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INSTITUTO DO MAR
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MAR
Santos - 2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 5
2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES 6
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE 6
2.2. TÉCNICOS ELABORADORES DO PLANO 6
2.3. DADOS GERAIS 7
2.4. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 7
2.4.1. Localização e acesso 7
2.4.2. Área de implantação do PRAD 8
3. LEGISLAÇÃO PERTINENTE 9
4. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL 10
4.1. USINA 10
4.2. MEIO FÍSICO 11
4.2.1. Relevo 11
4.2.2. Hidrogeologia 14
4.2.3. Solo 15
4.2.3.1. Latossolo 17
4.2.3.1.1. Características gerais 17
4.2.3.1.2. Aptidão Agrícola e Fatores limitantes ao uso 18
4.2.3.1.3. Manejo 19
4.2.3.2. Argissolo 19
4.2.3.2.1. Características gerais 19
4.2.3.2.2. Aptidão Agrícola e Fatores limitantes ao uso 20
4.2.3.2.3. Manejo 21
4.2.3.3. PVAd4 + LVAd 23
4.2.3.4. Uso e ocupação do solo 24
4.2.4. Hidrografia 27
4.2.4.1. Bacia hidrográfica do rio Corumbataí 27
4.2.4.2. Ribeirão Fregadolli 28
4.2.5. Clima 29
4.2.5.1. Precipitação 30
4.2.5.2. Chuva 30
4.2.5.3. Temperatura 31
4.2.5.4. Nuvens 33
4.2.5.5. Evaporação 34
4.2.5.6. Umidade relativa do ar 34
4.2.5.7. Ventos 35
4.2.5.8. Insolação 36
4.2.5.9. Estação de Cultivo 37
4.2.5.10. Síntese climática 38
4.3. MEIO BIÓTICO 38
4.3.1. Fauna 38
4.3.2. Flora 42
5. OBJETIVOS DO PROJETO/JUSTIFICATIVA 44
5.1. OBJETIVOS GERAIS 45
5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 45
5.3. JUSTIFICATIVA 45
6. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS A SEREM RECUPERADAS 46
6.1. CHAVE PARA ESCOLHA DE MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL 46
7. METODOLOGIA 53
8. PROJETO TÉCNICO DE PLANTIO COMPENSATÓRIO 54
8.1. AMOSTRAGEM DO SOLO 55
8.2. ANÁLISE DO SOLO 55
8.2.1. pH 56
8.2.2. Alumínio (Al³⁺) 57
8.2.3. H+Al 58
8.2.4. Soma de Bases (SB) 59
8.2.5. Capacidade de Troca Catiônica potencial (T) 59
8.2.6. Capacidade de Troca Catiônica Efetiva (t) 61
8.2.7. Saturação por Bases (V%) 61
8.2.8. Saturação por alumínio (m%) 62
8.2.9. Síntese da Análise do Solo 62
8.3. IMPLANTAÇÃO 64
8.3.1. Limpeza Inicial da área 64
8.3.2. Isolamento da área 64
8.3.3. Construção do aceiro 64
8.3.4. Roçada Manual 65
8.3.5. Controle de formigas cortadeiras 67
8.3.6. Locação das covas 68
8.3.7. Coroamento Manual das Covas 68
8.3.8. Abertura Manual das Covas 68
8.4. SÍNTESE DA IMPLANTAÇÃO 68
8.5. CALAGEM 69
8.5.1. Cálculo da Necessidade de Calagem 70
8.6. GESSAGEM 70
8.7. ADUBAÇÃO 72
8.7.1. Adubação Orgânica com Esterco Bovino Leiteiro 72
8.8. SISTEMA DE FERTIRRIGAÇÃO 73
8.8.1. Fertirrigação por Gotejamento 74
8.8.2. Cálculo da quantidade de água 76
8.8.3. Cálculo de Fertilizantes 77
8.9. SELEÇÃO DOS SISTEMAS DE PLANTIO DE ESPÉCIES NATIVAS 80
8.9.1. Escolha do Modelo Sucessional 80
8.9.2. Diversidade de Espécie 81
8.9.3. Síntese do Plantio das mudas 83
8.9.4. Aquisição das Mudas em Viveiro 86
8.9.5. O plantio 86
8.9.6. Tutoramento 87
8.10. MANUTENÇÃO 87
8.10.1. Adensamento e Enriquecimento 87
8.10.2. Índice de Mortalidade 88
8.10.3. Replantio 89
8.10.4. Controle de formigas e ervas daninhas 89
8.11. MONITORAMENTO 90
9. CRONOGRAMA FÍSICO 91
10. ORÇAMENTO 92
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93
12. ANEXOS 95
12.1. Anexo 1 - Registro Fotográfico 95
1. INTRODUÇÃO
Áreas florestais desempenham um papel fundamental na sustentabilidade global, tanto
do ponto de vista ecológico quanto econômico. Elas são vitais para a conservação da
biodiversidade, regulação climática, produção de oxigênio, sequestro de carbono, além de
serem fonte de recursos essenciais, como madeira e produtos não-madeireiros (FAO, 2016).
Entretanto, a degradação dessas áreas, seja por práticas agrícolas, industriais, ou
exploração florestal insustentável, pode comprometer significativamente todos esses
benefícios. Em áreas destinadas ao uso florestal, a degradação pode resultar em perda de
produtividade, diminuição da biodiversidade, alterações nos ciclos hidrológicos e
comprometimento dos serviços ecossistêmicos (Smith, 2015; IPCC, 2019).
A degradação ambiental, resultante das atividades humanas, têm conduzido a uma
perda significativa da biodiversidade e da qualidade dos ecossistemas (Constanza, 1997). No
contexto brasileiro, áreas que sofreram alterações em suas características físicas, químicas ou
biológicas, sejam por atividades humanas ou causas naturais, de modo que não mais atendam
às suas funções ecológicas são consideradas degradadas (Brasil, 2012; MMA, 2002).
O processo de recuperação dessas áreas visa restaurar, ao máximo possível, suas
funções ecológicas originais (Hobbs & Harris, 2001). Isso é essencial não apenas para
conservar a biodiversidade local, mas também para garantir serviços ecossistêmicos e a
melhoria da qualidade ambiental, como a purificação da água, o controle da erosão e a
sequestração de carbono (Daily, 1997).
No Brasil, o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) enfatiza a obrigatoriedade e os
critérios para a recuperação, especialmente em áreas de preservação permanente e reserva
legal. As técnicas utilizadas para essa recuperação variam, incluindo revegetação,
terraplenagem, drenagem, adubação e irrigação (Rodrigues et al., 2009).
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) emerge como um instrumento
essencial para orientar essa recuperação, propondo medidas adequadas para restaurar o
ambiente degradado, garantindo o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais
(PELA RESTAURAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA, 2009).
A Usina Granelli, em Charqueada - SP, representa um exemplo emblemático do
desafio enfrentado por muitas indústrias do setor sucroenergético, onde a intensificação
agrícola levou à degradação de áreas preciosas. Assim, a implementação de um PRAD eficaz
na Usina Charqueada não apenas atende à legislação, mas também alinha-se com as melhores
práticas de sustentabilidade e conservação ambiental.
Por fim, este plano de recuperação busca não apenas remediar os danos ambientais
existentes, mas também criar um modelo sustentável para o futuro, respeitando a
biodiversidade local e garantindo benefícios ecológicos, sociais e econômicos a longo prazo
destinados ao uso florestal. Este plano abordará desde a identificação das áreas prioritárias,
seleção de espécies para revegetação, técnicas de restauração do solo até a monitorização dos
resultados ao longo do tempo, alinhando-se sempre com as melhores práticas e diretrizes da
legislação ambiental brasileira.
2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES
2.1. IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE
A tabela 1 traz informações acerca da identificação do requerente.
CNPJ 56.624.174/0001-80
CNAE 1072-4/01
CEP 13515-000
Cidade Charqueada - SP
Email contato@granelli.com.br
Fonte: Autor (2023).
-22,52°
Coordenadas do PRAD
-47,71°
Fonte: Autor (2023).
4. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL
4.1. USINA
A Usina Granelli, tem sido um marco importante na produção de etanol e açúcar na
região. Por décadas, a vasta extensão de terra ao redor da usina foi dedicada à plantação de
cana-de-açúcar, uma cultura que, embora lucrativa, pode levar à exaustão e degradação do
solo com o passar do tempo. Localizada especificamente na Fazenda São Benedito
Paraisolândia, essa região agora enfrenta desafios ambientais decorrentes do uso agrícola
intensivo (Usina Granelli, 2023).
Identificou-se a necessidade de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
(PRAD) para uma parcela de 135.000 m² dessa terra. Esta área, situada ao lado do ribeirão
Fregadolli, onde tem características geológicas e edáficas peculiares que serão analisadas.
O objetivo do PRAD será restaurar o ecossistema local, promovendo não apenas o
retorno da vegetação nativa, mas também garantindo a funcionalidade ecológica da área no
longo prazo. Isso envolverá uma série de ações detalhadas, desde análises do solo, escolha das
espécies mais adequadas para o plantio, técnicas de plantio, até a monitorização constante do
progresso da recuperação.
A longo prazo, a recuperação pode trazer benefícios não só para o meio ambiente, mas
também para a própria Usina Granelli, potencialmente melhorando a qualidade do solo e
contribuindo para práticas agrícolas mais sustentáveis.
● Calcário:
- É uma rocha sedimentar composta principalmente por carbonato de cálcio.
Pode ser solúvel em água ácida, o que leva à formação de carste ou sistemas de
cavernas em algumas áreas.
- Tem potencial para armazenar e transmitir grandes quantidades de água
subterrânea, especialmente se estiver fraturado ou carstificado.
● Arenito:
- É uma rocha sedimentar composta principalmente por grãos de areia
consolidados.
- Geralmente possui boa permeabilidade, permitindo o fluxo de água através
dele.
- Pode atuar como um bom aquífero, armazenando e transmitindo água
subterrânea.
● Siltito:
- Semelhante ao folhelho, mas com grãos um pouco maiores do que a argila
pura.
- A permeabilidade é geralmente entre a do arenito e a do folhelho, ou seja, pode
transmitir água, mas em taxas mais lentas.
4.2.3. Solo
Na área em estudo podem ser encontrados latossolos e argissolos, mais
especificamente PVAd4 - Argissolos Vermelho-Amarelo Distróficos + Latossolos
Vermelho-Amarelos Distróficos, conforme a figura 6.
Figura 6 - Solo de Charqueada/SP.
4.2.3.1.3. Manejo
Para preservar a qualidade do solo e promover práticas agrícolas sustentáveis, é
recomendável:
● Alocar terras para cultivo com base em sua capacidade produtiva natural.
● Realizar ajustes no solo para equilibrar o pH, diminuir a presença de alumínio e
melhorar a fertilidade.
● Manter uma cobertura vegetal contínua no solo, principalmente durante o período
inicial das chuvas.
● Implementar, quando viável, práticas de manejo do solo que preservem sua estrutura,
como o mínimo revolvimento do solo e o plantio direto.
4.2.3.2. Argissolo
4.2.3.2.1. Características gerais
Os Argissolos, que a Embrapa antes classificava como solos pózólicos, formam um
grupo diverso de solos unidos por uma transição textural distintiva: o aumento acentuado do
teor de argila com a profundidade. Esse perfil textural gradativo é um traço definidor dos
Argissolos, com implicações importantes para as práticas de manejo agrícola e para o
comportamento da água no solo (DNIT, 2013).
Os Argissolos têm uma boa estrutura com diferentes profundidades e cores que
tendem para o vermelho ou o amarelo. A textura na superfície varia de arenosa a argilosa, e
mais abaixo no perfil do solo, ela se torna de média a altamente argilosa. Essa mudança na
textura influencia a maneira como o solo retém água e nutrientes e afeta sua capacidade de
drenar excessos de água (DNIT, 2013).
A fertilidade dos Argissolos é variável, o que indica a necessidade de avaliações de
solo específicas para determinar as necessidades de manejo de nutrientes para a agricultura. A
mineralogia caulinítica predominante nesses solos implica em uma menor capacidade de troca
catiônica quando comparada a solos com mineralogia mais rica em minerais expansivos,
como os esmectitas. Essa característica mineralógica pode limitar a disponibilidade de
nutrientes essenciais para as plantas e demandar práticas de manejo de fertilidade mais
intensivas para sustentar a produtividade agrícola (DNIT, 2013).
Habitualmente, os Argissolos são encontrados em terrenos de relevo mais dissecados
quando comparados aos Latossolos. Essa localização em terrenos mais inclinados pode
aumentar a susceptibilidade dos Argissolos à erosão, especialmente em áreas de declives
acentuados onde as práticas agrícolas inadequadas podem acelerar os processos erosivos
(EMBRAPA, 2013).
Os Argissolos apresentam um horizonte A muitas vezes do tipo chernozêmico, e em
terrenos de relevo mais declivosos, onde as condições de espessura não são satisfeitas devido
aos desgastes erosivos, o horizonte A pode ser do tipo moderado. O horizonte chernozêmico é
caracterizado por uma alta concentração de matéria orgânica, o que pode conferir uma
coloração mais escura ao solo e potencialmente melhorar a fertilidade do solo.
Diante das características apresentadas, é evidente que o manejo adequado dos
Argissolos necessita de uma abordagem bem informada, que leve em consideração a variação
textural, a susceptibilidade à erosão, a mineralogia caulinítica e a variabilidade na fertilidade.
Práticas de conservação do solo, como a construção de terraços, a manutenção de cobertura
vegetal e a fertilização baseada em análises de solo, são essenciais para aproveitar o potencial
agrícola dos Argissolos de forma sustentável.
4.2.3.2.3. Manejo
● Correção da Fertilidade:
○ A fertilidade variável dos Argissolos demanda análises de solo regulares para
determinar as necessidades de nutrientes.
○ A aplicação de fertilizantes e corretivos baseados nas recomendações das
análises de solo pode ajudar a melhorar a fertilidade do solo e maximizar a
produtividade agrícola.
● Controle de Erosão:
○ A construção de terraços e o cultivo em contorno podem ajudar a reduzir a
erosão em áreas com declives acentuados.
○ Práticas de conservação do solo como plantio direto e manutenção de cobertura
vegetal podem minimizar a perturbação do solo e reduzir a erosão.
● Manejo da Água:
○ A irrigação pode ser necessária em áreas com precipitação insuficiente, e deve
ser gerenciada cuidadosamente para evitar a erosão e a lixiviação de nutrientes.
○ Práticas de manejo de água que promovam a infiltração e minimizem o
escoamento superficial são benéficas para conservar a água no solo.
● Manejo Orgânico:
○ A incorporação de matéria orgânica através de compostagem ou cobertura
morta pode melhorar a estrutura do solo, aumentar a retenção de água e
nutrientes e promover a atividade microbiana do solo.
● Mecanização Cautelosa:
○ Em áreas com pedregosidade, a mecanização deve ser realizada com cuidado
para evitar danos ao solo e às máquinas.
● Educação e Extensão:
○ A educação e a extensão agrícola podem ajudar os agricultores a compreender
as características únicas dos Argissolos e a adotar práticas de manejo que
promovam a produção agrícola sustentável.
4.2.5. Clima
Para caracterizar o clima de Charqueada, analisaram-se dados do portal Weather
Spark, abrangendo o período de 2015 a 2023. Esta ferramenta interativa compila e apresenta
informações climáticas detalhadas.
Em Charqueada, observa-se um verão prolongado, caracterizado por calor e umidade,
com céus frequentemente nublados e chuvas, enquanto o inverno é breve e geralmente claro.
A localidade experimenta um padrão de chuvas típico das regiões tropicais, com um período
chuvoso de outubro a março e um período mais seco de abril a setembro, com temperaturas
variando entre médias de 8º C e picos de 36º C. A orografia local também influencia a
precipitação, especialmente pela ação das massas de ar.
