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Concreto

Armado

Liana
Parizotto
Revisão técnica:
Shanna Trichês Lucchesi
Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS)
Professora do curso de Engenharia Civil (FSG)

P231c Parizotto, Liana.


Concreto armado / Liana Parizotto. – Porto Alegre :
SAGAH, 2017.
220 p. : il. ; 22,5 cm.

ISBN 978-85-9502-090-0


1. Concreto armado – Engenharia civil. I. Título.

CDU 624.012.45

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094

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Materiais: aço para
armadura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer o processo de fabricação do aço.


 Identificar os tipos de aço utilizados para concreto armado.
 Avaliar as propriedades do aço para armadura.

Introdução
O concreto armado se tornou um material muito difundido na construção
civil devido à atuação conjunta do aço e do concreto para resistir às solici-
tações impostas. A facilidade no molde do concreto e a resistência do aço
permitem a realização das mais diversas formas arquitetônicas, com seu
funcionamento sendo garantido pela aderência entre os dois materiais.
Ao contrário do concreto, que talvez tenha elevada resistência à com-
pressão, mas muito baixa resistência à tração, o aço apresenta elevada
resistência tanto à tração quanto à compressão, podendo absorver esses
esforços junto com o concreto, ou ainda ser utilizado para solidarizar
elementos distintos de modo que funcionem como um todo. Assim,
conhecer o comportamento das armaduras de aço e suas propriedades é
de extrema importância no dimensionamento dos elementos estruturais
para assegurar o funcionamento da estrutura.
Neste capítulo você vai conhecer o processo de fabricação do aço,
os tipos de aço que podem ser utilizados para concreto armado e suas
propriedades.

Processo de fabricação do aço


O aço é um produto siderúrgico resultante da mistura de ferro-gusa (obtido de
minério de ferro), ligas metálicas, cal e oxigênio. Às vezes a sucata metálica

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também é utilizada em substituição ao ferro-gusa. O aço usado para armaduras


de concreto armado em geral é fabricado com sucata metálica, pelo seu menor
custo, pela sua maior disponibilidade e por sua possibilidade de reciclagem. O
processo de fabricação de aços para a construção civil é bastante semelhante no
mundo todo no que diz respeito às matérias-primas, ao processo de fabricação
e aos equipamentos utilizados (ARCELORMITTAL, 2017).

Matéria-prima
Retalhos de chapas metálicas, latarias de carros, peças removidas durante a
usinagem, peças de aço e ferro em desuso, etc., compõem a sucata, que é a
principal matéria-prima utilizada na confecção de barras e fios de aço. Por
ser constituída de metais como níquel, cromo e estanho, os aços feitos com
sucata apresentam características mecânicas superiores àquelas obtidas pelo
uso de minério de ferro.
Além da sucata, a matéria-prima pode ser ferro-gusa (obtido de minérios
de ferro), que fornece carbono, ferro e silício ao produto. Também são usadas
ligas de ferro (para o ajuste da composição), cal (para a retenção das impurezas
e a proteção do forno de ataques químicos), e oxigênio (como fonte de calor e
redução do carbono presente no aço) (ARCELORMITTAL, 2017).

Aciaria
Aciaria é o nome do local (usina siderúrgica) em que se encontram os equi-
pamentos que transformam a sucata em aço. Veja na Figura 1 o fluxo de
produção de aço em uma aciaria, com a indicação dos principais proces-
sos. O início do processo ocorre com a sucata (1) sendo pesada em cestões
(2), com a proporção de cada material dependendo do tipo de aço que será
produzido. O forno então é carregado (3) e aquecido a uma temperatura de
aproximadamente 1600°C, sendo feitos ajustes de composição química. O
aço líquido é então descarregado em uma panela (4) que vai ao forno (5) para
deixar homogênea a temperatura e a composição química do aço e eliminar
as impurezas. As amostras são enviadas ao laboratório para análise, com sua
composição química determinada em questão de minutos, e ajustes são feitos,
caso necessário. O aço líquido pronto vai para o processo final da aciaria, o
lingotamento contínuo (6). Dependendo da utilização, são produzidos tarugos
(barras de aço com seção quadrada) com comprimento definido de acordo
com o uso. Nas lingoteiras, o aço inicia o seu processo de solidificação, que é
completado com a borrifação de água diretamente sobre a superfície sólida.

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O material então é cortado por tesouras (7) ou maçarico, dando origem aos
tarugos, que vão para o leito de resfriamento (8). É feita a inspeção para verificar
as dimensões e, após aprovados, os tarugos são devidamente identificados,
podendo ser armazenados ou laminados a quente, na sequência, aproveitando
a sua temperatura (ARCELORMITTAL, 2017).

