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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
SEGURANÇA PRIVADA............................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
ESTABELECENDO O SERVIÇO DE SEGURANÇA PRIVADA............................................................. 9
CAPÍTULO 2
AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA............................. 24
UNIDADE II
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA..................................................................... 44
CAPÍTULO 1
LEGISLAÇÃO APLICADA.......................................................................................................... 44
CAPÍTULO 2
OUTRAS ATIVIDADES DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA – SAFETY & SECURITY..................... 75
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 82
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Antigamente podia-se andar nas ruas tranquilamente, cantarolar e deixar as crianças
brincando sem maiores sustos. Hoje em dia, a situação é bastante preocupante no que
tange a segurança, seja pública ou privada.
Os serviços públicos de segurança já não são mais capazes de garantir, por si sós, os
princípios fundamentais de responsabilidade do Estado, quais sejam, dentre eles, o direto
à vida, à segurança, à inviolabilidade do domicílio, da privacidade e da correspondência,
por exemplo.
Bom proveito!
Objetivos
»» Mostrar dados sobre a criminalidade no Brasil.
7
SEGURANÇA PRIVADA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Estabelecendo o serviço de
segurança privada
A realidade brasileira
Como você se sente ao andar nas ruas hoje em dia? Seguro?
É apavorante assistir aos noticiários e ver como a criminalidade tomou conta das ruas,
das casas e das vidas de todos nós. Hoje há pessoas que não tem mais a liberdade de
fazer uma caminhada durante o dia, passear de bicicleta com as crianças, fazer um
cooper ouvindo um som no celular ou no IPod.
Tudo isso tornou-se, de uma hora pra outra, perigoso demais para uma parcela grande
de pessoas! Se você sai para um passeio desses, corre um sério risco de ser assaltado e,
mesmo entregando tudo, sem reagir, tomar um tiro a queima roupa e nunca mais voltar
para casa.
É isso o que temos visto e vivido, cada dia mais. É essa que tem sido a dura realidade de
todo um povo que não tem tranquilidade para entrar ou sair de casa, parar nos faróis
de trânsito, caminhar pela cidade, curtir um domingo de sol nas praias por medo, por
exemplo, de um arrastão.
A criminalidade chegou a um ponto que quaisquer R$ 10,00 (dez reais) são suficientes
para o cometimento de um homicídio. Não há pedido de clemência que mude o rumo
que os bandidos queiram dar para a vida das vítimas. Assim, diminui-se o respeito pelo
ser humano e a liberdade para ir e vir.
Os números da violência
Os dados relacionados à violência são alarmantes e, mesmo assim, sabemos que,
infelizmente, eles ainda não representam grande parte dos problemas que acontecem.
9
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Há uma boa parcela dos crimes que não contam sequer com o registro de boletins
de ocorrência.
Dessa forma, não há como uma vizinhança que está sofrendo com pequenos furtos e roubos
se queixar à polícia caso essas ocorrências não estejam sendo formalizadas por boletins
nas delegacias da polícia civil. Se em consulta ao sistema não constarem os registros,
a área aparecerá como tranquila. Logo, sem necessidade de cuidados e patrulhamento.
Cabe à população cobrar, fazer seu “dever de casa” e também repassar as informações
mínimas para que a polícia possa operar de forma a atender a comunidade de acordo
com as necessidades do momento.
Vejamos alguns números referentes à realidade brasileira nos últimos anos, números
esses que vêm fazendo com que nós brasileiros fiquemos cada dia mais presos dentro
de nossas próprias grades, enquanto a criminalidade anda solta pelas ruas.
10
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Fonte: <http://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_crime/Dados/Numero_e_taxa_de_homicidios_no_Brasil_PT.pdf>.
Tabela 2.
No de Vítimas
Grupos de Estados segundo
Brasil e Unidades da Federação Nos Absolutos
qualidade dos dados (1)
2013 (3) 2014
Brasil 51.063 53.240
Alagoas 2.152 2.056
Bahia 5.440 5.663
Ceará 4.209 4.297
Distrito Federal (4)(5) 707 688
Espírito Santo 1.564 1.529
Goiás (5) 2.583 2.575
Maranhão 1.595 1.902
Mato Grosso (4)(5) 1.022 1.297
Mato Grosso do Sul (4)(5) 535 593
Minas Gerais (4)(5) 4.095 3.958
Grupo 1 Pará 3.187 3.257
Paraná (5) 2.572 2.515
Pernambuco (4)(5) 2.941 3.316
Piauí (4)(5) 506 685
Rio de Janeiro (5) 4.745 4.942
Rio Grande do Norte (4)(5) 1.287 1.599
Rio Grande do Sul (4)(5) 1.914 2.342
Roraima 99 72
Santa Catarina (6) 704 762
São Paulo (5) 4.739 4.526
Sergipe 880 999
11
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
(1) Grupos segundo qualidade estimada dos dados registrados. Grupo 1: maior qualidade das informações; Grupo 2: menor qualidade das informações;
Grupo 3: não há como atestar a qualidade dos dados informados. Maiores detalhes, vide apêndice metodológico.
(2) Por 100 mil habitantes.
(3) Retificação das informações publicadas no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ano 8, 2014.
(4) As mortes em confronto com policiais em serviço estão somadas aos homicídios.
(5) As mortes em confronto com policiais fora de serviço estão somadas aos homicídios.
(6) Os dados de ocorrências de Santa Catarina referem-se ao total de vítimas de homicídio doloso.
Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fórum
Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: <http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/informacoes-adicionais.html>.
Os dados por Estado nos fazem pensar: por que será que uns estados são mais violentos
que outros? Por que São Paulo e Rio de Janeiro são lugares com índice de criminalidade
tão elevados? E os estados do Nordeste? A Bahia, por exemplo, é o estado onde houve
mais homicídios tanto em 2013 quanto em 2014. Por que?
Fonte: Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Sistema Nacional de Estatística em Segurança Pública
(SINESP); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: <http://www.
unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/informacoes-adicionais.html>.
Outros dados apresentados pelo UNODC dizem respeito ao roubo de veículos. Em 2013
foram 216.627 e em 2014 esse número aumentou para 233.064. Foram registrados
51.090 casos de estupro em 2013 contra 47.646 em 2014.
12
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Tabela 4.
(1) Despesas com as subfunções police services, fire protection services, R&D public order and safety e public order
and safety nec da Função Public Order and Safety.
(2) Os dados de homicídio da União Europeia, Espanha, França e Reino Unido são de 2013; os dados do Brasil
referem-se ao ano de 2014.
Fonte: Eurostat; UNODC; Brasil; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Secretarias Estaduais de Segurança Pública e/
ou Defesa Social; Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: <http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/informacoes-
adicionais.html>.