As séries históricas de clima consideradas foram de oito anos, de 2015 a 2023.
4.2.5.1. Precipitação
É considerado dia com precipitação aquele com precipitação mínima líquida ou
equivalente a líquida de 1 milímetro.
A variação da ocorrência de precipitação em Charqueada ao longo do ano é
significativa.
O período mais chuvoso se estende por cerca de 5 meses, de 22 de outubro a 27 de
março, com chances superiores a 38% de chuva diária. Janeiro é o mês com mais dias de
chuva, com uma média de 20,2 dias.
Por outro lado, a época mais seca vai de 27 de março a 22 de outubro, sendo julho o
mês com menos chuva, com uma média de 3,4 dias.
Com base nessa classificação, a forma de precipitação mais comum ao longo do ano é
de chuva somente, com probabilidade máxima de 67% em 16 de janeiro. Conforme a figura
11.
4.2.5.2. Chuva
Charqueada exibe uma variação sazonal pronunciada em sua precipitação mensal
acumulada. A distribuição da chuva não é uniforme ao longo do ano, com picos significativos
em alguns meses.
A análise de um intervalo móvel de 31 dias em torno de cada data revela que janeiro é
o mês com a maior média de precipitação, alcançando cerca de 217 milímetros, enquanto
julho destaca-se como o mês com menos chuvas, com uma média próxima a 26 milímetros.
Conforme figura 12.
4.2.5.3. Temperatura
Em Charqueada, o período de calor se estende por aproximadamente cinco meses e
meio, iniciando em meados de outubro e se estendendo até início de abril, com temperaturas
diárias que, em média, superam os 29 °C. Fevereiro se destaca como o mês mais quente.
Por outro lado, a fase mais amena do ano ocorre por quase três meses, começando em
meados de maio até o começo de agosto, quando as máximas diárias raramente ultrapassam os
26 °C, sendo julho tipicamente o mês mais frio. Conforme figura 13.
4.2.5.4. Nuvens
Durante o ano em Charqueada, observa-se uma variação sazonal significativa na
cobertura de nuvens.
O período com céus mais claros se estende do início de abril até meados de outubro.
Agosto é o mês com o céu mais limpo, em média, o céu está sem nuvens, quase sem nuvens
ou parcialmente encoberto 72% do tempo.
Por outro lado, a temporada com maior cobertura de nuvens vai de meados de outubro
até o começo de abril, sendo janeiro o mês com maior frequência de céus nublados, durante o
qual, em média, o céu está encoberto ou quase encoberto 72% do tempo. Conforme figura 15.
Figura 15 - Categorias de nebulosidade em Charqueada.
4.2.5.5. Evaporação
Dados obtidos apenas de São Carlos, município próximo de Charqueada, vide a tabela
no tópico de Síntese climática.
4.2.5.7. Ventos
Este segmento examina a média horária de movimentação do ar, considerando tanto a
velocidade quanto a direção do vento a uma altura de 10 metros do solo. A percepção real do
vento em uma localidade específica pode ser significativamente influenciada pela geografia
da região e outros elementos. A constância do vento em tempo real tende a flutuar mais
amplamente do que o que é capturado pelas médias calculadas em uma base horária.
Em Charqueada, a intensidade média do vento apresenta flutuações modestas durante
as estações. Um período mais ventoso se estende por aproximadamente 4,3 meses, de final de
julho a início de dezembro, quando a velocidade do vento tende a superar 10,6 km/h.
Setembro se destaca como o mês com as maiores médias de velocidade do vento, atingindo
12,4 km/h.
Por outro lado, o intervalo mais tranquilo ocorre durante os 7,7 meses restantes, de
dezembro a julho, sendo fevereiro o mês em que a brisa é mais suave, com uma média de 8,8
km/h. Conforme figura 17.
Em Charqueada, os ventos predominantes têm um padrão sazonal. Por um período de
3,2 meses, de final de fevereiro a início de junho, e novamente por 1,6 mês, de meados de
julho a final de agosto, os ventos do leste são os mais comuns, alcançando seu pico de
frequência em abril.
Entre junho e meados de julho, por cerca de 1,2 mês, e depois por quase 3 meses, de
início de dezembro a final de fevereiro, os ventos predominantes são do norte, com a maior
ocorrência em junho.
Por fim, os ventos do sul são os mais frequentes durante aproximadamente 3,1 meses,
de fim de agosto a início de dezembro, com a maior prevalência em outubro.
4.2.5.8. Insolação
A insolação, ou quantidade de luz solar direta, é medida pelo tempo em que a luz do
sol incide diretamente sobre a superfície em um local específico ao longo do dia. Essa medida
muda com a inclinação axial da Terra e sua órbita em torno do sol, resultando em variações
sazonais que levam a períodos de dias mais longos ou mais curtos durante o ano.
Em Charqueada, a quantidade de luz diurna varia durante o ano. No inverno, o dia
mais breve acontece em 21 de junho, com cerca de 10 horas e 45 minutos de luz, enquanto no
verão, o dia mais extenso ocorre em 22 de dezembro, alcançando 13 horas e 31 minutos de
luz.
O sol nasce mais cedo às 05:17 no dia 29 de novembro, e o nascer mais tardio é às
06:51 em 5 de julho. O pôr do sol mais precoce é às 17:33 em 7 de junho, e o mais tardio às
19:01 em 14 de janeiro. Conforme figura 18.
Figura 18 - Horas de luz solar e crepúsculo em Charqueada.
A área analisada exibe um padrão climático com duas estações distintas: uma
temporada de chuvas intensas, que compreende o período de outubro a abril e representa 81%
do volume anual de chuva, com o pico de precipitação em janeiro, e uma temporada mais
seca, estendendo-se de maio a setembro, com julho sendo o mês que registra os menores
índices pluviométricos. A temperatura média anual se mantém em torno de 22°C.
A evaporação atinge seu ápice em agosto, com médias entre 140 e 180 milímetros,
contrastando com fevereiro, que registra os menores índices, frequentemente abaixo de 95
milímetros.
O período que vai de novembro a abril caracteriza-se pela maior umidade, variando de
50% a 90%. Por outro lado, de maio a setembro, a umidade relativa do ar cai, com médias
abaixo de 50%. A insolação mantém uma média diária próxima de 12 horas.
4.3.MEIO BIÓTICO
4.3.1. Fauna
A fauna desempenha um papel crucial na sustentação de ecossistemas equilibrados,
proporcionando serviços essenciais como a polinização, a dispersão de sementes e o controle
de pragas, que são vitais para os serviços ecossistêmicos e a restauração ecológica.
A pesquisa no Atlas Ambiental da Bacia do Rio Corumbataí identificou uma rica
biodiversidade, com uma notável variedade de aves e uma série de mamíferos como gambás,
quatis, lobos-guará, capivaras, e várias espécies de tatus e roedores. Predadores como a
suçuarana e a jaguatirica também foram registrados, indicando a importância dessa região
para a conservação de espécies nativas. Essa diversidade é essencial para a manutenção dos
processos ecológicos e para o equilíbrio dos ecossistemas locais.
A seguir a Tabela 4 relaciona as espécies de provável ocorrência na região em questão.
4.3.2. Flora
Desde meados do século XIX, com o advento da cafeicultura e a chegada do caminho
de ferro em 1876, a paisagem outrora coberta por uma vegetação rica e diversa na bacia do
Rio Corumbataí sofreu uma restrição significativa. Hoje, o que sobra da vegetação original se
encontra em pequenas faixas preservadas em propriedades rurais e nas matas ciliares ao longo
dos cursos d'água. Práticas agrícolas intensivas, como a plantação de arroz e cana-de-açúcar,
juntamente com a expansão de olarias e cerâmicas, foram os principais fatores que levaram ao
declínio da vegetação natural. Existem quatro tipos principais de mata ciliar na região.
Tipo 1: A mata nativa original, composta majoritariamente por árvores altas, ainda
persiste nas partes superiores do Rio Corumbataí e seus afluentes, especialmente nas áreas de
difícil acesso das cuestas, o que favorece a sua conservação.
