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MEDINA
M É TO D O M ED IN A
SOBRE OS AUTORES:
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ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 5
2.1 MODELO PARA MATERIAIS GRANULARES E SOLOS ................................ 5
2.2 MODELO PARA MISTURAS ASFÁLTICAS ..................................................... 5
2.3 MODELO PARA MATERIAIS ESTABILIZADOS ............................................ 6
3 – CÁLCULO DO NÚMERO N .................................................................................. 7
4 – EXEMPLO #1 – Baixo volume de tráfego (N < 1 x 106) ..................................... 13
4.1 DADOS DO TRÁFEGO ...................................................................................... 13
4.2 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS .......................................................... 13
4.3 ENTRADA DOS DADOS NO SOFTWARE ...................................................... 14
4.3.1 Informações gerais ....................................................................................... 14
4.3.2 Tráfego .......................................................................................................... 14
4.3.3 Definindo a estrutura do pavimento ........................................................... 15
4.4 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA PROPOSTA .................................. 23
4.4.1 Dimensionamento das camadas .................................................................. 24
4.4.2 Avaliação da estrutura proposta ................................................................. 26
4.5 RESULTADOS .................................................................................................... 28
5 – EXEMPLO #2 – Médio volume de tráfego (N = 5 x 106) .................................... 30
5.1 DADOS DO TRÁFEGO ...................................................................................... 30
5.2 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS .......................................................... 30
5.3 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA PROPOSTA .................................. 31
6 – EXEMPLO #3 – Alto volume de tráfego (N = 5 x 107) ........................................ 34
6.1 AUMENTO DA CAMADA DE REVESTIMENTO ASFÁLTICO .................... 34
6.2 USO DE CAMADA ESTABILIZADA ............................................................... 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 40
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1 – INTRODUÇÃO
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, irá implantar, em
breve, o novo Método de Dimensionamento Mecanístico-Empírico de Pavimentos
Asfálticos, também chamado MeDiNa. O novo método leva o nome de Medina devido à
junção das primeiras duas letras das três primeiras palavras, ou seja, Me, de Método, Di,
de Dimensionamento, e Na, de Nacional. Tal nome foi escolhido em homenagem ao
professor Jacques de Medina, grande precursor da Mecânica dos Pavimentos no Brasil,
falecido em janeiro de 2019.
O DNIT já disponibilizou, no seu site, um programa computacional, o software Medina,
além de uma nova série de normas necessárias para o dimensionamento ou a verificação
da estrutura dos pavimentos. A novidade do novo método, com relação aos adotados em
anos anteriores pelo DNIT, é a obrigatoriedade da abordagem mecanística-empírica na
análise da estrutura dos pavimentos. Nesse tipo de abordagem, a análise da estrutura é
realizada a partir do cálculo das tensões, deformações e deslocamentos do sistema de
camadas em relação ao carregamento aplicado, e de acordo com as características dos
materiais empregados, que deverão ser obtidas de forma experimental mediante ensaios
de laboratório.
Os resultados dessa análise são, então, utilizados para prever o comportamento da
estrutura durante a sua vida útil e garantir o seu bom desempenho quanto aos dois
principais problemas recorrentes nos pavimentos brasileiros, sendo o trincamento do
revestimento por fadiga e a deformação permanente. A magnitude dessas duas
manifestações patológicas são os dois principais critérios de aceitação no
dimensionamento do pavimento através do novo método.
No novo método, os cálculos das tensões, deformações e deslocamentos da estrutura
devem ser realizados através do uso do software Medina, que utiliza como dados de
entrada as dimensões das camadas, as propriedades mecânicas dos materiais (módulo de
resiliência e coeficiente de Poisson) compondo as camadas e as cargas geradas pela
passagem dos veículos. Uma vez calculadas as tensões, deformações e deslocamentos, o
software verifica se o número de aplicações de carga levará ao trincamento excessivo do
revestimento asfáltico ou das camadas cimentadas, ou ao afundamento na trilha de roda
numa magnitude superior ao limite estabelecido.
