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ESTRUTURAS METÁLICAS I
Prof.
Deckson Lacerda
AÇAILÂNDIA – MA
2023
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SUMÁRIO:
Padronização ABNT:
Segundo a NBR 7007 - Aços-carbono e aços micro ligados para barras e perfis laminados a
quente para uso estrutural.
Os aços para perfis laminados para uso estrutural, podem ser enquadrados nas seguintes
categorias, designadas a partir do limite de escoamento de aço fy.
MR250, aço de média resistência (fy = 250 MPa; fu = 400 MPa);
AR350, aço de alta resistência (fy = 350 MPa; fu = 450 MPa);
AR-COR415 , aço de alta resistência (fy = 415 MPa; fu = 520 MPa), resistente à
corrosão.
;
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PROPRIEDADES DO AÇO
Para compreender o comportamento das estruturas de aço é essencial que o engenheiro esteja
familiarizado com as propriedades do aço.
Os aços dúcteis, quando sujeitos a tensões locais elevadas sofrem deformações plásticas
capazes de redistribuir as tensões.
Além desse efeito local, a ductilidade tem importância porque conduz a mecanismos de
ruptura acompanhados de grandes deformações que fornecem avisos da atuação de cargas
elevadas.
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PROPRIEDADES DO AÇO
Fragilidade:
É o oposto da ductilidade.
Os aços podem se tornar frágeis pela ação de diversos agentes: baixas temperaturas ambientes
e efeitos térmicos locais causados, por exemplo, por solda elétrica, e etc.
O estudo das condições em que os aços se tornam frágeis tem grande importância nas
construções metálicas, uma vez que os materiais frágeis se rompem bruscamente, sem aviso
prévio.
Dezenas de acidentes com navios, pontes e etc, foram provocados pela fragilidade do aço,
decorrente de procedimento inadequado de solda.
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PROPRIEDADES DO AÇO
O comportamento frágil é analisado sob dois aspectos: iniciação da fratura e sua propagação.
A iniciação ocorre quando uma tensão ou deformação elevada se desenvolve num ponto onde
o material perdeu ductilidade.
Uma vez iniciada, a fratura se propaga pelo material, mesmo em tensões moderadas.
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PROPRIEDADES DO AÇO
Resiliência e Tenacidade:
Estas duas propriedades se relacionam com a capacidade do metal de absorver energia
mecânica. Elas podem ser definidas com auxílio dos diagramas tensão-deformação.
Dureza:
Dureza é a resistência ao risco ou abrasão.
Na prática mede-se dureza pela resistência que a superfície do material oferece à penetração
de uma peça de maior dureza.
Quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número,
pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos.
Corrosão:
Corrosão é o processo de reação do aço com alguns elementos presentes no ambiente em que
se encontra exposto.
A corrosão promove a perda de seção das peças de aço, podendo se constituir em causa
principal de colapso.
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PROPRIEDADES DO AÇO
A corrosão promove a perda de seção das peças de aço, podendo se constituir em causa
principal de colapso.
A proteção contra corrosão dos aços expostos ao ar é usualmente feita por pintura ou por
galvanização.
A vida útil da estrutura protegida por pintura depende dos procedimentos adotados para sua
execução nas etapas de limpeza das superfícies, especificação da tinta e sua aplicação.
Em geral, as peças metálicas recebem uma ou duas demãos de tinta de fundo (primer) após a
limpeza e antes de se iniciar a fabricação em oficina, e posteriormente são aplicadas uma ou
duas demãos da tinta de acabamento.
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PROPRIEDADES DO AÇO
A galvanização consiste na adição, por imersão, de uma camada de zinco às superfícies de
aço, após a adequada limpeza das mesmas.
O aço resistente à corrosão, ao ser exposto ao ar, desenvolve uma película produzida pela
própria corrosão, que se transforma em uma
barreira reduzindo a evolução do processo.
As barras são laminadas em seção circular, quadrada ou retangular alongada. Estas últimas
chamam-se comumente de barras chatas.
As chapas são produtos laminados, nos quais uma dimensão (a espessura) é muito menor que
as outras duas (largura e comprimento).
Os perfis tipo H, I e C são produzidos em grupos, sendo os elementos de cada grupo de altura
h constante e largura das abas h variável.
Os perfis L (cantoneiras) são também fabricados com diversas espessuras para cada tamanho
das abas. Existem cantoneiras com abas iguais e com abas desiguais.
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PERFIS E PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Na indústria norte-ame1icana são usadas as seguintes nomenclaturas de perfis:
perfil I(S) – são os com mesas de faces internas inclinadas;
Perfil W – são os com mesas de faces paralelas
Perfil HP – são os com mesas de faces paralelas e espessura constante.
Os trilhos são produtos laminados destinados a servir de apoio para as rodas metálicas de
pontes rolantes ou trens.
Eles podem ser produzidos em laminadores especiais (tubos sem costura) ou com chapa
dobrada e soldada (tubos com costura).
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PERFIS E PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Produtos formados a frio:
Dentre as peças formadas a frio tem-se os fios, cabos e cordoalhas.