Tipo 2: Encontra-se, igualmente, uma cobertura vegetal de grande porte, embora
secundária, ao longo das nascentes e parte média do curso dos rios, embora esta seja
fragmentada.
Tipo 3: A vegetação arbustiva é o que mais se observa pela bacia, um reflexo do
intenso impacto humano que resultou na destruição das matas ribeirinhas.
Tipo 4: Por fim, áreas mais baixas e perturbadas, especialmente aquelas utilizadas para
olarias e agricultura, apresentam predominância de gramíneas de baixa estatura e arbustos
isolados, refletindo uma vegetação adaptada a condições mais úmidas.
Observações na região indicam que as florestas ribeirinhas e reservas florestais são, na
verdade, recuperações secundárias devido a intervenções humanas, notando-se uma falta de
espécies arbóreas de alto valor comercial. A paisagem vegetal é complementada por campos e
cerrados degradados por incêndios e situados em solos com baixa riqueza de nutrientes.
A vegetação ribeirinha, especialmente nos cursos médio e superior do rio, está sendo
gradualmente substituída por espécies não nativas devido à remoção da cobertura vegetal
original. A umidade do solo e o percurso do rio são essenciais na definição da vegetação
ribeirinha, cuja destruição tem impactado a estabilidade das margens fluviais e os habitats
aquáticos dos peixes.
Os terrenos aluviais da região são ocasionalmente preenchidos por pastagens naturais
compostas por diversas espécies de gramíneas. A diversidade da cobertura vegetal tem sido
progressivamente substituída por paisagens uniformes, dominadas por plantações intensivas
de Eucalyptus e Pinus, além dos extensos campos de cana-de-açúcar.
Na análise da vegetação ribeirinha do Ribeirão Claro, localizado em Rio Claro,
identificaram-se 35 espécies arbóreas distribuídas em onze famílias botânicas. Destas, as
leguminosas se destacaram pela sua numerosa presença. Em segundo lugar em termos de
relevância ecológica, encontraram-se as euforbiáceas. Dentre os gêneros, Inga, pertencente às
leguminosas, e Sebastiania, da família das euforbiáceas, mostraram-se como os mais
proeminentes.
Pesquisadores investigaram a composição florística e a estrutura fitossociológica da
mata mesófila semidecídua localizada na Fazenda São José, entre Rio Claro e Araras. Foram
catalogados 1.204 árvores com troncos acima de 1,30 metros, abrangendo 155 espécies, 116
gêneros e 48 famílias botânicas. A análise revelou a existência de dois estratos arbóreos
distintos, cada um com características únicas. A diversidade encontrada foi significativa,
chegando a ser comparada com as mais elevadas registradas globalmente.
A área de cerrado dentro da bacia do Corumbataí contém remanescentes importantes
para a preservação e é objeto de estudo e proteção pela UNESP de Rio Claro, em especial
uma reserva de dezesseis hectares gerenciada pelo Instituto de Biociências. Esta reserva exibe
uma variedade de ecossistemas, desde campos abertos até áreas de cerradão, que têm se
desenvolvido em direção a características de mata devido à ausência de intervenções humanas
como cortes e incêndios desde 1962.
As formações florestais na bacia do Rio Corumbataí se localizam principalmente em
elevações e morros residuais, com destaque para a área da Fazenda São José, situada a
nordeste de Rio Claro. Pode-se encontrar áreas de cerrado próximas às cidades de
Corumbataí, Analândia e Itirapina, enquanto vestígios de vegetação ribeirinha são visíveis ao
longo do Ribeirão Cabeça, Rio Passa Cinco, nas nascentes do Rio Corumbataí e no Ribeirão
Claro.
Dentre as espécies adequadas para a restauração ecológica em São Paulo, citadas pelo
Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, se destacam as variedades nativas
remanescentes nas áreas de mata ciliar. Estas espécies são categorizadas em grupos como
pioneiras, secundárias iniciais e tardias, ou climácicas, essenciais para a recuperação dos
ecossistemas locais. A lista completa pode ser consultada nas referências do documento de
2017 do governo estadual.
Para a recomposição florestal de áreas ribeirinhas, é importante adotar critérios na
escolha das espécies arbóreas. Estes incluem a adaptação ao ecossistema local, o papel
ecológico das plantas, e sua contribuição para a estrutura e funcionamento da floresta. A
seleção cuidadosa das espécies é um passo fundamental na restauração ambiental, alguns
critérios básicos são recomendados como:
- Plantio de um amplo leque de espécies autóctones que são típicas das matas ciliares
locais.
- Deve-se buscar uma mistura de espécies pioneiras, que crescem rapidamente, com
espécies secundárias e climácicas, que são fundamentais para o estágio final da
sucessão ecológica.
- Selecionar espécies que atraem a fauna e que sejam adequadas às diferentes condições
de umidade do solo.
- Respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies
adaptadas a cada condição de umidade do solo.
Uma elevada diversidade de plantas na restauração de ecossistemas degradados amplia
a eficiência do processo de regeneração natural, melhorando o ciclo de nutrientes e
aumentando o interesse da fauna local. Isso também fortalece o solo e melhora a sua
capacidade de reter água e nutrientes, ao mesmo tempo que diminui a vulnerabilidade da área
a doenças e pragas (MARTINS, op. cit., p. 38).
5. OBJETIVOS DO PROJETO/JUSTIFICATIVA
5.1. OBJETIVOS GERAIS
O objetivo é promover a recuperação ecológica da área deteriorada próxima à Usina
Granelli em Charqueada, focando na reintegração ecológica, preservação da diversidade
biológica e enriquecimento do meio ambiente local.
O projeto adotará um modelo sucessional de restauração ecológica, que envolve o
plantio integral de mudas selecionadas para criar uma sequência de desenvolvimento natural e
sustentável. A implementação e o acompanhamento das medidas de restauração exigirão
supervisão por uma equipe especializada em restauração de ecossistemas degradados.
5.3.JUSTIFICATIVA
A reabilitação da zona adjacente à Usina Granelli é crucial para restabelecer o
equilíbrio ecológico, melhorar a qualidade do ar e do ciclo hídrico e enriquecer a estética
local. A revitalização não somente melhora o ecossistema local, mas também se destaca como
um modelo de sustentabilidade, educando e envolvendo a comunidade, com o bônus adicional
de valorizar as propriedades da região.
A transformação de uma área anteriormente utilizada para a cultura de cana-de-açúcar
em uma Área de Preservação Permanente (APP) é regulamentada pelo Código Florestal
Brasileiro, Lei nº 12.651/2012. Este Código estabelece os parâmetros para a criação e
manutenção das APPs, que são áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas.
Ações de restauração
A1. Isolamento de fatores de degradação
Diz respeito à adoção de medidas que impeçam ou reduzam as chances de um dado
fator de degradação voltar a danificar um remanescente natural ou um ecossistema em
processo de restauração, possibilitando o restabelecimento dos processos naturais de
recuperação da flora e fauna nativas.
A1.3. Fim do uso agrícola ------- vai para o item D2.
Interrupção do uso da área após a colheita, no caso de culturas anuais, ou remoção dos
indivíduos cultivados, no caso de espécies perenes, e impedimento do cultivo posterior da
área.
Diagnóstico
D2. Condições do solo
Diz respeito à capacidade física, química e biológica do solo em sustentar o
crescimento da comunidade vegetal nativa, fornecendo água, nutrientes e suporte físico para o
desenvolvimento dos indivíduos regenerantes ou plantados de espécies nativas.
D2.2. Solo degradado ------- vai para o item A2.
Em situações drásticas, a restauração ecológica não mais se aplica, e alternativas de
engenharia ecológica, recuperação ambiental e/ou reabilitação devem ser buscadas. No
entanto, em outras situações é possível adotar medidas de recuperação do solo para que
posteriormente sejam adotados métodos de restauração florestal.
Ações de restauração
A2. Recuperação do solo ------- vai para o item D4.
