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Campus Curitiba
EQUIPE
PROFESSOR:
Aços Estruturais
Histórico
Vantagens e Desvantagens
Produtos siderúrgicos e metalúrgicos
Designação dos perfis
Siderúrgicas, laminação, laminadores
Tipos de aços estruturais
Ensaio de tração simples – diagrama tensão x deformação
Propriedades
Tensões Residuais
Método dos Estados Limites (NBR 8800/2008-2º. PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 8800)
Curitiba
2009
Histórico
O primeiro material siderúrgico empregado na construção foi o ferro fundido. Entre 1780 e 1820
construiram-se pontes em arco ou treliçadas, com elementos em ferro fundido trabalhado em
compressão. A primeira ponte em ferro fundido foi o Coalbrookdale, sobre o rio Seven, na
Inglaterra. Trata-se de um arco com um vão de 30 metros, construído em 1779. O ferro laminado
já fora utilizado em fins do século XVIII em correntes de barras, formando os elementos portantes
das pontes suspensas. Um exemplo notável do emprego de barras de ferro laminado foi a ponte
do País de Gales, construída em 1819-1826 com um vão de 175 metros. Devido á boa resistência a
corrosão desse metal, várias obras desse tipo ainda hoje se encontrem em perfeito estado. No
Brasil a ponte sobre o rio Paraíba do Sul, estado do Rio de Janeiro foi inaugurada em 1857. Os vãos
de 30 metros são vencidos por arcos atirantados, sendo os arcos constituídos de peças de ferro
fundido montadas por encaixe e o tirante em forro laminado.
Em meados do século XIX declinou o uso do ferro fundido em favor do ferro laminado, que
oferecia maior segurança. As obras mais importantes construídas em 1850-1880 foram pontes
ferroviárias em treliças de ferro laminado. Entretanto, o grande número de acidentes com essas
obras tornou patente a necessidade de estudos mais aprofundados e de um material de melhores
características. O aço já era conhecido desde a antiguidade. Não estava, porem, disponíveis a
preços competitivos por falta de um processo industrial de fabricação. O inglês Henry Bessemer
inventou, em 1856 um forno que permitiu a produção do aço em larga escala, a partir da década
de 1860/70. Em 1864, os irmãos Martin desenvolveram um outro tipo de forno de maior
capacidade. Desde então, o aço rapidamente substituiu o ferro fundido e o laminado na industria
da construção. O processo Siemens-martins apareceu em 1867. Por volta de 1880, foram
introduzidos os laminadores para barras.
Até meados do século XX, utilizou-se nas construções quase exclusivamente o aço-carbono com
resistência a ruptura de cerca de 370 mpa. Ao aços de maior resistência começaram a ser
empregados em escala crescente a partir de 1950. Na década de 1960/70 definiu-se os empregos
de aço de baixa liga, sem ou com tratamento térmico. As modernas estruturas de grande porte
incorporam aços de diversas categorias, colocando-se materiais mais resistentes nos pontos de
maiores tenções. No Brasil a industria siderúrgica foi implantada após a segunda guerra mundial,
com a construção da usina Presidente Vargas da CSN-companhia siderúrgica nacional em Volta
Redonda no estado do Rio de Janeiro. O parque industrial brasileiro dispõe atualmente de diversas
usinas siderúrgicas, com capacidade de fabricar estruturas de grande porte, como por exemplo o
edifício Avenida Central, no Rio de janeiro, primeiro edifício alto em estrutura metálica no Brasil,
fabricado e montado pela FEM-fabrica de estruturas metálicas da CSN, em 1961. Com o
desenvolvimento da ciência das construções e da metalurgia, as estruturas metálicas adquiriram
formas funcionais e arrojadas, constituindo-se em verdadeiros triunfos da tecnologia. No Brasil
podemos citar a ponte do Rio Niterói, com os vãos laterais de 200 metros e vão central de 300
metros, tem o recorde mundial em viga reta.
