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DER

RESPEITO POR VOCÊ


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Apr e se n t a çã o

O Transport e Rodoviário de Produt os Perigosos est á regulam ent ado com base
em legislação e crit érios t écnicos, de acordo com as diret rizes da Organização das
Nações Unidas – ONU, o que dem onst ra a preocupação das aut oridades e órgãos
governam ent ais em m ant er rígido cont role, um a vez que, acident es envolvendo o
t ransport e de produt os perigosos, podem ocasionar im pact os significat ivos ao m eio
am bient e, ao pat rim ônio, bem com o à segurança e a saúde das pessoas.

Nest e cont ext o, o Governo do Est ado de São Paulo, por m eio da Secret aria de
Est ado dos Transport es - ST e do Depart am ent o de Est radas de Rodagem - DER,
im plem ent ou o Sist e m a de Ge st ã o de Tr a n spor t e Rodoviá r io de Pr odu t os
Pe r igosos, com vist a a aperfeiçoar suas ações de prevenção de acident es, com a
finalidade de m inim izar os im pact os quando da ocorrência de acident es.

O Manual de Pr odu t os Pe r igosos cont em pla os principais aspect os


relacionados, t ant o com a prevenção dos acident es envolvendo produt os perigosos
no t ransport e rodoviário, com o em relação às ações a serem desencadeadas
quando da ocorrência de event uais acident es com essas cargas, de form a a
propiciar as condições t écnicas necessárias para o aperfeiçoam ent o t écnico dos
funcionários do DER, bem com o de out ras inst it uições públicas e privadas
relacionadas com o assunt o.

Assim , o present e docum ent o, elaborado com o enfoque prát ico e obj et ivo, e
dirigido a t odos os segm ent os da sociedade envolvidos com a quest ão represent a
im port ant e avanço na busca da excelência na Gest ão do Transport e Rodoviário no
Est ado de São Paulo.

M a r io Rodr igu e s Jú n ior D á r io Ra is Lope s


Superint endent e do DER Secret ário de Est ado dos Transport es

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Í N D I CE

1. ASPECTOS LEGAI S.................................................................................... 5

1.1 OBJETI VO ............................................................................................ 6


1.2 HI ERARQUI A DAS LEI S NO BRASI L............................................................ 6
1.3 PRI NCI PAI S DOCUMENTOS LEGAI S RELACI ONADOS COM O TRANSPORTE
RODOVI ÁRI O DE PRODUTOS PERI GOSOS ................................................. 8
1.4 ÓRGÃOS REGULADORES ........................................................................ 11
1.4.1. CONTRAN - CONSELHO NACI ONAL DE TRÂNSI TO .................................... 11
1.4.2 DENATRAN - D EPARTAMENTO NACI ONAL DE TRÂNSI TO ............................. 13
1.4.3 ABNT – ASSOCI AÇÃO BRASI LEI RA DE NORMAS TÉCNI CAS .......................... 16
1.4.4 I NMETRO - I NSTI TUTO NACI ONAL DE METROLOGI A, NORMALI ZAÇÃO E
QUALI DADE I NDUSTRI AL ........................................................................... 17
1.5 RESPONSABI LI DADES LEGAI S NOS ACI DENTES NO TRANSPORTE
RODOVI ÁRI O DE PRODUTOS PERI GOSOS ................................................ 20
1.6 CONSI DERAÇÕES FI NAI S ..................................................................... 22
2. I DENTI FI CAÇÃO E CLASSI FI CAÇÃO DE PRODUTOS PERI GOSOS .................... 23

2.1 CLASSI FI CAÇÃO DE PRODUTOS PERI GOSOS ............................................ 23


2.2 I DENTI FI CAÇÃO DE PRODUTOS PERI GOSOS ........................................... 25
2.2.1 NÚMERO DE RI SCO ....................................................................... 25
2.2.2 NÚMERO DE I DENTI FI CAÇÃO DO PRODUTO OU NÚMERO DA ONU ................. 33
2.2.3 RÓTULO DE RI SCO ....................................................................... 33
3.1 CONCEI TOS GERAI S SOBRE PRODUTOS QUÍ MI COS ................................... 43
3.2 CLASSE 1 - EXPLOSI VOS ....................................................................... 47
3.3 CLASSE 2 – GASES ............................................................................... 49
3.4 CLASSE 3 – LÍ QUI DOS I NFLAMÁVEI S ....................................................... 52
3.5 CLASSE 4 – SÓLI DOS I NFLAMÁVEI S, SUBSTÂNCI AS SUJEI TAS À
COMBUSTÃO ESPONTÂNEA, SUBSTÂNCI AS QUE, EM CONTATO COM A
ÁGUA, EMI TEM GASES I NFLAMÁVEI S ..................................................... 54
3.6 CLASSE 5 – SUBSTÂNCI AS OXI DANTES E PERÓXI DOS ORGÂNI COS ............. 56
3.7 CLASSE 6 – SUBSTÂNCI AS TÓXI CAS E SUBSTÂNCI AS I NFECTANTES ........... 57
3.8 CLASSE 7 – MATERI AI S RADI OATI VOS .................................................... 59
3.9 CLASSE 8 – SUBSTÂNCI AS CORROSI VAS ................................................. 60
3.10 CLASSE 9 – SUBSTÂNCI AS E ARTI GOS PERI GOSOS DI VERSOS ................. 62
4.1 OBJETI VOS .......................................................................................... 64
4.2 PROCEDI MENTOS METODOLÓGI COS........................................................ 66
4.2.1 COLETA, ANÁLI SE E TABULAÇÃO DE D ADOS .......................................... 66

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4.2.2 I DENTI FI CAÇÃO DE TRECHOS CRÍ TI COS NAS VI AS .................................. 67


4.2.3 TRANSPOSI ÇÕES DE CURSOS D’ ÁGUA ................................................ 71
4.2.4 ÁREAS PROTEGI DAS PELA LEGI SLAÇÃO AMBI ENTAL ................................. 72
4.2.5 FLUXOS DE VEÍ CULOS TRANSPORTADORES DE PRODUTOS PERI GOSOS ........... 74
4.3 REPRESENTAÇÕES GRÁFI CAS DE TRECHOS CRÍ TI COS ............................... 75
4.4 MEDI DAS PREVENTI VAS ........................................................................ 77
4.4.1 MEDI DAS ESTRUTURAI S .................................................................... 77
4.4.2 MEDI DAS NÃO ESTRUTURAI S ........................................................... 79
4.5 CONSI DERAÇÕES GERAI S ...................................................................... 80
5.1 PROCEDI MENTOS I NI CI AS DOS I NSPETORES DE TRÁFEGO ......................... 82
5.2 ATI VI DADES DOS ÓRGÃOS PÚBLI COS ENVOLVI DOS NAS EMERGÊNCI AS ..... 101
5.3 AÇÕES DE CONTROLE DE EMERGÊNCI AS ................................................ 104
5.4 APOI O ÀS AÇÕES DE RESPOSTA ÀS EMERGÊNCI AS .................................. 107
5.5 RECURSOS MATERI AI S ......................................................................... 109

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1 . ASPECTOS LEGAI S

O Brasil foi o prim eiro país da Am érica Lat ina a criar um a regulam ent ação
para o t ransport e de produt os perigosos. At é 1983, com exceção do Art igo 103 do
Decret o nº . 62.127, de 16/ 01/ 68, conhecido com o “ Lei da Faixa Branca” , não havia
nos diplom as legais brasileiros, qualquer m enção a um a possível regulam ent ação
do t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

O prim eiro docum ent o legal, elaborado sobre o assunt o, foi o Decret o- Lei No
2.063, de 6 de out ubro de 1983, regulam ent ado pelo Decret o No 88.821, de 6 de
out ubro de 1983, edit ado após o acident e com o t ransport e e m anuseio do produt o
perigoso, pent aclorofenat o de sódio, popularm ent e denom inado “ pó da China” , o
qual desafort unadam ent e vit im ou seis pessoas no Rio de Janeiro. Post eriorm ent e a
sua publicação, houve a necessidade de revisão do referido Decret o, principalm ent e
devido às exigências e excessos burocrát icos cont idos em seu t ext o, que t ornavam
inexeqüíveis as at ividades de t ransport e. Em 1986 o Minist ério dos Transport es
const it ui um Grupo de Trabalho, cuj o obj et ivo consist ia na revisão do Decret o No
88.821. Decorridos 18 m eses de t rabalhos cont ínuos, foi o Decret o No 96.044,
aprovado em 18 de m aio de 1988, o qual cancelou e subst it uiu o Decret o No
88.821/ 83. I m port ant e dizer que o Decret o No 96.044 encont ra- se em vigor.

O Decret o No 96.044/ 88 foi com plem ent ado pela Port aria MT nº 291, de
31/ 05/ 88 e cuj a base t écnica encont rava- se am parada no “ Orange Book” ,
“ Reccom endat ions on t he Transport of Dangerous Goods” , DOT – Depart m ent of
Transport at ion, USA, 4ª Edição.

Em 1997, o Minist ério dos Transport es publicou a Port aria MT No 204, de


20/ 05/ 97, a qual cont inha I nst ruções Com plem ent ares ao Decret o No 96.044/ 88 e
cuj a base t écnica encont rava- se am parada no “ Orange Book” , “ Reccom endat ions
on t he Transport of Dangerous Goods” , DOT – Depart m ent of Transport at ion, USA,
6ª Edição.

Em 2004, a Agência Nacional dos Transport es Terrest res – ANTT, publicou a


Resolução No 420, de 12/ 02/ 04, que revogava a Port aria MT No 204, de 20/ 05/ 97.
Est a resolução cont ém inst ruções com plem ent ares ao Decret o 96.044/ 88, cuj a
base t écnica encont ra- se am parada no “ Orange Book” , “ Reccom endat ions on t he

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Transport of Dangerous Goods” , DOT – Depart m ent of Transport at ion, USA, 12ª
Edição.

Encont ram - se vigent es os seguint es disposit ivos legais que regulam o


t ransport e rodoviário de produt os perigosos no Brasil: Decret o No 96.044/ 88 e
Resoluções ANTT Nos 420/ 04 e 701/ 04, sendo est a últ im a um com plem ent o da
Resolução No 420.

1 .1 OBJETI VO
Com a int ensificação da m ovim ent ação de veículos t ransport ando produt os
perigosos, surge um crescent e anseio, por part e das inst it uições, de t er à sua
disposição, não só inform ações que dizem respeit o à at ividade rodoviária, m as
t am bém conhecer e t er a disposição, para consult a, norm as que, de form a diret a
ou indiret a, encont ram - se relacionadas à at ividade de t ransport e rodoviário de
produt os perigosos.

O obj et ivo desse capít ulo é ilust rar a est rut ura do disciplinam ent o t écnico e
legal que rege o t ransport e rodoviário de produt os perigosos no Brasil. Obj et iva- se
apresent ar, ainda que de form a sint et izada, os órgãos responsáveis pela elaboração
de Leis, Decret os, Port arias, Regulam ent os Técnicos e Norm as Técnicas Nacionais,
que det erm inam , não só os crit érios de segurança, com o t am bém de saúde e m eio
am bient e, as quais envolvem t odas as et apas do processo, ou sej a, ident ificação,
cert ificação de em balagem , t ransport e, m anuseio, arm azenagem , descart e,
fiscalização de veículos e condut ores.

1 .2 H I ERARQUI A D AS LEI S N O BRASI L


As leis de nível superior prevalecem sobre as de nível inferior. De form a geral,
a hierarquia das leis, segue a seguint e ordem :

1) Const it uição Federal e suas em endas;

2) Leis Com plem ent ares;

3) Leis Federais;

4) Const it uições Est aduais e suas em endas;

5) Leis Com plem ent ares às Const it uição Est aduais;

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6) Leis est aduais;

7) Leis orgânicas dos Municípios;

8) Leis m unicipais.

Para um m elhor ent endim ent o, conceit uam - se, na seqüência, na hierarquia
das leis, som ent e as que de form a diret a guardam relação com o t em a Transport e
Rodoviário de Produt os Perigosos.

a) CON STI TUI ÇÃO: é a norm a fundam ent al do ordenam ent o j urídico de
um país ou sej a, a Lei fundam ent al de um est ado, da qual t odas as leis são
subsidiárias. A Const it uição é a lei m ais im port ant e de um país; é por m eio
dela que os cidadãos, at ravés dos seus represent ant es eleit os, escolhem a
form a de governo, inst it uem os poderes públicos e fixam os direit os e
garant ias fundam ent ais do indivíduo frent e ao Est ado. No Brasil, a nossa
Const it uição dat a de 1988, t em 245 art igos e é t ida com o um a das m ais
liberais e dem ocrát icas que o país j á t eve;

b) EM EN D A A CON STI TUI ÇÃO: Algum as vezes verifica- se que um a


norm a exist ent e na Const it uição não represent a da m elhor form a a vont ade
da população ou não const it ui a m elhor form a de regulam ent ar um a
det erm inada m at éria. Dest e m odo, o Poder Legislat ivo vot a um a nova lei
const it ucional, que vai alt erar em part e a Const it uição, o que se denom ina
Em enda Const it ucional. Para vot ar e aprovar um a Em enda Const it ucional o
Congresso Nacional deve reunir o Senado Federal e a Câm ara dos Deput ados
que devem , em dois t urnos, apresent ar pelo m enos t rês quint os dos vot os dos
respect ivos m em bros. Para alt erar a Const it uição exist e um processo m uit o
m ais det alhado, rigoroso que para aprovar um a out ra norm a qualquer;

c) LEI COM PLEM EN TAR: Algum as leis são cham adas de lei
com plem ent ar à Const it uição. São aquelas que regulam ent am m at érias t ão
im port ant es que prat icam ent e assum em o carát er de lei const it ucional. Têm
elas m ais valor que out ras leis, exceção feit a, é claro, à própria Const it uição;

d) LEI S ESPECI AI S: em razão de serem específicas, as Leis Especiais,


adquirem um a hierarquia superior quando conflit ant es com as norm as gerais;

e) LEI S ORD I N ÁRI AS: Lei é um a regra de direit o dit ada pela aut oridade
est at al e t ornada obrigat ória para m ant er, num a com unidade, a ordem e o

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desenvolvim ent o;

f) M ED I D A PROVI SÓRI A: edit ada pelo President e da República, t em


força de Lei durant e 30 dias. Nest e prazo deverá ser rej eit ada ou
t ransform ada em Lei pelo Poder Legislat ivo, ou ent ão reedit ada por m ais 30
dias;

g) D ECRETOS: Os decret os são decisões de um a aut oridade superior,


com força de lei, que visam disciplinar um fat o ou um a sit uação part icular. O
Decret o, sendo hierarquicam ent e inferior, não pode cont rariar a lei, m as pode
regulam ent á- la, ou sej a, pode explicit á- la, aclará- la ou int erpret á- la,
respeit ados os seus fundam ent os, obj et ivos e alcance;

h) PORTARI AS: são docum ent os que est abelecem ou regulam ent am
assunt os específicos. Ex: Port aria No 3.214/ 78 – que regulam ent a as quest ões
sobre m edicina e saúde do t rabalho, e a Port aria No 204 do Minist ério dos
Transport es ( revogada pela Resolução No 420 do MT) que aprovava inst ruções
com plem ent ares ao regulam ent o de t ransport e de produt os perigosos;

i) RESOLUÇÕES: são norm as adm inist rat ivas provenient es de


Secret arias ligadas ao Poder Execut ivo, visando disciplinar assunt os
específicos j á definidos nos Decret os e Port arias. Ex. Resolução No 168/ 04
( CONTRAN) , de 14/ 12/ 04, que est abelece Norm as e Procedim ent os para
form ação de condut ores de veículos ( inclusive Curso MOPP) ; e

j) N ORM AS TÉCN I CAS da ABN T e N or m a s I n t e r n a cion a is I SO: São


docum ent os que som ent e serão obrigat órios se forem expressam ent e cit ados
ou referenciados em t ext o legal, do cont rário, sua adoção será facult at iva.

1 .3 PRI N CI PAI S D OCUM EN TOS LEGAI S RELACI ON AD OS COM O


TRAN SPORTE ROD OVI ÁRI O D E PROD UTOS PERI GOSOS
D e cr e t o- Le i N º 2 .0 6 3 , de 0 6 / 1 0 / 8 3

Dispõe sobre m ult as a serem aplicadas por infrações à regulam ent ação para
a execução do t ransport e rodoviário de Produt os Perigosos.

D e cr e t o N º 9 6 .0 4 4 , de 1 8 / 0 5 / 8 8

Aprova o regulam ent o para o t ransport e rodoviário de Produt os Perigosos.

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D e cr e t o N º 9 8 .9 7 3 , de 2 1 / 0 2 / 9 0

Aprova o regulam ent o para o t ransport e ferroviário de Produt os Perigosos.

D e cr e t o N º 1 .7 9 7 , de 2 5 / 0 1 / 9 6

Est abelece o Acordo de Alcance Parcial para a Facilit ação do Transport e de


Produt os Perigosos no MERCOSUL.

Le i N º 9 .5 0 3 , de 2 3 / 0 9 / 9 7

Est abelece o Código de Trânsit o Brasileiro.

D e cr e t o N º 9 6 0 5 , de 1 2 / 0 2 / 1 9 9 8

Dispõe sobre as sanções penais e adm inist rat ivas derivadas de condut as e
at ividades lesivas ao m eio am bient e, e dá out ras providências.

D e cr e t o N º 2 .8 6 6 , de 0 7 / 1 2 / 9 8

Est abelece o Prot ocolo Adicional ao Acordo de Alcance Parcial para a


Facilit ação do Transport e de Produt os Perigosos no MERCOSUL ( Tipificação
das I nfrações) .

D e cr e t o N º 3 .1 7 9 , de 2 1 / 0 9 / 9 9

Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condut as e


at ividades lesivas ao Meio Am bient e.

D e cr e t o N º 3 .6 6 5 , de 2 3 / 1 2 / 0 0

Dá nova redação ao Regulam ent o para a Fiscalização de Produt os


Cont rolados ( R- 105) .

Le i N º . 1 0 .3 5 7 , de 2 7 / 1 2 / 0 1

Est abelece norm as de cont role e fiscalização sobre produt os quím icos que
diret a ou indiret am ent e possam ser dest inados à elaboração ilícit a de
subst âncias ent orpecent es, psicot rópicas ou que det erm inem dependência
física ou psíquica, e dá out ras providências.

D e cr e t o N º 4 .0 9 7 , de 2 3 / 0 1 / 0 2

Alt era a redação de art igos sobre incom pat ibilidade de produt os do RTPP –
Regulam ent o para o Transport e de Produt os Perigosos.

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D e cr e t o N º 4 .2 6 2 , de 1 0 / 0 6 / 0 2

Est abelece norm as de cont role e fiscalização sobre produt os quím icos que
diret a ou indiret am ent e possam ser dest inados à elaboração ilícit a de
subst âncias ent orpecent es, psicot rópicas ou que det erm inem dependência
física ou psíquica, e dá out ras providências.

Por t a r ia M J- 1 2 7 4 , de 2 5 / 0 8 / 0 3

Exerce o cont role e a fiscalização de precursores e out ros produt os quím icos
essenciais em pregados na fabricação clandest ina de drogas, com o
est rat égia fundam ent al para prevenir e reprim ir o t ráfico ilícit o e o uso
indevido de ent orpecent es e subst âncias psicot rópicas. Relaciona os
Produt os Quím icos cont rolados e fiscalizados pela Polícia Federal ( Produt os
que possam ser ut ilizados na produção ilícit a de subst âncias
ent orpecent es) .

Re solu çã o AN TT- 4 3 7 / 0 4 , de 1 6 / 0 2 / 0 4

I nst it ui o Regist ro Nacional de Transport ador Rodoviário de Carga.

Re solu çõe s AN TT- 4 2 0 , de 1 2 / 0 2 / 0 4 e AN TT- 7 0 1 , de 2 5 / 8 / 0 4

Aprovam as I nst ruções Com plem ent ares aos Regulam ent os para o
Transport e Rodoviário e para o Transport e Ferroviário de Produt os
Perigosos.

A Resolução No 420, de 12 de fevereiro de 2004, que est abelece I nst ruções


Com plem ent ares ao Regulam ent o do Transport e Terrest re de Produt os
Perigosos, foi at ualizada com base na 11ª e na 12ª edições da ONU e a
versão correspondent e do Acordo Europeu para o Transport e Rodoviário e
do Regulam ent o I nt ernacional Ferroviário de Produt os Perigosos adot ado na
Europa.

Est a Resolução agregou o result ado da análise, realizada pela equipe


t écnica da GETES/ SULOG, sobre as sugest ões apresent adas ao t ext o da
m inut a de I nst ruções Com plem ent ares disponibilizada para Consult a
Pública, durant e o período de dezem bro de 2001 a j unho de 2002.
I ncorporou t am bém o produt o da consideração t écnica da ANTT sobre as
cont ribuições oferecidas por ocasião da audiência pública, realizada no

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período com preendida ent re 15 de set em bro e 10 de out ubro de 2003, a


que a m inut a foi subm et ida.

Por t a r ia M T- 2 2 , de 1 9 / 0 1 / 0 1

Aprova as I nst ruções para a Fiscalização do Transport e Rodoviário de


Produt os Perigosos no MERCOSUL.

Por t a r ia M T- 3 4 9 , de 0 4 / 0 6 / 0 2

Aprova as I nst ruções para a Fiscalização do Transport e Rodoviário de


Produt os Perigosos no Âm bit o Nacional.

1 .4 ÓRGÃOS REGULAD ORES


1 .4 .1 . CON TRAN - Con se lh o N a cion a l de Tr â n sit o
Segundo o dispost o no art . 12 do Código de Trânsit o Brasileiro, com pet em ao
CONTRAN:

I - est abelecer as norm as regulam ent ares referidas nest e Código e as


diret rizes da Polít ica Nacional de Trânsit o;

I I - coordenar os órgãos do Sist em a Nacional de Trânsit o, obj et ivando a


int egração de suas at ividades;

I I I - ( VETADO) ;

I V - criar Câm aras Tem át icas;

V - est abelecer seu regim ent o int erno e as diret rizes para o funcionam ent o
dos CETRAN e CONTRANDI FE;

VI - est abelecer as diret rizes do regim ent o das JARI ;

VI I - zelar pela uniform idade e cum prim ent o das norm as cont idas nest e
Código e nas resoluções com plem ent ares;

VI I I - est abelecer e norm at izar os procedim ent os para a im posição, a


arrecadação e a com pensação das m ult as por infrações com et idas em unidade da
Federação diferent e da do licenciam ent o do veículo;

I X - responder às consult as que lhe forem form uladas, relat ivas à aplicação da
legislação de t rânsit o;

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X - norm at izar os procedim ent os sobre a aprendizagem , habilit ação,


expedição de docum ent os de condut ores, e regist ro e licenciam ent o de veículos;

XI - aprovar, com plem ent ar ou alt erar os disposit ivos de sinalização e os


disposit ivos e equipam ent os de t rânsit o;

XI I - apreciar os recursos int erpost os cont ra as decisões das inst âncias


inferiores, na form a dest e Código;

XI I I - avocar, para análise e soluções, processos sobre conflit os de


com pet ência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões
adm inist rat ivas; e

XI V - dirim ir conflit os sobre circunscrição e com pet ência de t rânsit o no âm bit o


da União, dos Est ados e do Dist rit o Federal.

1 .4 .1 .1 Pr in cipa is Re solu çõe s do CON TRAN


Re solu çã o N º . 1 4 / 9 8 ( CON TRAN ) , de 0 6 / 0 2 / 9 8

Est abelece os equipam ent os obrigat órios para a frot a de veículos em


circulação.

Re solu çã o N º . 3 6 / 9 8 ( CON TRAN ) , de 2 1 / 0 5 / 9 8

Est abelece a form a de sinalização de advert ência para veículos im obilizados,


em sit uações de em ergência.

Re solu çã o N º . 6 8 / 9 8 ( CON TRAN )

Requisit os de segurança necessários à circulação de Com binações de


Veículos de Carga – CVC.

Re solu çã o N º . 8 7 / 9 9 ( CON TRAN ) , de 0 4 / 0 5 / 9 9

Dá nova redação e prorroga prazos para a ent rada em vigor de art igos da
Resolução No 14/ 98 do CONTRAN ( Equipam ent os Obrigat órios) .

Re solu çã o N º . 9 1 / 9 9 ( CON TRAN ) , de 0 6 / 0 5 / 9 9

Dispõe sobre os cursos de t reinam ent o específico e com plem ent ar para
condut ores de veículos rodoviários t ransport adores de produt os perigosos.

