Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA
As necessidades qualificadas como primárias são aquelas sem as quais o ser humano
simplesmente não consegue sobreviver e manter-se de forma estável em seu habitat. São as
seguintes:
As necessidades qualificadas como secundárias são aquelas que completam e realizam o ser
humano, mas não são indispensáveis à sua sobrevivência animal. São as seguintes:
b) Necessidades de Estima ou Afeto: A partir do momento em que o ser humano passa a viver
em sociedade, uma nova necessidade se manifesta, ou seja, não basta ter uma vida social, é
preciso ser estimado, admirado, amado ou reconhecido.
No entanto, é importante observar que a segurança abordada por Maslow é uma segurança no
sentido genérico, ou seja, todo e qualquer evento que possa ameaçar o ser humano. Aqui, no
entanto, trataremos de uma segurança específica, a Segurança Patrimonial.
Como a atividade de segurança patrimonial está enquadrada dentro da atividade empresarial,
com ou sem fins lucrativos, aplicam-se a ela todos os princípios da Segurança Empresarial
como um todo, apenas com as devidas áreas de concentração, que devem ser ressaltadas.
2 A SEGURANÇA PATRIMONIAL
Conceituar o que quer que seja é sempre uma tarefa difícil e as discordâncias são inevitáveis.
No entanto, profissionais de Segurança de todo mundo, concordam que uma boa definição de
Segurança Empresarial pode ser a seguinte: “Conjunto de Medidas, capazes de gerar um
estado, no qual os interesses vitais de uma empresa estejam livres de danos, interferências e
perturbações”
O conceito acima, aparentemente simples, reveste-se, no entanto, de grande profundidade e
complexidade. Vamos analisar individualmente cada uma das designações grifadas em
negrito.
c) Interesses Vitais: Vital, vem de “vida”, assim, interesses vitais são todos aqueles que são
indispensáveis para manter a empresa viva e em atividade. Infelizmente no meio empresarial
há um conceito de segurança meramente patrimonial, com a adoção de medidas contra furtos,
assaltos, incêndios e coisas do gênero mas, na maioria das vezes, não existem medidas
capazes de proteger os negócios da empresa, que, em última análise é o que mantém a
empresa funcionando. De nada adianta manter grandes instalações, super protegidas, se a
empresa simplesmente perder seu mercado, em razão de atos de espionagem e concorrência
desleal. Assim a segurança dos negócios (inteligência) é tão importante quanto a segurança
patrimonial (física).
Os danos geralmente estão relacionados a perdas materiais, como furtos, roubos, acidentes,
incêndios e outras ocorrências capazes de causar prejuízo material à empresa.
As interferências, regra geral, estão relacionadas a atos de espionagem, sabotagem, furto de
informações e concorrência desleal, ou seja, atos capazes de interferir nos negócios da
empresa, causando-lhe prejuízos financeiros.
As perturbações estão sempre relacionadas com aquelas situações que alteram, ameaçam ou
interrompem as atividades normais da empresa, geralmente com prejuízos financeiros, como
greves, paralisações, alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, entre outros eventos.
Uma das grandes dificuldades enfrentadas por Profissionais de Segurança de todo o mundo é
convencer o empresário ou dirigente de uma instituição de que empregar dinheiro em
Segurança se constitui num investimento e não em um gasto.
Um método que tem dado resultado é fazer um demonstrativo ao empresário, dos inúmeros
benefícios que uma empresa é capaz de gerar à sociedade e, ao mesmo tempo, os inúmeros
riscos a que ela está exposta.
Vamos começar aqui, enumerando os benefícios. De uma forma geral, pode-se dizer que uma
organização empresarial é capaz de proporcionar, entre outros, os seguintes benefícios à
comunidade:
Até aqui os benefícios. No entanto, essa organização, capaz de gerar tantos benefícios à
sociedade e ao país, está, ao mesmo tempo, exposta a inúmeros riscos e perigos, que se não
forem previstos, evitados ou administrados com eficiência podem causar sérios prejuízos, ou
até mesmo a extinção, dessas organizações. De uma forma geral, podemos dizer que uma
organização empresarial está exposta, entre outros, aos seguintes riscos e perigos:
Como se pode ver, numa análise atenta de custo/benefício, é muito importante o investimento
na segurança das atividades empresariais. A se lamentar apenas que, nem sempre, os
empresários têm uma exata percepção dessa necessidade. No entanto, o que estamos
falando aqui não é nenhuma novidade. Já no ano de 1916, Henri Fayol, considerado um dos
pais da moderna Administração, em razão de ter sido o fundador da Escola Clássica da
Administração, já alertava o meio empresarial para a necessidade de se manter sistemas
eficientes de segurança nas empresas.