Vantagens e desvantagens dos aços estruturais
Vantagens:
Prazos curtos: o tempo de fabricação médio das peças é de 30 dias e o da montagem, de uma
semana a 15 dias. Exemplo: uma casa de 300m² leva cerca de uma semana para ser montada. Uma
de concreto, em torno de três meses.
Obra limpa e organizada: sem depósitos de cimento, areia, madeira e ferragens, o entulho é
menor.
Maior área útil e distância entre vãos: os pilares e as vigas são mais delgados do que os
equivalentes de concreto. Ou seja, a área interna aumenta e a distância entre os pilares também.
Possibilidade de reciclagem: o aço tem alto valor de revenda e pode ser derretido para a
confecção de outras peças.
Desvantagens:
Risco de custos maiores: se o projeto não levar em conta todos os itens da construção, o preço
pode ser de 5 a 20% maior se comparado ao processo tradicional.
Pouco indicado em construção pequena: como se trata de uma estrutura industrial, não se
justifica economicamente a encomenda de poucas peças.
Desembolso em curto espaço de tempo: como os prazos são pequenos, o dinheiro tem que estar
disponível.
Contração e dilatação constantes: se essa movimentação característica do aço não for respeitada,
podem surgir trincas nas paredes e nos pisos. Deve-se respeitar as especificações de projeto: se
ele determinar paredes de tijolos, não é aconselhável usar blocos, por exemplo.
Produtos siderúrgicos estruturais
Tipos de produtos siderúrgicos: As Usinas produzem aços para utilização estrutural sob diversas
formas:chapas, barras, perfis laminados, fios treliçados, cordoalhas e cabos. Os três primeiros
tipos são fabricados em laminadores que, em sucessivos passes, dão ao aço preaquecido a seção
desejada. Os fios trefilados são obtidos puxando uma barra de aço sucessivamente por meio de
fieiras de diâmetro decrescente. As cordoalhas e os cabos são formados por associação de fios.
Perfis estruturais podem ainda ser fabricados por dobramento de chapas e por associação de
chapas através de solda.
As barras são produtos laminados nos quais duas dimensões são pequenas em relação a
terceira. As barras são laminadas em seção circular, quadrada ou retangular alongada. Estas
ultimas chamam-se comumente de barras chatas.
As chapas são produtos laminados, nos quais uma dimensão é muito maior que as outras
duas. As chapas dividem-se em duas categorias: Chapas grossas de espessuras superior a 5,0 mm e
chapas finas fabricadas a fio e a quente. As chapas fornecidas com os bordos naturais de
laminação se denominam universais. Quando os bordos são cortados na tesoura as chapas se
denominam aparadas.
Os trilhos são produtos laminados destinados a servir de apoio paras as rodas metálicas de
pontes rolantes ou trens. A seção do trilho ferroviário apresenta uma base de apoio, uma alma
vertical e um bolero sobre o qual se apóia a roda. Os tubos são produtos ocos, de seção circular,
retangular ou quadrada. Eles podem ser produzidos em laminadores especiais ou com chapa
dobrada e soldada.
Entre os vários componentes de uma estrutura metálica, tais como: chapas de ligação,
parafusos, chumbadores e perfis, são os últimos, evidentemente, os mais importantes
para o projeto, fabricação e montagem.
Os perfis de utilização corrente são aqueles cuja seção transversal se assemelha às formas
das letras I, H, U e Z, recebendo denominação análoga a essas letras, e à letra L, nesse
caso denominados cantoneiras.
PERFIS SOLDADOS
Perfil soldado é o perfil constituído por chapas de aço estrutural, unidas entre si por
soldagem a arco elétrico.
Eles são produzidos pelos fabricantes de estruturas metálicas a partir do corte e soldagem
das chapas fabricadas pelas usinas siderúrgicas. O material de solda, seja a soldagem
executada por eletrodo revestido, arco submerso ou qualquer outro tipo, deve ser
especificado, compatibilizando-o com o tipo de aço a ser soldado, isto é, deve ter
características similares de resistência mecânica, resistência à corrosão, etc.
