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Estruturas Metálicas

Introdução

Prof. Harley Francisco Viana – harley.viana@prof.una.br


Introdução
• Os aços estruturais são aqueles que, devido a sua resistência, ductilidade, e
outras propriedades, são utilizados em elementos estruturais que suportam e
transmitem esforços mecânicos.

• O aço é uma liga de ferro e carbono, com outros elementos adicionais, como
silício, manganês, fósforo, enxofre etc.

• O teor de carbono pode variar desde 0% ate 1,7%.

• O carbono aumenta a resistência do aço, porém reduz a soldabilidade e a


ductilidade. Os aços com baixo teor de carbono têm menor resistência à tração,
porém são mais dúcteis.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 2


Vantagens do aço como material estrutural
• Elevada resistência
✓ Material estrutural de maior índice de resistência (resistência x peso específico)
✓ Componentes de aço possuem menores dimensões que aqueles em outros
materiais
✓ Adequada para obras com grandes vãos ou grandes alturas (edifícios altos,
torres de transmissão de energia e de telecomunicações)

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 3


Vantagens do aço como material estrutural
• Comparação entre vigas de aço e de concreto
Ex.: Viga biapoada com 5 m de vão e submetida a carga uniformemente distribuída
de 20 kN/m.
- Em aço:
Perfil I 200 x 100 x 6,5 x 8 mm
Área: 28 cm²
Peso: 1,1 kN;

- Em concreto:
Seção retangular 20 x 50 cm
Área: 1000 cm²
Peso: 13 kN

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 4


Vantagens do aço como material estrutural
• Comparação entre vigas de aço e de concreto
Ex.: Viga biapoada com 15 m de vão e submetida a carga uniformemente
distribuída de 70 kN/m.
- Em aço:
Perfil I 800 x 400 x 8 x 19 mm
Área: 213 cm²
Peso: 25 kN;

- Em concreto:
Seção retangular 40 x 150 cm
Área: 6000 cm²
Peso: 225 kN

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 5


Vantagens do aço como material estrutural
• Comparação entre vigas de aço e de concreto
Ex.: Pilar de 3 m com força axial de compressão de cálculo de 1500 kN.

- Em aço:
Perfil H 250 x 250 x 8 x 9,5 mm
Área: 66 cm²
Peso: 1,5 kN;

- Em concreto:
Seção quadrada 30x 30 cm
Área: 900 cm²
Peso: 6,8 kN

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 6


Vantagens do aço como material estrutural
• Comparação entre vigas de aço e de concreto
Ex.: Pilar de 3 m com força axial de compressão de cálculo de 15000 kN.

- Em aço:
Perfil H 650 x 650 x 19 x 31,5 mm
Área: 521 cm²
Peso: 12 kN;

- Em concreto:
Seção quadrada 100 x 100 cm
Área: 10000 cm²
Peso: 75 kN

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 7


Vantagens do aço como material estrutural
• Elevada ductilidade
✓ Deformação antes do rompimento em torno de 15% a 40%
✓ Resistentes a choques bruscos
✓ Permite que pontos de alta tensão se redistribuam pelo corpo

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 8


Vantagens do aço como material estrutural
• Aproximação entre a teoria e a prática
✓ Material homogêneo e praticamente isotrópico
✓ Características bem definidas
✓ Boa aproximação entre comportamento estrutural teórico e o prático

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 9


Vantagens do aço como material estrutural
• Facilidade de reforço e ampliação
- Reforço: soldagem de chapas nas mesas de um pilar para aumentar sua
capacidade de resistir às forças atuantes ou de perfil T sob viga em perfil I
- Ampliação: ligação de nova viga por meio de parafusos a pilar existente

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 10


Vantagens do aço como material estrutural
• Possibilidade de reaproveitamento
- Uma estrutura metálica com ligações aparafusadas e sem lajes de concreto
pode ser desmontada

• Rapidez de execução
- Peças pré-fabricadas → execução mais rápida
- Término da obra em prazo menor se comparado ao de obras convencionais.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 11