Figura 1. Fluxo de produção em uma aciaria.


Fonte: ArcelorMittal (2017).

Laminação a quente
A laminação é o processo que transforma os tarugos em barras retas ou rolos
(bobinas) lisos ou nervurados. Os tarugos que saem da aciaria são novamente
aquecidos de 1000 a 1200°C em fornos, para então serem laminados. O processo
é divido em 3 etapas (ARCELORMITTAL, 2017):

 desbaste: os tarugos são conformados entre cilindros, tendo sua seção


reduzida e seu comprimento aumentado;
 preparação (intermediário): os tarugos sofrem novos desbastes e já
apresentam o formato de barra laminada;

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 acabamento: a pressão de dois cilindros marca nervuras, caso existam,


e gravações nas barras.

Trefilação e laminação a frio


A trefilação ou a laminação a frio são os processos que transformam os rolos
de fio-máquina, provenientes da laminação a quente, em fios lisos ou nervura-
dos. O material submetido a esses processos tem sua microestrutura alterada
por meio do encruamento de grãos, elevando suas propriedades mecânicas
e reduzindo sua ductilidade. Independentemente do processo, os produtos
possuem as mesmas propriedades mecânicas (ARCELORMITTAL, 2017).
O material que vem da laminação a quente é liso (rolo de fio-máquina). Ele
é desenrolado e sofre redução de diâmetro ao passar por fieiras (trefilação)
ou por roletes (laminação a frio) de diâmetros diferentes até que seja obtido
o tamanho da bitola desejada. Após todas as reduções, o material passa por
mais um sistema de roletes entalhadores para aplicar os detalhes superficiais
nos fios (ARCELORMITTAL, 2017).

Aço para armaduras de concreto armado


O concreto armado é o material formado pela associação do concreto com
armaduras (elementos de aço) inseridas em seu interior, sendo utilizado para
construir estruturas sujeitas a diferentes tipos de esforços. Embora o concreto
seja um material com elevada resistência à compressão, ele oferece baixa
resistência à tração. O aço, por sua vez, cumpre a função de absorver os
esforços de tração, servindo também para resistir às tensões de compressão.
As principais normas brasileiras que abordam as armaduras usadas em
estruturas de concreto armado são a norma ABNT NBR 7480:2007, “Aço
destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – Especificação”
e a norma ABNT NBR 7481:1990, “Tela de aço soldada – Armadura para
concreto”. As armaduras para estruturas de concreto armado podem ser, de
acordo com as normas citadas:

 barras: peças obtidas por laminação a quente, com diâmetro nominal


igual ou superior a 6,3 milímetros;
 fios: peças obtidas por trefilação ou laminaçãoa frio, com diâmetro
nominal igual ou inferior a 10 milímetros;

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 malhas ou telas: peças constituídas de fios de aço sobrepostos e sol-


dados em todos os pontos de contato.

Barras e fios de aço – configurações geométricas e


algumas propriedades
O que difere as barras de fios é seu processo de fabricação: as barras são obtidas
exclusivamente por laminação a quente, ao passo que os fios são obtidos por
trefilação ou laminação a frio. Dependendo do valor característico da resistência
ao escoamento do aço (f yk), as barras são classificadas em duas categorias:
CA-25 e CA-50. Os fios possuem apenas uma categoria: CA-60. O termo “CA”
é a abreviatura para “concreto armado”, e o número que o segue indica o valor
da resistência em kN/cm² ou kgf/mm². O aço CA-50, por exemplo, apresenta
resistência ao escoamento de 50 kN/cm², o que equivale a 500 MPa.
A superfície das barras e dos fios de aço, dependendo da configuração
(lisas, nervuradas ou entalhadas), influencia na capacidade de aderência entre
o concreto e o aço, pois apresentam diferentes rugosidades, mensuradas por
meio de coeficientes de conformação superficial (η). As barras podem ser
tanto lisas quanto nervuradas, enquanto os fios podem ser lisos, nervurados e
ainda entalhados. De acordo com a ABNT NBR 7480:2007, são apresentadas
as configurações para cada categoria:
CA-25: as barras dessa categoria devem ter superfície obrigatoriamente
lisa, sem qualquer tipo de nervura ou entalhe; o coeficiente de conformação
superficial vale 1;
CA-50: as barras dessa categoria precisam ter superfície obrigatoriamente
nervurada, sendo que as nervuras têm de ser transversais oblíquas; o coeficiente
de conformação superficial deve ser, no mínimo, igual a 1,5 para barras com
10 milímetros ou mais, e igual a 1 para diâmetros menores;
CA-60: os fios podem ser lisos, entalhados ou nervurados; o coeficiente
de conformação superficial deve ser, no mínimo, igual a 1,5 para fios com 10
milímetros, e igual a 1 para diâmetros menores.
Veja na Figura 2 os dois tipos de barras de aço, lisa (CA-25) e nervurada
(CA-50).