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Re solu çã o N º . 1 1 6 / 0 0 ( CON TRAN ) , de 0 5 / 0 5 / 0 0

Revoga a Resolução No 506/ 76 ( Disciplina do Transport e de Carga em


Cam inhão- Tanque) .

Re solu çã o N º . 1 6 8 / 0 4 ( CON TRAN ) , de 1 4 / 1 2 / 0 4

Est abelece Norm as e Procedim ent os para form ação de condut ores de
veículos ( inclusive Curso MOPP) .

1 .4 .2 D EN ATRAN - D e pa r t a m e nt o N a cion a l de Tr â n sit o


Segundo o dispost o no art . 19 do Código de Trânsit o Brasileiro, com pet em ao
órgão m áxim o execut ivo de t rânsit o da União:

I - cum prir e fazer cum prir a legislação de t rânsit o e a execução das norm as e
diret rizes est abelecidas pelo CONTRAN, no âm bit o de suas at ribuições;

I I - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delegados,


ao cont role e à fiscalização da execução da Polít ica Nacional de Trânsit o e do
Program a Nacional de Trânsit o;

I I I - art icular- se com os órgãos dos Sist em as Nacionais de Trânsit o, de


Transport e e de Segurança Pública, obj et ivando o com bat e à violência no t rânsit o,
prom ovendo, coordenando e execut ando o cont role de ações para a preservação do
ordenam ent o e da segurança do t rânsit o;

I V - apurar, prevenir e reprim ir a prát ica de at os de im probidade cont ra a fé


pública, o pat rim ônio, ou a adm inist ração pública ou privada, referent es à
segurança do t rânsit o;

V - supervisionar a im plant ação de proj et os e program as relacionados com a


engenharia, educação, adm inist ração, policiam ent o e fiscalização do t rânsit o e
out ros, visando à uniform idade de procedim ent o;

VI - est abelecer procedim ent os sobre a aprendizagem e habilit ação de


condut ores de veículos, a expedição de docum ent os de condut ores, de regist ro e
licenciam ent o de veículos;

VI I - expedir a Perm issão para Dirigir, a Cart eira Nacional de Habilit ação, os
Cert ificados de Regist ro e o de Licenciam ent o Anual m ediant e delegação aos órgãos
execut ivos dos Est ados e do Dist rit o Federal;

Manual de Produt os Perigosos 13


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

VI I I - organizar e m ant er o Regist ro Nacional de Cart eiras de Habilit ação -


RENACH;

I X - organizar e m ant er o Regist ro Nacional de Veículos Aut om ot ores -


RENAVAM;

X - organizar a est at íst ica geral de t rânsit o no t errit ório nacional, definindo os
dados a serem fornecidos pelos dem ais órgãos e prom over sua divulgação;

XI - est abelecer m odelo padrão de colet a de inform ações sobre as ocorrências


de acident es de t rânsit o e as est at íst icas do t rânsit o;

XI I - adm inist rar fundo de âm bit o nacional dest inado à segurança e à


educação de t rânsit o;

XI I I - coordenar a adm inist ração da arrecadação de m ult as por infrações


ocorridas em localidade diferent e daquela da habilit ação do condut or infrat or e em
unidade da Federação diferent e daquela do licenciam ent o do veículo;

XI V - fornecer aos órgãos e ent idades do Sist em a Nacional de Trânsit o


inform ações sobre regist ros de veículos e de condut ores, m ant endo o fluxo
perm anent e de inform ações com os dem ais órgãos do Sist em a;

XV - prom over, em conj unt o com os órgãos com pet ent es do Minist ério da
Educação e do Desport o, de acordo com as diret rizes do CONTRAN, a elaboração e
a im plem ent ação de program as de educação de t rânsit o nos est abelecim ent os de
ensino;

XVI - elaborar e dist ribuir cont eúdos program át icos para a educação de
t rânsit o;

XVI I - prom over a divulgação de t rabalhos t écnicos sobre o t rânsit o;

XVI I I - elaborar, j unt am ent e com os dem ais órgãos e ent idades do Sist em a
Nacional de Trânsit o, e subm et er à aprovação do CONTRAN, a com plem ent ação ou
alt eração da sinalização e dos disposit ivos e equipam ent os de t rânsit o;

XI X - organizar, elaborar, com plem ent ar e alt erar os m anuais e norm as de


proj et os de im plem ent ação da sinalização, dos disposit ivos e equipam ent os de
t rânsit o aprovados pelo CONTRAN;

Manual de Produt os Perigosos 14


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

XX - expedir a perm issão int ernacional para conduzir veículo e o cert ificado de
passagem nas alfândegas, m ediant e delegação aos órgãos execut ivos dos Est ados
e do Dist rit o Federal;

XXI - prom over a realização periódica de reuniões regionais e congressos


nacionais de t rânsit o, bem com o propor a represent ação do Brasil em congressos
ou reuniões int ernacionais;

XXI I - propor acordos de cooperação com organism os int ernacionais, com


vist as ao aperfeiçoam ent o das ações inerent es à segurança e educação de t rânsit o;

XXI I I - elaborar proj et os e program as de form ação, t reinam ent o e


especialização do pessoal encarregado da execução das at ividades de engenharia,
educação, policiam ent o ost ensivo, fiscalização, operação e adm inist ração de
t rânsit o, propondo m edidas que est im ulem a pesquisa cient ífica e o ensino t écnico-
profissional de int eresse do t rânsit o, e prom ovendo a sua realização;

XXI V - opinar sobre assunt os relacionados ao t rânsit o int erest adual e


int ernacional;

XXV - elaborar e subm et er à aprovação do CONTRAN as norm as e requisit os


de segurança veicular para fabricação e m ont agem de veículos, consoant e sua
dest inação;

XXVI - est abelecer procedim ent os para a concessão do código m arca- m odelo
dos veículos para efeit o de regist ro, em placam ent o e licenciam ent o;

XXVI I - inst ruir os recursos int erpost os das decisões do CONTRAN, ao m inist ro
ou dirigent e coordenador m áxim o do Sist em a Nacional de Trânsit o;

XXVI I I - est udar os casos om issos na legislação de t rânsit o e subm et ê- los,


com propost a de solução, ao Minist ério ou órgão coordenador m áxim o do Sist em a
Nacional de Trânsit o;

XXI X - prest ar suport e t écnico, j urídico, adm inist rat ivo e financeiro ao
CONTRAN.

§ 1º Com provada, por m eio de sindicância, a deficiência t écnica ou


adm inist rat iva ou a prát ica const ant e de at os de im probidade cont ra a fé pública,
cont ra o pat rim ônio ou cont ra a adm inist ração pública, o órgão execut ivo de
t rânsit o da União, m ediant e aprovação do CONTRAN, assum irá diret am ent e, ou por

Manual de Produt os Perigosos 15


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

delegação, a execução, t ot al ou parcial, das at ividades do órgão execut ivo de


t rânsit o est adual que t enha m ot ivado a invest igação, at é que as irregularidades
sej am sanadas.

§ 2º O regim ent o int erno do órgão execut ivo de t rânsit o da União disporá
sobre sua est rut ura organizacional e seu funcionam ent o.

§ 3º Os órgãos e ent idades execut ivos de t rânsit o e execut ivos rodoviários da


União, dos Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios fornecerão,
obrigat oriam ent e, m ês a m ês, os dados est at íst icos para os fins previst os no inciso
X.

1 .4 .2 .1 Pr in cipa is Re solu çõe s do D EN ATRAN


Re solu çã o N º . 3 8 / 9 8 ( D EN ATRAN ) , de 2 1 / 0 5 / 9 8

Dispõe sobre a ident ificação das ent radas e saídas de post os de gasolina,
oficinas, est acionam ent os e ou garagens.

1 .4 .3 ABN T – Associa çã o Br a sile ir a de N or m a s Té cn ica s


Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Norm as Técnicas é o
órgão responsável pela norm alização t écnica no país, fornecendo a base necessária
ao desenvolvim ent o t ecnológico brasileiro.

É um a ent idade privada, sem fins lucrat ivos, reconhecida com o Fórum
Nacional de Norm alização – ÚNI CO – at ravés da Resolução No 07 do CONMETRO,
de 24.08.1992.

É m em bro fundador da I SO - I nt ernat ional Organizat ion for St andardizat ion,


da COPANT - Com issão Pan- am ericana de Norm as Técnicas e da AMN - Associação
Mercosul de Norm alização.

Ent re as Norm as ABNT relat ivas ao t ransport e, m anuseio e arm azenam ent o de
produt os perigosos relacionaram - se apenas as que t razem as diret rizes básicas do
assunt o, port ant o a relação de norm as abaixo relacionadas não é t axat iva sobre o
t em a:

a) N BR 7 5 0 0 – I dent ificação para o Transport e Terrest re, Manuseio,


Movim ent ação e Arm azenam ent o de Produt os ( 2005) ;

Manual de Produt os Perigosos 16


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

b) N BR 7 5 0 1 – Transport e Terrest re de Produt os Perigosos - Term inologia


( 2005) ;

c) N BR 7 5 0 3 – Ficha de Em ergência e Envelope para o Transport e Terrest re


de Produt os Perigosos – Caract eríst icas, Dim ensões e Preenchim ent o
( 2005) ;

d) N BR 9 7 3 5 – Conj unt o de Equipam ent os para Em ergências no Transport e


Terrest re de Produt os Perigosos ( 2005) ;

e) N BR 1 0 2 7 1 – Conj unt o de Equipam ent os para Em ergências no Transport e


Rodoviário de Ácido Fluorídrico ( 2005) ;

f) N BR 1 2 9 8 2 – Desvaporização de Tanque para Transport e Terrest re de


Produt os Perigosos – Classe de Risco 3 – Líquidos I nflam áveis ( 2003) ;

g) N BR 1 3 2 2 1 – Transport e Terrest re de Resíduos ( 2005) ;

h) N BR 1 4 0 6 4 – At endim ent o a Em ergência no Transport e Terrest re de


Produt os Perigosos ( 2003) ;

i) N BR 1 4 0 9 5 – Área de Est acionam ent o para Veículos Rodoviários de


Transport e de Produt os Perigosos ( 2003) ;

j ) N BR 14619 – Transport e Terrest re de Produt os Perigosos -


I ncom pat ibilidade Quím ica ( 2005) ;

1 .4 .4 I N M ETRO - I n st it u t o N a cion a l de M e t r ologia , N or m a liza çã o e


Qu a lida de I n du st r ia l
O I nst it ut o Nacional de Met rologia, Norm alização e Qualidade I ndust rial -
I nm et ro - é um a aut arquia federal, vinculada ao Minist ério do Desenvolvim ent o,
I ndúst ria e Com ércio Ext erior, que at ua com o Secret aria Execut iva do Conselho
Nacional de Met rologia, Norm alização e Qualidade I ndust rial ( Conm et ro) , colegiado
int erm inist erial, que é o órgão norm at ivo do Sist em a Nacional de Met rologia,
Norm alização e Qualidade I ndust rial ( Sinm et ro) .

O Sinm et ro, o Conm et ro e o I nm et ro foram criados pela Lei 5.966, de 11 de


dezem bro de 1973, cabendo a est e últ im o subst it uir o ent ão I nst it ut o Nacional de
Pesos e Medidas ( I NPM) e am pliar significat ivam ent e o seu raio de at uação a
serviço da sociedade brasileira.

Manual de Produt os Perigosos 17


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

No âm bit o de sua am pla m issão inst it ucional, o I nm et ro t em por obj et ivo


fort alecer as em presas nacionais, aum ent ando sua produt ividade por m eio da
adoção de m ecanism os dest inados à m elhoria da qualidade de produt os e serviços.

Sua m issão é prom over a qualidade de vida do cidadão e a com pet it ividade da
econom ia at ravés da m et rologia e da qualidade.

São at ribuições do I nm et ro:

a) Execut ar as polít icas nacionais de m et rologia e da qualidade;

b) Verificar a observância das norm as t écnicas e legais, no que se refere às


unidades de m edida, m ét odos de m edição, m edidas m at erializadas,
inst rum ent os de m edição e produt os pré- m edidos;

c) Mant er e conservar os padrões das unidades de m edida, assim com o


im plant ar e m ant er a cadeia de rast reabilidade dos padrões das unidades de
m edida no país, de form a a t orná- las harm ônicas int ernam ent e e
com pat íveis no plano int ernacional, visando, em nível prim ário, à sua
aceit ação universal e; em nível secundário, à sua ut ilização com o suport e ao
set or produt ivo, com vist as à qualidade de bens e serviços;

d) Fort alecer a part icipação do País nas at ividades int ernacionais relacionadas
com m et rologia e qualidade, além de prom over o int ercâm bio com ent idades
e organism os est rangeiros e int ernacionais;

e) Prest ar suport e t écnico e adm inist rat ivo ao Conselho Nacional de Met rologia,
Norm alização e Qualidade I ndust rial - Conm et ro, bem assim aos seus
com it ês de assessoram ent o, at uando com o sua Secret aria- Execut iva;

f) Fom ent ar a ut ilização da t écnica de gest ão da qualidade nas em presas


brasileiras;

g) Planej ar e execut ar as at ividades de acredit ação ( credenciam ent o) de


laborat órios de calibração e de ensaios, de provedores de ensaios de
proficiência, de organism os de cert ificação, de inspeção, de t reinam ent o e de
out ros, necessários ao desenvolvim ent o da infra- est rut ura de serviços
t ecnológicos no País; e

h) Coordenar, no âm bit o do Sinm et ro, a cert ificação com pulsória e volunt ária
de produt os, de processos, de serviços e a cert ificação volunt ária de pessoal.

Manual de Produt os Perigosos 18


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Ent re os principais docum ent os em it idos pelo I nm et ro, relacionados com o


Transport e Rodoviário de Produt os Perigosos, pode- se dest acar:

a) RTQ- 1 i – I nspeção Periódica de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Grupo 1;

b) RTQ- 1 c – I nspeção na Const rução de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Grupo 1;

c) RTQ- 3 i – I nspeção Periódica de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Grupos 3 e 27E;

d) RTQ- 3 c – I nspeção na Const rução de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário e Produt os Perigosos a Granel – Grupos 3 e 27E;

e) RTQ- 0 5 – I nspeção de Veículos Rodoviários para o Transport e de Produt os


Perigosos;

f) RTQ- 6 i – I nspeção Periódica de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Grupos 6 e 27D;

g) RTQ- 6 c – I nspeção na Const rução de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Grupos 6 e 27D;

h) RTQ- 7 i – I nspeção periódica de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Líquidos com Pressão de
Vapor at é 175 kPa;

i) RTQ- 7 c – I nspeção na Const rução de Equipam ent os para o Transport e


Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Líquidos com pressão de
vapor at é 175 kPa;

j ) RTQ- 3 2 – Para choque t raseiro de veículos rodoviários para o t ransport e


de Produt os Perigosos – Const rução, Ensaio e I nst alação;

k) RTQ- 3 6 – I nspeção de Revest im ent o I nt erno de Equipam ent o para o


Transport e Rodoviário de Produt os Perigosos a Granel – Aplicação e
Periódica;

l) RTQ- CAR – I nspeção Periódica de Carroçarias de Veículos Rodoviários e


Caçam bas I nt ercam biáveis para o Transport e de Produt os Perigosos.

Manual de Produt os Perigosos 19


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

1 .5 RESPON SABI LI D AD ES LEGAI S N OS ACI D EN TES N O TRAN SPORTE


ROD OVI ÁRI O D E PROD UTOS PERI GOSOS
At é o início dos anos oit ent a haviam poucas e dispersas legislações de
prot eção ao m eio am bient e. Com o advent o da Lei No 6.938/ 81, que criou a Polít ica
Nacional do Meio Am bient e, passou- se a t er a visão m ais prot ecionist a nas
quest ões am bient ais. I nst it ui- se, a part ir de ent ão, as responsabilidades de pessoas
físicas ou j urídicas, de direit o público ou privado, que, diret a ou indiret am ent e,
causem degradação am bient al, independent em ent e de culpa, adot ando- se para o
caso a t eoria da responsabilidade obj et iva, na qual o risco é que det erm ina o dever
de responder pelo dano.

Segundo os princípios da responsabilidade obj et iva, previst os na Lei No


6.938/ 81, t odo aquele que deu causa, responde pelo dano, bast ando para isso
provar o nexo causal ent re a ação produzida e o dano efet ivo. A responsabilidade é
t ida com o obj et iva, pois independe de um elem ent o subj et ivo, ou sej a, a culpa, que
ant es era fundam ent al na apuração de responsabilidades provenient es de danos.
Dessa form a, com o advent o da lei em referência, desnecessária se t ornou provar a
culpa do causador de dano am bient al, de t al form a que a prova de culpa se t ornou
irrelevant e, rest ando som ent e num caso concret o, est abelecer o nexo causal.

Especificam ent e, num acident e de t ransport e rodoviário de produt os


perigosos, ainda que a em presa t ransport adora t enha t om ado t odos os cuidados e
não t enha, a princípio, culpa pelo acident e, a responsabilidade pelos danos
am bient ais causados cont inua sendo da em presa t ransport adora, pois a ausência
de culpa, nest e caso, não é m ais excludent e da responsabilidade de indenizar e
reparar os danos.

A Lei de Polít ica Nacional de Meio Am bient e, Lei No 6.938, no seu art igo 3 o ,
inciso I V, define o poluidor com o: " a pessoa física ou j urídica, de direit o público ou
privado, responsável diret a ou indiret am ent e, por at ividade causadora de
degradação am bient al" , grifo do aut or. Observa- se que no caso em t ela, a
responsabilidade civil at inge além do t ransport ador, que efet ivam ent e é o poluidor
diret o, t am bém o fabricant e, im port ador e dest inat ário do produt o, os quais são
considerados poluidores indiret os. Dessa form a, o fabricant e do produt o cont inua
responsável pelos danos decorrent es de im pact os ao m eio am bient e e a t erceiros
gerados por acident es envolvendo seus produt os, m esm o não sendo o causador
diret o do acident e. De igual form a o dest inat ário do produt o possui as m esm as

Manual de Produt os Perigosos 20


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

responsabilidades. Quem fabrica, im port a ou adquire um produt o perigoso est á


assum indo os riscos de um event o indesej ado e as conseqüências que aquele
produt o pode causar. I m port ant e frisar que no caso de um acident e envolvendo o
t ransport e rodoviário de produt os perigosos, poluidor, inicialm ent e é o
t ransport ador, caso est e não responda pelo acident e, t ant o o fabricant e quant o o
im port ador e o dest inat ário do produt o, podem ser acionados a responder pelo
acident e caso o t ransport ador não o faça. No caso dos responsáveis indiret os
responderem pelo ônus do acident e, est es podem num segundo m om ent o, acionar
j udicialm ent e o responsável diret o ( t ransport ador) para serem ressarcidos dos
prej uízos gerados pelo acident e. .

A Const it uição Federal de 1988 recepcionou a Lei de Polít ica Nacional do Meio
Am bient e, o art . 225 da CF/ 88, fixou os princípios gerais em relação ao m eio
am bient e, est abelecendo no parágrafo t erceiro que as condut as e at ividades lesivas
ao m eio am bient e suj eit arão aos infrat ores, pessoas físicas ou j urídicas, às sanções
penais e adm inist rat ivas, independent em ent e da obrigação de reparar o dano
causado. Dest aca- se no disposit ivo Const it ucional que a responsabilidade penal é
previst a não só para a pessoa física com o t am bém para a pessoa j urídica.

Ar t . 2 2 5 - Todos t êm direit o ao m eio am bient e ecologicam ent e equilibrado,


bem de uso com um do povo e essencial à sadia qualidade de vida, im pondo- se ao
Poder Público e à colet ividade o dever de defendê- lo e preservá- lo para as
present es e fut uras gerações.

Segundo o dispost o no parágrafo 3 o , do Art . 225 da CF, " as condut as e


at ividades consideradas lesivas ao m eio am bient e suj eit arão aos infrat ores, pessoas
físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat ivas, independent em ent e da
obrigação de reparar os danos causados".

Além das ações de carát er civil, os acident es gerados no t ransport e rodoviário


de produt os perigosos, podem acarret ar sanções de nat ureza adm inist rat iva, t ais
com o as com inat órias de m ult a, aplicadas pelos órgãos de cont role am bient al,
com o exem plo cit a- se a Lei de Crim es Am bient ais, Lei No 9.605/ 98, que no seu Art .
75, prevê valores de m ult a de m ínim o de R$ 50,00 ( cinqüent a reais) e no m áxim o
de R$ 50.000.000,00 ( cinqüent a m ilhões de reais) .

No que se refere aos aspect os crim inais da Lei No 9.605/ 98, a apuração do
elem ent o subj et ivo, ou sej a, a culpa do agent e poluidor, gerada por at os de

Manual de Produt os Perigosos 21


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

negligência, im prudência, im perícia ou dolo, passa a ser fundam ent al na


responsabilização pelo delit o. Ao cont rário da responsabilidade civil e adm inist rat iva
que desconsidera o elem ent o culpa na apuração das responsabilidades por dano
am bient al, na esfera crim inal, a responsabilidade est á caucada na culpa, ou sej a,
sem culpa não há que falar em responsabilidade crim inal.

1 .6 CON SI D ERAÇÕES FI N AI S
A dem anda por t ransport es t em evoluído e por via de conseqüência
acom panha o desenvolvim ent o econôm ico do país. Tal fat o requer do segm ent o de
t ransport es adequações para at ender a dem anda. A at uação do Poder Público no
que se refere ao t ransport e rodoviário de produt os perigosos deve não apenas
assegurar condições ao desenvolvim ent o sócio- econôm ico, m as priorit ária e
vinculadam ent e, garant ir a m áxim a prot eção e preservação da segurança dos
usuários da via, da população lindeira e do m eio am bient e, sadio e ecologicam ent e
equilibrado, conform e preconizado na Const it uição Federal de 1988.

O hist órico de acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os


perigosos no Brasil e no m undo t em dem onst rado por provas claras que a falt a de
conhecim ent os com relação aos cuidados inerent es a at ividade t em sido a causa
principal de inúm eras t ragédias.

É dever do Poder Público produzir inform ações e dados relacionados ao


t ransport e de produt os perigosos; assim com o, sobre seus event os, acident es,
causas e efeit os; e ainda, sobre veículos, unidades de t ransport e,
acondicionam ent o de cargas, produt os, subst âncias, m at eriais, norm as de
const rução, sinalização, fiscalização et c., dando am pla publicidade,
disponibilizando- as e divulgando- as à colet ividade, com vist as principalm ent e aos
aspect os prevent ivos e inclusive buscando por m eio da prom oção da educação
am bient al em t odos os níveis, a conscient ização pública para a preservação da
segurança viária e do m eio am bient e.

Manual de Produt os Perigosos 22


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

2 . I D EN TI FI CAÇÃO E CLASSI FI CAÇÃO D E PROD UTOS PERI GOSOS

De t odos os segm ent os que t rabalham com produt os perigosos, segundo as


est at íst icas disponíveis no Est ado de São Paulo, as at ividades realizadas no
t ransport e rodoviário são as que m ais t em cont abilizado ocorrências envolvendo
acident es com vazam ent o de produt os perigosos para o m eio am bient e. Est es
veículos circulam por áreas densam ent e povoadas e vulneráveis do pont o de vist a
am bient al, agravando assim os im pact os causados ao m eio am bient e e à
com unidade, quando dessas ocorrências.

Liberações acident ais de produt os quím icos no m eio am bient e, dependendo


das caract eríst icas físicas, quím icas e t oxicológicas dessas subst âncias, podem
originar diferent es t ipos de im pact o, causando danos à saúde pública, ao m eio
am bient e, à segurança da população e ao pat rim ônio, público e privado. Assim , a
legislação vigent e det erm ina que t odos os veículos que t ransport am produt os
perigosos devem port ar inform ações que facilit em a ident ificação dos produt os
t ransport ados e de seus respect ivos riscos.

Um a das prim eiras ações a ser execut ada em um cenário acident al


envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos, é o da pront a
classificação e ident ificação dos produt os envolvidos. O acesso às inform ações
relat ivas às caract eríst icas físicas e quím icas do produt o, irá subsidiar as equipes na
im ediat a adoção das m edidas de cont role, reduzindo os riscos para a com unidade,
aos próprios at endent es da ocorrência e ao m eio am bient e.

2 .1 CLASSI FI CAÇÃO D E PROD UTOS PERI GOSOS


Os produt os perigosos são classificados pela Organização das Nações Unidas
( ONU) em nove classes de riscos e respect ivas subclasses, conform e apresent ado
no Quadro 2.1- 1.

