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MÓDULO 1

MÓDULO 1 : Perfis de Aço - Tipos e Usos


Tópicos deste módulo
Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço - EAD - CBCA

Índice do Módulo 1

Apresentação

Introdução : O material Aço

Módulo 1 : 1ª Parte

Perfis Metálicos - Tipos e Usos

 1.Perfis Estruturais de Aço

o 1.1. Perfil Laminado


o 1.2. Perfil de Chapa Dobrada
o 1.3. Perfil de Chapas Soldadas
o 1.4. Principais aplicações dos perfis

 1.4.1. Cantoneiras
 1.4.2. Perfil "U"
 1.4.3. Perfil "I"
 1.4.4. Perfil "H"
 1.4.5. Perfil "T"
 1.4.6.Perfil Tubular
 1.4.6.1. Usos estruturais de tubos de Aço
 1.4.7. Chapas
 1.4.7.1. A utilização das Chapas de aço
 1.4.8. Barras redondas
o 1.5. Tabelas de Perfis de Aço

APRESENTAÇÃO

VÍDEO 1

Seja bem vindo ao curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço - parte 1, do CBCA.

Neste curso optamos por estabelecer três tipologias que utilizaremos como base para o nosso
estudo.
São elas:

1. Mezaninos

2. Galpões

3. Edifícios de até cinco pavimentos

Ao definirmos estas tipologias acreditamos que estaremos abrangendo grande parte das
estruturas de aço executadas em nosso país.

Este curso não pretende esgotar o assunto, que é por demais vasto. Nosso intuito é abrir um
caminho inicial para que cada participante possa continuar avançando por si mesmo, através
de bibliografia, ou em outros cursos que pretendemos desenvolver no futuro.

Nosso principal objetivo é que o conteúdo proposto seja, efetivamente, de ordem prática.

É importante esclarecer que não pretendemos tratar de noções básicas para cálculo de
esforços e reações de cargas, cálculos de momentos fletores e forças cortantes, ou esforços
axiais em pilares e em estruturas compostas de barras.

Recomendamos que, se você estiver esquecido destas questões, estude um pouco antes de
começar o curso, para por em dia estes assuntos. Retome os procedimentos de cálculo para
esses esforços.

INTRODUÇÃO

O material Aço

VIDEO 2

O aço é uma liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono. Dependendo do tipo de
aço que queremos obter, são adicionados outros elementos, tais como: manganês, silício,
fósforo, enxofre, alumínio, cobre, níquel, nióbio, cromo e outros.

Cada um destes elementos altera as propriedades físicas da liga, como sua resistência
mecânica, resistência a corrosão, ductilidade e muitas outras.

Tabela de elementos de liga


A quantidade de carbono

A quantidade de carbono é de suma importância nas características mais relevantes do aço.

Aços com maior quantidade de carbono são mais resistentes, porém pouco dúcteis e muito
quebradiços. Com menos carbono são mais dúcteis, mas com menor resistência.

A ductilidade é um aspecto importante, pois permite que sejam visualizadas as deformações


em peças submetidas a grandes tensões, servindo como aviso antes da ruptura, ou permitindo
a redistribuição dos esforços.

Esta propriedade também é importante para a confecção de perfis de chapas dobradas,


evitando trincas ou quebra nas linhas de dobra.

Em relação ao cálculo de dimensionamento, não se considera o limite de ruptura como limite


de trabalho do aço e sim o limite de escoamento, pois a partir deste ponto as deformações são
permanentes e indesejáveis, podendo, inclusive ocorrer a ruptura inesperadamente.
O capítulo referente às características de fabricação do aço faz parte do curso Introdução ao
Uso do Aço na Construção Civil e aqui será oferecido apenas como leitura complementar, não
sendo nossa intenção nos aprofundarmos nestas questões.

