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Unidade Curricular de Riscos Tecnológicos e sociais

Intervenção em Acidentes com matérias perigosas

João Costa

Pedro Azevedo

Licenciatura em Engenharia de Proteção Civil

Porto, Dezembro de 2012


Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
7 De Dezembro de 2012

Resumo
De uma forma geral neste trabalho iremos abordar acidentes com matérias
perigosas, mais propriamente, acidentes com matérias químicas, pois são uma
constante no nosso dia á dia. Inicialmente abordamos os tipos de matérias
perigosas que existem, meios ao dispor do cidadão e dos agentes de proteção
civil para identificarem os mesmos. Abordamos ainda o transporte destas
matérias e a intervenção dos agentes de proteção civil perante acidentes deste
tipo. Como são matérias muito perigosas para integridade do ser humano fizemos
uma sucinta referência aos tipos de acidente que existem e aos equipamentos de
Proteção Individual que os Agentes de Proteção Civil têm a seu dispor para
intervir.

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
7 De Dezembro de 2012

Índice
Introdução .............................................................................................................. 4
Siglas ..................................................................................................................... 5
Diferentes tipos de matérias e as suas características .......................................... 6
Substâncias reativas .............................................................................................. 8
Tipos de risco ......................................................................................................... 9
Efeitos fisiológicos dos tóxicos no organismo ........................................................ 9
Equipamentos de proteção individual ................................................................... 10
Protecção Respiratória...................................................................................... 10
Vestuário de proteção individual ....................................................................... 12
Classificação dos factos de intervenção química .............................................. 14
Missão dos Agentes de Proteção Civil ................................................................. 17
Número de identificação de perigo ....................................................................... 20
Etiquetas .............................................................................................................. 21
Transporte de Matérias Perigosas ....................................................................... 21
Nível internacional............................................................................................. 21
Nível Nacional ................................................................................................... 22
Procedimentos de emergência / Controlo de Acidentes com matérias perigosas 24
Caso de estudo .................................................................................................... 30
Tipo de Acidente ............................................................................................... 30
Desenvolvimento das operações ...................................................................... 32
Meios no local ................................................................................................... 36
Enquadramento do local ................................................................................... 37
Conclusão ................................................................ Erro! Marcador não definido.

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7 De Dezembro de 2012

Introdução

O desenvolvimento industrial e tecnológico das últimas décadas provocou um


aumento significativo da circulação, manuseamento e armazenamento de grande
número de matérias químicas, com o inevitável acréscimo de acidentes
envolvendo as mesmas.

Um acidente com produtos químicos pode ocorrer em qualquer dia, hora ou local,
tornando-se indispensável que os intervenientes nestes tipos de acidentes
tenham preparação. Desta forma tentamos neste trabalho abordar de forma geral
e concisa aspetos fundamentais num risco muito presente no dia á dia (risco
químico), de forma a podermos sensibilizar todos que lerem este trabalho para
futuramente evitar o minimizar as consequências devastadoras de acidentes
deste tipo, pois nunca podemos esquecer que a Proteção Civil começa em todos
nós.

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Siglas

ANPC – Autoridade Nacional de Proteção Civil;

SNBPC – Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil;

CDOS – Comando Distrital de operações de socorro;

MAI- Ministério da Administração Interna;

APC – Agente de Proteção Civil;

CB – Corpo de Bombeiros;

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica;

GNR – Guarda Nacional Republicana;

CNOS – Comando Nacional de Operações de Socorro;

CMDT – Comandante (Bombeiros);

CZO – Comandante de Zona Operacional (Bombeiros);

VLCI – Veículo Ligeiro de Combate a incêndios;

VTTU – Veículo Tanque Tático urbano;

VUCI – Veículo Urbano de Combate a Incêndios;

VTGC – Veículo Tanque Grande Capacidade;

ABSC – Ambulância de Socorro;

ABTM – Ambulância de Transporte Múltiplo;

VSAM – Veículo de Socorro e Assistência Médica;

VCOT – Veículo Comando Tático;

VECI – Veículo Especial de Combate a Incêndios;

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Diferentes tipos de matérias e as suas características

Matérias perigosas – é qualquer substância que pelas suas características ou


propriedades possa causar danos à saúde humana, aos animais ou ao ambiente.

Riscos – Os riscos estão associados essencialmente á formação de atmosferas


perigosas (ex. tóxicas, explosivas). Estes riscos podem ocorrer principalmente por:

- Acidentes que envolvam derrames, fugas ou emissões de substâncias;

- Tipo de processo de fabrico em que são utilizados;

- Incêndios que envolvam substâncias perigosas;

- Utilização incorreta de uma matéria perigosa quer no seu manuseamento, fabrico,


embalamento, armazenamento ou transporte.

Matérias explosivas – Substâncias ou preparados que podem reagir exotermicamente e


com uma rápida libertação de gases e que, em determinadas condições de ensaio,
detonam, deflagram rapidamente ou, sobe efeito de calor explodem. Estas substâncias
devido á sua “instabilidade” intrínseca reagem facilmente sob o efeito de um choque,
fricção, variação de pressão.

Matérias explosivas – substâncias que na presença de uma fonte de ignição se


inflamam.

Matérias oxidantes/comburentes – Substâncias ou preparações que em contacto com


outras, especialmente inflamáveis, apresentam uma reação fortemente exotérmica.

