente. Basicamente, tanto o Planejamento (geral) como os
Planos de Contingência (específicos) devem responder as seguintes questões.
»» Rotas de fuga, sistemas de alerta, alarme e evacuação (quando e como será feita).
»» Como saber quando o Plano será desmobilizado, de que forma e por quem.
Naturalmente que outras informações podem e devem estar presentes, mas obrigatoriamente as
questões acima devem ser respondidas.
Planos devem ser testados. Não adianta estar só no papel. É de suma importância que sejam
feitos testes e exercícios, que podem ter formatação diversa, para testar se o que foi planejado é
possível de ser realizado e corrigir eventuais falhas. Com os devidos cuidados, quanto mais próximo
da realidade, é um exercício, maiores as chances de sucesso quando houver necessidade de ser
13
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
empregado. Isso, no entanto, não significa que as pessoas devam ser submetidas a riscos, durante
exercícios de simulação, o que seria inaceitável.
Após os exercícios de simulação, que devem ser devidamente planejados e envolver de preferência
todos os órgãos que serão requeridos em uma emergência real, deve haver sempre um debriefing,
ou seja, uma reunião com todos envolvidos, para discutir o que funcionou e o que precisa melhorar.
Simulados onde tudo deu certo, provavelmente foram malconduzidos.
Há por outro lado, serviços que habitualmente realizam simulados e estão compromissados com a
gestão da qualidade de serviços e com o efetivo funcionamento do sistema. Para estes serviços, os
simulados são excelente fonte de aprendizagem continuada.
Há ainda algumas considerações que devem ser feitas com relação a simulados.
»» O simulado precisa ser planejado e ter objetivos claros. O que se pretende simular?
Com qual objetivo? O que será testado?
»» Todos os órgãos de resposta previstos para o evento devem participar, o que inclui
hospitais, se for o caso.
»» Simulado não é teatro. Não faz sentido haver treinos e “passos coreografados” para
que as simulações pareçam bonitas.
14
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
»» Situações sobrepostas devem ser evitadas, a menos que possam ser de fato testadas.
Por exemplo, colocar um prédio em chamas, que é seguido de um ataque químico
e logo depois um atentado com bombas. São muitas situações, que embora possam
ocorrer, se forem apenas sobrepostas, não trarão benefício.
Assim, uma vez realizada a análise dos ambientes interno e externo, mapa de risco e elaboração dos
Planos de Desastre, de Contingência e de Comunicação em Desastres, é necessário atuar na redução
das vulnerabilidades, por meio das ações de mitigação, como no exemplo a seguir.
A matriz anterior é tão somente, um exemplo. Naturalmente que outras medidas devem ser
analisadas e tomadas diante da ameaça de ataque terrorista, que no caso de aeroportos, não importa
onde estejam localizados, deve sempre ser encarada como alta, para que a vigilância seja sempre
mantida. Ataques podem ocorrer nos locais mais improváveis e por diferentes razões, o que inclui
a tomada de aeronaves em aeroportos com baixa vigilância. O Aeroporto Araripe Macedo está
localizado em Luziânia-GO e é utilizado como aeroclube. Em 2009, um homem em companhia
da filha menor, solicitou um voo panorâmico. Antes de decolar, contudo, com o uso de uma arma,
ordenou que o piloto e sequestrou a aeronave de pequeno porte. Após diversos voos rasantes sob
a cidade de Goiânia, arremessou o avião contra o estacionamento de um shopping, provocando a
morte dele e da criança, além de causar danos em vários veículos. A tragédia poderia ter sido ainda
maior se houvesse pessoas no local ou se a aeronave tivesse atingido o shopping propriamente dito.
»» Monitoramento.
»» Alertas.
»» Alarmes.
15
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
O sistema de alerta deve ser claro no sentido de informar imediatamente, que uma situação de
ameaça real ou potencial está se aproximando e que medidas de resposta devem estar prontas para
emprego. A forma como o alerta será percebido é uma decisão a ser tomada pelos encarregados da
segurança das instalações aeroportuárias, desde que seja eficaz, ou seja, que permita o acionamento
dos respectivos Planos e que todos envolvidos na preparação e resposta sejam imediatamente
informados.
