Você está na página 1de 14

FOLHA:

CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS


1

1 – Uso Racional do Aço na Construção


O AÇO NA ARQUITETURA

Ao se folhear livros da história da arquitetura moderna, inúmeras páginas são dedicadas a um peculiar episódio do
século XIX: a introdução do ferro fundido em larga escala na construção civil. A incorporação do ferro, do aço na arquitetura foi
um processo rápido, se pensarmos quanto tempo houve para a consolidação de uma arquitetura de pedra, de madeira, do barro. A
pesquisa sobre o aço na arquitetura (e também o alumínio) ainda é um processo em curso, ligado diretamente ao
desenvolvimento da siderurgia dos países (industrialização). A indústria de aço no Brasil já conta com algumas décadas de
atividades; todavia, é recente a entrada desse setor na construção civil – é nos anos 80 que emergem propostas ambiciosas neste
sentido. Recomenda-se o livro do arquiteto Geraldo Gomes da Silva (Arquitetura do Ferro no Brasil – Editora Nobel), para um
maior aprofundamento da trajetória do uso do ferro e suas relações com a história, entre desafios construtivos e ambientais
impostos pelas situações de projeto que se apresentavam.

CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE AÇO

 qualidade bastante homogênea;


 boa relação entre resistência mecânica e peso específico, o que conduz a estruturas “leves” e “esbeltas”;
 esta boa relação que nos leva a elevadas resistências em peças esbeltas, acarreta em cuidado especial no projeto com a
flambagem, flechas e vibrações;
 processo de laminação a quente lhe dá características mecânicas um pouco melhores nesta direção do que em direções
perpendiculares;
 em contato com oxigênio oxida-se rapidamente, exigindo proteção quanto a corrosão;
 suas características de resistência caem rapidamente com o aumento da temperatura, o que torna importante a proteção
contra incêndios;
 como estrutura pré-fabricada, exige grande precisão de fabricação, com tolerâncias bastantes reduzidas;
 ainda como estrutura pré-fabricada, exige especial atenção na transmissão de esforços entre os elementos estruturais,
especialmente os provenientes de cargas horizontais, o que torna frequente o uso de contraventamentos;

PRINCIPAIS DESVANTAGENS DO USO DO AÇO

 exige conservação maior que as estruturas de concreto armado;


 exige grau maior de especialização da mão-de-obra de montagem no canteiro de obras e eleva o gasto com
equipamentos, normalmente alugados ou amortizados pela obra específica;
 no caso de construções que são frequentadas por muitas pessoas, necessitando de tempo para evacuar o local, a
estrutura de aço exige uma proteção contra incêndio que aumenta seu preço. Essa proteção não é, normalmente, exigida
em estruturas de concreto armado;
 atualmente no Brasil, a estrutura de aço, em geral, ainda é mais cara que a de concreto armado para o mesmo fim,
principalmente pelos motivos acima citados; esta característica se fortalece nas construções residenciais ou para
escritórios até cerca de 40 andares e pontes de pequenos vãos;

PRINCIPAIS VANTAGENS DO USO DO AÇO

 dimensões e peso relativamente reduzidos da estrutura, o que permite obras com vãos maiores, menor perda de área útil
e menor custo em fundações;
 maior rapidez de execução em relação às estruturas de concreto moldadas “in loco”;
 maior facilidade de montagem e menor preço de transporte que as estruturas de concreto pré-moldadas (peças mais
leves);
 em modificações de condições de obra, a estrutura de aço permite acréscimos e reforços sem grandes dificuldades
(quando comparadas com as de concreto armado);
 permite a desmontagem para uso posterior ou venda como sucata (se for o caso);
FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
2

2 – Matérias-Primas e Fabricação do Aço


MATÉRIAS PRIMAS

Obtemos o aço basicamente de duas matérias-primas: o minério de ferro e o carvão mineral. Tais matérias não são
encontradas puras na natureza, sendo acompanhadas de elementos indesejáveis ao processo industrial; torna-se então necessário
um preparo prévio dos materiais tendo como objetivo o aumento da eficiência de toda a operação industrial além da redução do
consumo de energia.
Para as aplicações na engenharia estrutural, o aço pode ser definido como uma liga metálica composta principalmente
de ferro e de pequenas quantidades de carbono (de 0,002% a 2,00% aproximadamente), com propriedades específicas de
resistência e ductilidade. Nos aços mais utilizados para a construção civil o teor de carbono é da ordem de 0,18 a 0,25%.

