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ITA

2024

AULA 00
Introdução à Química

Prof. Thiago Cardoso


Prof. Thiago Cardoso

Sumário
Apresentação do Curso 5

Apresentação do Professor 5

Cronograma e Metodologia 8

Como Usar o Fórum de Dúvidas 12

1. Definições Básicas 12

1.1. Átomo 12
1.1.1. Íons 15

1.2. Elemento Químico 16

1.3. Grandezas Físicas Importantes 19


1.3.1. Massa 20
1.3.2. Volume 23
1.3.3. Densidade 24
1.3.4. Densidade de Misturas 27
1.3.5. Pressão 27

1.4. Propriedades da Matéria 30


1.4.1. Propriedades Gerais 31
1.4.2. Propriedades Específicas 34

2. Substâncias Químicas 36

2.1. Substâncias Simples e Compostas 37


2.1.1. Alotropia 38
2.1.2. Atomicidade 44

2.2. Substâncias Puras 44


2.2.1. Composição Fixa 45
2.2.2. Propriedades Fixas 48
2.2.3. Curva de Aquecimento 49

2.3. Transformações Físicas e Químicas 51

3. Diagrama de Fases 58

3.1. Estado Físico 58

3.2. Regra Geral 62


3.2.1. Ponto Triplo 63
3.2.2. Ponto Crítico 67

3.3. Vaporização 69

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3.3.1. Ebulição 69
3.3.2. Evaporação 70
3.3.3. Calefação 71

3.4. Casos Especiais 72


3.4.1. Água 72

4. Lista de Questões Propostas 81

5. Gabarito 96

6. Lista de Questões Comentadas 97

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Caros Alunos, sejam bem-vindos à nossa primeira aula do curso de Química.


A Química é a ciência que estuda a matéria e suas transformações. Por conta disso, está
presente em muito dos fenômenos do dia a dia, como a dissolução de um comprimido
efervescente e o funcionamento das pilhas e bateria.
No campo profissional, seus conhecimentos são utilizados em um grande número de
indústrias e ciências. A Indústria Química visa a gerar produtos para outras indústrias, como é o
caso das siderúrgicas, que dependem de reações químicas para transformar o minério de ferro
em ferro e aço.
Já a Indústria Farmacêutica está sempre à caça de novos medicamentos para propor
tratamentos a um grande número de doenças. A Indústria de Alimentos, por sua vez, precisa da
Química para a melhoria da conservação e das propriedades fisiológicas dos alimentos.
A pesquisa por fontes de energia mais limpas e eficientes também é um tema de muito
interesse a essa ciência, como é o caso da Energia Nuclear. Atualmente, muitos países, como a
França, têm a energia nuclear na sua matriz energética. No Brasil, tem-se a Usina de Angra de
Reis e outros projetos, como os Submarinos Nucleares.
Até mesmo outras áreas do conhecimento dependem de conhecimentos químicos para se
processar. É o caso da Engenharia Eletrônica, que utiliza a corrosão para a produção de placas
de circuito impresso, das Engenharias Aeroespacial e a Aeronáutica, que estudam a síntese de
propelentes e materiais aerodinâmicos, e da Engenharia Mecânica, que estuda soldagem.

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Apresentação do Curso
Olá, futuro iteano, eu sou o Professor Thiago Cardoso, natural de Recife, formado em
Engenharia Eletrônica pelo ITA em 2013. Eu vou acompanhar vocês na matéria de Química.
Antes de apresentar o curso, gostaria de falar um pouco sobre a minha história.

Apresentação do Professor
Eu nasci em Recife e o que mais despertou meu interesse pelo ITA foi o desafio.
A Física foi a primeira matéria que me chamou a atenção. Eu estudava pelo Tópicos da
Física. Eu percebi que eu progredia muito mais rápido lendo um material escrito de qualidade e
resolvendo muitas questões do que simplesmente assistindo às aulas.
Além do mais, naquele livro, as questões mais difíceis sempre vinham daquele vestibular,
sempre acompanhadas pela sigla ITA.
Meu pai que, na época era cabo do Exército, sempre me deu o maior apoio para estudar
para esse vestibular.
No entanto, naquela época, era muito caro estudar para o ITA. Os únicos colégios da
cidade que preparavam para o vestibular eram caríssimos.
Em 2004, eu ouvi falar pela primeira vez das Olimpíadas. Na época, esse tipo de
competição era pouco divulgado. E a primeira que tive notícia foi a Olimpíada de Química.
Naquela época, eu ainda era 1º ano, e eu resolvi topar o desafio.
Na minha escola, não havia aulas específicas para a Olimpíada. Mas eu já havia aprendido
que estudar por materiais escritos era o que me faria ter sucesso.
Meu pai comprou vários livros para mim no Sebo da cidade e eu me dediquei a estudar
para a Olimpíada. Chegava inclusive a faltar várias aulas do colégio apenas para me dedicar a
essa missão.
Em 2005, eu fui o primeiro colocado do estado na olimpíada, conquistando uma menção
honrosa. Esse título chamou a atenção de colégios e eu fui convidado a estudar nos maiores
colégios da cidade com bolsa integral.
Em 2006, tive sucesso e conquistei a Medalha de Prata na Olimpíada Norte-Nordeste de
Química, que é extremamente concorrida, sendo o primeiro medalhista do meu estado por um
depois de um período de 10 anos.
Nesse ano, eu também conquistei a Medalha de Ouro na Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas e a Medalha de Bronze na Olimpíada Brasileira de Física.
Ainda no final de 2006, eu fui aprovado no disputado vestibular de Medicina da
Universidade de Pernambuco. Assim que conquistei esse resultado, toda a minha família queria
que eu fizesse Medicina, diziam que eu teria o futuro garantido.
Porém, o que eu realmente queria era passar no ITA. Eu queria viver a experiência de morar
sozinho muito novo e estudar em uma das mais conceituadas faculdades do país.

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Então, eu surpreendi a todos da família e resolvi abandonar a vaga na faculdade de


Medicina. Aquela decisão me colocou em 2007 numa extrema pressão: eu me sentia obrigado a
passar no ITA.
E, em 2006, eu não passei no ITA porque tinha levado corte em Física. Não tínhamos
acesso nem ao gabarito da prova nem às nossas notas, mas eu já estimava pelo gabarito
extraoficial dos cursinhos que eu teria levado corte nessa matéria.
E olha só o que aconteceu. Apesar de ter estudado muito em 2007, eu levei corte em Física
novamente.
Naquela época, o resultado do ITA saía no melhor dia possível: 30 de Dezembro. E por
que eu digo que é o melhor dia?
Porque eu fiquei triste, chorei no dia 30 de Dezembro, mas o dia seguinte era 31 de
Dezembro: réveillon, final do ano e o dia das promessas.
O dia em que prometemos como vamos melhorar no ano seguinte.
E o que eu prometi para mim mesmo foi que eu vou passar no ITA em 2008. E eu ia adotar
uma estratégia diferente. Percebi que o meu grande erro em 2007 foi de estudar muito
Matemática e Química que eram as minhas matérias favoritas, mas acabei ignorando Física.
Eu decidi que, em 2008, eu estudaria muito forte a matéria de Física, que era a minha
principal dificuldade.
E o dia 1º de Janeiro de 2008 foi o dia mais importante para a minha aprovação.
Vou te contar uma coisa sobre mim: ao contrário da maioria dos iteanos, eu sempre gostei
de dormir cedo. E, mesmo que eu durma tarde, eu acordo cedo no dia seguinte.
Por isso, eu acho o dia 1º de Janeiro o pior dia do ano, o dia mais chato. Todo mundo
acorda tarde, depois do meio-dia, e eu acordo muito cedo.
Mas, aquele 1º de Janeiro de 2008 foi diferente. Eu tinha resolvido que ia passar no ITA e
resolvi começar naquele dia, no primeiro dia do ano.
E resolvi começar pelo assunto que eu mais detestava: Interferência Construtiva e o
Experimento de Huygens. Naquele dia, eu estudei, aprendi as demonstrações e fiz dezenas de
exercícios sobre o assunto mais tenebroso da Física para mim.
E foi assim por todo o dia.
Em 2008, eu estudei no dia 1º de Janeiro, eu estudei aos Sábados, eu estudei aos
Domingos, eu estudei nos feriados, eu estudei no meu aniversário. Eu estudei em absolutamente
todos os dias entre o dia 1º de Janeiro e o dia da prova do ITA.
Em 2008, eu estudei 342 dias. Suponha que a maioria dos meus concorrentes tenha
folgado aos Domingos e feriados. Só aí eles teriam perdido cerca de 60 dias – o que dá 17,5%
dos meus dias de estudo.
Não que eu fosse máquina. É claro que tirava alguns momentos para descansar. Mas, se
eu tivesse marcado um cinema à tarde com meus amigos, tenha certeza que eu acordaria cedo
para estudar a manhã toda.

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Algumas pessoas falam da importância de relaxar e descansar. Mas, eu gosto de


parafrasear Fernando Pessoa:

“Quem quer passar além do Bojador


Tem que passar além da dor.” (Fernando Pessoa)

Acredito que o altíssimo nível de dedicação que eu realmente dediquei ao ITA em 2008
foi o que fez a diferença para a minha aprovação.
Até 2007, eu tinha muito a mentalidade de “estudar por lazer”, ou seja, de estudar as
matérias que eu mais gostava quando eu tinha vontade de estudar.
Em 2008, eu levei a sério o plano de passar no ITA. Eu realmente me comprometi a fazer
tudo o que fosse necessário para ter sucesso no vestibular.
Outro ponto interessante que eu queria comentar com vocês é sobre a minha aprovação
no IME. Como muito dos candidatos ao ITA, eu também estudei para o IME e tinha esse instituto
como uma opção, caso eu não conseguisse a tão sonhada vaga no ITA.
Quando eu saí da prova de Física do IME, eu senti muita insegurança. E isso piorou muito
depois do gabarito extra-oficial dos cursinhos. Segundo eles, eu não tinha conseguido acertar
nenhuma questão completa.
Eu resolvi não me deixar abalar e fiz a melhor prova de Química possível naquele dia.
Tempos depois, veio o resultado e a minha surpreendente nota de Física: 5,70. Eu tirei a
melhor nota de Matemática do Brasil (8,60) e a segunda melhor nota de Química (7,40). Com
isso, eu conquistei a 6ª colocação na Reserva.

Eu pedi acesso à correção de prova só para sabre como eu tinha tirado essa nota tão alta
de Física. Eu descobri que, de fato, eu não tinha ganhado a pontuação integral de nenhuma
questão. Porém, eu também não tive nenhuma questão zerada.

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Eu escrevi algo em todas as questões e recebi pontos por isso. Fui recebendo 0,3 em uma,
0,5 em outra, 0,7 em outra e o somatório dessas pontuações foi uma nota razoável: 5,70.
Por isso, eu sempre digo aos meus alunos:

“Jamais deixe uma questão discursiva em branco. Escreva tudo o que você sabe
sobre ela, porque isso pode lhe render pontos valiosos.”

Treine as questões discursivas e sempre escreva algo relevante nelas.


Alguns meses depois, saiu o famoso listão do ITA. Na minha época, era o listão mais
interessante que já vi na vida. O ITA não divulgava suas notas, sua classificação. Nada. O listão
do ITA era formado unicamente pelo nome dos aprovados. E lá estava o meu nome.

Cronograma e Metodologia
O nosso curso preparatório para o IME terá um curso completo em pdf, um material de
leitura completo e extenso, bastante rico em questões. Esse material é dividido em quatro frentes:
• Química Geral: estuda a matéria nos termos mais próximos do átomo. Estuda o átomo e
suas combinações, como ligações químicas, moléculas, cristais e interações
intermoleculares;
• Físico-Química: é o ramo que possui maior conexão com a Física. Estuda a energia
envolvida em transformações químicas, a velocidade dessas transformações e o
rendimento de reações.
• Química Inorgânica: estuda a composição, as propriedades e as reações da matéria
inorgânica. De maneira rápida, podemos conceituar que a matéria inorgânica não possui
carbono na sua composição.
• Química Orgânica: estuda a composição, as propriedades e as reações da matéria
orgânica. De maneira rápida, podemos conceituar que a matéria orgânica é aquela que
possui carbono na sua composição. Mais adiante, veremos que algumas substâncias,
embora contenham carbono, são classificadas como substâncias inorgânicas.

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O nosso material em pdf é autossuficiente, o que significa que você não precisará de
nenhum outro material para estudar para o certame.
Já aconteceu de você travar em uma questão difícil e não saber como resolvê-la? Já
aconteceu com você de passar dias tentando resolver uma questão e depois descobrir que foi
um simples erro de gabarito?
É exatamente por isso que, no nosso material escrito, todas as questões encontram-se
devidamente comentadas alternativa por alternativa. Isso fará toda a diferença na sua
preparação.
Você deve tentar resolver as questões sozinho primeiramente. Se você não conseguir, leia
a resolução para entender como se faz. Depois, você terá mais munição para fazer as questões
mais complicadas.
Esse material foi elaborado a partir de uma extensa bibliografia que contempla obras de
autores consagrados como: J.D. Lee, John B. Russell, John C. Kotz, T. W. Solomons, Catherine
Housecroft, Francis Carey e Peter Atkins.
Eu extraí desses livros tudo o que eu acredito ser relevante para a prova do IME, de modo
que você não precise perder tempo lendo materiais de nível muito avançado. Tempo é muito
precioso na sua preparação, pois sabemos que as outras matérias também serão cobradas em
nível altíssimo.
Além disso, teremos simulados com resoluções em vídeo. Serão muitas questões inéditas
para você treinar e você terá todas
Esse material será composto por pelo menos 23 aulas bastante longas com muita teoria e
exercícios resolvidos. Ao longo desse material, você encontrará todas as questões dos últimos
10 anos de vestibular do IME resolvidas.
Nós vamos estudar as reações químicas em detalhes. Vamos aprender os reagentes, como
eles se comportam, mostrar as suas colorações.
E será justamente por meio dessas seções que você aprenderá dicas valiosas dessa área
da Química, sempre por meio de exemplos e aplicações práticas, de modo muito semelhante ao
que é cobrado na prova. Creio que, dessa maneira, é mais fácil aprender esses tópicos tão
específicos.
Teremos também grande número de questões inéditas, elaboradas por mim, que eu
marcarei como banca TFC.
A seguir, temos o nosso cronograma de aulas.
Introdução à Química

Aula 1. Matéria e substância: Propriedades gerais e específicas. Estados físicos da matéria:


0 caracterização e propriedades. Substâncias simples e compostas. Substâncias puras. 2.
Teoria atômica-molecular: Moléculas e átomos. Conceito e classificação dos elementos.
Variedades alotrópicas.
Aula Misturas
1 Misturas, sistemas e fases. Separação de fases. 12. …colóides.

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Estrutura Eletrônica dos Átomos

Aula 6. Estrutura eletrônica dos átomos: Elétrons, prótons e nêutrons. Número atômico e
2 massa atômica. Isótopos, isóbaros e isótonos. Átomo de Rutherford e Átomo de Bohr.
Números quânticos. Noção de orbitais. Distribuição eletrônica nos níveis, subníveis e
orbitais. Princípio de exclusão de Pauling e regra de Hund.
Radioatividade
Aula
9. Radioatividade: Origem e propriedade das principais radiações. Lei de deslocamento
3
radioativo. Velocidade de desintegração e constantes radioativas. Transmutações
elementares naturais. Fissão e fusão nuclear. Usos dos isótopos radioativos.
Propriedades Periódicas

Aula 7. Propriedades periódicas: Fundamentos e utilidade. Conceito de Moseley. Relações


4 entre
estrutura atômica, classificação dos elementos na tabela periódica e suas propriedades.
8. Potencial de ionização. Afinidade eletrônica. Eletronegatividade.
Ligações Químicas
8. Ligação química: Ligações iônicas e covalentes.

Ligações Iônicas e Metálicas


Aula 8. Ligação química: Ligações iônicas e covalentes. Energia de ligação. Fórmulas
5 eletrônicas. Híbridos de ressonância. Ligação metálica. Cristais iônicos, covalentes,
moleculares e metálicos.
Ligações Covalentes
Aula
6
8. Polaridade das ligações e das moléculas.
Funções Inorgânicas: Ácidos e Bases

11. Reações e equações químicas: Tipos de reações químicas. Ajuste das equações
Aula
químicas. Número de oxidação. Conceito de oxidação e redução. Equivalente-grama. 19.
7
Principais funções da química inorgânica: Ácidos, bases, sais e óxidos: Conceitos,
nomenclatura, classificação e propriedades fundamentais. Funções secundárias. 13.
Eletrólitos: Noções sobre a Teoria de Arrhenius. Grau de ionização. Neutralização.
Estequiometria

Aula 4. Combinação dos elementos: Conceito clássico de valência. Leis estequiométricas e


8 suas interpretações. Princípio de Avogadro. 10. Fórmula química: Fórmulas mínimas e
moleculares. Fórmulas brutas e estruturais. 11. Estequiometria. 3. Mol: Conceito e
métodos gerais de determinação. Átomo-grama, molécula-grama e volume

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molar: conceitos e métodos gerais de determinação. Números de Avogadro e


Loschimdt. 21. Análise orgânica elementar: Determinação de fórmulas moleculares.
Aula Oxirredução
9 11. Estequiometria. Balanceamento de Equações Químicas.
Soluções
Aula
12. Soluções: Conceito e classificação. Solubilidade e curvas de solubilidade. Unidades
10
de concentração. Propriedades coligativas. 14. Titulometria: Soluções tituladas.
Acidimetria e alcalimetria. Dosagens.
Gases
Aula
11 5. Gases: Lei dos gases. Equação de estado de um gás ideal. Mistura de gases. Efusão.
Noção de gás real. Equação de Van der Waals.
Termoquímica
Aula
12 18. Termodinâmica química: Princípios. Entalpia. Noções sobre entropia e energia livre.
Equações termoquímicas.
Introdução à Química Orgânica e Isomeria

13. Conceito de ácidos e bases segundo


Aula
Arrhenius, Bronsted – Lowry e Lewis. 20. Princípios de química orgânica: Conceito.
13
Funções orgânicas. Tipos de fórmulas. Séries homólogas. Propriedades fundamentais do
átomo de carbono: tetravalência, hibridização de orbitais, formação de cadeias; 22.
Isomeria de cadeia, funcional, geométrica e óptica.
Cinética Química
Aula
14 16. Cinética química: Velocidade de reação e sua medida. Fatores que influem na
velocidade. Energia de ativação. Catálise.
Hidrocarbonetos Saturados
Aula
15 16. Hidrocarbonetos: classificação, nomenclatura e propriedades; processos de
obtenção das substâncias mais usadas.
Equilíbrio Químico
Aula
16 15. Equilíbrio químico: Reações envolvendo gases, líquidos e sólidos. Deslocamento de
equilíbrio.
Hidrocarbonetos Insaturados
Aula
16. Hidrocarbonetos: classificação, nomenclatura e propriedades; processos de
17
obtenção das substâncias mais usadas.
.

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Equilíbrio Iônico
Aula
18 15. Constante de ionização. Efeito do íon comum. Hidrólise. pH e pOH. Produto de
solubilidade.
Funções Oxigenadas
Aula
19 24. Funções oxigenadas: Divisão, nomenclatura, processos de obtenção, reações e
propriedades dos principais exemplares de: álcoois, fenóis, éteres, cetonas, aldeídos
Eletroquímica
Aula
20 17. Eletroquímica: Eletrólise: conceito e leis. Equivalente químico e eletroquímico.
Células eletrolíticas. Pilhas galvânicas. Utilização de tabelas de potenciais
Ácidos Carboxílicos e Funções Nitrogenadas
Aula
24. ácidos carboxílicos e derivados de ácidos carboxílicos (cloretos de acila, anidridos,
21
ésteres e amidas). 25. Funções nitrogenadas: Divisão. Nomenclatura. Processos de
obtenção, reações e propriedades das principais aminas, amidas e nitrilas
Polímeros e Bioquímica
Aula
22 26. Lipídios, glicídios, proteínas e ácidos nucléicos: Noções elementares. 27.
Elastômeros e plásticos: Noções elementares. Polimerização e copolimerização.