A maioridade penal é um assunto que tem tomado relevância nos últimos tempos e está
sendo rediscutida. Não é nada incomum, hoje em dia, o cometimento de muitos crimes
ocorrerem pelas mãos de menores de 18 anos, exatamente em razão de nossa legislação
penal abrandar a condenação desses pequenos marginais que usufruem desse benefício
para cometer os horrores que suas mentes adultas são capazes de elaborar.
25000
23.066
20.532
20000
19.595
17.703
16.940
16.535 16.868
15.426
15000
13.489
10000
9.555
8.579
5000
4.245
0
1996 1999 2002 2004 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: <http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/informacoes-adicionais.html>.
13
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
A segurança privada é uma modalidade de atividade que tem por objetivo proteger
pessoas e patrimônios. Diferentemente da segurança pública, a qual advém do dever
do Estado de garantir segurança aos cidadãos por meio de seus órgãos, a segurança
privada é facultativa.
O profissional que exerce o serviço pode ter duas formações, sendo uma de nível
superior. Ao profissional da segurança privada com graduação superior confere-se o
título de tecnólogo em Gestão da Segurança Privada. Este deve fazer um curso específico
em grau superior com duração média de dois anos.
Dentre as disciplinas lecionadas ao longo do curso, o qual pode ser oferecido nas
modalidades presencial e a distância, estão:
»» Comunicação Empresarial;
»» Contabilidade;
14
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
»» Desenvolvimento Sustentável;
»» Direito Administrativo;
»» Direito Aplicado;
»» Direito Constitucional;
»» Direito Penal;
»» Economia e Mercado;
»» Estatística Aplicada;
»» Estudos Disciplinares;
»» Fundamentos de Administração;
»» Gerenciamento de Crises;
»» Matemática Aplicada;
»» Matemática Financeira;
»» Planejamento Estratégico;
»» Plano de Negócios;
»» Primeiros Socorros;
»» Segurança Empresarial;
»» Técnicas de Informática;
15
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Após a conclusão do curso, o profissional está apto a conduzir diversas funções relativas
à segurança, dentre elas a:
»» segurança privada;
Art. 74
[...]
A normativa define, ainda, em seu Art. 155, que para ser vigilante são necessários alguns
requisitos mínimos:
16
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
A carga horária total do curso de vigilantes é de 200 horas/aula, com uma carga diária
máxima de 10 h/a. As aulas teóricas devem ser intercaladas com as práticas de educação
física, defesa pessoal e armamento e tiro.
17
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
6. Primeiros socorros;
7. Educação Física;
8. Defesa Pessoal;
9. Armamento e tiro;
10. Vigilância;
11. Radiocomunicações;
Anexo I: <http://www.lex.com.br/AbreAnexos.aspx?ID=12190425>.
A CNV deve ser requerida nas Delegacias de Controle de Segurança Privada (Delesp),
no Departamento de Polícia Federal (DPF).
A legislação define, ainda, que a cada dois anos o vigilante, após ingressar no mercado
de trabalho, deverá retornar às salas de aula para efetuar um curso de extensão ou
reciclagem, não determinando, porém, a temática a ser seguida, deixando-a a critério
do profissional para que escolha dentre eles o que mais vier ao encontro de seus
interesses profissionais.
18
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
§ 3o Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decorrentes e pelas
disposições da legislação civil, comercial, trabalhista, previdenciária e
penal, as empresas definidas no parágrafo anterior.
19
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Vale ressaltar que as armas destinadas ao uso dos vigilantes são de propriedade e
responsabilidade das empresas especializadas, a não ser quando as instituições
financeiras que contratarem os serviços da empresa dispuserem de armamento e ambas
assim combinarem.
Porém, as armas nunca serão dos vigilantes (aos vigilantes será permitido portar,
quando em serviço, revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de madeira ou de
borracha e quando estiverem trabalhando em atividade de transporte de valores têm
autorização para utilizar espingarda de calibre 12, 16 ou 20 de fabricação nacional).
20
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Vale lembrar que os profissionais atuam sempre em nome da empresa para a qual
trabalham. Suas armas estão registradas em nome dessas empresas e, portanto,
qualquer problema que causem e qualquer situação que deixem de zelar, estarão assim
fazendo em nome da empresa. Por esse motivo, cabe à empresa zelar pela qualificação
dos profissionais que a representam.
»» auxiliar-administrativo e financeiro;
»» equipe de segurança;
»» equipe de vendas;
3 <https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/Cartilha-Manual-ou-Livro/Como-abrir-uma-
Empresa-de-Vigilancia-e-Seguranca-Privada> p. 8.
21
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
»» gerente;
»» supervisor.
»» advogado;
»» bombeiro hidráulico;
»» contador;
»» eletricista;
»» serviços de manutenção.
»» armas e munições;
»» central de rastreamento;
»» cerca elétrica;
»» lacres de segurança;
»» rádios de comunicação;
22
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
23
CAPÍTULO 2
As características principais das
empresas de segurança privada
A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 144, que a segurança pública é dever do
Estado, direito e responsabilidade de todos, com a finalidade de preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Pelo Estado a segurança será
exercida pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal,
Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
Quando a segurança promovida por essas forças não se faz suficientemente presente
nas comunidades e a sensação da população é de insegurança, abre-se uma lacuna para
o emprego, cada vez maior, da segurança privada em suas várias formas de atuação,
conforme veremos agora4.
Algumas terminologias
»» Vigilante: profissional capacitado, por curso de formação, empregado de
empresa especializada ou de empresas que possuam serviço orgânico de
segurança, devidamente registrado no Departamento de Polícia Federal
(DPF) e responsável pelas atividades de segurança privada.
4 Vale ressaltar que para esse capítulo utilizamos, dentre outros materiais, o Manual do Vigilante desenvolvido pelo Departamento
de Polícia Federal, encontrado em: <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/
manual-do-vigilante/manual_vigilante.zip/view>.
24
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Vigilância patrimonial
A vigilância patrimonial é uma atividade exercida pelos vigilantes em qualquer
estabelecimento, seja da iniciativa privada (instituições financeiras, empresas, shopping
centers, hospitais etc.) ou da Administração Pública Direta ou Indireta (nesta modalidade
as empresas especializadas devem ser contratadas mediante licitação) com a finalidade
de preservar a integridade patrimonial, garantir a ordem interna, proteger a integridade
das pessoas, constatar possíveis irregularidades e tomar as devidas providências.
Instituições financeiras
A localização do vigilante deve ser sempre estratégica e privilegiada para que ele tenha
sempre o melhor ângulo de visão, tenha suas costas protegidas evitando, desta forma,
ser atacado de surpresa pelos criminosos. Seu deslocamento pela agência deve acontecer
em momentos de menor movimento, com as costas protegidas, coldre aberto, mão na
arma, arma no coldre e dedo fora do gatilho.
