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O uso do Aço na Arquitetura 1 Aluízio Fontana Margarido

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Meios de Ligação

Objetivo
Conhecer os sistemas de ligação utilizados nas estruturas
de aço

Ligações nas Estruturas Metálicas – Aço


As ligações nas estruturas metálicas podem ser feitas por meio de: * obs: os rebites estão em desuso atualmente
e são usados, quase somente para restauro
. parafuso comum;
de estruturas metálicas antigas
. parafusos de alta resistência;
. solda.
. rebites*

Parafuso Comum
São dispositivos que trabalham ao cisalhamento. Os
parafusos são compostos pela cabeça e corpo, com os
complementos arruela e porca e algumas vezes, con-
traporca.
A arruela tem a finalidade de distribuir as tensões de
aperto, mas principalmente permitir a rotação da porca
quando está sendo dado o aperto.
A arruela é de aço tratado termicamente e é sempre colo-
cada entre a porca e a face do perfil de aço. Em estruturas
de aço não se usa arruela do lado da cabeça do parafuso.
A resistência do parafuso é dada pela resistência das
superfícies que devem ser rompidas na ação de corte
– cisalhamento.

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Quanto maior o número de superfícies de corte maior é


a resistência do parafuso.

Resistência de uma superfície de cisalhamento:

δ = tensão de cisalhamento
d = diâmetro do parafuso
F = força na superfície

Quando temos duas superfícies:

Quando temos quatro superfícies:

Devemos cuidar para que as chapas e os parafusos não


sejam esmagados pela tensão de contato, bem como,
que a chapa não venha a rasgar-se.
A ação do parafuso pressupõe que haja um pequeno
movimento entre as partes para manifestar-se o cisa-
lhamento e as ações de esmagamento e rasgamento.

Devemos evitar numa ligação parafusada:

. o cisalhamento do parafuso;

. o esmagamento;

. o rasgamento da chapa.

Mais raramente, se usam pinos parecidos


com parafusos, só que estes não têm rosca
e são usados quando necessitamos de diâ-
metros maiores. Alguns pinos têm roscas no
seu próprio corpo para fixar porcas.

Ligação com parafusos de alta resistência.


Fonte: Gerdau Açominas

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Parafusos de Alta Resistência


Historicamente, o parafuso de alta resistência surgiu Sendo o coeficiente de atrito π a força que aparece se
quando se estudavam ligações rebitadas com colocação opondo à força F:
de rebites a quente. Quando o aço, depois de aquecido
retraía desenvolvia-se forte aperto entre as chapas, de Fat = πP
maneira que, pela presença da força de atrito, as chapas
não se deslocavam, gerando uma ligação rígida, como Fat > H
acontece com a ligação soldada. Assim surgiu o parafuso
de alta resistência. É um parafuso que devido ao aperto
πP > F
da porca, gera uma força de compressão tão alta que π = coeficiente de atrito
pelo atrito as chapas não se movimentam entre si.
Os parafusos de alta resistência têm um comportamento
como o da solda, ou seja, eles ligam as partes de ma-
neira que não ocorra movimento relativo.

Tipos de Ligações

Ligação Flexível - “Articulação Fixa” Ligação Semi Rígida

Ligação Rígida - “Engaste”


As ligações podem ser classificadas em flexíveis, semi-
rígidas e rígidas.
As ligações flexíveis são as que permitem o maior movi-
mento. São as mais simples de serem executadas e tam-
bém as mais baratas. As rígidas permitem movimentos
muito pequenos e são mais caras.

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Conexões Típicas Parafusadas

Tabela de curvas de rotação das vigas de acordo


com a conexão de extremidade

(fonte: BELLEY, 1998)

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Há uma nítida preferência em se fazer ligações flexí-


veis, principalmente em edifícios quando temos outros
elementos que permitem dar estabilidade ao conjunto,
como um núcleo rígido de concreto ou de aço.