Como Usar o Fórum de Dúvidas


O fórum de dúvidas é um importante benefício do Estratégia e eu vou responder as suas
dúvidas sobre o nosso material de Química com todo o prazer.
A fim de garantir que tenhamos respostas céleres, peço que as dúvidas sejam
acompanhadas de um print do trecho do material ou da questão a que se referem. Assim, fica
muito mais rápido de localizar e entender o seu problema.

1. Definições Básicas
Aqui, vamos estudar alguns conceitos essenciais que lhe guiarão ao longo dos nossos
estudos.

1.1. Átomo
O átomo é a unidade básica da matéria. Você aprenderá mais detalhes sobre a estrutura
do átomo no capítulo específico sobre esse assunto.

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O fundamental que você precisa saber agora sobre o átomo é que ele é composto por um
núcleo de carga positiva envolto por uma nuvem de elétrons com carga negativa, denominada
eletrosfera. O núcleo contém dois tipos de partículas: os prótons de carga positiva e os nêutrons
que são partículas neutras.

Partículas de
Protons
Carga Positiva
Núcleo
Átomo

Partículas
Nêutrons
Neutras
Partícula de
Eletrosfera Elétrons
Carga Negativa

Figura 1: Estrutura Básica do Átomo

Um átomo possui dimensões muito pequenas. Por isso, você deverá se acostumar com
duas unidades bastante utilizadas para tratar as medidas atômicas e moleculares. São elas:

• Picometro (pm): 1 pm = 10-12 m;


• Ångstrom (A): 1 Å = 100 pm = 10-10 m.

Nesse livro digital, preferimos utilizar o picometro, pois é a unidade mais utilizada nas
questões de prova. Porém, é interessante que você saiba relação entre as duas unidades: 1 Å =
100 pm.
O menor átomo conhecido é o átomo de hidrogênio, que possui 53 pm de raio. Os raios
atômicos variam entre 62 pm (hélio) e 520 pm (césio).
Duas grandezas importantes relacionadas ao núcleo atômico são:

• Número Atômico (Z): número de prótons no núcleo;


• Número de Massa (A): é a soma do número de prótons com o número de nêutrons;

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Não confunda número de massa com massa atômica, cuja definição será vista no
Capítulo sobre Estequiometria.

O número de massa é um número adimensional que corresponde simplesmente à soma


do número de prótons com o número de nêutrons. Ele é bastante importante para representar o
átomo da seguinte forma:

𝐴
𝑍𝑋

Nessa representação usual, são indicados:


• no canto inferior esquerdo: o número atômico do elemento;
• no canto superior esquerdo: o número de massa do átomo.
O número de nêutrons pode ser obtido como a diferença entre o número de massa e o
número atômico.
Tabela 1: Átomos e seus respectivos números atômico, de massa e de nêutrons

Átomo Número Atômico Número de Massa Número de Nêutrons


𝟏
𝟏𝑯 1 1 0
𝟒
𝟐𝑯𝒆 2 4 2
𝟓𝟓
𝟐𝟓𝑴𝒏 25 55 30

𝟐𝟎𝟔
𝟖𝟐𝑷𝒃 82 206 124

Outro ponto importante a saber é que a carga dos prótons e a carga dos elétrons é igual
em módulo e corresponde à Carga Fundamental:

𝑒 = 1,602.10−19 𝐶

A carga elétrica fundamental foi determinada por Robert Millikan em um experimento com
minúsculas gotas de óleo. Ele concluiu que as cargas dessas gotículas eram sempre múltiplas do

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valor de 1,602.10-19 C. Esse experimento será visto nesse curso no Capítulo sobre Modelos
Atômicos

1.1.1. Íons
Um conceito que devemos aprender é que o átomo é necessariamente eletricamente
neutro. Em outras palavras, a carga total de um átomo é nula, portanto, o número de prótons é

Se houver desbalanço de cargas, a espécie química será um íon. Existem dois tipos de
íons:

Carga Positiva
Cátion
Possui menos elétrons que
prótons
Íon
Carga Negativa
Ânion
Possui mais elétrons que
prótons

A carga de um íon deve ser sempre expressa na sua representação. Tendo em vista que
a carga do próton e a carga do elétron são iguais, a carga do íon pode ser expressa como a
diferença entre o número de prótons e de elétrons na espécie química. Vejamos alguns exemplos:

𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑝𝑟ó𝑡𝑜𝑛𝑠 − 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠

Tabela 2: Átomos e seus respectivos números atômico, de massa e de nêutrons

Átomo Número Atômico Número de Elétrons Carga


𝟏
𝟏𝑯 1 1 0
𝟏 +
𝟏𝑯 1 0 +1

𝟐𝟔𝑭𝒆
26 26 0

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𝟐𝟔𝑭𝒆
𝟐+ 26 24 +2

𝟐𝟔𝑭𝒆
𝟑+ 26 23 +3

𝟏𝟕𝑪𝒍
17 17 0

𝟏𝟕𝑪𝒍
− 17 18 -1

𝟏𝟔𝑺
16 16 0

𝟏𝟔𝑺
𝟐− 16 18 -2

1.2. Elemento Químico


O elemento químico é o conjunto de todos os átomos que apresentam o mesmo número
atômico, ou seja, o mesmo número de prótons. A seguir, temos alguns exemplos de elementos
químicos:
Tabela 3: Exemplos de Elementos Químicos

Elemento Químico Número Atômico

Hidrogênio 1

Hélio 2

Carbono 6

Oxigênio 8

Nitrogênio 7

Bromo 35

Césio 55

Chumbo 82

Perceba que a quantidade de prótons sozinha é que determina o elemento químico a que
pertence um átomo qualquer. Portanto, átomos de um mesmo elemento químico podem
apresentar diferentes números de massa, nêutrons e elétrons.
Dois átomos que pertencem ao mesmo elemento químico, mas possuem diferentes
números de massa são denominados isótopos. Os isótopos se diferenciam entre si pelo número
de nêutrons presentes no seu núcleo. Vamos anotar uma definição para esse conceito.

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Dois átomos são isótopos quando apresentam o mesmo número atômico, mas
diferenciam-se pelo número de nêutrons.

Por exemplo, todas as espécies a seguir pertencem ao mesmo elemento químico,


denominado hidrogênio.

Figura 2: Isótopos do Hidrogênio

Observe, ainda, que o prótio ( 11𝐻 ) e o íon prótio ( 11𝐻 + ) pertencem ao mesmo isótopo. Essas
duas espécies químicas pertencem ao mesmo elemento químico e apresentam o mesmo número
de nêutrons. A diferença entre eles está no número de elétrons.
Os isótopos do hidrogênio são bastante especiais, tanto é que merecem nomenclaturas
especiais: prótio, deutério e trítio. Por vezes, os dois últimos são representados por símbolos
especiais, respectivamente: deutério (D) e trítio (T), mas isso não muda o fato de que pertencem
ao mesmo elemento químico.
Vale ressaltar, ainda, que o prótio é o isótopo mais comum do hidrogênio, sendo
encontrado em mais de 99% dos átomos desse elemento químico.
A nomenclatura mais comum dos isótopos é simplesmente representar o número de massa
após o nome do elemento químico.

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A Figura 3, por sua vez, mostra os isótopos do hélio, que são conhecidos simplesmente como hélio-
3, hélio-4 e hélio-5.

Figura 3: Isótopos do Hélio

Os isótopos de um mesmo elemento químico apresentam, em geral, as mesmas


propriedades químicas. Ou seja, participam das mesmas reações químicas, da mesma forma.
Porém, as substâncias formadas por isótopos diferentes podem apresentar pequenas
variações em suas propriedades físicas, como densidade e ponto de fusão e ebulição. Isso
acontece porque apresentam massas ligeiramente diferentes.

Para você não se esquecer, vamos resumir esse quadro em um esquema.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 18


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Químicas Sempre as mesmas


Propriedades dos
Isótopos
Podem apresentar
Físicas pequenas
diferenças

O caso mais interessante em relação a diferenças de propriedades físicas entre dois


isótopos é a água pesada, que é a água deuterada pura (D 2O).
A água comum já contém pequenas quantidades de D2O misturadas. Em 1933, Gilbert
Lewis isolou a primeira amostra de água pesada, que é ligeiramente mais pesada que a água
comum.
Entre as aplicações da água pesada, estão a captura de neutrinos (partículas subatômicas)
e a redução de velocidade de nêutrons em reatores de fissão nuclear, que é a técnica utilizada
para a produção de energia nuclear. Nesse processo, é fundamental reduzir a velocidade dos
nêutrons para que provoquem a fissão ao colidir com os núcleos. Na tabela a seguir, temos uma
comparação entre as propriedades da água comum e da água pesada.
Tabela 4: Propriedades da Água Pesada

Propriedade Água Comum Água Pesada

Ponto de Fusão 0,00 3,81

Densidade 0,9999 (277K) 1,1056 (293K)

7,00 7,43

1.3. Grandezas Físicas Importantes

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O primeiro ponto que devemos tomar conhecimento é a respeito de classificação das


grandezas relacionadas a uma substância. São duas categorias:
• Grandezas Extensivas: são aquelas cujo valor numérico depende da quantidade de
matéria presente na amostra daquela substância. Como exemplo, pode-se citar: massa,
volume.
Pense, por exemplo, em um pote recipiente com água líquida. O volume de 1L de água
líquida tem uma massa de aproximadamente 1 kg. Quando você duplica a quantidade de água
nesse recipiente, o volume ocupado pela água passará a 2L e a sua massa também aumentará
para 2 kg.
• Grandezas Intensivas: são aquelas cujo valor numérico não depende da quantidade de
matéria presente na amostra. Um dos melhores exemplos é a densidade de sólidos e
líquidos.
A densidade é calculada pela razão massa por volume.

𝑚
𝑑=
𝑉

A densidade da água líquida é característica da substância. Uma jarra com 1 litro de água
tem densidade de 1 kg/L que pode ser calculada da seguinte forma, lembrando-nos que esse
volume apresenta a massa de 1 kg.
1 𝑘𝑔
𝑑= = 1 𝑘𝑔/𝐿
1𝐿
Para uma jarra com 2 litros de água, que apresenta massa de 2kg, pode ser calculada por:
2 𝑘𝑔
𝑑= = 1 𝑘𝑔/𝐿
2𝐿
Perceba, portanto, que a densidade da água não depende da quantidade de matéria. É
uma característica da substância, não da amostra. Por isso, a densidade é uma grandeza
intensiva.

1.3.1. Massa
A massa é uma grandeza física que mede a inércia de um corpo, isto é, a dificuldade de
impor-lhe uma aceleração.

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Figura 4: Massas

É bem mais fácil – requer menos força – levantar o bloco da esquerda (mais leve) que
levantar o bloco da direita (mais pesado).
No SI, a unidade-padrão da massa é o quilograma (kg). Historicamente, o quilograma é
definido como sendo igual à massa do International Protype Kilogram (IPK), que é um protótipo
construído de irídio e platina com 39 milímetros de diâmetro e 39 milímetros de altura. Vale
destacar que é muito próxima da massa de um litro de água à temperatura ambiente de 25°C.

Figura 5: Ilustração do International Prototype Kilogram (IPK)

Esse protótipo encontra-se sob a guarda do Escritório Internacional de Pesos e Medidas


(BIPM), construído em 1879.
O grande problema dessa definição é que o objeto em questão não é imutável. Ele absorve
partículas de poeira do ar e, quando é limpo, perde pequenas quantidades de material.

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Em novembro de 2018, na 26ª CGPM (Conferência Geral sobre Pesos e Medidas), a


definição de quilograma foi atualizada.
O quilograma, símbolo kg, passou a ser definido a partir da Constante de Planck, que é
uma das constantes fundamentais da natureza. Portanto, a partir de agora, você deverá assinalar
que o quilograma está relacionado com essa constante, não mais com o IPK.
Essa nova definição começou a ser utilizada em 20 de Maio de 2019.
Sendo mais exato, um quilograma passou a ser a quantidade de massa necessária para que
o valor numérico da Constante de Planck seja h = 6,62607015.10-34 J.s (Joules multiplicado por
segundo).

É importante não confundir os conceitos de massa e peso.


O peso é o resultado da interação entre a massa de um objeto e a gravidade a que ele está
submetido. Da Física, temos que o peso é igual ao produto da massa pela gravidade local.
𝑃 = 𝑚𝑔
Enquanto a massa de um corpo é sua característica, o seu peso também é influenciado
pela gravidade a que ele está sujeito. Na superfície da Terra, a gravidade varia ligeiramente –
atinge valores de 9,79 m/s² no equador até 9,82 m/s² nos polos, uma variação de 0,3%. Por conta
disso, há ligeiras variações no peso dos corpos em diversos pontos diferentes. Ou seja, o seu
peso em Recife (cidade mais próxima do Equador) é ligeiramente menor que o seu peso em Oslo
(mais próxima dos polos).
É importante destacar que a balança mede o peso, não a massa, de um objeto ou de uma
pessoa. Ela exibe a massa, pois faz a conta dividindo o peso encontrado pela gravidade.

Existem pequenas diferenças de gravidade entre dois pontos com latitudes distintas na
superfície da Terra. E, na época das explorações de minas de ouro no Brasil e em outros países
da América do Sul, eram feitas duas pesagens: uma na retirada da mina na América do Sul e outra
na entrega ao rei na Europa.
Como a balança registra o peso do objeto, ela registrava também pequenas diferenças
entre o peso do mesmo objeto na América do Sul e na Europa. Por conta disso, muitos escravos
foram acusados injustamente de furto de ouro.

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A quantidade de matéria, por sua vez, é outra importante grandeza química que está
relacionada ao número de partículas – átomos ou moléculas – que compõem o sistema. A
quantidade de matéria normalmente é medida em número de mols.
O mol será mais adequadamente definido no Capítulo sobre Estequiometria.

1.3.2. Volume
O volume é a quantidade de espaço ocupada por um corpo. A unidade básica de volume
é o litro, que é o volume de um cubo de arestas de 1 dm (10 cm), que é ilustrado na Figura 6.

10 cm
10 cm

Figura 6: Definição do Litro

Os gases são um importante exemplo para diferenciar volume de massa. Uma massa
qualquer de gás pode ocupar todo o volume que lhe for disponibilizado.
Pense, por exemplo, no gás contido em um balão de festa. Se esse balão tiver 1 litro, o gás
no seu interior vai ocupar o volume de 1 litro. Porém, se você estourar o balão, o gás rapidamente
vai se espalhar por toda a sala, ocupando todo o volume disponível.
Sendo assim, uma amostra de gás pode ocupar qualquer volume que lhe seja oferecido. O
volume de uma amostra de gás, portanto, não é uma característica da amostra. Em vez disso, ele
depende do recipiente que o contém.

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Figura 7: Gases num Balão: independentemente da massa de gás, o gás sempre ocupa todo o volume do recipiente que o
contém

1.3.3. Densidade
No caso de sólidos e líquidos, o volume e a massa carregam uma importante relação entre
si. A massa de uma amostra de água é proporcional ao seu volume.

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Figura 8: Garrafas de Água: a razão entre massa e volume é sempre constante a uma dada temperatura para qualquer sólido ou
líquido.

A razão entre a massa e o volume de sólidos e líquidos é constante e depende apenas da


temperatura e da natureza do material. Essa razão é denominada densidade.
𝑚
𝑑=
𝑉
A grande importância da densidade para o nosso estudo é que o material de menor
densidade flutua sobre o material mais denso.

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Figura 9: Béquer com Areia, Água e Óleo

Na Figura 9, a areia apresenta a maior densidade, por isso fica no fundo do recipiente. O
óleo, por sua vez, apresenta menor densidade que a água, por isso, flutua sobre ela.

Um líquido só flutua no outro se os dois não forem miscíveis. Ao misturar água (1,0 g/cm³)
e álcool (0,8g/cm³), os dois formam uma solução. Porém, o óleo de cozinha (0,92 g/cm³) é
insolúvel tanto na água como no álcool. Ele flutua na água e afunda no álcool.

Como o volume aumenta com a temperatura devido ao fenômeno da dilatação térmica, a


densidade normalmente diminui com a temperatura.
A densidade também é função do estado físico. Por exemplo, no caso de sólidos, a
densidade costuma ser maior que no estado líquido.
A razão para isso é que o estado sólido apresenta maior número de forças
intermoleculares. Com isso, as moléculas ficam mais próximas umas das outras, o que reduz o
seu volume em relação ao líquido.

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Vale notar que a água é uma importante exceção a essa regra, como será visto no estado
de Diagrama de Fases.

1.3.4. Densidade de Misturas


Uma propriedade interessante de grandezas racionais, ou seja, grandezas que podem ser
expressas como uma razão entre outras duas é que, quando se trata de uma mistura, pode-se
utilizar a média harmônica ou a média aritmética, dependendo do fator que é usado como peso.
Para uma mistura, cuja ponderação é dada pela grandeza que ocupa o numerador, utiliza-
se a média harmônica. Por outro lado, se for utilizada como ponderação a grandeza que ocupa o
denominador, utiliza-se a média aritmética.
No caso da densidade, temos:

Sabendo que a densidade da água é igual a 1,0 g/cm³ e a densidade do etanol é igual a 0,8
g/cm³, podemos exemplificar em duas situações:
• Uma mistura de água e etanol é formada por 70% de etanol em volume;
• Uma mistura de água e etanol é formada por 70% de etanol em massa.
No primeiro caso, devemos utilizar a média aritmética, porque o volume está no
denominador da densidade.
𝑑 = 0,70.0,8 + 0,30.1 = 0,56 + 0,30 = 0,86 𝑔/𝑐𝑚3
No segundo caso, devemos utilizar a média harmônica, porque a massa está no numerador
da densidade.
1 0,70 0,30 1
= + = 0,875 + 0,30 = 1,175 ∴ 𝑑 = ≅ 0,85 𝑔/𝑐𝑚³
𝑑 0,8 1 1,175
Portanto, a densidade calculada pela média harmônica é ligeiramente diferente.

1.3.5. Pressão
A pressão diz respeito à distribuição de uma força aplicada sobre uma área. É definida
matematicamente pela razão entre a força que comprime a superfície (ou força normal à

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superfície) e sua área. A força no plano da superfície – isto é, a força que a arrasta – não interessa
para cálculo de pressão.

𝐹𝑁
𝑃=
𝐴

Pense no seguinte experimento: a pessoa A empurra uma mesa de cima para baixo com a
palma da mão; uma pessoa B empurra uma agulha de cima para baixo com a mesma força. Qual
das duas sentirá mais dor?
Certamente, a pessoa B, porque, embora a força seja mesma, a área é bem diferente. A
força da agulha é distribuída numa minúscula área da mão, correspondente à área da cabeça da
agulha. Sendo assim, a pressão da agulha é bem maior que a pressão da mesa.
A pressão da agulha é tão grande que pode romper a pele. A mesma situação dificilmente
ocorreria empurrando uma mesa.
Uma boa ilustração para você compreender o conceito de Pressão é a Lei de Pascal, que
será estudada na Física. A Lei de Pascal serve de base para a construção do macaco hidráulico.

Figura 10: Definição de Pressão

De acordo com a Lei de Pascal, em um vaso comunicante, a pressão é uniforme numa


mesma altura de líquido. A Figura 10 ilustra o funcionamento de um macaco hidráulico. Suponha que,
de um lado, temos um cilindro de área 10 cm² (raio = 1,78 cm) e do outro lado um cilindro com área de
1000 cm² (raio = 17,8 cm).
Do lado direito (ou lado 2), podemos colocar um objeto bastante pesado, como um automóvel de
1000 kg. Na Física, você aprenderá que basta multiplicar a massa de um objeto por 10 para chegar ao seu
peso em Newtons. Portanto, o peso do automóvel será de 10000N.

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Do outro lado, precisaremos fazer apenas um esforço bem menor.


𝐹1 𝐹2 𝐹2 𝐴1 10000.10
= ∴ 𝐹1 = = = 100𝑁
𝐴1 𝐴2 𝐴2 1000
A força de 100N equivale à força necessária para erguer um objeto de 10 kg (basta dividir
por 10). Portanto, fomos capazes de erguer um objeto de 1000 kg fazendo apenas a força
necessária para erguer um objeto de 10 kg.
Além disso, o dispositivo que permite esse aumento de força é pequeno. Basta construir
um cilindro de 10 cm² e outro de 1000 cm² de área.
Na Química, uma das aplicações mais importantes do conceito de pressão é o conceito
de pressão de um gás e a pressão de vapor.
Nesse caso, a pressão do gás é definida como a pressão que o gás exerce nas paredes do
recipiente que o contém.