25
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Depois de um certo tempo, alguns bancos optaram por oferecer armários para a guarda
gratuita de bolsas e acessórios, localizados antes das portas giratórias e outras instituições,
inclusive, abriram mão dessa ferramenta e abriram suas portas completamente, sem
barreiras físicas.
Fato é que o procedimento de entrada nos locais onde ainda existem as tais portas
giratórias é conhecido por todos: deve-se aproximar da porta, colocar objetos metálicos
no local pré-determinado e, só depois, rodar a porta para adentrar à instituição.
2. solicitar que a pessoa retorne e tente novamente passar pela porta, caso a
porta não detecte nenhum problema, devolver o objeto à pessoa e liberá-la;
26
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
A realidade no Brasil
Sabemos que no Brasil o vigilante faz um pouco de tudo. Ele não só atua na vigilância
da instituição como, também, presta informação a respeito das filas, da localização de
cada setor, dos toaletes e, até mesmo, sobre as funcionalidades dos caixas eletrônicos.
Sabemos, ainda, que já houve diversos casos de discussões entre vigilantes e correntistas
em função das portas giratórias, exatamente em razão das pessoas acreditarem que
os vigilantes atuam aleatoriamente travando as portas de acordo com a pessoa que
está passando.
Alguns desses casos viraram caso de polícia e chegaram a ser noticiados, como foi o caso
de um correntista do banco Itau do Rio de Janeiro, que após discussão com o vigilante
por se sentir constrangido por ser barrado na porta giratória e ter que tirar tudo do
bolso e ser ainda obrigado a tirar o cinto, levou um tiro no peito e foi a óbito no local5.
Há, ainda, que se falar a respeito dos crimes chamados “saidinhas de banco”.
Essa modalidade de crime é bastante conhecida e trata-se dos delitos praticados logo
após a pessoa sair do banco após efetuar alguma transação e estar de posse de valor
em espécie.
Muitas vezes, os bandidos atuam em número mínimo de dois estando um deles dentro
do banco e o outro do lado de fora. O que está dentro do banco fica responsável por
verificar quem será a vítima e repassar ao companheiro que aguarda do lado de fora
as características específicas para a abordagem: características físicas da pessoa
(cor da pele, olhos, cabelo, estatura), roupa que está vestindo, se está acompanhada,
quais são as características dessa outra pessoa, o momento que está deixando a
agência, onde foi colocado o dinheiro, por onde está deixando a agência, enfim, todas
as informações necessárias para que a abordagem seja feita com sucesso.
A pessoa que fica do lado de fora, por sua vez, escolhe o momento e o local ideal para
promover o delito: logo do lado de fora do banco? Seguir de carro até um segundo local?
Fazer um sequestro relâmpago?
Shopping Centers
Passeios em shopping centers também podem sair muito caros, literalmente.
Shopping centers são locais onde as pessoas vão para se divertir e relaxar, portanto,
5 <http://oglobo.globo.com/rio/seguranca-de-banco-mata-homem-que-ficou-preso-na-porta-giratoria-4537174>.
27
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
não estão dispostas a ter que se preocupar com alguma coisa, nem que essa “coisa” seja
sua própria segurança.
Quem imaginará que em um passeio no shopping pode ser assaltado ou, até mesmo, ser
vítima de uma bala perdida?
Mas, a realidade não é bem essa, infelizmente. Em 2011, após um assalto a uma joalheria
em um shopping de São Paulo, os bandidos sairam atirando em várias direções,
causando pânico em todos os visitantes que passeavam durante o horário do almoço.
Felizmente, ninguém se machucou6.
A criminalidade não tem limites e está a cada dia mais desenvolvida, organizada e
paramentada. Dessa forma, apesar de estar em um ambiente de descontração para os
que ali passeiam, o vigilante deve prestar seu trabalho com responsabilidade e atenção,
buscando estar sempre em contato com os lojistas para averiguar possíveis anormalidades
ou comportamentos suspeitos.
Vigilância em hospitais
6 <http://tvuol.uol.com.br/video/assalto-a-joalheria-de-shopping-termina-em-tiroteio-em-sp-04029A3466D8891327>.
7 <http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/04/trio-assalta-joalheria-e-troca-tiros-com-segurancas-de-shopping-no-
recife.html>.
8 <http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/policia/barco-utilizado-em-assalto-a-caixa-eletronico-e-localizado/
?cHash=9e93eef4c045f098f12dfb5785185966>.
28
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Além disso, faz-se necessário apoiar-se em outras medidas de segurança tais como circuito
fechado de TV (CFTV), alarmes, câmeras, acesso controlado por meio de senhas pessoais
nas farmácias, por exemplo (mais adiante falaremos a respeito dessas funcionalidades).
Para os pacientes deve existir um sistema de acesso por pulseiras com código de barras
identificador, principalmente nos berçários.
Temos conhecimento de casos de bebês trocados por erro em maternidades, mas, também,
temos muitos casos de bebês roubados de maternidades. Isso só foi possível em função
da falta de vigilância ostensiva nos locais.
Vigilância em escolas
A vigilância em locais de ensino requer muito preparo já que nessa modalidade os
profissionais atuam como auxiliares do processo educativo. O vigilante deve manter
sua postura de educação e maturidade, não oferecendo liberdade aos alunos para que
ele seja respeitado em suas demandas.
O controle de acesso deve ser feito por meio de algumas ferramentas tais como uso de
uniformes e catracas e a segurança deve ser garantida com a utilização de ferramentas
tais como rondas permantentes e circuito fechado de TV, por exemplo.
Vale ressaltar que os problemas que atingem a escola não estão restritos apenas ao
ambiente escolar. Os arredores das escolas representam grande perigo para a comunidade
escolar vez que o tráfico de entorpecentes e a prostituição infantil circulam livremente
por toda parte.
Dessa forma, faz-se necessária a ronda permanente dentro e fora do ambiente escolar
de forma a relatar à diretoria da escola e, posteriormente, à Secretaria de Segurança
Pública para que sejam adotadas as providências cabíveis relacionadas ao entorno.
Tabela 6. Percepção dos avaliadores sobre se a escola apresenta sinais de depredação em 2013.
Fonte: <http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/informacoes-adicionais.html>.
Vigilância na indústria
A vigilância nas indústrias tem o papel grandioso, não só de controlar o acesso de pessoas
às dependências físicas da empresa como, também, protegê-la de possíveis furtos,
espionagens industriais, sabotagens e invasões por quadrilhas ou bandos.