O novo método é fruto da colaboração realizada entre a Rede Temática de Asfalto da
Petrobrás, a Agência Nacional do Petróleo, o DNIT, a COPPE-UFRJ e diversas
universidades brasileiras, entre outras. Adicionalmente, o software Medina foi
desenvolvido a partir da tese de doutorado de Felipe Franco em 2007 (Franco, 2007) junto
à função transferência obtida na tese de doutorado de Marcos Fritzen em 2016 (Fritzen,
2016).
Desta forma, com o objetivo de ajudar os profissionais da pavimentação num primeiro
contato ou no aperfeiçoamento dos conhecimentos relacionados com o novo método, este
E-book apresenta três exemplos práticos de dimensionamento de pavimentos no software
Medina. Os três exemplos são utópicos, mas os dados utilizados guardam coerência com
as características dos materiais e condições de tráfego atual nas rodovias brasileiras.
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2 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capítulo são apresentados os modelos de comportamento dos principais tipos de
materiais utilizados na estrutura do pavimento. Estes parâmetros são necessários para o
completo entendimento dos exemplos propostos no presente documento.
𝑀𝑅 = 𝑘1 𝜎3 𝑘2 𝜎𝑑 𝑘3 Eq. (1)
Onde:
- MR: módulo de resiliência em MPa;
- k1, k2, k3: parâmetros obtidos experimentalmente a partir da regressão estatística dos
resultados dos ensaios;
- σ3: tensão confinante em MPa;
- σd: tensão desvio em MPa.
𝜎 𝜎
𝜀𝑝 = Ψ1 (𝜌3 )Ψ2 ( 𝜌𝑑 )Ψ3 𝑁 Ψ4 Eq. (2)
0 0
Onde:
- εp: deformação permanente específica (%);
- Ψ1, Ψ2, Ψ3, Ψ4: parâmetros obtidos experimentalmente a partir da regressão estatística
dos resultados dos ensaios;
- σ3: tensão confinante em kgf/cm2;
- σd: tensão desvio em kgf/cm2;
- ρ0: tensão de referência (pressão atmosférica, 1 kgf/cm2);
- N: número de ciclos de aplicação de carga.
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O modelo de vida de fadiga da mistura asfáltica é mostrado na Equação 3.
𝑁 = 𝑘1 (𝜀𝑟 )𝑘2 Eq. (3)
Onde:
- N: número de ciclos;
- εr: deformação específica resiliente de tração (adimensional);
- k1 e k2: parâmetros obtidos experimentalmente a partir da regressão estatística dos
resultados dos ensaios.
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com carregamento cíclico (dinâmico) em corpos de prova prismáticos. O modelo, para
este caso, é apresentado na Equação 4.
𝑁 = 10(𝑘1+𝑘2×%𝑅𝐹) Eq. (4)
Onde:
- N: número de repetições de carga para atingir a ruptura por fadiga;
- %RF: relação entre st/fctm;
- st: tensão de tração na fibra inferior da camada;
- fctm: resistência à tração na flexão do material aos 28 dias;
- k1 e k2: parâmetros obtidos experimentalmente a partir da regressão estatística dos
resultados dos ensaios.
No caso das camadas de materiais estabilizados com ligantes hidráulicos não é necessária
a determinação do modelo de deformação permanente. O software Medina considera que,
devido à sua rigidez, esses materiais não sofrem deformações verticais e não contribuem
para a deformação permanente total da estrutura.
3 – CÁLCULO DO NÚMERO N
No software Medina, o cálculo ou definição do valor do número N pode ser realizado a
partir da entrada da contagem do tráfego ou da modificação dos valores do volume médio
diário - VMD, da porcentagem de veículos na faixa de projeto e da taxa de crescimento
anual. Essas duas formas de entrada são apresentadas a seguir.
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Figura 1 – Quadrante esquerdo inferior mostrando os dados do tráfego.
● Uma tela similar à mostrada na Figura 2 será aberta e você poderá preencher os
dados da contagem dos veículos.