Qu a dr o 2 . 1 - 1 – Cla ssifica çã o ON U dos Riscos dos Pr odu t os Pe r igosos

Cla ssifica çã o Su bcla sse D e fin içõe s

Cla sse 1 1.1 Subst ância e art igos com risco de explosão em m assa.
Explosivos
Subst ância e art igos com risco de pr oj eção, m as sem risco de
1.2
explosão em m assa.

Manual de Produt os Perigosos 23


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Cla ssifica çã o Su bcla sse D e fin içõe s

Subst âncias e art igos com risco de fogo e com pequeno risco de
1.3 explosão ou de proj eção, ou am bos, m as sem risco de explosão
em m assa.

1.4 Subst ância e art igos que não apresent am risco significat ivo.

1.5 Subst âncias m uit o insensíveis, com risco de explosão em m assa;

Art igos ext rem am ent e insensíveis, sem risco de explosão em


1.6
m assa.

Gases inflam áveis: são gases que a 20°C e à pr essão norm al são
2.1
inflam áveis.

Cla sse 2 Gases não- inflam áveis, não t óxicos: são gases asfixiant es e
2.2
Gases oxidant es, que não se enquadrem em out ra subclasse.

Gases t óxicos: são gases t óxicos e corrosivos que const it uam risco
2.3
à saúde das pessoas.

Cla sse 3 Líquidos inflam áveis: são líquidos, m ist uras de líquidos ou líquidos
- que cont enham sólidos em solução ou suspensão, que produzam
Líquidos I nflam áveis vapor inflam ável a t em perat uras de at é 60,5°C.

Sólidos inflam áveis, Subst âncias aut o- reagent es e ex plosivos


sólidos insensibilizados: sólidos que, em condições de t ranspor t e,
4.1
sej am facilm ent e com bust íveis, ou que, por at rit o, possam causar
fogo ou cont ribuir para t al.

Subst âncias suj eit as à com bust ão espont ânea: subst âncias
Cla sse 4 suj eit as a aquecim ent o espont âneo em condições norm ais de
4.2
Sólidos I nflam áveis t ransport e, ou a aquecim ent o em cont at o com o ar, podendo
inflam ar- se.

Subst âncias que, em cont at o com água, em it em gases


inflam áveis: subst âncias que por int eração com água, podem
4.3
t ornar- se espont aneam ent e inflam áveis, ou liberar gases
inflam áveis em quant idades perigosas.

Cla sse 5 Subst âncias oxidant es: são subst âncias que podem causar a
5.1
com bust ão de out ros m at eriais ou cont ribuir para isso.
Subst âncias
Oxidant es e
Peróxidos orgânicos: são poderosos agent es oxidant es,
Peróxidos Orgânicos 5.2
periodicam ent e inst áveis, podendo sofrer decom posição.

Subst âncias t óxicas: são subst âncias capazes de provocar m ort e,


Cla sse 6 6.1 lesões graves ou danos à saúde hum ana, se ingeridas ou inaladas,
Subst âncias Tóxicas e ou se ent rarem em cont at o com a pele.
Subst âncias
I nfect ant es Subst âncias infect ant es: são subst âncias que podem provocar
6.2
doenças infecciosas em seres hum anos ou em anim ais.

Cla sse 7
- Qualquer m at erial ou subst ância que em it e radiação.
Mat erial radioat ivo

Manual de Produt os Perigosos 24


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Cla ssifica çã o Su bcla sse D e fin içõe s

Cla sse 8
São subst âncias que, por ação quím ica, causam severos danos
Subst âncias -
quando em cont at o com t ecidos vivos.
Corrosivas

Cla sse 9
São aqueles que apresent am , durant e o t ransport e, um risco
Subst âncias e Art igos -
abrangido por nenhum a das out ras classes.
Perigosos Diversos

A classificação de um a subst ância num a das classes de risco, acim a


apresent adas, é realizada por m eio de crit érios t écnicos, os quais est ão definidos
na legislação do t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

2 .2 I D EN TI FI CAÇÃO D E PROD UTOS PERI GOSOS


A ident ificação de produt os perigosos para o t ransport e rodoviário é realizada
por m eio da sim bologia de risco, com post a por um painel de segurança, de cor
alaranj ada, e um rót ulo de risco. Est as inform ações obedecem aos padrões t écnicos
definidos na legislação do t ransport e de produt os perigosos.

As inform ações inseridas no painel de segurança e no rót ulo de risco,


conform e det erm ina a legislação, abrangem o Núm ero de Risco e o Núm ero da
ONU, no Painel de Segurança, e o Sím bolo de Risco e a Classe/ Subclasse de Risco
no Rót ulo de Risco, conform e pode ser observado na Figura 2.2- 1.

No de Risco Símbolo de Risco

No ONU
Classe/Subclasse
de Risco

Figu r a 2 .2 - 1 – Pa ine l de Se gu r a n ça e Rót u lo de Risco

2 .2 .1 N ú m e r o de Risco
Conform e pode ser observado na Figura 2.2.1, o núm ero de risco é fixado na
part e superior do Painel de Segurança e pode ser const it uído por at é t rês
algarism os ( m ínim o de dois) , que indicam a nat ureza e a int ensidade dos riscos,

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conform e est abelecido na Resolução n° 420, de 12/ 02/ 2004, da Agência Nacional
de Transport e Terrest re ( ANTT) / Minist ério dos Transport es Quadro 2.2.1- 1.

Qu a dr o 2 .2 .1 - 1 – Sign ifica do dos Riscos dos Alga r ism os dos N úm e r os de


Risco

Alga r ism o Sign ifica do


2 Desprendim ent o de gás devido à pressão ou à reação quím ica.
I nflam abilidade de líquidos ( vapores) e gases ou líquido suj eit o a aut o-
3
aquecim ent o.
4 I nflam abilidade de sólidos ou sólido suj eit o a aut o- aquecim ent o.
5 Efeit o oxidant e ( int ensifica o fogo) .
6 Toxicidade ou risco de infecção.
7 Radioat ividade.
8 Corrosividade.
9 Risco de violent a reação espont ânea.
Subst ância que reage perigosam ent e com água ( ut ilizado com o prefixo
X
do código num érico) .

Obse r va çõe s:

1. O risco de violent a reação espont ânea, represent ado pelo algarism o 9, inclui a
possibilidade, decorrent e da nat ureza da subst ância, de um risco de explosão,
desint egração ou reação de polim erização, seguindo- se o desprendim ent o de
quant idade considerável de calor ou de gases inflam áveis e/ ou t óxicos;
2. Quando o núm ero de risco for precedido pela let ra X, ist o significa que não deve
ser ut ilizada água no produt o, excet o com aprovação de um especialist a.
3. A repet ição de um núm ero indica, em geral, um a aum ent o da int ensidade
daquele risco específico;
4. Quando o risco associado a um a subst ância puder ser adequadam ent e indicado
por um único algarism o, est e será seguido por zero.

O núm ero de risco perm it e det erm inar im ediat am ent e o risco principal
( prim eiro algarism o) e os riscos subsidiários do produt o ( segundo e t erceiro
algarism os) ; as diferent es com binações, que form am os diferent es núm eros de
risco, est ão apresent adas na Quadro 2.2.1- 2.

Manual de Produt os Perigosos 26


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Qu a dr o 2 .2 .1 - 2 – N úm e r os de Risco

N o de
Sign ifica do
Risco

20 Gás asfixiant e ou gás sem risco subsidiário

22 Gás liqüefeit o refrigerado, asfixiant e

223 Gás liqüefeit o refrigerado, inflam ável

225 Gás liqüefeit o refrigerado, oxidant e ( int ensifica o fogo)

23 Gás inflam ável

239 Gás inflam ável, pode conduzir espont aneam ent e à violent a reação

25 Gás oxidant e ( int ensifica o fogo)

26 Gás t óxico

263 Gás t óxico, inflam ável

265 Gás t óxico, oxidant e ( int ensifica o fogo)

268 Gás t óxico, corrosivo

Líquido inflam ável ( 23°C< PFg < 60,5°C) , ou líquido ou sólido inflam ável
30 em est ado fundido com PFg > 60,5°C , aquecido a um a t em perat ura igual
ou superior a seu PFg, ou líquido suj eit o a aut o- aquecim ent o

Líquido inflam ável, que reage com água, desprendendo gases


323
inflam áveis

Líquido inflam ável, que reage perigosam ent e com água, desprendendo
X323
gases inflam áveis( * )

33 Líquido m uit o inflam ável ( PFg < 23°C)

333 Líquido pirofórico

X333 Líquido pirofórico, que reage perigosam ent e com água ( * )

336 Líquido alt am ent e inflam ável, t óxico

338 Líquido alt am ent e inflam ável, corrosivo

Líquido alt am ent e inflam ável, corrosivo, que reage perigosam ent e com
X338
água ( * )

Líquido alt am ent e inflam ável, pode conduzir espont aneam ent e a violent a
339
reação

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N o de
Sign ifica do
Risco

Líquido inflam ável ( 23°C< PFg < 60,5°C) , levem ent e t óxico ou líquido
36
suj eit o a aut o- aquecim ent o, t óxico

Líquido inflam ável, t óxico, que reage com água, desprendendo gases
362
inflam áveis

Líquido inflam ável, t óxico, que reage perigosam ent e com água,
X362
desprendendo gases inflam áveis( * )

368 Líquido inflam ável, t óxico, corrosivo

Líquido inflam ável ( 23°C< PFg < 60,5°C) , levem ent e corrosivo, ou
38
líquido suj eit o a aut o- aquecim ent o, corrosivo.

Líquido inflam ável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases
382
inflam áveis

Líquido inflam ável, corrosivo, que reage perigosam ent e com água,
X382
desprendendo gases inflam áveis( * )

39 Líquido inflam ável que pode conduzir espont aneam ent e à violent a reação

Sólido inflam ável, ou subst ância aut o- reagent e, ou subst ância suj eit a a
40
aut o- aquecim ent o

423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

Sólido que reage perigosam ent e com água, desprendendo gases


X423
inflam áveis( * )

43 Sólido espont aneam ent e inflam ável ( pirofórico)

44 Sólido inflam ável, em est ado fundido num a t em perat ura elevada

446 Sólido inflam ável, t óxico, em est ado fundido a um a t em perat ura elevada

46 Sólido inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o, t óxico

462 Sólido t óxico que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

Sólido que reage perigosam ent e com água, desprendendo gases


X462
t óxicos( * )

48 Sólido inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o, corrosivo

482 Sólido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

Sólido que reage perigosam ent e com água, desprendendo gases


X482
corrosivos( * )

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N o de
Sign ifica do
Risco

50 Subst ância oxidant e ( int ensifica o fogo)

539 Peróxido orgânico inflam ável

55 Subst ância fort em ent e oxidant e ( int ensifica o fogo)

556 Subst ância fort em ent e oxidant e ( int ensifica o fogo) , t óxica

558 Subst ância fort em ent e oxidant e ( int ensifica o fogo) , corrosiva

Subst ância fort em ent e oxidant e ( int ensifica o fogo) , pode conduzir
559
espont aneam ent e à violent a reação

56 Subst ância oxidant e ( int ensifica o fogo) , t óxica

568 Subst ância oxidant e ( int ensifica o fogo) , t óxica, corrosiva

58 Subst ância oxidant e ( int ensifica o fogo) , corrosiva

Subst ância oxidant e ( int ensifica o fogo) , pode conduzir


59
espont aneam ent e à violent a reação

60 Subst ância t óxica ou levem ent e t óxica

606 Subst ância infect ant e

623 Líquido t óxico que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

63 Subst ância t óxica, inflam ável ( 23°C< PFg < 60,5° C)

638 Subst ância t óxica, inflam ável ( 23°C< PFg < 60,5 °C) , corrosiva

Subst ância t óxica, inflam ável ( PFg < 60,5°C) , pode conduzir
639
espont aneam ent e à violent a reação

64 Sólido t óxico, inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o

642 Sólido t óxico que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

65 Subst ância t óxica, oxidant e ( int ensifica o fogo)

66 Subst ância alt am ent e t óxica

663 Subst ância alt am ent e t óxica, inflam ável ( PFg < 60,5°C)

664 Sólido alt am ent e t óxico, inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o

665 Subst ância alt am ent e t óxica, oxidant e ( int ensifica o fogo)

668 Subst ância alt am ent e t óxica, corrosiva

Manual de Produt os Perigosos 29


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

N o de
Sign ifica do
Risco

Subst ância alt am ent e t óxica que pode conduzir espont aneam ent e à
669
violent a reação

68 Subst ância t óxica, corrosiva

Subst ância t óxica ou levem ent e t óxica pode conduzir espont aneam ent e
69
à violent a reação

70 Mat erial radioat ivo

72 Gás radioat ivo

723 Gás radioat ivo, inflam ável

73 Líquido radioat ivo, inflam ável ( PFg < 60,5°C)

74 Sólido radioat ivo, inflam ável

75 Mat erial radioat ivo, oxidant e ( int ensifica o fogo)

76 Mat erial radioat ivo, t óxico

78 Mat erial radioat ivo, corrosivo

80 Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, que reage perigosam ent e
X80
com água ( * )

823 Líquido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, inflam ável ( 23°C< PFg <
83
60,5°C)

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, inflam ável ( 23°C< PFg <
X83
60,5°C) que reage perigosam ent e com água ( * )

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, inflam ável ( 23°C< PFg <
839
60,5°C) , que pode conduzir espont aneam ent e à violen t a reação

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, inflam ável ( 23°C< PFg <
X839 60,5°C) , que pode conduzir espont aneam ent e à violen t a reação e que
reage perigosam ent e com água ( * )

84 Sólido corrosivo, inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o

842 Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflam áveis

Manual de Produt os Perigosos 30


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

N o de
Sign ifica do
Risco

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, oxidant e ( int ensifica o


85
fogo)

Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, oxidant e ( int ensifica o


856
fogo) , t óxica

86 Subst ância corrosiva ou levem ent e corrosiva, t óxica

88 Subst ância alt am ent e corrosiva

X88 Subst ância alt am ent e corrosiva, que reage perigosam ent e com água ( * )

883 Subst ância alt am ent e corrosiva, inflam ável ( 23° C< PFg < 60,5°C)

884 Sólido alt am ent e corrosivo, inflam ável ou suj eit o a aut o- aquecim ent o

885 Subst ância alt am ent e corrosiva, oxidant e ( int ensifica o fogo)

886 Subst ância alt am ent e corrosiva, t óxica

Subst ância alt am ent e corrosiva, t óxica, que reage perigosam ent e com
X886
água ( * )

Subst âncias que apresent am risco para o m eio am bient e; subst âncias
90
perigosas diversas

99 Subst âncias perigosas diversas t ransport adas em t em perat ura elevada

PFg = Pont o de Fulgor;


( * ) Não usar água, excet o com aprovação de um especialist a.

Nas Figuras 2.2.1- 1 a 2.2.1- 5 são apresent ados exem plos da aplicação da
m et odologia de ident ificação dos núm eros de risco.

263 Gás Tóxico e I nflam ável

Riscos

Risco Principal

Gás Tóxico I nflam ável


Figu r a 2 .2 .1 - 1 – Ex e m plo – N ú m e r o de Risco – Gá s ( Cla sse 2 )

Manual de Produt os Perigosos 31


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Sólido que reage perigosam ent e


X423 com água, desprendendo gases
inflam áveis.

Riscos Subsidiários: Gás e

Risco Principal: Sólido I nflam ável


Reage Perigosam ent e com Água

Figu r a 2 .2 .1 - 2 – Ex e m plo – N ú m e r o de Risco – Sólido ( Cla sse 4 )

Conform e m encionado ant eriorm ent e, a repet ição de um núm ero indica, em
geral, o aum ent o da int ensidade daquele risco específico, com o m ost ra a Figura
2.2.1- 3.

33 Líquido Alt am ent e I nflam ável

Risco Subsidiário: I nflam ável


Risco Principal: Líquido I nflam ável

Figu r a 2 .2 .1 - 3 – Ex e m plo – N ú m e r o de Risco – Líqu ido I n fla m á v e l ( Cla sse


3)

Tam bém , conform e j á m encionado, na ausência de risco subsidiário, deve ser


colocado com o segundo algarism o o zero, conform e pode ser observado na Figura
2.2.1- 4.

Manual de Produt os Perigosos 32


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Líquido inflam ável, líquido ou sólido


30 inflam ável em est ado fundido com
PFg > 60,5°C, aquecido a um a
t em perat ura igual ou superior a
seu PFg, ou líquido suj eit o a aut o
aquecim ent o.

Ausência de Risco Subsidiário


Risco Principal: Líquido

Figu r a 2 .2 .1 - 4 – Ex e m plo – N ú m e r o de Risco – Líqu ido I n fla m á v e l ( Cla sse


3)

2 .2 .2 N ú m e r o de I de n t ifica çã o do Pr odu t o ou N ú m e r o da ON U
Trat a- se de um núm ero com post o por quat ro algarism os, que deve ser fixado
na part e inferior do Painel de Segurança, servindo para a ident ificação de um a
det erm inada subst ância ou art igo classificado com o perigoso.

Nas Figuras 2.2.2- 1 e 2.2.2- 2 são apresent ados exem plos da aplicação do No
ONU no Painel de Segurança, a ser ut ilizado em veículo t ransport ador de produt os
perigosos.

1203 Com bust ível aut o- m ot or, incluindo


álcool aut o- m ot or e gasolina

Figu r a 2 .2 .2 - 1 – Ex e m plo – N o ON U

268 Gás Tóxico e Corrosivo

1005 Am ônia Anidra

Figu r a 2 .2 .2 - 2 – Ex e m plo – N o de Risco e N o ON U

2 .2 .3 Rót u lo de Risco
Toda em balagem confiada ao t ransport e rodoviário deve port ar o rót ulo de
risco, cuj as dim ensões devem ser est abelecidas de acordo com a legislação/
norm alização vigent e.

Manual de Produt os Perigosos 33


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

O rót ulo de risco ut ilizado no t ransport e deve ser correspondent e à classe ou


subclasse de risco do produt o. Os núm eros das classes e subclasses são fixados na
part e inferior dos rót ulos de risco e ou discrim inados em cam po especifico
const ant e nos docum ent os fiscais port ados pelo condut or do veículo.

Os rót ulos de risco t êm a form a de um quadrado, colocado num ângulo de 45°


( form a de losango) , podendo cont er sím bolos, figuras e/ ou expressões
em olduradas, referent es à classe/ subclasse do produt o perigoso. Os rót ulos de
risco são divididos em duas m et ades:

ƒ A m et ade superior dest ina- se a exibir o pict ogram a, sím bolo de


ident ificação do risco. Excet o para as subclasses 1.4, 1.5 e 1.6;

ƒ A m et ade inferior dest ina- se para exibir o núm ero da classe ou subclasse
de risco e grupo de com pat ibilidade, conform e apropriado, e quando
aplicável o t ext o indicat ivo da nat ureza do risco.

Na Figura 2.2.3- 1 é m ost rada a form a de aplicação do sím bolo, t ext o e


núm ero da classe/ subclasse no rót ulo de risco.

Figu r a 2 .2 .3 - 1 – Rót u lo de Risco

Nas Figuras 2.2.3- 2 a 2.2.3- 10 são apresent ados os rót ulos de risco aplicados
nas classes/ subclasses de risco de 1 a 9, respect ivam ent e.

1.4 1.5 1.6


EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO

1 1
*1 * *
1
1

Figu r a 2 .2 .3 - 2 – Rót u los de Risco da Cla sse 1 – Ex plosivos

Manual de Produt os Perigosos 34


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

2 2 2 2 2 2

Figu r a 2 .2 .3 - 3 – Rót u los de Risco da Cla sse 2 – Ga se s

3 3

Figu r a 2 .2 .3 - 4 – Rót u lo de Risco da Cla sse 3 – Líqu idos I n fla m á ve is

4 4 4 4

Figu r a 2 .2 .3 - 5 – Rót u los de Risco da Cla sse 4 – Sólidos I n fla m á ve is

5.1 5.1 5.2 5.2

Figu r a 2 .2 .3 - 6 – Rót u los de Risco da Cla sse 5 – Su bst â n cia s


Ox ida n t e s e Pe r óx idos Or gâ n icos

Figu r a 2 .2 .3 - 7 – Rót u los de Risco da Cla sse 6 – Su bst â n cia s Tóx ica s
e Su bst â n cia s I n fe ct a n t e s

Figu r a 2 .2 .3 - 8 – Rót u los de Risco da Cla sse 7 – M a t e r ia is Ra dioa t ivos

Manual de Produt os Perigosos 35


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 9 – Rót u lo de Risco da Cla sse 8 – Su bst â n cia s Cor r osiva s

Figu r a 2 .2 .3 - 1 0 – Rót u lo de Risco da Cla sse 9 – Su bst â n cia s e Ar t igos


Pe r igosos D ive r sos

Obse r va çã o:

O veículo que t ransport a produt os perigosos, conform e a legislação vigent e


deve fixar a sua sinalização na frent e ( painel de segurança, do lado esquerdo do
m ot orist a) , na t raseira ( painel de segurança, do lado esquerdo do m ot orist a) e nas
lat erais ( painel de segurança e o rót ulo indicat ivo da classe ou subclasse de risco)
colocados do cent ro para a t raseira, em local visível. Quando a unidade de
t ransport e a granel t rafegar vazia, sem t er sido descont am inada, est á suj eit a às
m esm as prescrições que a unidade de t ransport e carregada devendo port ant o,
est ar ident ificada com os rót ulos de risco e os painéis de segurança conform e pode
ser observado na Figura 2.2.3- 11.

Figu r a 2 .2 .3 - 1 1 – Ca r ga a Gr a n e l – Um pr odu t o

Manual de Produt os Perigosos 36


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 1 2 – Ca r ga a Gr a n e l – M a is de Um Pr odu t o com M e sm o Risco

Figu r a 2 .2 .3 - 1 3 – Ca r ga a Gr a n e l – M a is de Um Pr odu t o com Riscos


D ife r e n t e s

Manual de Produt os Perigosos 37


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 1 4 – Ca r ga a Gr a ne l – Pr odu t o Tr a n spor t a do à Te m pe r a t u r a


Ele va da

Figu r a 2 .2 .3 - 1 5 – Ca r ga Fr a cion a da – Um Pr odu t o

Manual de Produt os Perigosos 38


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figur a 2 .2 .3 - 1 6 – Ca r ga Fr a ciona da – Pr odu t os D ife r e nt e s com M e sm o


Risco

Figu r a 2 .2 .3 - 1 7 – Ca r ga Fr a cion a da – Pr odu t os D ife r e n t e s com Riscos


D ife r e n t e s

Manual de Produt os Perigosos 39


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 1 8 – Ca r ga Fr a cion a da – Um Pr odu t o e m Ve ícu lo Ut ilit á r io

Figu r a 2 .2 .3 - 1 9 – Ca r ga Fr a cion a da – Pr odu t os D ive r sos com M e sm o Risco

Manual de Produt os Perigosos 40


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 2 0 – Ca r ga Fr a cion a da – Pr odu t os D iv e r sos com Riscos


D ife r e n t e s

Figu r a 2 .2 .3 - 2 1 – Ca r ga s Gr a n e l e Fr a cion a da n o M e sm o Ve ícu lo

Manual de Produt os Perigosos 41


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 2 .2 .3 - 2 2 – Ve ícu lo Com bin a do a Gr a n e l com Um Pr odu t o

Figu r a 2 .2 .3 - 2 3 – Ve ícu lo Com bin a do a Gr a n e l com Vá r ios Pr odu t os

Manual de Produt os Perigosos 42


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

3 . RI SCOS QUÍ M I COS

Os avanços t ecnológicos result am na criação de m ilhares de produt os


quím icos t odos os anos, os quais devem necessariam ent e ser t ransport ados, em
sua grande m aioria, pelo m odal rodoviário, podendo assim gerar acident es com a
conseqüent e liberação do produt o para o m eio am bient e. Para a realização de um a
adequada ação de respost a a um acident e envolvendo produt os perigosos, é
necessário conhecer os principais riscos associados a esses m at eriais.

Já foi abordado ant eriorm ent e que a ONU - Organização das Nações Unidas
agrupou os produt os quím icos em nove classes de risco, conform e segue:

ƒ Classe 1 – Explosivos;

ƒ Classe 2 – Gases;

ƒ Classe 3 - Líquidos I nflam áveis;

ƒ Classe 4 - Sólidos I nflam áveis;

ƒ Classe 5 – Subst âncias Oxidant es e Peróxidos Orgânicos;

ƒ Classe 6 – Subst âncias Tóxicas e Subst âncias I nfect ant es;

ƒ Classe 7 – Mat erial Radioat ivo;

ƒ Classe 8 – Subst âncias Corrosivas;

ƒ Classe 9 – Subst âncias e Art igos Perigosos Diversos.