PROCESSO INDUSTRIAL

Em resumo, o processo industrial de obtenção do aço compreende o aproveitamento do ferro contido no minério de
ferro, pela eliminação progressiva de impurezas. Na forma líquida, já isento das impurezas do minério, recebe adições que lhe
dão as características desejadas, sendo solidificado e preparado para a
forma requerida.
O processo de fabricação do aço pode ser definido em quadro
grandes etapas:
 preparo das matérias-primas (coqueria e sinterização);
 produção de gusa (alto-forno);
 produção de aço (aciaria);
 conformação mecânica (laminação).
O ferro-gusa é o produto da primeira fusão do minério de ferro e
contém cerca de 3,5 a 4,0% de carbono. O aço como definido
anteriormente, é obtido pela diminuição dos teores de carbono, silício e
enxofre (refino), em equipamentos apropriados. O ferro-fundido é o
produto da segunda fusão do gusa, em que são feitas adições de outros
materiais até atingir um teor de carbono entre 2,5 a 4,3%, o que lhe
confere propriedades diferentes das do aço.
A usina siderúrgica pode ser integrada, produzindo o aço a partir
do minério de ferro por transformação do gusa (Usiminas, Cosipa, CSN)
ou não integrada, em que o aço é obtido a partir de sucata.
Depois da fase de aciaria (refino do gusa) passamos ao
lingotamento contínuo, no qual se inicia a solidificação do aço no molde, fig.01 – Lingotamento Contínuo
que é retirado continuamente por rolos extratores. O veio metálico é
resfriado, sendo cortado a maçarico e transformado em esboço de placa.

LAMINAÇÃO

A laminação é a fase seguinte do processo. O produto recebido do lingotamento é pré-aquecido e deformado pela
passagem sobre pressão em laminadores (cilindros), reduzindo sua espessura até a medida desejada para comercialização.
Denomina-se chapa a placa que sofreu redução de espessura por laminação.

LAMINADOR DE CHAPAS GROSSAS

 espessura: 6 a 200mm;
 largura: 1000 a 3800mm;
 comprimento: 5000 a 18000mm.

fig.02 – Laminador de Chapas Grossas

LAMINADOR DE TIRAS A QUENTE


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
3

 espessura: 1,20 a 12,50mm;


 largura: 800 a 1800mm;
 comprimento: 2000 a 6000mm.

fig.03 – Laminador de Tiras a Quente

LAMINAÇÃO A FRIO

 espessura: 0,30 a 3,00mm; Obs.:


 largura: 800 a 1600mm; A laminação a frio tem como característica principal o melhor acabamento final
 comprimento: 2000 a 3000mm. do produto.

fig.04 – Laminador de Tiras a Frio

3 – Perfis Laminados
Os perfis laminados seguem o mesmo processo utilizado para os produtos laminados planos, com o material
proveniente do lingotamento contínuo entrando diretamente para a perfilação, na qual laminadores com cilindros conformadores
vão esboçando os perfis por meio de uma sucessão de passes, com um laminador de acabamento dando a conformação final ao
perfil.

fig.06 – Fases Sucessivas de Laminação dos Perfis Usuais


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
4

fig.05 – Esquema de um Laminador Universal

PERFIS LAMINADOS NACIONAIS

A oferta de perfis laminados estruturais de padrão americano fabricados no Brasil está bastante restrita: os
principais fabricantes já não os produzem mais (a CSN já não os fabrica desde 1995). No entanto, ainda podem ser encontrados
no mercado, em aço ASTM A-36, nos comprimentos de 6000 a 12000mm os seguintes perfis:

 CANTONEIRAS DE ABAS IGUAIS: 6”(152,4mm); 8”(203,2mm) e 10”(254,0mm);


 PERFIL “I”: 2”(50,80mm); 2 1/2”(63,50mm); 3”(76,2mm), 4”(101,8mm) e
6”(152,4mm);
 PERFIL “U”: 6”(152,4mm) e 8”(203,2mm);