A norma NBR 5884 - "Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico", apresenta as
características geométricas de uma série de perfis I e H soldados e tolerâncias na
fabricação.
Séries de perfis "I" soldados
Série simétrica é a série composta por perfis que apresentam simetria na sua seção
transversal em relação aos eixos X-X e Y-Y, conforme ilustrado na figura 3.1.
A série simétrica, conforme a Norma Brasileira NBR 5884 "Perfil I estrutural de aço
soldado por arco elétrico" é dividida em:
- Série CS, formada por perfis soldados tipo pilar, com relação d/bf = 1, cujas dimensões
estão indicadas na NBR 5884
- Série CVS, formada por perfis soldados tipo viga-pilar, com relação 1 < d/bf £ 1,5, cujas
dimensões estão indicadas na NBR 5884
- Série VS, formada por perfis soldados tipo viga, com relação 1,5 < d/bf £ 4, cujas
dimensões estão indicadas na NBR 5884
- Série PS, formada por perfis soldados simétricos cujas dimensões não estão indicadas na
NBR 5884
Série monossimétrica é a série composta por perfis soldados que não apresentam simetria
na sua seção transversal em relação ao eixo X-X e apresentam simetria em relação ao eixo
Y-Y, conforme ilustrado na figura 3.1.
- Série VSM, formada por perfis soldados monossimétricos tipo viga, com relação 1 < d/bf
£ 4, cujas mesas apresentam larguras idênticas e espessuras diferentes, com dimensões
indicadas na NBR 5884.
- Série PSM, formada por perfis soldados monossimétricos, inclusive os perfis com larguras
de mesas diferentes entre si, cujas dimensões não estão indicadas na NBR 5884
Designações
A designação dos perfis I soldados faz-se pela série, seguido da altura em milímetros e da
massa aproximada em quilogramas por metro.
Exemplos:
A designação de um perfil série CS com 300mm de altura por 300mm de largura de mesa e
62,4 kg/m é CS300x62.
A designação de um perfil série VSM com 450mm de altura por 200mm de largura de
mesa e 48,9 kg/m é VSM450x49.
Os perfis I soldados cujas dimensões não estejam indicadas na NBR 5884 pode ser
adotado com a designação de PS ou PSM, seguida da altura em milímetros e da massa em
quilogramas por metro.
Corte: As chapas para a fabricação dos perfis I soldados devem ser cortadas nas
dimensões requeridas, mediante processo de corte térmico (maçarico) ou mecânico,
observando-se respectivamente as exigências dos itens 9.2.1.2 (corte por meio térmico) e
9.2.1.3 (aplainamento de bordas) da NBR-8800/1986, de forma a garantir as tolerâncias
especificadas em 3.3.1.3.3.
Desempeno: As peças cortadas nas dimensões requeridas, quando necessário, devem ser
desempenadas mediante métodos mecânicos apropriados, tais como: desempenadeiras,
prensas, etc, ou pela aplicação de uma quantidade limitada de calor localizado, de modo
que a temperatura nessas regiões não exceda 650 oC.
Limpeza: Os materiais que vão formar os perfis I soldados devem ser submetidos a uma
limpeza prévia, principalmente nas regiões próximas às soldas, com o objetivo de evitar
porosidade ao soldar. Para limpeza devem ser empregados métodos apropriados tais
como: jato de granalha ou areia, escova de aço, esmerilhamento, solventes, etc.
Tolerâncias
Nota: Para estruturas que requerem um maior rigor de tolerância, especificações adequadas devem ser indicadas em projeto
O perfil soldado deve estar livre de respingos de solda, rebarbas de corte e marcas
provenientes do processo.