Cuidados com o aço como material estrutural
• Corrosão
- Há uma tendência natural do ferro constituinte do
aço retornar ao seu estado primitivo de minério, ou
seja combinar com os elementos presentes no
meio ambiente (O2, H2O) formando óxido de ferro;
- Esse processo começa na superfície do metal e acaba levando a sua total
deterioração caso não sejam tomadas medidas preventivas;

- Há uma gradual redução das seções transversais dos componentes estruturais


que podem ser invalidados para as finalidades de resistência às tensões
atuantes;

- A proteção contra a corrosão é feita usualmente por pintura ou galvanização


(camada de Zinco sobre superfícies).
24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 12
Cuidados com o aço como material estrutural
• Aplicação de pintura
- Consiste em criar uma barreira impermeável protetora na superfície exposta do
aço através de aplicação de esmaltes, vernizes, tintas e plásticos.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 13


Cuidados com o aço como material estrutural
• Galvanização
- Processo de zincagem por imersão a quente, que consiste na imersão da peça
em um recipiente com zinco fundido a 460°C.
- Para garantir uma proteção ainda maior contra a corrosão costuma-se aplicar
tintas sobre as superfícies zincadas.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 14


Cuidados com o aço como material estrutural
• Comportamento em Situação de Incêndio
- As principais propriedades mecânicas do aço degeneram-se consideravelmente
em altas temperaturas;
- Aumento de temperatura = resistência ao escoamento e do módulo de
elasticidade
- As reduções de resistência e rigidez podem provocar um colapso em decorrência
da estrutura perder a capacidade de suportar as ações atuantes.

Fatores de redução da relação tensão-deformação do aço Curva tensão x deformação para diversas temperaturas
24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 15
Cuidados com o aço como material estrutural
• Comportamento em Situação de Incêndio
- Temperatura crítica: é aquela na qual se dá o colapso;
- É de 500º C a 700º C para dimensionamentos sem folga.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 16


Cuidados com o aço como material estrutural
• Proteção da estrutura para não atingir a temperatura crítica
- Proteção tipo contorno: argamassa jateada em toda a superfície exposta dos
elementos estruturais.

- Proteção tipo caixa: placas rígidas são montadas em volta dos elementos.

Tipo contorno Tipo caixa

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 17


Cuidados com o aço como material estrutural
• Proteção da estrutura para não atingir a temperatura crítica
- Tinta intumescente para estrutura metálica aparente.
✓ Película de 0,25 a 0,6 mm de espessura;
✓ Quando submetida ao calor, tem sua espessura aumentada entre 20 e 30 vezes
→ Aspecto esponjoso (material de proteção contra incêndio);
✓ Permite que sobre ela seja aplicada uma pintura de acabamento.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 18


Cuidados com o aço como material estrutural
• Proteção da estrutura para não atingir a temperatura crítica
- Uma maneira de reduzir o problema é o uso de aços resistentes ao fogo que,
em virtude de suas composições químicas, apresentam degeneração das
propriedades mecânicas com a elevação da temperatura menos acentuada que
a dos demais aços.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 19


Aços estruturais
• Os aços utilizados na fabricação de perfis de seção aberta e barras redondas
lisas possuem propriedades mecânicas adequadas para uso em sistemas
submetidos a tensões e deformações.

• A durabilidade necessária para atender aos requisitos de vida útil, geralmente


igual a um mínimo de 50 anos.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 20


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Ensaio de tração: comportamento dos aços sob tensão normal
- Esse ensaio é usado primariamente para determinar a relação entre a tensão
normal média e a deformação normal média.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 21


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Ensaio de tração: comportamento dos aços sob tensão normal

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 22


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Ensaio de tração: comportamento dos aços sob tensão normal

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 23


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Diagrama 𝝈 𝒙 𝜺 - Comportamento elástico

✓ Trecho reto: da origem até o material atingir a


resistência ao escoamento fy;