Figura 11: Cilindros de Gás e Manômetro para medida da Pressão

A pressão é medida pelo manômetro, que está fotografado na Figura 11 logo acima dos
cilindros de gás, e suas unidades mais importantes são:
• Pascal (Pa): é a unidade utilizada no SI. 1 Pa = 1 N/m².
• Atmosfera (atm): é definida como a exata quantidade 1 atm = 101 325 Pa. É o valor utilizado
nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Vale observar que a pressão
atmosférica ao nível do mar é muito próxima desse valor.
• Milímetros de Mercúrio (mmHg): é definida como a exata quantia 1 atm = 760 mmHg.
Essa grandeza veio de observações do físico Evangelista Torricelli.
Torricelli criou o barômetro de mercúrio para observar e medir o peso do ar. Seu
barômetro consistia em mergulhar um tubo de vidro em um recipiente contendo mercúrio
e fechado em apenas uma das extremidades.
O líquido no interior do tubo sobe ou desce conforme a pressão atmosférica. Ao nível do
mar, observa-se que a coluna mede aproximadamente 760 mm (76 cm ou 0,76m) em
relação à superfície do líquido.

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Figura 12: Experimento de Torricelli

• Bar: corresponde a exatamente 100 000 Pascals (10 5 Pa). Esse valor é muito próximo ao
da pressão atmosférica padrão, que é definido como 101 325 Pa.
• Psi: baseada no Sistema de Inglês de Pesos e Medidas, é definida como uma libra-força
aplicada a uma área de uma polegada quadrada. Essa unidade é pouco utilizada na
química, portanto, você não precisará saber a sua definição, mas é bastante utilizada no
dia a dia para sistemas hidráulico e pneumáticos. Pode-se utilizar a relação 1 bar = 14,5 Psi.
Dessa maneira, quando você regular um pneu de carro com uma pressão de 33 psi, você
está utilizando uma pressão de aproximadamente 2,27 bar = 2,24 atm. Trata-se, portanto,
de uma pressão um pouco superior ao dobro da pressão atmosférica ao nível do mar.

1.4. Propriedades da Matéria


Existem duas categorias de propriedades que devemos aprender:
• Propriedades Gerais: são características comuns a toda e qualquer porção de matéria.
• Propriedades Específicas: são propriedades características de um determinado material
e podem ser utilizadas para identificar uma substância. É importante destacar que o seu
valor numérico depende apenas da substância, e não da quantidade de matéria presente
na amostra. Portanto, são grandezas intensivas.

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1.4.1. Propriedades Gerais


Como mostramos na introdução, as propriedades gerais são comuns a toda e qualquer
porção de matéria. Nesse capítulo, vamos estudar oito: inércia, massa, extensão,
impenetrabilidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade e descontinuidade.
Algumas dessas propriedades podem até ser medidas, porém, a sua medida não fornece
nenhuma noção sobre que tipo de substância pode ser.
• Inércia: de acordo com a Primeira Lei de Newton, os corpos tendem a se manter em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme. Essa propriedade é inerente a qualquer tipo
de matéria.
• Massa: a massa é uma medida da inércia de um corpo, já estudada anteriormente. Vale
ressaltar que a massa é uma propriedade geral, porque, ao determinar, por exemplo, uma
massa de 1 kg, não temos nenhuma pista de qual seria a substância correspondente;
• Extensão: todo corpo ocupa um lugar no espaço. A quantidade de espaço ocupada pelo
corpo, ou seja, suas dimensões físicas – comprimento, largura, profundidade, área ou até
mesmo o volume.

Da mesma forma que acontece com a massa, o fato de sabermos que uma amostra tem a
extensão de 1 litro não nos dá nenhuma pista relevante para sabermos de qual substância se trata.

Figura 13: A trena é uma ferramenta muito útil para medir a extensão de objetos

• Impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar simultaneamente o mesmo lugar no


espaço.

É comum na vida real falarmos que um corpo foi penetrado por outro. Por exemplo, no
tratamento de acupuntura, uma agulha é enfiada na pele de um ser humano.

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Figura 14: Agulha Penetrando a Pele Humana

Porém, não houve uma penetração no sentido físico, porque é impossível que a agulha e
o corpo humano ocupem simultaneamente o mesmo lugar no espaço. O que aconteceu, do ponto
de vista físico, foi que a agulha deslocou a pele e o tecido humano.
• Divisibilidade: todos os corpos podem ser divididos em porções menores, sem alterarem
a sua constituição.

Até o momento, na Ciência, não é uma questão fechada se existe ou não alguma porção
muito pequena da matéria que seja indivisível. Por algum, acreditou-se que o átomo seria
indivisível. Depois foram descobertas as partículas subatômicas, como os prótons, nêutrons e
elétrons.
Atualmente, já se sabe que essas três partículas podem ser subdivididas em partículas
ainda menores, os quarks.
A propriedade da divisibilidade não significa necessariamente que o ser humano tenha a
capacidade de dividir a matéria. Por exemplo, até o momento, não somos capazes de dividir os
quarks, mas isso não impede que eles sejam divisíveis por outros processos que ainda vamos
descobrir.

• Compressibilidade: quando sujeitos a uma pressão externa, os corpos sofrem uma


redução de volume. Essa propriedade é particularmente vista no caso de gases, que se
moldam facilmente ao tamanho do recipiente que os contém.

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Os sólidos e líquidos, em geral, são tratados como incompressíveis, porém, na realidade, o


correto seria dizer que eles são bem menos compressíveis do que os gases.
Um bom exemplo de um material compressível é a suspensão de um carro, que nada mais
é do que uma mola que tem por objetivo absorver impactos mecânicos.

Figura 15: Exemplo de um Sistema de Suspensão Compressível

• Elasticidade: quando sujeitos a uma tração externa, os corpos sofrem aumento de volume.
É o caso da mola. Analogamente, os gases são facilmente elásticos.

Os sólidos e líquidos, em geral, são tratados como inelásticos. Porém, eles também
apresentam alguma elasticidade.

Figura 16: Exemplo de Material Elástico

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• Descontinuidade: toda matéria é descontínua. Macroscopicamente, temos a sensação de


que uma barra de ferro é contínua.

Porém, se fôssemos capazes de enxergá-la com um microscópio capaz de ver os átomos


ali presentes, enxergaríamos alguma descontinuidade. Por exemplo,

Figura 17: Descontinuidade observada na Barra de Ferro

1.4.2. Propriedades Específicas


São grandezas intensivas que caracterizam um certo tipo de material. Dentre elas,
podemos citar:
• Propriedades Físicas: ponto de fusão, ponto de ebulição, massa específica;
• Propriedades Químicas: estão relacionadas com a reatividade química da substância;
• Propriedades Organolépticas: estão relacionadas com a interação da substância com os
sentidos humanos. Como exemplo, podemos citar: cor, sabor, cheiro, brilho etc.

Tome cuidado com a observação de que essas grandezas físicas são intensivas. Portanto,
são características que não dependem da quantidade de matéria.
Por exemplo, a água possui o chamado calor latente de vaporização, que é a quantidade
de calor que deve ser fornecida a 1 grama de água para que ela passe do estado líquido para o
estado de vapor. Temos, portanto, a seguinte relação:
𝑄𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 𝑚𝐿
No caso da água, o calor latente de vaporização é igual a 540 cal/g. Essa é uma grandeza
intensiva. Qualquer que seja o tamanho da amostra de água, o seu valor é igual a 540 cal/g. Logo,
o calor latente de vaporização é uma propriedade específica da água.

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Por outro lado, o calor necessário para a vaporização da água é uma grandeza extensiva.
Isso significa que 1 grama de água necessita de 540 calorias para vaporização. Por outro lado, 2
gramas requerem 1080 calorias para vaporização. E, assim, por diante.
Portanto, o calor absorvido pela água para vaporizar depende da quantidade de matéria.
Logo, é uma grandeza extensiva. Não pode, portanto, ser considerado uma propriedade
específica da matéria.
Um exemplo interessante de propriedade específica é a dureza.
A dureza é definida como a resistência que uma superfície tem de ser riscado por outro
material. Na Química, sofrer um risco significa sofrer deformações.
Quando dois materiais se atritam, o material menos duro sofrerá desgaste, perdendo
matéria. Por exemplo, o metal constituinte da faca é mais duro que um pedaço de carne. Portanto,
ao atritar a superfície da carne com a faca, a carne sofrerá uma deformação, no caso, ela será
cortada.

Figura 18: Exemplos de Materiais com Durezas Diferentes

Outro exemplo interessante é o caso de escrever em um quadro negro com um giz.


Embora comumente dizemos que o quadro foi riscado ou que riscamos o quadro com o giz, na
verdade, esse dizer está incorreto no sentido químico.
Observe que, quando atritamos o giz no quadro, o giz é que sofre deformação, perdendo
uma certa quantidade de matéria. Portanto, na verdade, o giz foi riscado pelo quadro.

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2. Substâncias Químicas
Uma substância química é um material que possui:

• Composição constante: a composição de uma substância deve ser


rigorosamente a mesma em qualquer lugar do Universo.

A água destilada – ou água pura –, por exemplo, é uma substância química. Ela é formada
por moléculas H2O – dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio. Essa
composição é rigorosamente a mesma em qualquer lugar do Universo.
Por outro lado, a água mineral – que é uma mistura – não apresenta composição
constante. Em outras palavras, é possível que a água mineral de uma Fonte A seja diferente da
água mineral extraída de uma Fonte B, localizada em outra cidade.
Essa diferença pode se refletir, por exemplo, nas suas propriedades físicas. Vejamos o que
acontece quando comparamos dois rótulos de água mineral de fabricantes diferentes.

Figura 19: Rótulos de Água Mineral

Vamos olhar no detalhe a composição química encontrada nos dois rótulos.


Tabela 5: Rótulos de Água Mineral

Elemento Água Mineral A (mg/L) Água Mineral B (mg/L)

Bicarbonato 110,78 24,61

Cálcio 16,800 3,870

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Magnésio 11,100 1,300

Potássio 1,240 2,050

Sódio 1,210 3,090

Nitrato 0,77 3,80

Sulfato 0,13 0,21

Cloreto 0,11 0,46

Fluoreto 0,05 0,06

Estrôncio 0,020 0,105

Como vemos na Tabela 5, as duas amostras de água mineral de marcas diferentes contêm
composições químicas diferentes. É possível que essa situação aconteça, porque a água mineral
não é uma substância pura, mas sim uma mistura.
Porém, se fizermos o processo de destilação em duas amostras diferentes de água mineral,
de modo a obter água pura, chegaremos a duas amostras de água pura exatamente iguais em
sua composição. A água pura é formada simplesmente por moléculas H2O. Em qualquer lugar do
Universo.

• Apresenta propriedades físicas e químicas bem definidas e uniformes ao longo


de toda a sua estrutura.

Em outras palavras, se tivermos uma amostra de água pura, ela apresentará rigorosamente
a mesma densidade, o mesmo pH, o mesmo ponto de fusão e ebulição, a mesma condutividade
elétrica, reagirá da mesma forma etc.
Não haverá absolutamente nenhuma diferença do ponto de vista químico entre duas
amostras de água extraídas de locais diferentes.
Exploraremos mais ainda o conceito de Substância na Seção sobre Substância Pura.

2.1. Substâncias Simples e Compostas


Preste atenção às próximas linhas.

• Substância Simples: é formada por um único elemento químico. É o caso do


hidrogênio (H2), do oxigênio (O2), do ozônio (O3) e do ouro metálico (Au).
• Substância Composta ou Composto: é formado por mais de um elemento
químico. É o caso da água (H2O) e do dióxido de carbono (CO2).

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Trata-se de dois conceitos simples, porém, importantes. Logo, convém esquematizar para
você não se esquecer deles.

Formada por um único


elemento químico
Simples
Ex.: H2, O2, O3, Au
Substância
Formada por mais de um
elemento
Composta
Ex.: H2O, CO2

Portanto, não caia no erro de confundir os conceitos de “composto” e “substância


química”. É muito comum vermos algumas pessoas chamarem “o composto oxigênio” referindo-
se à molécula O2. Porém, o O2 não é um composto, mas sim uma substância simples. Muito
cuidado.

2.1.1. Alotropia
Em muitos casos, um mesmo elemento químico pode formar várias substâncias simples.
Essa propriedade é chamada de alotropia. É interessante conhecermos os quatro principais
casos, que envolvem o oxigênio (O), o enxofre (S), o carbono (C) e o fósforo (P).
O oxigênio (O) forma duas substâncias simples diferentes: o oxigênio molecular (O 2) e o
ozônio (O3).

Figura 20: Moléculas de Oxigênio Molecular e Ozônio

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 38


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Dentre essas, o oxigênio molecular é a molécula mais estável.


O ozônio somente se forma na presença de correntes elétricas ou de radiação ultravioleta
por meio da reação.
A presença de corrente elétrica ou de radiação UV é capaz de quebrar a molécula de
oxigênio em dois átomos de oxigênio nascente.
Os átomos de oxigênio nascente são radicais livres extremamente reativos. Eles podem
reagir com praticamente qualquer molécula que encontrem pela sua frente.
Quando encontram uma molécula de oxigênio, eles reagem formando ozônio.

Figura 21: Formação de Ozônio a partir de Oxigênio Molecular mediante a ação de Raios UV

As reações mostradas no mecanismo de formação do ozônio a partir do oxigênio


molecular podem ser representadas.
𝑈𝑉
𝑂2(𝑔) → 2 [𝑂]
𝑂2 + [𝑂] → 𝑂3(𝑔)

Repare que o oxigênio molecular e o ozônio se diferenciam pela atomicidade, ou seja, pelo
número de átomos presentes nas suas moléculas.
Um caso interessante de alotropia é o do enxofre que forma dois sólidos de estruturas
cristalinas diferentes.

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Figura 22: Estruturas dos Sólidos de Enxofre Rômbico e Monoclínico

Ambos são formados por moléculas S8, porém, o arranjo dessas moléculas é diferente. No
enxofre rômbico, que é a forma mais comum e estável, as moléculas estão mais espaçadas,
formando um espaço maior. Por outro lado, no enxofre monoclínico, as moléculas são mais
apertadas, formando pequenas agulhas bem finas.
Pelas estruturas mostradas, é fácil ver que as moléculas de enxofre rômbico ocupam um
volume maior.
É interessante observar que, por volta de 95°C, ocorre conversão do enxofre rômbico em
monoclínico, que passa a ser a forma alotrópica mais estável. Por conta disso, os dois alótropos
apresentam a mesma temperatura de ebulição.

Molécula Temperatura de Fusão Temperatura de Ebulição

Enxofre Rômbico 112,8°C 444,6°C

Enxofre Monoclínico 119°C 444,6°C

Ao se tentar ferver o enxofre rômbico, ele primeiro se transformará em enxofre


monoclínico. A substância que efetivamente passará ao estado gasoso é o enxofre monoclínico.
É por isso que ambas as formas alotrópicas apresentam a mesma temperatura de ebulição.
Outro ponto é que o enxofre rômbico é a forma alotrópica mais estável à temperatura
ambiente de 25°C. Em geral, quando dizemos que uma forma alotrópica é mais estável que a
outra, estamos tomando como referência essa temperatura.

Mais um caso importante a saber é o do fósforo, que pode se apresentar na fórmula de


moléculas de fósforo branco (P4) ou de fósforo vermelho, que é um polímero do fósforo branco,
usualmente representado por P4n ou simplesmente por Pn.

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A molécula do fósforo branco é formada por quatro átomos de fósforo que estão dispostos
nos vértices de um tetraedro.
O fósforo vermelho é formado quebrando uma ligação do tetraedro para que ele possa se
ligar ao tetraedro vizinho. Sua estrutura é formada, portanto, pela repetição de várias unidades
estruturais do fósforo branco. Por isso, é denominado um polímero.
Existe, ainda, o fósforo preto que é formado por um arranjo tridimensional em que os
átomos de fósforo se organizam formando vários hexágonos.

Branco
Vermelho Preto

Figura 23: Alótropos do Fósforo

A molécula de fósforo branco é instável, porque as ligações formam ângulos de 60° entre
si. Com isso, os pares de elétrons dessas ligações estão bastante próximos e se repelem,
fenômeno conhecido como tensão angular.
Parte dessa tensão é aliviada no fósforo vermelho, que é o resultado da quebra parcial das
ligações do fósforo branco e da formação de um polímero linear. Portanto, o fósforo vermelho é
mais estável que o fósforo branco.
Na estrutura de fósforo preto, por sua vez, praticamente toda a tensão angular é aliviada.
Portanto, essa forma é a mais estável entre as três.
Essa polimerização faz que o fósforo vermelho seja mais estável – você aprenderá o
porquê quando estudarmos Tensão Angular em Ligações Químicas. Por hora, você precisa
saber que o fósforo vermelho é mais estável que o fósforo branco.
Um último caso de alotropia muito importante que você precisa saber é o carbono. O
carbono normalmente forma macromoléculas, das quais se destacam o grafite, o diamante e os
fulerenos.

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Figura 24: Alótropos do Carbono

Os fulerenos mais conhecidos são formados por moléculas que possuem 60 atómos de
carbono. Formam uma interessante geometria molecular criando um poliedro fechado.
O grafite é formado por vários planos separados entre si. Cada um desses planos é
formado por átomos de carbono ligados por anéis hexagonais.
Já o diamante é formado por um cristal cúbico de face centrada em que cada átomo é o
centro de um tetraedro, cujos vértices são quatro átomos de carbono. Cada um desses quatro
átomos de carbono também será o centro de um tetraedro, cujos vértices são formados por
outros quatro átomos de carbono. E, assim, a estrutura vai crescendo.

Figura 25: Disposição Básica dos Átomos de Carbono no Diamante

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Vamos agora resumir os quatro casos de alotropia que vimos e trazer o alótropo mais
estável para que você não se esqueça na hora da sua prova.
Tabela 6: Elementos e Formas Alotrópicas mais Estáveis

Elemento Alótropos Alótropo mais Estável

Oxigênio Oxigênio e Ozônio Oxigênio molecular (O2)

Enxofre Enxofre rômbico e monoclínico Enxofre rômbico (S8)

Fósforo Fósforo branco, vermelho e preto Fósforo preto (P)

Carbono Diamante, grafite e fulerenos Grafite (C)

O ozônio forma a Camada de Ozônio na estratosfera. Essa camada é conhecida por filtrar
radiações ultravioleta provenientes do sol.
A radiação ultravioleta é classificada em três categorias conforme o seu comprimento de
onda. Os raios UV-A abrangem o comprimento de onda de 320 a 400 nm, os raios UV-B
abrangem o comprimento de onda de 280 nm a 320 nm e os raios UV-C, de 100 a 280 nm. É
interessante observar que o espectro visível vai de 400 a 700 nm.

De acordo com a Equação de Planck, que será vista no Capítulo sobre Modelos Atômicos,
quanto menor o comprimento de onda, maior a energia da radiação, portanto, também será maior
o seu poder de penetração.

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Esse é o perigo associado aos raios ultra-violeta. Como eles apresentam menor
comprimento de onda, a energia que esses raios carregam é grande e eles podem causar maiores
danos, como câncer de pele e queimaduras corporais.

2.1.2. Atomicidade
A atomicidade de uma molécula diz respeito ao número de átomos presentes nela. Uma
molécula pode ser:
• Monoatômica: quando é formada por apenas um átomo isolado. É o caso dos gases
nobres: He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn;
Os gases nobres são os únicos elementos da tabela periódica que são normalmente
encontrados na forma de átomos isolados ou moléculas monoatômicas.
• Diatômica: quando a molécula é formada por dois átomos.
É interessante observar que existem algumas moléculas diatômicas que são substâncias
simples, como O2, F2 e H2.
E que existem algumas moléculas diatômicas que são substâncias compostas, como HCl
e CO.
• Triatômica: quando a molécula é formada por três átomos. Analogamente, existem
moléculas triatômicas que são substâncias simples (O 3) e existem moléculas triatômicas
que são substâncias compostas (H2O e CO2)

E, assim, por diante. Por exemplo, a molécula de fósforo branco (P4) é tetratômica, a
molécula de enxofre (S8) é octatômica.

