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MÉTODO DOS 6 PILARES

Análise/Cálculo

MN GÉRSON PERES
www.gersonperes.com.br
"JOGAR UMA PARTIDA DE
XADREZ É PENSAR, ELABORAR
PLANOS E TAMBÉM TER UMA
PITADA DE FANTASIA" -
BRONSTEIN
Análise..........................................................04
Árvore do Cálculo....................................05
Por que Kotov se interessou por esse
assunto?.......................................................06
Sugestões Para Fazermos Uma Boa
Análise..........................................................13
Partida 1 - Geller vs Najdorf................15
Partida 2 - Dorfman vs Balashov.......22
Partida 3 - Johner vs Ninzowitsch....29
Sumário Partida 4 - Miles vs Korchnoi..............38
Partida 5 - Fischer vs Petrosian.........45
Exercícios....................................................53
Equipe..........................................................68
Sobre o autor.............................................69
Livros e softwares recomendados....71

3
Análise

Poucos jogadores que conheço sabem


analisar corretamente.

Olhar uma dada posição e tirar dali


conclusões capazes de mostrar qual é
o caminho correto a seguir é uma
tarefa que exige uma boa “cultura
enxadrística”.

A melhora na análise surge como


consequência natural do progresso
nos cinco pilares que precederam
Prólogo nosso estudo: abertura, meio-jogo,
final, estratégia e tática.

Quanto mais subsídios a pessoa tiver desses elementos,


tanto mais fácil será para ela lidar com a análise. Para uma
análise confiável deve-se dominar sobretudo o cálculo, tido
como o principal fator de sucesso no xadrez.

4
Árvore do Cálculo

Tomemos emprestada agora a árvore


do cálculo (conhecida ainda por
“árvore da análise” ou também por
“árvore de Kotov”), de autoria do
treinador Alexander Kotov. Segundo
ele, há três tipos de cálculo: tronco,
arbusto e ramagem. Para cada um
deles existe um processo diferenciado
de tratamento.

Capítulo 1
Tronco: cálculo com
uma só variante.

Arbusto: cálculo de
variantes que tem um
ou dois lances.

Ramagem: cálculo
complexo, contendo
grande quantidade de
variantes extensas.

5
Por que Kotov se interessou por
esse assunto?
 
Apesar de ter um nível invejável de
jogo, percebeu que era falho em certo
aspecto, pois frequentemente se via
apurado no tempo.

Enfrentando o problema, chegou à


conclusão que muita gente estava à
sua frente, no tocante a previsão de
jogadas. Inclusive, o próprio Kotov
diferenciou um grande mestre de um
jogador comum, como sendo a
Capítulo 2
capacidade de previsão de melhores
jogadas que o primeiro possui em
relação ao segundo.

Numa entrevista do GM Giovanni Vescovi publicada no


Clube de Xadrez Online, ele foi categórico em dizer também
que, em sua opinião, a diferença entre um jogador apenas
forte e outro muito forte, residia justamente na capacidade
de cálculo de cada um.

6
Mas, voltando ao Kotov, como ele
diagnosticou sua deficiência em
conseguir "ver" os lances, e como
não existia na época literatura
específica relativa ao assunto,
tentou desenvolver métodos de
treinamento dessa habilidade e
concluiu um excelente trabalho, a
sua “árvore de variantes”.

Vamos ver a humildade de Kotov nos mostrando uma


partida que ele perdeu para Panov, e que provocou a sua
reação, no sentido de melhorar seu próprio jogo. Assim se
expressou Kotov:

"Nas minhas análises, concluí que minha principal


deficiência não era o conhecimento superficial das
aberturas ou a pobre técnica do final, senão minha fraca
compreensão do meio-jogo. Meu pior defeito era a
incapacidade de analisar variantes".

Pensava demasiadamente em posições simples, que me


levavam a um apuro de tempo. Ademais, cometia sérios
erros quase sempre. Finalmente, depois da partida sempre
descobria que meu oponente havia visto muito mais no
tabuleiro que eu.

7
Estava claro para mim, que teria de trabalhar muito duro
para dominar a técnica das análises.

Alexander Kotov - Vasily Panov [E62]

Moscou - Rússia, 1936

1.d4 Cf6 2.Cf3 g6 3.c4 Bg7 4.Cc3 0–0 5.g3 d6 6.Bg2 Cc6
7.d5 Cb8 8.0–0 e5 9.e4 Cbd7 10.Dc2 a5 11.a3 Cc5 12.Be3
Cg4 13.Bxc5 dxc5 14.h3 Ch6 15.Tab1 Te8 16.Cd2 f5 17.b4
Bf8 18.Ca2 Cf7 19.Rh2 f4 20.Cb3 axb4 21.axb4 cxb4

Posição após 21...cxb4

O ataque das brancas sobre o flanco da dama, assim me


parecia, estava se desenvolvendo por um caminho lógico e
sistemático.

8
Acreditava que a horrorosa disposição das peças negras era
uma prova de suas sérias dificuldades posicionais. Achei por
bem avançar meu peão do bispo.

22.c5 Cg5
 
Depois deste lance, vi claramente que as pretas possuíam
ameaças muito perigosas. O perigo estava em que as peças
de seu flanco do rei, sobre as quais eu havia pensado que
davam a impressão de indolência, falta de cooperação,
estavam trabalhando muito bem, enquanto que as minhas
peças, escrupulosamente situadas, eram incapazes de
evitar suas fortes ameaças.

23.Tfd1 f3 24.h4 Cxe4 25.Bxf3 Txa2 26.Dxa2 Cc3 27.Dd2


Df6

Posição após 27...Df6

9
As pretas têm a partida ganha. O final foi um castigo ao meu
infundado otimismo.
 
28.Bg2 e4 29.Tbc1 Cxd1 30.Txd1 Dc3 31.De3 Bf5 32.Rg1
Dxe3

Posição após 32...Dxe3


 
E as pretas ganharam facilmente o final.
 