✓ A tensão é proporcional à deformação. Em outras palavras, o material é


linearmente elástico → O material obedece a lei de Hooke (𝜎 = 𝐸𝜀);

✓ Ao atingir o limite de elasticidade, se a carga for removida, o corpo de prova


ainda voltará à sua forma original.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 24


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Diagrama 𝝈 𝒙 𝜺 - Comportamento plástico
Escoamento: Ao elevar a tensão acima do limite
de elasticidade haverá o colapso do material
(deformação permanentemente).
- A tensão que causa escoamento é denominada
tensão de escoamento, σe.
- Para os materiais sem patamar de escoamento,
define-se o limite de escoamento como sendo a
tensão correspondente a uma deformação
residual de 0,2%.
- Descarregamento ocorre segundo uma reta
paralela a E. Sempre restará uma deformação
residual 𝜀𝑟 .

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 25


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Diagrama 𝝈 𝒙 𝜺 - Comportamento plástico
Encruamento: Após escoamento, o material sofre
um revigoramento, que recebe a denominação de
encruamento ou endurecimento.
- A tensão volta a crescer com a deformação,
porém sem proporcionalidade, até atingir uma Aumento da resistência por
tensão máxima denominada limite de deformação plástica.
resistência, 𝑓𝑢 (resistência à ruptura).
- A deformação correspondente varia de 13 a
20%.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 26


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Diagrama 𝝈 𝒙 𝜺 - Comportamento plástico
Estricção: Após o limite de resistência, a área da
seção transversal começa a diminuir em uma
região localizada do corpo de prova (estricção).
- O diagrama tensão-deformação tende a curvar-
se para baixo até o corpo de prova quebrar, Aumento da resistência por
quando atinge a tensão de ruptura. deformação plástica.

- Ocorre uma queda no valor da força de tração


aplicada, até o rompimento do material, sob
deformação da ordem de 15 a 25%.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 27


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Compressão
- Caso o CP fosse submetido à compressão, as resistências teriam os mesmos
valores absolutos do ensaio de tração;
- Ao invés do aumento do comprimento, da estricção e do rompimento, ocorreriam
redução do comprimento, aumento de área da seção transversal e esmagamento
por compressão, respectivamente.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 28


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Resistência ao cisalhamento
- Submetendo-se um CP à tensão de cisalhamento, obtém-se um diagrama tensão-
deformação similar ao diagrama das tensões normais de tração;
- G = a inclinação do segmento reto, denominado módulo de elasticidade
transversal;
- O valor de G pode ser obtido pelo diagrama ou pela teoria da elasticidade:

E
G=
2(1 + )

• n = coeficiente de Poisson
• n = 0,3 em regime elástico.
• G ≈ 77000 MPa.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 29


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Resistência ao cisalhamento
- A resistência ao escoamento por cisalhamento, 𝑓𝑣𝑦 :
f vy  0,60 f y

- A resistência à ruptura ao cisalhamento, 𝑓𝑣𝑢 :

f vu  0,60 f u

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 30


Aços estruturais
• Propriedades físicas e mecânicas
- Massa específica:  = 7850 kg / m 3
- Peso específico do aço:  = 77 kN / m 3
- Dilatação térmica do aço:  = 12 x10 −6 C −1

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 31


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Os aços estruturais usados no Brasil, em função da composição química, são
classificados em:
✓ aços-carbono;
✓ aços de baixa liga e alta resistência mecânica;
- Esses aços podem possuir resistência à corrosão atmosférica normal ou superior
à normal, sendo neste último caso denominados aços resistentes à corrosão
atmosférica;
- Os aços-carbono e os aços de baixa liga e alta resistência mecânica podem ser
resistentes ao fogo (apresentam degeneração das propriedades mecânicas
inferior a dos demais aços sob altas temperaturas).
- Todos os aços supracitados possuem diagrama tensão x deformação com
patamar de escoamento.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 32