Matérias tóxicas – Propriedades dos agentes tóxicos dos quais se sabe, por
experiência, ou se pode admitir a partir de experiências com animais, que podem em
quantidades relativamente fracas, numa ação única ou de curta duração, prejudicar a
saúde do homem ou causar a morte por inalação, absorção cutânea ou ingestão.

Substâncias tóxicas – Substâncias ou preparados, quando


inalados, ingeridos, absorvidos através da pele mesmo em pequena quantidade, podem
causar a morte ou risco de afeções agudas ou crónicas.

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Substâncias (Muito) Tóxicas - Substâncias ou preparados,


quando inalados, ingeridos, absorvidos através da pele mesmo em muito pequena
quantidade, podem causar a morte ou risco de afeções agudas ou crónicas.

Grau de toxicidade à inalação de vapores

Os líquidos que libertam vapores tóxicos classificam-se grupos de embalagem.

Tipos de matérias tóxicas

Biológicas – matérias infeciosas (3 categorias);

Químicas – matérias tóxicas não convencionais (5 classes);

Químicas – matérias tóxicas e nocivas (materiais tóxicos convencionais 8 grupos).

Matérias infeciosas – São matérias de que se sabe ou de que se tenha razões para crer
que contenham agentes patogénicos.

Agentes patogénicos – são microrganismos que podem


causar doenças, inclusive a morte a indivíduos expostos, tais como: Bactérias, vírus e
fungos ou microrganismos recombinantes (híbridos ou mutantes).

Matérias corrosivas – São substâncias que pela sua ação química, provocam vários
danos aos tecidos da pele e mucosas.

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Em caso de fugo podem provocar danos a outras mercadorias ou meios de transporte,


podendo mesmo ter uma ação destrutiva sobre estes, ao contrário das outras
substâncias, estas para causarem danos necessitam de estar em contacto físico.

Existem 3 grandes grupos de substâncias corrosivas

- Ácidos;

- Bases ou álcalis-,

- Substâncias que nem são ácidos nem bases.

Substâncias reativas

O perigo de reatividade, está relacionado com a possibilidade de uma substância química


sofrer uma reação com outras substâncias sob determinadas circunstâncias. Essa
facilidade de reação pode causar perigos diversos (incêndio, explosão, corrosividade,
toxicidade).

Devido á incompatibilidade de muitos produtos é necessário armazenar ou transportar


estes produtos mediante a sua categoria de perigo e o seu perigo de reatividade, de
modo a que reagentes incompatíveis sejam armazenados e transportados em locais
separados e vigiados.

Reatividade de substância

Ainda assim existem substâncias que reagem mesmo com a água ou com o ar.

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Tipos de risco
Existem vários tipos de risco entre eles:

- Térmicos;

- Radiológicos;

- Asfixia;

- Químicos;

- Biológicos;

- Mecânicos;

- Psicológicos.

Efeitos fisiológicos dos tóxicos no organismo


Os matérias tóxicos podem causar no organismo efeitos locais ou sistemáticos. A
exposição a estas matérias não tem sempre como resultado a morte, mas
necessitam de uma intervenção médica imediata.

Vias de penetração nos organismos


Graves;
- Inalação;
Agudos; Mediante
- Absorção cutânea; Efeitos
Crónicos; a concentração
- Ingestão;
Morte. e a dose
Dose do agente tóxico

D= T x C

D – Dose de toxicidade absorvida pelo organismo;

T- Tempo de exposição;

C – Concentração média ponderada do agente.

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Equipamentos de proteção individual

→ Proteção respiratória;

→ Vestuário de proteção individual;

Proteção Respiratória

Os aparelhos de proteção respiratória tem como função defender o utilizador


contra atmosferas contaminadas.

Existem dois métodos distintos que permitem assegurar uma protecção


respiratória individual:

● Por purificação do ar;

● Por fornecimento do ar ou oxigénio, a partir de uma fonte não contaminada.

O primeiro método, os aparelhos respiratórios usados são conhecidos por


filtrantes, o ar inspirado passa através de um filtro que retém as impurezas. O tipo
de filtro varia consoante as impurezas, existem filtros para partículas, para gases
e vapores e filtros combinados.

Fig. 1 - Aparelho filtrante

O segundo método, o ar a ser inspirado é transportado por uma linha de ar ou,


alternativamente, o ar ou oxigénio são fornecidos a partir de garrafas
transportadas pelo utilizador. Estes aparelhos são conhecidos por isolantes.

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Equipamentos isolantes:

Autónomos

- Circuito aberto;

- Circuito fechado.

Não autónomos

- Aparelhos de ar comprimido;
Fig. 2 – Aparelho autónomo
- Aparelhos de tomada á distância.

Fig. 3 - Aparelho respiratório isolante circuito aberto (A.R.I.C.A.)

Fig. 4 - Quadro de síntese dos aparelhos respiratórios

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Vestuário de proteção individual


Dentro de uma grande quantidade de equipamentos de proteção individual,
vamos abordar os dois tipos mais utilizados na intervenção em acidentes com
produtos químicos.

→ Fato de proteção para combate a incêndios urbanos e industriais;

→ Fatos de intervenção química;

→ Fatos de atmosfera explosiva;

→ Fatos de aproximação às chamas;

→ Fatos de penetração nas chamas.

