Você está na página 1de 10

1.

INTRODUÇÃO
A “Classificação dos Solos” consiste em métodos pelos quais é possível encaixar
amostras de solo de acordo com suas características semelhantes. Esta classificação
divide-se em areias, siltes e argilas.
Ao realizar a classificação dos solos é possível identificar suas características
com base nos ensaios de granulometria e sedimentação e, com o auxílio dos ensaios de
caracterização, classificar em classes ou grupos cujo comportamento para determinados
usos é, de um modo geral, razoavelmente conhecido e semelhante.
Para realização desta classificação, faz-se necessário a realização dos seguintes
ensaios: Identificação Visual e Tátil, Massa Específica dos Sólidos, Limites de
Consistências, Granulometria Conjunta, Compactação e Densidade in situ e Método
Speedy.
Assim, faz-se necessário o embasamento nas seguintes Normas Técnicas:
 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de solo para
ensaios de compactação e caracterização;
 NBR 9604/2016 – Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com
retirada de amostras deformadas e indeformadas;
 ABNT NBR 6458/2017 – Grãos de pedregulho retidos na peneira de abertura
4,8 mm – Determinação da massa específica aparente e da absorção de água;
 ABNT NBR 6508/1984 – Grãos de solo que passam na peneira de 4,8 mm –
Determinação da massa específica;
 ABNT NBR 7180/2016 – Solo – Determinação do Limite de Plasticidade;
 ABNT NBR 6459/2016 – Solo – Determinação do Limite de Liquidez;
 ABNT NBR 7181/2018 – Solo – Análise granulométrica;
 ABNT NBR 7182/2016 – Solo – Ensaio de compactação;
 ABNT NBR 7185/2016 – Solo – Determinação da massa específica aparente, in
situ, com emprego do frasco de areia;
 DNER-ME 052/1994 – Solos e agregados miúdos – Determinação da umidade
com emprego do Speedy.
Após a realização dos ensaio citados acima, é possível analisar as características
do solo em conjunto com várias avaliações possibilitando uma classificação mais
precisa.
Por fim, também são realizadas as classificações do solo por meio das seguintes
classificações:
 Classificação unificada ou Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS);
 Classificação HRB (Highway Research Board).

1
2. OBJETIVOS
Esta classificação tem como finalidade principal realizar a classificação do solo
com embasamento nos resultados obtidos nos ensaios de Identificação Visual e Tátil,
Massa Específica dos Sólidos, Limites de Consistências, Granulometria Conjunta,
Compactação, Índice de Suporte Califórnia e Densidade in situ e Método Speedy
realizados anteriormente em laboratório. Além de realizar a classificação utilizando os
métodos de classificação unificada ou Sistema Unificado de Classificação de Solos
(SUCS) e classificação HRB (Highway Research Board).

3. MATERIAIS
Os materiais utilizados foram os específicos para cada ensaio realizado
anteriormente, de maneira que somente para esta classificação do solo não fez-se uso de
nenhum material.

4. EMBASAMENTO TEÓRICO
O solo apresenta uma divisão em três fases: minerais e matéria orgânica
(sólidos), água (líquido) e ar (gasoso). Esta divisão é encontrada em diferentes
proporções para cada tipo de solo, desta maneira, as três fases constituem seu volume.
Esta constituição é considerada em seu total, incluindo os vazios entre as partículas, de
modo que as massas medidas envolvem as três fases encontradas no solo.
A identificação visual e tátil do solo por meio de testes permitiu que fossem
analisado o comportamento de amostras de solo com intuito de classificá-las de acordo
com as características físicas do solo como a aspereza, impregnação, plasticidade,
resistência do solo seco, dispersão em água e dilatância.
O conceito de massa específica consiste em designar a quantidade de matéria de um
ente físico qualquer, segundo Isaac Newton. Já o volume, pode ser caracterizado como o
espaço ocupado por esse mesmo ente físico. Destes conceitos, extrai-se o que é
chamado de massa volumétrica ou massa específica. Tal grandeza pode ser definida
pelo quociente entre a massa e o volume de um corpo físico específico. Assim, foi
possível determinar a massa específica dos sólidos em uma amostra de solo.
Por meio do ensaio Limites de Consistência é possível a realização dos cálculos dos
Limites de Plasticidade e de Liquidez do solo através de dados obtidos
experimentalmente em laboratório, a fim de determinar os Índices de Plasticidade e
Consistência do solo, possibilitando a classificação do mesmo quanto a sua plasticidade.
O solo possui diferentes tamanhos e proporções de partículas e podem ser
classificadas de acordo com tais tamanhos. Em materiais granulares, como areias e
pedregulhos, é realizado o peneiramento em amostra seca em estufa, solos de

