Você está na página 1de 2

Detox de carros: Saiba mais sobre as ciclovias implementadas em São Paulo

Desde o início de seu mandato, em janeiro de 2013, o prefeito Fernando Haddad (PT-
SP) já implementou mais de 200 ciclovias na cidade de São Paulo. No entanto, o que
soa como progresso e mais qualidade de vida, está gerando muita polêmica na capital
paulista. Alguns dos motivos foram os dois acidentes que terminaram em morte
envolvendo ciclistas, veículos e pedestres no último mês de agosto. Quem é contra as
faixas alega também que está mais difícil estacionar os veículos. Já outra parte da
população encara as mudanças como positivas em vários sentidos: mais liberdade,
menos trânsito e menos poluição.

Pensando nisso, o SRZD ouviu paulistas para saber quais os impactos das ciclofaixas na
rotina dos moradores da cidade. A jornalista Adriana Marmo, dona da página Vento na
Saia, que relata as descobertas da vida em cima das bikes, é uma das apoiadoras da
malha de ciclovias. "Eu sou muito a favor. Somos escravos do carro, que virou a nossa
referência para quase tudo. A cidade está paralisada. A gente não consegue se
movimentar e, pior, o carro funciona como uma redoma que nos cega para as pessoas e
o ambiente que é a cidade. A ciclovia representa a estrutura para poder mudar essa
situação. A bicicleta não é a única saída, mas é uma delas", diz a jornalista.

Quando questionada sobre a troca do carro pela bike, Adriana respondeu: "Eu troquei o
carro pela bicicleta há um ano. Vou à festa, ao encontro romântico, à reunião de
trabalho, ao supermercado e também a uso para viajar (acabei de fazer o Caminho da
Fé). Fiz a troca um pouquinho antes das ciclovias começarem a ser implantadas, mas
junto com a segurança que elas trazem, veio também a discussão dessa questão [pessoas
sendo contra o projeto]. Conheço pelo menos quatro pessoas que estão vivendo esse
mesmo processo. Pensa que, no mínimo, são cinco carros a menos para sempre na
cidade. O meu foi um processo lento, pois sempre fui viciada em carro. Mas consegui e
hoje vivo melhor do que antes, faço mais coisas no mesmo dia e, quanto mais longo o
caminho, eu acho mais legal", completa ela.

Já para o comerciante de 52 anos, que preferiu não se identificar na reportagem, o


transtorno para estacionar o carro incomoda. "Levo mais de meia hora para conseguir
vaga e preciso do carro porque sempre trago mercadoria para a loja", ele reclama.
"Além disso, parte das faixas está esburacada e sem manutenção".

Para Gabriel Vieira, outro morador de São Paulo, as pessoas que se sentem
incomodadas com as ciclovias não usam a bicicleta como meio de transporte. Ele
também comenta sobre a qualidade das obras: "De fato algumas ciclofaixas estão ruins,
mas ter o espaço dedicado é melhor que nada, afinal, o asfalto já era ruim antes. Sem
contar que os ciclistas mesmos estão felizes com o espaço", ele comenta.  

Páginas incentivando o uso das bicicletas e a adoção de hábitos saudáveis para o corpo e
meio ambiente fazem sucesso na internet. A Ciclocidade, Mobilize e CicloVivo, com
mais de 200 mil curtidas, são algumas delas. Além disso, no próximo sábado (19),
haverá um plantio coletivo de árvores ao longo da Ciclovia da Eliseu de Almeida, na
região oeste da capital paulista.

Você também pode gostar