Cada um a das classes de risco acim a ( e suas respect ivas subclasses)


represent a um risco específico durant e um a sit uação de em ergência. Conhecer e
respeit ar esses riscos represent a a prim eira et apa para lidar com o problem a.

3 .1 CON CEI TOS GERAI S SOBRE PROD UTOS QUÍ M I COS


O conhecim ent o de alguns conceit os sobre produt os quím icos é essencial para
que as equipes de respost a às em ergências quím icas possam at uar de form a
segura.

Paracelso, no século XVI afirm ou que: " Todas as subst âncias são t óxicas. Não
há nenhum a que não sej a t óxica. A dose est abelece a diferença ent re um t óxico e
um m edicam ent o" . Est a afirm ação ainda é m uit o im port ant e para aqueles que

Manual de Produt os Perigosos 43


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realizam o at endim ent o a acident es com produt os perigosos, pois deixa claro que
t oda e qualquer subst ância pode ser perigosa ao hom em sob condições excessivas
de uso ou cont at o.

Não há, port ant o um a subst ância que sej a absolut am ent e segura e que não
ofereça algum t ipo de risco. Mesm o os produt os que não são classificados pela ONU
com o perigosos para o t ransport e rodoviário, apresent am riscos ao hom em e ao
m eio am bient e. Ainda que esse risco sej a m enor do que os produt os classificados
com o perigosos da ONU, esse risco exist e e, port ant o não deve ser desprezado.
Esse é o prim eiro, e um dos principais conceit os a ser respeit ado nas em ergências
quím icas.

O segundo conceit o im port ant e diz respeit o à form a com o a cont am inação por
um produt o quím ico pode ocorrer. Há t rês principais vias de int oxicação com
produt os quím icos: inalação, absorção cut ânea e ingest ão. Nas em ergências
quím icas, a inalação é a principal via de int oxicação, seguida pela absorção cut ânea
( cont at o com a pele) e pela ingest ão ( Figura 3.1- 1) .

A inalação é a form a m ais com um de int oxicação, pois os produt os quím icos
t endem a evaporar, port ant o podem se dispersar no am bient e, at ingindo longas
dist âncias, aum ent ando a possibilidade de int oxicar as equipes de respost a. Os
produt os m uit o solúveis em água com o a am ônia, ácido clorídrico e ácido
fluorídrico, quando inalados dissolvem - se rapidam ent e na m em brana da m ucosa do
nariz e da gargant a, causando fort e irrit ação. Para esses m at eriais, at é m esm o
baixas concent rações no am bient e provocam sérias irrit ações ao t rat o respirat ório.

Com relação à absorção cut ânea, a própria pele em algum as sit uações, at ua
com o um a barreira prot et ora aos produt os perigosos, prevenindo assim a
cont am inação. No ent ant o, de acordo com o produt o quím ico envolvido, o cont at o
com a pele poderá provocar sua irrit ação ou m esm o sua dest ruição, com o ocorre
nos casos do cont at o com m at eriais corrosivos, com o ácido sulfúrico, ácido nít rico,
soda cáust ica, ent re out ros. Alguns produt os t êm a capacidade de penet rar na pele
e at ingir a corrent e sanguínea, causando int oxicações, com o é o caso de m uit os
pest icidas.

Em bora possa ocorrer à ingest ão de produt os quím icos, nas em ergências é


m uit o raro esse t ipo de cont am inação. No ent ant o é possível que a ingest ão de
produt os quím icos ocorra involunt ariam ent e durant e o at o de fum ar ou se

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alim ent ar com m ãos cont am inadas, ou quando se fum a ou se alim ent a em
am bient es cont am inados. Norm alm ent e as quant idades envolvidas nesse t ipo de
cont am inação são pequenas, porém quando produt os alt am ent e t óxicos est ão
present es, m esm o pequenas quant idades podem causar severas int oxicações.

Para evit ar qualquer t ipo de int oxicação com produt os quím icos nas
em ergências, será necessário associar conhecim ent o sobre os riscos oferecidos pelo
m at erial envolvido no acident e com boas prát icas de t rabalho e o uso de
equipam ent os de prot eção individual.

Figu r a 3 .1 - 1 – Via s de in t ox ica çã o com pr odu t os qu ím icos: in a la çã o,


a bsor çã o cu t â n e a e in ge st ã o

O t erceiro conceit o refere- se ao t ipo de exposição que um t écnico pode sofrer


durant e um at endim ent o em ergencial. As exposições aos produt os quím icos podem
ser crônicas ou agudas. Crônicas são as exposições que ocorrem de form a
repet it iva, norm alm ent e várias vezes durant e um período, enquant o que
exposições agudas são aquelas que ocorrem um a única vez.

Os dois t ipos de exposições podem est ar present es nas em ergências quím icas
e, são perigosas ao hom em . Muit as vezes os sint om as de um a int oxicação quím ica
não se m anifest am im ediat am ent e após a exposição aos produt os perigosos, ou
sej a, som ent e depois de várias horas de exposição ao produt o é que serão
observados os prim eiros sint om as da int oxicação, agravando os danos.

O quart o conceit o é que os produt os podem exist ir em t odos os est ados da


m at éria ( sólido, líquido e gasoso) , port ant o apresent am com port am ent os dist int os
quando liberados para o m eio. Por exem plo, a m obilidade dos produt os será
diferent e para cada est ado físico da m at éria, assim com o os riscos associados a
cada est ado físico.

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Gases t endem a se dispersar no am bient e de acordo com as condições


am bient ais ( direção e velocidade do vent o, t em perat ura, um idade at m osférica) no
cenário acident al, enquant o que sólidos t endem a apresent ar baixa m obilidade. Já
os líquidos, quando vazados, escoarão de acordo com a declividade do t erreno,
podendo at ingir o sist em a de drenagem da rodovia e at é m esm o um corpo d'água.
O est ado físico do produt o é um dado im port ant e, pois associado às out ras
inform ações, det erm inará as ações a serem desencadeadas nas diversas et apas do
at endim ent o em ergencial com o aproxim ação, isolam ent o de área e nas próprias
ações de cont role da sit uação.

O quint o conceit o é que nem t odos os gases e vapores apresent am cor e odor.
Port ant o, não se pode assum ir nas em ergências quím icas que a não visualização de
um a nuvem na at m osfera ou a inexist ência de algum odor est ranho ao am bient e,
represent e um a sit uação segura.

Muit os produt os não apresent am cor e odor e são ext rem am ent e perigosos
devido a sua t oxicidade ou inflam abilidade, com o o m onóxido de carbono. Out ros
m at eriais apresent am odor som ent e em grandes concent rações no am bient e, ou
sej a, quando j á provocaram algum a ação t óxica ao hom em .

O sext o conceit o é relat ivo aos fenôm enos físicos, aqueles em que não há
alt eração da const it uição da m at éria e nem a form ação de out ros produt os. Os
produt os quím icos sofrem variações na sua form a quando se alt era pressão e
t em perat ura.

Muit os m at eriais são t ransport ados sob pressão, pot encializando os efeit os
dest rut ivos quando liberados no m eio. Da m esm a form a, alguns produt os são
t ransport ados a baixa t em perat ura enquant o que out ros são t ransport ados a
elevadas t em perat uras, o que pode alt erar o est ado físico do produt o. I sso significa
que após o vazam ent o, t ais produt os poderão m udar de est ado físico, com a
conseqüent e alt eração do com port am ent o no m eio.

O sét im o conceit o refere- se aos fenôm enos quím icos, nos quais ocorre
form ação de out ras subst âncias quím icas, ou sej a, há reação quím ica. Essas
reações podem ocorrer quando duas ou m ais subst âncias ent ram em cont at o
( incom pat ibilidade quím ica) ou no caso de incêndios, pois ocorre a queim a do
com bust ível com a conseqüent e form ação de gases irrit ant es e t óxicos.

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Os conceit os acim a são válidos para produt os perigosos de qualquer classe de


risco e deverão sem pre serem considerados e respeit ados pela equipes de respost a
às em ergências quím icas.

Serão apresent ados a seguir os principais conceit os relat ivos às classes e


subclasses de risco.

3 .2 CLASSE 1 - EXPLOSI VOS

Su bst â n cia s ou a r t igos e x plosivos

1.4 1.5 1.6


EXPLOSIVO
EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO

*1 * *
1
1 1 1

Explosivos são cert am ent e um a das m ais perigosas classes de risco. Acident es
envolvendo explosivos são pouco com uns quando com parado com as dem ais
classes de risco.

O explosivo é um a subst ância que é subm et ida a um a t ransform ação quím ica
ext rem am ent e rápida, produzindo sim ult aneam ent e grandes quant idades de gases
e calor. Os gases liberados expandem - se a alt íssim a velocidade e t em perat ura,
gerando um aum ent o de pressão e provocando o deslocam ent o do ar. Esse
deslocam ent o de ar é suficient em ent e elevado para provocar danos às pessoas
( rupt ura de t ím pano, por exem plo) e edificações ( colapso parcial ou t ot al) .

Os explosivos podem exist ir nos est ados sólido ou líquido e podem envolver
um a m ist ura de subst âncias. Os explosivos líquidos são ext rem am ent e sensíveis ao
calor, choque e fricção, com o, por exem plo, azida de chum bo, fulm inat o de
m ercúrio e nit roglicerina. Essa últ im a, por quest ões de segurança, deve ser
t ransport ada na form a de gelat ina ou dinam it e. A pólvora é um exem plo de um a
m ist ura explosiva, j á que é com post a de enxofre, carvão em pó e nit rat o de sódio
( salit re) .

A Resolução ANTT nº 420/ 04 divide est a classe em seis subclasses de risco:

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Su bcla sse 1 .1 - Su bst â n cia s e a r t igos com r isco de e x plosã o e m m a ssa

Exem plo: TNT, fulm inat o de m ercúrio.

Est as subst âncias geram fort es explosões, conhecidas por det onação.

Su bcla sse 1 .2 - Su bst â n cia s e a r t igos com r isco de pr oj e çã o, m a s se m


r isco de e x plosã o e m m a ssa

Exem plo: Granadas.

Est as subst âncias geram pequenas explosões, conhecidas por deflagração.

Su bcla sse 1 .3 - Su bst â n cia s e a r t igos com r isco de fogo e com


pe qu e n o r isco de e x plosã o ou de pr oj e çã o, ou a m bos, m a s se m r isco
de e x plosã o e m m a ssa

Exem plo: art igos pirot écnicos.

Su bcla sse 1 .4 - Su bst â n cia s e a r t igos qu e n ã o a pr e se n t a m r isco


sign ifica t ivo

Exem plo: disposit ivos iniciadores.

Su bcla sse 1 .5 - Su bst â n cia s m u it o inse n síve is, com r isco de e x plosã o
e m m a ssa

Exem plo: Explosivos de dem olição.

Su bcla sse 1 .6 - Ar t igos e x t r e m a m e nt e in se n síve is, se m r isco de


e x plosã o e m m a ssa

Exem plo: não há exem plos de produt os dessa subclasse na Resolução nº 420
da ANTT.

A explosão é um fenôm eno m uit o rápido, para o qual não há t em po de reação.


Assim , as ações durant e a em ergência deverão ser prevent ivas e incluem o
cont role dos fat ores que podem gerar um aum ent o de t em perat ura ( calor) , choque
e fricção.

Ressalt a- se que os equipam ent os de prot eção individual norm alm ent e
ut ilizados para prot eger as equipes de em ergência quando do m anuseio ou
exposição aos produt os quím icos, não oferecem prot eção ao fenôm eno explosão.
Roupas especiais de prot eção som ent e est ão disponíveis no exércit o ou com o

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fabricant e do produt o, razão pela qual poderão ser acionados para prest ar apoio na
em ergência.

Figu r a 3 .2 - 1 – Rou pa e spe cia l de pr ot e çã o pa r a m a n u se io de


e x plosivos

É im port ant e ressalt ar que não est ão incluídos nessa classe de risco t odos os
produt os que podem gerar explosões, t ais com o líquidos e gases inflam áveis,
agent es oxidant es e peróxidos orgânicos ou m esm o as explosões geradas a part ir
de reações quím icas ent re dois ou m ais produt os.

3 .3 CLASSE 2 – GASES

Ga se s

2 2 2 2 2 2

Est a classe de risco é um a das m ais envolvidas nas em ergências, j á que o


volum e m ovim ent ado é m uit o grande, pois t ais produt os são ut ilizados na indúst ria,
com ércio e residências.

Gás é um dos est ados físicos da m at éria. Nesse est ado, os m at eriais
apresent am a capacidade de m overem - se livrem ent e, ou sej a, expandem - se
indefinidam ent e no am bient e. Out ra caract eríst ica dos gases é que são
influenciados pela pressão e t em perat ura. A m aioria dos gases pode ser liquefeit a
com o aum ent o da pressão e/ ou dim inuição da t em perat ura.

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Quando liberados, os gases m ant idos liquefeit os por ação da pressão e/ ou


t em perat ura, t enderão a passar para seu est ado nat ural nas condições am bient ais,
ou sej a, est ado gasoso.

A alt a m obilidade dos gases no am bient e faz com que as operações de


em ergência envolvendo esses m at eriais sej am norm alm ent e m ais com plexas,
sit uação essa pot encializada pelas caract eríst icas int rínsecas que os produt os dessa
classe podem apresent ar com o inflam abilidade, t oxicidade e corrosividade bem
com o pelos parâm et ros físicos envolvidos no t ransport e desses m at eriais com o
pressão e t em perat ura.

De acordo com a Resolução ANTT nº 420/ 04, a classe 2 apresent a t rês


subclasses de risco:

Su bcla sse 2 .1 - Ga se s in fla m á ve is

Exem plo: GLP, but ano, propano.

Su bcla sse 2 .2 - Ga se s n ã o- in fla m á ve is, n ã o- t óx icos

Exem plo: oxigênio líquido refrigerado ou com prim ido, nit rogênio líquido
refrigerado ou com prim ido

Su bcla sse 2 .2 - Ga se s t óx icos

Exem plo: cloro, am ônia, sulfet o de hidrogênio.

Os gases podem ser agrupados em quat ro cat egorias:

ƒ Com prim idos;

ƒ Liquefeit os;

ƒ Dissolvidos;

ƒ Criogênicos.

As quat ro cat egorias acim a são bem diferent es ent re si e necessit am de ações
dist int as nas em ergências.

Ga se s com pr im idos

Para efeit o de t ransport e, m uit os os gases são com prim idos por m eio de
aplicação de pressão, perm anecendo no est ado gasoso. Em caso de
vazam ent o, a liberação desses gases ocorre a um a enorm e velocidade de
saída, port ant o qualquer pessoa sit uada na frent e do j at o form ado, sofrerá

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fort e im pact o físico. Exem plos de gases com prim idos são: argônio,
hidrogênio e hélio.

Figu r a 3 .3 - 1 – Cilin dr os u t iliza dos pa r a a r m a ze n a m e n t o e t r a n spor t e de


ga se s com pr im idos

Ga se s liqu e fe it os

São os gases que ao receberem a aplicação de pressão t ornaram - se


líquidos. Exem plos de gases com prim idos ( ou pressurizados) liquefeit os
são: GLP, cloro e am ônia.

Muit os gases, com o GLP e cloro, são m ais densos do que o ar, ou sej a, após
serem liberados para o am bient e, perm anecem próxim os ao solo, sit uação
essa de m aior com plexidade e risco j á que próxim o ao solo est ão as
pessoas e as possíveis font es de ignição.

Nos casos de incêndio, haverá sem pre a possibilidade de rupt ura


cat ast rófica dos vasos de pressão, com o conseqüent e deslocam ent o do ar,
proj eção de est ilhaços e do produt o envolvido e, port ant o, nas condições de
incêndios, será necessário realizar um grande isolam ent o de área.

Figu r a 3 .3 - 2 – At e ndim e n t o e m e r ge n cia l e n volve n do gá s liqu e fe it o

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Ga se s dissolvidos

São os gases que se encont ram dissolvidos sob pressão em um solvent e,


com o é o caso do acet ileno, t ransport ado dissolvido em acet ona.

Ga se s cr iogê n icos

São os gases que para serem liquefeit os devem t er sua t em perat ura
reduzida a valores inferiores à –150º C. Exem plos de gases criogênicos são:
nit rogênio líquido, oxigênio líquido, gás carbônico líquido. Devido a sua
baixa t em perat ura, em caso de cont at o com esses m at eriais, serão geradas
gravíssim as queim aduras ao t ecido hum ano. A baixa t em perat ura t am bém
poderá causar o congelam ent o de out ros m at eriais com o ferro e aço,
t ornando- os quebradiços e, port ant o podendo gerar sit uações de risco.

Figu r a 3 .3 - 3 – Ca r r e t a u t iliza da pa r a t r a n spor t e de ga se s cr iogê n icos

3 .4 CLASSE 3 – LÍ QUI D OS I N FLAM ÁV EI S

Líqu idos in fla m á ve is

3 3

A m aioria dos acident es rodoviários com produt os perigosos envolve líquidos


inflam áveis, principalm ent e com bust íveis com o gasolina, álcool e óleo diesel.

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Líquido inflam ável são líquidos, m ist ura de líquidos ou líquidos cont endo
sólidos em solução ou em suspensão, que produzem vapores inflam áveis a

t em perat uras de at é 60,5 o C num t est e padrão em vaso fechado. Port ant o, a
m aioria desses m at eriais pode queim ar facilm ent e na t em perat ura am bient e.

O conceit o de líquido inflam ável refere- se aos produt os que podem gerar um a
reação de com bust ão. Com bust ão é reação quím ica ent re dois agent es, o
com burent e, norm alm ent e oxigênio, e o com bust ível, em proporções adequadas,
provocada por um t erceiro agent e, a font e de ignição. Caract eriza- se por alt a
velocidade de reação e pelo grande desprendim ent o de luz e calor. Os t rês agent es
form am o conhecido t riângulo do fogo, const it uindo- se em elem ent os essenciais ao
fogo. Se um desses elem ent os não est iver present e, não haverá fogo ( Figura 3.4-
1) .

COM BUSTÍ VEL OXI GÊN I O

FONTE DE CALOR
Figu r a 3 .4 - 1 – Tr iâ n gu lo do fogo

O oxigênio ( com burent e) para as reações de com bust ão é aquele exist ent e no
ar at m osférico. O com bust ível é o próprio produt o quím ico envolvido na ocorrência.
A font e de ignição, necessária para o processo de com bust ão é o elem ent o que as
equipes de respost a poderão cont rolar durant e a em ergência de m odo a evit ar a
queim a do produt o.

Dent re as possíveis font es de ignição exist ent es num cenário acident al


dest acam - se as cham as vivas, superfícies quent es ( escapam ent os, m ot ores) ,
bat erias, cigarros, faíscas por at rit o e elet ricidade est át ica.

A elet ricidade est át ica é a carga que um veículo acum ula durant e o t ransport e,
sendo que est a poderá gerar um a faísca ( font e de ignição) caso esse veículo sej a
conect ado ao veículo acident ado ( por exem plo, para a realização de t ransbordo de
carga) , sem que haj a a descarga dessa carga acum ulada para a t erra. A

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conseqüência dessa faísca poderá ser a ignição do produt o quím ico, caso sej a
inflam ável.

Sem pre que um produt o inflam ável est iver envolvido num a em ergência, as
equipes de respost a deverão t er a preocupação de elim inar ou cont rolar t odas as
font es de ignição exist ent es, de m odo a evit ar o processo de com bust ão.

Figu r a 3 .4 - 2 – Ch a m a s a be r t a s sã o fon t e s pode r osa s de ign içã o

Especial cuidado deverá ser adot ado nas operações de dest om bam ent o de
carret as e vasos de pressão, pois as operações de arrast e desses recipient es geram
m uit as faíscas, podendo causar a ignição do produt o envolvido.

Ressalt a- se que t odo processo de com bust ão libera gases irrit ant es e t óxicos,
port ant o especial at enção deverá ser dada às sit uações com envolvim ent o de
incêndios.

Os equipam ent os ut ilizados nas em ergências envolvendo produt os


inflam áveis, com o lant ernas e bom bas, deverão ser int rinsecam ent e seguros.

Por quest ões de segurança não se recom enda cont enção de um produt o
inflam ável próxim o ao pont o de vazam ent o, dada a possibilidade de um a event ual
ignição com o conseqüent e envolvim ent o de t oda a carga t ransport ada.

3 .5 CLASSE 4 – SÓLI D OS I N FLAM ÁV EI S, SUBSTÂN CI AS SUJEI TAS À


COM BUSTÃO ESPON TÂN EA, SUBSTÂN CI AS QUE, EM CON TATO COM A
ÁGUA, EM I TEM GASES I N FLAM ÁVEI S

Sólidos infla m á ve is

4 4
4 4

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Os produt os dessa classe apresent am a propriedade de se inflam arem com


facilidade na presença de um a font e de ignição, at é m esm o em cont at o com o ar ou
com a água.

Os produt os dessa classe de risco são, em sua grande m aioria sólidos,


port ant o apresent am baixa m obilidade no m eio quando da ocorrência de
vazam ent os.

A Resolução ANTT nº 420/ 04 divide est a classe em t rês subclasses de risco:

Su bcla sse 4 .1 - Sólidos in fla m á ve is, su bst â n cia s a u t o- r e a ge n t e s e


e x plosivos sólidos inse n sibiliza dos

Os produt os dest a subclasse podem se inflam ar quando expost os a cham as,


calor, choque e at rit os. Todos os cuidados relat ivos aos líquidos inflam áveis se
aplicam para os sólidos inflam áveis. Com o exem plos dest es produt os podem -
se cit ar o nit rat o de uréia e o enxofre.

Su bcla sse 4 .2 – Su bst â n cia s su j e it a s à com bu st ã o e spon t â ne a

Nest a subclasse est ão agrupados os produt os que podem se inflam ar em


cont at o com o ar, m esm o sem a presença de um a font e de ignição. Tais
produt os são t ransport ados, na sua m aioria, em recipient es com at m osferas
inert es ou subm ersos em querosene ou água.

Quando da ocorrência de um acident e envolvendo est es produt os, a perda da


fase líquida poderá propiciar o cont at o dos m esm os com o ar.

O fósforo branco ou am arelo, sulfet o de sódio, carvão e algodão são exem plos
de produt os que ignizam espont aneam ent e, quando em cont at o com o ar.

Figu r a 3 .5 - 1 – I n cê n dio e n volve n do ca r vã o

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Su bcla sse 4 .3 – Su bst â n cia s qu e , e m con t a t o com á gu a , e m it e m ga se s


in fla m á ve is

As subst âncias pert encent es a est a classe por int eração com a água podem
t ornar- se espont aneam ent e inflam áveis ou produzir gases inflam áveis em
quant idades perigosas.

O sódio m et álico, por exem plo, reage de m aneira vigorosa quando em cont at o
com o a água, liberando o gás hidrogênio que é alt am ent e inflam ável. Out ro
exem plo é o carburet o de cálcio, que por int eração com a água libera
acet ileno.

Figu r a 3 .5 - 2 – Pa st ilh a de sódio m e t á lico

3 .6 CLASSE 5 – SUBSTÂN CI AS OXI D AN TES E PERÓXI D OS ORGÂN I COS

Su bst â n cia s ox ida n t e s e pe r óx idos or gâ n icos

5.2 5.2

Est a classe reúne produt o que, em sua m aioria, não são com bust íveis, m as
que podem liberar oxigênio, aum ent ando ou sust ent ando a com bust ão de out ros
m at eriais.

Devido à facilidade de liberarem oxigênio, est as subst âncias são inst áveis e
reagem quim icam ent e com um a grande variedade de produt os, podendo gerar

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incêndios, m esm o sem a presença de um a font e de ignição. Esses m at eriais são


incom pat íveis em part icular com os líquidos e sólidos inflam áveis.

Alguns produt os dessa classe reagem com m at eriais orgânicos, port ant o em
caso de vazam ent os não deverá ser ut ilizado t erra ou serragem para cont enção,
sendo a areia úm ida m ais recom endada para essa operação.

Nos casos de fogo, a água é o agent e de ext inção m ais eficient e, um a vez que
ret ira o calor e a reat ividade quím ica dos produt os dessa classe.

A Resolução ANTT nº 420/ 04 divide est a classe em duas subclasses de risco:

Su bcla sse 5 .1 – Su bst â n cia s ox ida n t e s

Nest a subclasse encont ram - se os produt os que podem fornecer oxigênio para
um a reação de com bust ão, int ensificando- a.

Com o exem plos de produt os oxidant es, dest acam - se o peróxido de hidrogênio
( conhecido por água oxigenada) e perm anganat o de pot ássio.