O alarme por sua vez, diz respeito a uma situação que está prestes a ocorrer. Não há mais tempo de
elaborar planos ou de procurar vulnerabilidade. É o momento de proteger as pessoas e as instalações
(nesta ordem) de um evento crítico que ocorrerá em poucos instantes. Alarme, no entanto, não é
pirotecnia. Ou seja, de nada adianta soar luzes e sirenes, se não há um plano bem definido que
defina bem o que estes sinais significam e o que as pessoas devem fazer quando isto acontecer. Do
contrário, teremos apenas um bom sistema para produzir pânico.
A Segurança deve prever ainda um Plano de Segurança onde devem estar previstas as seguintes
ações de Segurança Orgânica.
»» Proteção de Documentos.
»» Proteção de Pessoas.
»» Proteção de Comunicações.
»» Proteção de Informática.
Além disso, a Defesa Civil da região (município ou Distrito Federal) deve possuir um Plano
para Emergências Aeronáuticas devidamente testado e em comum acordo com a administração
aeroportuária.
16
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
deslocou-se de João Pessoa para Recife por via terrestre. A bomba, no entanto, explodiu, matando
duas pessoas, o jornalista e Secretário de Governo de Pernambuco, Edson Régis de Carvalho
e o Vice-Almirante reformado, Nelson Gomes Fernandes, além de ferir outras 14, algumas com
ferimentos graves, incluindo uma criança de 06 anos. A ação terrorista foi creditada a um grupo
terrorista de esquerda.
»» 1984 – Um avião da empresa aérea Varig-Cruzeiro do Sul (voo 302) que havia
partido do Rio de Janeiro com destino à Manaus, com diversas escalas e176 pessoas
a bordo, foi sequestrado por terroristas que o desviaram para Cuba. A aeronave foi
sequestrada no trecho entre São Luís - MA e Belém-PA. O avião não tinha combustível
suficiente para ir direto para Cuba e aterrissou em Paramaribo, no Suriname onde
trocou combustível e mapas de navegação, pela liberação de 158 passageiros,
prosseguindo com os demais. Em Cuba, o avião foi liberado para retorno ao Brasil,
tendo lá permanecido os terroristas. De acordo com a Flight Safety Foundation,
eram três sequestradores e a aeronave, um Airbus A300-B4203.
»» 1985 – Um Boeing 747-237B, vôo 182, da companhia Air Indía que fazia o trajeto
Montreal – Nova Delhi foi explodido em cima do Oceano Atlântico, no espaço aéreo
da Irlanda. No total morreram 329 pessoas, das quais 268 canadenses.
17
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
»» 1988 – Um Boeing 747–121, voo 103 da Pan Am, empresa Americana que não
existe mais, foi alvo de um atentado terrorista, explodindo no ar, sobre a cidade de
Lockerbie na Escócia, quando fazia o trajeto de Londres à New York City. Morreram
no atentado 243 passageiros e 16 tripulantes.
»» 1995 – Operação Bojinka. Sob este nome, estava uma série de atentados programados
para ocorrer em diferentes localidades e organizados pelo mesmo idealizador do
atentado ao World Trade Center em 1993, Ramzi Yousef. O terrorista planejava
explodir 12 aeronaves que partiriam de países asiáticos, tendo por destino os
Estados Unidos, de tal forma a serem sincronizadas as explosões para ocorrerem
sobre o mar. O explosivo a ser utilizado seria nitroglicerina que Yousef já havia
testado ao utilizá-la contrabandeada em lentes de contato. A operação previa ainda
outras ações terroristas.
»» 1997 – Um avião (Fokker-100) da companhia brasileira TAM que fazia o trajeto entre
São Paulo e São José dos Campos foi vítima de uma explosão no ar, causando sérios
danos na fuselagem e provocando a morte de um passageiro. A explosão foi causada
por uma bomba e o autor ainda permanece desconhecido, bem como a motivação. O
principal suspeito foi vítima de atropelamento três dias após e considerado incapaz.