Podemos utilizar composições de perfis laminados, tais como:

fig.07 – Composições de Perfis Laminados

PERFIS LAMINADOS IMPORTADOS

Perfis laminados importados no padrão americano (abas inclinadas) e no padrão europeu (abas paralelas) estão
entrando no mercado para suprir a falta dos nacionais, trazidos por distribuidores de aço como a JURESA ( ver catálogo completo
pela Internet em http://www.juresa.com.br).
FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
5

4 – Perfis Soldados
Os perfis soldados são obtidos pelo corte, composição e soldagem de chapas planas de aço, permitindo grande
variedade de formas e dimensões das seções e seu uso está bastante aquecido no mercado nacional.
São classificados em séries, de acordo com sua utilização na estrutura, sendo os mais empregados em edificações:
 Série VS: perfis soldados para vigas, com 2 < d/bf < 4;
 Série CVS: perfis soldados para vigas e pilares, com 1 < d/bf < 1,5;
 Série CS: perfis soldados para pilares, com d/bf =1.

CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DOS PERFIS:

d altura do perfil

bf largura da mesa

tw espessura da alma

tf espessura da mesa

h altura da alma

ec espessura do cordão de solda

fig.08 – Perfis Soldados - Características Geométricas

PADRÃO DE QUALIDADE E ESPECIFICAÇÕES

Os perfis estão divididos em três categorias de padrão de qualidade, de acordo com a sua utilização, montagem e
condições de aplicação:

PADRÃO ESTRUTURAS USUAIS EXEMPLOS DE APLICAÇÃO


Padrão de Qualidade I  estruturas especiais, com elevado  estruturas “off shore”;
(rigoroso) rigor de tolerância;  usinas nucleares;

Padrão de Qualidade II  estruturas convencionais;  edificações em geral (residencial, comercial e industrial);


(normal)  pontes;
 galpões;

Padrão de Qualidade III  usos gerais;  estacas;


(comercial)  postes;
 mourões;

fig.09 – Especificação Padrão dos Perfis de Aço


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
6

5 – Perfis Estruturais Formados a Frio


Os perfis estruturais formados a frio são obtidos pelos processos de dobramento a frio de chapas de aço. Embora
padronizados, podem ser produzidos pelos fabricantes com a forma e tamanho solicitados. São recomendados para construções
leves, sendo utilizados em elementos estruturais como barras de treliças, terças,etc.
Devido à escassez atual dos perfis laminados, os perfis estruturais formados a frio voltaram a receber a atenção dos
projetistas e dos fabricantes. A preocupação com o estudo destes perfis vem desde o lançamento da PNB-143, publicada em
1967 – “Cálculo das Estruturas de Aço Constituídas por Perfis Leves”. Recomendo, para um maior aprofundamento sobre o
tema, o livro do professor Antonio Moliterno (“Elementos para Projetos em Perfis Leves de Aço” – da Editora Edgard Blucher –
em reimpressão de 1998);

fig.10 – Exemplos de Perfis Formados a Frio

fig.11 – Exemplos de Composições de Perfis Formados a Frio

6 – Perfis Tubulares
Os perfis tubulares podem ser de dois tipos: sem costura, obtidos por processo de extrusão e os com costura (mais
comuns).
São de utilização mais vantajosa, em médios e grandes diâmetros, para pilares, apresentando maior resistência à
flambagem, pelas próprias características das seções.
Para os de menor diâmetro, as aplicações mais usuais estão nas treliças planas e nas treliças espaciais.

fig.12 – Perfis Tubulares


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
7

7 – Fios, Cordoalhas e Cabos


Os fios ou arames são obtidos por trefilamento (fabricação por estiramento); são empregados em molas, cabos de
protensão, etc.
As cordoalhas são formadas por três ou sete fios, arrumados em forma de hélice e possuem módulo de elasticidade tão
elevado quanto o de uma barra maciça de aço (E = 195.000 MPa).
Os cabos de aço são formados por fios trefilados finos, agrupados em arranjos helicoidais variáveis; são muito flexíveis,
o que permite seu emprego em sistemas de multiplicação de forças, porém, seu módulo de elasticidade é baixo, cerca de 50% do
módulo de uma barra maciça de aço.

fig.13 – Produtos Metálicos Obtidos por Trefilação.)