Os fios podem ser de aço doce e de aço duro (aço de alto carbono).
Os fios de aço duro são empregados em molas, cabos de protensão de estruturas e etc.
As cordoalhas são formadas por três ou sete fios arrumados em forma de hélice.
Os cabos de aço são formados por fios trefilados finos, agrupados em arranjos helicoidais
variáveis.
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PERFIS E PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Com o processo de laminação a frio, podemos formar perfis de chapas dobradas, que são
oriundas de chapas metálicas de aços dúcteis.
A dobragem das chapas é feita em prensas especiais nas quais há gabaritos que limitam os
raios internos de dobragem a certos valores mínimos, especificados para impedir a fissuração
do aço na dobra.
O uso de chapas finas (em geral menos que 3 mm de espessura) na fabricação desses perfis
conduz a problemas de instabilidade estrutural não existentes em perfis laminados.
Figura 4: Perfis de chapa dobrada: (a) perfil U; (b) perfil complexo; (c) perfil S ; (d) perfil Z.
No que diz respeito aos critérios para garantia de segurança da estrutura, as normas para
projeto de estruturas metálicas utilizavam, até meados da década de 1980, o Método das
Tensões Admissíveis, quando passaram gradativamente a adotar o Método dos Coeficientes
Parciais, denominado no Brasil de Método dos Estados Limites.
Onde a solicitação de projeto Sd (o índice d provém da palavra inglesa design) é menor que a
resistência de projeto Rd.
Trata-se de um método que considera as incertezas de forma mais racional do que o método
das tensões admissíveis, além de considerar as reservas de resistência após o início da
plastificação.
Fonte:
https://help.altoqi.com.br/Tutorial_EB_pla/default.aspx#pageid=conceito_de_plastificac
ao
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Essa redistribuição se dá através da criação de uma rótula plástica nos apoios, fazendo com
que ocorra um "rompimento" e a consequente redistribuição dos esforços, transferindo uma
parcela dos momentos negativos para os momentos positivos.
Dado a fissuração, pode-se dizer que ocorreu a plastificação do apoio. Em decorrência desse
processo, temos que com a redistribuição dos momentos negativos, haverá uma redução da
área de aço necessária na continuidade e um aumento da área de aço necessária para resistir à
flexão.
A plastificação não deve ser aplicada em toda uma região da laje, como por exemplo em toda
a continuidade entre lajes, pois como definido anteriormente ela ocorre em pequenos trechos.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
A segurança das estruturas fica garantida sempre que a diferença (R - S), denominada margem
de segurança M, for positiva.
A figura 7 mostra a distribuição de Figura 7: Distribuição de probabilidade da variável M
(margem de segurança), igual à diferença entre a resistência R
probabilidade da variável aleatória M,
e a solicitação S.
onde se observa que a área hachurada
corresponde à probabilidade de colapso
pu, a qual será tanto menor quanto
maior for a distância entre o valor
médio Mm e a origem.
As ações a serem consideradas no projeto das estruturas são as cargas que nelas atuam ou
deformações impostas (por variação de temperatura, recalques etc.).
Os valores das ações a serem utilizados no cálculo podem ser obtidos por dois processos:
Critério estatístico, adotando-se valores característicos Fk, isto é, valores de ações que
correspondam a uma certa probabilidade de serem excedidos.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Critério determinístico, ou fixação arbitrária dos valores de cálculo. Em geral, escolhem-
se valores cujas solicitações representam as solicitações produzidas pelas cargas
atuantes.
O cálculo das solicitações pela estática inelástica apresenta melhor coerência com o
dimensionamento das seções no estado limite de plastificação.
A norma brasileira NBR 8800 adotou uma formulação compatível com as normas nacionais
e internacionais de segurança das estruturas.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
A Norma Brasileira NBR 8681 da ABNT - Ações e Segurança nas Estruturas, fixa os
critérios de segurança das estruturas e de quantificação das ações e das resistências a serem
adotados nos projetos de estruturas constituídas de quaisquer dos materiais usuais na
construção civil.
= coeficiente ligado à dispersão das ações, transforma os valores característicos das ações
(Fk) correspondentes à probabilidade de 5% de ultrapassagem em valores extremos de menor
probabilidade de ocorrência, tem um valor da ordem de 1,15 para cargas permanentes e 1,30
para cargas variáveis.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
= coeficiente de combinação de ações.
= coeficiente relacionado com tolerância de execução, aproximações de projeto, diferenças
entre esquemas de cálculo e o sistema real e etc, e corresponde a 1,15.
Se o cálculo das solicitações for efetuado por análise linear (elástica de primeira ordem),
então as solicitações são proporcionais às ações e o cálculo pode ser feito, quer aplicando-se
os coeficientes como na equação, quer aplicando-se os três coeficientes diretamente às ações.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Se a análise estrutural é não linear geométrica (ou de segunda ordem) e/ou física, os
coeficientes devem ser aplicados conforme indica a equação, combinando-se as solicitações.
Para o cálculo das solicitações de projeto Sd, as ações devem ser combinadas de forma a
expressar as situações mais desfavoráveis para a estrutura durante sua vida útil prevista.