Tabela 7: Principais Prefixos Gregos

Número Prefixo Número Prefixo

1 Mono 6 Hexa

2 Di 7 Hepta

3 Tri 8 Octa

4 Tetra 9 Nona

5 Penta 10 Deca

2.2. Substâncias Puras


Uma substância é pura quando apresenta as seguintes características:

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• composição fixa, formada por unidades estruturais quimicamente iguais entre si;
• propriedades físicas e químicas invariantes, como densidade, pontos de fusão e ebulição;
Agora, vamos analisar isoladamente cada uma das características apontadas a fim de
entender melhor essas definições.

2.2.1. Composição Fixa


Considere uma amostra de água.

Figura 26: Amostra de Água com suas Moléculas

Como ilustrado na Figura 26, ao longo de toda a amostra de água, tem-se as mesmas
unidades estruturais quimicamente iguais entre si.
São as moléculas H2O que são formadas por dois átomos de hidrogênio e um átomo de
oxigênio. Essa mesma estrutura se repetirá ao longo de todo a amostra pesquisada.
Olhando atentamente para a estrutura da água, notamos as moléculas H 2O que são as
unidades estruturais do material. Essas moléculas estão ligadas entre si por meio de interações
intermoleculares, marcadas em verde.

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Interação
Intermolecular

Figura 27: Estrutura da Água Líquida

É interessante observar que, quando temos uma amostra de água parcialmente congelada,
são visíveis duas fases distintas: o gelo representa uma fase sólida e a água representa a fase
líquida.
Porém, a água e o gelo são a mesma substância, porque as unidades estruturais que os
compõem são exatamente iguais.

Figura 28: Gelo Derretendo e a Formação de Moléculas

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Perceba que o gelo também é formado pelas mesmas unidades estruturais que compõem
a água: as moléculas H2O.
O que diferencia o gelo da água é apenas o modo como essas moléculas estão ligadas
entre si. No gelo, as estruturas são hexagonais, bem mais regulares, do que o que acontece na
água líquida.
Por outro lado, considere uma amostra de água em um copo de vidro. A água e o vidro são
substâncias diferentes, porque apresentam unidades estruturais diferentes.

Figura 29: A água e o vidro possuem unidades estruturais diferentes

Como a estrutura da água e do vidro são diferentes entre si, eles são substâncias
diferentes.
Além disso, a composição fixa significa que uma substância qualquer terá exatamente a
mesma composição em qualquer lugar do Universo.
A água, seja aqui ou em Marte, será sempre formada por moléculas de H 2O que são
formadas por duas moléculas de hidrogênio e uma molécula de oxigênio.
Sendo assim, as propriedades físicas e químicas das substâncias são universais.

A ordem em que se escreve os elementos em uma fórmula química não importa. É


bastante comum, por exemplo, escrever a água como HOH – inclusive, essa é a minha

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representação favorita, você entenderá o porquê nos capítulos de Reações Orgânicas e


Inorgânicas.
Sendo assim, não estranhe se encontrar a mesma molécula escrita de formas diferentes.

2.2.2. Propriedades Fixas


Apresentar propriedades fixas significa que qualquer amostra de água pura apresentará
exatamente as mesmas propriedades físicas e químicas.
Quando falamos em mesmas propriedades físicas, estamos nos referindo às grandezas
intensivas, ou seja, aquelas que não dependem do tamanho da amostra.
Isso significa que, se tomarmos uma amostra de água pura da sua casa e outra vinda de
Marte e colocarmos as duas amostras no mesmo espaço, elas terão as mesmas densidades, os
mesmos pontos de fusão e ebulição. E, por aí, vai.
As propriedades físicas em relação a outras substâncias também permanecem inalteradas.
Por exemplo, se tomarmos uma amostra de açúcar, a sua solubilidade será a mesma em qualquer
amostra de água.
Quando falamos em mesmas propriedades químicas, estamos nos referindo às reações de
que a substância participa.
Por exemplo, uma reação muito conhecida da água é a sua reação direta com sódio
metálico. O sódio metálico reage com a água formando hidróxido de sódio e liberando gás
hidrogênio.

1
𝑁𝑎 + 𝐻𝑂𝐻 → 𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝐻2(𝑔)
2

O fato é que essa reação se verificará com qualquer amostra de água pura e com qualquer
amostra de sódio metálico puro. Não é possível que uma amostra de água reaja com sódio
metálico de uma forma diferente de outra amostra.
Portanto, as propriedades físicas e químicas de uma substância pura são fixas.
Outro ponto importante é que uma substância pura não perde suas propriedades físicas e
químicas somente com o transcorrer do tempo. Em outras palavras, a substância pura não
envelhece e não estraga com o tempo.
Se deixarmos uma amostra de glicose inalterada, ou seja, sem reagir com nenhuma outra
substância, ela conservará todas as suas propriedades físicas e químicas.

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É muito comum dizermos que um alimento estragou.


Isso acontece porque ocorrem reações químicas, que transformam um conjunto de
substâncias em outras substâncias.
Quando deixamos um alimento estragar, o que ocorre são ações de bactérias que, por
meio de suas enzimas, provocam alterações nas unidades estruturais que compõem o material,
portanto, a produção de novas substâncias químicas.
Por exemplo, o vinho azeda como resultado da conversão do etanol (C 2H6O) presente na
bebida em ácido acético (C2H4O2). Houve, portanto, alteração na composição do material, com
formação de uma nova substância química.
Agora, vamos estudar um dos pontos mais importantes e cobrados a respeito de
substâncias puras e misturas: a curva de aquecimento.

2.2.3. Curva de Aquecimento


Quando aquecemos uma substância pura desde o estado sólido até o estado gasoso, ela
passará por mudanças de estado físico.
Vamos anotar a principal característica do aquecimento de uma substância pura?

No aquecimento de uma substância pura, a temperatura permanece constante durante as


mudanças de estado físico.

Pense, por exemplo, que temos um cubo de gelo puro a -50°C e vamos aquecê-lo até
150°C. Nesse aquecimento, a água passará por duas mudanças de estado físico: passará do
estado sólido para o estado líquido (fusão) por volta de 0°C e passará do estado líquido para o
gasoso (ebulição) por volta de 100°C.

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Figura 30: Curva de Aquecimento da Água Pura

A curva de aquecimento com esse padrão é decorrente do fato que a água pura deve
apresentar propriedades fixas. Portanto, o mero aquecimento não altera o ponto de fusão ou
de ebulição de uma amostra de água pura.
É diferente, no entanto, a curva de aquecimento de uma mistura de água e cloreto de
sódio. Nesse caso, a mistura não apresentará ponto de fusão nem de ebulição constantes.

Figura 31: Curva de Aquecimento de uma Mistura de Água e Cloreto de Sódio

É importante destacar, ainda, que nem todas as substâncias puras apresentam a curva
de aquecimento completa, porque muitas delas se decompõem antes de entrar em ebulição.

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Esse fenômeno é bastante comum com macromoléculas, como é o caso do diamante. Mas
também pode acontecer com substâncias menores, como o azoteto de sódio (NaN 3) que se
decompõe em sódio metálico e gás nitrogênio quando aquecido.
Δ 3
𝑁𝑎𝑁3(𝑠) → 𝑁𝑎(𝑠) + 𝑁2(𝑔)
2
Caso você ainda não esteja acostumado com essa notação, o triângulo ou Delta (Δ)
acima da seta de reação química indica que a reação ocorre mediante aquecimento.

2.3. Transformações Físicas e Químicas


Uma transformação é um processo qualquer que altere a composição ou as propriedades
de um determinado material.
Por exemplo, quando aquecemos uma jarra de água, estamos fazendo uma transformação.
É uma transformação porque alteramos propriedades do material, por exemplo, a temperatura.
Devemos saber diferenciar as transformações físicas das transformações químicas.

Uma transformação física é aquela que ocorre sem a criação de uma nova substância.
Nessas transformações, as substâncias permanecem as mesmas, podendo-se modificar sua
temperatura, estado físico ou aparência. Não ocorrem, portanto, alterações nas ligações entre os
átomos que compõem o material.
Em uma transformação química, necessariamente uma nova substância é gerada. Ocorre
alterações nas ligações entre os átomos que compõem aquele material.

Portanto, o conceito de substância está bem na raiz da diferença entre transformação


física e química.

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Cria uma nova substância

Novas moléculas e estruturas


Químicas
químicas aparecem

Ocorre uma reação


Transformações

Não ocorre uma criação de uma


nova substância

Físicas

Apenas a organização das


partículas é alterada

Como exemplo de transformações físicas, tem-se: o mero aquecimento e as mudanças de


estado físico. Pense, por exemplo, quando colocamos uma amostra de água no congelador.
Nesse caso, a água (H2O), que se encontra no estado líquido, congelará e passará para a
forma de gelo, que é água no estado sólido. Se deixarmos o gelo fora da geladeira, ele vai se
fundir, retornado ao estado líquido.
A água e o gelo são apenas estados físicos diferentes da mesma substância. Por isso, os
processos de fusão e solidificação são meras transformações físicas.
Como vimos na Figura 28, a água e o gelo são a mesma substância em estados físicos
diferentes. Eles são a mesma substâncias, porque são formados pela mesma unidade estrutural
– ou seja, moléculas H2O. O que varia da água para o gelo é apenas a organização das unidades
estruturais.

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Figura 32: Gelo Derretendo e a Formação de Moléculas

Por outro lado, um exemplo de transformação química é o que acontece quando


queimamos gasolina no motor do carro a fim de gerar energia para que o veículo se movimente.
A gasolina é composta principalmente por isooctano (C8H18) que é uma substância líquida.
Quando queimada, esse material é convertido em dióxido de carbono (CO 2) e água (H2O). O
dióxido de carbono e a água são substância completamente diferentes do isooctano, por isso, se
diz que houve uma transformação química na matéria.
Portanto, só devemos falar de transformação química, quando tiver acontecido
realmente uma reação.
Tome cuidado, pois existem conceitos clássicos a respeito de transformações físicas e
químicas, porém, tais conceitos foram superados e não devem ser mais utilizados.
De acordo com o conceito clássico, uma transformação física é reversível. Já uma
transformação química é irreversível.

A motivação para esses conceitos é que quando resfriamos a água até que ela se
transforme em gelo, podemos fazer o processo inverso. Ou seja, podemos transformar a água
em gelo, mas também podemos reverter a transformação, fazendo o gelo voltar a ser água.

Por outro lado, quando queimamos gasolina, ela se torna outras substâncias
completamente diferentes: dióxido de carbono e água. Essas substâncias jamais voltariam a ser
o material original.

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No entanto, considere uma esfera de vidro. Pegue um martelo e quebre o cristal. Ocorreu
apenas uma transformação física, certo? É uma transformação física, porque não foi criada
nenhuma substância nova. O vidro estava organizado na forma de um cristal e depois foi
quebrado e transformado em cacos. Porém, os cacos continuam sendo da mesma substância,
que é o vidro.

Figura 33: Transformação Física Irreversível

No entanto, esse processo é mesmo reversível?

A minha resposta seria que não, pois é praticamente impossível que o cristal quebrado
venha a se recompor e se tornar um cristal igual ao original.

Dessa maneira, nem toda transformação física é reversível.

Por outro lado, as transformações químicas nem sempre são irreversíveis. Considere, por
exemplo, a combustão do hidrogênio.

Figura 34: Formação de Água a partir de Hidrogênio e Oxigênio

No entanto, essa transformação pode ser revertida por meio de uma técnica conhecida
como eletrólise. A eletrólise será estudada no Capítulo de Eletroquímica e é um dos principais
métodos de síntese do hidrogênio utilizado como combustível.

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Na eletrólise, a reação é revertida e a molécula de água é quebrada em hidrogênio e


oxigênio.

𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ó𝑙𝑖𝑠𝑒 1
𝐻2 𝑂(𝑙) → 𝐻2(𝑔) + 𝑂2(𝑔)
2

Dessa maneira, podemos afirmar que a combustão do hidrogênio, que é, sem dúvidas, uma
reação química, é reversível.

Portanto, nem todos os processos químicos são irreversíveis.

Sendo assim, marque errado se houver alguma questão de prova que apresente os
enunciados como os seguintes:
“Toda transformação química é irreversível”
“As transformações físicas são aquelas que são reversíveis”

O caso mais comum de confusão entre os alunos em relação à classificação entre


transformação física ou química é a dissolução.

Primeiramente, vamos diferenciar a dissolução da diluição.

A dissolução consiste em misturar um material solúvel com a água. Por outro lado, a
diluição consiste em misturar água a uma solução já pronta. Com isso, aumenta-se o teor do
solvente e reduz-se a concentração do soluto.

Claramente, a diluição é um processo físico. Nesse curso, trataremos também a


dissolução como um processo físico.

No caso da dissolução, é necessário quebrar o cristal do cloreto de sódio, misturando os


íons separadamente à água.

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Figura 35: Dissolução de um Cristal Iônico (adaptado)

Observe, portanto, que nenhuma nova substância foi formada. O cloreto de sódio continua
sendo formado por íons 𝑁𝑎 + 𝑒 𝐶𝑙 − . Apenas o que aconteceu foi a mudança na organização
desses íons.
Antes, eles estavam organizados no cristal. Depois, eles passaram a estar dispersos entre
as moléculas de água. Mas os próprios íons 𝑁𝑎+ 𝑒 𝐶𝑙 − ainda estão presentes e continuam
caracterizando a substância cloreto de sódio.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Dadas as seguintes substâncias puras, indique quais delas são biatômicas:

I – He

II – O2

III – CO

IV – CO2

a) Apenas II.
b) Apenas I e II.

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c) Apenas II e III.

d) Apenas III e IV.

e) Apenas II, III e IV.

Comentários

Assertiva I - O hélio (He) é uma substância monoatômica, portanto I está errada.

Assertiva II - O oxigênio molecular (O2) tem dois átomos. É, portanto, uma substância
simples biatômica. Portanto, II está errada.

O monóxido de carbono (CO) tem dois átomos de elementos diferentes. É, portanto, uma
substância composta biatômica.

O dióxido de carbono (CO2) tem três átomos de dois elementos químicos diferentes. É,
portanto, uma substância composta triatômica.

Sendo assim, são biatômicas apenas II e III. No caso, O2 e CO.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Para Aristóteles, a matéria era composta por quatro elementos básicos: fogo, ar, água e
terra. Hoje, a química tem outra definição para elemento: o conjunto de átomos que
possuem o mesmo número atômico. No entanto, atualmente consideramos bastante
errada essa definição. A água não pode ser considerada um elemento químico. Em vez
disso, ela se trata de:

a) uma mistura de três elementos.

b) uma substância simples com dois elementos.

c) uma substância composta com três elementos.

d) uma mistura de dois elementos.

e) uma substância composta com dois elementos.

Comentários

A água (H2O) não é um elemento químico, mas sim uma substância composta por dois
elementos: hidrogênio (H) e oxigênio (O).

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A água não é uma mistura, por isso, estão erradas as letras A e D. Não é substância
simples, por isso, está errada a letra B. E é uma substância triatômica, mas são apenas
dois elementos, por isso, está errada a letra C.

Gabarito: E

3. Diagrama de Fases
O Diagrama de Fases de uma substância tem por objetivo mostrar o seu estado físico mais
estável em função da temperatura e pressão.

3.1. Estado Físico

No nosso curso, vamos nos concentrar nos três tipos de estados físicos mais importantes:
o estado sólido, o estado líquido e o estado gasoso.
No estado sólido, as partículas estão presas na estrutura cristalina. O grau de liberdade de
movimentação das partículas é baixo. Os sólidos possuem volume definido e não se moldam ao
recipiente que os contêm.

Basta você pensar em um cubo de gelo. O formato do cubo de gelo independe se você o
deixou em cima da mesa ou dentro de uma caixa de isopor.

No estado líquido o grau de liberdade das partículas é maior, tanto é que o líquido se molda
ao recipiente que o contém, possibilidade que não existe em um sólido.

Basta você pensar em uma jarra de água. Quando a água líquida está na jarra, ela se adapta
à forma da jarra. Quando você derrama a água em um copo, a água líquida mudará de forma,
assumindo a mesma forma do copo.

Porém, note que o volume do líquido é fixo. Pense, por exemplo, em uma jarra de 1 litro,
mas com marcações de volume. Se você pegar um copo de 250 mL e encher de água, a água vai
ocupar o volume igual a 250 mL. Quando você passar esse volume para a jarra, a água continuará
ocupando 250 mL, só que na forma de jarra. Ela ocupará um quarto da jarra.

Por fim, o estado gasoso corresponde ao máximo grau de liberdade de movimentação


das partículas, portanto, a maior desordem.

As moléculas em um gás são essencialmente livres para se movimentar e, por isso, tendem
a se distribuir uniformemente pela região em que estão distribuídas. Dessa maneira, o gás sempre
ocupa todo o volume do recipiente que o contém.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 58


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Figura 36: Estados Físicos da Matéria (Referência: [1])

No nosso estudo sobre o Diagrama de Fases, interessa muito conhecer as principais


mudanças de estado físico, que são envolvidas entre os três estados físicos que acabamos de
estudar.
Vale ressaltar que as mudanças de estado físico são transformações físicas, tendo em
vista que nenhuma substância é criada ou destruída. Apenas a forma como suas moléculas se
organizam é alterada.
Por exemplo, a água e o gelo são a mesma substância química, pois são constituídas de
moléculas H2O. Porém, a organização das moléculas é diferente nas duas situações.
Na Figura 37, vemos as principais mudanças de estado físico.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 59


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Figura 37: Mudanças de Estado Físico

Para fins de fixação, vamos apresentar as definições:


• Fusão: é a passagem do estado sólido para o líquido. É o que acontece quando deixamos
um cubo de gelo fora da geladeira. Com o tempo, ele descongela e se torna água líquida.
• Solidificação: é a passagem do estado líquido para o sólido. É o que acontece quando
colocamos água para congelar no congelador.
• Vaporização: é a passagem do estado líquido para o vapor. Quando colocamos a água
para aquecer na hora de fazer café, podemos ver que parte dela passa para o estado de
vapor.
• Condensação: é a passagem do estado de vapor para o estado líquido. É o que acontece
na chuva. A água se converte das nuvens, que contém vapor d’água, para a forma líquida,
na forma de chuva ou precipitação.
• Sublimação: é a passagem direta do estado de sólido para vapor. É o que acontece com
a naftalina, substância muito utilizada para a conservação de livros. Ela é comprada como
um sólido branco que vai passando para o estado gasoso e espalha seu efeito repelente.
• Sublimação: também chamada de ressublimação, é a passagem diretamente do estado
de vapor para sólido. É o que acontece com o gelo seco, que nada mais é do que dióxido
de carbono (CO2) no estado sólido a temperaturas muito baixas. Quando exposto à
temperatura ambiente, o CO2 rapidamente sublima, não deixando nenhum resíduo de
líquido.
É importante registrar que as mudanças de estado são caracterizadas pelo calor latente.
Na Física, estudamos dois tipos de calor envolvidos nas transformações:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 60


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• Calor Sensível: é a energia térmica responsável por variar a temperatura de um corpo,


sem alterar o seu estado físico.
• Calor Latente: é a energia térmica responsável por mudar o estado físico, sem alterar a
temperatura.
Podemos visualizar muito bem o calor latente quando aquecemos a água no fogão até a
ebulição. Enquanto a água está vaporizando, a sua temperatura permanece constante. Ela
simplesmente vai diminuindo de volume.
Outro fato interessante que podemos relatar é o ferro a vapor. Passar roupas é uma
interessante aplicação do fenômeno da dilatação térmica.
Quando aquecemos o tecido, ele se estica, permitindo que a roupa desamasse.
O ferro a vapor é bem mais rápido que o ferro comum, porque ele emite pequenos jatos
de vapor d’água. Os jatos de vapor têm muito mais facilidade de penetrar e se espalhar pelo
tecido do que o metal constituinte do ferro. Como o calor latente de vaporização da água é bem
elevado, o aquecimento da roupa é rápido, porque a área de contato do vapor com o tecido é
maior que a área de contato do ferro com a roupa.

Figura 38: Ilustração do Processo Físico de Passar Roupas e da maior Área de Contato do Ferro a Vapor
com a Roupa

Calor Calor
Sensível Latente
Provoca
Varia a
mudanças de
temperatura
estado físico

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Para nos aprofundar nesse importante Diagrama de Fases, precisamos primeiramente


compreender a Segunda Lei da Termodinâmica.