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Figura 2. Exemplo de barras de aço (lisa e nervurada).


Fonte: Supachai_Sup/Shutterstock.com.

As barras e os fios de aço têm de ser fornecidos com um comprimento


de 12 metros, admitida uma tolerância de 1% para mais ou para menos. No
entanto, é possível solicitar outros tamanhos, mediante acordo entre consumidor
e fornecedor. A massa específica do aço deve ser de 7850 kg/m³. A massa
linear nominal das barras e dos fios, em kg/m, é especificada em tabelas da
ABNT NBR 7480:2007, junto com a tolerância permitida por unidade de
comprimento na fabricação. As tabelas ainda apresentam os valores nominais
da área da seção transversal e o perímetro para cada diâmetro. No caso das
barras, os diâmetros vão de 6,3 a 40 mm, e, para os fios, de 2,4 a 10 mm
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007). É muito
importante verificar as bitolas (diâmetros) das barras e dos fios, pois valores
de massa linear inferiores aos previstos por norma podem comprometer a
resistência mecânica, já que a área da seção fica diminuída.
As barras e os fios de aço apresentam requisitos, além dos relacionados
com as propriedades mecânicas, referentes à soldabilidade, quando ela for
requerida. De acordo com a norma ABNT NBR 6118:2014, “Projeto de es-
truturas de concreto – Procedimento”, para que um aço seja considerado
soldável, sua composição precisa estar de acordo com o proposto na norma
ABNT NBR 8965:1985.

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Para saber mais sobre as barras de aços soldáveis para armaduras de concreto armado,
leia a norma ABNT NBR 8965:1985 – Barras de aço CA 42 S com características de
soldabilidade destinadas a armaduras para concreto armado – Especificação.

Telas de aço
As telas de aço são um tipo de armadura pré-fabricada composta por uma rede
de malhas retangulares formadas por fios de aço sobrepostos longitudinal e
transversalmente, com todos os seus pontos de contato soldados pelo processo
de caldeamento. O uso de telas de aço se mostra uma solução rápida e prática
para lajes, pisos, calçamentos, etc., aliando agilidade com qualidade, além de
vantajosa economicamente, pois há a redução de tempo de execução e de mão
de obra, assim como a diminuição de perdas por corte.
Específica para telas de aço para armadura de concreto armado, a norma
ABNT NBR 7481:1990, assim, ela apresenta algumas notações que não são
mais utilizadas, como a divisão de barras e fios em classe A e B, segundo o
processo de fabricação.

O aço CA-50 não é mais divido em CA-50A e CA-50B. A classe A indicava que a fabri-
cação era pelo processo de laminação a quente, e a classe B, que a fabricação era por
laminação a frio ou trefilação. Atualmente, o CA-50 é usado apenas para a fabricação
de barras, e o CA-60, para a fabricação de fios de telas de aço.

Em se tratando de telas, é possível ter uma armadura principal e uma


secundária. A armadura principal é aquela que possui maior seção de fios
por metro, e a armadura secundária é aquela que apresenta a menor, ambas
consideradas na direção do cálculo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-
MAS TÉCNICAS, 1990).

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Propriedades mecânicas de barras e fios de aço


As propriedades mecânicas dos aços são a resistência mecânica, a elastici-
dade, a dureza e a ductilidade, e dependem da sua composição química, do
tratamento químico e do processamento. De acordo com a norma ABNT NBR
6118:2014, “Projeto de estruturas de concreto – Procedimento”, na falta de
ensaios ou valores especificados pelo fabricante, é possível admitir o módulo
de elasticidade do aço de armadura igual a 210 GPa. Para obter propriedades
mecânicas mais importantes, alguns ensaios mais específicos são necessários,
os quais são descritos a seguir.

Ensaio de tração
O ensaio de tração é usado como medida de resistência mecânica do material,
devendo ser realizado de acordo com a norma ABNT NBR ISO 6892-1:2013,
“Materiais metálicos – Ensaio de tração”. O ensaio consiste em aplicar uma
força axial de tração em barras e fios de aço de modo a aumentar o seu
comprimento, utilizando equipamentos adequados. Esse ensaio determina
3 propriedades:

 a resistência característica ao escoamento,


 o limite de resistência e
 o alongamento.