18
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
»» 2000 – Um Boeing 737-200 da Vasp (Voo 280) que havia decolado de Foz do Iguaçu
com destino à Curitiba e Rio de Janeiro, com 57 passageiros a bordo, foi sequestrado
por 05 assaltantes que estavam interessados na carga de R$ 5milhões de reais que
estava sendo transportada pela aeronave, em malotes. Foram usadas armas leves
automáticas e eles utilizaram nomes falsos para embarcar. O avião foi desviado
para o aeroporto de Porecatu no norte do Paraná, que possuía pista asfaltada
com condições e dimensões adequadas para o pouso da aeronave, no entanto
completamente desprotegido. A ação foi rápida e os assaltantes conseguiram fugir.
Posteriormente o líder da quadrilha foi preso, mas o dinheiro nunca recuperado.
Como eles sabiam de tantos detalhes? Como embarcaram com as armas?
»» 2001 – O pior ataque terrorista da História foi cometido com o uso de aeronaves
civis. No dia 11 de setembro, quatro aviões de passageiros, de diferentes linhas aéreas
americanas foram sequestrados quase que simultaneamente. Duas aeronaves foram
colididas intencionalmente contra o complexo comercial do World Trade Center, em
New York City, uma outra foi de encontro ao prédio do Pentágono em Washington,
DC e a quarta aeronave foi derrubada após uma luta entre passageiros e terroristas
e não se sabe qual seria o destino final. No total mais de 3.000 pessoas morreram.
Os ataques foram realizados por terroristas da Al-Qaeda. Muito foi escrito sobre
estes ataques, mas recomendamos para quem quiser saber mais:
Editora Objetiva
I.S.B.N.: 8573027967
19
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
American Airlines que fazia o trecho de Paris à Miami, com 197 pessoas à bordo. A
bomba estava localizada nos sapatos do terrorista e por pouco não foi acionada. A
transpiração dos pés do criminoso acabou umedecendo o dispositivo que não pode
ser acionado. O terrorista foi imobilizado pela tripulação e a aeronave desceu com
segurança no aeroporto de Logan em Boston, USA.
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/1/1c/Richard_Reid_
explosive_shoe.jpg>
»» 2006 – O grupo terrorista ETA explodiu uma bomba colocada dentro de uma van,
no estacionamento do Terminal 4 do aeroporto internacional de Madrid-Barajas,
na Espanha, matando duas pessoas e ferindo outras 52.
20
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Muitos outros incidentes já foram reportados, incluindo sequestros de aeronaves e desastres aéreos,
o que faz com que os terminais aeroportuários e as aeronaves necessitem de atenção especial no que
diz respeito à segurança, tanto safety como security. Será visto que muitas medidas de segurança
foram incrementadas e tem sido adotadas, de tal forma a tornar as viagens de avião mais seguras.
No entanto, os aeroportos ainda requerem medidas de segurança mais efetivas, dado que continuam
bastante vulneráveis.
21
CAPÍTULO 2
Safety
As operações voltadas a safety são direcionadas à proteção de bens e pessoas, diante de sinistros e
ações que são comumente realizadas pelos bombeiros e serviços médicos de emergência, como nas
ações de primeiros socorros, salvamento, prevenção e combate a incêndios, prevenção de acidentes,
saúde ocupacional, entre outras.
Embora cada país tenha suas próprias leis e procedimentos, a Agência Especializada das Nações
Unidos, para definir os padrões de segurança (safety e security) na aviação, é a International Civil
Aviation Organization (ICAO), criada em 1944 e que possui 191 países como membros.
A ICAO tem por missão ser o fórum global para a aviação civil e tem como visão, trabalhar para
obter segurança (safety e security) e o desenvolvimento sustentável da aviação civil através da
cooperação de seus Estados Membros.
A segurança da aviação é um dos pilares da ICAO e por esta razão é apresentado como sendo um de
seus objetivos fundamentais. De acordo com a ICAO, estes objetivos são alcançados apor meio das
seguintes estratégias.