Rebites

Os rebites são feitos de aço ASTM A-36 e são deformados


para formarem uma cabeça do lado oposto da chapa de
aço, onde já existe a outra cabeça do rebite. Os rebites,
até 1/2 polegada, são deformados a frio. Acima de 1/2 pole-
gada, são deformados a quente.
A operação de se colocar o rebite chama-se “cravação”.
E podemos ter vários tipos de cabeça.

Como já foi dito, hoje em dia os rebites são usados


apenas em restauro de estruturas metálicas.

Solda

Depois do parafuso desenvolve-se a solda, que é o mais As superfícies de emenda devem ser preparadas para
eficiente meio de ligação para a execução de estrutu- propiciar uma melhor união em função da espessura das
ras de aço. Os parafusos, tanto os comuns quanto os de chapas. Chapas até 13mm não necessitam de nenhum tipo
alta resistência, são utilizados quando forem viáveis em de acabamento especial.
condições de montagem. O parafusamento, conforme a As soldas podem ser:
junta, pode ser mais rápido de ser executado do que
a solda. • entalhe com penetração total
• entalhe com penetração parcial
A solda é obtida pela fusão do eletrodo, que é composto • solda de filete
de um metal mais resistente do que as partes que vai unir. • e solda de tampão
O eletrodo é revestido com um material que propicia uma
melhor fusão dos materiais eletrodos e materiais de base, A solda de tampão funciona como se fosse um parafuso.
sem fazer parte da nova liga.
As soldas podem ser contínuas ou descontínuas, conforme
Os eletrodos são fundidos através do arco voltaico que, exigir o projeto.
através do efeito joule, funde os materiais dando uma liga
mais resistente que o aço que vai unir. A solda pode ser Soldas descontínuas permitem penetração de umidade,
feita através de corrente contínua ou alternada, em função causando corrosão.
de necessidade de maior penetração ou cobertura que se
deseja obter. Também são feitas com vários diâmetros de
eletrodos, em função da solda do que se quer fazer e da
potência do equipamento de solda.

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Figura: Esquema do equipamento de soldagem


com o eletrodo revestido, sendo este o método
de soldagem mais comum.

Tipos de Entalhe para Solda

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Localização dos elementos no símbolo de soldagem

símbolos básicos de solda (Fonte: BELLEI, 1998)

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Deformação devido à Solda

A solda, quando esfria se contrai, distorcendo a peça. A seqüência alternada de soldagem per-
mite que se compense esta ação. Faz-se, alternadamente, a solda de um lado e do outro, até
terminar-se a solda de maneira contínua.

Em estruturas mais complexas as tensões devidas à solda se somam as tensões da estrutura.

Diagramas de Tensões Residuais de Solda

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Técnicas para Verificar a Eficiência da Solda

A solda pode ser verificada pelos seguintes métodos: A inspeção visual é a primeira que se faz, pois existem
padrões visuais que facilitam a análise.
. Inspeção visual (é sempre feita)
. Líquido penetrante
O líquido penetrante é para detectar fissuras superfi-
. Ultra-som
ciais. Passa-se um líquido na superfície que se quer
. Raio X
inspecionar e depois é feito o polvilhamento de um pó,
normalmente vermelho. Havendo fissuras, essas ficam
obs: a relação acima esta na ordem contrária de eficiência
marcadas pelo pó que entra pela fissura.

A inspeção por ultra-som é adequada tanto para defei-


tos superficiais quanto para defeitos internos.

O raio X é semelhante ao ultra-som, porém, com muito


maior confiabilidade, pois o raio X fica registrado. No
caso de uma obra importante deve-se escolher o mé-
todo de verificação da solda e devem ser fixadas as
porcentagens dos cordões de solda que deverão ser
verificados. Podemos inspecionar, por exemplo, através
de raio X 100% do trecho ou 60% do trecho, a critério do
projetista.

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