Caso tenha interesse em conhecer este material, faça o download da 2ª parte do módulo 1
daquele curso.
Aos que tiverem interesse em conhecer mais sobre o uso do aço na arquitetura e construção,
recomendamos fazer os dois outros cursos a distância oferecidos pelo CBCA:

a. Introdução ao Uso do Aço na Construção


b. Sistemas Estruturais em Aço na Arquitetura

Curso de Introdução ao uso do Aço na Construção


Módulo 1 - 2ª parte (arquivo no formato pdf)

Para fazer o download do arquivo


clique http://www.cursoscbca.com.br/moodle/arquivos/zips/IntroducaoAoUsoDoAcoNa
Construcao/mod1/mod01_parte02.zip

Módulo 1 : Parte 1
Perfis Metálicos - Tipos e Usos

VÍDEO 3

É importante esclarecer um aspecto fundamental quando se pretende trabalhar com estruturas


de aço: os elementos com que trabalhamos, os perfis de aço utilizados como vigas e pilares,
diferem bastante dos elementos da construção convencional. Em concreto armado, estes
elementos estruturais variam, principalmente, nas dimensões (Base e Altura) e na quantidade
de armadura utilizada. Já nos perfis metálicos podemos ter uma gama mais variada de tipos de
perfis, cada qual com características próprias, sejam elas de geometria, espessura, tipo de
fabricação e com indicação de uso diferenciado, além das próprias características do aço, de
maior ou menor resistência mecânica, e composição química.

1. Perfis Estruturais de Aço

Denomina-se perfil estrutural à barra de aço obtida por diversos processos e que apresenta a
forma da sua seção com determinadas características para absorver determinados esforços.

Os perfis estruturais de aço são obtidos a partir dos lingotes reaquecidos, que passam pelos
laminadores-desbastadores, onde têm sua seção transversal alterada e a estrutura molecular
do aço trabalhada para atingir características físicas apropriadas.

Como resultado desta operação são obtidas placas ou tarugos de seção quadrada ou
retangular. As placas são destinadas à fabricação de chapas e os tarugos à fabricação de
perfis estruturais.

Os tarugos são processados, sob pressão, em máquinas denominadas laminadores, em três


fases: bruta, intermediária e de acabamento. Ao final desse processo são obtidos os perfis com
seções adequadas às solicitações estruturais. (Ver figura 01).
As chapas laminadas, por sua vez, podem resultar em outros perfis através de seu dobramento
ou soldagem com outras chapas, além de diversos outros produtos de aço, como telhas,
fechamentos laterais e pisos.

Os perfis estruturais podem ser de três tipos:

 Perfis Laminados
 Perfis de chapas soldadas
 e Perfis de chapa dobrada

VIDEO 4

1.1. Perfil Laminado

É aquele obtido a partir da laminação dos tarugos. Suas dimensões são padronizadas e
limitadas. Normalmente é utilizado em obras de médio porte.

Tem como vantagem a redução do trabalho de transformação da chapa, pois já vem pronto. Os
principais perfis laminados fabricados no Brasil são:

 Perfil U
 Perfil I e H
 Cantoneira
1.2. Perfil de Chapa Dobrada

O perfil de chapa dobrada é obtido pelo dobramento de chapas a frio.

Quando as chapas são finas, entre 1,5 mm a 5 mm, os perfis recebem a denominação de perfis
leves. Por serem muito esbeltos exigem cuidados especiais na sua aplicação, tanto quanto à
solicitação aos esforços como pela possibilidade de fácil deterioração.

Existe ainda, a modalidade de perfis muito leves, como é o caso dos perfis utilizados na
construção em Light Steel Framing, cujas espessuras dos perfis de aço galvanizado variam de
0,8 a 1,5 mm.
Os perfis conformados a frio são atendidos pelas normas NBR 14762:2001 Dimensionamento
de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio - Procedimento, e NBR 6355:2003
Perfis estruturais de aço formados a frio - Padronização.