Cada perfil ou lote de perfis deve ser submetido à inspeção em todas as suas faces e no
cordão de solda conforme especificado na tabela 4.1 e na figura 4.5. O lote de perfis deve
ser definido de comum acordo entre fabricante e consumidor.
Cada perfil ou lote de perfis deve ser submetido à verificação das dimensões de acordo
com as tolerâncias indicadas na NBR 5884.
Pedidos e identificação
Os perfis que terão aplicação em estruturas sujeitas a cargas cíclicas deverão ser indicados
nos pedidos. Salvo indicação contrária, os perfis serão considerados para aplicação em
estruturas sujeitas a cargas estáticas.
número da NBR5688
designação do perfil
especificação do aço
marca do fabricante
outros dados quando solicitados
Os dados indicados devem ser pintados ou tipados na alma ou mesa do perfil, ou de forma
diferente, se acordado entre o fabricante e o consumidor.
Os perfis devem ser acondicionados de forma a não sofrerem danos em seu manuseio e
transporte.
Nem sempre são encontrados no mercado os perfis laminados com dimensões adequadas
às necessidades do projeto de elementos estruturais leves, pouco solicitados, tais como
terças, montantes e diagonais de treliças, travamentos, etc., enquanto os perfis
estruturais formados a frio podem ser fabricados nas dimensões desejadas.
Os perfis formados a frio, sendo compostos por chapas finas, possuem leveza, facilidade
de fabricação, de manuseio e de transporte, além de possuirem resistência e ductilidade
adequadas ao uso em estruturas civis.
A Norma NBR 6355 – "Perfis Estruturais de Aço Formados a Frio", padroniza uma série de
perfis formados com chapas de espessuras entre 1,50mm a 4,75mm, indicando suas
características geométricas, pesos e tolerâncias de fabricação.
Processos de fabricação
Dois são os processos de fabricação dos perfis formados a frio: contínuo e descontínuo.
A chapa, quando dobrada, sofre uma estricção na região da curvatura. Várias bibliografias
procuram apresentar fórmulas para representar essa variação de espessura (a norma
alemã, por exemplo, a representa de forma exponencial).
A norma NBR 6355, na apresentação das características geométricas dos perfis, apesar de
não explicitar a referência, baseia-se na norma britânica BS 2994 que recomenda a exp.
3.1 para a determinação da redução de seção conforme figura 3.2.
(3.1)
sendo:
r - raio interno
x = 0,30 para r = t
Figura 3.2- Modelo para cálculo da estricção na região da dobra de um perfil de aço,
segundo a norma BS 2994:1976.
A partir da exp. 3.1 têm-se:
Essa diferença pode ter algum significado na fabricação do perfil, dependendo das
tolerâncias dimensionais exigidas, isto é, a compatibilização entre a largura da chapa e o
perímetro final do perfil. Levando em conta a estricção, pode haver diferença da ordem de
2%. Para efeito de dimensionamento, adotar-se tred = t, isto é, admitir-se toda a seção do
perfil com espessura constante e igual à da chapa que lhe deu origem, não afeta
significativamente os valores das características geométricas da seção transversal..
(3.2)
sendo:
D fy = acréscimo permitido à fy
t - espessura.
C - relação entre a área total das dobras e a área total da seção para barras submetidas à
compressão; ou a relação entre a área das dobras da mesa comprimida e a área total da
mesa comprimida para barras submetidas à flexão
Apresentam-se na tabela 3.7 alguns valores de D fy, em função de C, para aço com fy =
250MPa (fu = 360 MPa) e fy = 375 MPa (fu = 490 MPa ).
C D fy (1) D fy (2)
MPa MPa
0,01 2,10 1,90
0,02 4,10 3,90
0,05 10,30 9,70
0,10 20,60 19,40
0,15 30,90 29,10
Atenção especial deve ser dada ao cálculo das características geométricas dos perfis
formados a frio. A existência da curva, no lugar do "ângulo reto" dos perfis laminados, faz
com que os valores da área, momento de inércia e módulo resistente possam ser,
dependendo das dimensões da seção, sensivelmente reduzidos. A variação nas dimensões
da seção devida à estricção ocorrida na chapa quando dobrada pode, para efeito de
dimensionamento, ser desconsiderada.