8 – Propriedades Mecânicas dos Aços Estruturais


Todo projeto de estrutura resistente baseia-se no conhecimento das propriedades mecânicas de seus componentes
estruturais, que definem seu comportamento quando aplicados os esforços solicitantes. Tais esforços devem ser resistidos sem
que os componentes se rompam ou ocorram deformações significativas.

DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

No caso das estrutura de aço, quando uma barra metálica é submetida a um esforço de tração crescente, sofre uma
deformação progressiva (aumento de comprimento):

fig.14 – Alongamento de uma Barra de Aço.


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
8

 Quando uma barra de aço é tracionada sua seção transversal diminui. Assim, a tensão real em cada estágio de carga é
obtida dividindo-se a força pela área medida no estágio. Por simplificação, define-se uma tensão convencional como
sendo o resultado da divisão da força pela área inicial (sem carga).

 O alongamento unitário    também se calcula com o comprimento inicial (sem carga) da haste. Se representarmos em

abscissas os valores dos alongamentos unitários      e em ordenadas os valores das tensões convencionais  ,  teremos
um diagrama tensão x deformação que reflete o comportamento do aço sob efeito de cargas estáticas.

fig.15 – Diagramas Tensão x Deformação.

 observando-se o diagrama, vemos que a lei física linear ou elástica (lei de Hook) é válida até um certo valor de tensão.
 a inclinação do trecho retilíneo do diagrama é o módulo de Elasticidade (E).
 ultrapassando o regime elástico, o material apresenta uma propriedade, chamada escoamento ou cedência, caracterizada
pelo aumento da deformação para a mesma tensão aplicada.
 a tensão que produz o escoamento chama-se limite de escoamento (fy) do material;
 o escoamento produz, em geral, uma deformação visível da peça metálica e a tensão que o provoca (fy) é considerada
como um estado limite, em relação ao qual se adota um certo coeficiente de segurança.
 após o escoamento, ainda na fase plástica, a estrutura interna do aço se rearranja e o material passa, e3ntão, para a fase
de encruamento, com novamente uma variação de tensão para a deformação, porém não de forma linear.
 o valor máxima da tensão é chamado de limite de resistência do aço (fu), após ao qual ocorre a ruptura.
 existem aços que não apresentam patamar de escoamento bem definido e nestes casos, se estabelece um limite arbitrário
de deformação, chamado de limite de escoamento convencional; quando se interrompe o ensaio de tração num certo
ponto e se descarrega a barra, o descarregamento segue, no diagrama, uma linha reta paralela à curva de carregamento
na origem (mesmo módulo de elasticidade), resultando uma deformação unitária residual permanente de 0,2%.

fig.16 – Diagrama Convencional de Tensão x Deformação para Aços sem


Patamar de Escoamento.
FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
9

PROPRIEDADES PRINCIPAIS DOS AÇOS ESTRUTURAIS

 Elasticidade:
capacidade de voltar à forma original após sucessivos ciclos de carregamento e descvarregamento. A
deformação elástica é reversível, ou serja, desaparece quando a tensão é removida e a relação entre a tensão
e a deformação linear específica é o módulo de elasticidade (E).
 Plasticidade:
deformação plástica é a deformação permanente do material, provocada por tensão igual ou superior ao
limite de escoamento. A deformação plástica altera a estrutura interna do aço, aumentando a sua dureza
(endurecimento por deformação a frio ou encruamento) e é acompanhado de elevação do valor limite de
escoamento e do limite de resistência.
 Ductibilidade:
capacidade dos materiais de se deformarem plasticamente sem se romper. Pode ser medido por meio do
alongamento ou da estricção (redução da área da seção transversal do corpo de prova). Quanto mais dúctil o
aço, maior é a redução de área ou o alongamento antes da ruptura. Propriedade importante nas estruturas
metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas, pois as peças sofreriam grandes
deformações antes de se romperem (avisam a presença de tensões elevadas).
 Fragilidade:
é o oposto da ductibilidade. Os aços podem ser tornados frágeis pela ação de baixas temperaturas
ambientes, efeitos térmicos locais provocados, por exemplo, por solda elétrica; o estudo das condições de
fragilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, uma vez que os materiais frágeis se rompem
bruscamente sem aviso prévio.
 Tenacidade:
capacidade dos materiais de absorver energia, com deformações elásticas e plásticas, quando submetidos a
cargas de impacto.
 Resiliência:
capacidade dos materiais de absorver energia, com deformações apenas elásticas, quando submetidos a
cargas de impacto.
 Fadiga:
a resistência à ruptura dos materiais é em geral medida em ensaios estáticos e as peças metálicas podem
trabalhar sob efeito de esforços repetidos em grandes proporções, levando a ruptura em tensões inferiores
às obtidas em ensaios estáticos. Esse efeito denomina-se fadiga do material (importante no
dimensionamento de pontes, peças de máquinas, etc).