33.fxe3 Bh6 34.Te1 Te5 35.Bf1 c6 36.dxc6 bxc6 37.Bc4+
Rf8 38.Rf2 Bg4 39.Rg1 Re7 40.Rg2 Tf5 41.Be2 Bxe2
42.Txe2 Td5 43.Rf2 Td3 44.Ca5 Rd7 45.Cc4 Re6 46.g4
Rd5 47.Cb2 Ta3 48.Td2+ Rxc5 49.g5 Bg7 0–1

Depois da partida, analisamos todas as variantes possíveis.


Panov me disse que uma vez feito 22...Cg5, pensava que as
brancas não teriam boa defesa. Se:

10
23.Tfe1 f3 24.Bf1 (se 24.h4 Cxe4 25.Txe4 fxg2 com
terríveis ameaças de 26...Dxd5; 26...Dd7; 26...Bf5) Bxh3
25.Bxh3 Cxh3 26.Rxh3 Dg5 27.g4 Be7 28.Rg3 Df4+
29.Rh3 Dh6+ 30.Rg3 Bh4+ 31.Rxf3 Tf8+ 32.Rg2 Txf2+
33.Dxf2 Bxf2, com as pretas ganhando a dama.

Posição após 33...Bxf2

Toda a manobra das pretas – seu original plano e o


inesperado sacrifício – é atrativo. Estas possibilidades, que
estavam ocultas na posição, continuavam sendo um
mistério para mim. Eu não havia examinado nenhuma das
operações táticas percebidas por Panov. Eis o que escrevi
sobre as más interpretações que dei a esta partida: Não fui
capaz de encontrar uma só das variantes e combinações.
Nem sequer suspeitava que havia uma combinação
cercando a jogada 24, e me vi surpreendido quando Panov
me mostrou.

11
Por isso minha maneira de pensar está baseada em planos e
princípios gerais completamente dissonantes com a
posição.

Das 17 partidas do Campeonato de Moscou, estive


seriamente apurado no tempo em 12 delas. Em lugar de me
preocupar por que o fazia, jogava mal, passando a maioria
do tempo em considerações gerais e mesclando variantes.

Cheguei à conclusão de que em suas análises muitos


jogadores cometem várias faltas. Alguns examinam
profundamente umas poucas linhas, outros analisam um
grande número de variantes, ainda que só existam
possibilidades de duas ou três jogadas. A solução correta é
encontrar o termo médio, especialmente quando se está
jogando contra um tempo limitado.

Também ficou claro para mim que a habilidade de se


orientar no labirinto das possíveis variantes não é só um
dom natural, senão também o resultado de sérios e
prolongados esforços, com muito treinamento".

12
Sugestões Para Fazermos
Uma Boa Análise - Luiz
Roberto da Costa Jr

Em entrevista dada ao Clube de


Xadrez Online, Luiz Roberto da Costa
Jr, o teórico e analista brasileiro mais
famoso no exterior, deu as seguintes
sugestões para fazermos uma boa
análise:

1. Tenha espírito crítico, qualquer


análise pode ser refutada, mesmo uma
Capítulo 3 feita por Kasparov;

2. Banco de partidas atualizado é fundamental para


consultas;

3. Analise a posição tanto de brancas como de pretas com


imparcialidade;

4. A sua própria avaliação é mais importante do que


a da ECO ou do Informador;

13
5. Qualquer avaliação de uma posição deve ser comprovada
no tabuleiro e com análises;

6. Finais com sete peças já estão matematicamente


analisados, mesmo assim tente entender as ideias
estratégicas;

7. A avaliação de um software só é correta se o fator


correlação de material for o mais importante;

8. Modificação na estrutura de peões, possibilidade de


troca de damas e a posição do rei influenciam na avaliação e
o software pode estar errado;

9. Isole-se num ambiente reservado, determine o que quer


analisar (partida inteira ou posição teórica), avalie a
posição, escolha as jogadas candidatas e estabeleça as
variantes mais relevantes;

10. O subconsciente continua funcionando, revise a análise


após alguns dias e depois a publique se assim o desejar.
Revise análises antigas para ver sua evolução/progresso
como enxadrista.

14
Partidas Comentadas

Partida Nº 1

Efim Geller - Miguel Najdorf


[B92]

Zurich - Suíça, 22.09.1953

Capítulo 5

15
1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 a6 6.Be2 e5
7.Cb3 Be6 8.0–0 Cbd7 9.f4 Dc7 10.f5

Posição após 10.f5

Jogou-se o lance 10.f5 com a intenção de colocar o bispo


preto em c4 e assim ser trocado.

10...Bc4 11.a4!
 
Lance que busca combater as ideias perigosas da Variante
Najdorf da Siciliana. O plano de Geller é dominar as casas
brancas no centro e na ala do rei.
 
11...Tc8 12.Be3 Be7
 

16
Se 12...d5 13.exd5 (13.Cxd5 Cxd5 14.exd5 Bxb3 15.cxb3
Bc5) 13...Bb4 Fugindo um pouco das características
principais desta variante.

13.a5 h5
 
Visto o temperamento de Najdorf, de não optar por uma
defesa passiva, busca algum tipo de contra-jogo na ala do
rei, já que suas peças se encontram restringidas na ala da
dama.
 
14.Bxc4 Dxc4 15.Ta4 Dc7 16.h3 h4 17.Tf2

Posição após 17.Tf2

17...b5

17
Najdorf toma a decisão de sacrificar um peão em busca da
iniciativa certo de ter compensação após o 18º lance e
Geller encontrou uma tranquila solução para esse
problema!
 