PERFIS LAMINADOS
Perfis laminados são aqueles fabricados a quente nas usinas siderúrgicas e seriam os mais
adequados para utilização em edificações de estruturas metálicas, pois dispensariam a
fabricação "artesanal" dos perfis soldados ou dos perfis formados a frio.
Os perfis laminados médios e pesados que eram fabricados exclusivamente pela CSN,
tiveram sua produção paralisada. A Siderúrgica Aço Minas Gerais - AÇOMINAS foi
projetada para suprir o mercado com perfis laminados adequados ao uso na construção
civil, porém, sua linha de laminação ainda não entrou em operação.
Algumas empresas estão importando perfis laminados, porém para o uso em projeto,
deve-se garantir a disponibilidade dos perfis no instante da fabricação.
Propriedades do Aço
Ductilidade
Denomina-se ductilidade a capacidade do material de se deformar sob a ação das cargas.
Os aços dúcteis, quando sujeitos a tensões locais elevadas sofrem deformações plásticas capazes
de redistribuir as tensões; esse comportamento plástico permite, por exemplo, que se considere
numa ligação rebitada distribuição uniforme da carga entre os rebites. Além dessem efeito local, a
ductilidade tem importância porque conduz a mecanismos de ruptura acompanhados de grandes
deformações que fornecem avisos da atuação de cargas elevadas.
A ductilidade pode ser medida pela deformação unitária residual após ruptura do material.
As especificações de ensaios de materiais metálicos estabelecem valores mínimos de alongação
unitária na ruptura, para as diversas categorias de aços.
Fragilidade
É o oposto da ductilidade. Os aços podem ser tornados frágeis pela ação de diversos
agentes: baixas temperaturas ambientes, efeitos térmicos locais causados, por exemplo, por solda
elétrica, etc.
O estudo das condições em que os aços se tornam frágeis tem grande importância nas
construções metálicas, uma vez que os materiais frágeis se rompem bruscamente, sem aviso
prévio. Dezenas de acidentes com navios, pontes etc., foram provocados pela fragilidade do aço,
decorrente de procedimento inadequado de solda.
Resiliência
É a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico ou, o que é equivalente,
capacidade de restituir energia mecânica absorvida. Denomina-se módulo de resiliência ou
simplesmente resiliência a quantidade de energia elástica que pode ser absorvida por unidade de
volume total do metal tracionado. Ele iguala a área do diagrama ,e, até o limite de
proporcionalidade.
Tenacidade
É a capacidade de absorver energia mecânica com deformações elásticas e plásticas. No
ensaio de tração simples, a tenacidade é medida pela área total do diagrama tensão-deformação.
Dureza
Denomina-se dureza a resistência ao risco ou abrasão. Na prática mede-se dureza pela
resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma peça de maior dureza. As
relações físicas entre dureza e resistência foram estabelecidas experimentalmente, de modo que o
ensaio de dureza é um meio expedito de verificar a resistência do aço.
Fadiga
A resistência à ruptura dos materiais é em geral medida em ensaios estáticos. Quando as
peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número, pode haver
ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos. Esse efeito denomina-se fadiga do
material.
As uniões por solda provocam modificação na estrutura cristalina do aço junto à solda,
bem como concentrações de tensões, com a conseqüente redução da resistência à fadiga nesses
pontos. A ocorrência de fadiga é caracterizada pelo aparecimento de fraturas que se propagam
com a repetição do carregamento. Em geral, estas fraturas se iniciam nos pontos de concentração
de tensões.