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS AÇOS E SUA INFLUÊNCIA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

Os principais elementos de liga na composição dos aços são:


Carbono (C), Manganês(Mn), Silício(Si), Enxofre(S), Fósforo(P), Cobre(Cu), Titânio(Ti), Cromo (Cr) e Nióbio(Ni).

fig.17 – Influência dos Elementos de Liga nas Propriedades dos Aços.


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
10

9 – Aços Estruturais Utilizados no Brasil


Para utilização na construção civil, atualmente, os aços assim denominados (aços estruturais) são os que possuem
propriedades mecânicas adequadas para utilização em componentes das estruturas (ditas resistentes) que suportam cargas.

AÇOS-CARBONO (MÉDIA RESISTÊNCIA MECÂNICA)

Aços-Carbono são aços considerados de média resistência mecânica que, segundo a NBR 6215, tenham elementos de
liga em teores residuais máximos admissíveis lá prescritos. Podem ser divididos em três classes:
 baixo carbono: C<=0,30%
 médio carbono: 0,30%<C<0,50%
 alto carbono: C >= 0,50%

O aumento do teor de carbono produz redução da ductibilidade, o que acarreta problemas na soldagem. No entanto, os
aços-carbono considerados na classificação de baixo carbono podem ser soldados sem precauções especiais, sendo assim os mais
adequados à construção civil:

LIMITE DE RESISTÊNCIA
CLASSE CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS APLICAÇÕES
(fu)

Boa tenacidade, Pontes, edifícios, navios, caldeiras, estruturas


Baixo Carbono <440 MPa conformabilidade e mecânicas, etc.
soldabilidade.

Médias conformabilidades Estruturas parafusadas de navios e vagões,


Médio Carbono de 440 a 590 MPa e tubos, estruturas mecânicas, implementos
soldabilidade. agrícolas, etc.

Más conformabilidade
Peças mecânicas, implementos agrícolas, trilhos
Alto Carbono >590 a 780 MPa e soldabilidade,
e rodas ferroviárias.
alta resistência ao desgaste.

As normas de dimensionamento prevêem diversos tipos de aço, dos quais destacamos os principais em utilização no
mercado da construção civil:
TIPO DE AÇO fy (MPa) fu (MPa) NORMA / UTLIZAÇÃO
Especificado pela American Society for Testing and
ASTM A-36 250 400 Materials (ASTM) é o mais utilizado para perfis soldados
e laminados, com espessuras maiores que 4,57mm;
Mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio, em
ASTM A-570 (grau 40) 275 380
espessuras menores que 5,84mm;

255
(e<=16mm) Especificado pela ABNT, é utilizado na fabricação de
NBR 6648 / CG-26 410
245 perfis soldados e o que mais se assemelha ao ASTM A-36;
1(6<e<=40mm)
Especificado pela ABNT, é utilizado na fabricação de
NBR 6650 / CF-26 260 410 perfis formados a frio e o que mais se assemelha ao ASTM
A-570;
Especificado pela ABNT, é utilizado na fabricação de
NBR 7007 / MR-250 250 400 perfis laminados, sendo semelhante ao ASTM A-36;
FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
11

AÇOS DE BAIXA LIGA (MÉDIA E ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA – RESISTENTES À CORROSÃO ATMOSFÉRICA)