Su bcla sse 5 .2 - Pe r óx idos or gâ n icos

Os peróxidos orgânicos são agent es de alt o poder oxidant e, sendo a m aioria


irrit ant e para os olhos, pele, m ucosas e gargant a.

Assim com o os oxidant es, os peróxidos orgânicos são t erm icam ent e inst áveis
e podem sofrer decom posição exot érm ica e aut o- acelerável, criando o risco de
explosão. Esses produt os são t am bém sensíveis a choque e at rit o.

Com o exem plo, de peróxido orgânico, dest acam - se o peróxido de but ila e
peróxido de benzoila.

3 .7 CLASSE 6 – SUBSTÂN CI AS TÓXI CAS E SUBSTÂN CI AS I N FECTAN TES

Su bst â n cia s t óx ica s e Su bst â n cia s in fe ct a n t e s

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A Resolução ANTT nº 420/ 04 divide est a classe em duas subclasses de risco:

Su bcla sse 6 .1 - Su bst â n cia s t óx ica s

Essa subclasse cont em pla as subst âncias capazes de provocar a m ort e ou


sérios danos à saúde hum ana, se ingeridas, inaladas ou por cont at o com a
pele, m esm o em pequenas quant idades. Port ant o, são produt os de alt a
t oxicidade e represent am um grande risco às equipes de respost a às
em ergências quím icas, independent e do est ado físico do produt o ou m esm o
da quant idade envolvida num acident e.

Aspect os im port ant es com o t oxicidade, vias de int oxicação e form as de


exposição j á foram abordadas no it em 3.1.

Em razão da elevada t oxicidade dos produt os dessa classe de risco, a


m anipulação desses m at eriais, independent em ent e do t ipo de em balagem ,
não deve ser realizada sem a ut ilização de equipam ent os de prot eção
individual.

Figu r a 3 .7 - 1 – M a n ipu la çã o se gu r a de pr odu t os t óx icos

Os produt os dessa classe t am bém apresent am elevada t oxicidade para a vida


aquát ica e, port ant o, sem pre que possível, a cont enção dos m esm os é de
fundam ent al im port ância.

Exem plos de produt os dessa classe são: acroleína, cianet os, fenol, pest icidas e
m et ais.

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Su bcla sse 6 .2 - Su bst â n cia s in fe ct a n t e s

São aquelas que cont êm m icroorganism os ou suas t oxinas. Podem provocar a


m ort e de pessoas ou afet ar a saúde. Por exem plo o Lixo hospit alar:

Norm alm ent e são t ransport adas de hospit ais para laborat órios de pesquisa em
em balagens apropriadas e por pessoal alt am ent e t reinado.

Em bora não se t rat em de produt os quím icos, foram incluídas na classe 6, em


razão dos riscos que apresent am às pessoas, aos anim ais e ao m eio am bient e.

Os produt os dest a classe são cont rolados pelos Minist érios da Saúde e da
Agricult ura, pois são largam ent e ut ilizados para fins m edicam ent osos e
agrícolas.

3 .8 CLASSE 7 – M ATERI AI S RAD I OATI VOS

M a t e r ia l r a dioa t ivo

Mat eriais radioat ivos são essenciais para a sociedade m oderna pois são
ut ilizados na m edicina, em pesquisa m édica e indust rial, geração de energia em
usinas at ôm icas, et c.

Mat eriais radioat ivos são m at eriais fisicam ent e inst áveis que sofrem
m odificações espont aneam ent e na sua est rut ura. Essas m odificações ocorrem
quando há t ransform ação nos elem ent os que passam a em it ir energia sob a form a
de radiação.

Dá- se o nom e de radioat ividade j ust am ent e à propriedade que t ais elem ent os
t êm de em it ir radiação. Exem plos: Urânio 235, Césio 137, Cobalt o 60 e Tório 232.

A radioat ividade é um a form a de energia invisível, m as que pode ser sent ida
por aparelhos especiais, com o o cont ador Geiger. É capaz de penet rar e at ravessar

Manual de Produt os Perigosos 59


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

vários t ipos de m at eriais e at é m esm o o corpo hum ano, ocasionando doenças m uit o
graves e podendo levar pessoas à m ort e.

Ent ret ant o, essas conseqüências nocivas dependem da dose, do t em po de


exposição e do t ipo de radiação. Exem plo: alfa, bet a, gam a e X.

Não se deve aproxim ar de m at eriais radioat ivos que não est ej am devidam ent e
blindados.

Os m at eriais radioat ivos são m uit o bem acondicionados em em balagens


norm alm ent e blindadas, que possuem paredes ou cobert uras de m at eriais que
absorvem radiação ou at enuam ou im pedem sua passagem .

Acident es com esses m at eriais podem cont am inar obj et os de t odo t ipo, além
do m eio am bient e, ocasionando conseqüências desast rosas, a exem plo do acident e
em Goiânia, em set em bro de 1987, cuj a blindagem do Césio 137 foi dest ruída,
ocasionando graves doenças às pessoas que t iveram cont at o com o m at erial,
inclusive provocando m ort e.

3 .9 CLASSE 8 – SUBSTÂN CI AS CORROSI VAS

Su bst â n cia s cor r osiva s

Est a classe represent a o segundo m aior volum e t ransport ado pelo m odal
rodoviário, perdendo apenas para a classe 3 – líquidos inflam áveis.

Subst âncias corrosivas são aquelas que podem causar severas queim aduras
quando em cont at o com t ecidos vivos. Podem exist ir no est ado sólido ou líquido.
Tam bém causam corrosão ao aço. Basicam ent e, exist em dois principais grupos de
m at eriais que apresent am essas propriedades, e são conhecidos por ácidos e
bases. Com o exem plo de produt os dest a classe pode- se cit ar ent re os ácidos: ácido

Manual de Produt os Perigosos 60


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sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nít rico e, ent re as bases o hidróxido de sódio ( soda
cáust ica) e hidróxido de pot ássio.

Algum as subst âncias corrosivas liberam , m esm o na t em perat ura am bient e,


vapores irrit ant es e t óxicos. Out ras reagem com a m aioria dos m et ais gerando
hidrogênio que é um gás inflam ável, acarret ando assim um risco adicional.

Dada a possibilidade de causar queim aduras, as equipes de respost a devem


ut ilizar equipam ent os de prot eção individual com pat íveis com o produt o envolvido.

Figu r a 3 .9 - 1 – Qu e im a du r a s pr ovoca da s por su bst â n cia s cor r osiva s

Quando da ocorrência de vazam ent os de produt os corrosivos, haverá a


possibilidade de ser realizada a sua neut ralização, por m eio da aplicação de out ro
m at erial corrosivo. Essa reação de neut ralização é perigosa e provocará a
em anação de grandes quant idades de vapores, os quais cert am ent e prej udicarão
na visibilidade da pist a, podendo assim requerer a paralisação da circulação na
rodovia.

Os produt os corrosivos causam severos im pact os aos corpos d'água, razão


pela qual, sem pre que possível, é recom endável que sej a realizada a cont enção do
produt o. Caso um corpo d’água sej a at ingido por subst âncias corrosivas, poderá
ocorrer a m ort andade de peixes bem com o a paralisação do uso por indúst rias,
população ribeirinha e est ações de capt ação de água para consum o público.

Manual de Produt os Perigosos 61


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3 .1 0 CLASSE 9 – SUBSTÂN CI AS E ARTI GOS PERI GOSOS D I VERSOS

Su bst â n cia s e a r t igos pe r igosos dive r sos

Est a classe engloba os produt os que apresent am riscos não abrangidos pelas
dem ais classes de risco. Nessa classe encont ram - se os produt os que oferecem
elevados riscos de cont am inação am bient al. Exem plos de produt os dest a classe
são: óleos com bust íveis, poliest ireno granulado, dióxido de carbono sólido ( gelo
seco) , am iant o azul, farinha de peixe est abilizada e bat erias de lít io.

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4 . AÇÕES PREVEN TI VAS

As necessidades de produção, associada à dinâm ica do com ércio e de


consum o do m undo m oderno, fazem com que a m ovim ent ação de produt os sej a
cada vez m ais int ensa. No Brasil, a m aior part e das riquezas produzidas é
t ransport ada dos cent ros de produção para os cent ros de com ercialização e
export ação por m eio de rodovias, cerca de 59% dos t ransport es de cargas,
segundo FURTADO, 2002.

A indúst ria quím ica part icipa at ivam ent e de quase t odas as cadeias de
produção, t ais com o: serviços, t ecnologia, agricult ura, indúst ria da const rução,
indúst ria naval, aeroespacial, m édica, farm acêut ica, dent re out ras.

Os set ores quím icos e pet roquím icos possuem papéis de dest aque no
desenvolvim ent o de diversas at ividades econôm icas. Segundo dados da Associação
Brasileira de I ndúst rias Quím icas – ABI QUI M, no ano de 2003, a part icipação do
Set or Quím ico no Produt o I nt erno Brut o – PI B, do Brasil, foi da ordem de 3,7% .
Segundo dados do I BGE, o set or quím ico ocupa a segunda posição do PI B da
indúst ria de t ransform ação, com quase 12% do t ot al, at rás apenas do set or de
alim ent os e bebidas, que det êm cerca de 17% .

Em t odo esse cont ext o, est ão incluídos os produt os classificados por suas
caract eríst icas físicas e quím icas com o “ Produt os Perigosos” . São assim
denom inados em razão da severidade e do pot encial de danos que podem causar à
segurança e saúde da população, ao m eio am bient e e ao pat rim ônio, quando
envolvidos em acident es com perda de cont enção de produt o e liberação para o
m eio.

O Brasil carece de dados est at íst icos confiáveis sobre acident es envolvendo o
t ransport e rodoviário de produt os perigosos. Dados da CETESB – Com panhia de
Tecnologia de Saneam ent o Am bient al do Est ado de São Paulo indicam que
ocorreram 2202 acident es nesse m odal de t ransport e em um período de 21 anos,
de 1983 a 2004. Os acident es nessa m odalidade de t ransport e represent am ,
aproxim adam ent e, 37 % do t ot al de acident es am bient ais at endidos pela CETESB.

A t ít ulo de ilust ração, e sem a int enção de apresent ar um com parat ivo, é
apresent ado no Quadro 4- 1, o levant am ent o dos acident es nos diversos m odais de

Manual de Produt os Perigosos 63


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t ransport e de produt os perigosos nos Est ados Unidos da Am érica, cuj os dados são
periodicam ent e divulgados pelo U.S. Depart m ent of Transport at ion.

Qu a dr o 4 - 1 - I n cide n t e s por An o – M oda is de Tr a n spor t e de Pr odu t os


Pe r igosos, EUA

M oda l 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Tot a l

Aéreo 817 925 1.031 1.386 1.582 1.419 1.083 732 751 995 10.721

Rodoviário 12.869 12.034 11.932 13.111 14.953 15.063 15.806 13.505 13.599 12.977 135.849

Ferroviário 1.155 1.112 1.102 989 1.073 1.058 899 870 802 753 9.813

Aquaviário 12 6 5 1 8 17 6 10 10 15 100

Out ros 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Tot al 14.853 14.077 14.070 15.497 17.616 17.557 17.794 15.117 15.162 14.740 156.483

Font e: Hazardous Mat erials I nform at ion Syst em , U.S. Depart m ent of
Transport at ion, em 13/ 06/ 2005.

Considerando os volum es t ípicos de m ovim ent ação de veículos, t ransport ando


produt os perigosos no Est ado e Região Met ropolit ana de São Paulo, assim com o as
condições de t ráfego e das vias, a condut a dos m ot orist as, as caract eríst icas das
cargas, a vulnerabilidade social e am bient al por onde cruzam ou m argeiam as
rodovias, m edidas prevent ivas e de pront o at endim ent o em ergencial devem ser
previst as pelas Operadoras de Rodovias visando a redução dos riscos e cont role
sobre os efeit os delet érios que acident es dessa nat ureza podem acarret ar aos
funcionários e usuários da via, população lindeira, m eio am bient e e o pat rim ônio.

4 .1 OBJETI VOS
Os obj et ivos de um Sist em a de Gest ão de Riscos volt ado para a prevenção de
acident es no t ransport e rodoviário de produt os perigosos em t rês et apas de igual
im port ância; são elas:

ƒ M in im iza çã o da s pr oba bilida de s de ocor r ê n cia de a cide n t e s:


Considerando a im possibilidade de banir de circulação veículos t ransport ando
produt os perigosos, t am pouco elim inar as hipót eses de ocorrências, deve- se
por via da prevenção buscar soluções que dim inuam est a probabilidade e

Manual de Produt os Perigosos 64


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m inim izem as agressividades inerent es aos produt os, t ant o no segm ent o
const rut ivo com o no operat ivo, at ravés de planos de cont ingência e
em ergência, de m onit oram ent o e de m edidas m it igadoras.

ƒ I m pla n t a çã o de u m sist e m a e fe t ivo e con t in u a do de ca pa cit a çã o: Todos


os profissionais que, de form a diret a ou indiret a, encont ram - se envolvidos nas
ações de planej am ent o e respost a a acident es no t ransport e rodoviário de
produt os perigosos devem , por m eio de capacit ação, possuir a plena percepção
dos perigos que event os dessa nat ureza represent am ;

ƒ Est r u t u r a çã o de u m sist e m a coor de n a do de r e spost a a a cide n t e s:


Rapidez e eficiência na m obilização das inst it uições norm alm ent e envolvidas no
at endim ent o a acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os
perigosos.

Tom ando por base um Program a de Gerenciam ent o de Riscos, podem ser
definidos os m eios necessários para a efet ivação de um a Gest ão Am bient al volt ada
aos acident es am bient ais com produt os perigosos. I m port ant e frisar que um am plo
levant am ent o dos recursos hum anos e m at eriais disponíveis nos m unicípios
localizados ao longo das rodovias, serve de base para a efet ivação de m edidas
conj unt as e parcerias volt adas a procedim ent os específicos.

Um sist em a eficient e de com unicações e inform ações sobre produt os quím icos
perm it e o repasse de inform ações precisas, assim com o a rápida m obilização de
recursos para as ações de respost a.

As ações conj unt as e cooperat ivas devem est ar alicerçadas em com prom issos
firm ados ent re o DER/ SP e as inst it uições públicas e privadas da região, de form a
as com pet ências, responsabilidades e form as de at uação de cada um a das part es
envolvidas est ej am previam ent e definidas.

A visão est rat égica do gerenciam ent o de riscos obj et iva prevenir e evit ar que
o desconhecim ent o, despreparo, im provisação e falt a de capacidade t écnica para
at uar cont ribuam para o agravam ent o dos im pact os am bient ais, sociais e
econôm icos gerados por acident es dessa nat ureza.

Para um a eficaz gest ão am bient al volt ada à prevenção de acident es nessa


m odalidade de t ransport e, o gerenciam ent o de risco deve cont em plar as principais
peculiaridades t écnicas da at ividade, os riscos envolvidos, a severidade e o alcance

Manual de Produt os Perigosos 65


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de event os indesej ados, assim com o a vulnerabilidade social e am bient al do m eio,


para que se possa a m édio e longo prazo cont abilizar os result ados gerados pela
dim inuição dos acident es e os inevit áveis reflexos na m inim ização dos cust os
operacionais de int ervenção e reparação, ações j udiciais, desgast e da im agem da
inst it uição perant e o Governo, órgãos de im prensa, j ust iça e opinião pública.

A gest ão cont ínua e efet iva na prevenção e na preparação para a respost a a


em ergências por part e do DER reit era as m et as do Governo do Est ado de São
Paulo, na busca da m elhoria da qualidade am bient al, visando o desenvolvim ent o
social e econôm ico sust ent áveis.

4 .2 PROCED I M EN TOS M ETOD OLÓGI COS


4 .2 .1 Cole t a , An á lise e Ta bu la çã o de D a dos

Em acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos, as


ações concernent es à adm inist radora da via rest ringem - se basicam ent e a:

ƒ Aproxim ação;

ƒ I dent ificação e classificação do event o ( ex. t om bam ent o, cam inhão


t ransport ando produt o perigoso, exist ência de vazam ent o, incêndio,
explosões, exist ência de vít im as...) ;

ƒ I dent ificação do produt o envolvido ( sem pre que isso puder ser feit o com
segurança por m eio da visualização à dist ância das placas de sim bologia
do produt o - painel de segurança e rót ulo de risco) ;

ƒ Sinalização de em ergência e segurança viária;

ƒ Avaliação das int erferências do ent orno ( Ex: produt o at ingiu sist em a de
drenagem e corpo d’ água, população lindeira próxim a ao event o) ;

ƒ Rápida com unicação do event o aos órgãos públicos, t ransport ador,


dest inat ário e fabricant e do produt o;

ƒ Facilit ação e cooperação nas ações de cam po.

Ent re os profissionais de segurança e m eio am bient e exist e um “ j argão” que


diz: “ Não se gerencia aquilo que não se conhece” . Dessa form a, para que o DER/ SP
possa, naquilo que lhe com pet e, gerenciar os riscos inerent es a essa m odalidade de

Manual de Produt os Perigosos 66


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t ransport e, se faz necessário um diagnóst ico prévio das vulnerabilidades am bient ais
e sociais cruzadas ou t angenciadas pelo t raçado da via.

4 .2 .2 I de n t ifica çã o de Tr e ch os Cr ít icos n a s Via s


Na ident ificação e classificação dos t rechos considerados crít icos sob o pont o
de vist a am bient al e de segurança viária devem ser considerados os que de algum a
form a possam agravar as conseqüências de um acident e, sej a pela proxim idade,
t opografia, caract eríst icas const rut ivas, m aior probabilidade de ocorrência,
com plexidades social e am bient al ou qualquer out ro fat or cont ribuint e. I m port ant e
frisar que os pont os de m aior sensibilidade am bient al, exist ent es ao longo do
t raçado da rodovia m erecem obrigat oriam ent e ser obj et o de levant am ent o “ in
loco” , em razão da necessidade de det alham ent o t écnico.

Devem ser considerados crít icos os t rechos que pela inevit abilidade do t raçado
cruzam ou m argeiam : áreas urbanas; corpos d’água; m ananciais; áreas alagadas;
lagoas; banhados; m angues e regiões cost eiras. Assim com o os t rechos que pelas
caract eríst icas t opográficas propiciam um a m aior probabilidade de acident es, bem
com o o agravam ent o das conseqüências em razão das dificuldades de acesso,
velocidade de escoam ent o e das dificuldades de se colocar em prát ica ações de
cont enção e recolhim ent o do produt o vazado, com o é o caso dos t rechos de serra.

Figu r a 4 .2 .2 - 1 – Tr e ch o de Se r r a ( Fon t e : w w w .m t m .u fsc.br )

Tr a ve ssia s de á r e a s u r ba n a s: Na priorização dos bens a prot eger em caso


de acident es com vazam ent os de produt os perigosos, por cert o a preservação da
vida hum ana t erá sem pre o carát er priorit ário. Det erm inados produt os classificados

Manual de Produt os Perigosos 67


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com o perigosos são, porém , de vit al im port ância à população, com o é o caso do
Cloro, produt o im prescindível para o t rat am ent o de água e principal agent e de
saúde pública, devido a suas caract eríst icas desinfect ant es. Apesar de sua
im port ância, o gás Cloro é um gás t óxico e corrosivo, ext rem am ent e perigoso, que
quando liberado para o m eio am bient e, pode percorrer grandes dist âncias em
concent rações fat ais para o hom em .

Figu r a 4 .2 .2 - 2 – N uve m Tóx ica e m Ár e a Ur ba n a ( Fon t e : N a t a – SVM A/ SP)

Dessa form a, os t rechos urbanos cruzados ou m argeados pela rodovia, num


raio de at é 500 m et ros a part ir do eixo cent ral da pist a, devem ser considerados,
pelos m ot ivos ant eriorm ent e expost os, com o sendo crít icos a acident es envolvendo
o t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

Tú n e is: Por suas caract eríst icas const rut ivas, os t úneis são considerados
t rechos crít icos para acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os
perigosos, em razão da ausência de áreas de escape, vent ilação rest rit a,
dificuldade de dispersão de gases e vapores, am bient e confinado e dificuldade de
acesso. Acident es envolvendo principalm ent e produt os t óxicos e inflam áveis podem
se const it uir em grandes t ragédias. Dados hist óricos de acident es t ecnológicos em
t úneis com provam esse grau de severidade. Por essa razão as ações prevent ivas e
corret ivas devem dar a devida at enção a essas obras de art e.

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Figu r a 4 .2 .2 - 3 – I t ú n e l M odifica do ( Fon t e : En t e r pr ise )

I n t e r se çõe s: As int erseções em est radas foram criadas para resolver


problem as ligados a m udanças de sent ido. Por suas caract eríst icas const rut ivas,
est es t rechos obrigam os m ot orist as a m anobras de aceleração ( ent rada na pist a) e
desaceleração ( saída da pist a) , criando, dessa form a, condições de perigo para
colisões t angenciais, principalm ent e quando essas m anobras são realizadas de
form a im prudent e. Considerando que a m ovim ent ação brusca do volum e de líquido
cont ido em um cam inhão- t anque pode com prom et er a est abilidade do veículo e
gerar um acident e, esses t rechos devem est ar devidam ent e sinalizados e
classificados com o t rechos crít icos de acident es.

Figu r a 4 .2 .2 - 4 – I nt e r se çõe s ( Fon t e : 3 D m a x )

Ra m pa s com for t e s gr e ide s: est es t rechos obrigam a redução acent uada da


velocidade, principalm ent e de cam inhões quando no aclive. De igual form a, a
velocidade incom pat ível, associada a event uais falhas no sist em a de freios, faz dos
t rechos em declives locais vulneráveis a acident es, principalm ent e para veículos de
carga;

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Figu r a 4 .2 .2 - 5 – Pist a s Sin u osa s e m Ra m pa s ( Fon t e : w w w .m t m .u fsc.br )

Tr e ch os sin u osos: o excesso de velocidade, at relado às m anobras de


ult rapassagem im prudent es, fazem dos t rechos sinuosos locais crít icos de
acident es.

En cost a s: Os t rechos de encost as propiciam riscos acent uados aos


m ot orist as, pois norm alm ent e não dispõem de faixas de acost am ent o. O t erreno
íngrem e se const it ui em fat or de agravo aos acident es envolvendo produt os
perigosos. As feições do t erreno fazem com que os produt os derram ados escoem
rapidam ent e pela pist a e sist em a de drenagem , cont am inando de form a rápida
grandes ext ensões de t erreno e conseqüent em ent e os corpos d’água recept ores
localizados a j usant e da pist a, o que dificult a qualquer possibilidade de pront a ação
de cont enção do produt o. Out ros fat ores cont ribuem para que as encost as se
configurem com o t rechos crít icos, t ais com o deslizam ent os de t erra, rochas e
incidência de neblinas.

Figu r a 4 .2 .2 - 6 – Pist a s e m En cost a s ( Fon t e : w w w .pla n e t a .t e r r a .com .br )

Manual de Produt os Perigosos 70


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Tr e ch os su j e it os a n e blin a : os t rechos suj eit os a neblina const it uem fat or


de risco devido às longas ext ensões que essa condição at m osférica desfavorável
pode at ingir, principalm ent e no inverno e em regiões de serra. Poucos m ot orist as
conhecem e aplicam regras básicas de segurança sob neblina. É grande a
freqüência de acident es nesses t rechos. O excesso de velocidade, a m á sinalização
de pist a, não guardar dist ância segura do veículo que segue a frent e, são sit uações
geradoras de pot enciais acident es, com o derrapagens, choques, t om bam ent os e
capot agens. Esses t rechos devem est ar devidam ent e ident ificados em t oda sua
ext ensão.

Figu r a 4 .2 .2 - 7 - Tr e ch o de Rodovia com N e blin a ( Fon t e : w w w .t r a ca j a -


e .n e t )

4 .2 .3 Tr a n sposiçõe s de Cu r sos D ’ Águ a


Ant es de chegar aos consum idores, a água percorre um longo cam inho. A
prim eira et apa ocorre na capt ação que com preende a ret irada da água dos
m ananciais superficiais ( rios, lagos ou represas) ant es do envio às est ações de
t rat am ent o de água. São esses recursos hídricos que devem ser priorizados no que
se refere à sua preservação, porquant o são indispensáveis para o bem est ar e
saúde da população.

Manual de Produt os Perigosos 71


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Figu r a 4 .2 .3 - 1 Adu t or a s da SABESP

Acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos


represent am , de m odo geral, um percent ual significat ivo de ocorrências de
cont am inação de corpos d’água e um fort e fat or de insegurança para o
abast ecim ent o público, sem falar nas necessidades de out ros capt adores e
at ividades explorat órias dos recursos hídricos com o: indúst ria, serviços, hospit ais,
agricult ura, lazer, pesca et c. Esses fat ores de risco fazem com que a t ransposição
de corpos d’ água por rodovias m ereça part icular at enção no est abelecim ent o de
m edidas prevent ivas, além de ações especiais para pront a int ervenção saneadora.