Os perfis mais pesados podem ser executados com chapas que podem chegar à espessura de
25 mm. Neste caso são exigidos raios de curvaturas mínimos na dobragem para evitar
fissuração ou alteração nas características do aço.

Os perfis leves são mais comuns e utilizados em obras de pequeno porte ou em elementos
estruturais secundários. Em coberturas, o uso de perfil de chapa dobrada costuma ser o mais
econômico.

Os perfis de chapa dobrada permitem variação de forma e dimensões das seções, mas podem,
também, ser encontrados prontos e padronizados.

Os perfis de chapa dobrada mais comuns são:


 Perfil U, simples e enrijecido
 cantoneira

1.3. Perfil de Chapas Soldadas

Perfil de chapas soldadas é o perfil obtido pela soldagem de chapas entre si. Permite grande
variedade na forma e dimensões das seções; As chapas, com as mais diversas espessuras,
variando entre 5 e 50 mm, e que podem, ainda, estar previamente dobradas, quando soldadas
entre si originam as mais diversas possibilidades de seções.

Devido ao custo de fabricação mais elevado esse tipo de perfil é utilizado em obras de médio a
grande porte. No entanto, quando o projeto exigir seções com formas especiais, essa solução
também pode ser usada em obras de menor porte.

Módulo 1 : Parte 2
1.4. Principais aplicações dos perfis

VIDEO 5

VIDEO 6

Para escolher o perfil mais adequado para cada aplicação, é de fundamental importância
lembrar o princípio da distribuição das massas nas seções. Este princípio relaciona as formas
das seções das peças estruturais com os esforços a que são submetidas.

Resumidamente esse princípio pode ser assim exposto:

o O esforço de tração simples convive bem com qualquer forma de seção. Se a


intenção for trabalhar com peças esbeltas é recomendado o uso de seções em
que o material esteja concentrado junto ao centro de gravidade da seção.

o O esforço de compressão simples pode provocar flambagem, daí peças


comprimidas exigirem seções mais rígidas, ou seja, aquelas em que o material
esteja mais afastado do centro de gravidade, de preferência em todas as
direções.

 O esforço de flexão exige formas de seção em que o material encontre-se longe do


centro de gravidade, mas apenas em relação ao eixo em torno do qual ocorre o
momento fletor.

Nota: Para informações mais detalhadas sobre este assunto recomendamos consultar o livro
"A concepção estrutural e a arquitetura", do Prof. Yopanan C.P. Rebello, São Paulo, Zigurate
Editora, 2003, p.61.

A seguir serão apresentados os perfis estruturais mais comuns, mostrando como são obtidos, e
suas aplicações mais adequadas.
1.4.1. Cantoneiras

VIDEO 7

As cantoneiras (ver figura 02) podem ser obtidas por dobramento de chapa, ou laminadas
(produto de siderúrgica). São especificadas em projeto pela letra L, seguidas das dimensões da
seção, especificando primeiro as larguras das abas, seguidas da sua espessura. As dimensões
das cantoneiras laminadas são expressas em polegadas e as de chapa dobrada, em mm.

Exemplo: L 4" x 4" x ½" ou L 100 x 100 x 12,5 mm.

Os usos mais comuns para as cantoneiras são apresentados a seguir:

a) Elemento de ligação entre peças (Ver figura 03)


b) barras de treliças, principalmente em tesouras de telhado (Ver figura 04)

É recomendável que as barras das treliças sejam formadas por cantoneiras duplas, para que o
centro de gravidade da força passe pelo c.g. da seção, evitando-se assim excentricidades que
resultem em esforços indesejáveis.

A ligação entre as cantoneiras é feita através de chapas nas quais estas são soldadas ou
parafusadas.

c) Composição de pilares (Ver figura 05)


Neste caso, com pequena quantidade de material pode ser obtida uma coluna, bastante rígida
e com uma seção com grande momento de inércia.