A adição, em pequenas proporções, de elementos de liga como o cobre, cromo, fósforo e silício, criou o grupo de aços
patináveis ou aclimatáveis, com excelente resistência à corrosão atmosférica aliada à resistência mecânica adequada.
No aço-carbono a água atravessa a camada de ferrugem pelos poros e fissuras, atingindo o metal. No aço-patinável, fino
filme de ferrugem (pátina), no qual sais insolúveis de sulfato bloqueiam poros e fissuras, protegendo o metal. Esta barreira ou
pátina protetora só é desenvolvida quando a superfície metálica for submetida a ciclos alternados de molhamento (chuva,
nevoeiro, umidade) e secagem (sol, vento) e leva de 18 meses a 3 anos, porém, após um ano, o material já apresenta uma
coloração homogênea marron-clara.
Segundo a NBR 6215, são aços com teor de carbono inferior ou igual a 0,25%, com teor total de elementos de liga
inferior a 2,0% e com limite de escoamento (fy) igual ou superior a 300 MPa. Tais aços de alta resistência proporcionam uma
redução na espessura das peças em comparação com o aço-carbono, acarretando em menor consumo e melhor aproveitamento de
material. Porém, devido à maior complexidade de sua fabricação, apresentam custo elevado, recomendando-se uma análise
econômica antes de sua utilização.
O uso de aços
patináveis sem reves-
timento é recomendado
para ambientes (indus-
triais não muito agres-
sivos, rurais, urbanos, e
marítimos a mais de
600m da orla marítima)
em que possam formar
inteiramente a camada
de óxido protetor (páti-
na).
Devem ser re-
vestidos com pintura
apropriada em locais em
que as condições
climáticas ou de utiliza-
ção não permitam o
desenvolvimento com-
pleto da pátina protetora
(atmosfera industrial
agressiva, marinha se-
vera ou moderada – até
600 m da orla maríti- fig.18 – Propriedades e dimensões-padrão dos aços patináveis produzidos no Brasil.
ma - regiões submersas
ou sujeitas a respingos e locais que não ocorram ciclos alternados de molhamento e secagem).
Os revestimentos em aços patináveis apresentam excelente aderência, com um desempenho bem superior ao mesmo
revestimento aplicado a aços-carbono.

AÇOS RESISTENTES AO FOGO (ALTA RESISTÊNCIA MECÂNICA – RESISTENTES À CORROSÃO ATMOSFÉRICA)

Os aços resistentes ao fogo são


basicamente resultado de modificações de
aços resistentes à corrosão atmosférica: o
USI-FIRE-400 e o USI-FIRE-490 da
Usiminas foram desenvolvidos com base nos
aços USI-SAC-41 e USI-SAC-50,
respectivamente, ambos para aplicações
sujeitas à corrosão atmosférica. São
adicionados os elementos níquel, titânio,
nióbio, vanádio e molibdênio em proporções
obedientes em sua soma a um limite que fig.19 – Propriedades mecânicas típicas do USI-FIRE-490 da Usiminas.
garanta o equilíbrio das propriedades
mecânicas.
FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
12