Fatos para combate a incêndios urbanos ou industriais

São compostos por:

● Capuz (cogula);

● Capacete;

● Casaco;

● Calça;

● Luvas;

● Botas de proteção;

O casaco, as calças e o capuz normalmente são fabricados em Nomex.

Fig. 5 - Casaco de protecção para combate a


incêndios urbanos e industriais

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Fig. 6 - Calças de protecção para combate a


incêndios urbanos ou industriais

Factos de intervenção química

São compostos:

● Capuz;

● Luvas;

● Botas;

● Facto propriamente dito (resistente à permeação e não transpirável),

Os factos de proteção química preservam o utilizador da ação de produtos


químicos, tóxicos e corrosivos que, encontram-se em estado sólido, líquido ou
gasoso, são nocivos ao corpo humano.

Este tipo de equipamentos são classificados quanto ao nível de proteção, a sua


escolha para utilização é bastante complexa, visto que nenhum fato protege de
todos os produtos. Além de outras uma das diferenças entre os factos é que uns
utilizam-se com o aparelho de proteção respiratório colocado por cima do fato e
outros por debaixo do facto.

Geralmente este tipo de factos são fabricados em Viton, Butilo, Himex.

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Classificação dos factos de intervenção química


Nível 1

São factos completamente herméticos, conferindo protecção contra gases,


vapores e partículas sólidas. Cobrem todo o corpo do utilizador por isso estão
incluídas as luvas, botas, viseira, capacete e aparelho respiratório.

1A – A.R.I.C.A. no interior do fato;

1B – A.R.I.C.A. no exterior do fato;

1C – linha de ar respirável.

Nível 2

São como os de nível 1, diferindo apenas o grau de estanquicidade das costuras.


Também estes, são fabricados por materiais não transpiráveis e resistentes à
permeação.

Nível 3

Possui costuras herméticas, conferindo protecção contra líquidos em forma de


jacto à pressão. Também estes, são fabricados por materiais não transpiráveis e
resistentes à permeação.

Fig. 7 - Fato de intervenção química nível 3

Nível 4

Possui costuras herméticas, conferindo protecção contra líquidos em forma de


pulverização. Podem ser fabricados por materiais transpiráveis ou não, mas têm
que oferecer obrigatoriamente resistência à permeação.

Nível 5

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Possui costuras herméticas, conferindo protecção contra partículas sólidas. São


fabricados com materiais transpiráveis, sendo o nível de prestação atribuído de
acordo com a resistência oferecida à penetração de partículas sólidas.

Nível 6

Oferece protecção limitada contra pequenas salpicaduras de produtos líquidos.


São fabricados com materiais transpiráveis, sendo o nível de prestação atribuído
de acordo com a resistência oferecida à penetração dos líquidos.

Fatos de atmosfera explosiva

São compostos por:

● Capucho; Fig. 8 - Fato de intervenção em


atmosferas explosivas

● Casaco;

● Calças.

Este tipo de fatos (fatos de isopan) protegem os utilizadores que intervêm em


atmosferas explosivas de possíveis explosões, são fatos pouco conhecidos e
ainda menos utilizados.

Fatos de aproximação

São compostos por:

● Capuz;

● Luvas;

● Botas;

● Fato propriamente dito (constituído por uma ou duas peças).

Os fatos de aproximação permitem ao utilizador acercar-se de chamas e


permanecer relativamente perto delas, aproximadamente a 1 metro de distância,
sempre que a temperatura não seja demasiado elevada.

Também protegem o utilizador da acção directa das chamas, desde que se trate
de contactos ligeiros e esporádicos.

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Estes fatos têm propriedades reflectoras do calor radiado, baixo coeficiente de


condutibilidade térmica e permeabilidade de dentro para fora para facilitar a
transpiração. Estas propriedades conseguem-se combinando várias capas de
tecidos especiais.

Estes fatos não estão concebidos para penetrar no fogo, nem para aproximação a
zonas de temperatura extremamente elevada.

Fig. 9 - Fato de aproximação ás chamas

Fatos de penetração

O fato de penetração permitem ao utilizador passar através das chamas e


permanecer em contacto com elas durante um período de tempo inferior a dois
minutos, sempre que a temperatura não seja superior a 800º C.

Este fato só deve utilizar-se em casos extremos, como salvamentos especiais ou


fecho de válvulas que garantem a extinção imediata do incêndio.

O fato de penetração isola totalmente o utilizador do ambiente exterior.

A permanência em contacto directo com as chamas pode destruir e carbonizar as


capas exteriores do fato. A primeira das duas capas interiores da fibra de vidro
aluminizada delimita uma zona de segurança, que transposta pode provocar
lesões graves.

O uso do fato de penetração requer do utilizador treino especial, de forma a que


possa superar algumas dificuldades na sua utilização. Este equipamento requer a
utilização de um aparelho respiratório isolante autónomo.

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Fig. 10 - Fato de penetração nas chamas

Alerta

Todos os fatos específicos abordados anteriormente devem ser utilizados na


operação para a qual foram concebidos, em todos eles o capacete de protecção
deve ser utilizado. O tipo de luvas e botas utilizadas têm de ser adequados ao
trabalho que o utilizador vai desempenhar.