3.2. Regra Geral


Nesse Capítulo, vamos concentrar os nossos estudos nos efeitos da temperatura e da
pressão externa sobre os estados físicos da matéria.
A temperatura mede o grau de agitação térmica das partículas. O maior grau de agitação
faz que as partículas tendam ao máximo estado de desordem, que é o estado gasoso. Portanto,
o aumento da temperatura favorece os estados líquido e gasoso. A redução de temperatura leva
os materiais para o estado sólido.
A pressão sempre favorece o estado físico que ocupa menor volume. Basta você imaginar
um recipiente com um êmbolo móvel em que está armazenando uma substância no estado
gasoso. Pelo fato de as moléculas terem ampla liberdade de movimentação, no estado gasoso, a
substância ocupa volume maior.
Quando o sistema é comprimido, as moléculas são forçadas a se organizar, passando para
os estados líquidos e sólido.

Figura 39: Efeito da Pressão sobre o Estado Físico da Matéria

De maneira geral, a compressão favorece o estado sólido. Por ser o máximo da


organização, a regra geral é que o estado sólido tenha volume menor que o estado líquido.
A Figura 40 ilustra o esquema geral de um diagrama de fases, em que são visíveis as três
curvas características das mudanças de estado físico: a curva de sublimação, a curva de fusão e
solidificação e a curva de ebulição e condensação.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 62


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Figura 40: Esquema Geral de um Diagrama de Fases

Na Figura 40, destacamos o ponto triplo e o ponto crítico.


O ponto triplo é, por definição o único ponto em que existe o equilíbrio entre os três
estados físicos da matéria.

3.2.1. Ponto Triplo


Como exemplo, tomaremos o diagrama de fases do dióxido de carbono (CO 2).
Tabela 8: Pontos Triplos e Crítico do Dióxido de Carbono (CO2)

Ponto Característico Temperatura Pressão

Triplo -57 °C 5,18 atm

Crítico 31 °C 73,8 atm

A curva de sublimação corresponde à situação de equilíbrio entre os estados sólido e


gasoso. Nessa curva, coexistem os dois estados.
No diagrama de fases, podem ser localizados todos os pontos de sublimação. Por
exemplo, o ponto de sublimação normal do CO2 – normal, significa considerando a pressão
atmosférica de 1 atm – é de -78 °C. Isso significa que, nessa temperatura, a substância começa a
passagem do estado vapor para o sólido, ou o contrário. O par (- 78°C; 1 atm) estará presente na
curva de sublimação.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 63


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Figura 41: Ponto de Sublimação Normal do CO2

O gelo seco pode, portanto, ser preparado resfriando CO2 a temperaturas abaixo de -
78°C, que é o seu ponto de sublimação. Suponha, por exemplo, que uma amostra de gelo seco
(CO2 sólido) esteja armazenada a uma temperatura de -100 °C. Quando o gelo seco é lançado no
ambiente, ele rapidamente se aquece. Nesse processo, o dióxido de carbono sofre sublimação.

Figura 42: Processo de Sublimação do CO2 por aquecimento do gelo seco

Como a pressão do ponto triplo do CO2 é de 5,18 atm, que é superior à pressão atmosférica
normal (1 atm), não é possível obter o CO2 líquido à pressão ambiente.
Vamos agora examinar um pouco mais profundamente o processo de sublimação do
dióxido de carbono sólido. No Diagrama de Fases, precisamos notar três pontos, ambos à pressão
ambiente.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 64


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Na situação inicial, tem-se exclusivamente a substância no estado sólido. Ao atingir a


temperatura de -78 °C, ela entra em sublimação. Nesse ponto, é que se alcança o equilíbro entre
sólido e vapor.
Para temperaturas inferiores, tem-se exclusivamente o sólido. Para temperaturas
superiores, tem-se exclusivamente o vapor. Somente em -78 °C, tem-se tanto o sólido como o
vapor.

Figura 43: Olhar mais Atento ao Processo de Sublimação do Gelo Seco

Olhando pelo diagrama de fases, a sublimação ocupa um único ponto. Porém, podemos
ver o significado da sublimação quando prestamos atenção à curva de aquecimento.

Figura 44: Curva de Aquecimento no Processo de Sublimação

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 65


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Podemos encontrar a curva de ebulição e condensação, se elevarmos a pressão,


mantendo a temperatura ambiente.

Figura 45: Condensação do CO2 por compressão a temperatura ambiente

Comparando o processo de sublimação do CO2 a pressão ambiente com a condensação


de CO2 à temperatura ambiente por compressão, podemos notar que as mudanças de estado
físico podem ocorrer tanto por meio da variação da pressão como por meio da variação de
temperatura.
A curva de ebulição e condensação é caracterizada pelo equilíbrio entre líquido e vapor.
Ao longo de toda essa curva, esses dois estados coexistem.
O ponto triplo é o ponto de encontre as curvas de mudança de estado. É o único ponto
do Diagrama de Fases, em que se pode falar do equilíbrio entre os três estados físicos: sólido,
líquido e vapor.
Outro ponto interessante é que, abaixo da pressão e da temperatura do ponto triplo, não
existe o estado líquido. Abaixo do Ponto Triplo, somente existe a curva de sublimação, portanto,
só se pode falar dos estados sólido e gasoso. Reveja a Figura 40 para compreender melhor os
pontos crítico e triplo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 66


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Com base no que foi passado nessa Seção, podemos pegar alguns pontos espalhados por
um Diagrama de Fases e determinar que estado físico da substância eles representam.

Figura 46: Pontos Espalhados pelo Diagrama de Fases

Na Figura 46, o ponto A está na região sólida, o ponto B está na região líquida e o ponto D
está na região de vapor.
O ponto C está na curva de ebulição, portanto, nesse ponto, ocorre o equilíbrio entre as
fases de líquido e vapor.

3.2.2. Ponto Crítico


O ponto crítico é o ponto final da curva de ebulição. Para temperaturas superiores à
temperatura crítica, não se fala mais do estado líquido.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 67


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Essa é, inclusive, a diferença entre o gás e o vapor.


• Vapor: pode ser transformado em líquido pelo simples aumento da pressão;
• Gás: não pode ser transformado em líquido pelo simples aumento da pressão.

Figura 47: Compressão de Vapor e Gás de CO2

Observe que a compressão do vapor de CO2, que ocorre à temperatura ambiente, produz
a substância no estado líquido.
Porém, a temperaturas superiores à temperatura crítica (31 °C), o CO 2 se torna um gás, o
que significa que, com o aumento da pressão, ele não se transforma em líquido, mas sim em um
fluido supercrítico.

O fluido supercrítico é um estado intermediário entre gás e líquido, no qual não é possível
distinguir as duas fases.
Quando se prepara o CO2 supercrítico, ele forma uma névoa, que é o resultado da
dispersão de um líquido em um gás.
Isso é importante, porque o fluido supercrítico pode se converter para um gás ou para um
líquido, e isso não se caracteriza como mudança de estado, porque não envolve a liberação
ou absorção de calor latente.
É bastante interessante que a passagem de CO2 do estado gasoso para o estado líquido
pode acontecer sem uma mudança de estado propriamente dita.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 68


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De maneira simples, podemos dizer que uma mudança de estado somente acontece
quando as linhas de mudança de estado são cruzadas.

3.3. Vaporização
A vaporização é um termo genérico para as mudanças de fase do estado líquido para o
estado gasoso. Porém, vale ressaltar que existem três tipos de vaporização:
• Ebulição;
• Evaporação;
• Calefação.

Vamos estudar cada um desses tipos e suas características.

3.3.1. Ebulição
A mudança de
• Ebulição: no preparo de um café ou chá, nós botamos a água para ferver em uma chaleira.
Nessa situação, o fogo provê à água constante calor, de modo que ela se aquece. Se você
pudesse botar um termômetro na água, você veria que, exatamente quando ela atinge 100
°C, a temperatura fica constante e ela começar a ferver. A partir daí, toda a água passa
para o estado de vapor.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 69


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Para essa situação, podemos desenhar um gráfico que representa a curva de aquecimento
do material. Considerando a água como uma substância pura, observaríamos a temperatura de
ebulição praticamente constante em torno de 100 °C durante a ebulição.

Figura 48: Curva de Aquecimento da Água

3.3.2. Evaporação
A mudança de estado físico de líquido para vapor é muito observada no nosso dia a dia
com a água. Vamos estudar três situações de especial interesse em que acompanhamos esse
processo.
A primeira é o que acontece quando colocamos uma roupa para secar no varal.
Nesse caso, a água presente na roupa vai secando, mesmo à temperatura ambiente, que
é muito abaixo da temperatura de ebulição da água? Se você pudesse botar um termômetro em
uma peça de roupa, mediria uma temperatura muito próxima à temperatura ambiente. Tanto é
que você nunca viu uma roupa fervendo no varal.
Mas, a pergunta é: Por que isso acontece? Por que é possível que a água passe para o
estado de vapor, mesmo abaixo da temperatura de ebulição?
Para entendermos melhor esse fenômeno, devemos nos lembrar da organização das
moléculas nos três estados físicos. Uma observação muito importante sobre os estados físicos é
que o estado gasoso é o estado de maior liberdade de movimentação das partículas.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 70


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Figura 49: O Estado Gasoso é o estado de maior liberdade de movimentação das partículas

Por ser o estado de maior liberdade das partículas, costuma-se dizer que o estado gasoso
é o estado natural da matéria.
Por isso, toda a matéria tende natural ao estado gasoso, ainda que ela se encontre abaixo
da temperatura de ebulição.

3.3.3. Calefação
Imagine uma moto ainda ligada com o cano de escape muito quente em um dia chuvoso.
Algumas gotas de chuva caem no cano de escape. O que acontece com essas gotas?
Quando as gotas de água caem no cano, elas sofrem o processo de calefação. Elas passam
para o estado gasoso de maneira brusca.
Na calefação, também conhecida como Efeito Leidenfrost, o líquido não toca a superfície
quente. Em vez disso, forma-se um colchão de vapor logo acima da chapa aquecida. Isso
acontece, porque a vaporização é muito intensa e rápida.
Por esse mesmo motivo, a temperatura do líquido calefeito é sempre menor que a
temperatura de ebulição.
Portanto, memorize o seguinte: a temperatura de ebulição só se aplica para a ebulição.
Tanto a calefação como a evaporação acontecem a temperatura inferiores à temperatura de
ebulição.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 71


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Um truque de mágica bastante conhecido é um mágico lamber uma espada em brasas.


O mágico é capaz de lamber a espada devido às propriedades da calefação.
Primeiramente, forma-se um colchão de vapor entre a língua do mágico e a espada, impedindo
que a língua entre em contato com a chapa quente.
Como a temperatura do líquido calefeito é menor que a temperatura de ebulição, a saliva
do mágico passará para o estado de vapor, mas não estará em uma temperatura elevada.

3.4. Casos Especiais


Agora que comentamos sobre os diagramas de fases mais comuns, vamos comentar sobre
algumas substâncias que se destacam por seu diagrama de fases diferenciado.

3.4.1. Água
A fase sólida da água se cristaliza na forma de diversos hexágonos, deixando um espaço
vazio no meio das moléculas.

Figura 50: Organização das Moléculas na Fase Sólida da Água

Com isso, a fase sólida da água (o gelo) ocupa volume maior que a fase líquida. Por causa
disso, o aumento de pressão favorece a transformação de sólido em líquido. Isso é o contrário
do que acontece com a grande maioria das substâncias.
No caso da água, a curva de fusão/solidificação da água é inclinada para a esquerda, e
não para a direita, como acontece na maioria das substâncias. Convém destacar que essa
anormalidade se inverte em pressões mais elevadas, e a água volta a se comportar como a maioria
das substâncias a cerca de 1974 atm.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 72


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Figura 51: Diagrama de Fases Incomum da Água

Existem outras poucas substâncias, como o ferro e o bismuto, que apresentam o mesmo
comportamento na fusão/solidificação.
É importante destacar que o comportamento anormal da água é fundamental para a
manutenção da vida aquática durante o inverno.
Como o gelo se forma com aumento de volume em relação à água líquida, o gelo apresenta
densidade menor que a água, portanto, flutua sobre ela. Na maioria dos casos, durante a
solidificação, a fase sólida afunda na fase líquida.
Porém, no caso de um lago, é muito importante que o gelo flutue sobre a água. Com isso,
forma-se uma camada de gelo, que funciona como isolante térmico, dificultando que o lago
inteiro congele.

Figura 52: Lago formando uma camada de Gelo (fonte: [2] )

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 73


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A fusão da água é realmente incomum, em que podemos destacar as seguintes


características:

• Acontece com aumento do volume, em que o sólido tem densidade menor que o líquido;
• Quando pressionamos a superfície do gelo, ele sofre fusão;

Figura 53: O gelo sofre fusão por compressão

Como mostrado na Figura 53, o aumento de pressão sobre o gelo pode provocar a fusão,
transformado-o em líquido.

• Quanto menor a pressão externa, maior a temperatura de fusão.

Vejamos o diagrama de fases da água, destacando o ponto de fusão normal, que é de 0


°C sob a pressão igual a 1 atm.

Figura 54: Temperatura de Fusão aumenta com a Redução da Pressão

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 74


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Como visto na Figura 54, o ar rarefeito, ou seja, menor pressão externa provocará um
aumento da temperatura de fusão. Dessa forma, o ponto de fusão do gelo no alto das montanhas
é superior a 0 °C.

A patinação no gelo é um esporte que se aproveita do Diagrama de Fases incomum da


água.
Quando deseja deslizar sobre o gelo, o patinador pressiona a superfície do gelo,
transformando-o em água líquida. Os patins deslizam sobre a camada de água recém formado
sobre o gelo, aumentando sua velocidade.
Por outro lado, quando o patinador deseja frear seus patins, basta reduzir a pressão,
fazendo que o gelo deixe de se fundir. As lâminas dos patins entrarão em atrito com o gelo e
freiam.

Considere o seguinte diagrama de fases para a água pura para responder às questões
desse bloco.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 75


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(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Dado o diagrama de fases da água, determine os estados físicos predominantes da


substância a:

a) 25 °C e 1 atm;

b) –78 °C e 0,006 atm;

c) 0,01 °C e 0,006 atm;

d) 380 °C e 12 atm;

e) 250 °C e 218 atm;

f) 250 °C e 1 atm;

Comentários

Vamos relembrar as regiões do diagrama de fases.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 76


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Agora, vamos posicionar os pontos de a a F no diagrama de fases fornecido para a água.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 77


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Observe, portanto, que:

• O ponto A está na região de líquido puro;

• O ponto B está na região de sólido puro;

• O ponto C corresponde ao ponto triplo, portanto, está no equilíbrio das três fases.
Nesse ponto, é possível encontrar o sólido, o líquido e o vapor.

• O ponto D está além da temperatura crítica, portanto, é um gás;

• O ponto E está na região de líquido puro;

• O ponto F está na região de vapor puro.

Gabarito: A: líquido puro; B: sólido puro; C: equilíbrio entre sólido, líquido e gasoso; D: gás;
E: líquido puro; F: vapor puro

(Estratégia Militares – TFC – Inédita) Quais as mudanças de estado observadas quando


passamos a água:

a) Do ponto A para o ponto F;

b) Do ponto B para o ponto C;

c) Do ponto F para o ponto G.

Comentários

a) O ponto A é o líquido puro, enquanto o ponto F é o vapor puro. Portanto,


aconteceu uma vaporização, que também pode ser chamada de ebulição.

b) O ponto B é um sólido, e o ponto C é o ponto triplo, em que há o equilíbrio entre


as três fases. Portanto, nessa transição, acontecem tanto a fusão (transformação
de sólido em líquido) como a sublimação (transformação de sólido em vapor).

c) O ponto F é o vapor, e o ponto G é o gás. Ambas as substâncias estão no estado


gasoso, portanto, não há nenhuma mudança de estado.

Gabarito: a) ebulição; b) fusão e sublimação; c) nenhuma

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 78


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(Estratégia Militares – TFC – Inédita) No ponto F, a água pode sofrer mudanças de estado
de duas formas: pela variação da temperatura ou pela variação da pressão. Quais
mudanças de estado são essas? E quais os estados físicos finais?

Comentários

Vamos localizar o ponto F, que corresponde à região de vapor puro.

Notemos que, ao aumentar a pressão pela trajetória em vermelho, cruzamos a curva


de vaporização/condensação. Portanto, ao aumentar a pressão, o vapor F pode sofrer
condensação (ou liquefação).

Pela redução de temperatura, mostrada na trajetória em azul, podem ser observadas


duas mudanças de estado: uma liquefação no ponto G e uma solidificação no ponto H.

Gabarito: discursiva

(Estratégia Militares – TFC – Inédita) A sublimação da água pode acontecer a:

a) Em qualquer condição de temperatura e pressão.

b) Somente a uma pressão menor que a do ponto triplo.

c) Somente a uma pressão maior que a do ponto triplo.

d) Somente a uma temperatura maior que a do ponto triplo.

e) Somente a uma pressão maior que a do ponto crítico.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 79


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Comentários

Vamos desenhar o diagrama de fases da água, destacando a curva de sublimação.

Observe que a curva de sublimação está limitada pela pressão do ponto triplo.

Assim, a sublimação só pode acontecer nas pressões abaixo da pressão do ponto


triplo.

Gabarito: B

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 80


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4. Lista de Questões Propostas


CONSTANTES

Constante de Avogadro (NA) = 6,02 x 1023 mol-1

Constante de Faraday (F) = 9,65 x 104 °C mol-1 = 9,65 x 104 A s mol-1 = 9,65 x 104 J V-1 mol-1

Volume molar de gás ideal = 22,4 L (CNTP)

Carga elementar = 1,602 x 10-19 C

Constante dos gases (R) = 8,21 x 10-2 atm L K-1 mol-1 = 8,31 J K-1 mol-1 = 1,98 cal K-1 mol-1

Constante gravitacional (g) = 9,81 m s-2

Constante de Planck (h) = 6,626 x 10-34 m2 kg s-1

Velocidade da luz no vácuo = 3,0 x 108 m s-1

Número de Euler (e) = 2,72

DEFINIÇÕES
Pressão: 1 atm = 760 mmHg = 1,01325 x 10 5 N m-2 = 760 Torr = 1,01325 bar
Energia: 1 J = 1 N m = 1 kg m2 s-2
Condições normais de temperatura e pressão (CNTP): 0°C e 760 mmHg
Condições ambientes: 25 °C e 1 atm
Condições padrão: 1 bar; concentração das soluções = 1 mol L-1 (rigorosamente: atividade unitária
das espécies); sólido com estrutura cristalina mais estável nas condições de pressão e
temperatura em questão
(s) = sólido. (l) = líquido. (g) = gás. (aq) = aquoso. (CM) = circuito metálico. (conc) = concentrado.
(ua) = unidades arbitrárias. [X] = concentração da espécie química em mol L -1

MASSAS MOLARES

Elemento Número Massa Molar Elemento Número Massa Molar


Químico Atômico (g mol-1) Químico Atômico (g mol-1)

H 1 1,01 Mn 25 54,94

Li 3 6,94 Fe 26 55,85

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 81


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Elemento Número Massa Molar Elemento Número Massa Molar


Químico Atômico (g mol-1) Químico Atômico (g mol-1)

C 6 12,01 Co 27 58,93

N 7 14,01 Cu 29 63,55

O 8 16,00 Zn 30 65,39

F 9 19,00 As 33 74,92

Ne 10 20,18 Br 35 79,90

Na 11 22,99 Mo 42 95,94

Mg 12 24,30 Sb 51 121,76

Al 13 26,98 I 53 126,90

Si 14 28,08 Ba 56 137,33

S 16 32,07 Pt 78 195,08

Cl 17 35,45 Au 79 196,97

Ca 20 40,08 Hg 80 200,59

1. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Dadas as seguintes substâncias puras, indique quais delas são biatômicas:

I – He

II – O2

III – CO

IV – CO2

a) Apenas II.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II e III.

d) Apenas III e IV.

e) Apenas II, III e IV.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 82


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2. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Para Aristóteles, a matéria era composta por quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química
tem outra definição para elemento: o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico. No
entanto, atualmente consideramos bastante errada essa definição. A água não pode ser considerada um
elemento químico. Em vez disso, ela se trata de:

a) uma mistura de três elementos.

b) uma substância simples com dois elementos.

c) uma substância composta com três elementos.

d) uma mistura de dois elementos.

e) uma substância composta com dois elementos.