Henri Fayol era francês, nascido em Constantinopla, então sob domínio da França, em 1841.
Formou-se em engenharia de minas aos 19 anos de idade e passou a trabalhar em diversas
empresas metalúrgicas e carboníferas da França. Durante seu trabalho nessas empresas,
Fayol adquiriu o hábito de tomar notas de todos os detalhes que chamavam sua atenção,
sempre objetivando uma melhoria da produção e da administração. Com base nessas
anotações, Fayol lançou o seu livro “Administração Industrial e Geral”, dando início assim à
Escola Clássica da Administração.
Não vamos fazer maiores considerações sobre os detalhes das teorias de Fayol, mesmo
porque esse não é o nosso objetivo aqui. Sob o ponto de vista da Segurança, é importante
ressaltar que, já naquela época, Fayol considerou a atividade de Segurança, como essencial,
dentro de uma organização empresarial.
Segundo Fayol, uma empresa tem seis funções essenciais, que são as seguintes:
a) Funções Técnicas
b) Funções Comerciais
c) Funções Financeiras
d) Funções de Segurança
e) Funções Contábeis
f) Funções Administrativas
Muito embora esse gênio da Administração, que foi Henri Fayol já ter previsto, a tanto tempo, a
necessidade de se manter sistemas eficientes de segurança no meio empresarial, infelizmente,
no Brasil, essa atividade tem sido relegada a um segundo plano pela maioria das empresas.
Observe-se também que Fayol não colocou nenhuma função como dependente da outra.
Assim, a atividade de Segurança, segundo Fayol, está em pé de igualdade com as demais
funções dentro da empresa.
No Brasil, é possível observar que as outras funções são contempladas com cargos de direção
e gerência dentro das empresas, enquanto a segurança geralmente é contemplada apenas
com um modesto cargo de chefia.
As áreas Técnicas, Administrativas, Comerciais e Financeiras são contempladas com cargos
de diretoria. As funções contábeis são contempladas com cargos de gerência, enquanto as
funções de Segurança são contempladas apenas com um cargo de Chefia, assim mesmo
dentro de apenas um dos aspectos da Segurança Empresarial (segurança patrimonial), quando
se sabe que a segurança de uma empresa não se limita apenas à proteção de seu patrimônio
físico, como veremos mais adiante.
Em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa, a Segurança Empresarial é
tratada da forma mais profissional possível, com a existência de cursos de graduação e pós-
graduação especificamente em Segurança Empresarial, naqueles países.
No Brasil, felizmente, algumas universidades já estão começando a entrar na área de ensino
da segurança empresarial. Universidades como a Fundação Álvares Penteado, de São Paulo,
Universidade Estácio de Sá e Fundação Getúlio Vargas, ambas do Rio de Janeiro, já oferecem
cursos de pós-graduação e MBA em algumas áreas da Segurança Empresarial. É possível que
em outras regiões do Brasil também já existam outras instituições de ensino que também
ministrem cursos na área de Segurança.
Uma empresa ou instituição que organizar e administrar essas áreas, ainda que com algumas
alterações superficiais ou pontuais, estará certamente contando com um sistema de segurança
satisfatório.
Aqui trataremos especificamente da Segurança Patrimonial, ou seja da segurança das
instalações e do patrimônio físico da empresa.
3 PROTEÇÃO PERIMETRAL
De uma forma geral, são utilizados numa Proteção Perimetral um dos seguintes materiais:
a) Muros
b) Alambrados
c) Grades
d) Estrutura de madeira
e) Estacas de concreto
f) Cercas de arame farpado
É importante observar a Zona Livre Interna e a Zona Livre Externa. A primeira é o espaço
existente entre o cercado e as instalações da empresa e o segundo é o espaço existente entre
o cercado e a via pública.
No primeiro caso, a metragem ideal a ser observada é em torno de 15 metros e no segundo,
algo em torno de 4 a 5 metros.
Essas medidas são necessárias para manter um espaço vazio entre o cercado e a via pública e
entre o cercado e as instalações da empresa, obrigando assim um eventual invasor a ter que
se expor em campo aberto, o que chamaria a atenção do pessoal de segurança.
