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Apresentação

Seja bem vindo ao curso de Cálculo de Estruturas de Aço, do CBCA.

Neste curso optamos por estabelecer três tipologias que utilizaremos como base para o nosso estudo.

São elas:

1. Mezaninos
2. Galpões
3. Edifícios de até cinco pavimentos

Ao definirmos estas tipologias acreditamos que estaremos abrangendo grande parte das estruturas de aço executadas em nosso país.

Este curso não pretende esgotar o assunto, que é por demais vasto. Nosso intuito é abrir um caminho inicial para que cada participante possa continuar
avançando por si mesmo, através de bibliografia, ou em outros cursos que pretendemos desenvolver no futuro.

Nosso principal objetivo é que o conteúdo proposto seja, efetivamente, de ordem prática.

É importante esclarecer que não pretendemos tratar de noções básicas para cálculo de esforços e reações de cargas, cálculos de momentos fletores e
forças cortantes, ou esforços axiais em pilares e em estruturas compostas de barras.

Recomendamos que, se você estiver esquecido destas questões, estude um pouco antes de começar o curso, para por em dia estes assuntos. Retome os
procedimentos de cálculo para esses esforços.
Introdução

O material Aço

O aço é uma liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono. Dependendo do tipo de aço que queremos obter, são adicionados outros elementos,
tais como: manganês, silício, fósforo, enxofre, alumínio, cobre, níquel, nióbio, cromo e outros.

Cada um destes elementos altera as propriedades físicas da liga, como sua resistência mecânica, resistência a corrosão, ductilidade e muitas outras.

Tabela de elementos de liga


Figura 0
A quantidade de carbono
A quantidade de carbono é de suma importância nas características mais relevantes do aço.

Aços com maior quantidade de carbono são mais resistentes, porém pouco dúcteis e muito quebradiços. Com menos carbono são mais dúcteis, mas com
menor resistência.

A ductilidade é um aspecto importante, pois permite que sejam visualizadas as deformações em peças submetidas a grandes tensões, servindo como aviso
antes da ruptura, ou permitindo a redistribuição dos esforços.

Esta propriedade também é importante para a confecção de perfis de chapas dobradas, evitando trincas ou quebra nas linhas de dobra.

Em relação ao cálculo de dimensionamento, não se considera o limite de ruptura como limite de trabalho do aço e sim o limite de escoamento, pois a partir
deste ponto as deformações são permanentes e indesejáveis, podendo, inclusive ocorrer a ruptura inesperadamente.
Figura 1
O capítulo referente às características de fabricação do aço faz parte do curso Introdução ao Uso do Aço na Construção Civil e aqui será oferecido apenas
como leitura complementar, não sendo nossa intenção nos aprofundarmos nestas questões.

Caso tenha interesse em conhecer este material, faça o download da 2ª parte do módulo 1 daquele curso.
Aos que tiverem interesse em conhecer mais sobre o uso do aço na arquitetura e construção, recomendamos fazer os dois outros cursos a distância
oferecidos pelo CBCA:

a. Introdução ao Uso do Aço na Construção


b. Sistemas Estruturais em Aço na Arquitetura
Curso de Introdução ao uso do Aço na Construção
Módulo 1 - 2ª parte (arquivo no formato pdf)

Para fazer o download do arquivo clique aqui

Módulo 1 : Parte 1

Perfis Metálicos - Tipos e Usos

É importante esclarecer um aspecto fundamental quando se pretende trabalhar com estruturas de aço: os elementos com que trabalhamos, os perfis de aço
utilizados como vigas e pilares, diferem bastante dos elementos da construção convencional. Em concreto armado, estes elementos estruturais variam,
principalmente, nas dimensões (Base e Altura) e na quantidade de armadura utilizada. Já nos perfis metálicos podemos ter uma gama mais variada de tipos
de perfis, cada qual com características próprias, sejam elas de geometria, espessura, tipo de fabricação e com indicação de uso diferenciado, além das
próprias características do aço, de maior ou menor resistência mecânica, e composição química.