»» Revistar todos os veículos que forem adentrar ao pátio interno, após ser
analisada a real necessidade de acesso.
Vigilância em prédios
9 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/manual-do-vigilante/manual_
vigilante.zip/view> p. 109
30
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
A lei garante que o acesso à casa de qualquer pessoa, contra sua vontade, só pode se
dar em caso de flagrante delito ou desastre, para prestação e socorro ou, durante o dia,
com ordem judicial. Fora essas condições, o ingresso ao lar de terceiros constitui crime.
»» barreiras perimetrais;
»» sistema de alarmes;
Já nos prédios comerciais, o acesso de pessoas deve ser controlado pelo emprego de
tecnologias mais modernas como, por exemplo, controles de acesso por biometria,
catracas eletrônicas, clausuras, além da utilização de circuitos fechados de TV, botão de
pânico e, também, serviço de manobrista de forma a direcionar os visitantes para que
entrem apenas pelo acesso de pessoas e não se misturem com os funcionários entrando
pela garagem.
Escolta armada
A escolta armada, conforme vimos, é feita em veículo de 4 portas, devidamente
identificado, com vigilantes armados. Geralmente os serviços de escolta contam com
algumas tecnologias tais como rastreamento por satélite e radiocomunicação para
auxiliar e fortalecer o processo de segurança e localização exata das cargas.
O roubo de cargas nas estradas brasileiras é muito comum e, por esse motivo, na situação
atual de insegurança do país, falar em transporte de valores e logística de cargas mais
valiosas sem escolta armada é praticamente inviável. Em muitos casos, a criminalidade
consegue estar mais presente do que a segurança pública.
10 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/manual-do-vigilante/manual_
vigilante.zip/view> p. 110
31
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Figura 2.
Fonte: <http://www.macor.com.br/nossas-solucoes/escolta-armada/>.
Transporte de valores
O transporte de valores é feito por veículo blindado, popularmente conhecido no Brasil
como carro forte. Tratam-se de carros que possuem blindagens especiais, fechaduras
diversificadas e um cofre forte para efetuar transporte de dinheiro, joias, documentos e
quaisquer outras mercadorias que tenham valor.
32
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Segurança pessoal
A segurança pessoal é uma modalidade de segurança de elite, acessível apenas às
camadas mais abonadas da sociedade.
A segurança pessoal privada nos dias atuais visa oferecer ao contratante do serviço a
sensação de segurança e liberdade que falta a todos nós ao caminhar nas ruas, entrar
e sair de casa, ir ao banco, passear no shopping, buscar as crianças na escola, sair para
jantar, voltar tarde de um compromisso social e até mesmo buzinar para alguém em um
farol no trânsito.
Dessa forma, a presença de um segurança pessoal treinado, atento aos riscos eminentes
e pronto para neutralizar qualquer problema, permite que o cidadão se sinta mais
aliviado na condução de sua vida diária e se disponha a pagar uma pequena fortuna
para “comprar” a sua paz e tranquilidade.
»» Direitos Humanos;
»» Empreendedorismo;
»» Filosofia;
»» Gestão de Negócios;
33
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
»» Inglês Instrumental;
»» Legislação Especial;
»» Liderança;
»» Comunicação e Expressão;
»» Primeiros Socorros;
»» Psicologia;
»» Relacionamentos Interpessoais;
12 <http://fatej.edu.br/mba-em-seguraca-privada-e-gestao-de-negocios/>.
34
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Segurança de autoridades
Muitas vezes esses sentimentos são conflituosos e fazem com que algumas pessoas
nutram um sentimento negativo e até odioso em relação àquela autoridade e queiram
buscar uma forma de ação contra ela.
A todo momento as autoridades estão cercadas pela população e não se sabe nunca se
as pessoas ao redor são apoiadores ou buscam vingança ou algum tipo de repúdio.
Por esse motivo, os seguranças precisam estar sempre muito alertas para que possam
garantir a segurança e a integridade das autoridades no desempenho de suas funções.
Os criminosos que, de fato, buscam uma ação mais direcionada e assertiva estudam
cuidadosamente os passos da pessoa que querem atingir bem como a conduta da
segurança que a conduz. Percorrem sua agenda e escolhem o momento mais adequado
para agir. Foi assim em muitos casos: no assassinato de JFK, quando João Paulo II foi
baleado, entre outros.
Assim também o faz o Papa Francisco, que abre mão do automóvel blindado, o
Papamóvel, como é chamado, quando em passeio pelas cidades. Dessa forma, com
35
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
a demanda de querer estar próximo dos fiéis, o papa coloca em risco a sua vida e o
trabalho dos seguranças que o acompanham.
E quem são essas pessoas que podem querer agir contra as autoridades?
36
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Veja outros crimes polêmicos que envolvem políticos brasileiros em: <http://
www.terra.com.br/noticias/infograficos/politicos-assassinados/>.
Aos seguranças que estão protegendo a autoridade é inviável saber quem é um desafeto
e quem não é. Se a autoridade tem conhecimento de algum desentendimento deve
sempre repassar a informação à equipe de segurança, bem como informar todas as
características físicas da pessoa para que estejam todos alertas, sempre para que não
permitam uma aproximação dessa pessoa em nenhuma hipótese.
Outro caso marcante que ocorreu por descuido da equipe de segurança da autoridade
aconteceu em 1993, quando o Presidente da Alemanha Ocidental, Richard Von Weizsaecker,
foi atingido por um soco de um senhor de aproximadamente 50 anos, na entrada de um
teatro em Hamburgo14.
O que a segurança não havia percebido era que esse mesmo senhor, minutos antes já
estava nos arredores do teatro distribuindo panfletos que acusavam o presidente de ser
simpatizante nazista.
Se, naquela ocasião, a equipe de segurança tivesse observado a redondeza, sem dúvida
alguma teria visto que ali se encontrava um desafeto do protegido que, sem dúvida
alguma, inspirava cuidados.
O presidente egípcio Anwar Sadat foi assassinado em 1981 durante um desfile militar
por suas próprias tropas. A segurança, sabendo da insatisfação político-religiosa das
forças armadas em relação ao governo, assegurou-se de que as tropas desfilassem com
as armas descarregadas.
Porém, alguns revoltosos simularam uma pane em um dos veículos que desfilavam e,
se aproveitando do fato de estarem próximos ao palanque presidencial e estarem todos
observando o sobrevoo das aeronaves, abriram fogo contra as autoridades, matando, ao
todo, 10 pessoas, entre elas, o presidente15.
Outro caso intrigante foi a morte da Primeira-Ministra da Índia, Indira Ghandi, que foi
assassinada em 1984 por membros de sua guarda pessoal, de etnia Sikh. Um de seus
assassinos era, inclusive, seu guarda-costas de maior confiança e integrava sua segurança
pessoal há mais de 10 anos.