É de capital importância que, para garantir que as 4 cantoneiras não trabalhem independentes,
mas sim como uma única seção formada por 4 cantoneiras, se evite o escorregamento relativo
entre elas. Para isso é necessário ligar as cantoneiras com travamentos adequados, sendo o
mais eficiente aquele que forma triângulos, como aparece na Foto 05.

d) Reforços de chapas de piso ou vedação (Ver figura 06)


As cantoneiras se comportam como nervuras aumentando a rigidez da chapa. Caso a chapa
não fosse enrijecida pelas cantoneiras, sua espessura teria que ser maior, resultando em peso
e custos mais elevados.

1.4.2. Perfil "U"


VIDEO 8
VIDEO 9
O perfil U (ver figura 07) pode ser obtido por dobramento de chapa ou por laminação em
siderúrgica.

Sua especificação é feita pelo uso do símbolo " [ ", seguido das dimensões da seção e do peso
por metro linear.

No caso de perfis laminados é fornecida a altura da alma em polegadas seguida do peso por
metro linear;

No caso dos perfis de chapa dobrada, são fornecidas todas as dimensões da seção em
milímetros, na seguinte seqüência: altura, largura e espessura.

Os perfis U de chapa dobrada podem ser enrijecidos para aumentar sua inércia em relação ao
seu eixo vertical (de menor inércia). Esse enrijecimento é dado pelo dobramento de seus
extremos. Este dobramento recebe o nome de lábio. Neste caso o perfil é especificado na
seguinte seqüência: altura, largura, espessura e lábio.
Exemplos:

[ 8" x 17,11 para perfil laminado


[ 100x50x3 para perfil de chapa dobrada
[ 100x50x3x 20 para perfil de chapa dobrada enrijecido

Nos perfis laminados, para cada altura de alma são fabricados diversos perfis com várias
espessuras de alma e mesa. Em vista disso pode-se, mais popularmente, substituir a
especificação através do peso pela posição do perfil no catálogo de fabricação.

Exemplo: [ 8" x 17,11 ou [ 8" 1a alma

A denominação 1ª alma significa que foi escolhido, dentre os perfis de 8" de altura que
aparecem no catálogo, aquele que apresenta espessura de alma mais fina e que, portanto,
aparece em primeiro lugar no catálogo.

Os perfis "U" são comumente usados nas seguintes situações:

a) Barras de Treliças de grande porte (Ver figura 08)

b) Composição de pilares através da soldagem dos perfis entre si ou com chapas ou


cantoneiras. (Ver figura 09)
Observe-se a intenção de jogar material longe do centro de gravidade da seção com o intuito
de diminuir o efeito da flambagem.

c) Terças para apoio de telhas de cobertura (Ver figura 10a e 10b)

As terças são vigas que apóiam as telhas e que por sua vez apóiam-se nas tesouras.
Recomenda-se que as abas do perfil estejam voltadas para baixo, a fim de que não haja
acúmulo de poeira ou água oriunda da condensação da umidade do ar, o que pode provocar
corrosão.

d) Vigas para pequenas cargas e vãos (Ver figura 11)

O uso de um único perfil deve ser restrito a cargas e vãos pequenos, pois devido a assimetria
da seção existe a tendência de ocorrer torção. Para melhor desempenho, da viga, recomenda-
se a composição de dois perfis "U", de forma a tornar a seção simétrica e não sujeita à torção.
Esta solução permite o seu uso em vigas com cargas e vãos maiores, mas tem contra si um
razoável aumento de custo, uma vez que a alma passa a ser dupla.
Outro fator que torna a composição de perfis U menos eficiente para uso em vigas é embasado
no princípio da distribuição de massa nas seções. As vigas são submetidas
predominantemente a momento fletor e, como foi visto, a melhor seção para esse esforço é
aquela que concentra material longe do centro de gravidade na direção normal ao eixo em
torno do qual ocorre a flexão. Quando dois perfis U são compostos, a concentração de material
se dá na alma, quando o melhor seria nas mesas.

e) Viga para apoio de degraus de escada (Ver figura 12)

Módulo 1 : Parte 3
1.4.3. Perfil "I"

VIDEO 10

VIDEO 11
O perfil "I" (ver figura 13) pode ser obtido por laminação na usina siderúrgica ou pela soldagem
de três chapas.