A ident ificação, localização, denom inação, sent ido do fluxo da água,


classificação, usos, pont os de capt ação e principais font es poluidoras devem ser
obj et os de conhecim ent o prévio do DER/ SP, const it uindo dessa form a a base para
se ident ificar e avaliar qualquer alt eração sensível, originada por carga difusa ou
acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

Com base na análise e sist em at ização das inform ações colhidas,


principalm ent e j unt o aos t écnicos e órgãos públicos responsáveis pelo
m onit oram ent o da qualidade das águas, será possível ident ificar os t rechos m ais
suscept íveis e vulneráveis, os quais devem receber t rat am ent o específico t endo em
vist a a vulnerabilidade do corpo recept or.

4 .2 .4 Ár e a s Pr ot e gida s pe la Le gisla çã o Am bie n t a l


As cham adas unidades de conservação foram criadas para prot eger os
pat rim ônios nat ural e cult ural do país.

Manual de Produt os Perigosos 72


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Essa é a form a legal que o Est ado buscou para garant ir a conservação e a
perpet uação da diversidade biológica, assim com o para m ant er os valores das
cult uras t radicionais, que se encont ram associadas à prot eção da nat ureza. As
Unidades de Conservação const it uem um dos m ais im port ant es inst rum ent os do
poder público para o planej am ent o am bient al sust ent ado e a im plem ent ação das
polít icas nacional e est adual do m eio am bient e. Essas Unidades classificam - se em
diferent es cat egorias de m anej o, possuindo diversos níveis de rest rição am bient al.

Figu r a 4 .2 .4 – 1 Re se r va Flor e st a l ( Font e : w w w .se de b.r j .gov.br )

No Est ado de São Paulo encont ram - se parques nacionais e est aduais, est ações
ecológicas, áreas de prot eção am bient al, reservas biológicas, áreas de relevant e
int eresse ecológico, florest as nacionais, áreas sob prot eção especial, parques
ecológicos, áreas nat urais t om badas, t erras indígenas, rem anescent es de
quilom bos e reservas da biosfera.

Essas áreas são pat rim ônios de um a colet ividade, port ant o são valiosas e de
vit al im port ância por seus recursos nat urais de fauna, flora ou paisagism o, os quais
podem ser severam ent e afet ados por im pact os decorrent es do derram e, em issão,
incêndios ou explosões gerados por acident es envolvendo produt os perigosos.

Por essa razão, t rechos que cruzam , ou t angenciam , áreas prot egidas, devem
ser considerados crít icos para a ocorrência de acident es com produt os perigosos.
Assim , devem ser devidam ent e ident ificados, classificados e denom inados, de
form a a facilit ar a proposição de m edidas prevent ivas, com o a im plant ação de
placas de sinalização, advert ência e de orient ação ao usuário, de form a que os

Manual de Produt os Perigosos 73


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

usuários da via ou a população lindeira possam de pront o ident ificar essas áreas
sensíveis.

4 .2 .5 Flu x os de Ve ícu los Tr a n spor t a dor e s de Pr odu t os Pe r igosos


A ident ificação do que é e quant o é t ransport ado de produt os perigosos num
det erm inado t recho rodoviário, é o prim eiro passo para um est udo sobre análise
de riscos volt ados a acident es nesse m odal de t ransport e. A Agência Am bient al
Am ericana – EPA est abeleceu um crit ério ( 1993) , no qual os levant am ent os de
cam po devem cont em plar obrigat oriam ent e os produt os perigosos por classe e
subclasse de risco.

Figu r a 4 .2 .5 – 1 Ca m in h õe s- Ta n que ( Fon t e : w w w .t r a ca j a - e .n e t )

Dessa form a, os dados devem ser colet ados som ent e em dias que possam ser
considerados com o represent at ivos, ou sej a, devem - se evit ar dias da sem ana que
norm alm ent e fogem dos padrões de t ráfego norm al, t ais com o finais de sem ana,
vésperas de feriado, pont es de feriados, sext as- feiras e segundas- feiras pela
m anhã. Devem - se t am bém evit ar det erm inados períodos com o os de férias
colet ivas ou períodos de graves crises econôm icas, os quais norm alm ent e afet am o
set or produt ivo.

A colet a de dados deve inicialm ent e ser realizada em horários dist int os para
post eriorm ent e se definir qual o horário de m aior fluxo. É im port ant e essa
dist inção, pois alguns produt os e classes de produt os cost um am t er um a circulação
m aior no período not urno, principalm ent e os produt os da classe 2 – gases, com o
GPL e Am ônia. Os m ot orist as que t ransport am produt os dessa classe norm alm ent e
opt am por t rafegar nos períodos not urnos, de form a a evit ar o aquecim ent o da
carga e dos pneus.

Manual de Produt os Perigosos 74


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Os dados est at íst icos de acident es regist rados pela CETESB revelam um
núm ero expressivo de ocorrências nos períodos da noit e e m adrugada, o que indica
que a at ividade é int ensa nesses períodos, daí a necessidade de colet a de dados em
períodos alt ernados.

Os t rechos rodoviários nos quais serão colet ados os dados devem , de igual
form a, ser represent at ivos, ou sej a, é recom endável evit ar os pont os de colet a de
dados localizados em saídas im port ant es da rodovia, com o ent radas ou saídas de
parques quím icos e pet roquím icos, pois os result ados podem ser prej udicados. Em
casos de saídas ou int erseções est rat égicas, os dados devem ser colet ados ant es e
depois das m esm as.

4 .3 REPRESEN TAÇÕES GRÁFI CAS D E TRECH OS CRÍ TI COS


Um a vez realizados os levant am ent os dos t rechos considerados crít icos para
acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos, recom enda- se
que essa base de dados sej a espacialm ent e represent ada por m eio de m apas,
cart as de risco, plant as ret igráficas ou m apas t em át icos.

As bases cart ográficas definidas para o est udo devem guardar


correspondência com aquilo que se pret ende dem onst rar. Por exem plo, um a plant a
ou cart a que se proponha a dem onst rar o sist em a de drenagem da via, ou recursos
hídricos com suas especificidades, deve ser em escala t al que perm it a realizar a
consult a rápida e sem m uit os esforços de int erpret ação.

De form a geral, sugere- se que a represent ação gráfica do est udo cont enha
m inim am ent e a seguint e est rut ura:

ƒ Plant a ret igráfica da rodovia dem onst rando de 1 em 1 quilôm et ro os pont os de


int eresse do est udo. I m port ant e frisar que, ainda que os pont os ou t rechos
est ej am plot ados em coordenadas geográficas, est es devem t razer o km
correspondent e da rodovia, ou sej a, o km do pont o ou o km de início e fim do
t recho, bem com o o sent ido da pist a ( nort e/ sul) ;

ƒ Represent ação gráfica localizada dos pont os crít icos de acident es envolvendo o
t ransport e de produt os perigosos. Tal represent ação perm it irá ao DER/ SP
verificar se as causas de acident es nos pont os considerados crít icos são causas

Manual de Produt os Perigosos 75


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

com uns de acident es de t rânsit o ou se m erecem ações corret ivas e prevent ivas
diferenciadas;

ƒ Definição e represent ação gráfica, quilôm et ro por quilôm et ro, da freqüência de


acident es nos pont os considerados crít icos ( alt a, m édia e baixa) ;

ƒ Represent ação gráfica do sent ido de declividade da pist a de rolam ent o. Essa
represent ação perm it e um conhecim ent o prévio sobre com o se com port aria, por
exem plo, um produt o líquido derram ado na pist a, que pont o de drenagem
at ingiria e quais seriam os prováveis pont os sensíveis at ingidos por t al event o;

ƒ De igual form a m erecem ser graficam ent e represent ados os pont os de


drenagem e sent ido de declividade das int ersecções com int erferências na
rodovia, t ais com o: ruas, avenidas, pont es, viadut os, linhas férreas ent re
out ros;

ƒ Represent ação gráfica das áreas prot egidas por lei, com a devida classificação e
definição das unidades de conservação, igualm ent e localizadas por t recho, com
km de início e fim quilom et ragem inicial e final;

ƒ Os pont os de m aior int eresse devem t am bém possuir regist ros fot ográficos a fim
de facilit ar a consult a, o reconhecim ent o e a avaliação prévia do cenário;

ƒ Represent ação gráfica dos adensam ent os populacionais exist ent es ao longo de
t oda a ext ensão rodoviária. Devem ser em pregados recursos gráficos que
perm it am facilm ent e ident ificar quais os t rechos ocupados por habit ações,
com ércio, serviço, indúst rias, escolas, hospit ais, polícia, corpo de bom beiros,
dent re out ros. Deve- se ainda represent ar, depois de definido os crit érios, as
unidades de risco ( alt o, m édio, baixo) para esses t rechos; e

ƒ Represent ação gráfica da localização e dem ais dados referent es aos recursos
hídricos cruzados ou m argeados pela rodovia. Deve- se ilust rar graficam ent e a
vulnerabilidade do corpo hídrico em razão da sua qualidade e uso. Os pont os de
capt ação de água localizados a j usant e da rodovia devem est ar devidam ent e
represent ados e dest acados, sem pre que possível, deve- se dem onst rar a
dist ância ent re os pont os de capt ação e a rodovia.

Manual de Produt os Perigosos 76


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

4 .4 M ED I D AS PREVEN TI VAS
As proposições de um a Gest ão Am bient al volt ada a prevenção de acident es
com produt os perigosos, devem em princípio enfocar duas propost as dist int as, de
um lado deve- se enfocar as m edidas de im plant ação de est rut uras físicas,
especificam ent e obras civis, equipam ent os ou disposit ivos que t enham por obj et ivo
aum ent ar a segurança viária, visando a redução da freqüência de acident es e suas
conseqüências.

Por sua vez, as m edidas não est rut urais envolvem a criação, im plant ação e
m anut enção de um Sist em a I nt egrado de Gest ão Prevent iva para acident es no
t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

4 .4 .1 M e dida s Est r u t u r a is
Est udos realizados pelo DER/ SP pode indicar a necessidade de im plant ação de
m edidas est rut urais em pont os considerados crít icos. Vale dizer que a m aioria
dessas est rut uras j á exist e nas rodovias, de form a que seu em prego em alguns
pont os considerados crít icos sob o pont o de vist a am bient al, não será diverso dos
m ot ivos que j ust içaram a sua im plant ação em out ros t rechos, ou sej a, busca- se
com o regra, a segurança viária.

Dessa form a à im plant ação de m edidas est rut urais que visem à prevenção de
acident es ou a at enuação dos efeit os delet érios podem congregar dent re out ras a
im plant ação de:

ƒ Est rut uras fixas ( caixas) de ret enção ou cont enção para produt os perigosos
derram ados na pist a;

ƒ Est rut uras fixas de prevenção e defesa t ipo barreiras new j ersey;

ƒ I nst alação de Post os de fiscalização j unt o aos t rechos considerados crít icos;

ƒ Paradouros e est acionam ent os específicos para veículos t ransport adores de


produt os perigosos;

ƒ Sinalização e ilum inação específica nos t rechos considerados vulneráveis;

ƒ I nst alação de sonorizadores nos t rechos ident ificados com o vulneráveis a


acident es;

Manual de Produt os Perigosos 77


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

ƒ I nst alação de câm eras de vídeos nos t rechos crít icos, de form a a m onit orar e
ident ificar im ediat am ent e um acident e envolvendo produt os perigosos;

ƒ Post os especializados para o socorro e auxílio ao usuário;

ƒ I nst alação de sist em a de t elefonia de em ergência nos t rechos m ais crít icos; e

ƒ Criação e inst alação de placas de advert ência, educação e orient ação, aos
usuários da via e população lindeira, sobre com o proceder em caso de acident es
envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos.

Nas fot os das Figuras 4.4.1- 1 a 4.4.1- 14 são apresent ados, exem plos de
sist em as de ret enção/ cont enção de produt os em sist em as de drenagem da Rodovia
dos Bandeirant es ( Font es: ViaOest e; Ecovias dos I m igrant es e Aut oBan) .

Figu r a 4 .4 .1 - 1 Rodovia SP – 0 9 1 / 2 7 0 D r . Ce lso Ch a r u r i

Figu r a 4 .4 .1 - 2 Rodovia dos I m igr a n t e s

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Figu r a s 4 .4 .1 - 3 4 .4 .1 - 4 Rodovia dos Ba n de ir a n t e s

4 .4 .2 M e dida s N ã o Est r u t u r a is
Os acident es no t ransport e rodoviário de produt os perigosos, possuem um a
peculiaridade dist int a dos acident es com uns de t rânsit o: enquant o est es at ingem
um grupo det erm inado de pessoas, os acident es com produt os perigosos podem
envolver um a pluralidade difusa de pessoas. Por essa razão, t ant o as ações de
carát er prevent ivo, quant o às de com bat e propriam ent e, exigem esforços conj unt os
de ent idades públicas e privadas, para a obt enção de result ados favoráveis.

No ent ant o, sist em at izar e int egrar as at ividades de cont role, fiscalização e
com bat e aos acident es, nos vários níveis de com pet ência não é t arefa das m ais
fáceis. Som ent e um a boa art iculação m ult i- organizacional pode fazer frent e ao grau
de com plexidade que acident es dest e t ipo dem andam ; ações isoladas, em regra,
não produzem bons result ados.

Por essa razão é que as propost as de im plant ação de um Sist em a de Gest ão


Am bient al volt ado à prevenção de acident es envolvendo o t ransport e rodoviário de
produt os perigosos, ainda que de alcance específico da rodovia, deve cont ar, desde
o início dos t rabalhos com a part icipação de ent idades públicas e privadas da
região.

Um a ação colet iva que envolva organism os com com pet ências e esferas de
governo dist int as requer obrigat oriam ent e um a ação coordenada e
ant ecipadam ent e planej ada, para que haj a um enfrent am ent o eficient e.

Vale lem brar que as ações levadas a efeit o num caso concret o, devem ser
previst as e abordadas em det alhes no Plano de Ação de Em ergência ( PAE) . O

Manual de Produt os Perigosos 79


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

com ponent e para um a eficaz int egração int er- inst it ucional, nesse caso, se
concret iza por m eio de capacit ação conj unt a e exercícios prát icos sim ulados.

Figu r a 4 .4 .2 - 1 – Açõe s de Re spost a Em e r gê n cia s com Pr odu t os Pe r igosos


( Fon t e : USD OT)

4 .5 CON SI D ERAÇÕES GERAI S


O Parágrafo 2º do 1º Art igo do Código de Trânsit o Brasileiro dispõe: “ O
t rânsit o, em condições seguras, const it ui direit o de t odos e dever dos órgãos e
ent idades com ponent es do Sist em a Nacional de Trânsit o, cum prindo a est es, no
âm bit o de suas com pet ências adot ar as m edidas dest inadas a assegurar esse
direit o” .

Assim , part indo do conceit o preconizado na legislação de t rânsit o do país fica


clara a necessidade fundam ent al da im plem ent ação de polít icas públicas de
segurança, volt adas ao gerenciam ent o dos riscos associados às at ividades de
t ransport e, em part icular do t ransport e de produt os perigosos.

O t ransport e rodoviário de produt os perigosos t rat a- se de um a at ividade com


significat ivo pot encial de degradação am bient al. Ainda que se t enha a devida
caut ela nas várias fases do processo; ou sej a, produção, t ransform ação, ut ilização
e disposição final do produt o, é por cert o no t ransport e que se encont ram os
m aiores perigos, pois por se t rat ar de um a at ividade it inerant e, o veículo em
t rânsit o est á expost o a um a série de fat ores adversos, sendo que m uit os dest es
não se pode prever t am pouco evit ar, com o é caso de acident es ocasionados pela
ação de t erceiros.

Manual de Produt os Perigosos 80


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Dessa form a, est ando à at ividade expost a a elevados graus de perigos, esse
m odal de t ransport e, exige de t odos os envolvidos ( poder público e iniciat iva
privada) , a adoção de rigorosas ações, prevent ivas e corret ivas.

A at enção de t odos, que de algum a form a guardam relação com o t em a, deve


est ar volt ada para o m om ent o ant erior à da consum ação do dano. Vale dizer que os
result ados parcos da reparação de um dano am bient al, quando isso é possível, em
regra est ão cercados de incert ezas quant o a sua eficiência, isso sem falar no cust o
excessivam ent e oneroso. Port ant o a prevenção ainda é a m elhor, quando não a
única solução.

Manual de Produt os Perigosos 81


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

5 . AÇÕES EM ERGEN CI AI S

As em ergências envolvendo veículos t ransport ando produt os perigosos não


podem ser vist as com o em ergências rot ineiras de t rânsit o. Dent re os diversos t ipos
de acident es que ocorrem em um a rodovia, os acident es envolvendo veículos
t ransport ando produt os perigosos, devem ser vist os com especial at enção, t endo
em vist a as diversas conseqüências e riscos gerados por est es episódios. Est as
ocorrências podem result ar na liberação de produt os quím icos perigosos para o
m eio am bient e.

Os produt os quím icos vazados, dependendo de suas caract eríst icas físicas,
quím icas e t oxicológicas podem originar, a curt o ou longo prazo, diferent es
im pact os com o danos à saúde e segurança da população, ao m eio am bient e e ao
pat rim ônio público e privado.

Os acident es no t ransport e rodoviário de produt os perigosos norm alm ent e


ocorrem em áreas de grande circulação de veículos e pessoas, t erreno com relevo
irregular e proxim idades a recursos hídricos. Não obst ant e, est es t am bém
acont ecem próxim os a áreas urbanizadas, áreas agricult áveis e áreas
am bient alm ent e sensíveis, aum ent ando ainda m ais as conseqüências e os riscos
gerados pelo acident e.

Est es acident es podem ser ocasionados t ant o por falhas hum anas com o
m at eriais, envolvendo condições de t ransport e, est ado de conservação de veículos
e equipam ent os, acondicionam ent o da carga, capacit ação dos condut ores,
condições das est radas de rodagem ent re out ras causas.

As ocorrências com produt os perigosos nas rodovias, além dos riscos


associados às suas classes, som ados as variáveis do cenário exigem das equipes de
respost a, cuidados redobrados e procedim ent os t écnicos previam ent e definidos,
bem com o a ut ilização de recursos m at eriais adequados aos riscos exist ent es.

5 .1 PROCED I M EN TOS I N I CI AS D OS I N SPETORES D E TRÁFEGO


Conform e est abelecido nos “ Procedim ent os de Avaliação” do “ PAE - Plano de
Ação de Em ergência para Acident es com o Transport e Rodoviário de Produt os
Perigosos” , ao chegar ao local da ocorrência, I nspet or de Tráfego deverá realizar

Manual de Produt os Perigosos 82


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

um a avaliação do acident e e, de acordo com o t ipo e port e da ocorrência,


ident ificar o problem a a ser resolvido, para post eriorm ent e definir os
procedim ent os para cont role da sit uação, naquilo que lhe com pet e.

Para a realização de um a avaliação inicial, são necessários cert os cuidados


quant o à aproxim ação. Dest a form a, o plano prevê um a “ Seqüência de
Aproxim ação e Avaliação” , onde orient a o I nspet or de Tráfego a seguir um fluxo de
procedim ent os básicos de segurança, quando da chegada no local de um a
ocorrência envolvendo o t ransport e rodoviário de produt o perigoso.

SEQUÊN CI A D E APROXI M AÇÃO E AVALI AÇÃO

Mant enha um a dist ância segura: não


sej a m ais um a vít im a. Mant enha o
vent o pelas cost as para evit ar a
CH EGAN D O AO LOCAL
inalação de fum aça, vapores ou gases.
Verifique a exist ência de vít im as e
solicit e socorro m édico, caso
necessário. I nform e ao CCO.

Boas prát icas de t rabalho recom endam que para o at endim ent o a um a
ocorrência, o at endent e deve seguir os seguint es procedim ent os para abordagem
de um veículo:

ƒ Conduzir o veículo, em velocidade m oderada, com pat ível com os lim it es da via
at é o local da ocorrência;

ƒ Acionar o disposit ivo sinalizador de advert ência do veículo, quando em t rânsit o;

ƒ Est acionar o veículo ant es do local do acident e, posicionando- o de form a a


configurar um a sit uação segura, garant indo boa visibilidade para o fluxo de
t ráfego;

ƒ Ligar pisca- alert a do veículo;

ƒ I nform ar ao CCO quando da chegada ao local;

ƒ I dent ificar- se ao Usuário;

Manual de Produt os Perigosos 83


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

ƒ Execut ar a sinalização ou canalização do local;

ƒ Mant er- se posicionado sem pre de frent e para o fluxo, inst ruindo as part es
envolvidas no acident e a procederem da m esm a form a;

ƒ Em caso de realização de socorro m ecânico, não perm it ir que o( s) usuário( s)


perm aneça( m ) dent ro do veículo;

ƒ Orient ar e canalizar o t ráfego quando necessário.

A ação de at endim ent o poderá ser realizada durant e o dia ou durant e a noit e,
havendo para cada um dos períodos fat ores facilit adores ou dificult adores,
conform e abaixo:

D u r a n t e o dia :

O at endent e, dependendo do t raçado da rodovia, t opografia do t erreno e das


condições m et eorológicas, poderá, ao se aproxim ar do local, t er condições de
visualizar, à dist ância, o cenário da ocorrência, podendo ent ão realizar, ainda
que de form a superficial, um a avaliação dos riscos e event uais conseqüências
ao hom em e ao m eio am bient e.

D u r a n t e a n oit e :

A visão perde eficiência criando várias lim it ações para que o at endent e
visualize o local da ocorrência à dist ância. Som ado a est a lim it ação, t am bém
se t em as barreiras físicas do t erreno e condições m et eorológicas, fazendo
com que o I nspet or de Tráfego obrigat oriam ent e se aproxim e do local para
realizar a avaliação das conseqüências e dos riscos exist ent es naquele cenário.

Em regra est as são as at ividades e as dificuldades m ais com uns enfrent adas
pelo at endent e, quando da realização da ação de deslocam ent o e chegada ao
local de um a ocorrência de t rânsit o.

Considerando as dificuldades e lim it ações apont adas t ant o no período diurno


com o not urno, o at endim ent o a um acident e ou incident e com produt o
perigoso, deverá ser realizado com m uit a caut ela.

Manual de Produt os Perigosos 84


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

Apr ox im a çã o do loca l da ocor r ê n cia

Os sent idos com o visão, audição e olfat o, são de grande valia para realização
dessa ação, por se const it uírem nos m eios nat urais de alert a de risco à vida e
à saúde. Ant es da chegada ao local da ocorrência, poderão ser verificados à
dist ância alguns indícios de vazam ent o:

ƒ Fum aça e névoa;

ƒ Pist a um edecida;

ƒ Líquidos escorrendo pelo “ m eio fio” da rodovia;

ƒ Nuvem de m at erial part iculado em suspensão;

ƒ Odor;

ƒ Fogo;

ƒ Ruído.

Tais indícios indicam cont am inação am bient al, port ant o exigem do I nspet or de
Tráfego m uit a caut ela na aproxim ação, pois os produt os liberados ao m eio poderão
gerar at m osferas t óxicas, corrosivas, inflam áveis/ explosivas, as quais, devido às
caract eríst icas do produt o e condições at m osféricas, podem t er seus efeit os
danosos propagados a grandes dist âncias.

A falt a de observação ou de at enção na exist ência desses indícios poderá


propiciar a realização de avaliações equivocadas, decisões precipit adas e
aproxim ação indevida, podendo expor o at endent e a sit uações de riscos com o:

ƒ Dem asiada aproxim ação a um a at m osfera cont am inada, expondo- se a risco de


int oxicação;

ƒ I ngresso da viat ura no int erior de at m osfera cont am inada, expondo- se a risco
de int oxicação e incêndio; e

ƒ Trânsit o da viat ura sobre o produt o perigoso, cont am inando- a.

I ndependent e das dificuldades de visualização ocasionadas por um a


det erm inada condição ( horário/ t ipo do t erreno) , o at endent e ao se aproxim ar de
um local deverá est ar at ent o à ident ificação de out ros indícios de cont am inação
am bient al, com o por exem plo, a det ecção no am bient e de ruído ou de

Manual de Produt os Perigosos 85


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

deslocam ent o de ar. I st o pode ser indício da exist ência de produt o perigoso
vazando de recipient e com pressão.