Observe-se, no entanto, que nem sempre isso é possível, principalmente para empresas que já
estão construídas e em atividade, mas é uma regra fundamental a ser seguida para futuras
edificações.
Além da utilização dos materiais e métodos adequados, é importante instalar também alguns
equipamentos eletrônicos, capazes de denunciar a presença de invasores nas proximidades da
proteção perimetral.
Existe no mercado um grande número desses produtos, cabendo à empresa escolher os
modelos que mais se adaptam à sua realidade, observando sempre os parâmetros de
qualidade, funcionalidade e custos.
Existem basicamente dois tipos de equipamentos que cumprem essa finalidade:
a) Sistemas eletrônicos de detecção de invasão
b) Sistemas eletrônicos de detecção periférica
4 SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
Para o caso da empresa resolver manter seu próprio pessoal de segurança, recomenda-se que
a seleção dos funcionários seja rigorosa, tanto sob o aspecto técnico como de honestidade
pessoal, uma vez que, pessoas tecnicamente despreparadas podem provocar acidentes,
desastres ou danos ao ambiente empresarial.
Por outro lado, pessoas desonestas podem praticar diversos atos ilícitos na empresa ou
mesmo fornecer informações a criminosos, para que possam, posteriormente, agir contra o
patrimônio da empresa, ou mesmo contra dirigentes e funcionários.
Por isso, é importante dar atenção especial ao pessoal que irá trabalhar na segurança da
empresa.
O ideal é recrutar pessoas com experiência militar ou policial, ou ainda que já tenham
freqüentado cursos de vigilância em estabelecimentos de ensino credenciados pelo Ministério
da Justiça.
Além das habilidades específicas para as funções de segurança, a empresa deve fazer as
seguintes averiguações, antes de efetivar a contratação do funcionário:
a) Verifique empregos anteriores. Procure conversar com antigos patrões e empregadores, no
sentido de obter, principalmente, informações sobre comportamento pessoal, honestidade e
integridade moral do funcionário.
b) Faça uma investigação social sobre a vida pessoal do funcionário, tomando cuidado apenas
para não cometer invasão de privacidade ou qualquer outra atitude constrangedora ou ilegal.
Procure saber, principalmente, como é sua vida social e familiar.
c) Faça uma checagem de antecedentes criminais, procurando verificar se o funcionário não
possui envolvimento ou vínculos com o mundo do crime. Com relação aos antecedentes
criminais, é importante ressaltar que o cometimento de crimes do tipo que qualquer pessoa
está exposta a cometer, como atropelamentos, lesões corporais em razão de brigas e
discussões ou outros delitos mais leves não devem ser empecilhos para sua contratação. É
perfeitamente possível que uma pessoa que tenha passado por essas experiências seja uma
pessoa íntegra e honesta. O que se deve observar é se o funcionário já praticou crimes graves,
se tem tendências a praticar crimes contra a empresa ou capazes de comprometer a imagem
da organização. Em casos como esses a não contratação é recomendada.
d) Faça também uma avaliação psicológica, principalmente para aferir o nível de sanidade
mental do funcionário. Pessoas desequilibradas ou emocionalmente instáveis podem provocar
desde situações constrangedoras até verdadeiras catástrofes no ambiente empresarial.
4.2.3 ACOMPANHAMENTO
Exija lealdade e bons serviços por parte de seus funcionários, mas, por outro lado, dispense a
eles um tratamento cordial e respeitoso.
Para evitar constantes admissões e demissões, procure pagar-lhes um salário atraente e
oferecer-lhes vantagens adicionais, capazes de mantê-los no emprego.
Não são raros os casos de envolvimento de funcionários da empresa em atividades criminosas,
seja praticando-as diretamente, seja fornecendo informações a criminosos, para que possam
agir contra o estabelecimento empresarial.
Por isso, a empresa também deve se prevenir contra ações dessa natureza, adotando o
seguinte comportamento:
4.2.4 TREINAMENTO
5 ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA
Para que a empresa venha a ter uma segurança efetiva e satisfatória é necessário eliminar
todo empirismo e improvisação.
Como já vimos inicialmente, a atividade de segurança tem o mesmo grau de importância,
dentro da empresa, do que as demais atividades, como Produção, Marketing, Contabilidade,
Finanças e Administração.