Efeito da Temperatura
As temperaturas elevadas modificam as propriedades físicas dos aços. Temperaturas
superiores a 100°C tendem a eliminar o limite de escoamento bem definido, tornado o diagrama
,e arredondado.
A proteção contra corrosão dos aços expostos ao ar é usualmente feita por pintura ou por
galvanização. A vida útil da estrutura de aço protegida por pintura depende dos procedimentos
adotados para sua execução nas etapas de limpeza das superfícies, especificação da tinta e sua
aplicação. Em geral, as peças metálicas recebem uma ou duas demãos de tinta de fundo (primeiro
após a limpeza e antes de se iniciar a fabricação em oficina), e posteriormente são aplicadas uma
ou duas demãos da tinta de acabamento.
Tensões Residuais
As diferentes velocidades de resfriamento, após a laminação, conforme o grau de exposição, da
chapa ou perfil laminado, levam ao aparecimento de tensões que permanecem nas peças,
recebendo o nome de tensões residuais (sr). Em chapas, por exemplo, as extremidades resfriam-se
mais rapidamente que a região central, contraindo-se; quando a região central da chapa resfria-se,
as extremidades, já solidificadas, impedem essa região de contrair-se livremente. Assim, as
tensões residuais são de tração na região central e de compressão nas bordas (figura 1a).
Essas tensões são sempre normais à seção transversal das chapas e, evidentemente, tem
resultante nula na seção.
(a) (b)
Critérios de segurança
Os critérios de segurança adotados nesta Norma baseiam-se na ABNT ABNT NBR 8681.
Estados-limites
Para os efeitos desta Norma, devem ser considerados os estados-limites últimos (ELU) e os
estadoslimites de serviço (ELS). Os estados-limites últimos estão relacionados com a segurança da
estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações previstas em toda a vida útil,
durante a construção ou quando atuar uma ação especial ou excepcional. Os estados-limites de
serviço estão relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de utilização.
O método dos estados-limites utilizado para o dimensionamento de uma estrutura exige
que nenhum estado-limite aplicável seja excedido quando a estrutura for submetida a todas as
combinações apropriadas de ações. Se um ou mais estados-limites forem excedidos, a estrutura
não atende mais aos objetivos para os quais foi projetada.
θ(Sd , R d ) 0
onde:
Sd representa os valores de cálculo dos esforços atuantes (em alguns casos específicos, das
tensões atuantes), obtidos com base nas combinações últimas de ações dadas em 4.7.7.2;
Rd representa os valores de cálculo dos correspondentes esforços resistentes (em alguns casos
específicos, das tensões resistentes), obtidos em diversas partes desta Norma, conforme o tipo de
situação.
Quando a segurança é verificada isoladamente em relação a cada um dos esforços
atuantes, as condições de segurança tomam a seguinte forma simplificada:
Rd ≥ Sd
Sser ≤ Slim
onde:
Sser representa os valores dos efeitos estruturais de interesse, obtidos com base nas combinações
de serviço das ações dadas em 4.7.7.3;
Slim representa os valores-limites adotados para esses efeitos, fornecidos no Anexo C e em outras
partes desta Norma.
Ações
Ações permanentes
Generalidades
Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante
toda a vida útil da construção. Também são consideradas permanentes as ações que crescem no
tempo, tendendo a um valor-limite constante.
As ações permanentes são subdivididas em diretas e indiretas e devem ser consideradas
com seus valores representativos mais desfavoráveis para a segurança.
Ações excepcionais
Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e probabilidade muito
baixa de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos
de determinadas estruturas. São ações excepcionais aquelas decorrentes de causas como
explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes e sismos excepcionais.
No projeto de estruturas sujeitas a situações excepcionais de carregamentos, cujos efeitos
não possam ser controlados por outros meios, devem ser consideradas ações excepcionais com os
valores definidos, em cada caso particular, por Normas Brasileiras específicas.
Valores característicos
Os valores característicos, Fk, das ações são estabelecidos nesta subseção em função da
variabilidade de suas intensidades.