Tanto a ICAO como a Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos, possuem muitos
manuais e literatura voltada para a segurança (safety) dos aeroportos e da aviação em geral.
22
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
<www.faa.gov/airports/airport_safety> (FAA)
<http://www.icao.int/safety/ism/Guidance%20Materials/9859_draft_en.pdf>
(ICAO)
Podemos ver pelo sistema acima proposto, que há uma retroalimentação e um sistema contínuo de
melhorias e de monitoramento.
23
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
As medidas acima propostas não fazem parte de uma legislação específica, mas de medidas
internacionalmente aceitas como de bom padrão para a prevenção de acidentes e resposta em
emergências e desastres.
24
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
10. informar aos órgãos e operadores aéreos que tiverem acesso ao PSA, ou
parte dele, a legislação relativa aos documentos sobre salvaguarda de assuntos
sigilosos e as respectivas penalidades;
(ARS), exceto nos casos em que isto seja realizado por efetivo da Polícia Federal;
25
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
14. impedir o acesso às ARS de passageiros que não satisfaçam aos requisitos
de segurança da Aviação Civil, comunicando à empresa aérea, em formulário
apropriado, para que seja negado o seu embarque, por não satisfazer as
condições gerais de transporte; e
Fonte: <http://www2.anac.gov.br/arquivos/pdf/manualImplementacaoGeral.
pdf>
Note-se que a ANAC não faz distinção entre o safety e o security e trata as duas áreas no mesmo
tema “Segurança”.
<http://www2.anac.gov.br/biblioteca/boletim/bps/RA2009-0115.pdf>
A ANAC disponibiliza em seu site, uma página voltada para o profissional dedicado à prestação de
socorro de emergência:
<http://www.anac.gov.br/Conteudo.aspx?slCD_ORIGEM=8&ttCD_CHAVE=6>
Infelizmente, a maioria dos aeroportos no Brasil não possui sinalização adequada para emergências
e evacuação de passageiros. Se perguntarmos a qualquer passageiro ou visitante em um aeroporto se
ele conhece o Plano de Emergência ou mesmo onde estão as saídas de emergência e rotas de fuga, é
pouco provável que possua esta informação. Não há desfibriladores estrategicamente dispostos nos
terminais e é desconhecido o grau de treinamento dos funcionários dos aeroportos na prevenção de
acidentes e prestação de primeiros socorros, uma vez que quando realizados simulados, são restritos
às emergências aeronáuticas, envolvendo acidentes com aeronaves.
Desastres naturais podem atingir os aeroportos, assim como acidentes e atos criminosos, o que
inclui ataques terroristas. É fundamental que o primeiro atendimento seja coordenado e baseado
nos princípios internacionais que incluem a triagem e o socorro baseados nas medidas de suporte
básico e avançado de vida.
26
CAPÍTULO 3
Security
27
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
Cabe a cada administrador aeroportuário definir como irá realizar as medidas acima descritas, uma
vez que há diversos e diferentes métodos e meios de ações preventivas e de resposta na área de
segurança.
O Anexo 17 da Convenção ICAO para Salvaguarda da Aviação Civil Internacional contra Atos de
Interferência Ilegais estabelece, entre outras coisas, que o procedimento padrão para segurança
aeroportuária deve incluir ações e protocolos para:
»» Transporte de prisioneiros.
28
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Uma vez que as medidas citadas anteriormente dependem da revisão de operadores, é crucial que
sejam devidamente treinados e experientes na possível detecção de artefatos.
Quem pretende trabalhar na área de aviação e sobretudo em segurança aeroportuária tem a obrigação
de manter-se atualizado com relação à legislação não apenas nacional, mas também internacional
(ICAO) e dos países para onde a aeronave se destina que pode ter exigências adicionais. As medidas
propostas pela ICAO não representam o máximo a ser implementado, mas o mínimo, e por esta
razão, cada país dentro de seu poder como soberano pode realizar outras medidas mais rigorosas
de segurança.