Assim, é importante que a empresa dispense à área de Segurança os mesmos cuidados que
dispensa a outras áreas. E o primeiro passo para isso é criar uma Gerência ou Diretoria de
Segurança, colocando como responsável por ela um profissional qualificado e habilitado.
Nos países desenvolvidos, a Segurança desempenha um papel da maior importância na vida
das organizações empresariais.
5.2 CENTRAL DE SEGURANÇA
E para que todo esse sistema de segurança funcione adequadamente, cumprindo assim sua
função, que é proporcionar segurança ao ambiente empresarial, é necessário organizar
adequadamente a equipe que irá operá-lo.
A portaria ou recepção da empresa é de vital importância para a segurança, uma vez que é por
ela que entram e saem dirigentes, funcionários, visitantes e fornecedores. Também é por ela
que tentam passar ladrões, assaltantes, seqüestradores, terroristas, espiões e outros tipos de
criminosos.
Daí a importância em treinar adequadamente os funcionários que nela trabalham.
É importante que existam funcionários da Segurança apoiando os porteiros e recepcionistas,
sempre atentos a qualquer anormalidade.
Além do apoio humano, é necessário que o local seja monitorado com câmeras de circuito
interno de TV, controladas diretamente pela central de segurança.
O pessoal da Segurança, em serviço na recepção deve estar munido de equipamentos de
comunicação, capazes de mantê-los em contato permanente com a central de segurança.
O ingresso de qualquer pessoa, no interior da empresa, só deve ser permitido dentro de um
processo de identificação e controle de acesso eficiente.
O sistema mais prático e simples de identificação é através de crachás. Por isso, adote um
sistema específico para cada tipo de pessoa, como dirigentes, funcionários, estagiários
fornecedores, serviços terceirizados e visitantes, entre outros.
Existem no mercado diversas empresas especializadas em criar sistemas de identificação,
cabendo à empresa escolher o sistema que melhor se adapte à sua situação particular.
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados, como empreiteiras, manutenção,
jardinagem e outros, devem receber crachás para circularem apenas nas áreas onde prestarão
seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.
Alguns modelos de catracas, que podem ser utilizados no controle de acesso de funcionários,
visitantes e fornecedores.
Para o público interno é recomendável crachás com fotos e códigos de barras. Já para o
público externo, o recomendável é o sistema que fotografa automaticamente o visitante,
guardando a foto e seus dados em arquivo no computador.
Essas informações poderão ser úteis, posteriormente, em casos de furtos, assaltos e
seqüestros, ou mesmo para comprovar a presença ou não de determinada pessoa na
empresa, em determinado dia e horário.
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados devem receber crachás para circularem
apenas nas áreas onde prestam seus serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras
áreas.
Todo visitante deverá ser cadastrado na recepção, com os seguintes dados, que deverão ficar
arquivados:
Para áreas restritas como diretoria, laboratórios, centros de pesquisa, tesouraria, áreas de
risco, depósitos, almoxarifados, entre outros, deve-se criar um sistema complementar de
identificação, como digitação de códigos, leitura de mãos ou de íris ou qualquer outro sistema
igualmente eficiente.
Por ocasião da demissão de algum dirigente ou funcionário, é necessário recolher seu crachá,
chaves e outros objetos da empresa, que estejam em seu poder. Se a pessoa demitida tiver
acesso a áreas restritas, deve-se providenciar uma alteração nos códigos ou senhas.
Equipamentos de leitura biométrica, catracas codificadas e leitura de íris são ideais para o
controle de acesso em áreas restritas ou de alta segurança.
Procure fazer um mapa das atividades internas da empresa e mantenha-o em arquivo. Nunca
se sabe quando será necessário consultar dados e eventos ocorridos no passado.
O ideal é desenvolver um programa de computador, capaz de armazenar todos os dados sobre
entradas e saídas de funcionários, visitantes e fornecedores.
7 INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS
Mantenha hidrantes em locais estratégicos da empresa, bem como reservatórios de água com
grande capacidade de armazenamento.
Instale sensores de temperatura em todos os andares e ambientes da empresa, capazes de
denunciar um princípio de incêndio. De preferência, instale chuveiros (Sprinklers) capazes de
lançar jatos de água quando ocorrer um aquecimento exagerado do ambiente
A empresa deve manter um sistema de som ambiente, com um canal exclusivo de penetração
pela Segurança capaz de emitir avisos sobre incêndios e outros perigos.