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- A ABNT NBR 8800:2008 exige que os aços estruturais possuam:
✓ Resistência ao escoamento máxima de 450 MPa: para assegurar a
soldabilidade com o emprego de eletrodos utilizados normalmente na
construção civil;
✓ Relação mínima entre as resistências à ruptura e ao escoamento (𝒇𝒖 /𝒇𝒚 ) de
1,18: para assegurar que as prescrições de cálculo da norma relacionadas à
propagação do escoamento antes da ruptura possam ser aplicadas.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 33


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Aços-carbono
✓ São os tipos mais usuais, sendo que o aumento de resistência é obtido com o
carbono (entre 0,15% e 0,29%) e com a adição de manganês (porcentagem
máxima de 1,5%);
✓ Teor de carbono aumenta a resistência e a dureza (reduz a ductilidade);
✓ Aços de média resistência mecânica, apresentam resistência ao escoamento
mínima entre 230 MPa e 380 MPa e resistência à ruptura mínima entre 310 MPa
e 480 MPa;
✓ Aços mais usados: ASTM A36, A570.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 34


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Aços de baixa liga e alta resistência mecânica
✓ Apresentam resistência ao escoamento mínima situada entre 290 MPa e 450
MPa resistência à ruptura mínima entre 415 MPa e 550 MPa;
✓ O nível de resistência desses aços fica mais elevado que dos aços-carbono pela
presença de outros elementos químicos (Silício, níquel, etc).

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 35


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Aços resistentes à Corrosão Atmosférica
✓ Os aços estruturais podem conter elementos como manganês, cobre, cromo,
níquel e nióbio, em porcentagens adequadas, de modo a terem resistência à
corrosão atmosférica superior à normal, constituindo os chamados aços
resistentes à corrosão atmosférica;
✓ Tais aços não são imunes à corrosão, mas apresentam uma velocidade de
corrosão (perda de espessura com o tempo) pelo menos 4 vezes inferior a dos
demais;
✓ Quando expostos ao clima, uma camada de óxido compacta e aderente se
desenvolve em suas superfícies. Essa camada funciona como barreira de
proteção contra o prosseguimento do processo corrosivo, possibilitando, assim, a
utilização desses aços sem revestimento.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 36


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Aços resistentes à Corrosão Atmosférica
✓ O tempo necessário para a formação da pátina (proteção) varia em função do
tipo de atmosfera a que o aço está exposto, sendo em geral de 18 meses a 3
anos;
✓ Após um ano o material já apresenta a coloração marrom-clara.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 37


Aços estruturais
• Classificação dos aços estruturais
- Aços resistentes à Corrosão Atmosférica
✓ O tempo necessário para a formação da pátina (proteção) varia em função do
tipo de atmosfera a que o aço está exposto, sendo em geral de 18 meses a 3
anos;
✓ Após um ano o material já apresenta a coloração marrom-clara.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 38


Aços usados no Brasil
• Aços Normatizados (ABNT)

MR - média resistência mecânica; AR - alta resistência mecânica; COR - resistência à


corrosão atmosférica
24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 39
Aços usados no Brasil
Aços estruturais
de especificação
ASTM permitidos
pela NBR 8800:

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 40


Aços usados no Brasil
• Aços das siderurgias brasileiras

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 41


Perfis estruturais de aço
- Os perfis estruturais de aço utilizados na construção metálica brasileira previstos
pela ABNT NBR 8800: 2008 são classificados em:

✓ Laminados

✓ Soldados

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 42


Perfis estruturais de aço
• Perfis laminados
- São aqueles obtidos por meio de um processo de transformação mecânica,
chamado de laminação.
- Laminação: modificar continuamente, a frio ou a quente, a seção transversal de
um produto metálico pela sua passagem entre dois cilíndricos.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 43


Perfis estruturais de aço
• Chapas
- Grossas ( > 4,75 mm) → em forma de placas
- Finas (≤ 4,75 mm) → placas ou bobinas