18.axb6 Cxb6 19.Bxb6
 
A ideia dessa troca está em controlar as casas brancas,
especialmente d5 eliminando uma das peças que à defende.
 
19...Dxb6 20.De2 Ta8 21.Rh2 0–0 22.Tf1

Posição após 22.Tf1


 
Geller busca levar essa torre para a1 e atacar com suas
peças maiores o peão isolado de a6 das pretas.

18
22...Ta7 23.Tfa1 Tfa8 24.T1a2
 
Geller não desvia de seu objetivo, com esse lance defende
b2 assim liberando o cavalo de b3.
 
24...Bd8 25.Ca5 Tc8 26.Cc4 Dc6 27.Ce3 a5 28.Tc4 Da6
29.b3 Bb6 30.Txc8+ Dxc8 31.Ced5 Cxd5 32.Cxd5

Posição após 32.Cxd5


 
A apoteose do plano branco. A chave da fortaleza se
encontra agora nas mãos de Geller.
 
32...Dc5 33.Ta1

Defendendo a ameaça 33...Dg1#.

19
33...Df2
 
O plano para as pretas de 33...a4 34. bxa4 Txa4 não tinha
futuro, pois, 33...a4 34.Dg4! axb3 (34...Df2 35.f6 Dg3+
36.Dxg3 hxg3+ 37.Rxg3 axb3 38.Txa7 Bxa7 39.cxb3) 35.f6
g6 36.Dxh4+–.
 
34.Dxf2
 
Seria mais rápido 34. Dg4 Bd8 35. b4 a4 com ideias
similares ao comentário anterior.
 
34...Bxf2 35.Tf1 Bd4

Posição após 35...Bd4


 
As pretas não jogam 35...Bg3+, porque ficaria preso nessa
casa pelo resto da partida!

20
36.c3 Bc5 37.g4 hxg3+ 38.Rxg3 Tb7 39.Tb1 f6
 
Um final bem instrutivo e didático. Os peões estão colocado
nas casas de mesma do que o bispo e o cavalo está em uma
posição muito forte no centro do tabuleiro.
 
40.Rf3 Rf7 41.Re2 Tb8 42.b4 g6 43.Rd3

Posição após 43.Rd3

Geller continua sua saga em conduzir tranquilamente essa


posição para um final vitorioso.
 
43...gxf5 44.exf5 axb4 45.cxb4 Bd4 46.Tc1 Rg7 47.Tc7+
Rh6 48.Re4 Rg5 49.Th7 Bf2 50.Tg7+ Rh4 51.Rf3 Be1
52.Rg2 Tf8 53.b5 Ba5 54.b6 Bxb6 55.Cxb6 Tb8 56.Tg4+
Rh5 57.Cd5 1–0

21
Partida Nº 2

Iossif Davidovich Dorfman - Yuri Balashov [E91]

Tallinn – União Soviética, 12.1983

1.Cf3 Cf6 2.c4 g6 3.Cc3 Bg7 4.e4 d6 5.d4 0–0 6.Be2 Bg4
 
As pretas optaram uma variante pouco usada.

7.Be3 Cc6

22
Essa manobra fixa a estrutura de peões, pois com 7...Cbd7
as brancas tem mais liberdade para escolher um plano.
 
8.d5 Bxf3 9.Bxf3 Ce5 10.Be2 c6 11.0–0 Te8

Posição após 11...Te8


 
Na partida Gavrikov-Balasov, Minsk 1983 as pretas em
posição similar tiveram problemas com 11...Da5 12.Bd2!?
Tfc8 13.b3 a6 14.a4!? Dc7 15.a5 Te8 16.f3 e6 17.dxe6 Txe6
18.b4.
 
12.Tc1 e6

As pretas permitem as brancas modificar a formação de


peão central o que é vantagem para as brancas já tem o par
de bispos!

23
13.dxc6
 
Não era interessante permitir a troca de uma peça por três
peões com 13.f4 Cxc4!? 14.Bxc4 exd5 15.Bb3 dxe4 16 f5
d5.
 
13...Cxc6

Posição após 13...Cxc6


 
13...bxc6? perde um peão depois de 14.f4 Ced7 15.Dxd6.
 
14.Db3 De7 15.Tfd1 Ted8 16.Td2 Td7 17.Tcd1 Tad8
18.Da3 Bf8

18...Ce8!? Não muda quase nada a partida.

24
19.Bg5! h6
 
Com a volta do bispo preto para f8, as brancas forçam mais
a posição para debilitar os peões das pretas!
 
20.Bh4 g5 21.Bg3 a6
 
22...b6 é muito passivo.
 
22.Db3! Bg7 23.Db6 Ce8 24.Ca4 Be5 25.De3

Posição após 25.De3

Bem a tempo! Combate bem as ideias dinâmicas das pretas


como troca de peças e modificar a estrutura de peões, logo,
tudo o que resta as pretas é trocar peças e dar mais
iniciativa as peças brancas.

25
25...Df6 26.Cb6 Tc7 27.Bxe5 Cxe5
 
27...dxe5? 28.Txd8 Cxd8 29.Cd7 Dg7 30.Cxe5 e a posição
fica crítica para as pretas.
 
28.g3!

Posição após 28.g3!


 
Sem os bispos de casas brancas, esse movimento de peão
não cria possibilidades de ataque para as pretas.

28...g4 29.h4!
 
Nesse momento, todas as posições críticas das brancas tem
êxito, mantendo assim sua vantagem estática.

26
29...Tb8
 
29...gxh3 30.f4! Cg6 31.Rh2
 
30.b4 Rg7 31.a4 a5 32.bxa5 Tc5 33.Tb1
 
Uma manobra que busca trocas com as torres rivais.
 