Infelizmente, na área de aviação, as soluções e medidas surgem apenas após a ocorrência de fatos
graves. O mesmo podemos dizer com relação a medidas de segurança em nosso país. Em janeiro
de 2013, mais de 200 jovens perderam suas vidas em um incêndio em uma boate no sul do Brasil,
na cidade de Santa Maria. Após esta tragédia, houve uma intensificação na fiscalização de casas
noturnas em todo o país. Por quê? Elas não vinham sendo fiscalizadas? A verdade é que somos uma
sociedade reativa e ainda não houve a percepção de fato, que a prevenção e a identificação precoce
possuem um custo social e real muito menor do que a recuperação ou reconstrução. Pela falta de
medidas preventivas e de mitigação, o que era para ser um acidente acaba se transformando em um
desastre.
Aliás, é importante dizer que o combate ao terrorismo não se faz primariamente com unidades
contraterroristas. É comum vermos países se dizendo preparados para o combate ao terrorismo,
mostrando equipes de intervenção tática (SWAT) agindo de forma rápida e prendendo terroristas
29
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
e tomadores de reféns. Em primeiro lugar, não são comuns os ataques terroristas com reféns. Em
segundo, quando a situação exige a intervenção deste tipo de equipe, provavelmente a situação
já está consolidada e o ataque já ocorreu. A exceção seria quando a inteligência identificou os
terroristas e a equipe irá realizar a prisão. Em terceiro, os maiores atentados dos últimos anos não
foram e nem poderiam ser impedidos por equipes táticas. Por essas razões, estas unidades são
muito importantes, mas específicas para determinadas situações. A arma mais importante contra o
terrorismo é a Inteligência e a Contrainteligência.
O “Aviation and Transportation Security Act de 2001” (ATSA 2001), dos Estados Unidos, foi
a primeira resposta legislativa aos ataques terroristas de 11/09/2001. Até então a legislação era
voltada para prevenir os ataques e sequestros de aeronaves tradicionais, pois trabalhavam-se com
os métodos terroristas utilizados até então. Com os ataques de 2001, houve uma grande mudança de
paradigma e muitas medidas tiveram que ser revistas. Não bastava apenas criar medidas voltadas
para a aviação em si, mas havia a necessidade de uma legislação que permitisse ir além e integrar
informações que permitissem o combate ao terrorismo de uma forma geral.
Como resultado da ATSA 2001, (PRICE, 2013) houve as seguintes modificações no sistema de
transporte aéreo e segurança aeroportuária nos Estados Unidos:
6. Todos funcionários com acesso à área de embarque, passaram a ter registro de suas
impressões digitais em banco de dados.
30
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
10. Tornar crime federal o assalto de servidores com função de segurança na área
de transporte aéreo. Isto incluiu quem faz a verificação de bagagem e qualquer
funcionário com acesso restrito à área de embarque
11. Implementação de taxa de U$ 2.50 por passageiro para ajudar o aeroporto a cobrir
suas despesas de segurança.
13. Exigência de que as portas das cabines de comando das aeronaves sejam reforçadas.
14. Implementação de regras de segurança para voos charters que excedam 12.500
pounds (5.681.82 kg).
16. Permissão para que cinco aeroportos americanos conduzissem projeto piloto
usando grupos de trabalho privatizados para screening (que seguiriam os padrões
governamentais federais e treinamento especializado).
No sistema americano de segurança, a área onde os passageiros irão embarcar, após terem sido
submetidos a screening pela equipe do TSA, chama-se área estéril (sterile area).
Há necessidade de controle da área de embarque não apenas por equipes presenciais de segurança,
mas também com uso de câmeras de vigilância (CFTV) e o aeroporto, sobretudo a área estéril e o
pátio de estacionamento das aeronaves, esteja devidamente cercado com sistemas apropriados para
a prevenção de acesso não autorizado (concertinas, cercas com arame farpado, dentre outras), bem
como de barricadas para impedir a entrada de veículos.
31
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
»» Setor de carga.
»» Estacionamentos.
Todos os veículos que transportam produtos perigosos são obrigados a portarem junto à
documentação do veículo, informações sobre o produto que está sendo transportado, o que inclui as
medidas para combate a incêndio, as distâncias de isolamento, bem como os primeiros socorros e
efeitos advindos da intoxicação, dentre outros dados.