De uma forma geral, os equipamentos contra incêndio indispensáveis a uma empresa são os
seguintes:
Procure saber onde fica a unidade mais próxima do Corpo de Bombeiros e quanto tempo
levaria para que uma guarnição chegasse ao local. Providencie um Plano de Emergência a ser
empregado até a chegada dos Bombeiros.
Convide membros do Corpo de Bombeiros para uma visita à empresa e colha a opinião deles
sobre a segurança do local.
Para não ser vítima de situações como essas, a empresa deve antecipar-se ao problema,
através da adoção das seguintes providências:
a) Adote políticas preventivas, procurando analisar quais são os riscos que mais
ameaçam a empresa, considerando sua localização, estrutura de construção, áreas
vulneráveis, número de funcionários, entre outros aspectos.
b) Organize e Treine Brigadas de Emergência, compostas por dirigentes, funcionários e
pessoal da segurança.
c) Mantenha um canal de comunicação eficiente com o Corpo de Bombeiros e com a
Defesa Civil;
d) Estabeleça previamente qual o tipo de ação a ser adotada em cada situação particular,
evitando surpresas.
e) Faça exercícios simulados periodicamente, para manter o pessoal sempre alerta contra
eventuais riscos e perigos;
a) Comprometimento da produção;
b) Despesas médicas elevadas;
c) Riscos de morte de pessoas;
d) Risco de interdição da empresa pelos órgãos da Saúde Pública;
e) Descrédito da empresa perante o mercado e os consumidores;
f) Exploração dos fatos pela imprensa ou pela concorrência.
Para evitar esses riscos, a empresa deve adotar as seguintes medidas:
Caso algum artefato suspeito seja encontra pela Segurança ou funcionários, adote as
seguintes medidas:
Os furtos e assaltos contra empresas vêm crescendo a cada dia. Os furtos podem ser divididos
em internos e externos. No primeiro caso, os furtos são praticados pelo público interno, ou seja,
pelos próprios funcionários.
No segundo caso os furtos são praticados por pessoas que entram na empresa com o objetivo
de furtar.
Já os assaltos e arrombamentos são praticados por criminosos profissionais, que planejam e
executam a operação criminosa.
Existem diversas medidas e providências, que a empresa pode adotar para dificultar ou impedir
a ação dos criminosos.
Para evitar crimes praticados pelo público interno, a empresa deve dar atenção especial à sua
política de Recursos Humanos, tomando cuidados especiais na contratação de pessoal,
principalmente daqueles que terão acesso às finanças e aos bens da organização.
A primeira providência a ser adotada é criar mecanismos capazes de impedir a prática de
crimes por parte do público interno. Não são raros os casos de envolvimento de funcionários e
dirigentes na ocorrência de crimes dentro da empresa, tanto os praticando diretamente, como
contribuindo para sua execução, através do fornecimento de informações para que criminosos
possam agir contra o estabelecimento empresarial
Por isso, a empresa deve ter uma política correta de contratação de pessoal, dando especial
atenção ao aspecto da Segurança, ou seja, evitando contratar pessoas que possam vir, de
alguma forma, causar dano à organização.
Com relação aos furtos e assaltos, a adoção de medidas preventivas, integrando sistemas
eletrônicos, com a vigilância desenvolvida pelo elemento humano, pode produzir resultados
extremamente positivos na inibição de atos criminosos dentro do ambiente empresarial,
conforme veremos mais à frente.
Não existem métodos perfeitos ou infalíveis para evitar essas ações criminosas, mas existem
algumas medidas e providências que a empresa pode adotar, para dificultar ou impedir a ação
dos criminosos. Assim, recomenda-se a adoção das seguintes medidas:
a) Não deixe objetos de valor em locais onde possam ser facilmente subtraídos.
b) Instale alarmes e circuito-fechado de TV em locais estratégicos, principalmente na diretoria,
corredores, portaria, estacionamentos, corredores, depósitos, almoxarifados, laboratórios e
outras áreas consideradas sensíveis ou importantes sob o aspecto da segurança.
c) Se possível, contrate uma empresa de segurança, que mantenha um serviço de
monitoramento com apoio de um tático-movel, capaz de ser acionado em socorro da empresa,
quando isso se fizer necessário.
d) Utilize trancas e fechaduras de boa qualidade. Adote o sistema de segredos para as áreas
mais sensíveis e importantes da empresa.
e) Desenvolva campanhas educativas junto a dirigentes e funcionários. Tente mantê-los como
aliados na defesa do patrimônio da instituição.
