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Universidade Federal de Pernambuco


Professor: Douglas Mateus de Lima
Aluno: Wagner Weslley Oliveira Pinto
Sistema Construtivo em Aço
Caruaru, 09 de junho de 2017

O presente relatório tem o objetivo de elucidar os principais pontos da palestra realizada


por Djaniro Álvaro de Souza, representante da Gerdau, e conhecer outras aplicações e
aspectos do aço não vistas em sala de aula, por ter pouco tempo de aulas para um assunto tão
abrangente.

1. Aço e perfis estruturais


O aço é uma liga de ferro, carbono e outros elementos com o objetivo de melhorar as
características mecânicas, sendo um material muito abundante na natureza (óxidos) e 100%
reciclável. O elemento ferro compõem cerca de 98% da liga, sendo o carbono variando de
0,08% a 2%. O teor de carbono aumenta a resistência do aço, mas se for muito elevado esse
teor então o aço pode se comportar como um material frágil. O aço utilizado para estrutura
requer boa ductilidade e soldabilidade sendo necessário o controle do teor de carbono para
atingir esse objetivo.

O processo de fabricação do aço pode ser feito por ferro fundido no alto-forno e sucata
de ferro fundido num forno elétrico.

Os tipos de perfis de aço são: Laminados, soldados e formado a frio.


1.1. Perfil laminado:
Os laminadores formam os perfis em I. H, L, U ou em barras e chapas. A altura do perfil
é variável, tendo em valor máximo de 1,10 metros.

1.2. Perfil Soldado:


Os perfis soldados são feitos de chapas ou perfis laminados simples, com ligação
soldada. Esse tipo de perfil é classificado como perfis CS, perfis VS e perfis CVS, muito
utilizado em pontes, plataformas, edifícios.

1.3. Perfil formado a frio:


O aço formado a frio não é formado com o calor como nos outros tipos de aço. São
chapas metálicas dobradas por prensas, tornando-o uma estrutura mais leve, esbelta e elástica.

2. Ligações
Os tipos de ligações mais utilizadas são chapas, perfis, placas, sendo os meios de
ligação soldas, parafusos, pinos, barras. As classificações das ligações são em função dos
esforços e da rigidez, sendo ligação flexível e ligação rígida.

2.1. Ligação flexível:


As ligações flexíveis são rótulas que impedem teoricamente o momento na rótula, mas
na prática há um pequeno momento e uma grande rotação na rótula. São formadas por
sistemas contraventados (indeslocáveis) com a vantagem de sofrer pequenas deformações
causadas pelas cargas, sendo melhor que o sistema de ligação rígida, mas tem um custo maior
de implementação, é mais difícil de calcular e gasta mais aço.
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2.2. Ligação rígida:


As ligações rígidas são engastes que impedem teoricamente a rotação no engaste, mas
na prática há uma pequena rotação e um grande momento no engaste. São formadas por
sistemas aporticados (deslocáveis) com a vantagem de ter um menor custo e mais fácil de
implementar, mas tem a desvantagem do sistema sofrer grandes deslocamentos causados pelas
cargas

3. Sistemas Mistos Aço-Concreto

3.1. Laje mista:

Laje constituída por fôrma metálica (steel deck) preenchida com concreto e tem a
principal finalidade trabalhar como armadura positiva. A vantagem desse sistema é a rápida
execução em obra, a não empregabilidade de armaduras positiva, alta qualidade de
acabamento, passagem de instalações elétricas no steel deck.

3.2. Viga mista:


São vigas formadas por perfis laminados, soldados ou formados a frio, revestidos com
concreto ou junto a uma laje de concreto. Esse tipo de estrutura é bem empregado, pois o aço
resiste bem a tração enquanto que o concreto à compressão. Um ponto importante a ser
discutido nas vigas mistas é o uso de pinos ou conectores de cisalhamento (Stud Bolts), em
aço galvanizado, para combater o deslizamento da viga em relação a laje. Os conectores de
cisalhamento têm a função de transmitir as tensões de cisalhamento entre a laje e o pilar, e
combater o deslocamento da laje com a viga.

3.3. Pilar misto:


Neste tipo de estrutura o aço pode ser formado por perfis em I, H, circulares (tubos de
aço), retangulares ou ligados por mais de um perfil, que podem ser, laminados, soldados ou
formados a frio e podem ser revestidos com concreto ou preenchidos. Os pilares mistos são
classificados em: Pilar misto revestido, Pilar misto preenchido, pilar tipo battened, e entre
outros.

3.3.1. Pilar misto revestido:


Esse tipo de pilar é o mais conhecido dentre os outros e são formados por perfis
laminados, soldados ou formados a frio, podendo ser ligado por mais de um perfil e
preferencialmente as fôrmas são retangulares ou quadradas possuindo armaduras longitudinais
e transversais. O benefício para este tipo de estrutura é a proteção do aço contra fogo e
corrosão, sendo a principal desvantagem o uso de fôrmas para concretagem tornando-o mais
trabalhoso na hora da execução. Os tipos de ligações viga-pilar podem ser ligação flexível ou
semi-rígida.

3.3.2. Pilar misto preenchido:


Esse tipo de estrutura é formado por perfis tubulares preenchidos por concreto e tem a
vantagem de não trabalhar com fôrmas e armaduras e consequentemente ser mais leve que o
revestido. A desvantagem seria a dificuldade de colocar os conectores de cisalhamento
quando houvesse a necessidade, e também, a proteção parcial contra o fogo, sendo necessário
uma fôrma de proteção. As ligações são usualmente feitas por soldagem, as vigas são soldadas
diretamente no pilar.
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3.3.3. Pilar tipo battened:


Esse tipo de pilar é formado por dois perfis em U ligados por talas, sendo a parte vazada
preenchida por concreto. A vantagem é ter acesso a parte interna do pilar para eventuais
ligações, e também, o aumento da capacidade de carga com o aumento entre as distancias dos
dois perfis U. Como o aço está exposto, então estaria mais suscetível a ação de corrosão se
não for devidamente tratado com pinturas ou formas que impeçam isso.

Todo aço laminado, na sua etapa final, forma uma camada natural chamada carepa de
laminação. Essa camada, formada por óxidos, causa muita preocupação mesmo sendo dura,
lisa e aderente ao aço. Um dos motivos seria a diferença do coeficiente de dilatação entre a
carepa e o aço, que ao longo do tempo, essa camada vai se descascando do aço permitindo a
entrada de oxigênio e água, causando patologias no aço. Com isso, o processo de remoção da
carepa se torna obrigatória para a futura manutenção da estrutura de aço.

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