A motivação do crime era religiosa, pois por ordem de Indira, o Templo Dourado dos
Sikhs fora invadido, ocasião em que morrerão 800 Sikhs, seu líder máximo, Singh
Bhindranwale e 100 soldados16.
14 <http://www.viaseg.com.br/artigos/seguranca_autoridades_vinicius.htm>.
15 <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/6804/conteudo+opera.shtml>.
16 <http://www.viaseg.com.br/artigos/seguranca_autoridades_vinicius.htm>.
37
UNIDADE I │ SEGURANÇA PRIVADA
Abaixo seguem alguns tipos de criminosos e crimes que acontecem em casos parecidos
aos citados mais acima.
Criminosos comuns
Crime organizado
O crime organizado tem recurso financeiro disponível e de sobra para arquitetar crimes
de grande porte. Em 1992, a máfia italiana arquitetou um plano gigantesco que vitimou
o Juiz Giovanne Falcone na Sicília, sua esposa e seus seguranças. Após descobrir a rota
por onde passaria o magistrado em viagem, em seus carros blindados, a máfia explodiu
uma extensão de 50 m de estrada com cerca de 1 tonelada de explosivos, com precisão
cronométrica no momento exato que o comboio passava pelo local definido pelo grupo
para realizar o crime. Vale lembrar que os deslocamentos do Juiz eram resguardados de
sigilo e, desta forma, não se sabe como o crime organizado teve acesso às informações17.
A grande questão a respeito desse grupo de pessoas diz respeito à imprevisibilidade de suas
ações, podendo ir de um simples abraço ou uma conversa, até um tiro à queima roupa.
Em 2002, um jovem com problemas psiquiátricos sacou uma carabina de dentro de seu
estojo de guitarra e tentou matar o Presidente francês Jacques Chirac durante o desfile
em carro aberto. Depois disso, tentou suicidar-se. Felizmente a população conseguiu
contê-lo a tempo de evitar as duas tragédias18.
38
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Organizações terroristas
Não muito tempo atrás, falar em terrorismo, homens-bomba parecia coisa de tevê e um
crime muito restrito ao oriente médio. Hoje em dia, sabemos que o terrorismo já está
alastrado e, graças a Deus, pelo menos por enquanto, ainda não chegou ao Brasil.
No final de 2015 vimos mais um episódio tomar conta dos noticiários internacionais: os
tiroteios que vitimaram a cidade de Paris, matando várias pessoas e deixando à flor da
pele a sensibilidade do presidente François Hollande que estava presente no Stade de
France durante as explosões e poderia ter se tornado uma daquelas várias vítimas do
terrorismo islâmico.
Fonte: <http://www.viaseg.com.br/artigos/seguranca_autoridades_vinicius.htm>.
O rei Hussein da Jordânia, por exemplo, antes de falecer, contava sobre 13 atentados
contra sua vida, a maioria deles orquestrados pelo serviço secreto egípcio. O primeiro
atentado ocorreu quando um carro real, idêntico ao dele, foi pego em uma emboscada.
Porém, ele não estava dentro e o Ministro que lá estava saiu ferido. O segundo evento
foi descoberto quando um empregado colocou algo nas gotas nasais que o rei usava
contra sinusite. Tempos depois gatos mortos nos terrenos do palácio denunciaram que
o cozinheiro estava envenenando a comida. Depois, teve que atuar com muita perícia
pilotando um avião para fugir de dois mísseis mandados pela República Árabe Unida20.
Fidel Castro, ex-presidente cubano, também foi alvo de duas tentativas de envenenamento
por parte de agências de inteligência norte americanas.
Ele explica que esse tipo de comportamento importa em desvio de função e demonstra
uma tendência do profissional em, ao invés de cumprir sua missão de garantir a segurança
do segurado, buscar garantir sua própria empregabilidade.
Sua observação deve ser muito criteriosa objetivando não ser pego de surpresa.
Dessa forma, ele não deve permitir aglomeração de pessoas em seu posto para que seu
foco não seja desviado.
O serviço de vigilância pode ser, também, de ronda. As rondas são atividades que visam
ao controle das instalações em geral, buscando observar possíveis anormalidades no
20 <http://www.viaseg.com.br/artigos/seguranca_autoridades_vinicius.htm>.
40
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
ambiente. A primeira ronda deve ser feita antes mesmo de assumir o posto e, se possível,
acompanhada da pessoa que está passando o posto naquela data.
De acordo com o artigo 13 da Portaria DPF no 387/2006, as rondas só podem ser internas
no interior das instalações e áreas periféricas, entre a área construída e as barreiras
perimetrais, nunca externas.
As rondas devem ter como foco de observação quaisquer atitudes suspeitas, e uma forma
eficiente de se fiscalizar é por meio da utilização de um check-list que não permitirá
esquecer de nenhum item a ser olhado durante o trabalho, lembrando que qualquer
discrepância deve ser anotada no livro de ocorrências e comunicada a quem é de direito,
para que as devidas providências possam ser tomadas.
Além disso, conforme falamos, nas instalações físicas o profissional precisa contar
com equipamentos que permitam que a sua atuação seja feita com maior segurança.
As medidas de segurança são obstáculos representados quer seja pela ação humana
quer por barreiras e equipamentos para neutralizar ou inibir as ações criminosas.
Dentre essas medidas estão:
Medidas estáticas
As entradas permitidas são pontos fixos de segurança, as chamadas portarias, por onde
os vigilantes fiscalizam a entrada e saída das pessoas. Quando estiver praticando o
controle de acesso de pessoas, o profissional deve fazer uma inspeção visual buscando
memorizar ao máximo as características físicas das pessoas que costumeiramente
transitam pelo local.
Além disso, pessoas mal intencionadas podem ficar desencorajadas caso percebam
que tiveram suas feições observadas de perto. Não se deixar levar pelas aparências.
Muitas quadrilhas hoje são formadas por pessoas bem vestidas, mulheres bonitas, de
alto grau de instrução, que se vestem bem e, desta forma, conseguem acessar os locais
exatamente por não parecerem suspeitas.
Para prevenir casos de espionagem, o vigilante deverá, ainda, atentar-se para que ninguém
saia com projetos, plantas ou equipamentos sem autorização e que nenhum visitante
entre com filmadoras ou máquinas fotográficas sem que tenha a devida permissão.
42
SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE I
Esse sistema tem seus componentes interligados para que, além de acionar
sirenes, enviem mensagens para a central de monitoramento da empresa
terceirizada contratada e, para que esta, por sua vez, acione os órgãos
competentes.
As cercas elétricas não oferecem risco à integridade física daqueles que a tocarem.