Missão dos Agentes de Proteção Civil

Quando os agentes de Proteção Civil são confrontados com um acidente


envolvendo matérias perigosas, têm que estar dotados de conhecimentos, treino
e equipamento que lhes permitam preservar a sua própria integridade física, bem
como das pessoas e bens que pretendem socorrer e proteger.

Qualquer agente de Proteção Civil pode ser confrontado com um acidente


envolvendo matérias perigosas, quer no local de produção, transformação,
armazenamento ou durante o seu transporte.

Os riscos inerentes às matérias perigosas poderão ser reduzidos se estas forem


manuseadas corretamente, deste modo é necessário cumprir rigorosamente os
procedimentos de segurança estabelecidos, utilizando também uma política forte
de prevenção, de modo a adotar medidas suplementares ás que já estão
definidas legalmente.

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Os riscos estão essencialmente associados à formação de atmosferas perigosas,


as quais podem decorrer de diversas situações, tais como:

- Acidentes que envolvam derrames, fugas ou emissões de substâncias


perigosas;

- Tipo de processo de fabrico em que são utilizadas;

- Incêndios que envolvam matérias perigosas.

Classificação

A classe da mercadoria perigosa é indicada quer através do seu número de


classe (ou divisão) quer pelo nome. As etiquetas de perigo são usadas para
identificar a classe ou a divisão de uma matéria. A classe ou o número da divisão
deve ser exibido no canto inferior das etiquetas de perigo e é requerido para
ambas as classes de perigo principal e subsidiário, se aplicável.

Classe 1 – Matérias e objetos explosivos


Divisão 1.1 Explosivos com perigo de explosão em massa
Divisão 1.2 Explosivos com perigo de projeção
Divisão 1.3 Explosivos com perigo de incêndio predominante
Divisão 1.4 Explosivos com perigo de explosão não significativo
Divisão 1.5 Explosivos muito pouco sensíveis com perigo de explosão em massa
Divisão 1.6 Objetos extremamente pouco sensíveis
Classe 2 – Gases
Divisão 2.1 * Gases inflamáveis (grupos Inflamáveis “F”)
Divisão 2.2 * Gases não inflamáveis, não-tóxicos (grupos Asfixiantes “A” ou
Comburentes (Oxidantes) “O”)
Divisão 2.3 * Gases tóxicos (grupos Tóxicos “T”, ou seja, T, TF , TC, TO , TF C e
TO C, sendo “C” – Corrosivo)
Classe 3 – Líquidos inflamáveis

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Classe 4 – Sólidos inflamáveis; Matérias sujeitas a inflamação espontânea e


Matérias que, em contacto com a água, libertam gases inflamáveis
Divisão 4.1 S ólidos inflamáveis (matérias sólidas inflamáveis, matérias auto
reativas e matérias explosivas dessensibilizadas sólidas)
Divisão 4.2 Matérias sujeitas a inflamação espontânea
Divisão 4.3 Matérias que, em contacto com a água, libertam gases inflamáveis
Classe 5 – Matérias comburentes (oxidantes) e Peróxidos orgânicos
Divisão 5.1 Matérias comburentes (oxidantes)
Divisão 5.2 Peróxidos orgânicos
Classe 6 – Matérias tóxicas e matérias infeciosas
Divisão 6.1 Matérias tóxicas
Divisão 6.2 Matérias infeciosas
Classe 7 – Matérias radioativas
Classe 8 – Matérias corrosivas
Classe 9 – Matérias e objetos perigosos diversos
* As Divisões 2.1, 2.2 e 2.3 são usadas no Regulamento Tipo da ONU, no Código
IMD G (transporte marítimo) e nas Instruções Técnicas da OA CI (transporte
aéreo), não constando do ADR (transporte rodoviário) e do RID (transporte
ferroviário).

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Número de identificação de perigo


Os números de identificação de perigo, conhecido como “Números de Perigo”
(também referido como Código Kemler) nos regulamentos Europeus (ex.: ADR e
RID ) e alguns regulamentos Sul-Americanos, podem ser encontrados na metade
superior do painel laranja dos contentores. O número de identificação da matéria
de 4 algarismos, conhecido como “Número ONU”, está na metade inferior do
painel
Número delaranja.
identificação
do perigo (2 a 3
algarismos)

Número de identificação da
matéria (Nº ONU – 4
algarismos)

Número de perigo – é constituído por um código numérico composto por uma


sequência de dois ou três dígitos podendo também ser precedido da letra X
(quando precede o número, indica que essa matéria reage violentamente com a
água).

2 – Emanação de gás resultante da pressão ou de uma reação química


3 – Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquidos suscetíveis de auto-
aquecimento
4 – Inflamabilidade de sólidos ou sólidos suscetiveis de auto-aquecimento
5 – Efeito oxidante (comburente – facilita o incêndio)
6 – Toxicidade ou perigo de infeção
7 – Radioatividade
8 – Corrosividade
9 – Perigo de reação violenta espontânea

A duplicação de um algarismo indica uma intensificação do respectivo perigo (ex.:


33, 66, 88).
Sempre que o perigo de uma matéria possa ser adequadamente indicado por um
único algarismo,

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o algarismo é seguido por um zero (ex.: 30, 40, 50).