A propriedade mais importante é a resistência ao escoamento, pois o seu


valor limite vai indicar qual é a carga que a barra ou o fio deverá suportar sem
apresentar deformações permanentes. Superado o valor limite de escoamento,
a armadura ficará danificada e a estrutura estará vulnerável (ARCELOR-
MITTAL, 2017).
Os diagramas tensão-deformação de barras e fios de aço que você vê na
Figura 3 representam o ensaio de tração do aço. O primeiro diagrama, para
aços laminados a quente (barras de CA-25 e CA-50), apresenta um patamar
de escoamento bem definido, sendo facilmente identificada a resistência
ao escoamento do aço (f y). Note que isso não ocorre no segundo diagrama,
que representa os aços trefilados a frio (fios de CA-60) e cuja resistência ao
escoamento é definida como o valor correspondente à deformação residual
de 2‰ (0,2%), conforme indicado na figura (BASTOS, 2014).

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Figura 3. Exemplo de diagramas tensão-deformação para barras e fios, respectivamente.


Fonte: Bastos (2014, p.).

De acordo com a ABNT NBR 7480:2007, é possível definir a resistência de


escoamento por um patamar no diagrama tensão-deformação ou ainda calculá-
-la por meio do valor de tensão perante carga equivalente a uma deformação
permanente de 0,2%. Ainda é possível calcular pelo valor de tensão perante
carga equivalente a uma deformação permanente de 0,5%, sendo adotado o
resultado obtido para o primeiro valor de deformação permanente, em caso
de divergência.
Como os diagramas da Figura 3 são obtidos apenas por meio de ensaios,
a ABNT NBR 6118:2014 permite o uso de um diagrama simplificado para o
cálculo nos estados limites de serviço e último (ELS e ELU) para aços com ou
sem patamar de escoamento. Veja na Figura 4 o diagrama tensão-deformação
simplificado dos aços, tanto para tração quanto para compressão, sendo f yk
a resistência característica ao escoamento do aço de armadura passiva, e f yd
a resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva (ASSO-
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).

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Figura 4. Diagrama tensão-deformação para aços de armaduras passivas.


Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014, p. 29).

Veja na Tabela 1, da ABNT NBR 7480:2007, as propriedades mecânicas


exigíveis de barras e fios de aço destinados a armaduras de estruturas de con-
creto armado. São apresentados os valores obtidos por meio do ensaio de tração
e também referentes ao ensaio de dobramento, apresentado no item a seguir.

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Tabela 1. Propriedades mecânicas exigíveis de barras e fios de aço para armaduras.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007, p. 12).

Ensaio de dobramento
O ensaio de dobramento é utilizado como medida da ductilidade do material,
devendo ser realizado de acordo com a norma ABNT NBR ISO 7438:2016,
“Materiais metálicos – Ensaio de dobramento”. O ensaio consiste em subme-
ter um corpo de prova a um dobramento de 180° em torno de um pino com
diâmetro padronizado e visa a reproduzir as situações às quais os materiais
estarão submetidos em obra. As barras e os fios de aço são aprovados quando
não apresentam quebra ou fissura na região dobrada. Veja na Tabela 1, apre-
sentada anteriormente, a proporção da bitola que o pino deve ter em relação
ao diâmetro da barra ou fio ensaiado para cada tipo de aço para a realização
do ensaio (ARCELORMITTAL, 2017).

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1. Com relação ao processo de o diâmetro da barra ou do


fabricação do aço e sua matéria- fio. Por exemplo: aço CA-25
prima, assinale a resposta correta: são armaduras para concreto
a) O aço é um produto siderúrgico armado de 25 mm de diâmetro.
gerado da mistura de ferro-gusa c) As barras da categoria
(obtido de minério de ferro), CA-50 devem ter superfície
ligas metálicas, cal e oxigênio. obrigatoriamente nervurada,
Nenhum desses componentes sendo que as nervuras devem
pode ser substituído por outro, ser transversais e oblíquas.
pois o aço pode perder suas d) A categoria CA-60 é composta
propriedades características. somente por fios de superfície
b) Aciaria é o nome do local lisa, devido aos seus pequenos
onde são fornecidos os diâmetros que podem chegar
aços para revenda. a, no máximo, 10 mm.
c) O material submetido ao e) As barras comportam
processor de trefilação ou diâmetros superiores aos
laminação a frio tem sua fios. Os fios atingem, no
microestrutura alterada por meio máximo, 10 mm de diâmetro,
do encruamento de grãos. que é o diâmetro mínimo
d) Na etapa do desbaste, no comportado pelas barras.
processo de laminação 3. Conforme o tipo de aço, sua
a quente, os tarugos são disposição e suas características,
conformados entre cilindros, assinale a afirmação correta:
tendo sua seção aumentada e a) A massa específica do aço pode
seu comprimento reduzido. variar de 5000 a 7850 kg/m3.
e) Na etapa de acabamento, no b) As telas de aço, também
processo de laminação a quente, conhecidas como malhas, são
os cilindros garantem a superfície constituídas de fios de aço
lisa, característica das barras. sobrepostos e soldados em
2. Com relação à superfície do todos os pontos de contato.
aço para armadura de concreto c) As barras e os fios de aço
armado e suas categorias, assinale são fornecidos apenas em
a resposta correta: comprimentos de 12 m,
a) Os fios CA-25 devem ter admitida uma tolerância de
superfície obrigatoriamente 1% para mais ou para menos.
lisa, sem qualquer tipo de d) As telas possuem sempre
nervura ou entalhe. a mesma seção de fios por
b) A sigla “CA” significa “concreto metro nas suas duas direções.
armado” e o número que e) Os diâmetros dos fios variam de
acompanha esta sigla caracteriza 2,4 a 10 mm, e os diâmetros das

