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MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS
As medições que se fazem na topografia mineira para se fixar a posição de um ponto em relação
ao outro estão sempre contidas no plano horizontal que contêm as verticais desses dois pontos.
O metro abreviado m,é a unidade de medição linear adoptado para o Sistema Internacional (Le
Système International d'Unités) – SI, que é universalmente imutável.
Por acordo internacional, o metro padrão foi definido como sendo a distância entre duas linhas
finas na barra de mistura de platina-iridio. Esta distância é sensivelmente igual à décima-
milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre, avaliada com extremo rigor no século
passado por uma comissão internacional de geodesistas.
Observação: Originalmente se pretendia que o metro representasse uma décima milionésima (1/10
000 000) parte da distância do equador aos pólos. Agora ela é definida duma forma diferente por
ter sido realizado novas medições de quadrante de meridiano da terra demonstrando que a
distância calculada no qual se baseou o metro era imprecisa.
Na prática para a medição da distância utilizamos apenas unidades de quilómetro (km), metro
(m) e milímetro (mm).
Chama-se distância geométrica de dois pontos à distância medida sobre a linha recta que os
une.
A projecção horizontal A-C ou Z-Z´ da distância geométrica, que é ainda a projecção horizontal
do perfil, chama-se distância horizontal ou distância reduzida ao horizonte.
a) Método directo
Os primeiros são duma maneira geral mais precisa e são aplicados em operações de grande
rigor.
Os segundos são mais rápidos (seguros em terrenos acidentados) e hoje já existem processos
que permitem abrigar resultados muito satisfatórios para as operações topográficas.
4.3 MÉTODO DIRECTO. Este método compreende uma caminhada ao longo da linha a ser
medida. Por esta razão, antes de efectuarmos qualquer medição pelo método directo, temos de
traçar o alinhamento entre os dois pontos cuja distância é pretendida, o que é materializado por
estacas ou bandeirola (ver figura 4.2).
Bandeirolas são hastes de ferro ou madeira, pintadas com duas cores contrastantes, branco e
encarnado, em intervalos que vão de 20 cm ou 50 cm, tendo na extremidade inferior um
ponteiro de ferro para permitir a cravação no terreno.
As fitas mais usadas são as de pano, de pano com reforço metálico interior, de aço e de invar
(aço e níquel), em comprimentos de 15, 20, 30, 50 ou 100 metros.
As fitas de pano são empregues em trabalhos de pouca precisão e estão sujeito a estragaram-se e
deformarem-se facilmente com o tempo. As fitas de aço são aquelas que oferecem medições de
grande precisão, bastando, no entanto, observar os cuidados necessários.
A operação de medição pode ser efectuada com a fita completamente assente sobre o terreno ou
estando suspensa.
À distância pretendida é apurada somando o total de vezes que ela cabe na linha mais a sobra.
Se a fita for esticada n vezes e com a sobra d, a distância D deste troço é igual:
D=lxn+d
Sendo, l o comprimento total da fita.
4.3.2. MEDIÇÃO COM MIRAS E RÉGUAS. Durante muito tempo as medições mais
rigorosas eram executadas com régua e mira de comprimento variáveis, de 2 a 6 metros. Sendo
cada metro pintado com cores diferentes e alguns decímetros divididos em centímetros e
milímetros.
Durante a operação de medição, a posição da mira e régua deve ser horizontal, sendo o
comprimento entre os dois pontos a soma da respectiva mira ou réguas mais a sobra d.
A fig. 4.5 ilustra como se pode medir uma distância numa inclinação.
Por comodidade de trabalho nas minas onde por várias vezes as distâncias são pequenas se
adopta a utilização destes instrumentos, que confere uma boa precisão.
4.3.3. MEDIÇÃO COM OUTROS APARELHOS. Em certos trabalhos onde não se exige
uma maior precisão, por exemplo, nos trabalhos de reconhecimento, as medições das distâncias
por métodos expeditos, são ainda usadas.
Passos
Antes de efectuar a medição com a fita, torna-se necessário fazer outra medição a fim de
aferirmos o comprimento do nosso passo, que normalmente tem 70 cm, ou seja, cerca de 130
passos em cada 100 metros.
Embora as medições obtidas sejam pouco rigorosas, este método é utilizado quotidianamente
pelos topógrafos como instrumento de auxílio nos trabalhos mais rigorosos, por exemplo, para
colocação da estadia de inovar, miras de nivelamento e outros.
Pedómetro
Este aparelho, por intermédio de um contrapeso ou balanceiro, transmite a um ponteiro que gira
num mostrador, o número de impulsos que damos ao corpo, sempre que se dá um passo. Para
medirmos a distância, basta multiplicar o número de passos marcado pelo aparelho, pelo valor
médio dos passos do indivíduo que os executou.
Roda
Para medir as distâncias em terrenos planos, usa-se também a roda, que é adaptada com um
contador de rotação que, multiplicando ao perímetro da roda pode-se apurar a distância. Nos
últimos tempos existem rodas com manómetros digitais (Fig. 4.6) para leitura da distância
percorrida.
l 2 = l 2 + S 2 - 2 l . S + h 2
e como S 2 é muito pequeno, a equação passa:
h2
h 2 = 2 l .S = 0 S = c = 2 l
lt = + . lt (t-to )
Este caso exige que introduzamos também uma correcção que é evidentemente sempre negativa.