Os perfis "I" laminados, são especificados em projeto, pela letra I acompanhada da dimensão
da sua altura em polegada ou milímetro, seja padrão americano ou europeu, seguida do seu
peso por metro linear. No padrão americano, pode-se informalmente substituir a especificação
do peso pela posição do perfil na tabela do catálogo do fabricante (1ª alma, 2ª alma,...).
Os perfis de chapa soldada, quando não obtidos industrialmente, são especificados pela sigla
VS (viga soldada), seguida da sua altura em milímetro e do seu peso por metro linear.

Alguns fabricantes têm suas próprias siglas. Os perfis laminados produzidos pela Açominas
são especificados pela letra W. Os perfis soldados da Usiminas pela sigla VE, onde a letra E
indica que são executados por eletrosoldagem. A Usiminas ainda usa a sigla VEE para perfis I
eletrosoldados que têm as mesmas seções dos perfis laminados padrão americano.

Exemplo:

I 12" x 60,6 x 60,6 kgf/m ou

I 12" - 1ª alma

VS 300 x 62

W 310 x 28,3

VE 250 x 19

Os perfis "I" podem ser usados como:

a) Viga
O uso como viga é a principal e mais importante aplicação desse perfil. Sua forma de seção é
extremamente adequada para absorver os esforços de flexão, já que suas mesas constituem
elementos de grande quantidade de massa, afastados do centro de gravidade da seção.

Todos os perfis I, sejam laminados ou soldados, têm a espessura da mesa maior que a da
alma, e compatível com o princípio de distribuição de massa na seção. (Ver figura 14)

Muito interessante é, também, o uso do perfil "I" associado ao concreto, compondo vigas
mistas de seção "T". Nesse caso o concreto absorve a compressão e o aço a tração, devidas
ao momento fletor, resultando em vigas muito resistentes e com pouca altura, pois os dois
materiais são solicitados dentro de suas melhores características mecânicas. (Ver figura 15).

b) Viga vierendeel alveolar

Essa viga é obtida pelo corte da alma de um perfil "I", na altura conveniente, e posterior
soldagem das partes cortadas, resultando em uma viga de maior resistência com a mesma
quantidade de material. Este tipo de viga permite a passagem de tubulações através de sua
alma. O uso deste tipo de viga deve ser bem avaliado, pois o seu processo de obtenção gera
custos mais elevados. (Ver figura 16)

Nota: Para mais informações sobre o comportamento da viga vierendeel recomendamos


consultar o livro "Bases para Projeto Estrutural", do Prof. Yopanan C.P. Rebello, São Paulo,
Zigurate Editora, 2007, p. 80.

c) Pilar isolado para pequenas cargas.

A seção em I não é a melhor para forças de compressão, portanto para pilares, pois a forma da
seção resulta em uma maior rigidez na direção paralela à alma do que na direção normal a ela.
Essa característica impede o uso de perfis I para pilares mais solicitados e mais longos.

d) Composição de pilares.
Pilares podem ser compostos através da soldagem direta de dois perfis ou pela ligação de dois
perfis por meio de chapas ou cantoneiras, de uma maneira semelhante à utilizada para perfis
U. (Ver figura 17)

1.4.4. Perfil "H"


VIDEO 12

O perfil H (ver figura 18) pode ser obtido pela soldagem de 3 chapas ou por laminação. Se
diferencia geometricamente do perfil "I" por apresentar largura de aba igual à altura da alma.