Chapa grossa Chapa fina

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 44


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 45


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta
a) Perfis I de faces inclinadas
- Apropriado para uso sob solicitação de flexão simples em relação ao eixo x. Sua
resistência à flexão em relação ao eixo y é reduzida.
- Especificação: Símbolo I, seguido da altura (d), em mm, e da massa por
unidade de comprimento (kg/m). Ex.: I 127 x 14,8.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 46


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta
b) Perfis U
- Empregado quando a solicitação, de qualquer tipo, é pequena. Ex: pilares de
estruturas pouco carregadas, componentes de treliça, terças e travessas de
tapamento, degraus e longarinas de escadas;
- Especificação: Símbolo U, seguido da altura (d), em mm, e da massa por
unidade de comprimento (kg/m). Ex.: U 152,4 x 12,2.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 47


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta
c) Cantoneiras (Perfis L)
- São perfis relativamente menos pesados, usados principalmente como
componentes de treliça e como elementos de contraventamento, situações em
que a solicitação predominante é de tração ou compressão axial;
- Especificação: Símbolo L, seguido pelo comprimento das abas (b), e pela
espessura (t), em mm. Ex.: U 76,2 x 6,35.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 48


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta
d) Perfis I de faces paralelas
- São mais apropriados para uso sob solicitação de flexão simples em relação ao
eixo x, já que sua resistência à flexão em relação ao eixo y é relativamente
pequena;
- Especificação: Símbolo W, seguido da altura (d), em mm, e da massa por
unidade de comprimento (kg/m). Ex.: W 310 x 38,7.
y

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 49


Perfis estruturais de aço
• Perfis de seção aberta
d) Perfis H de faces paralelas
- São mais apropriados para trabalhar como barras comprimidas, especialmente
como pilares;
- Especificação: Símbolo W ou HP, seguido da altura (d), em mm, e da massa
por unidade de comprimento (kg/m). Ex.: W 310 x 93, HP 250 x 85.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 50


Perfis estruturais de aço
• Barras redondas
a) Lisas: São produzidas no Brasil com diâmetro de 6,35 mm a 88,9 mm;
- Empregas como tirantes ou como elementos de contraventamento,
situações em que a solicitação atuante é de tração axial;
- São fabricadas principalmente em aço ASTM A36.
- Especificação: Símbolo 𝜙, seguido do diâmetro (D), em mm. Ex:
𝜙 50,8.

b) Nervuradas: São produzidas no Brasil com diâmetro entre 5,0 mm e


40 mm;
- São geralmente utilizadas como armaduras em estruturas de
concreto;
- As nervuras proporcionam aderência adequada entre a barra e o
concreto.
- Especificação: Símbolo 𝜙, seguido do diâmetro (D), em mm. Ex:
𝜙 20.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 51


Perfis estruturais de aço
• Perfis soldados
- Geralmente, são usados quando necessita de perfis mais resistentes que os
perfis laminados disponíveis, ou então para se ter uma forma especial de seção
transversal;
- ABNT NBR 5884:2005: Perfil I Estrutural de Aço Soldado por Arco Elétrico;

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 52


Perfis estruturais de aço
• Perfis soldados
a) Série CS (coluna soldada):
- composta de perfis H duplamente simétricos (altura/largura = 1);
- apropriados para serem usados em barras predominantemente comprimidas
axialmente (Ex. Pilares);

b) Série VS (viga soldada):


- composta de perfis I duplamente simétricos (altura/largura ≤ 4);
- apropriados para serem usados em barras predominantemente fletidas (Ex.
Vigas);

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 53


Perfis estruturais de aço
• Perfis soldados
c) Série CVS (coluna-viga soldada):
- composta de perfis intermediários entre I e H, duplamente simétricos;
- apropriados para serem usados como barras submetidas a esforços combinados
de flexão e compressão axial (Ex. Pilares de pórticos submetidos a ações vertical
e lateral);

d) Série VSM (viga soldada mista):


- composta de perfis do tipo I monossimétricos (mesas com mesma largura, mas
espessuras diferentes);
- apropriados para serem usados em barras predominantemente fletidas, em que
a tensão na mesa de menor área é inferior à da mesa de maior área (Ex. vigas);