Consiste na adoção de medidas para remover impedimentos físicos e químicos do solo
que limitam o desenvolvimento da vegetação nativa. Primeiramente, deve-se combater a
erosão na área a ser recuperada, por meio da readequação da drenagem superficial e
interceptação da enxurrada. Isso pode ser feito por meio da construção de terraços na área a
ser restaurada e em seu entorno, instalação de paliçadas nos sulcos de erosão (fixação de toras
de madeira justapostas, que interceptam a enxurrada) e uso de técnicas adicionais de
engenharia de solos, deve-se corrigi-lo quimicamente, por meio da adição de calcário, micro e
macronutrientes, com especial destaque para o fósforo, de acordo com resultados de análise
de solo e com base em valores de referência para cada ecossistema a ser restaurado. A adição
de matéria orgânica, quando possível, é altamente recomendável para corrigir tanto atributos
físicos como químicos do solo, uma vez que ela auxilia na estruturação do solo e na formação
de micro e macro poros, no armazenamento de água, e na retenção e disponibilização de
nutrientes. A partir de então, recomenda-se a ocupação do terreno com espécies de adubação
verde para recobrir o solo e protegê-lo contra processos erosivos, incorporar matéria orgânica
e nitrogênio (no caso de uso de leguminosas). Após a ocupação da área pela adubação verde,
pode-se realizar o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas que apresentem elevada
rusticidade, com destaque para algumas espécies de leguminosas, que também acrescentam
nitrogênio ao solo e tem grande potencial de produção de biomassa. No entanto, cabe ressaltar
que em situações mais drásticas de degradação do solo, os objetivos do projeto devem se
restringir à recuperação ambiental ou à reabilitação ecológica, uma vez que dificilmente
poderão ser restabelecidas no local condições edáficas que dêem suporte à formação de
florestas maduras.
Diagnóstico
D4. Comunidade regenerante de espécies nativas e isolamento da área na
paisagem.
Diz respeito à composição florística e ao grau de colonização espacial de áreas abertas
por indivíduos regenerantes de espécies arbustivas e arbóreas nativas com altura superior a 30
cm, e ao potencial de chegada de propágulos a essas áreas provindos de remanescentes
florestais nativos do mesmo tipo de vegetação. Quanto ao número de espécies que compõem a
regeneração, deve-se considerar valores compatíveis com as fases iniciais de sucessão
secundária de cada tipo de vegetação para estabelecer se há muitas ou poucas espécies
regenerando. Esse diagnóstico inclui áreas anteriormente ocupadas por povoamentos
comerciais de espécies arbóreas onde as árvores cultivadas já foram cortadas ou mortas em
pé.
D4.5. Reduzida ou nula densidade de regenerantes, em área não isolada na
paisagem –----- vai para o item A4.5.
Áreas com resiliência muito reduzida, nas quais a degradação histórica comprometeu a
persistência de espécies nativas no local. Trata-se de áreas desprovidas de indivíduos
regenerantes de espécies nativas, ou então com densidade tão baixa desses indivíduos que
apenas a condução dos mesmos teria pouco efeito para a restauração da área. No entanto,
acredita-se que há potencial efetivo da floresta implantada ser colonizada gradualmente por
parte relevante das espécies típicas dos ecossistemas de referência, uma vez que a área não se
encontra isolada de outros remanescentes florestais da região.
Ações de restauração
A4.5. Introdução de espécies nativas em área total, sem necessidade de uso de
elevada diversidade de espécies.
Consiste na introdução de espécies arbustivas e arbóreas nativas em área total, em
densidade suficiente para recobrir o solo e formar uma fisionomia florestal, favorecendo o
recrutamento de outras espécies nativas no sub-bosque e desfavorecendo a ocupação do solo
por gramíneas invasoras. Pode ser obtida por meio de diferentes técnicas, tal como plantio de
mudas, semeadura direta e transposição de solo florestal superficial. Como essa ação
contempla situações do diagnóstico em que há potencial de enriquecimento natural e contínuo
das áreas a serem restauradas por meio da chegada de sementes vindas de fragmentos do
entorno, não há necessidade de uso de elevada diversidade inicial de espécies, pois
considera-se que, com o tempo, serão atingidos níveis de riqueza e diversidade compatíveis
com os observados nos ecossistemas de referência. No entanto, nada impede que se utilize
elevada diversidade de espécies nesse tipo de situação, uma vez que isso poderá acelerar a
restauração do ecossistema por meio do aumento da complexidade do dossel e de micro-sítios
de regeneração, bem como poderá atrair quantidade e diversidade maiores de organismos
dispersores de sementes e polinizadores. Além disso, trata-se de uma garantia maior de que
elevados níveis de diversidade de espécies nativas serão atingidos no caso da expectativa de
contribuição da paisagem não se concretizar.
Figura 20 - Chave de decisão para a escolha de técnicas de restauração a partir do diagnóstico de áreas
degradadas.
Figura XX - Chave de decisão para a escolha de técnicas de restauração a partir do diagnóstico de áreas
degradadas
7. METODOLOGIA
Diagnóstico Inicial:
● Amostragem do solo e análise laboratorial para identificar suas características
e necessidades de correção.
Preparação do Solo:
● Limpeza inicial da área, construção de aceiros, roçada manual e controle de
pragas.
● Realização de calagem, gessagem e adubação conforme necessidade
identificada na análise do solo.
Plantio:
● Locação, abertura e coroamento das covas, seguido do plantio das mudas
selecionadas.
Sistema de Fertirrigação:
● Implementação do sistema de fertirrigação por gotejamento, com cálculos de
necessidades hídricas e fertilizantes.
Manutenção e Monitoramento:
● Realização de adensamento e enriquecimento conforme necessário, controle de
pragas, replantio de mudas mortas e monitoramento do desenvolvimento
vegetal e das condições do solo. Correção e adubação do solo em observância
aos níveis de fertilidade identificados nas análises de solo.
Avaliação:
● Avaliações periódicas do progresso da restauração, ajustando o plano conforme
necessário para alcançar os objetivos de restauração ecológica estabelecidos.
8.2.1. pH
A acidez do solo é representada pelo valor de pH, que reflete a quantidade de íons de
hidrogênio (H⁺) na solução do solo. O pH pode ser influenciado por diversos fatores ao longo
do tempo, como as práticas de manejo, cultivos consecutivos e aplicações de fertilizantes.
Quando as plantas absorvem nutrientes carregados positivamente como o potássio
(K⁺), magnésio (Mg²⁺) e cálcio (Ca²⁺), elas liberam íons de hidrogênio (H⁺) de suas raízes para
a solução do solo, o que pode levar à diminuição do pH. Similarmente, a nitrificação, que é a
transformação de amônio para nitrato através de fertilizantes nitrogenados, também libera
íons de hidrogênio (H⁺) no solo, contribuindo para a acidez do solo.
Outros fatores como precipitação e irrigação também podem afetar a acidez do solo.
Em algumas áreas, como São Paulo, o pH é medido em uma solução de CaCl₂ para minimizar
a influência de sais na medição do pH, fornecendo uma base sólida para análises futuras.
A análise do pH é vital para avaliar a fertilidade do solo, pois indica a forma química
em que o alumínio está presente, seja na forma tóxica (Al³⁺) ou precipitada (Al(OH)₃), além
de influenciar a solubilidade de macro e micronutrientes e a atividade de micro-organismos no
solo.
A diminuição do pH pode reduzir a disponibilidade de alguns nutrientes, enquanto
aumenta a solubilidade do alumínio tóxico (Al³⁺). Em contrapartida, solos com pH acima de
6,5 mostram uma redução acentuada na disponibilidade de micronutrientes como Zn, Cu, Fe e
Mn. Assim, o intervalo de pH entre 6,0 e 6,5 é considerado ideal para o crescimento das
plantas, pois nessa faixa, a toxicidade do alumínio é mitigada e há uma boa disponibilidade de
nutrientes.