1. Perfis Estruturais de Aço

Denomina-se perfil estrutural à barra de aço obtida por diversos processos e que apresenta a forma da sua seção com determinadas características para
absorver determinados esforços.

Os perfis estruturais de aço são obtidos a partir dos lingotes reaquecidos, que passam pelos laminadores-desbastadores, onde têm sua seção transversal
alterada e a estrutura molecular do aço trabalhada para atingir características físicas apropriadas.

Como resultado desta operação são obtidas placas ou tarugos de seção quadrada ou retangular. As placas são destinadas à fabricação de chapas e os
tarugos à fabricação de perfis estruturais.
Foto 01: Laminador de tiras a quente
Fonte: Usiminas
Os tarugos são processados, sob pressão, em máquinas denominadas laminadores, em três fases: bruta, intermediária e de acabamento. Ao final desse
processo são obtidos os perfis com seções adequadas às solicitações estruturais. (Ver figura 01)
Figura 01
As chapas laminadas, por sua vez, podem resultar em outros perfis através de seu dobramento ou soldagem com outras chapas, além de diversos outros
produtos de aço, como telhas, fechamentos laterais e pisos.

Os perfis estruturais podem ser de três tipos:


• Perfis Laminados
• Perfis de chapas soldadas
• Perfis de chapa dobrada

1.1. Perfil Laminado


É aquele obtido a partir da laminação dos tarugos. Suas dimensões são padronizadas e limitadas. Normalmente é utilizado em obras de médio porte. Tem
como vantagem a redução do trabalho de transformação da chapa, pois já vem pronto. Os principais perfis laminados fabricados no Brasil são:

• Perfil U
• Perfil I e H
• Cantoneira
Foto 02. Laminador de perfis visto da cabine de controle
Fonte: Gerdau Açominas
1.2. Perfil de Chapa Dobrada
O perfil de chapa dobrada é obtido pelo dobramento de chapas a frio.

Quando as chapas são finas, entre 1,5 mm a 5 mm, os perfis recebem a denominação de perfis leves. Por serem muito esbeltos exigem cuidados especiais
na sua aplicação, tanto quanto à solicitação aos esforços como pela possibilidade de fácil deterioração.
Existe ainda, a modalidade de perfis muito leves, como é o caso dos perfis utilizados na construção em Light Steel Framing, cujas espessuras dos perfis de
aço galvanizado variam de 0,8 a 1,5 mm.
Foto 03 – Estrutura em light Steel Framing
Fonte: Sidnei Palatnik
Os perfis conformados a frio são atendidos pelas normas NBR 14762:2001 Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio –
Procedimento, e NBR 6355:2003 Perfis estruturais de aço formados a frio – Padronização.

Os perfis mais pesados podem ser executados com chapas que podem chegar à espessura de 25 mm. Neste caso são exigidos raios de curvaturas mínimos
na dobragem para evitar fissuração ou alteração nas características do aço.

Os perfis leves são mais comuns e utilizados em obras de pequeno porte ou em elementos estruturais secundários. Em coberturas, o uso de perfil de chapa
dobrada costuma ser o mais econômico.

Os perfis de chapa dobrada permitem variação de forma e dimensões das seções, mas podem, também, ser encontrados prontos e padronizados.

Os perfis de chapa dobrada mais comuns são:

• Perfil U, simples e enrijecido


• cantoneira

1.3. Perfil de Chapas Soldadas


Perfil de chapas soldadas é o perfil obtido pela soldagem de chapas entre si. Permite grande variedade na forma e dimensões das seções; As chapas, com
as mais diversas espessuras, variando entre 5 e 50 mm, e que podem, ainda, estar previamente dobradas, quando soldadas entre si originam as mais
diversas possibilidades de seções.

Devido ao custo de fabricação mais elevado esse tipo de perfil é utilizado em obras de médio a grande porte. No entanto, quando o projeto exigir seções com
formas especiais, essa solução também pode ser usada em obras de menor porte.

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