As indicações em desenho são semelhantes às do perfil "I", exceto que os perfis não
industrializados de chapa soldada recebem a sigla CS, iniciais de Coluna Soldada.

Os perfis laminados produzidos pela Gerdau Açominas recebem a sigla W ou HP. Os perfis
eletrosoldados, produzidos pela Usiminas, recebem a sigla CE, de Coluna Eletrosoldada.

Exemplos:

CS 300 x 26
W 310 x 93

CE 300 x 76

Os perfis soldados, quando não são produzidos industrialmente, podem ser especificados
genericamente, seja perfil I ou H, pela sigla PS de Perfil Soldado. Como estas seções não são
tabeladas elas deverão ser identificadas na prancha de desenho em tabela própria, onde todas
as dimensões sejam especificadas. Normalmente a ordem de identificação é: altura do perfil,
largura da mesa, espessura da mesa e espessura da alma.

O perfil "H", pelas suas características geométricas, é quase que unicamente utilizado como
pilar, pois apresenta boa rigidez em ambas as direções, respondendo bem ao esforço de
compressão axial.

A inércia de sua seção faz com que o perfil "H" seja indicado, também, para pilares submetidos
a flexo-compressão (flexão + compressão axial).

1.4.5. Perfil "T"

O Perfil T pode ser obtido pelo corte de um perfil "I" ou de perfil "H". Quando obtido por
laminação apresenta dimensões bastante reduzidas. Por não ser muito econômico, o perfil "T"
tem pouca utilização estrutural, sendo principalmente usado na composição de caixilhos. Sua
indicação em desenho é semelhante à da cantoneira, substituindo-se a espessura da alma pelo
peso por metro linear.

Ex: T 4" X 4" X 20 kgf/m.

Módulo 1 : Parte 4
1.4.6. Perfil Tubular

VIDEO 13

VIDEO 14

Os perfis tubulares podem ser obtidos pelo processo de extrusão, quando não apresentam
costura, ou pela calandragem (processo para curvar chapas ou perfis) de chapas e posterior
costura. Os primeiro são chamados "tubos sem costura" e os últimos "tubos com costura".

Não há diferença quanto às propriedades físicas de um ou outro, mas apenas no processo de


fabricação onde os tubos de maiores dimensões são obtidos com costura e os de menores
sem costura.

No Brasil, os tubos sem costura são fabricados com dimensões que não ultrapassam 355 mm
de diâmetro externo.

Nota:
Para conhecer mais sobre o uso de tubos estruturais, recomendamos o E_livro "Imagination &
Inspiração" publicado pela V&M (Atual Vallourec) e disponível clicando aqui
http://cursoscbca.netpoint.com.br/moodle/arquivos/pdfs/Imagination_inspiracao_V&M.zi
p.

Os tipos de seções tubulares

As seções dos tubos podem ser circulares, quadradas ou retangulares.


Os tubos são especificados em projeto pela dimensão externa seguida da espessura em
milímetros.

Exemplo:

200 x 3 (tubo circular)

150 x 80 x 2 (tubo retangular)

Um sério problema dos perfis tubulares é a possibilidade de sofrerem deteriorações de dentro


para fora e que não podem ser detectadas visualmente. Por isso recomenda-se o uso de tubos
em aços de maior resistência à corrosão.

1.4.6.1.Usos estruturais de tubos de Aço

Os Tubos de aço podem ser usados em:

a) Barras de treliças planas e espaciais

Os perfis tubulares, por possuírem massas igualmente distanciadas do centro de gravidade,


prestam-se bem à utilização em barras submetidas tanto a tração como compressão, como
ocorre nas treliças.