A const at ação de odores, t am bém é m erecedor de m uit a at enção e caut ela,


port ant o é um a condição lim it ant e para aproxim ação, ingresso e ou perm anência
nas im ediações do local da ocorrência. Se o at endent e sent ir odor de produt o
deverá im ediat am ent e abandonar a área, pois est ará colocando em risco a sua
saúde ou m esm o sua vida. A perm anência em um det erm inado local com a
exist ência de odor, som ent e será possível após m onit oração realizada pelos órgãos
com pet ent es.

Para aproxim ação e ingresso na área que envolve um acident e com veículo
t ransport ando produt o perigoso, deverão ser observadas as seguint es condut as de
segurança:

ƒ Aproxim ar- se cuidadosam ent e;

ƒ Mant er- se sem pre de cost as para o vent o, t om ando com o referência o pont o do
vazam ent o;

ƒ Evit ar m ant er qualquer t ipo de cont at o com o produt o ( t ocar, inalar, pisar et c.) ;
e

ƒ Se o produt o for inflam ável, verificar e elim inar, se possível, t odas e quaisquer
font es de ignição, t ais com o: cigarro aceso, m ot ores ligados, desenergização de
sist em as de alim ent ação elét rica, desligar e rem over out ros veículos que
est ej am nas im ediações, evit ar que arrast em ferram ent as, peças e acessórios
m et álicos ent re out ras.

Afast ar os curiosos, sinalizar e


I SOLE A ÁREA
isolar o local im ediat am ent e.

Ut ilizando os cuidados de aproxim ação descrit os, ao chegar às im ediações da


ocorrência, caso o at endent e observe a presença de curiosos e com unidade
circunvizinha que possam est ar em risco, com int uit o de preservar a int egridade

Manual de Produt os Perigosos 86


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

física das pessoas, deverá solicit ar para que se ret irem do local, afast ando- os para
áreas consideradas seguras.

Nas sit uações em que haj a necessidade de se proceder à evacuação de


com unidades próxim as às faixas de dom ínio da rodovia, est as deverão ser
realizadas com caut ela, porém de form a rápida e ordenada, devendo ser
operacionalizadas pelos órgãos com pet ent es, t ais com o Defesa Civil, Polícia Milit ar
e out ros.

Se necessário, o I nspet or de Tráfego poderá solicit ar a rem oção de veículos e


m at eriais que não est ej am envolvidos na ocorrência e que, de algum a form a
possam ser at ingidos ou m esm o cont ribuir para o agravam ent o da sit uação, desde
que essa ação possa ser realizada sem riscos.

A necessidade ou não da evacuação da população dependerá de algum as


variáveis, com o por exem plo:

ƒ Risco apresent ado pelo produt o envolvido;

ƒ Quant idade do produt o vazado;

ƒ Caract eríst icas físico- quím icas do produt o ( densidade, t axa de expansão, et c) ;

ƒ Condições m et eorológicas na região;

ƒ Topografia do local; e

ƒ Proxim idade a áreas habit adas.

Sin a liza çã o do Loca l

A sinalização do local t em por finalidade garant ir a segurança dos usuários que


se aproxim am da área da ocorrência e poderá ser realizada de duas form as:

ƒ “Ca n a liza çã o de Tr á fe go”:

Será realizada sem pre que for necessário im pedir o t ráfego por um a ou
m ais faixas de rolam ent o ou sinalizar o acost am ent o. É preciso advert ir
adequadam ent e o m ot orist a, dando- lhe oport unidade de se m over com
segurança pelo cam inho reduzido. Dessa m aneira, a passagem da pist a de
largura norm al para a pist a m ais est reit a deverá ser suave, sem
m ovim ent os bruscos ou inesperados, realizada at ravés de um a faixa de

Manual de Produt os Perigosos 87


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

desaceleração, conform e apresent ado nas Figuras 5.1- 1 e 5.1- 2 seqüência:

Fim da
ativação

Início da
ativação

Figu r a 5 .1 - 1 Obst r uçã o de Fa ix a s de Tr á fe go

Fi

In

Figu r a 5 .1 - 2 Sin a liza çã o de Acost a m e n t o

Deve- se observar sem pre o alinham ent o e a necessidade de sinalização


com plem ent ar, quando o t recho da rodovia envolvida apresent ar t raçado
desfavorável, em curvas e locais com visibilidade prej udicada.

A operação de sinalização do local deve ser feit a com t oda a at enção,


ut ilizando os recursos de sinalização adequados, o I nspet or de Tráfego
deve posicioná- los na rodovia com t oda a segurança, de form a que se

Manual de Produt os Perigosos 88


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exponha o m ínim o possível para realizar est a operação.

ƒ I m pla n t a çã o:

A seqüência de colocação se iniciará sem pre pelas áreas m ais dist ant es do
local a ser bloqueado, no sent ido do fluxo de veículos, conform e a Figura
5.1- 3.

Início da sinalização Direção do Vento Final da sinalização

Figu r a 5 .1 - 3

ƒ D e sa t iva çã o:

A ret irada dos disposit ivos deverá ser feit a de m aneira inversa à colocação,
ist o é, do local onde t erm ina a área int erdit ada para o pont o inicial do
desvio.

ƒ “Ra bo de Fila ”:

Com obj et ivo de inform ar e advert ir os usuários da rodovia que se


aproxim am da área da ocorrência, o I nspet or de Tráfego deve realizar a
sinalização no acost am ent o, ut ilizando seu disposit ivo sinalizador de
advert ência, e recuando de m archa- a- ré acom panhando o aum ent o da
ext ensão da fila, adot ando ainda os seguint es procedim ent os ( Figura 5.1-
4) .

ƒ Mant er- se at ent o para as áreas de curva, onde à dist ância da viat ura
at é o fim da fila deve ser m aior; e

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ƒ Caso a viat ura não possa efet uar a m archa- a- ré pelo acost am ent o, o
at endent e deve descer da viat ura e sinalizar, fazendo- se bem visível
para os dem ais usuários.

Figu r a 5 .1 - 4

ƒ I sola m e n t o da Ár e a

A área de isolam ent o inicial de ser aquela que se encont ra ao redor da


ocorrência, na qual as pessoas podem ficar expost as ao risco pot encial de
um vazam ent o de produt o, cuj a liberação poderá gerar concent rações
perigosas com risco à saúde ou a vida.

O I nspet or de Tráfego, ant es de realizar o isolam ent o, deverá t ent ar


det erm inar os riscos principais com pot encialidade para causar diret a e
im ediat am ent e lesões a pessoas e im pact os ao m eio am bient e.

Cabe lem brar, que as ocorrências com produt os perigosos podem


t ransform ar- se em event os agudos de poluição am bient al, podendo gerar
conseqüências com o:

ƒ Súbit as explosões podendo causar proj eção de fragm ent os, em issão de
calor e efeit os de sobrepressão, provocados pelo rápido deslocam ent o
do ar. A liberação de energia poderá causar efeit os a longas dist âncias.
Porém , as explosões t endem a gerar m aiores danos à saúde, dadas a

Manual de Produt os Perigosos 90


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possibilidade de serem seguidas de incêndios e em issão de subst âncias


t óxicas. Em am bos os casos, há ainda a possibilidade da proj eção de
fragm ent os que provocam queim aduras e t raum at ism os, bem com o
sufocação nas pessoas, devido aos gases liberados após a explosão;

ƒ I ncêndios irradiam elevados níveis de calor que podem causar danos a


out ros equipam ent os, com a possibilidade de ocorrência de novos
incêndios e explosões ( efeit o dom inó) , int ensificando os efeit os
dest rut ivos. Além disso, os incêndios geram gases t óxicos;

ƒ Vazam ent os de gás ou vapor para at m osfera possuem m obilidade no


m eio am bient e, m ovim ent ando- se livrem ent e de acordo com as
corrent es de ar. Seu est ado físico represent a por si só um a grande
preocupação, um a vez que os gases expandem - se indefinidam ent e at é
ocuparem t odo o am bient e m esm o quando possuem densidades
diferent es à do ar. Os gases e vapores podem ser m ais pesados ou m ais
leves que o ar; os m ais densos que o ar t ende a se acum ular ao nível do
solo e, conseqüent em ent e, t erão sua dispersão dificult ada, deslocando
do ar at m osférico e, conseqüent em ent e, reduzindo a concent ração de
oxigênio no am bient e podendo causar asfixia de pessoas. Além do risco
inerent e ao est ado físico, os gases podem apresent ar riscos adicionais,
com o por exem plo, inflam abilidade, t oxicidade, poder de oxidação e
corrosividade, ent re out ros. Tam bém podem causar severas
queim aduras ao t ecido, conhecidas por enregelam ent o, quando do
cont at o com líquido ou m esm o com o vapor.

ƒ Vazam ent os de subst âncias líquidas decorrent es de vazam ent o ou


derram am ent o, não t êm ext ensão det erm inada. Em razão do seu
est ado físico, est as possuem m obilidade no m eio, escorrendo para as
part es m ais baixas do t erreno, podendo at ingir cursos d’água,
m ananciais, represas, et c., com prom et endo a qualidade da água e
podendo causar m ort andade de peixes, plant as e anim ais, além de
event uais efeit os agudos e crônicos a saúde das pessoas. A gravidade e
ext ensão dessas em issões dependerão das propriedades físico- quím icas,
t oxicológicas e ecot oxicológicas das subst âncias envolvidas; e

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ƒ Vazam ent o de subst âncias sólidas, past osas ou em pó, apesar da baixa
m obilidade desses m at eriais no t erreno, dada a ação do vent o, poderá
dar origem a um a nuvem de m at erial part iculado na at m osfera, a qual
apresent ará os m esm os riscos do m at erial no est ado sólido, ou sej a, a
nuvem poderá ser t óxica, inflam ável, corrosiva, et c.

O isolam ent o da área deverá ser prom ovido com base em observações que
considerem o pot encial desses riscos. Desde que possível o I nspet or
deverá dem arcar os perím et ros ( lim it es) da ocorrência e suas
conseqüências, visando preservar a int egridade do seu ent orno. Est a
decisão sem pre gera desconfort o ent re os t écnicos present es, pois envolve
diret am ent e a segurança da operação da rodovia.

Figu r a 5 .1 - 5

Som ent e após análise dessas conseqüências e das condições do cenário,


será possível dem arcar um a área para se fazer o isolam ent o, que poderá
se dar ao redor de t odo o epicent ro da ocorrência, de form a parcial, ou
abrangendo um ou m ais lados. O posicionam ent o do sist em a de sinalização
( cones, faixas, disposit ivos de sinalização e advert ência) deverá considerar
um a dist ância que forneça segurança às pessoas.

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Figu r a 5 .1 - 6

Ava lia çã o da Ocor r ê n cia

A avaliação da ocorrência cont em pla ações realizadas durant e os cont at os


iniciais do I nspet or, visando det erm inar em bases prelim inares, as condições de
riscos exist ent es, com a finalidade de prom over o desencadeam ent o das ações
iniciais para m inim izar e/ ou reduzir os im pact os causados pela ocorrência, com o
por exem plo:

ƒ I dent ificar a exist ência de vít im as e solicit ar socorro m édico, caso necessário;

ƒ I dent ificar a hipót ese acident al e t ipologia previst a no plano, caso sej a
possível;

ƒ I dent ificar o produt o perigoso envolvido, com a finalidade de caract erização


dos riscos pot enciais ou efet ivos devido à exposição ao( s) produt o( s)
envolvido( s) , caso sej a possível;

ƒ Colet ar as inform ações necessárias que irão subsidiar as ações para a


realização do isolam ent o e sinalização da área;

ƒ Acionam ent o de out ras inst it uições públicas ou privadas para apoio ao
at endim ent o da ocorrência;

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ƒ Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, caso o veículo apresent e


algum a avaria que im peça a sua circulação; e

ƒ Desencadear o início de algum as ações de com bat e, se for o caso.

As regiões sit uadas no ent orno da ocorrência, t am bém devem m erecer


especial at enção; norm alm ent e, são locais com t rânsit o de veículos e pessoas,
t errenos com t opografias acident adas, com sist em as de drenagem de águas
pluviais e drenagens nat urais, com proxim idade de recursos hídricos im port ant es
( m ananciais, represas, lagoas, rios e córregos) , m uit as vezes próxim os de área
rural com at ividades agrícolas e pecuárias, áreas sensíveis do pont o de vist a
am bient al ou m esm o próxim o a grandes adensam ent os populacionais. Assim
sendo, é de vit al im port ância, que quando da necessidade de se proceder à
avaliação das condições que envolvem est as ocorrências, o at endent e não deve se
prender única e exclusivam ent e as verificações dos riscos que envolvem o produt o,
deve t am bém se at ent ar as caract eríst icas da região.

A avaliação deve ser m ais am pla possível, devendo abranger de um a form a


m ais geral t oda a região onde se encont ra a ocorrência, pois além dos riscos
int rínsecos do produt o, as caract eríst icas físicas da região podem apresent ar
condições, que associados a est es riscos, efet ivos ou pot enciais, podem favorecer o
aum ent o nas conseqüências do acident e, com o por exem plo:

ƒ Ex ist ê n cia de obr a s e st r u t u r a is:

ƒ Tubulações e galerias que fazem part e do sist em a de drenagem de águas


pluviais do t erreno possibilit am o represam ent o e cont enção de líquidos, o
que favorece o acúm ulo de gás ou vapor;

ƒ Pont es, as quais possibilit am o escoam ent o diret o de produt o líquido para
os corpos d’água; e

ƒ Túneis, os quais devido às suas caract eríst icas const rut ivas, favorecem o
confinam ent o de gases e vapores.

ƒ Topogr a fia do t e r r e n o:

ƒ Se o t erreno apresent ar depressões acent uadas com o vales, declives e


planícies, essas caract eríst icas podem propiciar condições para acúm ulo

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de gases ou vapores com densidade m aior do que o ar. Tam bém pode se
const it uir, dependendo da sua geografia, em bacias de cont enção de
produt o líquido, além de provavelm ent e se const it uir em um a vert ent e
nat ural, que inevit avelm ent e possuirá na sua part e m ais baixa um
pequeno regat o ou córrego; e

ƒ Locais que est ej am posicionados em áreas rodeadas por t erreno íngrem e


( form ação m ont anhosas ou rochosas, t aludes nat urais ou const ruídos)
podem apresent ar baixa vent ilação, não favorecendo a dispersão de gás
ou vapor com densidade m aior do que o ar podendo propiciar o seu
confinam ent o, ou ainda, perm it indo que, devido à ação do vent o, a
nuvem at inj a grandes dist âncias.

ƒ Con diçõe s m e t e or ológica s:

ƒ Condições de t em perat ura, vent os m oderados ou fort es, t em po chuvoso,


nublado ou ensolarado, t am bém são fat ores im port ant es de serem
observados no local da ocorrência;

ƒ Tem perat uras elevadas podem favorecer a volat ilização de líquidos e


sólidos, gerando em um curt o espaço de t em po at m osferas alt am ent e
sat uradas, além criar facilidades para geração de incêndios e ou
explosões;

ƒ A int ensidade dos vent os, dependendo da caract eríst ica física e quím ica
do produt o, poderá em um dado m om ent o ser um agent e redut or ou
am pliador dos riscos. Com o a t em perat ura, o vent o fort e poderá
volat ilizar rapidam ent e subst âncias líquidas ou sólidas ou m esm o dissipar
nuvens concent radas de gases ou vapores;

ƒ A chuva poderá ser um a condição a desencadear um a reação quím ica


vigorosa de um produt o que sej a incom pat ível com água, ou m esm o
alt am ent e prej udicial carreando líquidos rapidam ent e para corpos d’água,
am pliando significat ivam ent e a área cont am inada, m as t am bém poderá
diluir e m inim izar riscos de incêndios; e

ƒ Cabe dest acar, que dependendo das condições at m osféricas, se o


vazam ent o ocorreu durant e o dia em regiões onde norm alm ent e exist em
inversões t érm icas, ou para aqueles ocorridos durant e o pôr do sol,

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acom panhado de vent o est ável e t em perat ura elevada, podem ser
necessários consideráveis acréscim os na dist ância escolhida para
isolam ent o. Para est es casos, a área definida para isolam ent o irá
considerar a direção do vent o, ou sej a, a favor do vent o, a part ir do pont o
da ocorrência onde as pessoas podem se t ornar incapazes de t om ar as
ações de prot eção, podendo incorrer em sérios ou m esm o irreversíveis
efeit os à saúde.

ƒ Ace sso de e qu ipa m e n t os:

ƒ Em geral, a ocorrência no t ransport e rodoviário de produt o perigoso


envolve um a grande quant idade de recursos m at eriais para realizar o seu
at endim ent o com o cam inhões vácuos, guinchos de m édio e grande port e,
recipient es para arm azenam ent o de resíduos. Nest e sent ido, é im port ant e
observar se o local da ocorrência dispõe de condições para o ingresso
desses equipam ent os. Mesm o que o recurso se m ost re necessário e
indispensável para um at endim ent o, ant es de solicit ar a sua m obilização,
é recom endável que sej a verificado se o local t em condições de recebê- lo.

O esforço m aior deve ser concent rado em rapidam ent e ident ificar os riscos
im ediat os que podem afet ar as pessoas e o m eio am bient e. A m aior preocupação é
com os reais ou pot enciais riscos de incêndios, explosões, liberações de
cont am inant es para o ar e at m osferas deficient es ou enriquecidas de oxigênio,
ent re out ras.

Mesm o que grosseiros, os dados iniciais colet ados subsidiarão as inform ações
m ínim as necessárias para est abelecer as est rat égias de isolam ent o e sinalização da
área e os cuidados com a segurança viária. Com est as inform ações o at endent e
poderá:

ƒ Avaliar ações necessárias para garant ir a segurança viária;

ƒ Det erm inar os riscos exist ent es que possam afet ar a com unidade e o m eio
am bient e;

ƒ Det erm inar a necessidade ou não de ent rar ou se aproxim ar do local da


ocorrência;

ƒ Colet ar inform ações adicionais que cont ribuam para o aum ent o do nível de
segurança no cenário acident al; e

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ƒ Decidir os encam inham ent os para as ações de paralisação e ou m anut enção


do fluxo da via.

A fase de avaliação, dent re as ações de at endim ent o, se dest aca com o de


grande relevância que, quando bem realizada, const it ui a base de encam inham ent o
para o êxit o de um bom at endim ent o, subsidiando as inform ações para o
desencadeam ent o de t odas out ras ações, a com eçar por decidir a dim ensão da área
de isolam ent o e posicionam ent o da sinalização, ações de com bat e iniciais, recursos
a serem m obilizados, acionam ent o de órgãos e inst it uições públicas, ent re out ras.

Consult e os painéis, rót ulos de


I D EN TI FI QUE O
risco, not a fiscal ou envelopes de
PROD UTO
segurança de posse do m ot orist a.

Chegando no local da ocorrência, o at endent e deve se dirigir ao condut or do


veículo, desde que est e não t enha se acident ado e est ej a em condições de prest ar
esclarecim ent os, colet ar as inform ações no sent ido de ident ificar o produt o
perigoso t ransport ado, observando docum ent os com o m anifest o de carga, not a
fiscal, envelope de t ransport e e ficha de em ergência, levant ando as inform ações
pert inent es à classe, subclasse, núm ero de risco e ONU do produt o t ransport ado.

Todas as inform ações colet adas devem ser repassadas o m ais breve possível
para o CCO para que est e as repasse para as aut oridades com pet ent es ( Corpo de
Bom beiros, Polícia Milit ar Rodoviária, CETESB e Defesa Civil) , em presa
t ransport adora responsável e dem ais encam inham ent os necessários para viabilizar
o at endim ent o em ergencial.

As inform ações perm it irão ao CCO acom panhar t odo o desenvolvim ent o do
at endim ent o, auxiliar o at endent e quant o aos procedim ent os a serem adot ados,
apoiar com recursos m at eriais e hum anos, orient ar com o operacionalizar o t ráfego
local ou, dependendo do grau de periculosidade do produt o, int erdit ar a( s) faixa( s)
de rolam ent o ou a rodovia sob orient ação da PMRv.

Manual de Produt os Perigosos 97


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Com o se t rat a de um a ocorrência envolvendo produt os perigosos, é de


fundam ent al im port ância que sej a verificada a com pat ibilidade das inform ações
colet adas nos docum ent os com os painéis de segurança e rót ulos de risco fixados
no veículo. É relat ivam ent e com um , em se t rat ando do t ransport e de líquidos
com bust íveis ( gasolina, álcool e diesel) , que o painel de segurança e rót ulo de risco
sej am prem edit adam ent e diferent es da not a fiscal. A exat idão dessas inform ações
é de grande im port ância para os órgãos públicos que realizam as ações de com bat e
a um a em ergência. Ações de com bat e equivocadas e inadequadas podem am pliar
as conseqüências do acident e, gerando riscos aos profissionais envolvidos no
at endim ent o, a com unidade e ao m eio am bient e.

Caso o condut or do veículo t enha se ferido, ficando im possibilit ado e sem


condições de prest ar esclarecim ent os ou fornecer os docum ent os, os m esm os
poderão ser obt idos no int erior da cabine do veículo, desde que não exist a nenhum
risco da presença de produt o quím ico. Cabe dest acar, que o recom endável é que os
docum ent os sej am ret irados do int erior do veículo por um Policial Rodoviário.
Havendo vazam ent o, o I nspet or não deve de form a algum a se expor ao produt o
para obt enção de t ais docum ent os, sendo que nesse caso sua ação deverá, única e
exclusivam ent e, ser direcionada a ident ificação dos rót ulos de riscos e painéis de
segurança fixados na part e ext ernos do veículo e repasse da inform ação ao CCO.

Os acident es rodoviários de m aior gravidade, que em razão da sua nat ureza


com prom et am ou danifiquem as placas ( rót ulos e painéis) , dificult ando ou
im possibilit ando a ident ificação, não devem exigir do at endent e algum a ação que,
de algum a form a, possa lhe expor aos riscos exist ent es. Quando se deparar com
est e t ipo de dificuldade, o at endent e deve com unicar ao CCO a im possibilidade de
obt enção das inform ações. Os órgãos públicos deverão ser inform ados da ausência
de inform ações em razão da gravidade do acident e, para que possam preparar
est rat égias de at endim ent o a um a em ergência cuj o produt o é desconhecido.

Quando da im possibilidade de ident ificação do produt o at ravés das placas e


docum ent os, o at endent e deverá verificar se o veículo ( reboque e ou t rat or)
sinist rado possui ident ificação do nom e da t ransport adora, e com o apoio do CCO,
t ent ar levant ar inform ações que perm it am a ident ificação do produt o perigoso, para
subsidiar as equipes que se deslocam para o local da ocorrência.

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Vale lem brar, que a legislação vigent e preconiza que t odas as em presas, que
de algum a form a possuem ligação com o produt o ( fabricant e do produt o,
em barcador, desem barcador, em presa de com prou o produt o) , são co-
responsáveis, nest e sent ido podem ser cont at adas para fornecer as inform ações
necessárias para que as aut oridades públicas possam realizar o seu at endim ent o.

I nform e ao CCO o ocorrido para que

ACI ON E O CCO o m esm o possa selecionar dent re as


hipót eses acident ais e t ipologias
previst as no plano, qual se aplica ao
present e caso, e t om ar as devidas
providências.

Ao chegar no local da ocorrência o at endent e deve inform ar ao CCO o horário


de sua chegada, e proceder de im ediat o t odas as providências que j ulgar
necessárias para efet uar o at endim ent o ( aproxim ação segura, afast ar curiosos,
sinalizar o local, avaliação da ocorrência, isolam ent o da área e ident ificação do
produt o) . Em seguida deverá repassar t odas as inform ações ao CCO que, por sua
vez, irá ident ificar o t ipo e classificar a ocorrência, bem com o realizar os devidos
encam inham ent os para desenvolvim ent o ao at endim ent o.

No Quadro 5.1- 1 são apresent adas as Hipót eses Acident ais.

Qu a dr o 5 .1 - 1 H ipót e se s Acide n t a is e Tipologia s dos Acide nt e s

H ipót e se s D e scr içã o Açõe s D e se n ca de a da s pe lo CCO

Acident e ou avaria do veículo sem Acionar a Polícia Milit ar Rodoviária ( PMRv) ;


H1
envolvim ent o de carga Acionar o Corpo de Bom beiros e a CETESB.
Acionar a Polícia Milit ar Rodoviária ( PMRv) ;
Acionar o Corpo de Bom beiros e a CETESB;
Colisão ou t om bam ent o do veículo
H2
com risco pot encial de vazam ent o Acionar o t ransport ador, expedidor e ou dest inat ário
da carga, visando m obilizar os recur sos necessár ios
para at ender a ocorrência.