Considere o seguinte diagrama de fases para a água pura para responder às questões desse bloco.

3. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Dado o diagrama de fases da água, determine os estados físicos predominantes da substância a:

a) 25 °C e 1 atm;

b) –78 °C e 0,006 atm;

c) 0,01 °C e 0,006 atm;

d) 380 °C e 12 atm;

e) 250 °C e 218 atm;

f) 250 °C e 1 atm;

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 83


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4. (Estratégia Militares – TFC – Inédita) Quais as mudanças de estado observadas quando


passamos a água:

a) Do ponto A para o ponto F;

b) Do ponto B para o ponto C;

c) Do ponto F para o ponto G.

5. (Estratégia Militares – TFC – Inédita) No ponto F, a água pode sofrer mudanças de estado de
duas formas: pela variação da temperatura ou pela variação da pressão. Quais mudanças de estado
são essas? E quais os estados físicos finais?

6. (Estratégia Militares – TFC – Inédita) A sublimação da água pode acontecer a:

a) Em qualquer condição de temperatura e pressão.

b) Somente a uma pressão menor que a do ponto triplo.

c) Somente a uma pressão maior que a do ponto triplo.

d) Somente a uma temperatura maior que a do ponto triplo.

e) Somente a uma pressão maior que a do ponto crítico.

7. (IME – 2012 – 1ªFase)

Sobre um sol, também chamado por muitos de solução coloidal, pode-se afirmar que:

a) como toda solução, possui uma única fase, sendo, portanto, homogêneo.

b) possui, no mínimo, três fases.

c) assemelha-se a uma suspensão, diferindo pelo fato de necessitar um tempo mais longo para precipitar suas
partículas.

d) é ao mesmo tempo uma solução e uma suspensão, porque, embora forme uma fase única, deixado tempo
suficientemente longo, formam-se duas fases, precipitando-se uma delas.

e) possui duas fases, sendo, portanto, heterogêneo.

Comentários

8. (ITA – 2000)

O fato de um sólido, nas condições ambientes, apresentar um único valor de massa específica em toda sua
extensão é suficiente para afirmar que este sólido:

I. É homogêneo.

II. É monofásico.

III. É uma solução sólida.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 84


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IV. É uma substância simples.

V. Funde a uma temperatura constante.

Das afirmações feitas, estão CORRETAS:

a) apenas I e II

b) apenas I, II e III.

c) apenas II, III e IV.

d) apenas IV e V.

e) todas.

Comentários

9. (ITA – 1998)

Nas condições ambientes, misturam-se 100 mL de n-hexano (C6H14) com 100 mL de n-heptano (C7H16).
Considere as seguintes afirmações em relação ao que irá ocorrer:

I. Formação de uma mistura bifásica.

II. Produção de um polímero com fórmula mínima C 13H30

III. Formação de uma mistura homogênea de vários hidrocarbonetos com cadeias menores.

IV. Produção de um polímero com fórmula mínima C 13H28 e liberação de H2 gasoso.

V. Produção de efeito térmico comparável àquele produzido na formação de 100 mL de C 6H14 a partir de
H2(g) e C(grafite).

Qual das opções abaixo contém apenas a(s) afirmação(ões) CORRETA(S)?

a) I.

b) I, IV e V

c) II.

d) III e V

e) Nenhuma das afirmações está correta.

Comentários

10. (ITA – 2005)

Assinale a opção que contém a afirmação ERRADA relativa à curva de resfriamento apresentada abaixo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 85


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a) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura eutética.

b) A curva pode representar o resfriamento de uma substância sólida, que apresenta uma única forma
cristalina.

c) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura azeotrópica.

d) A curva pode representar o resfriamento de um líquido constituído por uma substância pura.

e) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura líquida de duas substâncias que são
completamente miscíveis no estado sólido.

Comentários

11. (TFC – Inédita)

O beneficiamento do mosto do açúcar em uma usina produz um material que, quando aquecido, produz a
seguinte curva de aquecimento:

Em relação a esse material, são feitas as considerações a seguir:

I - Trata-se de uma mistura azeotrópica.

II - Constitui-se em uma substância pura, polar e oxigenada.

III - É obtido por um procedimento que envolve uma coluna de destilação.

Dentre essas características disponibilizadas para o produto em questão, apenas está CORRETO o que se
afirma em:

a) I.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 86


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b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

Comentários

12. (TFC – Inédita – DESAFIO)

Ao aquecer um determinado material em laboratório, notou-se o seguinte comportamento da temperatura


em função do tempo.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que:

a) X e Y podem ser substâncias puras.

b) o ponto de fusão da substância X é maior que 100 °C.

c) As amostras X e Y são misturas azeotrópicas.

d) o ponto de ebulição das amostras X e Y é o mesmo.

e) A amostra X é uma mistura azeotrópica, enquanto Y é uma mistura eutética.

Comentários

13. (TFC – Inédita – DESAFIO)

Considere o procedimento experimental proposto para a medida da massa específica de um pedaço de metal
de forma bastante complicada:

I – pesar o metal em uma balança para medir a sua massa

II – colocar uma amostra de água em um béquer graduado e medir seu volume.

III – mergulhar o metal em um béquer graduado com água para registrar a diferença de volumes em relação
ao passo anterior

IV – obter a massa específica como a razão entre a massa do metal e o seu volume obtidos nos passos
anteriores.

Em relação ao procedimento experimental ilustrado anteriormente, pode-se afirmar que:

a) É preciso pesar e mergulhar a peça metálica inteira na água, pois a massa específica pode variar ao longo
da estrutura do material.

b) Pode-se pesar apenas um pedaço do metal, mas é necessário mergulhar a peça metálica inteira na água
para se ter uma medida adequada da massa e do volume do material.

c) A massa específica do metal depende do seu formato.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 87


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d) Pode-se fazer o procedimento descrito de I a IV com apenas uma pequena amostra do metal, pois a massa
específica de qualquer amostra é igual em todos os pontos do material.

e) O volume real do metal obtido no passo III seria diferente se o líquido usado no béquer fosse óleo.

Comentários

14. (ITA – 2018)

Para cada uma das dispersões coloidais de natureza definida na tabela abaixo, cite um exemplo prático,
explicitando quais são o dispergente e o disperso. Copie e complete a tabela no caderno de respostas.

Comentários

15. (ITA – 2006)

Um copo contém uma mistura de água, acetona, cloreto de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona e o
cloreto de sódio estão numa mesma fase líquida, enquanto que o cloreto de prata se encontra numa fase
sólida. Descreva como podemos realizar, em um laboratório de química, a separação dos componentes desta
mistura. De sua descrição devem constar as etapas que você empregaria para realizar esta separação,
justificando o(s) procedimento(s) utilizado(s).

Comentários

16. (ITA – 2006)

Considere as informações abaixo:

a) PbCrO4(s) é um sólido amarelo que é solúvel em água quente.

b) AgCl(s) forma um cátion de prata solúvel em solução aquosa de NH3.

c) O sólido branco PbCl2(s) é solúvel em água quente, mas os sólidos brancos AgCl(s) e Hg2Cl2(s) não o são.

d) Uma solução aquosa contendo o cátion de prata do item b), quando acidulada com HC , forma o
sólido AgCl(s)

e) Hg2Cl2(s) forma uma mistura insolúvel contendo Hg(l), que tem cor prata, e HgNH2Cl(s), que é preto, em
solução aquosa de NH3.

Uma amostra sólida consiste em uma mistura de cloretos de Ag+, Hg22+ e Pb2+. Apresente uma sequência de
testes experimentais para identificar os íons Ag+, Hg22+ e Pb2+ presentes nesta amostra.

Comentários

17. (ITA – 2003)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 88


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Considere as informações

Descreva um processo que possa ser utilizado na preparação de álcool etílico absoluto, 99,5 % (m/m), a partir
de álcool etílico comercial, 95,6 % (m/m). Sua descrição deve conter:

Considere as informações abaixo:

a) A justificativa para o fato da concentração de álcool etílico comercial ser 95,6 % (m/m).

b) O esquema da aparelhagem utilizada e a função de cada um dos componentes desta aparelhagem.

c) Os reagentes utilizados na obtenção do álcool etílico absoluto.

d) As equações químicas balanceadas para as reações químicas envolvidas na preparação do álcool


etílico absoluto.

e) Sequência das etapas envolvidas no processo de obtenção do álcool etílico absoluto.

Comentários

18. (ITA – 1994)

Descreva o procedimento experimental, os raciocínios e os cálculos que você empregaria para determinar a
densidade de um pedaço de metal com um formato complicado.

Comentários

19. (TFC – 2019 – Inédita)

Um determinado material sólido não homogêneo, apresentava claras diferenças de propriedades ao longo de
sua estrutura. Ele foi aquecido a partir do estado sólido, verificou-se que ele apresentava ponto de fusão
constante e igual a 60°C. A seguir, continuou-se o aquecimento do material e notou-se que ele passou a
apresentar ponto de ebulição constante e igual a 125°C. O referido material é uma substância pura ou uma
mistura? Justifique a sua resposta e explique.

Comentários

20. (ITA – 1994)

Descreva como se pode preparar NH 3 gasoso, em pequena escala, a partir de substâncias freqüentemente
disponíveis em laboratórios de química. Sua resposta deve conter uma descrição do procedimento
experimental, deve vir acompanhada de uma figura da aparelhagem utilizada e das equações balanceadas das
reações envolvidas no processo de preparação.

Obs.: Como ainda não vimos Reações Inorgânicas, caso você desconheça as reações de obtenção da amônia,
podemos dar como exemplo a alcalinização de uma solução de um sal de amônio.

NH4Cl (aq) + NaOH (aq) → CaCl2(s) + 2H2O + 2NH3(g)

Comentários

21. (Estratégia Militares – TFC - Inédita) Um químico fez uma representação de alguns sistemas.
Nessa representação, os átomos foram representados por círculos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 89


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A respeito dessas representações, é correto afirmar que os sistemas

a) 3, 4 e 5 representam misturas.

b) 1, 2 e 5 representam substâncias puras.

c) 2 e 5 representam, respectivamente, uma substância molecular e uma mistura de gases nobres.

d) 6 e 4 representam, respectivamente, uma substância molecular gasosa e uma substância simples.

e) 1 e 5 representam substâncias simples puras.

22. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Localizado entre o distrito nepalês do Solukhumbu e o distrito de Tingri, na Região Autônoma do Tibete da
China, o Monte Everest é a montanha de maior altitude da Terra. Seu pico se encontra a 8848 metros acima
do nível do mar.

Em 1953, Tenzing Norgay e Edmund Hillary realizaram a primeira subida oficial do Everest utilizando a rota
sudeste. Desde então, cerca de 2 mil pessoas já chegaram ao topo da montanha, o que representa um
pequeno número comparado ao número de pessoas que já tentaram escalá-la.

Uma das grandes dificuldades das altitudes é a menor quantidade de ar para a respiração. Considere que a
atmosfera seja composta por 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio em volume e os gráficos de pressão de
vapor da água e da pressão atmosférica em função da altitude mostrados a seguir, julgue as seguintes
afirmações:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 90


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Considerando que a composição da atmosfera não varia com a altitude, julgue as seguintes afirmações:

I – Na altitude de 6000 metros, a pressão parcial de oxigênio é aproximadamente igual a 0,10 atm.

II – Na altitude de 3000 metros, a temperatura de ebulição da água é superior a 80 °C.

III – A água pode ferver abaixo de 95 °C a altitudes inferiores a 1000 metros.

IV – A massa molar média do ar diminui com o aumento da altitude.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(s):

a) Apenas I e II.

b) Apenas I, III e IV.

c) Apenas II e III.

d) Apenas II e IV.

e) Todas.

23. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Um professor de Química estava desconfiado de que sua aliança de casamento era falsificada. Segundo o
vendedor, a joia era constituída de uma mistura de 77,2% de ouro em massa e 22,8% de uma liga metálica,
formada principalmente por cobre e níquel. Porém, devido à sua desconfiança, o professor resolveu medir a
densidade da aliança. Para isso, ele utilizou uma balança de precisão e registrou que a sua massa era de
aproximadamente 10g. A seguir, ele mediu o volume, imergindo a aliança em um béquer graduado. Sabendo
que a densidade do ouro é igual a 19,3 g/cm³ e que a densidade da liga metálica é igual a 7,6 g/cm³, o
professor atestou que sua aliança era legítima. Dessa forma, o volume da aliança medido pelo professor é
aproximadamente igual a:

a) 0,4 mL

b) 0,5 mL

c) 0,6 mL

d) 0,7 mL

e) 0,8 mL

24. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

A curva mostrada no gráfico a seguir representa um processo de aquecimento constante, submetido a uma
amostra de um determinado líquido. Ele é um dos principais produtos do beneficiamento de uma cultura
agrícola, cultivada há séculos, no Litoral e na Zona da Mata de Pernambuco.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 91


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Em relação a esse produto, são feitas as considerações a seguir:

I - Trata-se de uma mistura azeotrópica.

II - Constitui-se em uma substância pura, polar e oxigenada.

III - É obtido por um procedimento que envolve uma coluna de destilação.

Dentre essas características disponibilizadas para o produto em questão, apenas está CORRETO o que se
afirma em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

25. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Ao aquecer um determinado material em laboratório, notou-se o seguinte comportamento da temperatura


em função do tempo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 92


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Analisando o gráfico, é correto afirmar que:

a) X e Y podem ser substâncias puras.

b) o ponto de fusão da substância X é maior que 100 °C.

c) As amostras X e Y são misturas azeotrópicas.

d) o ponto de ebulição das amostras X e Y é o mesmo.

e) A amostra X é uma mistura azeotrópica, enquanto Y é uma mistura eutética.

26. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Considere o procedimento experimental proposto para a medida da massa específica de um pedaço de metal
de forma bastante complicada:

I – pesar o metal em uma balança para medir a sua massa

II – colocar uma amostra de água em um béquer graduado e medir seu volume.

III – mergulhar o metal em um béquer graduado com água para registrar a diferença de volumes em relação
ao passo anterior

IV – obter a massa específica como a razão entre a massa do metal e o seu volume obtidos nos passos
anteriores.

Em relação ao procedimento experimental ilustrado anteriormente, pode-se afirmar que:

a) É preciso pesar e mergulhar a peça metálica inteira na água, pois a massa específica pode variar ao longo
da estrutura do material.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 93


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b) Pode-se pesar apenas um pedaço do metal, mas é necessário mergulhar a peça metálica inteira na água
para se ter uma medida adequada da massa e do volume do material.

c) A massa específica do metal depende do seu formato.

d) Pode-se fazer o procedimento descrito de I a IV com apenas uma pequena amostra do metal, pois a massa
específica de qualquer amostra é igual em todos os pontos do material.

e) O volume real do metal obtido no passo III seria diferente se o líquido usado no béquer fosse óleo.

27. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Um professor de Química estava desconfiado de que sua aliança de casamento era falsificada. Segundo o
vendedor, a joia era constituída de uma mistura de 77,2% de ouro em massa e 22,8% de uma liga metálica,
formada principalmente por cobre e níquel.

Porém, devido à sua desconfiança, o professor resolveu medir a densidade da aliança. Para isso, ele utilizou
uma balança de precisão e registrou que a sua massa era de aproximadamente 10g. A seguir, ele mediu o
volume, imergindo a aliança em um béquer graduado.

Sabendo que a densidade do ouro é igual a 19,3 g/cm³ e que a densidade da liga metálica é igual a 7,6 g/cm³,
o professor atestou que sua aliança era legítima. Dessa forma, o volume da aliança medido pelo professor é
aproximadamente igual a:

a) 0,4 mL

b) 0,5 mL

c) 0,6 mL

d) 0,7 mL

e) 0,8 mL

28. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Durante as aulas em uma escola militar, um aluno tocou a parte metálica da cadeira e notou que esse pedaço
da cadeira estava bem mais frio do que a parte plástica.

O aluno observou que o ar condicionado estava ligado e, com isso, concluiu corretamente que:

a) A parte metálica se encontrava a uma temperatura inferior à parte plástica, porque o metal é um melhor
condutor de calor, logo retira calor mais rapidamente da mão.

b) A condutividade térmica dos metais se deve à existência de nêutrons livres na sua estrutura.

c) A parte metálica se encontra à mesma temperatura da parte plástica, porém, o metal cede calor mais
rapidamente à mão.

d) A parte metálica se encontrava a uma temperatura inferior à parte plástica, porque o metal é um melhor
condutor de calor, logo cede calor mais rapidamente à mão.

e) A parte metálica se encontra à mesma temperatura da parte plástica, porém, o metal retira calor mais
rapidamente da mão.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 94


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29. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

A liofilização é um processo de desidratação em que o produto é congelado. A seguir, o gelo formado é


sublimado, permitindo que a maior quantidade possível de água seja retirada. Embora as técnicas de
liofilização sejam bastante modernas, povos andinos antigos já a utilizam para a conservação de seus
alimentos.

A liofilização nos Andes era possível, porque:

a) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica era mais alta, permitindo a sublimação.

b) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica era mais baixa, permitindo a sublimação.

c) Nas regiões mais altas da montanha, a pressão atmosférica era mais alta, permitindo a sublimação.

d) Nas regiões mais altas da montanha, a pressão atmosférica era mais baixa, permitindo a sublimação.

e) A Região dos Andes é muito quente, o que favorece a sublimação do gelo.

30. (Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Assinale a alternativa que apresenta um par de isótopos:

a) 4020X e 3918Y

b) 4020X e 4018Y

c) 4020X e 3818Y

d) 40
20 X e 3820Y

e) 38
18 X e 3919Y

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 95


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5. Gabarito
1. C
2. E
3. A: líquido puro; B: sólido puro; C: equilíbrio entre sólido, líquido e gasoso; D: gás; E: líquido puro; F:
vapor puro
4. a) ebulição; b) fusão e sublimação; c) nenhuma
5. discursiva
6. B
7. E
8. A
9. E
10. B
11. D
12. E
13. D
14. discursiva
15. discursiva
16. discursiva
17. discursiva
18. discursiva
19. Mistura
20. discursiva
21. C
22. A
23. D
24. A
25. E
26. D
27. D
28. E
29. D
30. D

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6. Lista de Questões Comentadas


(IME – 2012 – 1ªFase)

Sobre um sol, também chamado por muitos de solução coloidal, pode-se afirmar que:

a) como toda solução, possui uma única fase, sendo, portanto, homogêneo.

b) possui, no mínimo, três fases.

c) assemelha-se a uma suspensão, diferindo pelo fato de necessitar um tempo mais longo
para precipitar suas partículas.

d) é ao mesmo tempo uma solução e uma suspensão, porque, embora forme uma fase
única, deixado tempo suficientemente longo, formam-se duas fases, precipitando-se
uma delas.

e) possui duas fases, sendo, portanto, heterogêneo.

Comentários

O sol é um colóide formado pela dispersão de um sólido em líquido. É o caso do leite


condensado, que é uma dispersão de açúcar em nata.

A letra A erra, porque o sol não homogêneo. A letra B erra, porque o sol não precisa
necessariamente de três – são pelo menos, duas. A letra C erra porque o sol é uma
dispersão, não uma suspensão.

A letra D erra, porque o sol não é nem uma solução nem uma suspensão, mas uma
dispersão. Não há formação de fase única e, além disso, o sol é estável, não se
decompondo espontaneamente por mera decantação.

A letra E está simples e correta. Possui no mínimo duas fases, portanto, é um sistema
heterogêneo.

Gabarito: E

(ITA – 2000)

O fato de um sólido, nas condições ambientes, apresentar um único valor de massa


específica em toda sua extensão é suficiente para afirmar que este sólido:

I. É homogêneo.

II. É monofásico.

III. É uma solução sólida.


IV. É uma substância simples.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 97


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V. Funde a uma temperatura constante.

Das afirmações feitas, estão CORRETAS:

a) apenas I e II

b) apenas I, II e III.

c) apenas II, III e IV.

d) apenas IV e V.

e) todas.

Comentários

A massa específica (ou densidade) é uma propriedade física. Portanto, quando um


sólido apresenta um único valor para esse parâmetro em toda a sua propriedade, tem-se
que ele é um material homogêneo ou monofásico (são sinônimos). Portanto, os itens I e
II estão corretos.