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 54


Perfis estruturais de aço
• Perfis soldados

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 55


Perfis estruturais de aço
• Perfis soldados
- Os perfis do tipo I ou H devem ser especificados por meio dos símbolos CS, VS,
CVS ou VSM no caso dos perfis padronizados ou PS no caso de um outro perfil,
seguido da altura, em mm, e da massa por unidade de comprimento (kg/m);
- Exemplos: CS 500 x 253, VS 400 x 49, CVS 350 x 98, VSM 600 x 100.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 56


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- São tensões normais ou de cisalhamento que surgem nos perfis durante o seu
resfriamento não uniforme, decorrentes do processo de fabricação;

- São tensões internas, ou seja, que não são causadas por ações externas, e
portanto, com resultantes de força e momento nulas;

- A distribuição e a intensidade das tensões normais residuais de uma barra


dependem de vários fatores, como:
✓ Tipo e dimensões da seção transversal;
✓ Velocidade de resfriamento, etc

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 57


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- Nos perfis laminados, as tensões normais residuais surgem quando o aço se
resfria (da temperatura de laminação para a temperatura ambiente).

- Partes da seção transversal, onde existe menor quantidade de material


concentrado, resfriam mais rápido que aquelas com maior quantidade de
material.

- Quando o resfriamento é finalizado, aquelas partes que resfriaram primeiro


ficam com tensões residuais de compressão e as partes que se resfriaram mais
tarde ficam com tensões residuais de tração.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 58


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 59


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- Distribuição típica em um perfil I laminado: as regiões das extremidades das
mesas e do centro da alma, nas quais existe menor quantidade de material
concentrado, ficam comprimidas, e as regiões das junções entre alma e mesas,
nas quais existe maior quantidade de material, ficam tracionadas.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 60


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- Perfis soldados
✓ Cortam-se longitudinalmente as chapas a maçarico;
✓ As regiões das bordas das chapas ficam aquecidas e têm o resfriamento
completado por último, e ficam tracionadas;
✓ A região central fica comprimida;
✓ A soldagem entre as chapas aquecem com mais intensidade as regiões
próximas às soldas, que, ao se resfriarem após todo o restante da seção ficam
tracionadas;

Tensões normais residuais em uma


chapa cortada a maçarico e em um perfil
I soldado

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 61


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- Influência das tensões residuais no diagrama tensão-deformação
✓ Em uma barra com tensões normais residuais, o escoamento se inicia a uma
tensão 𝜎𝑝 , inferior à resistência ao escoamento 𝑓𝑦 obtido no ensaio de um corpo
de prova sem tensões residuais;

✓ Essa tensão em que o escoamento se


inicia é dada por:

 p = fy − r

✓ 𝜎𝑟 na maioria dos perfis se situa entre 70 MPa


e 140 MPa.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 62


Tensões residuais nos perfis
• Tensões residuais:
- Influência das tensões residuais no diagrama tensão-deformação
✓ De maneira similar, em uma barra com tensões residuais de cisalhamento, o
escoamento se inicia a uma tensão de cisalhamento 𝜏𝑝 igual à diferença entre a
resistência ao escoamento 𝑓𝑣𝑦 e a máxima tensão residual de cisalhamento:

 p = f vy −  r

✓ A máxima tensão de cisalhamento residual 𝜏𝑟 na maioria dos perfis usuais,


apresenta valores relativamente baixos, situados entre 20 MPa e 40 MPa, e
dificilmente superiores a 20% da resistência ao escoamento por cisalhamento do
aço.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 63


Bibliografia
FAKURY, R. H., SILVA, A. L. R. C., CALDAS, R. B., “Dimensionamento Básico de
Elementos de Estruturas de Aço –Parte I, 2011.

PFEIL, W; PFEIL, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático Segundo a NBR


8800:2008, 8a.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

24/02/2022 Capítulo 1 – Introdução 64

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