2
granulação grossa. Já em solos de granulação fina, como siltes e argilas, é utilizada a
sedimentação dos sólidos em um meio líquido.
Há também os solos em que predomina-se um mistura de solo grosso e solo fino,
para este tipo realiza-se o peneiramento e a sedimentação simultaneamente, este
processo é chamado “Granulometria Conjunta”. Por meio deste ensaio é possível
determinar a curva granulométrica do solo estudado.
A compactação dos solos possibilita a realização da redução do índice de vazios
do solo por meio da variação de sua fase gasosa, com reacomodação da fase sólida e
sem perda da fase líquida, demonstrando a variação da massa específica de solo seco em
função do teor de umidade, possibilitando a determinação da Umidade Ótima deste solo
por meio da análise do Gráfico Umidade x Massa Específica Seca.
Por meio do ensaio “Índice de Suporte Califórnia” é possível avaliar a
resistência dos solos através da determinação deste índice, verificando o teor de
expansão do solo, além de possibilitar a análise do Gráfico Pressão x Penetração.
O ensaio “Densidade in situ e Método Speedy” possibilita a determinação da
massa específica aparente seca do solo in situ através do método com secagem em
estufa, de maneira que possibilite a comparação dos resultados com os do método
Speedy. Possibilitando os cálculos dos teores de umidade para tal comparação.
A classificação unificada ou Sistema Unificado de Classificação de Solos
(SUCS) trata-se de um método de classificação proveniente da classificação de
Casagrande e foi desenvolvida pelo United States Army Corps of Engineers (USACE).
Este método baseia-se na análise da Curva Granulométrica e dos Limites de
Consistência e sua classificação é realizada adotando um prefixo e um sufixo para
nomear os solos, da seguinte maneira:

GRUPO DE SOLO
G – Gravel Pedregulho
S – Sand Areia
M – Mjäla Silte
C – Clay Argila
O – Organic Solo orgânico
soil
Pt – Peat Turfa

SUBGRUPO GRANULOMETRIA
W – Well - graded Bem graduado
P – Poorly - Mal graduado
Os Limites de graded Consistência
utilizados dividem-se SUBGRUPO CONSISTÊNCIA em Limite de
Plasticidade e Limite LIM. de Liquidez. O
termo plasticidade L – Low Baixa plasticidade refere-se à
propriedade que um H – High Alta plasticidade material
apresenta de ser moldado, ou

3
seja, mudar sua forma de maneira que não retorne à forma inicial. Esta propriedade leva
em consideração algumas características físicas do material, como é o caso do solo, que
necessita de testes específicos em laboratório para que seja possível avaliar sua
plasticidade.
Assim, o Limite de Plasticidade trata-se do ponto de teor de umidade em que o
solo passa do estado semi-sólido para o plástico. Enquanto o Limite de Liquidez refere-
se ao teor de umidade em que o solo inicia seu comportamento com características de
um líquido, deixando de portar-se como plástico.
O Índice de Plasticidade é determinado pela subtração do Limite de Liquidez
pelo Limite de Plasticidade.
Desta maneira, para analisar os dados dos Limites de Consistência é utilizado o
gráfico mostrando o Índice de Plasticidade e o Limite de Liquidez, da seguinte maneira:

Assim, através das informações dos Limites de Consistência, da análise do


gráfico acima e da análise Granulométrica é possível realizar a classificação do solo
pelo Método de Classificação Unificada.
O Método de Classificação HRB – Highway Research Board foi desenvolvida
em meados de 1928 por Terzaghi para a American Association of State Highway and
Transportation Officials – AASHTO. Este método é aplicado principalmente em
estradas, sendo um dos mais utilizados no Brasil.
Assim como a Classificação Unificada, a Classificação HRB faz uso da análise
Granulométrica, dos Limites de Consistência e do Índice de Plasticidade, sendo
analisada seguindo a tabela abaixo:

4
5. PROCEDIMENTOS
Os procedimentos realizados foram embasados nas Normas Técnicas para cada
ensaio da seguinte maneira:
 Identificação Visual e Tátil:
 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
 NBR 9604/2016 – Abertura de poço e trincheira de inspeção em
solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas.

 Massa Específica dos Sólidos:


 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
 ABNT NBR 6458/2017 – Grãos de pedregulho retidos na peneira
de abertura 4,8 mm – Determinação da massa específica aparente
e da absorção de água;
 ABNT NBR 6508/1984 – Grãos de solo que passam na peneira
de 4,8 mm – Determinação da massa específica.

 Limites de Consistência:
 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
 ABNT NBR 7180/2016 – Solo – Determinação do Limite de
Plasticidade;
 ABNT NBR 6459/2016 – Solo – Determinação do Limite de
Liquidez.

 Granulometria Conjunta:

5
 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
 ABNT NBR 7181/2018 – Solo – Análise granulométrica.