Elas são pulsativas, dão choques, causando, desta forma, efeito moral. Costumam ser
muito eficientes já que qualquer interrupção na força das correntes ou quebra nos fios
aciona, automaticamente, o alarme.
Medidas dinâmicas
43
ASPECTOS LEGAIS
DA GESTÃO EM UNIDADE II
SEGURANÇA PRIVADA
CAPÍTULO 1
Legislação Aplicada
Direito Constitucional
As primeiras orientações as serem seguidas em qualquer profissão e por qualquer um
de nós são os princípios fundamentais estabelecidos em nossa Constituição Federal, no
artigo 5o.
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade21.
Sendo assim, muitos criminosos acabam se beneficiando por poderem ficar calados
em processos, ficando a palavra do vigia contra a do meliante. Por esse e muitos outros
motivos, as provas materiais se fazem extremamente necessárias.
21 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >.
44
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Essa parte da legislação tem algumas implicações que se relacionam com o serviço
de segurança privada e o crime. Os crimes de invasão de domicílio e sequestro, por
exemplo, representam séria invasão da intimidade e da vida privada. A existência de
uma segurança eficiente inibe a ocorrência desse tipo de crime.
Esses exemplos acima já adentram a especificação do texto previsto pelo inciso XI sobre
a inviolabilidade do domicílio.
Conforme falamos antes, a casa é asilo inviolável. Para penetrá-la sem a autorização do
morador só se for em flagrante delito ou em caso de desastre, para prestação de socorro
ou, ainda, durante o dia, mediante determinação judicial.
Para que o serviço de segurança possa, por exemplo, prevenir que uma autoridade
ou alguém sofra um atentado por uma carta-bomba ou por uma correspondência que
contenha alguma ameaça química ou biológica deve-se ter autorização expressa para
que o serviço seja responsável por uma inspeção prévia em toda a correspondência
recebida. Caso contrário, a ação será considerada crime de violação de correspondência,
passível de punição.
O inciso XIII fala a respeito da liberdade que toda pessoa tem de exercer qualquer
trabalho, ofício ou profissão e o XV defende que a locomoção, em território nacional,
é livre em tempos de paz, podendo qualquer nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens.
Em relação à livre locomoção há que se observar que o texto se refere aos espaços
públicos abertos. No que tange aos estabelecimentos particulares, estes têm regras
específicas de acesso, as quais devem ser aplicadas pelos vigilantes e obedecidas pelos
moradores e visitantes, conforme vimos anteriormente.
45
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
O inciso XVI estabelece que todos podem reunir-se, pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, e o XVII explica que é plena a liberdade de associação para
fins lícitos podendo os vigilantes se associarem aos sindicatos de classe, quando assim
considerarem de interesse pessoal.
Direito Penal
O Direito Penal é o ramo do Direito mais específico, inerente às atividades ligadas às
práticas criminais. Não há como lidar com o crime sem conhecer o Direito Penal.
»» Crime: pode ser conceituado como toda ação ou omissão que fere o bem
protegido pela lei (a vida, o patrimônio e o direito).
»» Autoria: autor ou agente é aquele que realiza o crime. A autoria pode ser
material (quem executa) ou intelectual (quem planeja). Quem contribui
para causar o crime, também é considerado autor. Desta forma, os
partícipes também são considerados autores.
46
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
»» Crime culposo: quando o agente não quer o resultado, mas age com
imprudência, imperícia ou negligência e acaba gerando o resultado.
47
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
»» Ameaça: art. 147 – ameaçar alguém com palavras, por escrito ou por
gestos. Pena: detenção de 1 a 6 meses ou multa.
48
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
49
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
O sistema de segurança ao qual o texto se refere inclui vigilantes, alarmes e pelo menos
mais um dos seguintes dispositivos:
II. artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição,
identificação ou captura; e
Cabe, ainda, ao Ministério da Justiça, por intermédio de seu órgão competente ou ainda
mediante convênio com as Secretarias de Segurança Pública:
50
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
IV - aprovar uniforme;
A Lei versa, ainda, a respeito dos requisitos para constituição das empresas especializadas
e para se tornar vigilante além de falar sobre as armas as quais os vigilantes podem
utilizar no cumprimento de suas funções, assuntos sobre os quais já falamos
anteriormente e, por esse motivo, não há necessidade de relatarmos novamente, pois já
temos conhecimento.
Vale, mais uma vez, lembrar que as armas utilizadas em todos os serviços de segurança
privada são de propriedade da empresa especializada ou das instituições financeiras
que contratam os serviços especializados, quando assim combinarem.
serviço), porte de arma (enquanto em serviço), prisão especial (se decorrente de ato
praticado em serviço), seguro de vida em grupo, feito pela empregadora.
Além disso, a Lei especifica que essas empresas serão regidas tanto por essa legislação
quanto pelas legislações civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal.
Essa Lei Federal altera o artigo 1o fazendo com que os estabelecimentos financeiros
devessem ter sistema de segurança aprovado pelo Ministério da Justiça e não mais pelo
Banco Central do Brasil, conforme determinava a Lei no 7.102/1983.
A partir desse momento ficou definido o valor de 20.000 UFIRs como limite para
transporte de valores em veículos comuns com dois vigilantes. A partir desse montante
52
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
A Lei no 9.017/1995 transfere ao Ministério da Justiça, o que antes era o poder do Banco
Central do Brasil, ou às Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados e do
Distrito Federal, quando assim designados por ele, fiscalizar o cumprimento da lei bem
como aplicar as penalidades cabíveis que variarão conforme a condição econômica do
infrator e o índice de reincidência em advertência, multa de 1.000 a 20.000 UFIRs até
interdição do estabelecimento.
A referida Lei define, ainda, que as competências estabelecidas nos artigos 1o, 6o e 7o
da Lei no 7.102/1983 ao Ministério da Justiça serão exercidas pelo Departamento de
Polícia Federal (DPF) e que esta instituição se utilizará da tabela que se segue para
cobrança dos serviços prestados com a finalidade de custear a manutenção de suas
atividades-fim:
Tabela 7.
SITUAÇÃO UFIR
1 - Vistoria das instalações de empresa de segurança privada ou de empresa que mantenha segurança própria 1.000
2 - Vistoria de veículos especiais de transporte de valores 600
3 - Renovação de certificados de segurança das instalações de empresa de segurança privada ou de empresa que mantenha segurança
440
própria
10 - Expedição de alvará de funcionamento de empresa de segurança privada ou de empresa que mantenha segurança própria 835
13 - Vistoria de estabelecimentos financeiros, exceto cooperativas singulares de crédito, por agência ou posto (Redação dada pela Lei no
1.000
11.718, de 2008)
15 - Vistoria de cooperativas singulares de crédito. (Incluído pela Lei no 11.718, de 2008) 300
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9017.htm>.