Com um pH em CaCl₂ de 4,2, indicando acidez elevada, podem ocorrer condições
desfavoráveis como: alta concentração de alumínio tóxico (Al³⁺), baixos níveis de cálcio
(Ca²⁺) e magnésio (Mg²⁺), baixa saturação de bases (V), boa disponibilidade de Zn, Cu, Fe,
Mn, baixa disponibilidade de B, Mo e Cl, deficiência de fósforo devido à formação de
compostos precipitados e adsorção nos colóides do solo, menor perda de nitrogênio por
volatilização de amônia (NH₃) e redução da atividade microbiana no solo.
8.2.3. H+Al
A acidez referida como "acidez potencial" ou "acidez total" tem implicações
relevantes na agricultura e na gestão do solo. As classes de interpretação associadas a esta
acidez são vistas como genéricas e possuem limitada utilidade prática, pois a principal
finalidade da determinação de H⁺+Al é calcular a Capacidade de Troca Catiônica Total (CTC
Total ou T) do solo. Este parâmetro é crucial para entender a fertilidade do solo e sua
capacidade de reter e fornecer nutrientes às plantas.
Comumente, valores elevados de H⁺+Al são encontrados em solos ricos em matéria
orgânica, especialmente se tais solos possuírem baixos valores de pH. A presença de matéria
orgânica pode influenciar a acidez do solo e, consequentemente, a sua capacidade de troca
catiônica, reforçando a necessidade de uma gestão adequada do solo para promover um
ambiente propício para o crescimento das plantas.
Neste cenário, o valor de 1,723 cmolc/dm³ sinaliza que a Soma de Bases está baixa, o
que pode indicar uma possível deficiência de nutrientes para as plantas. Além disso, o pH do
solo pode estar bastante ácido, prejudicando assim a fixação da cultura. A análise e
interpretação destes valores são vitais para a implementação de práticas de manejo adequadas,
visando melhorar a fertilidade do solo e garantir um crescimento saudável para as culturas
plantadas.
Solos com alta concentração de argila ou ricos em matéria orgânica tendem a ter uma
capacidade de troca catiônica (CTC) significativa. Um solo com CTC acima de 10 cmolc/dm³
é considerado com alto poder de buffer, exigindo assim mais calcário para modificar seu pH.
A porcentagem de saturação de um determinado elemento na capacidade total de troca
do solo pode ser calculada dividindo-se a quantidade do elemento pela capacidade total e
multiplicando-se por 100.
Solos com boas características de fertilidade geralmente apresentam as seguintes
proporções de nutrientes na CTC:
K⁺ = 3 a 5%
Ca²⁺ = 50 a 70%
Mg²⁺ = 10 a 15%
Na⁺ = < 5%
Esses valores são variáveis com a calagem e as adubações e podem ser utilizados para
indicar o limite máximo da quantidade do elemento a ser aplicado ao solo para que este não se
perca por lixiviação.
Dados fornecidos:
● Soma de Bases (SB): 1,723 cmolc/dm³
● Capacidade de Troca Catiônica potencial (T): 12,823 cmolc/dm³
Saturação por Bases (V%) = (SB x 100) / T
Saturação por Bases (V%) = 1,723 x 100 / 12,823
Saturação por Bases (V%) ≈ 13,44 %
Dados fornecidos:
● Alumínio (Al³⁺): 1,14 cmolc/dm³
● Capacidade de Troca Catiônica Efetiva (t) = 2,863 cmolc/dm³
Saturação por Alumínio (m%) = Al³⁺ × 100 / t
Saturação por Alumínio (m%) = 1,14 × 100 / 2,863
Saturação por Alumínio (m%) ≈ 39,81 %
Com base nos dados fornecidos e nos cálculos realizados, uma avaliação preliminar da
análise do solo:
● Nutrientes Trocáveis (K⁺, Ca²⁺, Mg²⁺): Os níveis de Potássio (K⁺), Cálcio (Ca²⁺) e
Magnésio (Mg²⁺) trocáveis estão classificados como baixos. Isso indica uma
necessidade de adubação para repor esses nutrientes essenciais e melhorar a fertilidade
do solo. A soma de bases baixas sugere uma capacidade limitada do solo para reter e
fornecer nutrientes básicos.
● Saturação por Bases (V%): O valor de 13,44% é muito baixo. Isso indica que a maior
parte da capacidade de troca catiônica do solo não está sendo ocupada por cátions
básicos (Ca, Mg, K), o que pode limitar a disponibilidade de nutrientes essenciais para
as plantas.
● Capacidade de Troca Catiônica (CTC): A CTC efetiva (t) está classificada como
média, enquanto a CTC potencial (T) está classificada como boa, indicando um
potencial decente para retenção de cátions, embora a situação atual possa ser
melhorada. Este valor fornece uma ideia da capacidade do solo de fornecer nutrientes
às plantas.
● Saturação por Alumínio (m%) e Saturação por Bases (V%): Os valores sugerem que
uma quantidade significativa da CTC efetiva está sendo ocupada pelo alumínio. A
saturação por bases muito baixa e a saturação por alumínio média indicam
desequilíbrios que podem ser corrigidos para melhorar a qualidade do solo e sua
adequação para o cultivo.
● Textura do Solo: O solo foi classificado como argiloso, com 60% de argila. Solos
argilosos têm boa capacidade de retenção de água e nutrientes, mas podem ter
problemas de drenagem e aeração.
O solo apresenta acidez e uma alta saturação por alumínio, o que pode ser prejudicial.
Será considerada a calagem para corrigir a acidez e reduzir a toxicidade do alumínio. Além
disso, a baixa saturação por bases sugere uma necessidade de adubação para aumentar a
disponibilidade de cátions básicos.
8.3. IMPLANTAÇÃO
8.3.1. Limpeza Inicial da área
A limpeza inicial da área envolve a remoção de vegetação invasora expressiva,
entulho, e qualquer outro material indesejado que possa interferir nos processos posteriores. O
objetivo é preparar o terreno, sendo executado de forma manual, criando um ambiente
propício.
8.5. CALAGEM
A aplicação de calcário é indicada para solos ácidos com alta concentração de
alumínio e baixa saturação de bases. O calcário libera íons cálcio e magnésio, melhorando a
estrutura do solo e aumentando seu pH, o que diminui a toxidade do alumínio ao
transformá-lo em uma forma não solúvel, contribuindo para um ambiente mais favorável ao
crescimento das plantas.
Logo, a gessagem pode ser benéfica para esse solo argiloso. Solos argilosos são muitas
vezes caracterizados por terem uma compactação elevada, má drenagem, e às vezes podem ter
problemas de saturação de alumínio e de magnésio.
Melhoria da Estrutura do Solo:
● O gesso pode ajudar a melhorar a estrutura de solos argilosos, promovendo a
agregação do solo. Isso pode melhorar a permeabilidade do solo à água e ao ar,
facilitando o desenvolvimento radicular das plantas e melhorando a drenagem.
Redução da Saturação de Alumínio:
● Em solos ácidos, o alumínio tóxico pode ser um problema. O gesso pode
ajudar a reduzir a saturação de alumínio, diminuindo a toxicidade do alumínio
para as plantas.
Fornecimento de Cálcio e Enxofre:
● O gesso fornece cálcio e enxofre, que são nutrientes essenciais para as plantas.
O cálcio é especialmente importante para a melhoria da estrutura do solo.
Correção da Compactação:
● Ao melhorar a estrutura do solo, o gesso pode ajudar a corrigir problemas de
compactação em solos argilosos, que é um problema comum nesse tipo de
solo, fazendo um aprofundamento radicular.
Pode-se calcular a quantidade necessária de gesso agrícola através da fórmula:
8.7. ADUBAÇÃO
A preparação adequada do solo é um pré-requisito crucial para o sucesso de qualquer
projeto de plantio, e a escolha da adubação correta é central para esta preparação. No projeto
em questão, optou-se por uma abordagem bifásica para a adubação, que inclui a utilização de
Esterco Bovino Leiteiro antes do plantio, seguida por fertirrigação como adubação de
cobertura.