33...Txa5 34.Tb5 Ta6 35.c5!

Posição após 35.c5!

A posição está pronta para ações decisivas.

35...Td8 36.Rg2 dxc5 37.Txd8 Dxd8 38.Dxc5 Dd6


 
As pretas perdem com 38...f6 39.Tb4 Ta7 40.Cd7.

27
39.Dc3!

Posição após 39.Dc3!


 
39.Cc8? Dxc5 40.Txc5 Cd7 41.Tc4 Ce5 e empataria.
 
39...Txb6
 
39...b6 era uma defesa mais resistente.
 
40.Txb6 Dxb6 41.Dxe5+ f6 42.Dh5 1–0

28
Partida Nº 3

Paul F Johner - Aron Nimzowitsch [E47]

Dresden - Alemanha, 05.04.1926

1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.e3 0–0 5.Bd3 c5 6.Cf3 Cc6
7.0–0 Bxc3 8.bxc3 d6
 
A estrutura de peões das pretas é superior, devido aos
peões brancos dobrados na coluna c. Esse fato, no entanto,
não deve ser supervalorizado, porque o branco tem suas
compensações (par de bispos e centro forte).

29
9.Cd2
 
Um sólido plano de luta. Se agora 9...e5 segue 10.d5 Ce7
(para 10...Ca5 11.Cb3) 11.e4, com boa posição.
 
9...b6
 
A intenção é 10... e5 11.d5 Ca5 e o cavalo tem a casa de
fuga b7.
 
10.Cb3?

Posição após 10.Cb3?


 
Mais indicado seria 10.f4. Quando as negras fizessem ...e5,
as brancas tomariam com o peão f para abrir a coluna e em
seguida jogariam d5, fechando o centro.

30
10...e5 11.f4 e4 12.Be2
 
O peão negro de e4 passa a funcionar como uma cunha,
restringindo a posição branca.
 
12...Dd7!
 
Início de uma manobra restritiva profunda, a qual se
tornará mais clara com o desenrolar da partida.
 
13.h3 Ce7 14.De1 h5!

Posição após 14...h5!


 
Começa o processo de bloqueio.
 
15.Bd2

31
Não é possível 11.Dh4 por ... Cf5 12.Dg5 Ch7 17.Dxh5 Cg3,
ganhando qualidade.
 
15...Df5!
 
A dama se dirige para a casa h7, de onde exercerá papel
fundamental na condução do plano de restrição do jogo
branco.
 
16.Rh2 Dh7!

Posição após 16...Dh7!


 
A manobra Dd1–d7–f5–h7 demonstra a profundidade de
Nimzowitsch e a compreensão notável que ele possuía
sobre as posições.

32
17.a4 Cf5
 
Ameaça 18...Cg4+ e se 19.hxg4 hxg4+ 20.Rg1 g3, ganhando
imediatamente.
 
18.g3 a5!

Posição após 18...a5!


 
O peão atrasado de b6 é uma fraqueza que não pode ser
explorada a curto prazo. É, pois, uma debilidade aparente,
amplamente compensada pelo bloqueio da ala dama, que
evita um eventual contra-jogo.
 
19.Tg1 Ch6 20.Bf1 Bd7 21.Bc1 Tac8

33
Forçando o avanço branco a d5 para poder operar na ala do
rei sem preocupações com o centro. Desnecessário dizer
que o lance 22.dxc5 conduziria a um final completamente
perdido, devido à péssima estrutura de peões que resultaria
e à própria posição restringida.
 
22.d5 Rh8
 
Liberando a casa para as torres, que atuarão na coluna g.
 
23.Cd2 Tg8
 
Agora vem o ataque! Com isso podemos concluir que a
manobra Dd1–d2–f5–h7 era para prepará-lo? Com a
palavra o próprio Nimzowitsch: “A resposta é sim e não.
Não, porque a ideia consistia exclusivamente em frear os
peões brancos; porém, sim também, porque toda manobra
restritiva é a preparação lógica de um ataque, dado que
todo complexo imobilizado tende a debilidade e, portanto,
cedo ou tarde converter-se-á em objetivo de ataque”.

24.Bg2 g5 25.Cf1 Tg7 26.Ta2 Cf5 27.Bh1


 
De maneira hábil, o branco traz todas as suas forças para a
defesa.

34
27...Tcg8 28.Dd1
 
É muito difícil encontrar um plano numa posição passiva.
Apesar de não estar perdendo material, não se vê
perspectiva para o lado branco.
 
28...gxf4
 
Abre-se a coluna g. Entretanto, o adversário terá à
disposição a coluna e, fato esse que obriga as pretas a ter
muita atenção.
 
29.exf4 Bc8!

Posição após 29...Bc8!

35
O bispo vai se transferir para a casa a6, de onde pressiona o
peão débil de c4, escravizando uma peça branca na sua
defesa.
 
30.Db3 Ba6 31.Te2 Ch4
 
Explorando o tema da cravada.
 
32.Te3

Posição após 32.Te3


 
Não é possível 32.Cd2, devido à bonita combinação:
32...Bc8 33.Cxe4 Df5 34.Cf2 Dxh3+! 35.Cxh3 Cg4 mate.

32...Bc8 33.Dc2 Bxh3 34.Bxe4

36
Se 34.Rxh3 Df5+ e mate em poucos lances.
 
34...Bf5

Posição após 34...Bf5


 
O melhor. Agora, o avanço do peão de torre é apenas uma
questão de tempo.
 
35.Bxf5 Cxf5 36.Te2 h4 37.Tgg2 hxg3+ 38.Rg1 Dh3
39.Ce3 Ch4 40.Rf1 Te8! 0–1
 
Com o lance preciso 40...Te8, a ameaça é 41...Cxg2 42.Txg2
Dh1+ 43.Re2 Dxg2+ e não existe mais defesa. Uma partida
extraordinária de Aaron Nimzowitsch sobre o tema
bloqueio.