8.3 CONTROLE INTERNO
É importante observar também que os crimes praticados através dos sistemas informatizados
estão se tornando cada vez mais comuns em todos os segmentos sociais e empresariais, por
isso a empresa deve adotar medidas de segurança de dados, contratando profissionais
especializados para esse fim.
O sistema de informática de uma empresa pode ser violado ou invadido, entre outras, pelas
seguintes razões:
a) Desvio de dinheiro do caixa do estabelecimento.
b) Fraudes e adulterações, visando comprometer o bom funcionamento da empresa.
c) Checar registros e informações sobre dirigentes, pesquisadores e funcionários, com
finalidades criminosas, como roubá-los, seqüestrá-los ou assassiná-los.
d) Verificar relação de cientistas e pesquisadores, bem como suas habilitações, para passar
informações à concorrência, que poderá tentar contratá-los, desfalcando assim a empresa
violada;
e) Copiar lista de clientes e fornecedores, para posterior prática de concorrência desleal.
f) Checar os eventos agendados pela empresa, com fins ilícitos, como sabotagem, colocação
de explosivos ou outras práticas criminosas.
g) Comprometer e neutralizar o sistema, com a introdução de vírus com alto poder de
destruição.
Para evitar tais riscos, a empresa deve tomar as seguintes providências, em relação a seus
sistemas informatizados:
Instale sistemas de iluminação de emergência nos pontos sensíveis da empresa, que possam
ser acionados automaticamente, em casos de queda de energia elétrica.
Proteja as instalações elétricas da empresa e dificulte ao máximo o acesso até elas. Estudos
indicam que, em casos de assalto ou atentados, a primeira coisa que os criminosos fazem é
cortar o fornecimento de energia elétrica, uma vez que isso os abriga na escuridão, além de
neutralizar alguns equipamentos de segurança e dificultar o trabalho do pessoal da segurança.
As instalações elétricas que oferecem riscos para a vida humana devem ser corretamente
sinalizadas para evitar acidentes. Somente pessoal autorizado deve ter acesso às instalações
elétricas da empresa.
10 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA
É importante observar que todas as medidas de segurança aqui descritas não funcionarão e
não terão a eficácia desejada se não forem adequadamente planejadas e executadas; ou seja,
as medidas de segurança não podem ser adotadas de forma estanque ou isoladas, uma vez
que o sucesso de uma medida sempre dependerá da outra.
Como exemplo disso, pode-se constatar que uma boa proteção perimetral poderá impedir o
acesso de ladrões ao estabelecimento e um controle de acesso eficiente poderá impedir a
entrada na empresa de um eventual seqüestrador ou ladrão.
Assim, a prevenção de furtos acaba dependendo de uma boa proteção perimetral e a
prevenção de seqüestros pode acabar dependendo de um bom controle de acesso e assim por
diante.
Por isso, as medidas de segurança devem ser planejadas previamente dentro de uma visão de
conjunto.
Os Planos de Segurança podem regra geral, ser classificados dentro da seguinte hierarquia:
a) REDAÇÃO OBJETIVA: Use uma linguagem simples e de fácil compreensão. Evite gírias,
erudição ou frases capazes de provocar interpretações dúbias ou incompletas. A compreensão
errônea de uma norma de segurança pode provocar verdadeiras catástrofes. Por isso seja o
mais simples e objetivo possível.
b) CLASSIFICAÇÃO SIGILOSA: Os documentos de segurança não devem ser de domínio
público. Somente pessoas autorizadas devem ter acesso a eles. O carimbo deve ser colocado
no alto e em baixo do papel.
c) NUMERAÇÃO DE PÁGINAS: A numeração das páginas deve apresentar o número da
página junto com o número de páginas. Ex.: 1/12. Isso quer dizer que o documento possui 12
páginas e a página que está sendo lida é a de número 1 e assim por diante. Isso evita fraudes
ou adulterações.
d) NUMERAÇÃO DO DOCUMENTO: Os documentos de Segurança devem ser numerados por
ordem de elaboração;
e) RÚBRICA, ASSINATURA E CARIMBO: Cada página do documento deve ser rubricada por
quem o elaborou e um carimbo deve ser colocado junto com a rubrica. Na última página, deve
constar a assinatura do Planejador e carimbo.
f) DATA: Os documentos de segurança devem ser sempre datados;
g) ASSUNTO: O objetivo do planejamento deve ser mencionado logo no seu início;
h) ORIGEM: A pessoa ou o setor responsável pelo planejamento deve ser mencionado;
i) DIFUSÃO: Deve-se mencionar o destinatário ou os destinatários do documento, sendo
vedado o acesso a outras pessoas não autorizadas;
j) ANEXOS: Os documentos avulsos que acompanham o Planejamento devem ser
mencionados.