A Associação Brasileira de Indústria Química possui Manual de Emergência atualizado com todos
produtos e para maiores informações, o site da Abiquim é <www.abiquim.org.br>. Há também um
aplicativo da Pró-Química que traz o manual online para rápida consulta em tablets e smartphones
da Apple. <https://itunes.apple.com/br/app/pro-quimica-online/id379526432?mt=8>.
Há diversos manuais sobre o tema, que podem ser facilmente encontrados nos mecanismos de
busca, com destaque para o Manual de Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro (CBMERJ).
Os gestores de segurança aeroportuária devem possuir protocolos e manuais sobre o tema, de tal
forma a serem facilmente acessados.
Com relação às distâncias para artefatos explosivos, também depende muito do material utilizado,
bem como da carga explosiva, do local onde está o dispositivo (confinado, ar livre), dentre outras
informações. Há diversas e diferentes tabelas disponíveis para fins de planejamento, sobretudo em
inglês. No entanto, vale a ressalva, que as distâncias recomendadas nessas tabelas dizem respeito ao
mínimo e podem estar desatualizadas ou não aplicáveis dependendo do dispositivo utilizado.
Os endereços abaixo, trazem estas tabelas que são conhecidas em inglês como “stand-off distance
blasting”.
<http://www.nctc.gov/docs/2006_calendar_bomb_stand_chart.pdf>
<http://usasearch.fema.gov/search?query=stand-off&op=Search&affiliate=fema>
<http://www.aristatek.com/Products/standoff.aspx>
32
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Aqui vale uma lembrança. Tanto em safety como em security, é fundamental que o profissional
destas áreas tenha bom conhecimento de inglês e espanhol, pelo menos para leitura, uma vez que
precisa estar atualizado e a grande maioria das publicações é em inglês, assim como boletins e
informativos de urgência. O espanhol deve-se ao fato de todos demais países da América Latina
terem o espanhol como idioma oficial. O inglês é o idioma oficial da aviação e todos os comunicados
da ICAO são feitos nesta língua.
Em segurança, um conceito que precisa ser claramente compreendido é o das zonas de risco,
conhecidos como “quente”, “morno” e “frio”. Estes termos não tem nenhuma relação com a
temperatura do ambiente, mas com o risco a que estão expostas as pessoas que lá se encontram. Por
ocasião da explosão de uma indústria de fertilizantes no norte do Texas, nos Estados Unidos, em
2013, onde houve várias vítimas, inclusive fatais, um repórter de um importante canal de notícias
brasileiro, informava que as vítimas estavam saindo da zona quente, uma vez que este local era assim
denominado por causa das chamas da explosão. Totalmente equivocada e perigosa a “informação”
dele. Perigosa, porque pode dar a impressão à população que a zona só é quente se houver calor, o
que não é verdade.
A “zona quente” é a área onde um evento crítico está ocorrendo e por esta razão, as pessoas naquele
local está em risco aumentado de morte ou sério agravo à saúde. Por esta razão, nesse local só podem
permanecer os profissionais que especialmente designados para lidar diretamente com a situação
em questão. Assim, em um tiroteio ou uma situação com reféns, por exemplo, na zona quente
devem permanecer apenas os policiais diretamente envolvidos na operação. Nem os negociadores
devem estar na zona quente, onde jamais um Posto de Comando deve ser estabelecido. As vítimas
tampouco devem ser atendidas em zona quente, mas imediatamente removidas para a zona morna
onde serão estabilizadas para então serem atendidas, na zona fria.
Quem estabelece a delimitação dessas zonas? O primeiro profissional que chegue ao local, deve
estabelecer um Posto de Comando e definir inicialmente as áreas de isolamento e, portanto, as
zonas. Posteriormente, estas áreas podem ser alargadas ou diminuídas, conforme a dinâmica do
evento ou com o parecer de especialistas. Na ausência de um local para funcionamento do Posto de
Comando, a simples colocação de um cone de sinalização em cima de uma viatura, é um indicativo
internacional de que ali foi estabelecido um Posto de Comando.