37
Partida Nº 4

Anthony Miles - Viktor Korchnoi [E19]

Holanda, 1978

1.d4 Cf6 2.Cf3 e6 3.g3 b6 4.Bg2 Bb7 5.c4 Be7 6.0–0 0–0
7.Cc3 Ce4
 
Ocupando o ponto e4 para impedir o avanço do peão das
brancas a essa casa.

8.Dc2

38
Forçando o adversário a definir a situação do cavalo.
 
8...Cxc3
 
Tanto 8...f5 como 8...d5 seriam respondidos com 9.Ce5.
 
9.Dxc3
 
O golpe tático 9. Cg5? falharia por 9...Cxe2+, ganhando.
 
9...f5

Posição após 9...f5


 
Chegando a posições similares da Defesa Holandesa. Esse
avanço de peão, ao mesmo tempo que controla e4 prepara
um futuro ataque ao roque, à base do avanço dos peões do
flanco rei.

39
10.b3
 
Outra opção é 10.Be3, ao que poderia seguir: 10...Bf6
11.Dd2 Be4 (para 11...d6 12.d5) 12.Ce1 (não dava mais
para protelar a troca dos bispos) 12...Bxg2 13.Cxg2 Cc6!,
onde as pretas dispõem de contra-jogo na ala do rei e no
centro, o que é compensado por sua inferioridade na ala da
dama e em um possível final.
 
10...Bf6 11.Bb2
 
Também é interessante 12.Ba3!?
 
11...Cc6 12.Tad1 De7 13.Dd2 Cd8 14.d5?!

Posição após 14.d5?!

40
Quebrando o equilíbrio. Era necessário nesse momento um
lance que não alterasse tão drasticamente a posição, por
exemplo 14.Tfe1.
 
14...Bxb2 15.Dxb2 d6 16.dxe6 Cxe6 17.b4 f4
 
Com melhor posição, Korchnoi começa acertadamente sua
ofensiva sobre o roque.
 
18.Td2 Tf6
 
Iniciando um plano simples e difícil de ser combatido:
colocar as torres na coluna f e transferir a dama para h5,
depois avança o peão g para expulsar o cavalo de f3.
 
19.Dc3 Taf8 20.a3 De8 21.Dd3

Posição após 21.Dd3

41
Apesar dos riscos, era necessário o corajoso 21.g4,
impedindo a instalação da dama em h5, ao mesmo tempo
que mantém fechada a ala do rei.
 
21...Dh5 22.Tdd1
 
Se 22.Tfd1, a coluna f ficaria muito vulnerável, em especial
a casa f2.
 
22...Rh8

Posição após 22...Rh8

Para poder jogar ...g5 e manter liberada a casa g8 para uma


possível ocupação com a torre.

23.Ch4

42
Necessário para aliviar a pressão por meio de trocas, porém
insuficiente para salvar a partida!
 
23...Bxg2 24.Rxg2 g5 25.Cf3 Th6

Posição após 25...Th6


 
E finalmente a torre chega ao seu destino, em manobra que
vinha sendo preparada desde o lance 18.
 
26.h4?
 
Toda tentativa de avanço dos peões do roque só vem a
enfraquecer a posição do rei. Melhor seria o cauteloso
26.b5, preparando-se para um final, caso as negras não
conseguissem definir a partida.
 
26...gxh4

43
Agora não há nada que salve as brancas de um ataque
fulminante.
 
27.Dc3+ Rg8 28.gxh4
 
Se 28. Cxh4 fxg3, ganhando rapidamente.
 
28...Dg4+ 29.Rh2 Cg5! 30.Cxg5 f3! 31.Dxf3 Txh4+ 32.Dh3
Dxg5! 0–1

Posição após 32...Dxg5!

Em vista de não poder jogar 33.Tg1, pela resposta


33...Txf2+, as brancas abandonam. Nessa partida, o GM
Victor Korchnoi aplica corretamente os conceitos que
regulam a posição, mostrando um jogo objetivo, claro e
eficiente.

44
Partida Nº 5

Fischer, Robert - Petrosian, Tigran [B44]

Buenos Aires, 1971

1.e4 c5 2.Cf3 e6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cc6 5.Cb5 d6 6.Bf4 e5


7.Be3 Cf6 8.Bg5
 
Bobby Fischer adorava essa variante tendo diversas
vitórias importantes com essa posição em sua carreira.

45
8...Be6
 
Be6 é mais forte do que: 8...Da5+ 9.Dd2 Cxe4 10.Dxa5
Cxa5 11.Be3; 8...a6 9.Bxf6 gxf6 10.C5c3 f5 11.Dh5.
 
9.C1c3 a6 10.Bxf6 gxf6 11.Ca3 d5!

Posição após 11...d5!


 
Esse lance foi novidade nessa variante. Petrosian começou
a avaliar essa posição para jogar contra Bobby Fischer.

12.exd5
 
Se 12.Cxd5 Bxa3 13.bxa3 Da5+ 14.Dd2 Dxd2+ 15.Rxd2 0–
0–0 e as pretas tem a ideia de 16...f5 com clara vantagem
posicional.

46
12...Bxa3 13.bxa3 Da5 14.Dd2 0–0–0
 
O peão branco de d5 vira alvo para o jogo das pretas.
 
15.Bc4 Thg8 16.Td1!

Posição após 16.Td1!


