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CEULP/ULBRA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Projeto de Pavimentação
Rodoviária
AULA 2
Fernando Moreno Suarte Júnior
Engenheiro Civil, Arquiteto e Urbanista
Pós Graduação - MBA em Gestão Eficaz de Obras e Projetos
Mestre em Engenharia
Palmas – TO, 7 junho de 2010
PROJETO
Segundo o DNER (1996) um Projeto de Engenharia tem sua
versão final intitulada Projeto Executivo e visa, além de
permitir a perfeita execução da obra, possibilitar a sua
visualização, o acompanhamento de sua elaboração, seu
exame e sua aceitação e o acompanhamento da obra. O
processo comporta três etapas que se caracterizam pelo
crescente grau de precisão: Estudos Preliminares;
Anteprojeto e Projeto Executivo.
PROJETO

Estudos Preliminares: Determinação preliminar, por meio de


levantamento expedito de todas as condicionantes do projeto
das linhas a serem mais detalhadamente estudadas com
vistas à escolha do traçado. Tais estudos devem ser
subsidiados pelas indicações de planos diretores,
reconhecimentos, mapeamentos e outros elementos
existentes.

Anteprojeto - Definição de alternativas, em nível de precisão


que permita a escolha do(s) traçado(s) a ser(em)
desenvolvido(s) e a estimativa do custo das obras.
PROJETO

Projeto Executivo - Compreende o detalhamento do


Anteprojeto e perfeita representação da obra a ser executada,
devendo definir todos os serviços a serem realizados
devidamente vinculados às Especificações Gerais,
Complementares ou Particulares, quantificados e orçados
segundo a metodologia estabelecida para a determinação de
custos unitários e contendo ainda o plano de execução da
obra, listagem de equipamentos a serem alocados e materiais
e mão-de-obra em correlação com os cronogramas físicos e
financeiros.
PROJETO

Na fase de ANTEPROJETO são desenvolvidos,


ordinariamente os Estudos de Tráfego, Estudos Geológicos,
Estudos Topográficos, Estudos Hidrológicos e Estudos
Geotécnicos.

Na fase de PROJETO são complementados os estudos e


desenvolvidos o Projeto Geométrico, Projeto de
Terraplenagem, Projeto de Drenagem, Projeto de
Pavimentação, Projeto de Obra-de-Arte Especiais, Projeto de
Interseções, Projeto de Obras Complementares (envolvendo,
Sinalização, Cercas e Defensas) e Projeto de
Desapropriação.
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS

DEFINIÇÃO DE SOLO:
“superfície de chão”
Na engenharia pode ser considerada material de construção. Podendo ser
divididos em solos e rochas.

SOLO: todo material da crosta terrestre que não oferece resistência


intransponível à escavação mecânica e que perdesse totalmente toda
resistência, quando em contato prolongado com a água.

ROCHA: aquele cuja resistência ao desmonte, além de ser permanente, a


não ser quando em processo geológico de decomposição, só fosse
vencida por meio de explosivos.

Texto: Milton Vargas


MECÂNICA DOS SOLOS

Texto: Milton Vargas

FORMAÇÃO DO SOLO AO LONGO DA COSTA MERIDIONAL DO BRASIL


1) Solo poroso superficial do planalto; 2) Solo residual (argila vermelha ou
saprolito); 3) Rocha Gneissica (decomposta, fissurada ou sã); 4) Bloco de
rocha intactos; 5) Argila mole orgânica; 6) Camadas de areia; 7) Pedregulho
basal de sedimentação recente.
MECÂNICA DOS SOLOS

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS SOLOS


São conhecimentos da ciência caro e demorado, na mecânica dos solos
busca-se propriedades mais gerais e mais facilmente determináveis,
denominadas de “propriedades índices”.

Classificação segundo os índices imediatos do solo:


- Textura, granulometria, tamanho e forma dos grãos
- Plasticidade e limites de Atterberg
MECÂNICA DOS SOLOS
Textura, granulometria, tamanho e forma dos grãos
- Grãos se encontram reunidos, existindo vazios, os poros do solo;
- O tamanho dos grãos encontrados na forma sólida são chamados de
“textura”;
- Para estudo da textura dos solos são realizados estudo da
“granulometria” (areias e pedregulhos);
- Os materiais finos, siltes e argilas, são estudados através de ensaios de
sedimentação;
- Os solos que os grãos menores cabem exatamente dentro dos vazios
formados pelos grãos maiores e, portanto, são solos que quando bem
compactados podem atingir massas específicas aparentes muito altas e,
consequentemente elevadas resistências. São chamados solos “bem
granulados”;
- Solos “estabilizado granulometricamente” são aqueles que possuem
curva Talbot, são solos que apresentam curva granulométrica particular,
apresentando distribuição proporcional segundo a fórmula abaixo:
(% passando em qualquer peneira)² = Abertura da peneira .
100 Tamanho do grão de maior diâmetro
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS
MECÂNICA DOS SOLOS