53
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
As instalações físicas dos cursos devem ser seguras e adequadas, de uso exclusivo, para
treinamento teórico e prático dos candidatos. Quando o município onde o curso de
formação ocorrer não dispuser de estande de tiro pertencente às polícias militares ou
civis, será concedida autorização para a construção de um estande de tiro próprio nas
instalações do curso.
Somente farão a prova de avaliação final para formação no curso de vigilante aqueles
candidatos que tiverem frequência mínima de 90% da carga horária de cada disciplina.
54
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Com relação ao uniforme, a legislação regulamenta que este deverá ser adequado às
condições climáticas do lugar onde o vigilante prestará serviço para que ele não seja
prejudicado no exercício de suas atividades. O uniforme deve conter um apito com cordão,
o emblema da empresa e uma plaqueta com a identificação do vigilante (contendo o nome,
número de registro na Delegacia Regional do Trabalho e fotografia 3x4 do vigilante e terá
validade de apenas 6 meses).
55
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
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ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Para finalizar, o texto ressalta que as apólices de seguro contra furto e roubo não devem ser
emitidas quando não comprovados os requisitos de segurança exigidos. Caso contrário,
essas não terão cobertura pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Além disso, relembra
que os segurados que possuírem mais meios de resguardar sua segurança receberão
descontos em suas apólices.
Esses descontos constarão das tarifas dos seguros aprovados pela SUSEP (Superintendência
de Seguros Privados) e enquanto os descontos não forem incluídos nas tarifas, as
seguradoras deverão oferecer tratamento privilegiado aos segurados que dispuserem
de meios de proteção além dos mínimos exigidos por lei.
As empresas que tenham outros objetivos que não a vigilância ostensiva e o transporte de
valor, porém que utilizem de pessoal próprio para fazer essas atividades, denominam-se
executoras de serviço de segurança orgânica. A lei determina que estas empresas ficam
obrigadas ao cumprimento desta e das demais legislações vigentes: legislações civil,
comercial, trabalhista, previdenciária e penal.
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UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
O texto da norma define que para o desempenho das atividades de segurança pessoal
privada e escolta armada, não basta apenas ter o curso de formação de vigilante.
O profissional deve, ainda, preencher alguns requisitos extras, tais como:
58
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
A Portaria estabelece que os dados transferidos pelo PGD deverão ser digitalizados e
que, para essa finalidade, as empresas devem possuir certificação digital, vinculada
a um dos sócios da empresa ou a um empregado por ele designado, fornecida por
autoridade certificadora integrante da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras
– ICP – Brasil.
60
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Aqui são especificadas mais detalhadamente as atribuições de cada órgão que compõe
a Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP).
A Portaria, então, estabelece os requisitos mínimos para a abertura de cada uma das
especialidades de empresa de segurança privada. A primeira delas é a de Vigilância
Patrimonial. Para essas os requisitos são:
23 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/portarias/Portaria%20n3233.12.DG-
DPF.pdf/view>.
61
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
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ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Estabelece, também, que deverão ser ouvidos os sócios ou proprietários para compreender
as atividades econômicas que esses exerciam anteriormente, eventuais participações em
63
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
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ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Os veículos especiais também deverão ser vistoriados pela Delesp ou CV, mediante
requerimento e anexando-se cópia do documento que comprove a posse ou a propriedade
do veículo, as cópias dos certificados de conformidade, cópia da documentação que
comprove a regularidade desses junto ao órgão de trânsito competente e o comprovante
de recolhimento da taxa de vistoria.
Para autorização dessas atividades, deverá ser feito requerimento à CGCSP, anexando-
se os seguintes documentos:
65
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
66
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Cada veículo de transporte de valores ou de escolta armada deve trazer uma arma curta
para cada vigilante e, no mínimo, uma longa para cada 2 integrantes da guarnição.
Poderão, ainda, ser adquiridas armas e munição não letais e outros produtos controlados,
classificados como de uso restrito, para utilização de acordo com a atividade de
segurança exercida.
67
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
O uso de armas não letais exige do vigilante formação em curso de extensão específico.
Dessa forma, o exercício do poder desses profissionais está limitado à observação de que
eles devem sim, cumprir suas funções conforme estipuladas em legislação e de acordo
com os treinamentos oferecidos, porém, não podem fazer uso impróprio da força física
e de armas de fogo de forma a violar os direitos à vida e dignidade da pessoa humana.
Utilizando-nos dos Princípios Básicos sobre o Uso da Força e das Armas de Fogo por
agentes da Lei adotado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1990, em suma
temos que:
24 <http://www.ouvidoria-policia.sp.gov.br/pages/UsoForLetal.htm>.
68
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Deve-se, prioritariamente, aplicar meios não violentos para tentar evitar ou neutralizar
as ações criminosas antes de fazerem uso da força ou de armas de fogo. Sendo assim,
se possível, devem utilizar-se de artefatos como gás lacrimogêneo, balas de borracha e
escudos, por exemplo.
As armas não letais são projetadas para incapacitar pessoas ou materiais durante um curto
espaço de tempo não causando, dessa forma, morte ou ferimentos graves e permanentes.
Dessa forma, essas armas permitem a neutralização do indivíduo facilitando a ação da
equipe de segurança.
Conheçamos um pouco a respeito das armas não letais mais utilizadas no Brasil25:
25 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/manual-do-vigilante>.
69
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
Figura 4. Taser.
Fonte: <http://www.analisislibre.org/500-muertes-en-eeuu-por-el-uso-policial-de-armas-taser/>.
Figura 5. Concordância, em percentual (%), com a frase “bandido bom, é bandido morto”.
Concorda
Não sabe
3
Fonte: <http://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_crime/Dados/Numero_e_taxa_de_homicidios_no_Brasil_PT.pdf>.
Olhando esse dado por outros dois ângulos, veremos que a região Sul do país é a
que mais concorda com a frase, enquanto as outras mantêm dados iguais e que as
famílias com renda entre 2 e 5 salários mínimos são os que mais querem ver os
bandidos mortos.
70
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
120
100 2 1 2 2
80 37
48 44 43
Não sabe
60 7 Discorda
2 4
2 Não concorda, nem discorda
40
Concorda
48 54 52 52
20
0
Sudeste Sul Nordeste Centro
Oeste/ Norte
Fonte: <http://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_crime/Dados/Numero_e_taxa_de_homicidios_no_Brasil_PT.pdf>.