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● Para cada tipo de veículo, você deverá selecionar o tipo de eixo utilizado e
adicionar o mesmo à tabela fazendo um clique no botão INSERIR >> ou clicando
duas vezes no próprio eixo;
● Seguindo, deverá ser modificado o valor do FATOR DE EIXO (% de veículos
desse tipo na rodovia no 1° Ano);
● O software preencherá automaticamente o valor da CARGA, FATOR DE
CARGA (FC) e FATOR DE VEÍCULO (FV) para o eixo inserido;
● Esses passos deverão ser realizados até preencher todos os eixos de todos os
veículos que fazem parte da contagem. Para o exemplo apresentado (Quadro 2) a
tabela preenchida terá a aparência mostrada na Figura 3. Na Figura, foi feita uma
montagem que mostra o conjunto de eixos que correspondem a cada um dos
veículos utilizados no exemplo. Assim, por exemplo, para o veículo de tipo 2CC,
lhe corresponde um eixo simples dianteiro de duas rodas com carga de seis
toneladas e um eixo simples posterior de duas rodas com carga de seis toneladas.
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● Após preenchimento, o valor do N Total será calculado automaticamente pelo
software e a tabela terá a aparência mostrada na Figura 4.
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Figura 5 – Definição do número N a partir da modificação da VMD e da % de veículos
na faixa de projeto.
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Figura 7 – Escolha do tipo de Via.
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4 – EXEMPLO #1 – Baixo volume de tráfego (N < 1 x 106)
Nesse item, é apresentado um exemplo de dimensionamento de uma estrutura de
pavimento flexível para baixo volume de tráfego. Neste primeiro exemplo será realizada
uma explicação detalhada de todos os passos necessários para fazer a entrada dos dados
e o dimensionamento no software Medina. Recomenda-se seguir esses mesmos passos
para a resolução dos Exemplos #2 e #3.
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4.3 ENTRADA DOS DADOS NO SOFTWARE
4.3.1 Informações gerais
● Abra o software Medina e, na tela principal, preencha as caixas de: Responsável;
Projeto e Empresa (Figura 8).
4.3.2 Tráfego
● Defina o valor do número N como sendo de 9,96x105; para isso, basta mudar o
valor no campo da VMD até que o número N chegue ao valor desejado. Neste
caso um valor de VMD = 273, FV = 1, % Veículos na faixa de projeto = 100 e
Período de projeto (anos) =10, permite obter um N total de 9,96 x 105 (Figura 9).
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4.3.3 Definindo a estrutura do pavimento
Para definir a estrutura do pavimento devemos modificar os dados da tabela destacada
em vermelho na Figura 10.
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● Caso não se queira utilizar a aba Alterar Estrutura, é possível acessar a opção
de Propriedades apenas clicando duas vezes na célula da tabela correspondente à
coluna TIPO, da camada que se deseja editar.
Para alterar o tipo de material que irá constituir a camada deve-se clicar três vezes
na célula da coluna de DESCRIÇÃO DO MATERIAL (Figura 12) e escolher o
material que deseja utilizar na camada. Este passo também pode ser realizado
selecionando a camada e clicando em Alterar Estrutura e em Alterar Material.
A Figura 12 mostra os tipos de materiais que o software Medina tem à disposição
para a camada de revestimento (CAMADA 1). O software Medina oferece
diversas opções de DESCRIÇÃO DO MATERIAL para todas as camadas do
pavimento, com exceção do subleito, o qual não poderá ser modificado.
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Figura 13 – Propriedades dos materiais
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material e as propriedades dessa camada, que será a camada de sub-base, siga os seguintes
passos:
1) No espaço correspondente à BASE DE DADOS, selecione a opção Projeto e em
seguida, na tabela de MATERIAL GRANULAR, preencha o nome do material
que neste exemplo é Macadame Seco.
2) Coloque a espessura teste (arbitrado 17,0 cm, sendo o limite inferior e superior de
15,0 e 40,0 cm respectivamente). Em seguida insira o coeficiente de Poisson, que
para camadas de sub-base granular é de 0,40.
3) Infelizmente, como é quase impossível realizar ensaios de laboratório para
determinar o módulo de resiliência do macadame seco, é necessário arbitrar um
valor similar aos encontrados na literatura. Neste exemplo, foi arbitrado um valor
de módulo de resiliência linear de 380 MPa. Para inserir este dado, clique no
campo à direita da célula de Modelo Constituinte, selecione Resiliente Linear e
insira o valor de 380 para o módulo (MPa).
4) Ainda, é possível preencher os campos de características do material, nesse
exemplo foi inserida a massa específica seca do material, dado que é obrigatório
informar para poder rodar o software.