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barras variam de 6,3 a 40 mm. 5. As armaduras para concreto armado


Sua verificação não é necessária, podem ter diferentes funções
visto que são padronizados. no elemento. Conforme suas
4. Com relação às propriedades funções e os tipos de armadura,
das barras e dos fios de aço e aos assinale a alternativa correta:
ensaios realizados para verificá-las, a) As armaduras longitudinais
assinale a resposta correta: alocadas ao longo do elemento
a) O ensaio de tração do aço estrutural para resistir aos
consiste em aplicar uma força esforços de tração são armaduras
axial de tração em barras e fios de equilíbrio geral da estrutura.
de aço de modo a aumentar b) As armaduras longitudinais
o seu comprimento. superiores de uma viga são
b) O módulo de elasticidade consideradas armaduras
do aço pode ser admitido auxiliares, pois servem para
como 500 GPa, tanto para manter o estribo na posição.
fios quanto para barras. c) As armaduras de suspensão,
c) A propriedade mais importante alocadas em cruzamentos
do aço é a resistência limite, de vigas quando uma viga
obtida pelo ensaio de tração. se apoia sobre a outra, são
Com o valor dessa resistência são consideradas armaduras de
dimensionados os elementos equilíbrio geral, visto que
estruturais em concreto armado. buscam o equilíbrio da reação
d) Pelo ensaio de tração, são de uma viga sobre a outra.
elaborados diagramas de d) As armaduras de pele são
tensão-deformação do aço, armaduras auxiliares que têm a
no qual é possível identificar função de impedir a ocorrência
apenas a resistência limite de fissuração exagerada,
do aço na ruptura. sendo utilizadas em vigas com
e) No ensaio de dobramento, as altura maior que 40 cm.
barras e os fios são aprovados e) Os estribos presentes em vigas
quando não apresentam têm a função de equilíbrio local,
quebra ou fissura na região enquanto os estribos presentes
dobrada, independentemente em pilares têm a função de
do diâmetro do pino de equilíbrio geral da estrutura.
dobramento utilizado.

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ARCELORMITTAL. Manual do processo de fabricação de CA50S, CA25 e CA60 nervurado.


Belo Horizonte: ArcelorMittal, 2017. Disponível em: <http://longos.arcelormittal.
com.br/pdf/produtos/construcao-civil/outros/manual-fabricacao-ca-50-ca-60.pdf>.
Acesso em: 08 abr. 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014. Projeto de
estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7480:2007. Aço destinado
para estruturas de concreto armado – especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7481:1990. Tela de aço
soldada – armadura para concreto. Rio de Janeiro: ABNT, 1990.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8965:1985. Barras de aço
CA 42 S com características de soldabilidade destinadas a armaduras para concreto
armado – Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1985.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 6892-1:2013. Versão
corrigida:2015. Materiais metálicos — Ensaio de Tração. Parte 1: Método de ensaio à
temperatura ambiente. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 7438:2016. Materiais
metálicos — Ensaio de dobramento. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
BASTOS, P. S. S. Estruturas de concreto armado. São Paulo: UNESP, 2014. Disponível em:
<http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/pag_concreto1.htm>. Acesso em: 10 abr. 2017.

Leituras recomendadas
PFEIL, W. Concreto armado 1: introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
PINHEIRO, L. B.; MUZARDO, C. D.; SANTOS, S. P. Estrutura de concreto: capítulo 2. Cam-
pinas: Unicamp, 2004. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~almeida/ec702/
EESC/Concreto.pdf>. Acesso em: 07 abr. 2017.

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