Homogeneidade é característica tanto de substâncias puras como de misturas


homogêneas, portanto, não podemos afirmar se o referido sólido é mesmo uma solução
(mistura homogênea), portanto, o item III está errado, nem que é uma substância pura,
ainda mais simples, como afirma o item IV, que também está errado.

Por fim, o sólido pode ser uma mistura homogênea, mas não necessariamente
eutética, portanto, o item V está errado.

Sendo assim, os itens I e II estão corretos; e os demais estão errados.

Gabarito: A

(ITA – 1998)

Nas condições ambientes, misturam-se 100 mL de n-hexano (C6H14) com 100 mL de n-


heptano (C7H16). Considere as seguintes afirmações em relação ao que irá ocorrer:

I. Formação de uma mistura bifásica.

II. Produção de um polímero com fórmula mínima C 13H30

III. Formação de uma mistura homogênea de vários hidrocarbonetos com cadeias


menores.
IV. Produção de um polímero com fórmula mínima C13H28 e liberação de H2 gasoso.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 98


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V. Produção de efeito térmico comparável àquele produzido na formação de 100 mL de


C6H14 a partir de H2(g) e C(grafite).

Qual das opções abaixo contém apenas a(s) afirmação(ões) CORRETA(S)?

a) I.

b) I, IV e V

c) II.

d) III e V

e) Nenhuma das afirmações está correta.

Comentários

As duas substâncias são completamente miscíveis entre si. Ambas são


hidrocarbonetos apolares, de composição muito parecida.

Portanto, ao se misturar as duas substâncias, uma mistura homogênea será formada.

Não ocorre, portanto, a formação de uma mistura heterogênea (item I está errado),
nem se observará nenhuma reação química (itens II a V estão errados).

Portanto, nenhuma das afirmações está correta.

Gabarito: E

(ITA – 2005)

Assinale a opção que contém a afirmação ERRADA relativa à curva de resfriamento


apresentada abaixo.

a) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura eutética.

b) A curva pode representar o resfriamento de uma substância sólida, que apresenta uma
única forma cristalina.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 99


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c) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura azeotrópica.

d) A curva pode representar o resfriamento de um líquido constituído por uma substância


pura.

e) A curva pode representar o resfriamento de uma mistura líquida de duas substâncias


que são completamente miscíveis no estado sólido.

Comentários

É importante observar que o gráfico de resfriamento apresenta uma única região


característica de mudança de estado, que é a região de temperatura constante. O gráfico
não trata, portanto, de duas mudanças de estado, que seriam necessárias para
caracterizar uma substância pura.

As misturas eutéticas e azeotrópicas apresentam, respectivamente, ponto de fusão e


ebulição constante.

Como o gráfico ilustrado apresenta uma única mudança de estado, é bastante possível
que esteja se referindo ao resfriamento de uma mistura azeotrópica passando do estado
gasoso para o estado líquido ou o resfriamento de uma mistura eutética passando do
estado líquido para o estado sólido. Portanto, as letras A e C estão certas.

É também plenamente possível que seja uma substância pura líquida sofrendo fusão
e passando para o estado sólido ou mesmo de uma mistura líquida eutética. Portanto, as
letras D e E estão certas.

No entanto, esse gráfico não pode representar o resfriamento de uma substância


sólida com uma única forma cristalina, pois, quando resfriado, esse sólido não pode
passar por nenhuma mudança de estado.

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

O beneficiamento do mosto do açúcar em uma usina produz um material que, quando


aquecido, produz a seguinte curva de aquecimento:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 100


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Em relação a esse material, são feitas as considerações a seguir:

I - Trata-se de uma mistura azeotrópica.

II - Constitui-se em uma substância pura, polar e oxigenada.

III - É obtido por um procedimento que envolve uma coluna de destilação.

Dentre essas características disponibilizadas para o produto em questão, apenas está


CORRETO o que se afirma em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens separadamente:

I – Como o ponto de fusão não é constante, o gráfico em apreço não pode representar
uma substância pura. Trata-se, portanto, de uma mistura. Como essa mistura apresenta
ponto de ebulição constante, ela é uma mistura azeotrópica. Item correto.

II – Como explicado no item anterior, o produto em questão não pode ser uma
substância pura, porque não apresenta ponto de fusão constante. Item errado.

III – A mistura azeotrópica é o produto final da destilação. Portanto, esse material


pode ser obtido pela destilação, só não pode ser purificado. Item correto.

Portanto, somente os itens I e III estão corretos.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Ao aquecer um determinado material em laboratório, notou-se o seguinte


comportamento da temperatura em função do tempo.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 101


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Analisando o gráfico, é correto afirmar que:

a) X e Y podem ser substâncias puras.

b) o ponto de fusão da substância X é maior que 100 °C.

c) As amostras X e Y são misturas azeotrópicas.

d) o ponto de ebulição das amostras X e Y é o mesmo.

e) A amostra X é uma mistura azeotrópica, enquanto Y é uma mistura eutética.

Comentários

Vamos analisar as regiões da curva de aquecimento dos materiais X e Y.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 102


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Observe que:

• X apresenta ponto de ebulição constante, mas apresenta ponto de fusão variável.


Logo, X é uma mistura eutética.

• Y apresenta ponto de fusão constante, mas ponto de ebulição variável. Logo, Y é


uma mistura azeotrópica.

Com base nisso, vamos analisar as afirmações propostas no enunicado.

a) X e Y não podem ser substâncias puras em hipótese nenhuma, porque uma


substância pura deve apresentar tanto o ponto de fusão como o ponto de ebulição
constantes. Não basta que somente um deles seja constante. Afirmação errada.

b) Em primeiro lugar, X é uma mistura eutética. Portanto, jamais se poderia falar da


“substância X”. Além disso, o seu ponto de fusão, como mostrado no gráfico é em
torno de 50 °C, muito abaixo de 100 °C. Afirmação errada.

c) Como visto, apenas Y é azeotrópica. Por sua vez, X é uma mistura eutética.
Afirmação errada.

d) O ponto de ebulição de X é bem superior ao ponto de ebulição de Y. Afirmação


errada.

e) Exatamente isso.

Gabarito: E

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 103


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Considere o procedimento experimental proposto para a medida da massa específica de


um pedaço de metal de forma bastante complicada:

I – pesar o metal em uma balança para medir a sua massa

II – colocar uma amostra de água em um béquer graduado e medir seu volume.

III – mergulhar o metal em um béquer graduado com água para registrar a diferença de
volumes em relação ao passo anterior

IV – obter a massa específica como a razão entre a massa do metal e o seu volume obtidos
nos passos anteriores.

Em relação ao procedimento experimental ilustrado anteriormente, pode-se afirmar que:

a) É preciso pesar e mergulhar a peça metálica inteira na água, pois a massa específica
pode variar ao longo da estrutura do material.

b) Pode-se pesar apenas um pedaço do metal, mas é necessário mergulhar a peça


metálica inteira na água para se ter uma medida adequada da massa e do volume do
material.

c) A massa específica do metal depende do seu formato.

d) Pode-se fazer o procedimento descrito de I a IV com apenas uma pequena amostra do


metal, pois a massa específica de qualquer amostra é igual em todos os pontos do
material.

e) O volume real do metal obtido no passo III seria diferente se o líquido usado no béquer
fosse óleo.

Comentários

Um modo muito simples de medir o volume de um metal qualquer é mergulhando-o


em água. Como o metal não se dissolve em água, o volume final vai ser muito próximo
da soma dos dois volumes.

Para fazer as medidas de volume antes e depois, é interessante ter um equipamento


que permita a medida de volumes com precisão, como uma proveta bem graduada.

Como o metal é uma substância pura ou, no máximo, uma liga, não é necessário medir
o volume da peça inteira. Pode-se cortar um pequeno pedaço e mergulhar em 20 mL de
água armazenado numa proveta de 50 mL.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 104


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É interessante usar volumes pequenos de água, pois, quanto menor a proveta, mais
bem graduada ela será.

Colocamos 20 mL de água na proveta e também pesamos com uma balança obtendo


a massa inicial (m0). A seguir, mergulhamos o metal na água, medimos o volume final (V)
e medimos a massa final (m).

Para calcular a densidade do metal, basta usar a relação:


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚 − 𝑚0
𝑑= =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 − 20

É interessante observar que essa questão cobrou o conceito de propriedades


intensivas. A massa específica é uma propriedade intensiva, portanto, ela é característica
da substância que compõe o metal. Logo, a letra C está errada, pois o formato do material
não influencia na sua massa específica.

Portanto, não há nenhuma necessidade de pesar e mergulhar a peça metálica inteira.


Logo, as letras A e B estão erradas.

Basta selecionar uma pequena amostra do metal. Essa pequena amostra terá a mesma
densidade de toda a peça. Logo, a letra D está correta.

Por fim, o volume do metal não depende se ele foi mergulhado em água ou óleo. Ele
sempre pode ser obtido como a diferença entre o volume da solução mergulhada e o
volume da água pura. Logo, a letra E está errada.

Gabarito: D

(ITA – 2018)

Para cada uma das dispersões coloidais de natureza definida na tabela abaixo, cite um
exemplo prático, explicitando quais são o dispergente e o disperso. Copie e complete a
tabela no caderno de respostas.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 105


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Comentários

Primeiramente, devemos diferenciar a espuma do aerossol. A espuma é formada pela


dispersão de um gás dentro de um sólido (espuma sólida) ou de um líquido (espuma
líquida).

Por outro, o aerossol é formado pela dispersão de um sólido (aerossol sólido) ou de


um líquido (aerossol líquido) dentro de um gás. No caso do aerossol, a substância
predominante é o gás.

Sendo assim, temos alguns exemplos interessantes.

Dispersão Natureza Exemplo Dispergente Disperso


Coloidal

Espuma sólida Polímero Isopor Poliestireno Ar

Espuma líquida Produto Chantilly Creme de Leite Ar


alimentício

Aerossol líquido Fenômeno Nuvem ou Ar Água


natural Neblina

Aerossol sólido Fenômeno Fuligem Ar Carbono Grafite


artificial

Alguns comentários que podemos fazer.

O isopor consiste em poliestireno expandido. O termo expandido se relaciona com o


fato de que moléculas de ar estão presas no interior da estrutura do polímero. O ar no
interior do poliestireno diminui bastante a condutividade térmica do material, por isso,
ele é considerado um dos melhores isolantes térmicos existentes.

Quando olhamos para o céu, podemos ver nuvens justamente porque existem gotas
de líquido dispersas no ar. O ar, como bem sabemos, é invisível. Por isso, são as gotas de
água que tornam as nuvens visíveis.

Por fim, a fuligem ou negro de fumo é uma fumaça preta que vemos sendo liberada
no escapamento de veículos antigos ou com motor desregulado. O carbono grafite é
liberado como parte da combustão incompleta do combustível (etanol, gasolina ou
diesel).

Se estamos vendo a fumaça preta, necessariamente existe um pouco de grafite sendo


liberado na combustão. Se não houvesse grafite, os gases monóxido de carbono (CO) e
dióxido de carbono (CO2) seriam invisíveis, como o ar.

Como Responder no Caderno de Provas do ITA

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 106


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Dispersão Natureza Exemplo Dispergente Disperso


Coloidal

Espuma sólida Polímero Isopor Poliestireno Ar

Espuma líquida Produto Chantilly Creme de Leite Ar


alimentício

Aerossol líquido Fenômeno Nuvem ou Ar Água


natural Neblina

Aerossol sólido Fenômeno Fuligem Ar Carbono Grafite


artificial

Gabarito: discursiva

(ITA – 2006)

Um copo contém uma mistura de água, acetona, cloreto de sódio e cloreto de prata. A
água, a acetona e o cloreto de sódio estão numa mesma fase líquida, enquanto que o
cloreto de prata se encontra numa fase sólida. Descreva como podemos realizar, em um
laboratório de química, a separação dos componentes desta mistura. De sua descrição
devem constar as etapas que você empregaria para realizar esta separação, justificando
o(s) procedimento(s) utilizado(s).

Comentários

Primeiramente, pode-se fazer uma filtração comum, retendo o cloreto de prata sólido
no filtro.

O filtrado é uma solução aquosa contendo cloreto de sódio e acetona. Como a


acetona é mais volátil que a água, ela pode ser separada da mistura por destilação lenta
e a frio.

A destilação deve ser realizada a uma temperatura de ebulição inferior à da mistura


para garantir que o vapor tenha um teor maior em acetona do que a mistura.

É importante observar que o destilado não conterá cloreto de sódio, mas apenas uma
mistura de água e acetona com teores cada vez maiores de acetona à medida que novas
destilações são feitas.

A seguir, pode-se fazer uma nova destilação para separar a água do sal.

Gabarito: discursiva

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 107


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(ITA – 2006)

Considere as informações abaixo:

a) PbCrO4(s) é um sólido amarelo que é solúvel em água quente.

b) AgCl(s) forma um cátion de prata solúvel em solução aquosa de NH 3.

c) O sólido branco PbCl2(s) é solúvel em água quente, mas os sólidos brancos AgCl(s) e
Hg2Cl2(s) não o são.

d) Uma solução aquosa contendo o cátion de prata do item b), quando acidulada com
HC , forma o sólido AgCl(s)

e) Hg2Cl2(s) forma uma mistura insolúvel contendo Hg(l), que tem cor prata, e HgNH2Cl(s),
que é preto, em solução aquosa de NH3.

Uma amostra sólida consiste em uma mistura de cloretos de Ag+, Hg22+ e Pb2+. Apresente
uma sequência de testes experimentais para identificar os íons Ag+, Hg22+ e Pb2+ presentes
nesta amostra.

Comentários

Conforme as informações do enunciado, temos inicialmente uma mistura dos cloretos


de Ag+, Hg22+ e Pb2+. Portanto, temos inicialmente os compostos; AgC, Hg2C2 e PbC2.
Vamos seguir o passo a passo:

• De acordo com a letra C, podemos dissolver o cloreto de chumbo (PbC2)


adicionando água quente. Os demais sais permanecem insolúveis.

Podemos separar a solução aquosa de PbC2 por meio de filtração, separando a


mistura sólida de AgC e Hg2C2. Podemos, então, identificar o íon chumbo adicionando
uma solução aquosa de cromato de potássio (K 2CrO4), em que observamos a seguinte
reação:

𝑃𝑏𝐶𝑙2 + 𝐾2 𝐶𝑟𝑂4 → 𝑷𝒃𝑪𝒓𝑶𝟒 (𝒔) + 2 𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞 )

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 108


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A formação de um precipitado amarelo, evidencia a formação do sólido PbCrO 4,


provando que existia chumbo na amostra original. Podemos, ainda, aquecer a água,
observando a dissolução do precipitado. Mais uma prova de que existe chumbo na
solução original.

• Agora, voltemos ao resíduo da filtração, que é formado predominante por uma


mistura de AgC e Hg2C2. Porém, como a filtração pode não ser perfeita,
podemos lavar o resíduo com água quente e acrescentando K2CrO4 à água de
lavagem fria até que não se forme mais sólido amarelo, como mostrado no passo
a passo anterior. Com isso, eliminamos o íon Pb2+ do resíduo.

• Agora, vamos acrescentar uma solução aquosa de amônia (NH 3) ao resíduo. Como
informado pela letra B, com isso, conseguimos dissolver o cloreto de prata, mas
não conseguimos dissolver o sal de mercúrio (Hg 2C2), como informado pela letra
E.

A dissolução é explicada pela seguinte equação química. Vale notar que você não
precisava saber necessariamente essa reação. Apenas saber que o cloreto de prata pode
ser dissolvido por uma solução amoniacal, como informado pelo enunciado.

𝐴𝑔𝐶𝑙 (𝑠) + 2𝑁𝐻3 (𝑎𝑞 ) → [𝐴𝑔(𝑁𝐻3 )2 ]+ (𝑎𝑞 ) + 𝐶𝑙 − (𝑎𝑞 )

Quando a solução amoniacal de AgC receber uma adição de HC, acontecerá a


precipitação do cloreto de prata (AgC), como explicado pela letra D.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 109


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[𝐴𝑔(𝑁𝐻3 )2 ]+ + 𝐶𝑙 − → 𝑨𝒈𝑪𝒍 (𝒔) + 2 𝑁𝐻3 (𝑔)

Por fim, tomamos o resíduo da última filtração, que é composto por Hg 2C2. Podemos
adicionar uma mistura de mercúrio líquido de cor prata e uma solução aquosa de amônia.
Com isso, observaremos a seguinte reação:

𝐻𝑔2 𝐶𝑙2 (𝑠) + 𝑁𝐻3 (𝑎𝑞 ) → 𝑯𝒈𝑵𝑯𝟐 𝑪𝒍(𝒔) + 𝐻𝐶𝑙

Como o meio também contém mercúrio, haverá a formação de um precipitado preto


(HgNH2Cl(s) + Hg((l)), que é uma prova da existência do íon Hg 22+ na mistura original.

Gabarito: discursiva

(ITA – 2003)

Considere as informações

Descreva um processo que possa ser utilizado na preparação de álcool etílico absoluto,
99,5 % (m/m), a partir de álcool etílico comercial, 95,6 % (m/m). Sua descrição deve
conter:

Considere as informações abaixo:


a) A justificativa para o fato da concentração de álcool etílico comercial ser 95,6 %
(m/m).

b) O esquema da aparelhagem utilizada e a função de cada um dos componentes desta


aparelhagem.

c) Os reagentes utilizados na obtenção do álcool etílico absoluto.

d) As equações químicas balanceadas para as reações químicas envolvidas na


preparação do álcool etílico absoluto.
e) Sequência das etapas envolvidas no processo de obtenção do álcool etílico absoluto.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 110


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Comentários

O álcool etílico comercial é uma mistura azeotrópica, portanto, não pode ser separada
pelos processos de destilação simples ou fracionada. Para se aumentar o teor de álcool
no produto, são necessários processos mais sofisticados de separação de misturas.

Deve ser utilizado um aparelho de destilação com uma coluna de fracionamento, um


condensador e um bico de Bunsen para aquecer a água.

Para se obter o álcool absoluto, deve-se adicionar cal virgem (CaO). A cal virgem
reage com a água, formando um precipitado insolúvel em álcool.

𝐶𝑎𝑂 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2(𝑠)

O hidróxido de cálcio precipita. O álcool pode ser filtrado. Porém, como ainda é
possível que algum hidróxido de cálcio esteja dissolvido, é mais conveniente fazer uma
nova destilação, que produzirá o álcool praticamente puro como destilado.

Gabarito: discursiva

(ITA – 1994)

Descreva o procedimento experimental, os raciocínios e os cálculos que você empregaria


para determinar a densidade de um pedaço de metal com um formato complicado.

Comentários

Um modo muito simples de medir o volume de um metal qualquer é mergulhando-o


em água. Como o metal não se dissolve em água, o volume final vai ser muito próximo
da soma dos dois volumes.

Para fazer as medidas de volume antes e depois, é interessante ter um equipamento


que permita a medida de volumes com precisão, como uma proveta bem graduada.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 111


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Como o metal é uma substância pura ou, no máximo, uma liga, não é necessário medir
o volume da peça inteira. Pode-se cortar um pequeno pedaço e mergulhar em 20 mL de
água armazenado numa proveta de 50 mL.

É interessante usar volumes pequenos de água, pois, quanto menor a proveta, mais
bem graduada ela será.

Colocamos 20 mL de água na proveta e também pesamos com uma balança obtendo


a massa inicial (m0). A seguir, mergulhamos o metal na água, medimos o volume final (V)
e medimos a massa final (m).

Para calcular a densidade do metal, basta usar a relação:


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚 − 𝑚0
𝑑= =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 − 20

Gabarito: discursiva

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Um determinado material sólido não homogêneo, apresentava claras diferenças de


propriedades ao longo de sua estrutura. Ele foi aquecido a partir do estado sólido,
verificou-se que ele apresentava ponto de fusão constante e igual a 60°C. A seguir,
continuou-se o aquecimento do material e notou-se que ele passou a apresentar ponto
de ebulição constante e igual a 125°C. O referido material é uma substância pura ou uma
mistura? Justifique a sua resposta e explique.

Comentários

O material referido não pode ser uma substância pura, porque falha em uma das
primeiras características, que é de apresentar propriedades uniformes ao longo de sua
estrutura.

Sendo assim, só pode ser uma mistura. Em geral, as misturas apresentam ponto de
fusão e ebulição não constantes.