Sem querer entrar em pormenor, esta correcção é dada segundo a fórmula reduzida da fig. 4.8
da seguinte maneira:
2 3
1 1 p l
lcat * 2
n 24 T
Sendo, l - comprimento medido (m),
(p - peso da fita por metro linear N/m),
T - tensão aplicada na fita (N),
n - número de vezes que a fita for suspensa.
Exemplo: Foi medida uma distância de 20m, com uma fita de aço suspensa uma vez. O peso da fita é de
20gm/m, a tensão nela aplicada é de 10N, qual é a correcção catenária.
2 3
1 1 p l
Desde que, lcat * 2
n 24 T
l : lo – (R + h) : R ,
de maneira que,
Rh h
l lo (1 R ),
R
h
l lo lo
R
h
l l lo lo * ,
alt R
h
lalt l lo lox
R
h
l alt l l o l o *
R
h
l l lo lx
R
de modo que para uma distância qualquer Si o erro Z é igual a Z = Si . Z
Um dos obstáculos que pode ocorrer é por exemplo, a existência de certos objectos no terreno
que prejudicam a visibilidade e impedem a realização de medições.
a) Obstáculo que obstrui o traçado do alinhamento, mas não impede a aplicação da fita,
Vamos observar apenas alguns exemplos dos casos a cima citados nas alíneas assegurar:
a) Obstáculo que obstrui o traçado do alinhamento, mas não impede a aplicação da fita,
Conforme a figura 4.10, os pontos A e B são pontos extremos do alinhamento. Este alinhamento
não pode ser materializado por razões de configuração do terreno, mas, parando nos pontos C1 e
D1 aproximadamente no alinhamento, os dois pontos dos extremos serão vistos. Do C1 faz-se o
alinhamento para B trazendo depois o ponto D1 no D2 neste alinhamento. Depois, faz-se o
alinhamento AD2 transferindo o C1 no C2 neste alinhamento. O processo se repete até que o C D
pode ser visto estando no alinhamento com A, isto quer dizer conseguimos materializar o
alinhamento AB passando pelos pontos C e D.
ii) Quando ambos os pontos dos extremos não são vistos no intermédio do alinhamento.
Caso não seja possível a visualização dos dois pontos dos extremos a partir de um ponto
qualquer intermédio então, realizamos a medição através duma linha aleatória como podemos
ver na fig. 4.11.
Aqui depois de traçar a linha aleatória AB1 e a perpendicular desta linha (AB1 BB1), medimos
as distâncias AB1 e BB1. Basta medir mais uma distância nos triângulos, teremos elementos
suficientes para o cálculos das outras distâncias a partir da seguinte fórmula:
AB AC AD
BB' CC' DD'
Fig. 4.12
Fig. 4.13
Fig. 4.14
- Quando temos como exemplo um objecto que impede o acesso do outro ponto, por exemplo,
noutra margem do alinhamento (obstáculo continuo).
AB .AE
Caso n 4 (Fig. 4.15) ,
CD CE
AB 2CD
AC AB BD AC
Caso nº 5 (Fig. 4.16) AB ,
EC BD EC
AC AB BD AC
AB =
EC BD EC
Fig. 4.16
AB AC ED
Caso nº 6 (Fig. 4.17) , AB AC
ED CD CD
Fig. 4.17
c)Obstáculo que obstrui ao mesmo tempo o traçado e a aplicação da fita no alinhamento
BC BS SC 2s sen6R 2 / 2
AD AB 2s sen6R 2 / 2 CD
Fig. 4.18
Embora a precisão deste método seja inferior em relação aquela conseguida pelos métodos
directos, existe hoje em dia, aparelhos que conseguem resultados muito precisos para fins
topográficos, tendo a vantagem da rapidez de execução da determinação das distâncias, mesmo
nas partes inacessíveis.
Distanciómetros são todos os aparelhos que permitem a medição de distância pelo método
indirecto, isto é, sem necessidade de percorrer os respectivos alinhamentos.
A seguir na fig. 4.19 é apresentado o princípio de estadia que se pode-se demonstrar o seguinte:
Suponhamos uma porta retículo existente num plano P, no qual existem 2 ou 3 fios paralelos de
tal forma que o plano seja vertical aos fios horizontais.
A partir do ponto O, observamos a linha imaginária ab que une os dois fios extremos, vê-lo sob
o ângulo aOb, cujos lados Oa e Ob prolongados, determinarão sob uma mira vertical um
segmento AB, dependente, fixos os mais elementos, da distância OC a que se encontra esta mira.
Os triângulos Oab e OAB assim formados, são sempre semelhantes, quaisquer que seja as
dimensões dos elementos que as compõem, dar-nos-ão o seguinte, e se:
Oc = f (focal),
ab = s, (ac = bc),
OC f f
D CA
CA ac ac
então, a fórmula desta nos permite determinar a distância D desde que haja um instrumento em
que sejam constantes duas das 3 quantidade f, s, ou S.