1 – Uso Racional do Aço na Construção

O AÇO NA ARQUITETURA

1.1 Qual o episódio mais importante em relação a estruturas metálicas no Século XIX?

1.2 Podemos afirmar que a pesquisa sobre o aço na arquitetura (e também o alumínio) ainda é um processo em curso?

1.3 Em que década o Brasil entra no setor da consturção civil?

CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS DE AÇO

1.4 Qual a característica do aço que o torna de boa qualidade.

1.5 Qual a característica do aço que o torna uma estrutura mais leve e esbelta

1.6 Quais os cuidados que devemos ter em um projetos de estrutura metálica quando usados estruturas muito esbeltas.

1.7 Qual o componente químico mais comum que gera oxidação em estruturas metálicas

1.8 Que ação física acarreta perdas de resistência significativa na resistência das estruturas metálicas

1.9 Que tipo de esforços devem ser levados em conta em um projetos de estrutura metálica e como devemos minimizar?

PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO AÇO

1.10 Cite pelo menos cinto itens de desvantagem na utilização de Estruturas metálicas.

1.11 Cite pelo menos cinto itens de Vantagens na utilização de Estruturas metálicas.

2 – Matérias-Primas e Fabricação do Aço


MATÉRIAS PRIMAS E FABRICAÇÃO DO AÇO

2.1 Quais são basicamente as duas matérias-primas para o aço.

2.2. O aço usado na engenharia estrutural e composto por uma liga metálica composta principalmente por ferro e pequenas
quantidades de carbono, quis são essas quantidades de carbono em %. De (0,........% até .......,00 % ) E na construção civil o teor
de carbono é da ordem de 0,......a 0,......%.
PROCESSO INDUSTRIAL
2.3 A Seguir temos as quatro grandes etapas na fabricação do aço, para cada uma das etapas temos relacionadas a passagem por
partes da planta de produção associe a cada uma das etapas os processos que decorrem dos mesmos.

 preparo das matérias-primas (coqueria e _____________);


 produção de gusa (alto-_____________);
 produção de aço (______________);
 conformação mecânica (_____________).
2.4 Como é o nome do produto proveniente da primeira fusão do minério de ferro que contem cerca de 3,5 a 4,0% de carbono?

2.5 O ferro-fundido e o produto de segunda fusão (refino) do ferro gusa que adicionado a outros componentes irá gerar que
material?

2.6 Podemos produzir o aço a partir de que tipo de material reciclável?


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
13

2.7 A palavra aciaria significa:_______________________________

2.8. No lingotamento contínuo são gerados placas de ate quantos milímetros?

LAMINAÇÃO

2.9 O LAMINADOR DE CHAPAS GROSSAS GERAM PLACAS COM DIMENSOES PREDEFINIDAS QUAIS SÃO ESSAS DIMENSOES?

 espessura: 6 a ________mm;
 largura: 1000 a _______mm;
 comprimento: 5000 a _________mm.

2.10 LAMINADOR DE TIRAS A QUENTE GERAM PLACAS COM DIMENSOES PREDEFINIDAS QUAIS SÃO ESSAS DIMENSOES?
 espessura: ______ a 12,50mm;
 largura: _______a 1800mm;
 comprimento: _______ a 6000mm.

2.11 LAMINAÇÃO A FRIO GERAM PLACAS COM DIMENSOES PREDEFINIDAS QUAIS SÃO ESSAS DIMENSOES?

 espessura: 0,30 a _______mm; Obs.:


 largura: 800 a _______mm; A laminação a frio tem como característica principal o melhor acabamento final
 comprimento: 2000 a _______ mm. do produto.

3 – Perfis Laminados
PERFIS LAMINADOS NACIONAIS
3.1 Preencha as lacunas das respectivas dimensões dos perfis laminados nacionais.

 CANTONEIRAS DE ABAS IGUAIS: 6”(______mm); 8”( ______mm) e 10”( ______mm);


 PERFIL “I”: 2”( ______mm); 2 1/2”( ______mm); 3”( ______mm), 4”( ______mm) e
6”( ______mm);
 PERFIL “U”: 6”( ______mm) e 8”( ______mm);

4 – Perfis Soldados
4.1 Como são Classificados os perfis soldados, cite as três séries usuais.
1- Serie
2- Serie
3- Serie

4.2 PRENCHA COM O NOME CARCTERISTICO DE CADA UMA DAS DIMENSOES APRESENTADA NA TABELA SEGUIR

bf

tw

tf

ec

4.3 Como São classificados os padrões de qualidade na especificação de um aço estrututal.


FOLHA:
CURSO DE ESTRUTURAS METÁLICAS – ANOTAÇÕES DE AULAS
14

4.3 Qual é a especificação padrão para o aço do exemplo a seguir


4.3.1 – Especificação da VS-350 46 x 6.000 I A36 é:-
1-VS – Tipo de série do perfil
2-350 _________________
3- 46 _______________________kg/m.
4- 6.000____________________
5-I _________________________
6- A 36 ______________________

PROPRIEDADES PRINCIPAIS DOS AÇOS ESTRUTURAIS


Defina as principais propriedades dos aços estruturais
 Elasticidade:

 Plasticidade:

 Ductibilidade:

 Fragilidade:

 Tenacidade:

 Resiliência:

 Fadiga:

Você também pode gostar