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Ministério da Educação

Universidade Federal de São Paulo


PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

UNIFESP – Baixada Santista. Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia


do Mar; Departamento de Ciência do Mar

Atividade Educação Ambiental

Gerson Roberto de Souza Junior, 140.978

Santos, 2021
1. O que você entende por Educação Ambiental? Faça este registro agora, de início,
como um marco do seu momento atual.

Educação Ambiental em seu primeiro momento ao meu ponto de vista, seria elevar o
senso crítico e o repensar a sociedade frente às atitudes cotidianas, identificando seus efeitos
para com a natureza e sociedade. Portanto cabe às relações individuais, sociais e institucionais
mediar a construção da sensibilização ambiental mobilizando toda a sociedade com o intuito
de formar pessoas dispostas a mudar o quadro de crise ambiental e viver de modo responsável
e sustentável preocupado com a humanidade e o ecossistema.
Porém esse meu pensamento acaba privilegiando uma dessas partes, o ser humano,
sobre as demais, natureza, estabelecendo uma diferença hierarquizada que constrói a lógica da
dominação.
Portanto, gostaria de ir a uma Educação Ambiental conservadora à crítica, e dentro
desta concepção, a desvelar esses embates presentes, para que numa compreensão complexa
do real se identifique os atores sociais para intervir nessa realidade. E que a reflexão subsidie
uma prática criativa (ou até mesmo Utópica) e essa prática dê elementos para uma reflexão e
construção de uma nova compreensão de mundo, assim como vimos em outras UC’s com
artigos de Edgar Morin e Milton Santos.
Então creio eu, no começo desta UC que Educação Ambiental seja mais do que
compreender a problemática ambiental e apenas esperar que isso vá transformar nosso
comportamento e a sociedade.

2. Como os textos me ajudam a repensar a minha visão de educação ambiental?

A partir dos textos lidos foi possível compreender que historicamente já defendiam a
ideia da necessidade da proteção dos recursos naturais e também a importância do contato
com a natureza para a formação humana. Dessa forma a educação ambiental foi criada
primeiramente como uma forma para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente,
por meio de enfoques interdisciplinares e de participação ativa e responsável de cada
indivíduo e da coletividade. Sua tendência seria reforçar o sentido dos valores, contribuir para
o bem-estar geral e preocupar-se com a sobrevivência da espécie humana.
A partir disso, a Educação Ambiental identifica que os indivíduos e a coletividade
compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio criado pelo homem,
resultante da integração de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais.
Sendo assim temos responsabilidade individual e coletiva, em nível local, nacional e
planetário, logo temos que visar a formação de sociedades socialmente justas e
ecologicamente equilibradas na conservação do meio ambiente, cujas preocupações não se
concentram apenas na crise ambiental, em compreender as causas estruturais que a provocam
e sustentam, mas também em construir formas alternativas de enfrentá-la.
Por fim, minha dúvida se a educação ambiental tem um viés antropocentrista pode ser
explicada em uma perspectiva Biocêntrica (ao qual desconhecia), que visa contribuir às
mudanças de valores frente a vida que venham a concretizar a proteção ambiental, tendo
como base para a referida discussão a análise dos resultados de pesquisas que versam acerca
da gestão de Unidades de Conservação, que coloca a vida como centralidade ética e
ecológica. Assim, esse tipo de educação pode contribuir para as mudanças necessárias à
sustentabilidade, uma vez que promove a integração humana, a renovação orgânica e a
reeducação afetiva, alterando valores e com isto, atitudes.

3. Considerando as correntes de educação ambiental apresentadas por Sauvé,


escolha 3 correntes que lhe parecem mais interessantes e traga suas principais
características.

Corrente de sustentabilidade - Essa corrente atribui ao mercado a capacidade


institucional de resolver a degradação ambiental, “economizando” o meio ambiente e abrindo
mercados para as novas tecnologias limpas. A crise ambiental será superada fazendo uso das
instituições da modernidade sem abandonar o esquema da modernização e sem alterar o
sistema de produção capitalista de modo geral. Ou seja, a responsabilidade é transferida da
esfera pública ou empresarial para os indivíduos, que devem assumir atitudes ambientalmente
corretas (separar o lixo, economizar água, tomar banhos mais rápidos e frios, economizar na
energia), o que muitas vezes encobre as verdadeiras causas do problema e contribui para uma
despolitização do discurso e transferência de culpa.
Gosto muito da definição de Guivante para esse tipo de corrente que seria “Os riscos
são produzidos industrialmente, externalizados economicamente, individualizados
juridicamente, legitimados cientificamente e minimizados politicamente”

Corrente conservacionista/recursista - ocupada da conservação de recursos naturais,


tais como a água, o solo e o meio biótico, de acordo com Sauvé. Esta corrente está alinhada
com a visão utilitarista da natureza, tendo como principais objetivos a adoção de
comportamentos de conservação e o desenvolvimento de habilidades de gestão ambiental. Ou
seja, a educação deve estabelecer sua função social para gerar consciência ambiental e
proteção dos recursos naturais e assim evitar o seu esgotamento.
Programas de redução, reutilização e reciclagem (os 3 R) e outros de gestão ambiental
estão associados a esta corrente. São práticas que buscam a resolução de problemas locais sem
contextualizar as causas desses problemas em uma análise histórico-estrutural, permanecendo
fora de um contexto social e político.

Corrente Holística - Acredita que o enfoque exclusivamente analítico e racional das


realidades ambientais encontra-se na origem de muitos problemas atuais, preferindo levar em
conta não apenas as realidades socioambientais, mas também as diversas dimensões das
pessoas que entram em contato com essas realidades e as relações entre os seres e entre os
seres e o ambiente. Permite, assim, analisar a forma como diferentes segmentos da sociedade
percebem os impactos ambientais.
Logo, a percepção da crise ambiental pelos segmentos populares da sociedade se dá
pela vivência imediata e intensa dessa população sobre os diversos problemas ambientais que
se atrelam intimamente com a produção da miséria por esse modelo de sociedade. Para grupos
dominantes, a percepção desta crise não se dá tanto pela convivência imediata dos problemas,
mas sim pela influência que a crise ambiental vem exercendo sobre o processo de acumulação
do capital, pela queda de produtividade, direta ou indiretamente, pelo desvio de recursos do
processo produtivo para o enfrentamento de problemas ambientais ou pela necessidade de
conquista do mercado “verde”.
Dessa forma, o termo Racismo Ambiental se insere, ao qual faz referência às formas
desiguais pelas quais etnias, raças e classes sociais vulnerabilizadas são expostas às
externalidades negativas e a fenômenos ambientais nocivos como consequência de sua
exclusão dos lugares de tomada de decisão. O racismo ambiental está atrelado à injustiça
ambiental, sendo um mecanismo pelo qual os menos favorecidos socioeconomicamente são
sobrecarregados dos danos ambientais do processo econômico; ao mesmo tempo em que
usufruem menos dos produtos do capitalismo ou têm o seu direito ao usufruto dos recursos
naturais subtraído.
Portanto, a educação ambiental deve trabalhar a aprendizagem e o comprometimento
com a natureza e demais seres. Assim sendo, todas as atividades criativas, técnicas, agrícolas
e artísticas desenvolvidas pelos humanos, devem estar associadas à natureza, pois geram
impactos sejam diretos ou indiretos.

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