Lembre-se que as zonas quente, morna e fria, podem modificar-se subitamente conforme a dinâmica
do evento. Um sequestro, por exemplo, onde o criminoso esteja em fuga, fará com que a zona
quente acompanhe os passos do tomador de reféns. Nos ataques ao World Trade Center em 2001,
com a queda das torres, assistimos pelas emissoras de notícias, pessoas correndo pelas ruas, para
abrigarem-se dos escombros, o que mostra que a zona quente era bem maior do que inicialmente
prevista.
33
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
A zona morna é o local onde é feita a descontaminação de vítimas de emergências químicas e/ou
radioativas e o local onde deve ser realizado o primeiro atendimento aos feridos. Também não é o
local para o Posto de Comando que deve estar localizado na zona fria.
Note-se que não necessariamente, as zonas precisam ser formas geométricas perfeitas. Tudo
depende do local e das limitações geográficas e operacionais existentes.
Screening
O processo de screening significa a varredura física e por diferentes tecnologias, inclusive por
imagem, de pessoas e bagagens, no caso, com a finalidade de identificar ameaças à segurança
aeroportuária.
Fonte: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:VTBS-luggage_screening.JPG>
34
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Ao longo dos anos e em virtude da escalada de violência surgida com as ações terroristas que
passaram a se voltar contra a aviação civil, os métodos de screening forma aperfeiçoados.
Até alguns anos atrás, quem viajava de avião estava sujeito à vistoria manual dos responsáveis pela
segurança. Em alguns países ainda é assim. Este processo permite a identificação de armas e outros
objetos e geralmente é feito em cabines que permitam a privacidade de quem é revistado, o que deve
ser feito por pessoas do mesmo sexo, para evitar constrangimentos.
Vantagens:
»» Permite a identificação visual de ameaças como armas e também drogas que possam
estar sob as roupas.
»» Pode ser aplicada a qualquer pessoa independente da faixa etária (embora requeira
mais cuidados com crianças).
Desvantagens
»» Requer cabines com privacidade, para inspeção.
»» É observador dependente.
»» Provoca constrangimento.
»» Fiscalização é feita sem a presença de outros funcionários, o que pode ser de risco
para a segurança, uma vez que o funcionário pode realizar a inspeção de forma
displicente ou mesmo pode haver queixas contra a atitude do funcionário, desde
acusações de assédio, como também de humilhação ou de outra natureza, não
havendo testemunhas presentes.
Sobretudo pelas desvantagens, não é o método mais indicado para ser usado como screening de um
modo geral, mas pode ser usado de forma seletiva para revistar suspeitos ou mesmo quem se recusa
35
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
a passar por detectores de metal, que como veremos mais à frente, não emite qualquer tipo de
radiação e não faz mal algum à saúde, mas pessoas com próteses metálicas podem fazer o aparelho
disparar indevidamente e neste caso requerem a vistoria.
O pressuposto no screening é que todos passageiros e tripulantes são pessoas comuns, honestas e
que não estão embarcando para o cometimento de crimes e violações, o que significa que devem
36
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
ser tratadas com educação, respeito, atenção e os procedimentos devem sempre ser devidamente
explicados e as dúvidas esclarecidas. Ao mesmo tempo, o screening pressupõe que pode haver
alguém com más intenções e que não será descoberto a menos que todos sejam submetidos a
uma verificação pessoal e de bagagem, o que significa que não há ninguém que esteja liberado do
screening e nem bagagem que não deva ser verificada.
Fonte: David Benbennick took this photograph Friday, April 22, 2005 at 9:19 AM (local time)
Infelizmente, no Brasil, com frequência “não passar” em um detector de metais é símbolo de status
para alguns, o que é absurdo. Ninguém deveria estar acima da lei e dos procedimentos de segurança.