 Compactação – Proctor:
 NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de
solo para ensaios de compactação e caracterização;
 ABNT NBR 7182/2016 – Solo – Ensaio de compactação.

 Densidade in situ e Método Speedy:


 ABNT NBR 7185/2016 – Solo – Determinação da massa
específica aparente, in situ, com emprego do frasco de areia;
 DNER-ME 052/1994 – Solos e agregados miúdos –
Determinação da umidade com emprego do Speedy.

6. RESULTADOS E ANÁLISE
Seguindo os procedimentos previstos nas Normas Técnicas foi possível realizar
os ensaios citados anteriormente, obtendo os resultados necessários para a classificação
do solo de acordo com cada método.
Assim, foram obtidos os seguintes resultados:
Massa específica de sólidos 2,62 g/cm³
Limite de Plasticidade (LP) 37,88 %
Limite de Liquidez (LL) 55,4 %
Índice de Plasticidade (IP) 17,22 %
Índice de Consistência (IC) 1%

Obtendo o seguinte gráfico:

Gráfico Nº. de Golpes x Teor de Umidade


60

58
Teoor de Umidade (%)

56

54

52

50

48
10 100
Número de Golpes

6
Como o Índice de Plasticidade obteve valor superior a 15 % e o Índice de
Consistência igual a 1 %, este solo foi classificado como altamente plástico.
Através do ensaio de Granulometria Conjunta, foi possível realizar a plotagem
do seguinte gráfico:

Assim, utilizando o esquema de classificação abaixo foi possível realizar a


Classificação Unificada.

7
Tendo em vista as características do solo estudas, foi possível concluir que
devido a ser um solo fino com Limite de liquidez acima de 50 %, apresentando um
ponto abaixo da Linha A no Gráfico Índice de Plasticidade x Limite de Liquidez e sem
matéria orgânica, este solo foi classificado como MH, ou seja, silte de alta
plasticidade.
Para a Classificação HRB, foi calculado inicialmente o Índice de Grupo (IG),
utilizando a seguinte equação:
IG = (0,2 x a) + (0,005 x a x c) + (0,01 x b x d)
Na qual:
a = (% < #200) – 35
b = (% < #200) – 15
c = LL – 40
d = IP – 10
Assim, foram encontrados os seguintes resultados:
a = 75,53 – 35 = 40,53 % = 0,4053
b = 75,53 – 15 = 60,53 % = 0,6053
c = 55,4 – 40 = 15,4 % = 0,154
d = 17,52 – 10 = 7,52 % = 0,0752

IG = (0,2 x 0,4053) + (0,005 x 0,4053 x 0,154) + (0,01 x 0,6053 x 0,0752)


IG = 0,0818
IG = 8,18 %

Assim, analisando a tabela da Classificação HRB foi possível concluir que


devido aos Limite de Liquidez, Índice de Plasticidade e Índice de Grupo este solo foi
classificado no grupo A5, ou seja, silte com pequena quantidade de material grosso e
argila, sendo rico em mica.

8
7. CONCLUSÃO
A Classificação dos Solos permitiu a utilização de dois métodos a fim de obter
resultados eficazes de acordo com a realização de ensaios anteriormente feitos em
laboratório, de maneira que fossem determinados os Limites de Consistência e o Índice
de Plasticidade, possibilitando o cálculo do Índice de Grupo.
Assim, foi possível classificar o solo utilizado através da Classificação Unificada
e da Classificação HRB, como silte de alta plasticidade e silte com pequena quantidade
de material grosso e argila, respectivamente. Permitindo, então, uma comparação de
seus resultados.
Conclui-se que estas classificações foram satisfatórias pois as duas obtiveram
resultados semelhantes para o mesmo solo, ou seja, pode-se afirmar que este é um solo
siltoso.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Volume 1.
PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos.
NBR 6457/2016 – Amostras de solo – Preparação de amostras de solo para
ensaios de compactação e caracterização.
NBR 9604/2016 – Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com
retirada de amostras deformadas e indeformadas.
ABNT NBR 6458/2017 – Grãos de pedregulho retidos na peneira de abertura 4,8
mm – Determinação da massa específica aparente e da absorção de água.
ABNT NBR 6508/1984 – Grãos de solo que passam na peneira de 4,8 mm –
Determinação da massa específica.
ABNT NBR 7180/2016 – Solo – Determinação do Limite de Plasticidade.
ABNT NBR 6459/2016 – Solo – Determinação do Limite de Liquidez.
ABNT NBR 7181/2018 – Solo – Análise granulométrica.
ABNT NBR 7182/2016 – Solo – Ensaio de compactação.
ABNT NBR 7185/2016 – Solo – Determinação da massa específica aparente, in
situ, com emprego do frasco de areia.
DNER-ME 052/1994 – Solos e agregados miúdos – Determinação da umidade
com emprego do Speedy.

9
10

Você também pode gostar