Manual de Produt os Perigosos 99


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H ipót e se s D e scr içã o Açõe s D e se n ca de a da s pe lo CCO

Acionar a Polícia Milit ar Rodoviária ( PMRv) ;


Acionar o Corpo de Bom beiros e a CETESB;
Acionar o t ransport ador, expedidor e ou dest inat ário
Vazam ent o de pequeno port e de da carga, visando m obilizar os recur sos necessár ios
H3
subst ância líquida para at ender a ocorrência;
Repassar aos órgãos públicos acionados t odas as
inform ações necessárias, de m odo que est es possam
assum ir a coordenação.
Vazam ent o de grande port e de
H4 I dem ao ant erior.
subst ância líquida.
Derram am ent o de subst ância
H5 I dem ao ant erior.
sólida.
H6 Vazam ent o de gás inflam ável I dem ao ant erior.
H7 Vazam ent o de gás t óxico. I dem ao ant erior.
H8 Acident e com explosivo. I dem ao ant erior.
H9 Acident e com produt o radioat ivo. I dem ao ant erior.

Siga a orient ação do CCO; verifique


a necessidade de reforçar o
PROCED A A I N STRUÇÃO
isolam ent o j á inst alado e inform e as
alt erações do t ráfego, vazam ent o,
escoam ent o, et c.

Ao CCO caberá acom panhar t odo o at endim ent o, bem com o auxiliar o I nspet or
quant o ao procedim ent o a ser adot ado, orient ando- o a canalizar o t ráfego, ou
dependendo do grau de periculosidade do produt o, int erdit ar a( s) faixa( s) de
rolam ent o ou a rodovia sob orient ação da PMRv, inform ando caso necessário, os
recursos para apoio ao at endim ent o, m obilização e viabilização de recursos
hum anos e m at eriais quando disponíveis.

Por solicit ação dos órgãos públicos e equipes t écnicas que est iverem
t rabalhando no local, poderá ser solicit ado para que a sinalização da rodovia sej a
reforçada, reposicionada ou a área de isolam ent o am pliada em razão das possíveis
variações e m odificações nos riscos e conseqüências advindas da ocorrência.

O at endent e deverá sem pre procurar m ant er um t rabalho int egrado com os
órgãos públicos e as diferent es equipes t écnicas que est iverem t rabalhando no

Manual de Produt os Perigosos 100


Depart am ent o de Est radas de Rodagens – DER / SP

local, de m odo a garant ir a m elhor eficiência e agilização das ações, com vist as à
segurança individual e colet iva dos part icipant es e segurança da com unidade e do
m eio am bient e.

Est ando t odas as providências t om adas e a ocorrência sob cont role, o


at endent e deve cont inuar na respost a em ergencial, at uando no cont role do t ráfego
local, bem com o fornecendo t odo o apoio aos órgãos públicos e equipes de
respost a, m ant endo o CCO inform ado sobre as condições de t rânsit o no local e o
andam ent o do at endim ent o.

5 .2 ATI VI D AD ES D OS ÓRGÃOS PÚBLI COS EN V OLVI D OS N AS EM ERGÊN CI AS

Os principais órgãos que possuem at ribuições em ocorrências no t ransport e


rodoviário de produt os perigosos no Est ado de São Paulo são: Polícias Rodoviária
Est adual e Federal, Corpo de Bom beiros, Com panhia de Tecnologia de Saneam ent o
Am bient al – CETESB, Coordenadoria Est adual de Defesa Civil – CEDEC e Com issões
Municipais de Defesa Civil – COMDECs.

Os graus de com pet ências desses órgãos no cenário de um acident e são:

Cor po de Bom be ir os:

ƒ Prevenção e com bat e a incêndios busca e salvam ent o, at endim ent o pré-
hospit alar, at endim ent o a em ergência com produt os perigosos nas fases de
ident ificação, supervisão no cont role de vazam ent os, t ransbordo e serviços
de cont enção procedidos pelo t ransport ador sinist rado e descont am inação
dos recursos ut ilizados na em ergência quím ica.

Polícia M ilit a r Rodoviá r ia :

ƒ Avaliação prelim inar da ocorrência;

ƒ Aplicação das sanções adm inist rat ivas, de acordo com a legislação vigent e;
e

ƒ Sinalização, isolam ent o, desobst rução e desvio de t ráfego, de acordo com


a sit uação apresent ada.

Manual de Produt os Perigosos 101


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Com pa n h ia de Te cnologia de Sa n e a m e n t o Am bie n t a l – CETESB:

ƒ Caract erização dos riscos em virt ude da em issão de produt os para o m eio
am bient e, at ravés da ident ificação de suas caract eríst icas físicas, quím icas
e t oxicológicas;

ƒ Execut ar o m onit oram ent o am bient al do solo, água e ar, at uando


prevent ivam ent e para a segurança das ações no cenário acident al, bem
com o em basam ent o t écnico para adoção de ações que m inim izem os
im pact os am bient ais;

ƒ Supervisionar e orient ar os t rabalhos de cam po, no que se refere às ações


de t ransbordo de carga, neut ralização, cont enção, rem oção e disposição
final do produt o e resíduos gerados pelo acident e;

ƒ Cert ificar- se de que as ações de com bat e são as m ais adequadas t ant o do
pont o de vist a de segurança com o de m eio am bient e; e

ƒ Det erm inar as ações de cont role a serem desencadeadas para a


recuperação das áreas am bient ais at ingidas.

Coor de n a dor ia s de D e fe sa Civil ( CED EC/ COM D EC) :

A Const it uição da República Federat iva do Brasil, de 1988, reconheceu os


direit os à saúde, à segurança, à propriedade e à incolum idade das pessoas e
do pat rim ônio, com o direit os const it ucionais. Nest e sent ido, a Defesa Civil
t em a finalidade de garant ir esses direit os a t odos os brasileiros e aos
est rangeiros que residem no País, em circunst âncias de desast res. São
obj et ivos específicos da Defesa Civil:

ƒ Minim ização de desast res adot ando um conj unt o de m edidas dest inadas a:

ƒ Prevenção de desast res at ravés da avaliação e redução de riscos, com


m edidas est rut urais e não- est rut urais;

ƒ preparação para em ergências e desast res com a adoção de program as


de desenvolvim ent o inst it ucional, de recursos hum anos, cient ífico e
t ecnológico, m udança cult ural, m ot ivação e art iculação em presarial,

Manual de Produt os Perigosos 102


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m onit orização- alert a e alarm e, planej am ent o operacional, m obilização e


aparelham ent o e apoio logíst ico.

ƒ Respost as aos desast res adot ando um conj unt o de m edidas necessárias
para:

ƒ socorro e assist ência às populações vit im adas, at ravés das at ividades


de logíst ica, assist enciais e de prom oção da saúde;

ƒ reabilit ação do cenário do desast re, com preendendo as seguint es


at ividades: avaliação de danos; vist oria e elaboração de laudos
t écnicos; desobst rução e rem oção de escom bros; lim peza,
descont am inação, desinfecção e desinfest ação do am bient e; reabilit ação
dos serviços essenciais e recuperação de unidades habit acionais de
baixa renda.

ƒ Reconst rução adot ando um conj unt o de m edidas dest inadas a rest abelecer ou
norm alizar os serviços públicos, a econom ia local, o m oral social e bem - est ar
da população.

Ou t r a s e n t ida de s e n volvida s com as a t ivida de s de t r a nspor t e


r odoviá r io de pr odu t os pe r igosos ( Tr a n spor t a dor , Ex pe didor ,
Em ba r ca dor , Fa br ica n t e e D e st in a t á r io da ca r ga ) :

ƒ Com o preconiza a legislação vigent e, os envolvidos na at ividade de


t ransport e rodoviário de produt os perigosos, quando da ocorrência de um
acident e, além de prest ar os esclarecim ent os que lhes forem solicit ados
pelas aut oridades públicas, deverão t am bém dar t odo o apoio necessário
para cont role da ocorrência, quer sej a a pedido do órgão público, e/ ou por
iniciat iva própria;

ƒ Para a int ervenção nest es episódios, os int egrant es do segm ent o deverão
possuir um conj unt o de procedim ent os previam ent e definidos, enviar para
o local profissional qualificados para prest ar inform ações t écnicas e
dot ados de habilidades para int eragir com diferent es equipes, além de
possuírem aut onom ia para t om ar decisões e cont rat ar de serviços,
at endendo as expect at ivas e as dem andas dos órgãos públicos;

Manual de Produt os Perigosos 103


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ƒ Disponibilizar para os t rabalhos de cam po, t odos os recursos hum anos e


m at eriais necessários para o at endim ent o da ocorrência, at endendo a t oda
a dem anda gerada pelos órgãos públicos, com a devida brevidade que a
sit uação requer.

5 .3 AÇÕES D E CON TROLE D E EM ERGÊN CI AS


As ações de cont role de em ergências são execut adas pelos dem ais órgãos
envolvidos, cabendo ao DER/ SP prest ar auxílios aos m esm os, quando possível e
necessário.

Ent re as inúm eras m edidas de cont role adot ado rot ineiram ent e em um a
ocorrência envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos, as m ais
em pregadas são:

ƒ Est a n qu e ida de do va za m e n t o:

Essa operação visa paralisar a saída do produt o do sist em a cont enedor


( t anque, t am bor ent re out ros) , por m eio da aplicação de disposit ivos
específicos para est ancar vazam ent os de subst âncias quím icas t ais com o
bat oques, cunhas, m assas de vedação e out ros.

ƒ Con t e n çã o do pr odu t o va za do:

As t écnicas para cont enção dependem do am bient e para o qual o produt o est a
vazando, ou sej a, para a at m osfera ( ar) , solo, sist em a de drenagem ou corpo
d’água.

Dependendo das caract eríst icas físicas do produt o, e do cenário onde se


desenvolve a ocorrência, há um a t écnica apropriada para cont enção do
produt o vazado, que pode ser desde a aplicação de um a neblina de água para
a dispersão de um a nuvem de vapor ou gás na at m osfera, com o a const rução
de desvios e diques, com a finalidade de cont er o produt o líquido num a
depressão do t erreno.

ƒ N e u t r a liza çã o:

Um dos m ét odos que pode ser aplicado em cam po para a redução dos riscos é
a neut ralização do produt o derram ado. Est a t écnica consist e na adição de um

Manual de Produt os Perigosos 104


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produt o quím ico, de m odo a elevar ou baixar o pH próxim o ao nat ural, no


caso de subst ância corrosiva.

ƒ D ilu içã o:

Est a t écnica consist e na adição de água ao produt o vazado com int uit o de
diluí- lo, de m odo a obt er concent rações não perigosas.

ƒ Re m oçã o do Pr odu t o:

Poderá ser realizada ut ilizando- se variados m ét odos, t ais com o:

ƒ Su cçã o: Se o produt o for líquido, poderá ser recolhido at ravés de bom bas
de t ransferência ou cam inhões- vácuo;

ƒ Absor çã o: Consist e na adição de t erra, m at erial absorvent e ou out ro


m at erial com a finalidade de agregar o m at erial derram ado. Só deve ser
ut ilizado se for com pat ível com o produt o derram ado;

ƒ M e câ n ica ou m a n u a l: O produt o poderá ser rem ovido do local, at ravés


de m áquinas e ou por int erm édio de t rabalhadores braçais ut ilizando
ferram ent as m anuais, com o enxadas, pás, et c.

ƒ Pr e ve n çã o e Com ba t e a I n cê n dios:

São t odos os m ét odos em pregados no cenário da ocorrência, visando o


cont role das font es de ignição ( superfícies quent es, geração de faíscas,
cham as, equipam ent os energizados, elet ricidade est át ica, et c) bem com o as
t écnicas em pregadas para o com bat e aos incêndios.

ƒ M on it or a m e n t o Am bie n t a l:

O m onit oram ent o am bient al cont em pla ações para avaliação da qualidade do
m eio am bient e, no cenário onde est á se desenvolvendo a ocorrência.

ƒ Eva cu a çã o de Pe ssoa s:

Est a ação t em com o obj et ivo salvaguardar a int egridade física das pessoas, e
deve ser prom ovida t odas as vezes que exist ir risco à saúde ou à vida.

ƒ Açõe s de Re sca ldo:

Est a et apa consist e de ações e m edidas que visam o desenvolvim ent o de


at ividades volt adas para recom por o m eio am bient e, ou sej a,
rest abelecim ent o das condições norm ais das áreas afet adas pelas

Manual de Produt os Perigosos 105


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conseqüências da ocorrência, t ant o do pont o de vist a de segurança, com o


am bient al, t ais com o as ações para recuperação das áreas at ingidas,
t rat am ent o e disposição de resíduos.

ƒ Cr ia çã o de Zon a s de Tr a ba lh o:

Em face de const at ação de qualquer sit uações perigosas na zona de influência


do acident e, o local da ocorrência poderá ser im ediat am ent e int erdit ado e
isolado, definindo- se zonas de t rabalho, de acordo com os riscos, at ravés de
crit érios t écnicos em pregados pelos órgãos públicos envolvidos no
at endim ent o, t ais com o Corpo de Bom beiros, Órgão Am bient al e quando na
ausência dest es, por equipes t écnicas de out ras inst it uições qualificadas para
o at endim ent o de em ergência envolvendo produt os quím icos.

ƒ Zon a Qu e nt e : é um a área rest rit a, im ediat am ent e ao redor do acident e e


se prolonga at é o pont o em que efeit os nocivos não possam m ais afet ar as
pessoas posicionadas fora dela. Dent ro dest a área ocorrerão as ações de
cont role da em ergência.

ƒ Zon a M or n a : é um a área dem arcada após a zona quent e, onde ocorrerão


as at ividades de descont am inação de pessoas e equipam ent os. Nest a área
será perm it ida som ent e a perm anência de profissionais especializados, os
quais darão apoio às ações de cont role desenvolvidas dent ro da zona
quent e.

ƒ Zon a Fr ia : área dest inada para out ras funções de apoio, t am bém
conhecido com o zona lim pa. I m ediat am ent e est abelecida após a zona
m orna. É o local onde est ará a logíst ica do at endim ent o com o o
posicionam ent o do “ Post o de Com ando” , est acionam ent o de viat uras e
equipam ent os, área de abrigo, alim ent ação ent re out ros.

ƒ Zon a de Ex clu sã o: área além da zona fria onde perm anecerão as pessoas
que não possuem qualquer envolvim ent o diret o com a ocorrência, com o
im prensa e com unidade.

Manual de Produt os Perigosos 106


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Zon a de Ex clu sã o

Zon a Fr ia Zon a M or n a

Zon a Que nt e

Cabe dest acar, que a dem arcação dessas zonas, desde que possível, deverá
ser realizada, preferencialm ent e, com base na ut ilização de equipam ent os de
m onit oração am bient al apropriado, os quais, por m eio da leit ura das
concent rações de cont am inant es present es na at m osfera am bient e,
subsidiarão os elem ent os necessários para dem arcação dessas zonas.

5 .4 APOI O ÀS AÇÕES D E RESPOSTA ÀS EM ERGÊN CI AS


A ação de cont role desenvolvida num a em ergência t em com o finalidade
delim it ar suas conseqüências e m inim izar possíveis danos am bient ais. O result ado
da avaliação subsidiará t odo o planej am ent o para as ações a serem desenvolvidas.
Est as deverão ser desencadeadas levando- se em consideração t odos os aspect os
relevant es com o segurança das pessoas, das inst alações, dos pat rim ônios público,
privados, im pact os am bient ais, ent re out ros.

A ação para cont role de um acident e no t ransport e rodoviário de produt os


perigosos pode variar bast ant e, de acordo com o local onde acont eceu a ocorrência,
as caract eríst icas físicas e quím icas dos produt os envolvidos e a quant idade
vazada. A segurança, a eficiência e eficácia das m edidas de cont role serão
diret am ent e proporcionais a exist ência de um planej am ent o prévio, onde t enha
sido definido um conj unt o de procedim ent os para at uar nest as circunst âncias.

Manual de Produt os Perigosos 107


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A avaria, colisão ou t om bam ent o de um veículo pode ocasionar vazam ent o de


pequeno e grande port e de produt os quím icos líquidos, sólidos e gasosos, em
conseqüência do rom pim ent o de em balagens, avarias em válvulas, furos em
cost ados de t anques, rom pim ent o de t am bores ent re out ros. Nest e sent ido, e faz
necessário pelo I nspet or em cam po, a adoção de m edidas específicas para cont role
da ocorrência, visando lim it ar suas conseqüências e m inim izar possíveis im pact os
para a com unidade e ao m eio am bient e.

Ações de cont role previst as no PAE para at endim ent o a um a ocorrência


envolvendo o t ransport e rodoviário de produt os perigosos a serem adot adas pelo
DER/ SP est ão apresent adas no Quadro 5.4- 1.

Qu a dr o 5 .4 - 1 Açõe s de Con t r ole Em e r ge n cia l de a cor do com a H ipót e se


Acide n t a l

H ipót e se D e scr içã o Açõe s de Con t r ole


Sinalizar local da ocorrência.
Acident e ou avaria do veículo
H1 Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o.
sem envolvim ent o de car ga
Rem over o veículo para local seguro.

Colisão ou t om bam ent o do Sinalizar local da ocorrência.


H2 veículo com risco pot encial de Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
vazam ent o rem over o veículo para local seguro.
Sinalizar local da ocorrência.
I m pedir o espalham ent o do produt o, at ravés da ut ilização de
equipam ent os de cont enção sim ples ( baldes, bacias e
Vazam ent o de pequeno port e m ant as absorvent es) .
H3
de subst ância líquida
Prot eger bueiros, galerias de drenagem e corpos de água.
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.
Sinalizar do local da ocorrência.
Cont er o produt o derram ado, se possível at ravés da
const rução de diques de cont enção.
I m pedir o espalham ent o do produt o, at ravés da ut ilização de
Vazam ent o de grande por t e de
H4 equipam ent os de cont enção sim ples ( baldes, bacias e
subst ância líquida
m ant as absorvent es) .
Prot eger bueiros, galerias de drenagem e corpos de água.
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.
Sinalizar local da ocorrência.
Cont er o produt o derram ado, se possível at ravés da
Derram am ent o de subst ância const rução de diques de cont enção.
H5
sólida Prot eger bueiros, galerias de drenagem e corpos de água.
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.

Manual de Produt os Perigosos 108


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H ipót e se D e scr içã o Açõe s de Con t r ole


Sinalizar local da ocorrência.
Se necessário, am pliar a área de isolam ent o.
H6 Vazam ent o de gás inflam ável
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.
Sinalizar local da ocorrência.
Se necessário, am pliar a área de isolam ent o.
H7 Vazam ent o de gás t óxico
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.
Sinalizar e isolar a área num raio m ínim o de 100 ( cem )
m et ros se não houver fogo. No caso de fogo e/ ou explosão
H8 Acident e com explosivo isolar a área num raio m ínim o de 600 ( seiscent os) m et ros.
Prest ar serviço de socorro m ecânico/ guincham ent o, e
rem oção do veículo para local seguro.
Acident e com produt o Sinalizar, desviar o t ráfego e isolar a área num raio m ínim o
H9
radioat ivo de 100 ( cem ) m et ros.

5 .5 RECURSOS M ATERI AI S
A ut ilização de recursos m at eriais nas ações de cont role e com bat e as
em ergências, deve ser cercada de cuidados especiais envolvendo planej am ent o
prévio para at uação quant o ao m elhor recurso a ser em pregado. Um recurso
inadequado ou incom pat ível com o t ipo da ocorrência, ao invés de se obt er o
result ado desej ado, poderá agravar ainda m ais as conseqüências e os im pact os
am bient ais.

Para a realização das ações de at endim ent o a um a ocorrência envolvendo


produt os perigosos, considerando os riscos int rínsecos e as peculiaridades dessa
at ividade, os I nspet ores deverão est ar capacit ados com conhecim ent os t écnicos
específicos e dispor de vários recursos m at eriais adequados para operacionalização
dos t rabalhos na rodovia, bem com o garant ir e prot eger a sua int egridade física.

No que se refere à prot eção da int egridade física do at endent e nas ações
cont role, est a será realizada at ravés da ut ilização de Equipam ent os de Prot eção
I ndividual ( EPI s) , que cada órgão disponibilizará a suas equipes, de acordo com
suas at ribuições.

O EPI é t odo disposit ivo de uso individual, dest inado a prot eger a saúde e a
int egridade física do t rabalhador. Os EPI s não reduzem o " risco e ou perigo" ,
apenas adequam o indivíduo ao m eio e ao grau de exposição.

A prot eção da pele ( cut ânea) será feit a por m eio de:

Manual de Produt os Perigosos 109


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ƒ Roupas de prot eção cont ra respingos


de produt os quím icos;

ƒ Luvas de prot eção ao cont at o com


produt os quím icos;

ƒ Bot as de prot eção ao cont at o com


produt os quím icos.

Esses equipam ent os t êm com o finalidade prot eger o corpo da agressão de


produt os perigosos, os quais podem provocar danos à pele ou m esm o serem
absorvidos pela m esm a e afet ar out ros órgãos.

Para a prot eção respirat ória devem ser ut ilizados equipam ent os dest inados a
prot eger o usuário dos riscos gerados pela presença de cont am inant es no ar
am bient e. O m ét odo pelo qual elim inam ou dim inuem o risco respirat ório baseia- se
fundam ent alm ent e na ut ilização de um a peça facial ( m áscara de prot eção) que
isola o usuário do ar cont am inado. O sist em a de purificação consist e basicam ent e
de um elem ent o filt rant e que ret ém o cont am inant e e perm it e a passagem do ar
purificado.

A m áscara facial panorâm ica prot ege t odo o rost o ( olhos e nariz) , enquant o
que as m áscaras sem i- faciais prot egem apenas o nariz. Am bas at uam com filt ros,
os quais ret êm os cont am inant es, perm it indo a passagem apenas do ar
at m osférico.

Esses equipam ent os possuem algum as rest rições quant o ao uso, ent re as
quais se pode dest acar:

ƒ Não se aplicam a am bient es com m enos de


18 % de oxigênio no ar at m osférico;

ƒ Possuem baixa durabilidade em at m osferas


sat uradas de um idade;

ƒ Não devem nunca ser ut ilizado em condições


desconhecidas.

No que se refere aos recursos a serem disponibilizados pelos segm ent os


envolvidos na at ividade de t ransport e ( fabricant e do produt o, expedidor,
em barcador, t ransport ador e dest inat ário da carga) , est es devem enviar ao local da

Manual de Produt os Perigosos 110


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em ergência profissionais qualificados para prest ar t odas as inform ações t écnicas,


com habilidades para int eragir com as diferent es equipes de t rabalho, com
aut onom ia para t om ar decisões em nom e da em presa, t ais com o: cont rat ação de
servidores braçais, m áquinas e equipam ent os necessários, at endendo as dem andas
e expect at ivas dos órgãos públicos.

O Quadro 5.4- 1 são apresent adas as ações de cont role em ergencial a serem
desenvolvidas pelo at endent e no local da ocorrência e os respect ivos recursos
m at eriais necessários ao desenvolvim ent o dessas at ividades.

Qu a dr o 5 .4 - 1 Açõe s de Con t r ole Em e r ge n cia l x Re cu r sos M a t e r ia is


Açõe s de Con t r ole Em e r ge n cia l Re cu r sos M a t e r ia is

ƒ Cones, faixas, sinalizadores e placas lum inosas,


Sinalização do local da ocorrência. cavalet es, bandeiras, disposit ivos lum inosos de
indicador de direção ent re out ros.
Cont er o produt o derr am ado, se possível Equ ipa m e n t os de Pr ot e çã o I n dividu a l:
at ravés da const rução de diques de cont enção. ƒ Roupa de prot eção cont ra respingos de
I m pedir o espalham ent o do produt o, at ravés produt os perigosos;
da ut ilização de equipam ent os de cont enção ƒ Luvas de prot eção cont ra produt os quím icos;
sim ples ( baldes, bacias e m ant as absorvent es) . ƒ Óculos de am pla visão cont ra respingos de
produt os quím icos;
ƒ Máscaras faciais, visão panorâm ica, com filt ro
de prot eção respirat ória, cont ra produt os
Prot eger bueiros, galerias de dr enagem e quím icos;
corpos de água. ƒ Máscaras sem ifaciais, com filt ro de prot eção
respirat ória, cont ra m at eriais part iculados
perigosos;
ƒ Bot a de prot eção quím ica, ent re out ros.
Prest ar ser viço de socorro m ecânico ou ƒ Viat uras e recursos adequados para
guincham ent o, e rem oção do veículo para desenvolver a at ividade de acordo com o port e
local seguro. da ocorrência.

Manual de Produt os Perigosos 111

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