 
Lance que faz as brancas lutar por iniciativa! 16.Ce4 Dxd2+
17.Cxd2 Bxd5 18.Bxd5 Txd5 19.g3 Cd4 20.Tc1 Tc5 21.c3
Tc6 22.f3 Td8 23.Rf2 Cb5 24.Cb1 Tc4 25.Re2 Ta4 26.Thd1
Cxa3 27.Txd8+ Rxd8 28.Cxa3 Txa3 29.Tc2 f5 30.Rd3 Ta4
Schreiber,E-Adler,J/Bern op 1996/EXP 51/0–1.
 
16...Bf5
 
Ficou claro que Petrosian começa a busca de empatar a
partida e não mais em vencê-la.

47
17.Bd3 Bxd3
 
A jogada 17...Cd4 teria levado, através de transposição de
jogadas, para a posição da partida 18.Bxf5+ Cxf5 19.Dd3
Cd4 (19...Ch4 20.g3 e4 21.Dc4+ Rb8 22.Db4! não sendo
favorável a posição para as pretas 22...Dxb4 23.axb4 Tc8
24.Cxe4 Tge8 25.gxh4 Txe4+ 26.Rd2).
 
18.Dxd3
 
18.dxc6 Be4! e as pretas ficariam melhor 19.Cxe4 Txd2
20.Txd2 bxc6–+.
 
18...Cd4 19.0–0 Rb8 20.Rh1 Dxa3 21.f4 Tc8 22.Ce4 Dxd3

Posição após 22...Dxd3

48
Parece mais forte 22...Dxa2 23.Cxf6 (23.Td2! Txc2 24.Txc2
Cxc2 25.De2!) 23...Txg2! 24.Cd7+ Ra7 25.fxe5 Tcxc2
26.Dxd4+ Ra8 27.Cb6+.
 
23.cxd3 Tc2 24.Td2!

Posição após 24.Td2!


 
E a torre preta bem colocada tem que ser trocada se: 24.g3
Txa2 25.Cxf6 Tc8!
 
24...Txd2 25.Cxd2
 
A posição ficou bem simplificada e com os peões de ambos
os jogadores estão bem debilitados o que levaria um
empate rápido.

49
25...f5!

Posição após 25...f5!


 
Um lance bem sutil, o melhor para a posição.
 
26.fxe5 Te8 27.Te1
 
27.Cc4? b5 e as pretas ganham o peão de e.
 
27...Cc2 28.Te2 Cd4 29.Te3 Cc2 30.Th3 Txe5 31.Cf3 Txd5
32.Txh7 Txd3?
 
Provavelmente o erro decisivo desse final, a opção mais
viável era ter começado o avanço dos peões da ala da dama
com 32...b5.

50
33.h4 Ce3?
 
Petrosian subestima o peão de h das brancas 33...Cd4 o
jogo terminaria em empate 34.Ce5 Te3 35.Rxf7 f4 36.h5 f3
37.gxf3 Cxf3 38.Rg2 Ch4+ 39 Tf2 Tf3+ 40.Te2 Tf6 41.h6
Cf5 e as brancas não tem onde mais buscar a vitória na
posição.
 
34.Txf7 Td1+ 35.Rh2 Ta1?
 
Seria mais forte jogar 35...Rc8.
 
36.h5 f4?

Posição após 36...f4?

51
36...Txa2 37.Rh3 (37.Tg7 Cg4+) 37...Ta1.
 
37.Txf4 Txa2 38.Te4 Cxg2

Posição após 38...Cxg2


 
38...Txg2+? 39.Rh3+–.
 
39.Rg3 Ta5 40.Ce5 1–0
 
40.Ce5 Ch4 41.Rxh4+–.

52
EXERCÍCIOS

Encontre a sequência de
lances mais indicada em cada
posição!