Apresentam certas dificuldades em relação às ligações entre as barras, embora já existam


sistemas bastante eficientes para execução de nós em treliças com tubos cilíndricos (ex.:
Sistema Mero para treliças espaciais).
Além disso, sistemas computadorizados de corte a plasma executam o recorte da seção dos
tubos circulares de tal forma que os encontros de dois tubos sejam exatos, permitindo ligações
soldadas de grande qualidade.

b) Barras submetidas à torção

Os perfis tubulares, principalmente os cilíndricos, são os que melhor absorvem esforços de


torção por possuírem massas igualmente distanciadas do centro de gravidade. Os perfis I, por
exemplo, tem um desempenho fraco sob a ação de torção, pois a alma concentra material
próximo ao centro de gravidade.

c) Pilares

Talvez seja essa a mais interessante aplicação dos perfis tubulares, pois apresentam maior
eficiência contra a flambagem com menor consumo de material. São executados vazados ou
preenchidos com concreto, quando então se obtém uma grande resistência com seções
bastante esbeltas.
d) Vigas

Os perfis tubulares retangulares podem ser usados como vigas. Do ponto de vista econômico
os perfis tubulares são menos eficientes que os perfis I, pois ao contrário destes apresentam
maior concentração de massa na alma, o que contraria o princípio já bastante comentado.

1.4.7. Chapas
VIDEO 15

As chapas de aço são obtidas através da laminação dos lingotes ou placas. Classificam-se em
finas e grossas, conforme suas espessuras.

As chapas finas variam de 0,31mm a 4, 76 mm de espessura e são fornecidas em peças de até


6.0m de comprimento ou em bobinas.
As chapas grossas possuem espessuras que variam de 13/64" (5,2 mm) a 2 1/2" (63,5 mm) e
são normalmente especificadas em polegada. São fornecidas em peças de até 1,22 m de
largura por até 10.67m de comprimento.

Tipo de chapa de aço Espessuras Tamanhos

Chapa fina 0,31 a 4,76 mm 6,0m ou em bobinas

1,22 m de largura por até


Chapa grossa 5,20 a 63,5 mm
10.67m de comprimento

1.4.7.1. A utilização das Chapas de aço

As chapas são utilizadas em:

a) Conformação de perfis estruturais (perfis de chapas dobradas).


Para esta finalidade são usadas apenas chapas finas.

b) Elementos de ligação de perfis em nós de treliças ou outros sistemas.


A forma da chapa é função do tipo de ligação a ser executada.

c) Reforço de estruturas existentes.


Foto 12 - Estrutura em perfis de chapa dobrada

A soldagem de chapas em perfis que necessitam de reforço propicia um aumento bastante


sensível na sua resistência. (Ver figura 19)
Figura 19

No exemplo acima, foi obtido um aumento de 21% na resistência da peça com apenas 10% a
mais de peso.

1.4.8. Barras redondas.

As barras redondas são obtidas por laminação. Seu diâmetro varia de ½" (12,5 mm) a 4" (102,0
mm). As barras redondas são, basicamente, usadas para confecção de chumbadores,
parafusos e tirantes.

Módulo 1 : Parte 5
1.5. Tabelas de Perfis de Aço

Leitura Recomendada :

O uso do Aço na Arquitetura


Capitulo 3 : Perfis Metálicos: Métodos de Obtenção e Padronização , do Prof. Aluízio
Fontana Margarido.

Este capítulo contém as principais tabelas de perfis de aço utilizados.

Para fazer o download do arquivo aqui:


clique http://cursoscbca.netpoint.com.br/moodle/arquivos/pdfs/Biblioteca/ApostilaUsoDoAco
%28ProfMargarido%29cap03.pdf
Além desta fonte, o site Metálica.com.br inclui, entre suas páginas, uma seção dedicada a
publicação de tabelas dimensionais fornecidas pelos fabricantes de diversos tipos de perfis e
produtos de aço.

Estão disponíveis para consulta e download no link: http://www.metalica.com.br/

Nota:
Recomendamos sempre consultar os catálogos dos fabricantes de perfis de aço para
verificação de seus dados técnico.

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