5) No campo da deformação permanente preencha k1 com o valor de 0,0000000001,
ou seja, 1 x 10-10, e k2=k3=k4=1. O uso desses valores nos coeficientes fará com
que o valor da deformação permanente calculada pelo software para a camada seja
insignificante; ou seja, fique quase igual a zero. Isto é necessário pois, não é
possível determinar a contribuição da deformação permanente dessa camada
devido ao tamanho do agregado utilizado para a mesma.
6) Clique em Salvar para salvar o material granular criado.
7) Faça um clique em OK para voltar à tela principal do programa.
A Figura 15 apresenta a janela de Propriedades devidamente preenchida do material
escolhido para a camada de sub-base.
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Figura 15 – Propriedades da sub-base de macadame seco.
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d) Criação e entrada das Propriedades do Revestimento:
Retornando para a tela principal, deveremos modificar as características do revestimento,
camada 1. Para isto, selecione a opção CONCRETO ASFÁLTICO dentre as opções
disponíveis na DESCRIÇÃO DO MATERIAL. Em seguida abra a janela de Propriedades
da camada e siga os seguintes passos:
1) Na BASE DE DADOS, escolha a opção Projeto e na tabela de CONCRETO
ASFÁLTICO escreva o nome do seu material, que neste exemplo é a Mistura
Asfáltica.
2) Insira a espessura teste da camada, que deve ser de 5,0 cm a 15 cm; neste exemplo
foi utilizada uma espessura de 10,0 cm. Em seguida, preencha o valor do
coeficiente de Poisson, que para misturas asfálticas deverá ser de 0,30, caso não
tenha sido determinado em laboratório.
3) Continuando, preencha o valor do módulo de resiliência que nesse exemplo é de
5.500 Mpa, sendo o Modelo Constituinte o Resiliente Linear.
4) No campo de características dos materiais preencha pelo menos o campo da massa
específica que é obrigatório.
5) Insira os valores dos parâmetros da equação de fadiga k1 e k2.
6) Clique em Salvar para salvar a mistura asfáltica criada.
7) Clique em OK para voltar à tela principal do programa.
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Figura 17 – Propriedades do revestimento de concreto asfáltico.
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Quadro 4 – Critérios de aceitação para a estrutura do pavimento em função da área
trincada por fadiga e do afundamento na trilha de roda devido à deformação
permanente.
Área Trincada Afundamento de Trilha
Tipo de Via
(máx.) de Roda (máx.)
Sistema Arterial Principal 30% 10 mm
Sistema Arterial Primário 30% 13 mm
Sistema Arterial Secundário 30% 20 mm
Sistema Coletor Primário 30% 13 mm
Sistema Coletor Secundário 30% 20 mm
Sistema Local 30% 20 mm
(Fonte: MeDiNa, 2019).
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Figura 19 – Início do dimensionamento da camada.
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No dimensionamento, o software irá variar a espessura da camada até que os valores de
Área Trincada Estimada e Afundamento de Trilha de Roda se mantenham inferiores aos
valores admissíveis mostrados no Quadro 4. Caso o software otimize a dimensão da
camada até o valor mínimo, a mensagem, “Análise encerrou por haver atingido a
espessura mínima da camada”, será mostrada no espaço de DIMENSIONAMENTO DO
PAVIMENTO NOVO (Figura 20).
Caso a espessura máxima da camada seja definida pelo software, será mostrado um
quadro de alerta na tela principal (Figura 21). Nesse caso, o projetista deverá mudar a
estrutura a ser avaliada. Para isto, poderá: trocar os materiais das camadas por materiais
mais resistentes; adicionar novas camadas; aumentar as espessuras das outras camadas;
etc.
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Para este caso, o software forneceu as informações mostradas na Figura 23.
4.5 RESULTADOS
As soluções mostradas até aqui são algumas das possíveis a serem adotadas para o
exemplo mostrado. No entanto, é importante lembrar que embora o software tenha
capacidade de dimensionar ou avaliar qualquer tipo de estrutura, a mesma nem sempre
poderá ser implantada na região do projeto. Por esse motivo, o projetista deve sempre
lançar mão da sua experiência e dos exemplos positivos que vem sendo adotados na
região do projeto, verificando os materiais disponíveis e comparando os custos para cada
estrutura adotada.
