Você está na página 1de 46

ESTRUTURAS

METÁLICAS:
INTRODUÇÃO
Matheus Stanley Santos Cardoso
Brendo Barbosa Ferreira
Introdução

 O aço já não pode mais ser visto como uma opção de construção apenas para
indústrias, galpões e edifícios comerciais. Os sistemas construtivos em aço –
tendência já consolidada em países desenvolvidos – vêm crescendo a cada ano
também nos projetos residenciais no Brasil. Profissionais de renome nacional
têm aderido à versatilidade do material, que permite maior leveza e agilidade
em projetos residenciais.
 O emprego do aço permite construir com segurança, rapidez e precisão, além
de possibilitar um maior controle nos custos, haja vista a velocidade da
construção.
 Atualmente constata-se que a estrutura metálica vem conquistando cada vez
maior espaço na construção civil.
 E o Brasil dispõe hoje de uma siderurgia moderna, com capacidade instalada
capaz de suprir com produtos de alta qualidade uma maior demanda do
mercado da construção civil.
Quando e onde surgiu?

 Sua utilização foi iniciada no século XVIII na Europa, como


uma alternativa à madeira e outros materiais populares até
então. A primeira obra feita totalmente em aço foi a ponte
sobre o rio Severn na Inglaterra, em 1779.
Vantagens

 Devido ao módulo de elasticidade do aço, a estrutura metálica


pode ser projetada com seções mais esbeltas, melhorando o
uso do espaço na edificação e reduzindo a carga sobre
fundações, podendo gerar economia na construção.
 O padrão de acabamento é mais uniforme, permitindo
inclusive aplicações comerciais com estrutura aparente, sem
prejuízo na estética. Como exemplo, pode-se citar treliças de
telhados em lojas, estacionamentos, supermercados, etc.
 Em relação às estruturas em concreto armado (incluindo
algumas pré-fabricadas), permitem maiores vãos livres, o que
dá maior liberdade de uso do espaço.
 Alivia a carga sobreposta nas fundações.
Desvantagens:

 Por ter seções mais esbeltas, é preciso ter uma maior


preocupação com a flambagem de peças comprimidas.
 Apresenta uma maior vulnerabilidade em episódios de ventos
fortes.
 O comportamento ao fogo exige maiores cuidados, em função da
dilatação térmica e perda da capacidade resistente.
 O comportamento ao fogo exige maiores cuidados, em função da
dilatação térmica e perda da capacidade resistente. Em
condições normais, seções de concreto armado estão mais
protegidas, inclusive pelo fato de o cobrimento não ser inflamável.
 Vulnerabilidade à corrosão, principalmente sem a manutenção de
sistemas protetivos, tais como pinturas.
Tipos de sistemas

Sistema Porticulado
Consiste de edificações cuja estrutura portante é constituída por pórticos espaciais de
vigas de aço. Nessas edificações, as paredes são do tipo panos de vedação, que, embora
não sejam colaborantes na resistência das solicitações de carregamento verticais, são
extremamente importantes para as ações de contraventamento e também para conferir
rigidez global à construção.
Tipos de sistema
Sistema Treliçado
Consiste de edificações cuja estrutura portante é constituída por
treliças espaciais de vigas de aço. Nessas edificações, as paredes não
são colaborantes na resistência das solicitações de carregamento
verticais, nem às ações de contraventamento, pois a geometria das
treliças espaciais já confere esses efeitos à construção.
Tipos de sistema

Sistema Container
Os containers reaproveitados para uso na construção civil estão ficando
cada vez mais populares e daqui a alguns anos devem se tornar cada vez
mais presentes nas cidades. Os contêineres são sinônimo de design
diferenciado, rapidez na construção e sustentabilidade.
Tipos de sistema
Sistema Light Steel Frame (L SF)
É um sistema de construção a seco constituído por uma estrutura leve de perfis de
aço galvanizado que formam um esqueleto estrutural autoportante, composto de
painéis, vigas, tesouras de telhado e outros elementos, projetados para suportar as
cargas da edificação e as forças do vento, até 200 km/h.
ligações

 Já quanto às ligações entre os perfis metálicos, temos três


tipos:
 ligações parafusadas;
 ligações soldadas; e
 ligações rebitadas.
ligações

TIPOS DE SOLDA
•Solda de Entalhe ou Solda de Chanfro, que temos de 2 tipos:

Solda de Penetração Total  Solda de Filete ou Solda de Cordão

Solda de Penetração Parcial Solda de Tampão


Aço

• O açoé uma liga constituída


metálica basicamente de ferro e
carbono.
• Cada destes altera as
propriedades elementos físicas como sua
um
resistência mecânica, resistência
da a
corrosão, ductilidade
liga, e muitas outras.
A quantidade de carbono