Um número de identificação de perigo precedido pela letra “X” indica que a
matéria vai reagir perigosamente com água (ex.: X88) pelo que a água não deve
ser utilizada, salvo com a concordância de peritos.
Quando o número 9 aparece como segundo ou terceiro algarismo, pode
representar um perigo de uma reação violenta espontânea. Este compreende a
possibilidade, em virtude da natureza da matéria, de um perigo de explosão, de
desagregação ou de reação de polimerização no seguimento de uma libertação
considerável de calor ou de gases inflamáveis e/ou tóxicos.

Etiquetas
Sinalização de transporte:

- Placas com identificação do nº ONU e PERIGO


- Etiquetas

A cada classe ou divisão das matérias perigosas está atribuída uma etiqueta que
a identifica. Nos grandes recipientes a granel (maior que 450 L), e nas grandes
embalagens devem ser colocadas etiquetas nas duas faces opostas, e a cada
matéria podem ser atribuídas até no máximo de três etiquetas, que correspondem
aos seus perigos iminentes.
Este código referido anteriormente é o mais comum em Portugal pois é o código
Europeu, só para conhecimento ainda existem o código Hazchem (Reino Unido) e
código NFPA (diamante).

Transporte de Matérias Perigosas


Nível internacional
Via marítima

I.M.O (International marítime organization)

Regulamento a nível Mundial de transporte marítimo de mercadorias.

Código IMDG - 1965

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Via aérea

I.A.T.A – International Air Tranport Associaton

I.C.A.O – International Civil Aviation Organization

Países membros da convenção de Chicago (1944) aprovaram em 1981


“Transporte sem riscos de mercadoria por via aérea”.

Via Rodoviária

A.D.R – Acordo Europeu de transporte rodoviário de mercadorias.

Via Ferroviária

R.I.D – Regulamento Europeu de transporte ferroviário de mercadorias.

Nível Nacional
Todas as diretivas estão transpostas para o direito publico Português.

R.P.F – Regulamento nacional de transporte de mercadorias por ferrovia


(aprovado pelo decreto-lei391B/2007).

R.P.E – Regulamento nacional de transporte de mercadorias por estrada


(aprovado pelo decreto-lei 170A//2007, declaração retificada Nº63ª/2007). Este
regulamento obriga que o motorista seja portador dos seguintes documentos:

Documento de transporte – descrevendo a matéria transportada na língua


de origem, francês, inglês
e alemão;

Ficha de segurança
– redigida nas línguas de
origem, trânsito e destino;

Certificado de
segurança – do veículo;

Certificado de
formação – do condutor.

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Tipos e forma de recipientes

Um agente de Proteção Civil deve ter a capacidade de somente pela visualização


do recipiente onde é transportada uma matéria desconhecida, conseguir suspeitar
do que eventualmente pode encontrar naquele recipiente, não obstante que deve
tentar ter acesso á visualização das placas de identificação o mais rápido possível
para confirmar as suas suspeitas de modo a adotar medidas para controlar a
situação.

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Procedimentos de emergência / Controlo de Acidentes com


matérias perigosas
Protocolo de receção de chamadas

→ Identificação da situação;

→ Identificação do local (estrada, KM, sentido…);

→ Vítimas (número de vítimas e lesões aparentes);

→ Fatores de agravamento (incêndio ou explosão…);

→ Libertação visível de contaminantes;

→ Condições climatéricas no local;

→ Sinais, marcas ou nomes que identifiquem a matéria;

→ Zona envolvente (industria, habitação, escolas …);

→ Pessoas no local que tenham mais informação ou conhecimento do sucedido


(Motorista…);

→ Relevo ou condições no local;

Esta fase é primordial para o desenrolar de toda a operação de socorro, pois


assim podemos diminuir o tempo de resposta e adequar os meios (quantidade e
especialização) á situação em causa é fundamental fornecer a maior quantidade
de informação ás equipas de primeira intervenção de modo a que estas não
sejam apanhadas de surpresa e de modo a que estas no trânsito possam
preparar a sua intervenção e tomar medidas de segurança.

Normalmente a estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil já tem planos


de intervenção (planos prévios de intervenção ou planos de emergência), com
grelhas de alarme estabelecidas para cada situação.

Os acidentes com matérias perigosas nomeadamente acidentes químicos têm


características diferentes, logo assentam sempre num problema de tomada de
decisão por parte do primeiro Comandante de operações de socorro, que deve ter

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sempre uma atitude defensiva de modo a salvaguardar a integridade de todas as


pessoas presentes no local e das respetivas equipas de intervenção.

Medidas de segurança

Posicionamento dos veículos

Os veículos devem ser posicionados sempre de forma defensiva e ter em conta


os seguintes fatores:

Condições atmosféricas (direção e velocidade do vento, chuva);

Características do terreno (inclinação, via publica, ambiente industrial);

Tipo de matéria presente;

Tipo de acidente;

Meios e recursos disponíveis.

Marcha das operações

1-Reconhecimento;

2- Avaliação do acidente;

3- Isolar a área;

4- Estabelecer os objetivos;

5 – Determinar a estratégia;

6- Determinar as necessidades;

7- Preparar a transferência de comando;

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Documentos de apoio

Painéis de identificação e etiquetas de perigo;

Fichas de segurança do transporte;

Guias de intervenção;

Bases de dados

Atitude ofensiva

Acidente com
matérias perigosas

Atitude defensiva

Este tipo de decisões são sempre tomadas pelo COS (Comandante das
operações de socorro).