Ações permanentes
Para as ações permanentes, os valores característicos, Fgk, devem ser adotados iguais aos
valores médios das respectivas distribuições de probabilidade. Esses valores estão definidos nesta
subseção ou em Normas Brasileiras específicas, como a ABNT ABNT NBR 6120.
Ações variáveis
Os valores característicos das ações variáveis, Fqk, são estabelecidos por consenso e
indicados em Normas Brasileiras específicas. Esses valores têm uma probabilidade prestabelecida
de serem ultrapassados no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos, e estão
definidos nesta subseção ou em Normas Brasileiras específicas, como as ABNT ABNT NBR 6120 e
ABNT ABNT NBR 6123.
Valores representativos
As ações são quantificadas por seus valores representativos, Fr, que podem ser:
a) valores característicos ou valores característicos nominais, conforme 4.7.5.1 ou
4.7.5.2, respectivamente, e que são denominados simplesmente valores
característicos nesta Norma;
b) valores convencionais excepcionais, que são os valores arbitrados para as ações
excepcionais;
c) valores reduzidos, em função da combinação de ações, tais como:
- nas verificações de estados-limites últimos, quando a ação considerada se combina com
a ação principal (ver 4.7.7.2), determinados a partir dos valores característicos pela
expressão 0 F k , que considera muito baixa a probabilidade de ocorrência simultânea dos
valores característicos de duas ou mais ações variáveis de naturezas diferentes (entende-
se por ações variáveis de naturezas diferentes aquelas originadas por agentes distintos;
por exemplo, ação do vento, sobrecarga de cobertura, carga acidental de piso e carga de
equipamento são de naturezas diferentes);
- nas verificações de estados-limites de serviço (ver 4.7.7.3), determinados a partir dos
valores característicos pelas expressões 1 Fk e 2 Fk , que estimam valores freqüentes e
quase permanentes, respectivamente, de uma ação que acompanha a ação principal (ver
4.7.6.2.2).
Valores de cálculo
Os valores de cálculo das ações são obtidos a partir dos valores representativos, Fr,
multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação f definidos em 4.7.6.
onde:
f 1 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações f , que considera a variabilidade das
ações;
f 2 é a parcela do coeficiente de ponderação das ações f , que considera a simultaneidade de
atuação das ações;
f3é a parcela do coeficiente de ponderação das ações f , que considera os possíveis erros de
avaliação dos efeitos das ações, seja por problemas construtivos, seja por deficiência do método
de cálculo empregado, de valor igual ou superior a 1,10.
Os valores de f encontram-se estabelecidos em 4.7.6.1 e 4.7.6.2.
Generalidades
Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não
desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período prestabelecido.
A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos
mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação dos estados-limites últimos e dos estados-limites
de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e combinações de serviço,
respectivamente.
Combinações últimas
Uma combinação última de ações pode ser classificada em normal, especial, de construção
e excepcional.
Combinações últimas normais
As combinações últimas normais decorrem do uso previsto para a edificação.
Devem ser consideradas tantas combinações de ações quantas forem necessárias para
verificação das condições de segurança em relação a todos os estados-limites últimos aplicáveis.
Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com
seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com seus
valores reduzidos de combinação.
Para cada combinação, aplica-se a seguinte expressão:
m n
Fd ( gi FGi,k ) q1 FQ1,k ( qj 0j FQj,k )
i 1 j 2
onde:
FGi,k representa os valores característicos das ações permanentes;
FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada principal para a combinação;
FQj,k representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar
concomitantemente com a ação variável principal.
Combinações de serviço
Generalidades
As combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura
em quase permanentes, freqüentes e raras.
As expressões gerais apresentadas em 4.7.7.3.2 a 4.7.7.3.4 incluem as ações permanentes.
Em algumas verificações apresentadas no Anexo C, essas ações podem ser desconsideradas.