Porém, é possível que se tenha uma mistura eutética que, ao ser aquecida, sofre uma
reação química, de modo que uma das substâncias componentes se transforma na outra.
Sendo assim, ao ser aquecida, ela passa a ser uma substância pura e, portanto, apresenta
ponto de ebulição constante.

Um caso interessante em que isso acontece é com o par de moléculas de enxofre


rômbico e monoclínico. Ao ser aquecido, o enxofre rômbico se converte em monoclínico.

Sendo assim, ao imaginar uma mistura eutética entre os dois alótropos do enxofre,
quando ela fosse aquecida, ela se transformaria numa substância pura. Portanto,
apresentaria, também o ponto de ebulição constante.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 112


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Gabarito: Mistura

(ITA – 1994)
Descreva como se pode preparar NH3 gasoso, em pequena escala, a partir de substâncias
freqüentemente disponíveis em laboratórios de química. Sua resposta deve conter uma
descrição do procedimento experimental, deve vir acompanhada de uma figura da
aparelhagem utilizada e das equações balanceadas das reações envolvidas no processo
de preparação.

Obs.: Como ainda não vimos Reações Inorgânicas, caso você desconheça as reações de
obtenção da amônia, podemos dar como exemplo a alcalinização de uma solução de um
sal de amônio.

NH4Cl (aq) + NaOH (aq) → CaCl2(s) + 2H2O + 2NH3(g)

Comentários

A amônia pode ser obtida em pequena escala em laboratório a partir da adição de


bases fortes a sais de amônio.

𝑁𝐻4 𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝐶𝑎𝐶𝑙2(𝑠) + 2𝐻2 𝑂 + 2𝑁𝐻3(𝑔)

Para isso, precisa-se de um recipiente para armazenar os reagentes, como um balão


de fundo chato ou redondo, um tubo de vidro de ângulo 45° e um recipiente coletor de
amônia, por exemplo, outro balão.

Pode-se utilizar um bico de Bunsen e uma tela de amianto para aquecer a mistura e
fazer que a amônia se desprenda do sistema mais rapidamente.

Quando o sistema é aquecido, a reação entre o cloreto de amônio e o hidróxido de


sódio acontece e somente a amônia escapa do recipiente.

Esse gás vai atravessar o tubo de vidro e chegar ao recipiente coletor.

Gabarito: discursiva

(Estratégia Militares – TFC - Inédita) Um químico fez uma representação de alguns


sistemas. Nessa representação, os átomos foram representados por círculos.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 113


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A respeito dessas representações, é correto afirmar que os sistemas

a) 3, 4 e 5 representam misturas.

b) 1, 2 e 5 representam substâncias puras.

c) 2 e 5 representam, respectivamente, uma substância molecular e uma mistura de


gases nobres.

d) 6 e 4 representam, respectivamente, uma substância molecular gasosa e uma


substância simples.

e) 1 e 5 representam substâncias simples puras.

Comentários

Uma substância pura é aquela que apresenta composição constante. Nos materiais 3
e 5, podemos enxergar claramente a presença de dois tipos diferentes de moléculas, que
estão destacados em vermelho.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 114


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Dessa forma, os materiais 3 e 5 são misturas. Os demais materiais, por sua vez, são
substâncias puras porque possuem a mesma composição em toda a sua estrutura.

A letra A está errada, porque 4 não é uma mistura, mas sim uma substância pura. A
letra B está errada, porque 5 não é uma substância pura.

A letra C é interessante. De fato, 2 é uma substância pura molecular; já a substância 5


é uma mistura de duas substâncias puras. Como sabemos, os gases nobres são as únicas
substâncias que se apresentam normalmente na forma de átomos isolados. Portanto, a
letra C está correta e é o gabarito da questão.

A letra D está errada, porque 4 é uma substância composta. A letra E está errada
porque 1 é uma substância composta e 5 é uma mistura.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Localizado entre o distrito nepalês do Solukhumbu e o distrito de Tingri, na Região


Autônoma do Tibete da China, o Monte Everest é a montanha de maior altitude da Terra.
Seu pico se encontra a 8848 metros acima do nível do mar.

Em 1953, Tenzing Norgay e Edmund Hillary realizaram a primeira subida oficial do Everest
utilizando a rota sudeste. Desde então, cerca de 2 mil pessoas já chegaram ao topo da
montanha, o que representa um pequeno número comparado ao número de pessoas que
já tentaram escalá-la.

Uma das grandes dificuldades das altitudes é a menor quantidade de ar para a respiração.
Considere que a atmosfera seja composta por 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio em
volume e os gráficos de pressão de vapor da água e da pressão atmosférica em função da
altitude mostrados a seguir, julgue as seguintes afirmações:

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 115


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Considerando que a composição da atmosfera não varia com a altitude, julgue as


seguintes afirmações:

I – Na altitude de 6000 metros, a pressão parcial de oxigênio é aproximadamente igual a


0,10 atm.

II – Na altitude de 3000 metros, a temperatura de ebulição da água é superior a 80 °C.

III – A água pode ferver abaixo de 95 °C a altitudes inferiores a 1000 metros.

IV – A massa molar média do ar diminui com o aumento da altitude.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(s):


a) Apenas I e II.

b) Apenas I, III e IV.

c) Apenas II e III.

d) Apenas II e IV.

e) Todas.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

I – Vamos marcar no gráfico a pressão atmosférica corresponde a 6000 metros de


altitude.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 116


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Obtemos que a pressão atmosférica é superior a 0,45 atm e inferior a 0,5 atm. Vamos
supor que seja igual a 0,47 atm. Considerando que a fração molar do oxigênio seja igual
a 21%, temos que a sua pressão parcial na altitude considerada é:

𝑃𝑂2 = 0,21.0,47 ≅ 0,10 𝑎𝑡𝑚

Afirmação correta.

II – Vamos olhar no gráfico a pressão atmosférica na altitude de 3000 metros.

Do gráfico, vimos que a pressão atmosférica a 3000 metros de altitude é igual a 0,7
atm. Pelo gráfico da pressão de vapor da água, à temperatura de 90 °C, a pressão de
vapor se igualará a 0,7 atm. Portanto, a temperatura de ebulição da água será de
aproximadamente 90 °C, logo, superior a 80 °C. Afirmação correta.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 117


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III – Em altitudes abaixo de 1000 metros, observe que a pressão atmosférica é superior
a 0,9 atm.

Portanto, se a pressão atmosférica é superior a 0,9 atm, a temperatura de ebulição


deve ser superior a 95 °C, pois nessa temperatura, a pressão de vapor da água é
ligeiramente superior a 0,8 atm. Afirmação incorreta.

IV – A composição do ar é praticamente constante, portanto, a sua massa molar média


praticamente não sofre variações. Afirmação incorreta.

Gabarito: A

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Um professor de Química estava desconfiado de que sua aliança de casamento era


falsificada. Segundo o vendedor, a joia era constituída de uma mistura de 77,2% de ouro
em massa e 22,8% de uma liga metálica, formada principalmente por cobre e níquel.
Porém, devido à sua desconfiança, o professor resolveu medir a densidade da aliança.
Para isso, ele utilizou uma balança de precisão e registrou que a sua massa era de
aproximadamente 10g. A seguir, ele mediu o volume, imergindo a aliança em um béquer
graduado. Sabendo que a densidade do ouro é igual a 19,3 g/cm³ e que a densidade da
liga metálica é igual a 7,6 g/cm³, o professor atestou que sua aliança era legítima. Dessa
forma, o volume da aliança medido pelo professor é aproximadamente igual a:

a) 0,4 mL

b) 0,5 mL

c) 0,6 mL
d) 0,7 mL

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 118


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e) 0,8 mL

Comentários:

Vamos calcular as massas e ouro e de prata presentes na aliança.

𝑚𝐴𝑢 = 0,772.10 𝑚𝑙𝑖𝑔𝑎 = 0,228.10


= 7,72 𝑔 = 2,28 𝑔

Agora, podemos calcular os volumes presentes de ouro e da liga metálica na aliança.


Para isso, podemos utilizar as densidades dos dois materiais.
𝑚 𝑚
𝑑= ∴ 𝑉=
𝑉 𝑑
Vamos calcular os volumes correspondentes de ouro e de liga metálica presentes na
aliança.

𝑚𝐴𝑢 0,772 𝑚𝑙𝑖𝑔𝑎 0,228


𝑉𝐴𝑢 = = 𝑉𝑙𝑖𝑔𝑎 = =
𝑑𝐴𝑢 19,3 𝑑𝑙𝑖𝑔𝑎 7,6
= 0,4 𝑚𝐿 = 0,3 𝑚𝐿

Dessa forma, o volume total da aliança é a soma dos dois volumes, sendo, portanto,
igual a 0,7 mL.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

A curva mostrada no gráfico a seguir representa um processo de aquecimento constante,


submetido a uma amostra de um determinado líquido. Ele é um dos principais produtos
do beneficiamento de uma cultura agrícola, cultivada há séculos, no Litoral e na Zona da
Mata de Pernambuco.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 119


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Em relação a esse produto, são feitas as considerações a seguir:

I - Trata-se de uma mistura azeotrópica.

II - Constitui-se em uma substância pura, polar e oxigenada.

III - É obtido por um procedimento que envolve uma coluna de destilação.

Dentre essas características disponibilizadas para o produto em questão, apenas está


CORRETO o que se afirma em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) II e III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens separadamente:

I – Como o ponto de fusão não é constante, o gráfico em apreço não pode representar
uma substância pura. Trata-se, portanto, de uma mistura. Como essa mistura apresenta
ponto de ebulição constante, ela é uma mistura azeotrópica. Item correto.

II – Como explicado no item anterior, o produto em questão não pode ser uma
substância pura, porque não apresenta ponto de fusão constante. Item errado.

III – Como o produto é uma mistura azeotrópica, ele não pode ser obtido por
destilação simples nem por destilação fracionada. Item errado.

Portanto, somente o item I está correto.

Gabarito: A

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 120


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(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Ao aquecer um determinado material em laboratório, notou-se o seguinte


comportamento da temperatura em função do tempo.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que:

a) X e Y podem ser substâncias puras.

b) o ponto de fusão da substância X é maior que 100 °C.

c) As amostras X e Y são misturas azeotrópicas.

d) o ponto de ebulição das amostras X e Y é o mesmo.

e) A amostra X é uma mistura azeotrópica, enquanto Y é uma mistura eutética.

Comentários

Vamos analisar as regiões da curva de aquecimento dos materiais X e Y.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 121


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Observe que:

• X apresenta ponto de ebulição constante, mas apresenta ponto de fusão variável.


Logo, X é uma mistura azeotrópica.

• Y apresenta ponto de fusão constante, mas ponto de ebulição variável. Logo, Y é


uma mistura eutética.

Com base nisso, vamos analisar as afirmações propostas no enunicado.

a) X e Y não podem ser substâncias puras em hipótese nenhuma, porque uma


substância pura deve apresentar tanto o ponto de fusão como o ponto de ebulição
constantes. Não basta que somente um deles seja constante. Afirmação errada.

b) Em primeiro lugar, X é uma mistura. Portanto, jamais se poderia falar da


“substância X”. Além disso, o seu ponto de fusão, como mostrado no gráfico é em
torno de 50 °C, muito abaixo de 100 °C. Afirmação errada.

c) X é uma mistura azeotrópica, porque apresenta temperatura de ebulição


constante. Por sua vez, Y é uma mistura eutética, porque apresenta temperatura
de fusão constante. Afirmação errada.

d) O ponto de ebulição de X é bem superior ao ponto de ebulição de Y. Afirmação


errada.

e) Exatamente isso.

Gabarito: E

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 122


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(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Considere o procedimento experimental proposto para a medida da massa específica de


um pedaço de metal de forma bastante complicada:

I – pesar o metal em uma balança para medir a sua massa

II – colocar uma amostra de água em um béquer graduado e medir seu volume.

III – mergulhar o metal em um béquer graduado com água para registrar a diferença de
volumes em relação ao passo anterior

IV – obter a massa específica como a razão entre a massa do metal e o seu volume obtidos
nos passos anteriores.

Em relação ao procedimento experimental ilustrado anteriormente, pode-se afirmar que:

a) É preciso pesar e mergulhar a peça metálica inteira na água, pois a massa específica
pode variar ao longo da estrutura do material.

b) Pode-se pesar apenas um pedaço do metal, mas é necessário mergulhar a peça


metálica inteira na água para se ter uma medida adequada da massa e do volume do
material.

c) A massa específica do metal depende do seu formato.

d) Pode-se fazer o procedimento descrito de I a IV com apenas uma pequena amostra do


metal, pois a massa específica de qualquer amostra é igual em todos os pontos do
material.

e) O volume real do metal obtido no passo III seria diferente se o líquido usado no béquer
fosse óleo.

Comentários

Um modo muito simples de medir o volume de um metal qualquer é mergulhando-o em


água. Como o metal não se dissolve em água, o volume final vai ser muito próximo da
soma dos dois volumes.

Para fazer as medidas de volume antes e depois, é interessante ter um equipamento que
permita a medida de volumes com precisão, como uma proveta bem graduada.

Como o metal é uma substância pura ou, no máximo, uma liga, não é necessário medir o
volume da peça inteira. Pode-se cortar um pequeno pedaço e mergulhar em 20 mL de
água armazenado numa proveta de 50 mL.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 123


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É interessante usar volumes pequenos de água, pois, quanto menor a proveta, mais bem
graduada ela será.

Colocamos 20 mL de água na proveta e também pesamos com uma balança obtendo a


massa inicial (m0). A seguir, mergulhamos o metal na água, medimos o volume final (V) e
medimos a massa final (m).

Para calcular a densidade do metal, basta usar a relação:


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚 − 𝑚0
𝑑= =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉 − 20

É interessante observar que essa questão cobrou o conceito de propriedades


intensivas. A massa específica é uma propriedade intensiva, portanto, ela é característica
da substância que compõe o metal. Logo, a letra C está errada, pois o formato do material
não influencia na sua massa específica.

Portanto, não há nenhuma necessidade de pesar e mergulhar a peça metálica inteira.


Logo, as letras A e B estão erradas.

Basta selecionar uma pequena amostra do metal. Essa pequena amostra terá a mesma
densidade de toda a peça. Logo, a letra D está correta.

Por fim, o volume do metal não depende se ele foi mergulhado em água ou óleo. Ele
sempre pode ser obtido como a diferença entre o volume da solução mergulhada e o
volume da água pura. Logo, a letra E está errada.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Um professor de Química estava desconfiado de que sua aliança de casamento era


falsificada. Segundo o vendedor, a joia era constituída de uma mistura de 77,2% de ouro
em massa e 22,8% de uma liga metálica, formada principalmente por cobre e níquel.

Porém, devido à sua desconfiança, o professor resolveu medir a densidade da aliança.


Para isso, ele utilizou uma balança de precisão e registrou que a sua massa era de
aproximadamente 10g. A seguir, ele mediu o volume, imergindo a aliança em um béquer
graduado.

Sabendo que a densidade do ouro é igual a 19,3 g/cm³ e que a densidade da liga metálica
é igual a 7,6 g/cm³, o professor atestou que sua aliança era legítima. Dessa forma, o
volume da aliança medido pelo professor é aproximadamente igual a:

a) 0,4 mL
b) 0,5 mL

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 124


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c) 0,6 mL

d) 0,7 mL

e) 0,8 mL

Comentários

Observe que a massa de ouro e da liga metálica podem ser calculadas pelo teor
fornecido no enunciado.

𝑚𝐴𝑢 = 0,772.10 = 7,72 𝑔

𝑚𝑙𝑖𝑔𝑎 = 0,228.10 = 2,28 𝑔

A seguir, o nosso próximo passo é calcular o volume total da aliança. Para isso,
devemos considerar os volumes parciais de ouro e da liga metálica.

7,72 g Au
10 g
2,28 g liga

Os volumes parciais se relacionam com a massa específica dos metais.


𝑚 𝑚
𝜌= ∴𝑉=
𝑉 𝜌

Calculemos os volumes parciais pela razão

𝑚𝐴𝑢 7,72
𝑉𝐴𝑢 = = ≅ 0,4 𝑚𝐿
𝜌𝐴𝑢 19,3

𝑚𝑙𝑖𝑔𝑎 2,28
𝑉𝑙𝑖𝑔𝑎 = = ≅ 0,3 𝑚𝐿
𝜌𝑙𝑖𝑔𝑎 7,6

Portanto, o volume total da aliança é igual a:

𝑉 = 𝑉𝐴𝑢 + 𝑉𝑙𝑖𝑔𝑎 = 0,4 + 0,3 = 0,7 𝑚𝐿

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 125


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Vamos esquematizar a aliança.

7,72 g Au 0,4 mL
10 g
2,28 g liga 0,3 mL

A densidade da aliança, portanto, será igual a:

𝑚 10
𝜌= = ≅ 14,28
𝑉 0,7

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Durante as aulas em uma escola militar, um aluno tocou a parte metálica da cadeira e
notou que esse pedaço da cadeira estava bem mais frio do que a parte plástica.

O aluno observou que o ar condicionado estava ligado e, com isso, concluiu corretamente
que:

a) A parte metálica se encontrava a uma temperatura inferior à parte plástica, porque o


metal é um melhor condutor de calor, logo retira calor mais rapidamente da mão.

b) A condutividade térmica dos metais se deve à existência de nêutrons livres na sua


estrutura.

c) A parte metálica se encontra à mesma temperatura da parte plástica, porém, o metal


cede calor mais rapidamente à mão.

d) A parte metálica se encontrava a uma temperatura inferior à parte plástica, porque o


metal é um melhor condutor de calor, logo cede calor mais rapidamente à mão.

e) A parte metálica se encontra à mesma temperatura da parte plástica, porém, o metal


retira calor mais rapidamente da mão.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 126


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Comentários

Devido ao Princípio do Equilíbrio Térmico, a temperatura da parte metálica deve ser


igual à temperatura da parte plástica.

Como a sala tem ar condicionado, tanto a parte metálica como a parte plástica estarão
mais frias que a mão da pessoa.

Porém, a sensação de frio é mais intensa ao tocar a parte metálica, porque, como o
metal é um melhor condutor de calor, ele retira calor mais rapidamente da mão humana
do que a parte plástica.

Gabarito: E

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

A liofilização é um processo de desidratação em que o produto é congelado. A seguir, o


gelo formado é sublimado, permitindo que a maior quantidade possível de água seja
retirada. Embora as técnicas de liofilização sejam bastante modernas, povos andinos
antigos já a utilizam para a conservação de seus alimentos.

A liofilização nos Andes era possível, porque:

a) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica era mais alta, permitindo
a sublimação.

b) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica era mais baixa, permitindo
a sublimação.
c) Nas regiões mais altas da montanha, a pressão atmosférica era mais alta, permitindo a
sublimação.

d) Nas regiões mais altas da montanha, a pressão atmosférica era mais baixa, permitindo
a sublimação.

e) A Região dos Andes é muito quente, o que favorece a sublimação do gelo.

Comentários

Vamos montar o Diagrama de Fases da água, com foco na curva de sublimação.

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 127


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Observe que a curva de sublimação só existe abaixo da pressão do ponto triplo.


Portanto, ela requer baixas pressões, que são atingidas nas partes mais altas da
montanha.

Com base nisso, vamos analisar as afirmações.

a) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica é maior, e isso


desfavorece a sublimação. Afirmação errada.

b) Nas regiões mais baixas da montanha, a pressão atmosférica é maior, e isso


desfavorece a sublimação. Afirmação errada.

c) O erro da afirmação é que, nas regiões mais altas da montanha, a pressão


atmosférica é menor. Afirmação errada.

d) É isso mesmo. Afirmação correta.

e) Como vimos no diagrama de fases da água, a sublimação também só acontece a


temperaturas inferiores à temperatura do ponto triplo. Portanto, em temperaturas muito
altas, a sublimação não aconteceria. Afirmação errada.

Gabarito: D

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 128


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(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Assinale a alternativa que apresenta um par de isótopos:

a) 4020X e 3918Y

b) 4020X e 4018Y

c) 4020X e 3818Y

d) 4020X e 3820Y

e) 38
18 X e 3919Y

Comentários

Um par de isótopos são duas espécies que possuem o mesmo número atômico, que
está anotado no canto inferior esquerdo junto ao elemento.

É o caso de 4020X e 3820Y.

Gabarito: D

AULA 00 – INTRODUÇÃO À QUÍMICA 129

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