Chama-se estadia a todo o instrumento que permite calcular as distâncias por método de
medição indirecta.
Na fig. 4.20:
f = distância focal
F = posição de foco anterior
i = intervalo dos fios do retículo ab
s = intervalo de mira AB
c = a distância de objectiva para o eixo de instrumento
d = distância a partir de posição focal exterior para a mira
D = distância horizontal pretendida
B
,
s
A
d f
, , é distância
s i
mas, d D f e , f e c
Dc f
por tan to, .
s i
f f
D c s, k
i i
O c é constante de adição de aparelho. Nos outros aparelhos, por exemplo, em aparelhos Wild,
introduz-se uma outra lente convergente (analítica) para anular o constante c (c = 0) e trabalhar
apenas com constante k para apurar as distâncias horizontais.
4.7.3. MEDICÃO COM ESTADIA NAS VISADAS INCLINADAS. Observações nas miras
colocadas numa posição inclinada (Fig. 4.21) é necessária reduzirem as distâncias medidas para
distâncias horizontais conforme a fórmula que segue:
D k . l c cos 2
,
D k . l . cos 2
sen
V D . tg k . l . cos 2 . k . l sen . cos
cos
Ou depois de desenvolver:
1
V k l . sen 2 .
2
4.8. MÉTODO TRIGONOMÉTRICO. Este método é constituído na base de figura(s)
formada(s) por triângulos ligados entre si, isto é, teremos de estabelecer um esqueleto
trigonométrico dos pontos no terreno. Nesta(s) figura(s) nós precisamos apenas de medir
distâncias do(s) vértice(s) escolhido(s) como base e os restantes serão calculadas a partir dos
princípios trigonométricos.
Com este método apuramos a distância l de ponto 3 até ao ponto inacessível da figura 4.22 de
seguinte maneira:
Se as coordenadas dos pontos 1, 2, 3, são conhecidas então, não temos que medir as distâncias
entre eles, bastando apenas conhecer os ângulos do esqueleto e proceder com os cálculos
conforme a fórmula seguinte:
z1.sen z 2.sen
l
sen ( ) sen ( )
4.9. MÉTODOS ÓPTICOS. Todos estes métodos utilizam os aparelhos que depende de
princípio estadimétrico (ver, o princípio estadiamétrico - 4.23) e são divididos em ângulos
paralíticos, de luneta e de prisma. Por falta de espaço, iremos apenas descrever em pormenor os
de ângulos paralíticos, que se dividem em:
D S f
, se, cons tan te(c),
f s s
D S.c
Nos casos frequentes, o valor 100 é tomado como o constante (c), basta então multiplicar o S
por este valor para apurar a distância desejada.
Por conseguinte esta traz-nos vantagem de ser independente do comprimento das miras,
permitindo assim maior raio da acção.
Fig. 4.24 O Invar de casa Wild para medições de ângulos paralíticos variáveis
Estadia de Invar é uma estadia da autoria da casa Wild como foi referido anteriormente, e
consiste numa fita de invar contida numa caixa apropriada e dobrável pelo meio, terminando por
Topografia para o Curso de Geologia-UEM Por: Mestre Roberto Kachamila Page 16
dois alvos formados por dois pequenos triângulos (T1, T2), cujos vértices superiores indicam os
extremos da estadia, isto é, os pontos a visar, cuja distância é rigorosamente igual a 2 metros.
Com o distanciómetro instalado noutro extremo da linha, mede-se o ângulo formado com as
direcções dos extremos da mira, e obte-se a distância horizontal pretendida D, empregando a
fórmula:
L
D Cotg , se , L 2 m
2 2
D Cotg
2
Vantagem deste tipo de estadia é, que a distância dada pela mesma é automaticamente uma
distância reduzida ao horizonte independentemente da diferença da inclinação entre os dois
extremos.
V = f , e
D = n . + d, ou D = (V . t)/2
A luz reflectida é recebida no instrumento e convertida no pulso eléctrico por células foto. A
comparação é feita na relação da sua demora, e quando a relação da fase é obtida, o indicador
zero volta apontar no zero e a leitura da demora de comprimento desejado, que é, proporcional
com a distância é disparado no painel.
O factor, “velocidade” da luz deve sempre ser considerado. A velocidade da luz no vazio é
considerada como sendo 299 792.5 km/s, além disso, a correcção de temperatura, pressão,
altitude e ângulo de inclinação na altura de medição devem ser considerados.
Outra vantagem importante é o poder de medir uma linha sem haver uma necessidade de termos
uma visibilidade directa entre os dois pontos a ser medidos. O mau tempo tem pouca influência
nas medições.
Existem alguns “Total Station” com alcance de distâncias superiores a 5 km com uma precisão de
5mm, medindo os ângulos até a precisão de 2 segundos.
b) Correcção de inclinação: Para permitir reduzir a distância inclinada medida para horizontal, o
ângulo vertical ou zenital deve ser medido ou calculado. Nos distanciómetros modernos temos
opção para observar as distâncias inclinadas, ou horizontal.