• Aços com maior quantidade de carbono são mais resistentes, porém pouco
dúcteis e muito quebradiços. Com menos carbono são mais dúcteis, mas
com menor resistência.
• A ductilidade é um aspecto importante, pois permite que sejam
visualizadas as deformações em peças submetidas a grandes tensões,
servindo como aviso antes da ruptura, ou permitindo a redistribuição dos
esforços.
• Em relação ao cálculo de dimensionamento, não se
considera o limite de ruptura como limite de trabalho do
aço e sim o limite de escoamento, pois a partir deste ponto
as deformações são permanentes e indesejáveis,
podendo, inclusive ocorrer a ruptura inesperadamente.
Perfis Metálicos

• Os perfis estruturais de aço são obtidos a


partir dos lingotes reaquecidos, que passam
pelos laminadores-desbastadores, onde têm
sua seção transversal alterada e a estrutura
molecular do aço trabalhada para atingir
características físicas apropriadas.
Perfis Metálicos

• Os perfis estruturais podem ser de três tipos:


– Perfis Laminados
– Perfis de chapas soldadas
– Perfis de chapa dobrada
Perfil Laminado

• Perfil Laminado
– É aquele obtido a partir da laminação dos tarugos.
Suas dimensões são padronizadas e limitadas.
Normalmente é utilizado em obras de médio
porte. Tem como vantagem a redução do
trabalho de transformação da chapa, pois já vem
pronto. Os principais perfis laminados fabricados
no Brasil são:
• Perfil U
• Perfil I e H
• Cantoneira
Perfil de Chapa Dobrada

– O perfil de chapa dobrada é obtido pelo dobramento de


chapas a frio.
– Quando as chapas são finas, entre 1,5 mm e 5 mm, os
perfis recebem a denominação de perfis leves.
– Os perfis mais pesados podem ser executados com
chapas que podem chegar à espessura de 25 mm. Neste
caso são exigidos raios de curvaturas mínimos na
dobragem para evitar fissuração ou alteração nas
características do aço.
Perfil de Chapa Dobrada

– Os perfis de chapa dobrada permitem variação de


forma e dimensões das seções, mas podem,
também, ser encontrados prontos e padronizados.

– Os perfis de chapa dobrada mais comuns são:


• Perfil U, simples e enrijecido
• Cantoneira
Perfil de Chapas Soldadas

– Perfil de chapas soldadas é o perfil obtido pela soldagem


de chapas entre si. Permite grande variedade na forma e
dimensões das seções; As chapas, com as mais diversas
espessuras, variando entre 5 e 50 mm, e que podem,
ainda, estar previamente dobradas, quando soldadas
entre si originam as mais diversas possibilidades de
seções
– Devido ao custo de fabricação mais elevado esse tipo de
perfil é utilizado em obras de médio a grande porte.
Principais aplicações dos perfis:

• O esforço de compressão simples pode provocar flambagem, daí


peças comprimidas exigirem seções mais rígidas, ou seja, aquelas
em que o material esteja mais afastado do centro de gravidade, de
preferência em todas as direções.
• O esforço de flexão exige formas de seção em que o material
encontre-se longe do centro de gravidade, mas apenas em relação
ao eixo em torno do qual ocorre o momento fletor.
• O esforço de tração simples convive bem com qualquer forma de
seção. Se a intenção for trabalhar com peças esbeltas é
recomendado o uso de seções em que o material esteja
concentrado junto ao centro de gravidade da seção.
Cantoneiras
Cantoneiras

• Elemento de ligação entre


peças
Cantoneiras

• Barras de treliças, principalmente em tesouras


de telhado
– É recomendável que as barras das treliças sejam
formadas por cantoneiras duplas, para que o centro
de gravidade da força passe pelo c.g. da seção,
evitando-se assim excentricidades que resultem em
esforços indesejáveis.
Perfil “U”
Perfil “U”

• Os perfis U de chapa dobrada podem ser


enrijecidos para aumentar sua inércia em
relação ao seu eixo vertical (de menor inércia).
Esse enrijecimento é dado pelo dobramento
de seus extremos.
Perfil “U”

– Barras de Treliças de grande porte;


– Composição de pilares através da soldagem
dos perfis entre si ou com chapas ou
cantoneiras;
– Terças para apoio de telhas de cobertura;
– Vigas para pequenas cargas e vãos.
Perfil “U”
Perfil “I”
Perfil “I”

• O uso como viga é a principal e mais


importante aplicação desse perfil. Sua
de
forma é extremamente adequada
seção
absorver ospara
esforços de flexão, já que suas
mesas constituem elementos de grande
quantidade de massa, afastados do centro de
gravidade da seção.
Perfil “H”
Perfil “H”