NP NP NP NP NP NP
P P P P P P
NP NP NP NP NP NP
P P P P P P
NP NP NP NP NP NP
P P P P P P
P P P P P P
S C S C S C
P P P P P P
S C S C S C
P P P P P P
S C S C S C
P P P P P P
Autocórica:
● A dispersão autocórica é aquela em que a própria planta tem um mecanismo
para dispersar suas sementes, sem a ajuda de agentes externos. Isso pode ser
através de um processo chamado explosão, onde a planta literalmente lança
suas sementes no ambiente circundante quando amadurecem, ou através de
outros mecanismos mecânicos.
Zoocórica:
● A dispersão zoocórica é aquela realizada por animais. As plantas que utilizam
esta estratégia muitas vezes produzem frutos ou sementes atraentes que são
consumidos por animais. As sementes, muitas vezes indigestas, são então
excretadas em um local distante, muitas vezes com um suprimento adicional de
fertilizante na forma de excrementos do animal. Este é um método muito
comum de dispersão de sementes e ajuda a garantir que as sementes sejam
dispersas em uma ampla área.
Estudos têm examinado a dispersão de sementes e indicam uma conexão entre o ciclo
de vida das plantas e seus métodos de dispersão. Observou-se que em áreas do Cerrado com
menor densidade de árvores, a dispersão pelo vento é predominante, o que corrobora com
teorias propostas para ecossistemas florestais sobre a dispersão de sementes (Batalha &
Mantovani, 2000); (Oliveira & Moreira, 1992); (Howe & Smallwood, 1982).
Batalha & Mantovani (2000) observaram que, no Cerrado, a dispersão de sementes por
animais é mais comum do que se poderia esperar em um bioma sem um dossel de copas
fechado. Notaram também uma presença mais significativa de espécies com dispersão animal
no estrato superior, composto por arbustos e árvores, em comparação ao estrato inferior, que
inclui as plantas herbáceas e subarbustivas.
A alta incidência de dispersão de sementes por animais em diferentes habitats pode ser
explicada pela vantagem que locais mais densos oferecem a esse mecanismo, alcançando até
80% das espécies em florestas, segundo Morellato & Leitão-filho (1992) e Talora &
Morellato (2000). Por outro lado, em ambientes abertos, espécies que se dispersam pelo vento
tendem a ser mais prevalentes, conforme indicado por Vieira et al. (2000).
Segundo (Howe & Smallwood 1982) fisionomias abertas favorecem a dispersão pelo
vento, ao passo que fisionomias fechadas, a dispersão por animais. Dessa forma, escolhemos
por dar prioridade as anemocóricas nas pioneiras visto ser uma área aberta, e assim
sucessivamente com o modelo ecologico sendo desenvolvido e especies de animais vão
aparecendo, as secundárias com Síndrome de Dispersão Zoocóricas possam aumentar a
biodiversidade do local.
Cada uma dessas síndromes de dispersão tem suas vantagens e desvantagens e é
adaptada às condições ecológicas particulares nas quais a planta evoluiu. A compreensão
dessas síndromes pode ser muito útil na gestão e conservação de habitats naturais, bem como
em projetos de restauração ecológica.
Quanto a Diversidade Sucessional:
● A inclusão de espécies pioneiras como Espinho-agulha, Capixingui, Ipê-branco, Lixa
é importante para estabilizar o solo, fornecer sombra e criar condições favoráveis para
espécies de estágios sucessionais posteriores.
● As espécies de estágios sucessionais intermediários e tardios como Pombeiro e Inga
ajudarão a aumentar a complexidade estrutural e funcional do ecossistema em
recuperação.
● A presença de uma espécie clímax como Jequitibá é crucial para alcançar um
ecossistema maduro e estável a longo prazo.
8.9.5. O plantio
As mudas arbóreas serão plantadas manualmente, com altura mínima de 20 cm. Após
a adubação orgânica e plantio, uma concavidade anelar ao redor da muda facilitará a captação
de água. Cobertura vegetal ao redor da planta auxiliará na preservação da umidade do solo.
O plantio será disposto em um padrão de 3 metros entre cada muda, adaptável
conforme as especificidades do terreno, intercalando espécies de diferentes portes para cobrir
integralmente a área em recuperação.
8.9.6. Tutoramento
Para assegurar o desenvolvimento vertical e proteger contra quedas, cada muda será
apoiada por um tutor de madeira ou bambu, fincado 60 cm no solo e com altura entre 1,8 e 2
metros. A amarração será feita em formato de oito para evitar danos à planta. Conforme a
Figura 26.
8.10. MANUTENÇÃO
Durante a estação seca, será executada a manutenção periódica da área, removendo a
vegetação invasora ao redor das plantações para prevenir o estrangulamento das mudas no
período de chuvas. Também serão realizados o monitoramento e controle de pragas como
formigas cortadeiras, se necessário, e a substituição de mudas que não se estabelecerem.
Adicionalmente, o aceiro será refeito ao redor do local plantado para prevenir incêndios.
8.10.4. Fertirrigação
A manutenção da fertirrigação é um passo essencial para garantir a eficiência e
longevidade do sistema. Será realizado verificações regulares para assegurar que a
distribuição de nutrientes e água seja uniforme e adequada às necessidades das plantas.
Limpeza e inspeção de filtros, tubulações e emissores são críticas para prevenir
obstruções e corrosão. Além disso, é necessário monitorar a solução nutritiva, ajustando a
concentração de fertilizantes conforme a fase de crescimento das plantas e as condições
climáticas. O manejo atento evita desperdícios, promove o crescimento saudável das plantas e
maximiza os rendimentos da produção.
8.11. MONITORAMENTO
O monitoramento envolve encontrar formas de medir características da área em
restauração que nos permitam avaliar se as ações estão obtendo sucesso e se o ecossistema
está se desenvolvendo no caminho desejado, ou ainda se precisamos realizar novas
intervenções.
A análise do enraizamento das mudas deve ser feita até 30 dias após o plantio para
verificar a adaptação ao solo. Neste momento, também se identifica a necessidade de
intervenções adicionais, como irrigação extra, fertilização complementar, melhorias na
drenagem ou reparo de erosões. Caso haja necessidade, a substituição de mudas que não se
adaptaram será programada para o mês subsequente a essa avaliação inicial.
No ano subsequente ao plantio, deve-se acompanhar atentamente o desenvolvimento
das espécies pioneiras, executando capinas periódicas para controle de vegetação concorrente
e replantio de mudas que não se estabeleceram. Esse processo deve ser continuado para as
espécies secundárias e climácicas, garantindo a progressão e estabilização do ecossistema.
O monitoramento contínuo incluirá a substituição de mudas que não prosperarem e a
aplicação regular de adubação orgânica. Adicionalmente, a fertirrigação será empregada para
impulsionar o crescimento das plantas, assegurando um estabelecimento robusto e um
desenvolvimento saudável das espécies introduzidas.
● Avaliação Inicial (até 30 dias após o plantio): Checagem da sobrevivência das mudas.
● Após 30 dias do plantio: Execução da adubação de cobertura, busca por indícios de
pragas ou doenças; aplicação de métodos de controle adequados.
● Final do 1º período de chuvas: Nova avaliação de sobrevivência das mudas,
observação de pragas/doenças; realização de manutenção necessária, incluindo
limpeza ao redor das plantas e medidas contra incêndios, além de irrigação.
● Período seco: Intensificação da irrigação.
● Início do 2º período chuvoso: Reavaliação das mudas, replantio onde necessário;
atenção a pragas e doenças; continuação da manutenção regular.