120
100 2 2 0 2
80
46 43 51 48
Não sabe
60 Discorda
3
3 1 2
Não concorda, nem discorda
40
Concorda
48 52 48 48
20
0
Até 2 S.M. Mais de 2 a Mais de 5 a Mais de 10
5 S.M 10 S.M. S.M.
Fonte: <http://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_crime/Dados/Numero_e_taxa_de_homicidios_no_Brasil_PT.pdf>.
Em suma, para finalizar esse assunto: o uso da força física e de armas de fogo só pode
ser feito quando estritamente inevitável para proteger a vida. Segundo o Manual do
Vigilante, do DPF, os vigilantes não devem utilizar desses meios contra as pessoas,
exceto nos seguintes casos26:
26 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/manual-do-vigilante>.
71
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
»» para prender uma pessoa que representa tal risco e resiste à autoridade, ou
»» para impedir sua fuga, e somente quando outros meios menos rigorosos
forem insuficientes para alcançar esses objetivos.
A Portaria no 3.233/2012, sobre a qual acabamos de falar, estabelece que não constituem
obstáculo ao registro profissional e ao exercício da profissão de vigilante27:
27 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/portarias/Portaria%20n3233.12.DG-
DPF.pdf/view>.
72
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
A referida Lei estabelece que além de não poderem ser consideradas ressalvas as questões
de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação
profissional e idade, também constituem práticas discriminatórias, listadas no Artigo 2o28:
73
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
74
CAPÍTULO 2
Outras atividades da Gestão em
Segurança Privada – Safety & Security
O combustível é o elemento que alimenta o fogo, podendo ele estar em estado sólido,
líquido ou gasoso (madeira, papel, gasolina, GLP etc).
“O incêndio nada mais é do que o fogo que foge do controle do homem, queimando aquilo
que não deveria ser queimado”30. Os incêndios podem ocorrer por causas naturais como,
por exemplo, em razão de descargas provocadas por um raio, por causas acidentais,
quando provocados por negligência, imprudência ou imperícia humana, como, por
exemplo, em uma bituca de cigarro jogada no lixo ou em um curto circuito e, ainda,
30 <http://www.pf.gov.br/servicos/seguranca-privada/legislacao-normas-e-orientacoes/manual-do-vigilante>. p. 50.
75
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
em ações criminosas como são os casos de incêndio causados por atos incendiários ou
bombas-relógio e explosivos.
Há, ainda, os extintores a base de espuma os quais agem primeiramente por abafamento
e, secundariamente, por resfriamento.
76
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
»» manter a calma;
»» chegar junto à janela pela parte inferior e pedir ajuda, porém não se deve
ficar parado na janela sem nenhuma defesa e nunca pular;
»» ao abrir uma porta, utilize-a como escudo porque o fogo do outro lado
pode utilizar do oxigênio que vem do seu ambiente para se abastecer;
»» quando estiver preso em uma sala, jogue pela janela todos os objetos que
puderem queimar facilmente, tais como cortinas, tapetes e cadeiras;
Em caso de vazamento de gás GLP, cabe ao vigilante desligar a chave geral e buscar
garantir que não seja produzida qualquer fonte de calor. Além disso, como o GLP é um
77
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
gás pesado, ele se aloja bem próximo ao chão. Dessa forma, não se deve andar arrastando
os pés porque uma pedra presa ao sapato, por exemplo, poderia inflamar o gás.
O foco da brigada de incêndio deve ser, porém, não a reação, mas a prevenção.
As estruturas das brigadas de incêndio em cada empresa devem seguir a regulamentação
da NR 23 – Proteção Contra Incêndios.
Em casos específicos pode ser necessária a prestação de primeiros socorros até que
o paciente seja colocado sob cuidados médicos adequados. Para tanto, os vigilantes
recebem formação em primeiros socorros para que possam atuar com rapidez, porém
sem precipitação de forma a atender a vítima no local do acidente.
Ainda assim, podem ser necessárias algumas intervenções físicas por parte dos vigilantes
e, para tanto, esses profissionais estão preparados e treinados para efetuar as seguintes
providências:
»» deter hemorragias;
»» imobilizar fraturas;
78
ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA │ UNIDADE II
Deve-se, então, abrir as vias respiratórias da vítima e, então, verificar sua respiração,
utilizando-se do método “VOS” – ver, ouvir e sentir.
Apesar de todo o controle existente por parte dos órgãos fiscalizadores, e, conforme
vimos, esses são muitos e rigorosos, não são os emblemas com imagens de lobos, tigres,
caveiras e garras que oferecem maior credibilidade a uma empresa assim como também
não são apenas os cursos teóricos que conferem ao vigilante o “poder” de ser um bom
profissional na execução de suas atividades.
No caso das empresas de segurança privada, muitas delas têm seus esforços direcionados
ao oferecimento de serviços não dando a devida atenção às ferramentas oferecidas
pelo método do marketing para melhorar sua carteira de clientes e implementar os
resultados de suas empresas.
Já que os serviços de segurança são onerosos, devem comprovar suas credenciais por
meio de seus materiais publicitários para que os clientes tomem conhecimento de sua
história, seus feitos e os tipos de serviço oferecidos.
79
UNIDADE II │ ASPECTOS LEGAIS DA GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA
Além disso, deve-se fazer presente, tendo em mente o ditado: quem não é visto, não
é lembrado. Dessa forma, é importante que os representantes das empresas estejam
presentes em locais de circulação de grande público, tais como feiras de segurança, feiras
sobre eventos e feiras específicas destinadas a contratação de serviços condominiais, por
exemplo, sempre bem uniformizados, para que possam ser vistos, notados e lembrados.
80
Para (não) Finalizar
Lembre-se de dar continuidade aos estudos deste assunto para se manter sempre
atualizado, independente da finalização desta matéria!
A segurança é fator fundamental para todos nós e é importante que, diante do cenário
atual em que vivemos, conheçamos muito bem as possibilidades relacionadas à segurança
privada, tanto na parte de Safety, quando na parte de Security, como forma adicional
de proteção aos nossos direitos fundamentais.
Conclusão
O mundo está enfrentando uma onda cada vez maior de violência e o Brasil apresenta
dados cada vez mais alarmantes a respeito da criminalidade. Mesmo o Estado sendo
responsável, conforme versa a Constituição Federal, pela preservação da segurança
da população, bem como de todos os direitos fundamentais garantidos no Artigo 5o
da Carta Magna, faz-se necessária, diante do descontrole com que a criminalidade vem
tomando conta da vida diária, a existência de serviços adicionais de segurança para que
a população e o patrimônio possam, de fato, ser protegidos de forma mais ampla.
Conforme vimos, a segurança privada atua em várias frentes de Safety & Security
visando exatamente essa proteção extra onde a força pública não consegue se fazer
presente para proteger as pessoas e os bens.
Bom estudo!
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Referências
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