Capítulo 5

53
Exercício 1 Exercício 2

Pretas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

Exercício 3 Exercício 4

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

54
Exercício 5 Exercício 6

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

Exercício 7 Exercício 8

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

55
Exercício 9 Exercício 10

Brancas jogam e ganham Pretas jogam e ganham

Exercício 11 Exercício 12

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

56
Exercício 13 Exercício 14

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e empatam

Exercício 15 Exercício 16

Brancas jogam e ganham Pretas jogam e ganham

57
Exercício 17 Exercício 18

Pretas jogam e ganham Pretas jogam e ganham

Exercício 19 Exercício 20

Pretas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

58
Exercício 21 Exercício 22

Brancas jogam e ganham Pretas jogam e ganham

Exercício 23 Exercício 24

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

59
Exercício 25 Exercício 26

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

Exercício 27 Exercício 28

Pretas jogam e empatam Pretas jogam e empatam

60
Exercício 29 Exercício 30

Brancas jogam e ganham Pretas jogam e empatam

Exercício 31 Exercício 32

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

61
Exercício 33 Exercício 34

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

Exercício 35 Exercício 36

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

62
Exercício 37 Exercício 38

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

Exercício 39 Exercício 40

Brancas jogam e ganham Brancas jogam e ganham

63
Gabarito

1) 1...Bxh3 2.Bxh3 Cg4+ 3.Rg2 Txf2+! 4.Rg1 [4.Txf2 Cxe3+


5.Rh1 Cxc2 6.Th2 Dg6] 4...Dxh3 5.Txf2 Dxg3+ 6.Tg2
Dxe3+ 7.Rf1 [7.Tf2 Dg3+ 8.Rh1 Cxf2#] 7...Tf8+ 8.Cf3
Txf3+ 9.Df2 Txf2+ 10.Rg1 Tf4+ 11.Tf2 Dg3+ 12.Rh1
Cxf2#
2) 1.Dxe5+ dxe5 2.Bb5+ Td7 3.Bxd7+ Rxd7 [3...Dxd7
4.Cf6+ Re7 5.Cxd7+–] 4.Cxb6+ Rc7 5.Txd8 Rxd8 6.exf5+–
1–0
3) 1.Df5+ g6 2.Df6!! [2.Dd7 gxh5 3.Cg5+ Rg6 4.De6+ Rxg5
5.g3] 2...Txc2 3.Dg7+ Txg7 4.Cf6#
4) 1.c5! dxc5 2.Cxf5! exf5 3.Bc4+ Rh8 4.Td6!! Bxd6
[4...Be7 5.Tg6! Tg8 6.Dh6 Bf8 7.Bxg8] 5.Bxg7+!! Rxg7
6.Dg5+ Rf8 [6...Rh8 7.Df6#] 7.Df6+ Re8 8.Df7#
5) 1.Bb1! [1.a7? Bxa7 2.Rxa7 Re3] 1...Bd4 2.a7 Bxa7
3.Rxa7 Re3 4.Rb6 1–0
6) 1.Bb1 Rxa6 2.Rf5! Cg2 3.Rxf6 Cf4 4.Be4! Rb6 5.Rf5
Ce2 6.g5 Cg3+ 7.Re5 Rc7 8.Bf3! Rd8 9.Rf6 Re8 10.g6 1–0
7) 1.Ba6! Cxb4 [1...Cd8 2.Tc8 Tf8 3.b5!+–] 2.Bxb7! Te7
[2...Txb7 3.Tc8+ Rg7 4.Tc7++–] 3.Bc8 Rf7 4.b7 Ca6 5.Ta1
Cb8 6.Ta8 Cc6 7.b8D Cxb8 8.Txb8+– 1–0
8) 1.Dd5+! [1.Rxf4 Dxd4+ 2.Rg5 h6+–+] 1...Rf8 2.Dc5+
Rg8 3.Dc8+ Df8 4.Bf7+!! Rxf7 5.De6# 1–0

64
9) 1.Txe6! Bxh4 2.Txe8+ Rf7 3.Th8 Bxf2+ 4.Rxf2 Dxh2
5.Cf3 Dh6 6.Cde5+ Re7 7.Cxc6++– 1–0
10) 1...Dxg2+! 2.Rxg2 Bf3+ 3.Rg1 Ch3#
11) 1.Tc6! Td6 2.Dxb6 Thd8 1–0
12) 1.a6! b6 2.c5+!! bxc5 3.Rc4 Tc7 4.Tb8 Rd7 5.Tg8 Re7
6.Txg4 Tc8 7.Txe4+– 1–0
13) 1.Bc7+! Ra8 2.b6! Bd5 3.Ta4 Bc3 4.Db2!! Bh1
5.Da2!!+– 1–0
14) 1.f4!! [1.Td6? Dxc7 2.Txd7+ Dxd7 3.Cxe5+] 1...gxf4
2.gxf4 fxe4 3.fxe5 Cxe5! [3...Bc5? 4.Txc5+–; 3...b5? 4.axb5
Da8 5.c8D Da2+ 6.Cb2!±] 4.Cxe5+ Rg8! [4...Rg7?! 5.Cd7!
Bd6+ 6.Rg2 Bxc7 7.d6+–] 5.Cc4= ½–½
15) 1.Cc6! Dxc6 (1...Txd2 2.Dh4+ Rg8 3.Ce7+ Rf8 4.Cxg6+
Bxg6 5.Dh8+ Rf7 6.Dxa8+–) 2.Txd8+ Be8 3.Tc8+– 1–0
16) 1...Cxd4 2.exd4 Txc3 3.Cxc3 Dxd3 0–1
17) 1...Cxc4! 2.Cxc4 Dxe4 3.Dxe4 Bxe4 0–1
18) 1...Txf1+! [1...Dxd4+ 2.Dxd4 Bc5 3.Dxc5 bxc5] 2.Rxf1
Tf8+ 3.Tf3 Bb5+ 4.Rg1 Dc1+ 5.Rf2 Df1+ 6.Re3 De2#
19) 1...Bxe2! 2.Rxe2 [2.Bxc6 Bg4! 3.Ba4 De5+] 2...Cxd4+
3.Dxd4 [3.cxd4 Dh5+ 4.Rd3 (4.Re3 Tae8+) 4...Db5+ 5.Rc2
Tac8+] 3...Tae8+ 4.Be4 Dh5+ 5.g4 Dg6! 6.Re3 Dg5+ 7.Re2
Tf4 8.Rd3 Td8–+
20) 1.Bd6!!+– b3 [1...Bxd6 2.Txe6 Bxg3 3.Bxd5] 2.Bxb3
Txb3 3.Bxe7 Cxe7 4.cxb3 1–0
21) 1.Txe6! Txe6 2.d6!! Rf7 3.d7! 1–0