11 OPERACIONALIZAÇÃO DA SEGURANÇA
Conforme vimos no capítulo anterior, a importância de uma burocracia bem estrutura é muito
importante para que a Segurança da empresa atinja seus objetivos.
Assim como o Planejamento de Segurança deve ser elaborado dentro de certos padrões
técnicos, os Relatórios de Segurança também o devem ser.
Podemos classificar os Relatórios de Segurança da seguinte forma:
a) Relatórios Periódicos
b) Relatórios de Situação
c) Relatórios de Ocorrência
a) Livro Diário, onde devem ser feitas as anotações referentes ao dia-a-dia da atividade de
segurança na empresa;
b) Registro de Ocorrência, onde deverão ser feitas as anotações sobre fatos e acontecimentos
comprometedores da segurança;
c) Arquivo de Planejamentos;
d) Arquivo de Relatórios;
e) Arquivo de Correspondências Internas;
f) Arquivo de Correspondências Externas;
O responsável pela segurança da empresa deverá estar sempre atento para qualquer
anormalidade no ambiente e realizar cotidianamente as seguintes tarefas:
A empresa pode optar por contratar serviços terceirizados, seja na área de vigilância, seja na
área de monitoramento e alarmes. Antes de uma contratação é importante verificar a
idoneidade da empresa prestadora de serviços, para evitar futuros aborrecimentos.
Só após essa análise criteriosa, será possível adquirir materiais e equipamentos de boa
qualidade, realmente úteis e necessários à empresa.
11.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA PATRIMONIAL
Toda atividade humana, para ser bem sucedida, deve basear-se em princípios. Com a
Segurança Patrimonial não é diferente. Regra geral, sete são os princípios que regem as
atividades de Segurança Patrimonial:
4º. A Segurança não deve impedir nem dificultar a livre marcha da empresa - Não é
preciso transformar a empresa num quartel ou delegacia de polícia para que a Segurança seja
eficiente. A atividade de Segurança é uma “atividade meio”, que tem por função proteger a
empresa para que ela atinja sua “atividade fim”, que é a produção. Por isso, a Segurança
deverá ser eficiente e até rígida em determinadas situações, mas nunca autoritária ou inibidora,
a ponto de causar constrangimento às pessoas ou entraves no processo produtivo.
5º. A Segurança sustenta-se numa burocracia eficiente - Inicialmente esse princípio pode
parecer contraditório, uma vez que as atividades de Segurança sempre lembram ação e
operacionalidade e não burocracia. No entanto, se essas ações e operações não forem devida
e corretamente planejadas, catalogadas, administradas e relatadas a eficiência da segurança
pode ficar comprometida. Por isso, Manter um correto sistema de Administração da Segurança
é de fundamental importância para o sucesso nessa importante área da empresa.
6º. A Segurança deve estar integrada às outras áreas da empresa - A Segurança não deve
funcionar como uma ilha dentro da empresa, nem como um quartel ou delegacia de polícia,
como já foi dito. Ela deve estar integrada às outras áreas da empresa, prestando a elas um
serviço satisfatório e, em contra partida, recebendo delas apoio e cooperação. É muito
importante esclarecer às outras áreas da empresa os detalhes das atividades da Segurança,
bem como sua importância e operacionalidade e como cada uma delas pode colaborar para
que as pessoas e as instalações da empresa estejam sempre protegidas e em segurança.
7º. A Segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos - Para que a
Segurança seja eficiente, ela deve ser, primeiramente, compreendida por todos, desde a alta
direção até o mais modesto dos funcionários do escalão inferior da empresa. Uma vez
compreendida a necessidade e as formas de atuação da Segurança, todos passam a admitir
sua necessidade. E, uma vez admitida sua necessidade, ela deve ser aprovada por todos e,
por via de conseqüência, todos devem colaborar com ela e respeitar suas regras. Só assim
será possível manter um sistema de segurança eficiente no meio empresarial.