9. CRONOGRAMA FÍSICO
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO
IMPLANTAÇÃO jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Aquisição de EPI's + Ferramentas X
Construção da Cerca X
Limpeza Inicial da área X X
Construção do aceiro X X
Roçada manual X X X
Aquisição do Insumo,
Identificação e combate às X X X
formigas
Locação das covas X
Coroamento manual das covas X
Abertura manual das covas X
Aquisição dos Insumos Pré
X
Plantio
Calagem X
Gessagem X
Adubação Orgânica X
Sistema de fertirrigação X X
Aquisição de Mudas X
Plantio manual de mudas em
X
saquinhos (Pioneiras)
Tutoramento com bambu X
Fertirrigação X X X X
Emissão de Relatório + ART X
Visita Técnica X
MANUTENÇÃO (1º Ano) jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Aceiro X
Repasses no combate às formigas X X X X
Roçada manual X X
Coroamento das mudas plantadas X X X X
Fertirrigação X X X X X X X X X X X X
Visita Técnica X X
Replantios X
Plantio manual de mudas em
X
saquinhos (Não Pioneiras)
Emissão de Relatório de
X
Acompanhamento
agost
MANUTENÇÃO (2º Ano) jan fev mar abril maio junho julho set out nov dez
o
Aceiro X
Repasses no combate às formigas X X X X
Roçada manual X X
Coroamento das mudas plantadas X X X X
Fertirrigação X X X X X X X X X X X X
Visita Técnica X X
Replantios X
Emissão de Relatório de
X
Acompanhamento
MANUTENÇÃO (3º Ano) jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Aceiro X
Repasses no combate às formigas X X X X
Roçada manual X X
Coroamento das mudas plantadas X X X X
Fertirrigação X X X X X X X X X X X X
Visita técnica X X
Replantios X
Emissão de Relatório de
X
Acompanhamento
10. ORÇAMENTO
Tabela XX - Atividades e Orçamento detalhado da fase de implantação
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
Estacas Unid 1 601 R$ 10,00 R$ 6.010,00
Esticador Unid 1 150 R$ 40,00 R$ 6.000,00
Grampo kg 1 5 R$ 106,00 R$ 530,00
Arame 500 metros 1 13 R$ 275,00 R$ 3.575,00
Preparo do
Transporte,
Terreno
Alimentação e Diárias 13 7 R$ 40,00 R$ 3.640,00
Ferramentas
Mão de obra Diárias 13 7 R$ 100,00 R$ 9.100,00
Total R$ 28.855,00
Placa de
Unidade 1 1 R$ 100,00 R$ 100,00
Sinalização
Placas de
Placa 30x50cm Diária 1 1 R$ 50,00 R$ 50,00
Sinalização
Mão de Obra Diária 1 1 R$ 40,00 R$ 40,00
Total R$ 190,00
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
Iscas
Manejo de formicidas e kg 1 47,5 R$ 12,30 R$ 584,25
praga antes do cupinicida
plantio Mão de Obra Diárias 1 14 R$ 100,00 R$ 1.400,00
Total R$ 1.984,25
Calcário -
tonelada 1 8,6 R$ 220,00 R$ 1.892,00
Dolomítico
Gesso Agrícola tonelada 1 16,5 R$ 55,00 R$ 907,50
NPK 02-14-06
(com
micronutrientes
) e NPK tonelada 1 17 R$ 2.520,00 R$ 42.840,00
04-14-08 +
Insumos para o
0,05% B +
preparo do solo
0,4% ZN
e o Plantio
Adubo
orgânico para o tonelada 1 65 R$ 28,00 R$ 1.820,00
plantio
Mudas para
Unidade 1 1618 R$ 5,00 R$ 8.090,00
Plantio
Transporte,
Alimentação e Diárias 13 7 R$ 40,00 R$ 3.640,00
Ferramentas
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
Mão de Obra Diárias 13 7 R$ 100,00 R$ 9.100,00
Total R$ 68.289,50
Bomba dágua
submersa
VIVOSUN Unidade 1 2 R$ 200,00 R$ 400,00
high flow
3000L/h
Reservatório
Unidade 1 1 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
200 mil litros
Sistema de Filtro de Areia Unidade 1 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
fertirrigação Tanque de
Unidade 1 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Fertilizantes
Filtro de Tela Unidade 1 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Tubulações Unidade 1 2 R$ 130,00 R$ 260,00
Kit completo
de materiais Unidade 1 291 R$ 734,00 R$ 213.594,00
1000 Metros
Total R$ 237.254,00
Responsável
hora 1 40 R$ 500,00 R$ 20.000,00
Técnico
Profissional
Supervisão hora 1 40 R$ 180,00 R$ 7.200,00
Habilitado
Técnica e
Transporte e
profissional Diária 2 5 R$ 100,00 R$ 1.000,00
Alimentação
habilitado.
Taxa de
Unidade 2 2 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00
Administração
Total R$ 40.200,00
TOTAL de Implantação 1º Ano R$ 395.492,23
Calcário -
Tonelada 1 8,6 R$ 220,00 R$ 1.892,00
Dolomítico
NPK 13-04-08 tonelada 1 17 R$ 2.520,00 R$ 42.840,00
Adubo
orgânico para o tonelada 1 65 R$ 28,00 R$ 1.820,00
Insumos para o plantio
preparo do solo Mudas para
Unidade 1 1641 R$ 5,00 R$ 8.205,00
e o Plantio Plantio
secundário Replantio 10% 1 162 5 R$ 810,00
Transporte,
Alimentação e Diárias 13 7 R$ 40,00 R$ 3.640,00
Ferramentas
Mão de Obra Diárias 13 7 R$ 100,00 R$ 9.100,00
Total R$ 68.307,00
Responsável
hora 1 40 R$ 500,00 R$ 20.000,00
Técnico
Profissional
Supervisão hora 1 40 R$ 180,00 R$ 7.200,00
Habilitado
Técnica e
Transporte e
profissional Diária 2 5 R$ 100,00 R$ 1.000,00
Alimentação
habilitado.
Taxa de
Unidade 2 2 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00
Administração
Total R$ 40.200,00
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
TOTAL 2º Ano R$ 128.026,84
Calcário -
Tonelada 1 8,6 R$ 220,00 R$ 1.892,00
Dolomítico
NPK 13-04-08 tonelada 1 17 R$ 2.520,00 R$ 42.840,00
Adubo
orgânico para o tonelada 1 65 R$ 28,00 R$ 1.820,00
Insumos para o plantio
preparo do solo Mudas para
Unidade 1 3215 R$ 5,00 R$ 16.075,00
e o Plantio Plantio
secundário Replantio 10% 1 326 5 R$ 1630,00
Transporte,
Alimentação e Diárias 13 7 R$ 40,00 R$ 3.640,00
Ferramentas
Mão de Obra Diárias 13 7 R$ 100,00 R$ 9.100,00
Total R$ 76.997,00
Supervisão Responsável
hora 1 40 R$ 500,00 R$ 20.000,00
Técnica e Técnico
profissional Profissional
hora 1 40 R$ 180,00 R$ 7.200,00
habilitado. Habilitado
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
Transporte e
Diária 2 5 R$ 100,00 R$ 1.000,00
Alimentação
Taxa de
Unidade 2 2 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00
Administração
Total R$ 40.200,00
TOTAL 3º Ano R$ 139.838,44
Calcário -
Tonelada 1 8,6 R$ 220,00 R$ 1.892,00
Dolomítico
NPK tonelada 1 17 R$ 2.520,00 R$ 42.840,00
Adubo
Insumos para o orgânico para o tonelada 1 65 R$ 28,00 R$ 1.820,00
preparo do solo plantio
e o Plantio Replantio 10% 1 647 5 R$ 3.235,00
secundário Transporte,
Alimentação e Diárias 13 7 R$ 40,00 R$ 3.640,00
Ferramentas
Mão de Obra Diárias 13 7 R$ 100,00 R$ 9.100,00
Total R$ 62.527,00
Supervisão Responsável
hora 1 40 R$ 500,00 R$ 20.000,00
Técnica e Técnico
profissional Profissional
hora 1 40 R$ 180,00 R$ 7.200,00
habilitado. Habilitado
Unidade para Número de Preço unitário
Atividade Descrição Quantidade Preço total
quantidade Trabalhadores (R$)
Transporte e
Diária 2 5 R$ 100,00 R$ 1.000,00
Alimentação
Taxa de
Unidade 2 2 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00
Administração
Total R$ 40.200,00
TOTAL 4º Ano R$ 118.058,19
12. ANEXOS
12.1. Anexo 1 - Registro Fotográfico