→ Princípios orientadores da missão

Isolar – primeira equipa a chegar ao local (INEM, PSP,GNR, Bombeiros…)

Confinar – Equipas de 1ª intervenção dos Bombeiros

Conter – Bombeiros (especializados), Equipas especializadas

Limpar – Técnicos especialistas

→ Organização das equipas

- Equipa de reconhecimento e intervenção;

- Equipa de Material;

- Equipa de Proteção;

- Equipa de descontaminação.

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
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Atitude ofensiva

Esta intervenção assenta na direta supressão do acidente, só deve ser levada a


cabo mediante:

- Se a situação o permitir;

- Se dispuser de meios humanos formados e treinados para o efeito;

- Se dispuser de material especializado e adequado.

Atitude Defensiva

Não intervém diretamente na supressão do acidente mas tem como objetivo,


retirar vítimas, evacuar e isolar a área de sinistro;

Faz-se em virtude de estarmos na presença de uma matéria perigosa, cujas


características colocam as vida humana em elevado risco, e da ausência de
equipamento específico e adequado.

Tipos de acidente

Tipo 1

Falha ou acidente em que o veículo não pode manter a sua marcha mas o
material transportado mantém o seu perfeito estado de armazenamento.

- Sinalizar a zona e criar um perímetro de segurança;

- Identificar o produto e consultar a ficha de segurança da matéria;

- Garantir que a trasfega do produto é feita em segurança pelo pessoal da


transportadora.

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Tipo 2

Em consequência de um acidente, ocorrem algumas falhas no armazenamento do


material transportado mas não ocorreu qualquer fuga ou derrame.

- Sinalizar a zona e criar um perímetro de segurança;

- Identificar o produto e consultar a ficha de segurança da matéria;

- Equacionar a ativação de uma equipa de intervenção especializada;

- Garantir que a trasfega do produto é feita em segurança pelo pessoal da


transportadora.

Tipo 3

Em consequência de um acidente, ocorrem algumas falhas no armazenamento do


material transportado existindo por isso fuga ou derrame.

- Sinalizar a zona e criar um perímetro de segurança;

- Identificar o produto e consultar a ficha de segurança da matéria;

- Se possível confinar o derrame;

- Ativação de uma equipa de intervenção especializada;

- Controlar os efeitos secundários.

Tipo 4

Existem danos no armazenado do material transportado acompanhado de


chamas.

- Sinalizar a zona e criar um perímetro de segurança;

- Identificar o produto e consultar a ficha de segurança da matéria;

- Ativação de uma equipa de intervenção especializada;

- Controlar os efeitos secundários.

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Tipo 5

Explosão do material transportado com destruição de todo o seu conteúdo.

- Sinalizar a zona e criar um perímetro de segurança;

- Identificar o produto e consultar a ficha de segurança da matéria;

- Ativação de uma equipa de intervenção especializada;

- Controlar os efeitos secundários.

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
7 De Dezembro de 2012

Caso de estudo

Acidente com cisterna de Matérias perigosas

Distrito: Braga

Concelho: Barcelos

Freguesia: Viatodos

Local: Rua Santa Maria de Viatodos, EN 204, km 31

Data: 15 de março de 2005 pelas 06:35

Ocorrência CDOS Nº:15927

Tipo de Acidente
Um camião da empresa Transpetrol, despista-se tombando lateralmente,
seguido de derrame e incêndio. Trata-se de um contentor cisterna de 33 m3,
cerca de 10.000 litros de gasolina sem chumbo 95, 6000 litros de gasolina sem
chumbo 98 e 17000 litros de gasóleo.

Nº ONU: 1203

Nº Perigo: 33

Etiqueta de perigo: 3

Deste acidente ressoltaram incêndio em três habitações, em uma fábrica de


fogões, dois feridos ligeiros (intoxicados, sendo um deles o motorista do veículo e
outro um morador de uma habitação afetada), uma grande poluição ambiental
(solo e água).

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
7 De Dezembro de 2012

Resultaram interferências na atividade sócio económica, visto terem sido


evacuados várias pessoas e o trânsito na EN 204 ficou cortada ao trânsito entre o
KM 31 E 32 várias horas.

Outras Informações

O trânsito esteve cortado entre as 06h35 do dia 15/03/2005 e as 18h00 do dia


16/03/2005.

Os técnicos do ministério do ambiente procederam à recolha de água do Rio Este,


para procederem análise da mesma.

Foi necessário a trasfega do resto do combustível e lavagem do pavimento.

Depois de extinto o incêndio e da retirada dos destroços do trator e da cisterna, o


IEP e a Camara Municipal de Barcelos iniciaram a reparação da via, a demolição
de parte das habitações destruídas e a retirada de matérias que estavam a por
em causa a segurança dos transeuntes e automobilistas.