Para as combinações de ações, a equação Sd pode ser simplificada, fazendo yf1 x yf3 = yf1 e
afetando cada ação variável secundária de um fator de combinação Ψ0, equivalente ao
coeficiente yf2·
As combinações normais de ações para estados limites últimos são escritas em função dos
valores característicos das ações permanentes G e variáveis Q.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
As ações excepcionais (E), tais como explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos e etc.,
são combinadas com outras ações de acordo com a equação:
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Denominam-se esforços resistentes, em uma dada seção de estrutura,
as resultantes das tensões internas, na seção considerada.
ym2 o coeficiente que considera as diferenças entre a tensão resistente obtida em ensaios
padronizados de laboratório e a tensão resistente do material na estrutura;
Deseja-se evitar, por exemplo, a sensação de insegurança dos usuários de uma obra na
presença de deslocamentos ou vibrações excessivas; ou ainda prejuízos a componentes não-
estruturais, como alvenarias e esquadrias.
Para os estados limites de utilização (ou de serviço) definem-se três valores representativos
das ações variáveis Q em função do tempo de duração das ações e de sua probabilidade de
ocorrência:
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Valor raro (característico): Q
Valor frequente:
Valor quase-permanente:
As combinações de ações nos estados limites de utilização são efetuadas considerando a ação
variável dominante com um dos valores representativos mencionados acima, combinada com
as ações permanentes C; e as outras ações variáveis Q1. Resultam os seguintes tipos
de combinação:
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Combinação quase-permanente:
Combinação frequente:
Combinação rara:
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
As combinações de ações assim definidas são utilizadas para verificação dos estados limites
de serviço conforme o rigor com que se deseja aplicar os valores limites dos efeitos
verificados.
Além do estado limite de deformação elástica, deve também ser verificado o estado limite de
vibração excessiva.
As cargas móveis e o vento podem produzir vibrações nas estruturas e causar desconforto
aos usuários.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Exemplo 1: Uma viga de edifício comercial está sujeita a momentos fletores oriundos de
diferentes cargas: peso próprio de estrutura metálica, Mg1: 10 KNm; peso dos outros
componentes não metálicos permanentes, Mg2: 50 KNm; ocupação da estrutura, Mq: 30
KNm; vento, Mv: 20 KNm. Calcule o momento fletor solicitante de projeto Mdsol.
Exemplo 2: Uma diagonal de treliça de telhado está sujeita aos seguintes esforços normais
(+ tração) oriundos de diferentes cargas: peso próprio da treliça e cobertura metálicas, Ng:
1KN; vento de sobrepressão v1, Nv1: 1,5 KN; vento de sucção v2, Nv2: -3 KN; sobrecarga
variável, Nq: 0,5 KN. Calcule o esforço normal solicitante de projeto.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Vento:
A determinação dos esforços causados pelo vento é baseada nos procedimentos apresentados
na NBR 6123/1988.
Velocidade básica: a velocidade básica V0, expressa em m/s, é a velocidade de uma rajada de
3 segundos, medida a 10 m acima do terreno, em campo aberto e que pode ser excedida em
média uma vez em 50 anos.
O gráfico que mostra estas velocidades é chamado de isopleta das velocidades básicas, e é
apresentado na figura 8.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Figura 8: Isopletas da velocidade básica V0 (m/s).
Categoria III – Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como muros, poucas
árvores e edificações baixas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou
igual a 3 m.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Categoria IV – Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona
florestal, industrial ou urbanizada. Exemplo: zonas de parques e bosques com muitas
árvores, cidade pequenas e seus arredores, subúrbios densamente construídos de grandes
cidades e áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada inferior ou igual a 10 m.
Categoria V – Terrenos cobertos por obstáculos numeroso, grandes, altos e pouco espaçados.
Exemplos: florestas com árvores altas, de copas isoladas; centros de grandes cidades e
complexos industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos obstáculos é
considerada igual ou superior a 25 m.
Dimensões da edificação: para esse parâmetro são adotadas 3 classes de edificações, com
intervalos de tempo para cálculo da velocidade média de, respectivamente, 3 s, 5 s e 10 s.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Classe A: todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de
estruturas sem vedação. Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não
exceda 20 m.
Classe B: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou
vertical da superfície frontal esteja entre 20 e 50 m.
Classe C: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou
vertical da superfície frontal exceda 50 m.
Para toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou
vertical da superfície frontal exceda 80 m, o intervalo de tempo correspondente poderá ser
determinado de acordo com o anexo A da NBR 6123/1988.
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AÇÕES E CARREGAMENTOS
Altura sobre o terreno: para determinar o fator S2 a uma determinada altura, deve-se utilizar
a tabela 4 e a fórmula abaixo:
Onde b, p e Fr são valores extraídos da tabela 4, sendo que Fr é o fator de rajada sempre
correspondente ao valor que consta na categoria II.
A altura da edificação pode ser dividida em partes. A força do vento em cada parte é
calculada usando o fator S2 correspondente à cota do topo, medida a partir do terreno.