65
22) 1...Txf3+! 2.Bxf3 Bc4! 3.Dxc4 Txe3 4.De2 [4.g3 Dh3+
5.Rf2 Bb6 6.Be2 Te4+ 7.Re1 Txc4 8.Bxc4 Dg2 9.Tf1 Ba5+
10.c3 Dxb2–+] 4...Txe2 5.Rxe2 Df2+ 6.Rd1 [6.Rd3 De3+
7.Rc4 Bxb2–+] 6...Bxb2 7.Tb1 Bc3 8.Be2 De3 0–1
23) 1.Cxg5! hxg5 2.Txg5+ Rh6 3.Txh5+! 1–0
24) 1.Txd5! exd5 2.Cxd5 Da6 [2...Da5 3.b4] 3.f5 Be5
[3...Ce5 4.dxe5 Dxe2 5.Dc3+ Bc6 6.Ce7+ Rb8 7.Cxc6+
bxc6 8.Txd8+ Txd8 9.Dxc6+–] 4.dxe5 Be6 [4...Dxe2
5.Te1+–] 5.Cec3 Bxd5 6.Bxd5 Ce7 7.e6 f6 8.Td4 Th7 9.Df4
Cc6 10.Bxc6 Txd4 11.Dxd4 bxc6 12.Ce4 Db6 13.Dxf6
Dd8 14.Dxd8+ Rxd8 15.f6 Th8 16.Cd6 Rc7 17.Cf5 Rd8
18.f7 1–0
25) 1.Txc8+! Rxc8 2.Dh8+ Rc7 3.Df6 1–0
26) 1.Bb5!! Dxb5 2.Cxf7 [2.Df6? Cxh6] 2...Dd7 [2...Db2
3.Ce5 Cd7 4.Cxd7 Bxd7 5.Dg5+–; 2...Db1+ 3.Rh2 Cd7
4.Dd4! e5 5.Dxd5 Bxf7 6.Da8+ Cf8 7.Be7+–; 2...Cd7
3.Dg5!! Bxf7 (3...Rxf7 4.De7+ Rg8 5.Dg7#; 3...Dc4 4.Dd8
Dxg4+ 5.Bg3 Dd1+ 6.Rg2; 3...Db1+ 4.Rg2! De4+ 5.f3 Dc2+
6.Bf2 Dc8 7.Ce5 Cxe5 8.Dxe5 Dd7 9.Bd4) 4.Dd8+ Cf8
5.Df6] 3.Be7!! e5 4.Cxe5 Ce6 5.Df6 Dc8 6.d7 Bxd7 7.Df7+
Rh8 8.Bf6+ 1–0
27) 1...Dh7+ 2.Rg5 Dh6+ 3.Rf5 Dxf4+!! 4.Rxf4 g5+ ½–½
28) 1...Tg4+! 2.Rf3 Tg3+! 3.Txg3 Cxg3 4.Rxg3 g5 5.h5
Rxh5 ½–½

66
29) 1.g4! h6 2.h4 Re6 3.g5 f5+ 4.Rd4 h5 5.Rc5 Rd7 6.Rd5
Rc7 7.Re6 Rd8 8.Rf7 1–0
30) 1...h2! 2.Bxh2 Rg7 3.Ce8+ Rg6 4.Cd6 Rg7 5.Bg3 Rf8!
6.Bh4 Tf6+! 7.Rxf6 ½–½
31) 1.Txe6 Taf8 [1...Dxe6 2.Cg5 h6 3.Cxe6] 2.Txg6 1–0
32) 1.Bf5 Tf7 [1...Dxf5 2.Cxe7+ Rf7 3.Cxf5] 2.Bxd7 Bxd7
1–0
33) 1.b6+ Rxb6 2.Th6 Txh6 3.Dxe7 1–0
34) 1.Te4 Cf5 2.Txe2 1–0
35) 1.Dg8+ Txg8 2.Txg8#
36) 1.Txg7+ Dxg7 2.Txg7#
37) 1.Dxe8+ Txe8 2.Txe8+ Df8 3.Txf8#
38) 1.Df6+ Bxf6 2.Bxf6#
39) 1.Th8+ Bxh8 2.Txh8#
40) 1.Txe5 Txe5 2.Df6 Txh5+ 3.gxh5 1–0

67
Autor: MN Gérson Peres Batista

Edição: Prof. Jeovane Cascais Santos

Revisão: Prof. Mateus Peres de Lima

Coordenação: Profª Vanessa Alves


Rodrigues

Créditos das imagens

Depositphotos

Pixabay
Equipe

68
Sobre o Autor
Gérson Peres Batista é mestre
nacional e tetracampeão mineiro
absoluto.

É formado em pedagogia, pós-


graduado em tecnologias e educação
a distância, além de técnico
desportivo com habilitação em
xadrez (Cref 9681-P/MG).

Superou a marca de 16 mil alunos atendidos em escolas,


clubes e pela internet, tendo já disputado mais de 800
torneios em sua carreira.

Fundou o Clube de Xadrez Online - CXOL


(http://www.cxol.com.br), site que já publicou 16 mil artigos
especializados.

Criou o Canal CXOL no YouTube


(https://www.youtube.com/clubedexadrezonline), que tem
nesse momento mais de 1100 vídeos no ar.

69
Coautor dos livros impressos "O Espírito da Abertura" e "Os
Mestres do Xadrez", escreveu ainda 20 livros digitais através
da série MÉTODO DOS 6 PILARES.

É autor de mais de 500 videoaulas que compõem o catálogo


da Loja do CXOL (https://www.lojacxol.com.br).

Desde 1989 vem jogando e ensinando xadrez!

70
Livros e softwares recomendados

Ajedrez de Torneo (Zurich 53) – David


Bronstein;
Piense Como Um Gran Maestro –
Alexander Kotov;
Lições Sobre Meio-Jogo - Valtercides
Freitas
El Método en Ajedrez – Iossif
Dorfman;
El Momento Crítico – Iossif Dorfman;
Analytical Manual – Mark Dvoretsky;
Maestria en la Técnica – Jacob
Aagaard;
Capítulo 6
Calcule com Exito en Ajedrez – Valeri Beim;
Partidas próprias;
Chessimo;
Chess Tutor;
Total Chess Training (da Convekta).

71
Realização

DIREITOS AUTORAIS
MATERIAL DE PROPRIEDADE DO CLUBE DE XADREZ ONLINE (CXOL) 

www.cxol.com.br
PERMITIDO E, INCLUSIVE, INCENTIVADO O COMPARTILHAMENTO DESTE EBOOK COM O
MAIOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEL, JÁ QUE CONHECIMENTO É PARA SER
ESPALHADO. RESSALVA APENAS PARA MANTER SEMPRE A GRATUIDADE E AS
CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS DESTE LIVRO DIGITAL.

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