Autoridades/outros presentes no local

 Presidente da junta de freguesia local


 Engenheiros da camara municipal de Barcelos
 Técnicos e responsáveis da empresa transportadora “Transportes Centrais
do Minho – Transpetrol” Sto Tirso
 Serviço Municipal de Proteção Civil Barcelos
 GNR Barcelos
 GNR/BT Braga
 JAE/Brisa Braga
 Presidente da Câmara Municipal de Braga

Despacho de Informação e comandamento

Responsável pela informação e comandamento das operações: José Carvalho

Categoria: 2º Comandante

Corpo de Bombeiros – 0321 – CBV de Viatodos

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
7 De Dezembro de 2012

Desenvolvimento das operações


Alerta: 15/03/05
Hora: 06h34
Inicio: 15/03/05
Hora: 06h35
Fim: 15/03/05
Hora: 23h20
Duração da Ocorrência: 16h45m
Zona Operacional: 03-01 ZO Braga 1 (oeste)
Corpo de Bombeiros: 321 Viatodos
Distrito: 03 Braga
Concelho: 02 Barcelos
Freguesia: 84 Viatodos
Local: E.N. 204
Ocorrência: 3123 Out. Sin-Mat. Per. Rodo.Ac.C/Derr.
Fonte Alerta: Particular
Nº CB`S: 5
Bombeiros: 91
Viaturas: 25
Feridos Ligeiros: 2

06h36: CB0321 – CDOS BRAGA


Saída para incêndio numa cisterna, que capotou.
06h38: CDOS – Sr CD
Informar do ponto situação.
06h40: VLCI 01 – CDOS BRAGA
Solicitou mais meios, não especificando, informou que estava a arder
habitações. Tinham dificuldade em progredir até a cisterna.
Foi solicitado aos CB`S Famalicenses, Famalicão e Barcelinhos.
06h40: CDOS – GNR
Notificação da ocorrência.

06h50: CDOS BRAGA

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
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Foi informado o Sr coordenador, op. Chefe, cso e cz001.


CNOS op. Freire.
07h00: CDOS BRAGA – INSPEÇÃO GERAL DO AMBIENTE
Atendeu o comando geral da GNR. Foi solicitado um técnico, a GNR
informou que só após as 09h00, não tinha nenhum contacto do IGA.
Informei o CNOS OP.
Isabel que vai tentar resolver situação.
07h10: CMDT 0316 – CDOS BRAGA
Informou que esta a combater um incêndio numa habitação, solicitou o
corte de energia elétrica.
Foi solicitado a EDP o corte de energia no local.
07h20: 2º CMDT 0321 – CDOS BRAGA
Informou que estão arder cinco habitações e uma cisterna.
07h20: CMDT – CDOS BRAGA
Informou que solicitou areia à Proteção Civil Municipal.
07h24: CMDT 0316 – CDOS BRAGA
O incêndio da cisterna está extinto, suspeita que seja gasolina.
07h30: OP. TORRES – CDOS BRAGA
Informou que não há vitimas, a cisterna transporta vários produtos, há duas
habitações arder.
07h44: SR. COORDENADOR – CDOS BRAGA
Está no local, há três habitações a arder sendo uma delas desabitada. Está
a arder uma fábrica de fogões parcialmente. Incêndio na fábrica está
dominado. Cisterna com gasóleo e gasolina. Motorista está a ser assistido
no local.
08h02: Vereador SMPC vai para o local.
08h03: 321 – CDOS
O motorista vai ser transportado ao hospital por inalação de fumo.
EMPRESA: Transportes Centrais do Minho – Transpetrol – Santo Tirso.
08h30: CD – CDOS
O incêndio na fábrica está extinto.
08h32: CDOS – CNOS (Renato)
O incêndio na fábrica está em rescaldo. GNR, BT, SMPC e CD no local.

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
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08h50: TORRES – CDOS


A empresa já mobilizou uma grua e camião cisterna para o local.
08h52: CDOS – BT (Agente Almeida)
Vai contactar com ICERR.
09h03: CDOS – INSPEÇÃO GERAL DO AMBIENTE (Olga)
A coordenadora responsável por esta área ainda não chegou. Quando ela
chegar entra em contacto com o CDOS.
09h05:CDOS – CCDR
O número a ligar é o 223400000.
Liguei para CCDR, informaram-me que devia ligar para a delegação de
braga, no entanto a Dra Eduarda Sousa também ia ligar para braga.
09h38: TORRES – CDOS
A cisterna tinha: 10000 litros de gasolina 95; 6000 litros litros de gasolina
98; 17000 litros de gasóleo.
09h38: INSPEÇÃO GERAL AMBIENTE – CDOS
Foi informada da situação, vai comunicar ao CCDR e em principio os
técnicos vão ao local.
09h43: TORRES – CDOS
O pessoal do ICERR está no local. Ainda não foi efetuada a trasfega do
combustível.
10h23: CD – CDOS
Quatro pessoas desalojadas de uma habitação, e de uma outra os
residentes tem alternativa. O SMPC está a tratar do assunto.
10h25 CDOS – CNOS
Posit.
10h37: TORRES – CDOS
Técnico do Ministério do Ambiente DR Lamas Oliveira no local.
10h38: CDOS – CNOS
Posit.
11h34: TORRES – CDOS
Um civil (morador de uma habitação afetada) vai ser transportado ao
hospital, doença súbita.
11h35: CDOS – CNOS

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
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Posit.
11h42: CD – CDOS
A trasfega terminou, a estrada deve ficar cortada devido aos danos
causados no alcatrão.
11h43: CDOS – CNOS
Posit.
15h50: CDOS – 2º COMANDANTE 0321
Interrogar se a via vai continuar fechada? O 2º comandante 0321 informa
que a via vai continuar fechada. Uma casa vai ser demolida pois não
apresenta condições de segurança e uma outra vai ser estabilizada. À
mesma hora foi informado o CNOS.
17h00: CD – CDOS
Vão iniciar a derrocada de uma habitação, e escoramento de uma outra. A
estrada nacional vai ficar cortada até ao dia seguinte.
22h20: CB 0321 – CDOS
Fecho dos dois veículos que estavam na ocorrência e saída do VLCI 04
para fazer arrefecimento das traves de uma estrutura numa das habitações
que tinha ardido.
23h20 CB 0321 – CDOS
Fecho da ocorrência. Foi informado CNOS.