Finalizando o dimensionamento e análise da estrutura, é possível acessar a aba de
RESULTADOS (Figura 25) onde será mostrado o resumo do dimensionamento realizado.
O projetista poderá verificar as deflexões de cada camada para o controle de obra e
analisar se os resultados condizem com a realidade.
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Figura 25 – Resumo do dimensionamento.
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5 – EXEMPLO #2 – Médio volume de tráfego (N = 5 x 106)
O segundo exemplo consiste no dimensionamento de uma estrutura de pavimento para
um volume de tráfego médio. Para tal, da mesma forma como foi desenvolvido o exemplo
anterior, serão inseridos os dados referentes às características para cada camada do
pavimento. Depois será realizado o dimensionamento e verificado se a estrutura atende
aos critérios de aceitação pré-determinados. Para este exemplo, utilizaremos a mesma
estrutura e os mesmos materiais utilizados no exemplo anterior.
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5.3 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA PROPOSTA
Crie uma estrutura similar à desenvolvida no Exemplo #1, modifique os DADOS DO
TRÁFEGO até que o N Total seja de 5,0x106 e dimensione a camada de revestimento. A
Figura 26 apresenta o resultado do dimensionamento.
Observa-se que para atingir um valor de 28%, próximo do limite de área trincada (30%),
o software precisou modificar a espessura do revestimento para 12,5 cm. Entretanto, é
possível, por exemplo, utilizar uma mistura asfáltica com classe maior, pois a utilizada
no exemplo é de Classe 1. Neste caso, iremos optar por selecionar uma das tantas misturas
já disponíveis no banco de dados do software. Para tal, selecione a camada de
revestimento e entre na janela de Propriedades; uma vez na janela, escolha a mistura com
o nome Classe 3 (Figura 27). Caso a sua versão do software não possua essa mistura, crie
um novo material com essas características. Voltando para a tela principal do software,
dimensione a camada de revestimento (Figura 28).
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Figura 27 – Propriedades da mistura asfáltica Classe 3.
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Figura 28 – Dimensionamento da estrutura com mistura de classe 3.
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6 – EXEMPLO #3 – Alto volume de tráfego (N = 5 x 107)
Utilizando a mesma estrutura dos exemplos anteriores, procederemos agora ao
dimensionamento de uma estrutura de pavimento para um tráfego com N de 5x107,
considerado de alto volume de tráfego.
Para este exemplo, a estrutura do pavimento com revestimento de mistura asfáltica Classe
3, mostrado no Exemplo #2, não atende mais aos critérios estabelecidos. O tráfego é tão
alto que mesmo incrementando a espessura das camadas até seus valores limites de 15,0
cm, 40,0 cm e 40,0 cm para o revestimento, base e sub-base, a Área Trincada Estimada
do pavimento no fim do período é de 99% (Figura 29).
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e, finalmente, o subleito será o mesmo utilizado no Exemplo #1. A Figura 31 mostra os
resultados da Avaliação da Estrutura para as condições apresentadas.
Figura 31 – Avaliação da estrutura com uso de base em BGTC.
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Figura 32 – Propriedades do novo material do subleito.
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Na Figura 33 é possível verificar que a camada de rolamento foi dimensionada até sua
espessura mínima. Desta forma, seria possível definir uma outra estrutura, mais
econômica, que permitisse atender aos critérios do software. No presente exemplo, foi
definida a estrutura da Figura 34 como um dos pavimentos que poderia atender a todos
os critérios estabelecidos.
Figura 34 – Estrutura final avaliada.
Para a estrutura mostrada na Figura 34, todos os critérios foram atendidos. Chama a
atenção que com a substituição do material do subleito foi possível, além de atender o
critério da deflexão, diminuir drasticamente as espessuras de revestimento asfáltico (5,0
cm) e de camada BGTC (19,6 cm). Ressalta-se que existem diversas soluções possíveis
e que toda a decisão deve estar a cargo do projetista que deverá escolher a melhor solução
possível de acordo com os materiais disponíveis, sempre prezando pela qualidade e
economia.
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