O método de screening mais comum nos aeroportos internacionais tem sido o chamado WTMD
(Walk Through Metal Detector) ou magnetômetro. O aparelho cria um campo magnético ao redor
e quando um objeto metálico atravessa este campo, há uma interrupção e o alarme dispara. Este
campo magnético não provoca problemas de saúde e nem é radioativo. Uma dúvida frequente é com
relação aos portadores de marca-passo e de desfibrilador implantável. Os modelos mais modernos e
blindados não sofrem interferência, mas é importante que o paciente converse sobre o assunto com
o médico que o assiste e caso haja insegurança em passar pelo aparelho, deve ser feito um laudo
ou relatório médico que indique que o passageiro seja portador de marca-passo ou de desfibrilador
implantável e que deve ser submetido a outros meios de screening, o que pode incluir a revista com
detector de metal portátil e revista manual. Os aeroportos internacionais estão acostumados a lidar
com este tipo de situação.
37
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
Um cuidado especial deve ser tomado. Quando alguém passa em um detector e um sinal sonoro é
emitido, mesmo que a pessoa tire moedas do bolso ou outro objeto metálico e justifique que esta
deve ter sido a razão do alarme, nova verificação deve ser realizada até que o alarme não seja mais
disparado. Portadores de próteses metálicas ou com elementos metálicos devem identificar-se como
tal, apresentado documentação comprobatória e deverá ser revistados de outra forma.
Na chamada Backscatter technology, o passageiro ou tripulante deve ficar com os pés afastados
sobre um local pré-determinado e com os braços levantados. Todos os objetos são removidos dos
bolsos, incluindo chaves, canetas. O aparelho emite então raio-X em baixa dose, capaz de fazer o
contorno e silhueta da pessoa, sem transpor as outras estruturas, mas o suficiente para mostrar
armas escondidas. O software que faz o reconhecimento e diferenciação do que é metálico ou não é
chamado de automated target recognition (ATR).
38
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
Outros equipamentos também podem ser utilizados como detectores de traços de explosivos (ETD).
Fonte: <http://www.tsa.gov/what_we_do/screening/checked_baggage.shtm>
Nenhum objeto (nem mesmo chaves) deve ser poupado da vistoria no raio x. A passagem de objetos
por este aparelho não os torna radioativos e nem traz problemas a saúde. Laptops e cds podem
passar nesta máquina sem risco de serem danificados.
39
UNIDADE ÚNICA │ SEGURANÇA
40
SEGURANÇA │ UNIDADE ÚNICA
6. Bagagens não reclamadas são recolhidas pela empresa aérea para posterior
identificação e entrega ao dono.
41
Para (não) Finalizar
A segurança aeroportuária tanto na área de safety como security requer pessoal treinado, motivado,
sistema de comunicações adequado e com bom funcionamento em todos os locais, sem “zonas de
sombra ou penumbra” onde a comunicação não pode ser realizada.
Compete aos gestores de segurança conhecer a realidade de seus aeroportos bem como fazer um
adequado mapeamento de riscos e elaboração de Planos de Emergência, de Comunicação e de
Contingência que devem ser do conhecimento de todos envolvidos e devidamente testado por meio
de simulados. Continue sua pesquisa sobre o tema que a cada ano, surgem novas necessidades e
estratégias. Bons estudos!
42
Referências
ARAUJO, Giovanni Moraes de. Segurança na Armazenagem, Manuseio e Transporte de
Produtos Perigosos. 2. ed. São Paulo: GVC, 2005. v.1.
CAMILLO JR, Abel Batista. Manual de Prevenção e Combate a Incêndios. 5. ed. São Paulo:
SENAC, 2004.
LIMA, D. A. & OLIVEIRA, J. C. de. A formação de recursos humanos para a CIPA: uma nova
abordagem. In: V CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO.
Anais ... Associação Nacional de Medicina do Trabalho, 1987, p. 555-80.
MERCX, Paul, Curso Internacional sobre Avaliação dos Efeitos de Incêndios e Explosões
para Análise de Riscos, Anais... Rio de Janeiro: 1997
PRICE, Jeffrey. Practical Aviation Security: Predicting and Preventing Future Threats
(Butterworth-Heinemann Homeland Security), 2008.
SWEET, Kathleen. Aviation and Airport Security: Terrorism and Safety Concerns.CRC Press,
2008.
43