É muito utilizado como pilar, pois apresenta boa rigidez em


ambas as direções, respondendo bem ao esforço de
compressão axial.
•A inércia de sua seção faz com que o perfil “H” seja
indicado, também, para pilares submetidos a flexo-
compressão (flexão + compressão axial).
Formado por duas abas paralelas mais largas e reforçadas, o 
Perfil H é muito utilizado para suportar cargas de grande
peso. O rebordo mais largo permite a ligação por meio de
parafusos ou outros componentes de fixação.
Perfil “T”

• O perfil “T” tem pouca utilização estrutural,


sendo principalmente usado na
composição de caixilhos.
Perfil Tubular
• As seções dos tubos podem ser circulares,
quadradas ou retangulares.
Perfil Tubular
– Um sério problema dos perfis tubulares é
possibilidade de sofrerem deterioração
a de dentro
para fora e que não pode ser detectada
visualmente. Por isso recomenda-se o uso de
tubos em aços de maior resistência à corrosão.
Perfil Tubular
• Barras de treliças planas e espaciais.
– Por possuírem massas igualmente distanciadas do
centro de gravidade, prestam-se bem à utilização
em barras submetidas tanto a tração como
compressão, como ocorre nas treliças.
• Barras submetidas à torção
– Os perfis tubulares, principalmente os cilíndricos,
são os que melhor absorvem esforços de torção
por possuírem massas igualmente distanciadas do
centro de gravidade.
Chapas

 As chapas de aço são obtidas através da laminação dos lingotes ou placas. Classificam-
se em finas e grossas, conforme suas espessuras.
• As chapas finas variam de 0,31mm a 4, 76 mm de espessura e são fornecidas em peças
de até 6.0m de comprimento ou em bobinas.
Chapas

• Conformação de perfis estruturais (perfis de


chapas dobradas). Para esta finalidade são
usadas apenas chapas finas.
• Elementos de ligação de perfis em nós de
treliças ou outros sistemas. A forma da chapa
é função do tipo de ligação a ser executada.
• Reforço de estruturas existentes.
DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE ACORDO
COM A NBR 8800

 A estrutura deve ser projetada como uma entidade tridimensional, deve ser robusta
e estável sob condições normais de carregamento e não deve, na eventualidade de
ocorrer um acidente ou ser utilizada inadequadamente, sofrer danos
desproporcionais às suas causas.

 Cada pilar de um edifício deve ser efetivamente travado por meio de escoras
(contenções) horizontais em pelo menos duas direções, de preferência ortogonais,
em cada nível suportado por esse pilar, inclusive nas coberturas.
RESISTÊNCIA DOS AÇOS
ESTRUTURAIS

 Todo projeto de estruturas de aço parte de algumas


características mecânicas importantes do aço que são o
Limite de Escoamento e o Limite de Ruptura.

 Os Limites de Escoamento e Ruptura são os valores


mínimos garantidos pelos fabricantes do aço, baseados na
média estatística de valores obtidos em um grande número de
testes.
Material Aço

 Tabela – Propriedades mecânicas mínimas


Denominação Características Propriedades mecânicas mínimas
Limite de Limite de ruptura fu
escoamento fy
tf/cm2 kN/cm2 tf/cm2 kN/cm2
ASTM A36/MR 250 Aço-carbono estrutural comum 2,5 25 4,0 40

ASTM A36/MDC0S Aço-carbono média resistência 3,0 30 4,0 40


CIVIL
ASTM A570 G33 Aço-carbono laminado a quente para 2,3 23 3,6 35
perfis dobrados a frio
ASTM A572 G50-1/G35 Aço de baixa liga e alta resistência 3,5 34,5 4,5 45
mecânica
ASTM A709 G36 Aço de baixa liga e alta resistência à 2,5 25 4,0 40
corrosão atmosférica
ASTM A709 G50, Aço de baixa liga e alta resistência à 3,0 30 4,0 40
USISAC-300, corrosão atmosférica
C0SARC0R 300 e CSN 3,0 30 4,2 42
COR-420
ASTM A588, USI SAC- Aço de baixa liga, alta resistência 3,5 34,5 4,9 49
350, COSARCOR 350 mecânica e à corrosão atmosférica
ASTM A709G70, USI Aço de baixa liga, alta resistência 4,9 49 5,8 58
SAC-490 mecânica e à corrosão atmosférica
Perfis

Cantoneira Perfil I
Perfil U ou C

H 152x37,1 I 152x18,5 U 203x17,1


L 50x6,3 L 102x76x7,9
Tabela de Perfis
Tabela – Perfil C
Tabela – Perfil L abas iguais

Você também pode gostar