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Intervenção em Acidentes com Matérias Perigosas
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Meios no local
C.B. TIPIF BOM DESP D/H SAIDA D/H TEMP OBS.
B. A. CHEGADA O
321 VLCI 01 3 06:34 15/03/05 06:35 15/03/05 08:15 SCHF 77
14:50
316 VLCI 01 5 06:36 15/03/05 06:36 15/03/05 06:54
13:30
316 VLCI 01 6 06:35 15/03/05 06:48 15/03/05 06:42
13:30
308 VTTU 02 2 06:35 15/03/05 06:35 15/03/05 02:55
09:30
312 VUCI 01 5 06:35 15/03/05 06:43 15/03/05 03:07 2º CMDT
09:50
316 VCOT 01 2 06:35 15/03/05 06:50 15/03/05 06:40
13:30
316 VTGC 02 3 06:35 15/03/05 06:50 15/03/05 05:40
12:30
305 VUCI 01 5 06:35 15/03/05 06:50 15/03/05 02:30
09:20
305 VTTU 01 3 06:35 15/03/05 06:50 15/03/05 02:30
09:20
321 VUCI 01 6 06:35 15/03/05 06:36 15/03/05 15:44
22:20
321 VTTU 02 2 06:35 15/03/05 06:36 15/03/05 07:59
14:35
321 ABSC 04 3 06:35 15/03/05 06:36 15/03/05 02:04
08:40
321 VCOT 01 2 06:35 15/03/05 06:36 15/03/05 07:59 2º
14:35 CMDT+ADJ
305 VRCI 01 4 06:35 15/03/05 07:00 15/03/05 02:20
09:20
308 VUCI 01 4 06:35 15/03/05 06:55 15/03/05 04:55
11:50
308 VSAM 3 06:35 15/03/05 07:00 15/03/05 03:10
01 10:10
312 VTTU 01 3 06:35 15/03/05 07:07 15/03/05 02:43
09:50
312 VCOT 01 3 06:35 15/03/05 07:07 15/03/05 02:43 ADJ FARIA
09:50
305 VECI 01 2 06:35 15/03/05 07:13 15/03/05 02:07
09:20
316 VTTU 01 2 06:35 15/03/05 07:13 15/03/05 01:17
08:30
321 ABSC 01 3 11:40 15/03/05 11:40 15/03/05 00:35
12:15
321 VLCI 04 3 07:10 15/03/05 07:10 15/03/05 16:10
23:20
321 ABTM 06 6 07:10 15/03/05 07:10 15/03/05 11:50
19:00
321 VLCI 03 4 09:00 15/03/05 09:00 15/03/05 09:00
18:00
321 ABTM 03 7 07:10 15/03/05 07:10 15/03/05 11:50
19:00

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Enquadramento do local

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Conclusão

Facilmente conseguimos tomar consciência que a intervenção em acidentes com


matérias perigosas é uma situação de elevada complexidade, e que requer uma
população fortemente informada/sensibilizada e ainda mais requer a intervenção
de equipas especializadas e fortemente treinadas para o efeito de modo a que a
intervenção de socorro tenha sucesso e não crie mais vítimas e danos. Deste
modo o agente de proteção civil tem de ter ao seu dispor uma basta gama de
equipamentos modernos e de grande qualidade, para que não fica tão
exposto/vulnerável ao perigo da intervenção.

Também é de salientar que a formação nesta área é muito necessária e deve ser
aprofundada quanto mais possível, pois estas matérias requerem um
conhecimento técnico e cientifico de forma a não surgirem supressas no seu
manuseamento ou intervenção.

Claro que até agora falamos de uma intervenção caso algum acidente aconteça,
mais importante que isto é a necessidade de evitar que estes acidentes
aconteçam, desta forma devemos adotar politicas de prevenção e uma formação
continua nesta área.

Como o risco é uma constante, se mesmo assim os acidentes ocorrerem


devemos estar preparados para os combater e seguidamente preparados para
repor a normalidade e aprender com os erros passados, evitando que aconteçam
novamente.

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Referências bibliográficas

Costa,C.S., e H.S.Neves.2005.Matérias Perigosas (manual de formação inicial de


Bombeiro). Escola Nacional de Bombeiros, Sintra.

Guerra,A.M.2005.Segurança e protecção individual (manual de formação inicial


de Bombeiro). Escola Nacional de Bombeiros, Sintra.

Morgado,H. 2010.”Equipamentos” (apontamentos da disciplina de matérias


perigosas). Curso de especialização tecnológica de Protecção Civil, Castelo
Branco.

Autoridade Nacional de Proteção Civil .Manual de intervenção em emergências


com matérias perigosas (Químicos, Biológicos e radiológicos).

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