Plasticidade e limites de Atterberg

- Os solos arenosos, que possuem areias e pedregulhos, apresentam de


forma semelhante nas curvas granulométricas;
- Os solos finos que apresentam a mesma curva granulométrica
apresentam comportamentos diferentes, devido as formas dos grãos que é
tão importante quanto a dimensão;
- No caso das areias e pedregulhos as formas são arredondadas os
angulosas, já nos finos apresentam formas lamelar, escamosa, filiforme e
outras formas complexas, devendo analisar a estrutura cristalina da
composição mineralógica;
- Coesão, ligação entre os grãos, no caso dos finos a água age por
capilaridade envolvendo as pequenas partículas, apresentando resistência
intrínseca;
- Plasticidade pode ser definida como a propriedade do solo em ser
moldado sem redução do volume
MECÂNICA DOS SOLOS
Plasticidade e limites de Atterberg
- uma argila seca não é moldável, porém quando se adiciona água em
pequenas quantidades ela vai se tornando mais moldável, tornando
tornando-se plástico;
- Se continuar adicionando água até atingir o teor de umidade (h2)
passará para o estado líquido viscoso
MECÂNICA DOS SOLOS

Plasticidade e limites de Atterberg


- Portando o teor de umidade foi definido por Atterberg da seguinte
forma:

LP - Limite de plasticidade, h1;

LL - Limite de liquidez, h2;

- Com umidades superiores a h2 o solo está no estado líquido, abaixo


de h1 no estado semi - sólido e entre h1 e h2 no estado plástico
MECÂNICA DOS SOLOS
Limites de Atterberg
- Para determinação do Limite de Liquidez, Atterberg baseou-se em
colocar o material em um recipiente, realizar uma ranhura e verificar se
material iria fechar em um maior ou menor intervalo de tempo, no caso
dos líquidos se fechariam imediatamente; Aparelho de Casa Grande

Convencionou-se que, no
ensaio de Casagrande, a
umidade corresponde a 25
golpes, necessários para fechar
a ranhura, é o limite de liquidez.
MECÂNICA DOS SOLOS

Limites de Atterberg
- Para determinação do Limite de Plasticidade, o ensaio é realizado
através de movimentos regulares em um cilindro, no se faz o vaivém
com os dedos da mão sobre uma placa de vidro fosco.
- O índice de plasticidade pode ser definido conforme abaixo:
IP = LL - LP
MECÂNICA DOS SOLOS
SOLOS COESIVOS
A coesão é aquela resistência que a fração argilosa
empresta ao solo, pela qual ele se torna capaz de se
manter coeso, em forma de torrões ou blocos, pode ser
cortado de forma diversa e manter essa forma.
Os solos não coesivos são areias puras e
pedregulhos, esboroam-se facilmente ao serem cortados
ou escavados.
A coesão também pode ser definida como
resistência ao cisalhamento de um solo, podendo ser:
a) Existência de cimento natural aglutinado, aglutinando
as partículas;
b) Ligação feita pelo potencial atrativo das partículas,
por ação de natureza molecular ou coloidal;
c) Por efeito da pressão capilar na água intersticial,
quando o solo sofre ação de ruptura e os grãos
tendem-se a mover-se uns em relação aos outros,
apresentando tensões superficiais
MECÂNICA DOS SOLOS

FASES DO SOLO:

V ar Ar
Vv

V V ag Água

Vs
Vs Sólido

V = Volume da amostra
V ar = Volume de ar
V ag = Volume de água
V s = Volume de sólido
V v = Volume dos poros do solo
MECÂNICA DOS SOLOS

Massa Específica Aparente (g/cm³)


ɤ=P/V
Massa Específica Seca (g/cm³)
ɤs = ɤ / (1+h/100)
Umidade do Solo
h = (Pa / Ps) * 100

P = (1 + h ) * Ps
100

P = peso da amostra;
Ps = peso seco da amostra
P a = peso da água
H = umidade
MECÂNICA DOS SOLOS

COMPACIDADE
A compacidade é uma característica da maior ou menor
densidade dos solos não coesivos.
Solo Compacto: com maior densidade
Solo Fofo: solto
Isto influencia no seu maior peso por unidade de volume.

Portanto, tanto a “massa específica aparente seca” (ɤs), como o índice


de vazios (e), poderão dar uma ideia do estado de compacidade de uma
areia. Quanto mais compacta for uma areia maior será seu ɤs.
MECÂNICA DOS SOLOS

CONSISTÊNCIA E RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO:

A consistência refere-se sempre a solos coesivos e é definida


como maior ou menor dureza em que uma argila é encontrada na
natureza.
Sabe-se que a dureza é inversamente proporcional ao seu grau
de umidade.
Com temos que:
Ic = LL – h
IP

Ic = Índice de consistência
LL = Limite de Liquidez
LP = Limite de Plasticidade
h = umidade
MECÂNICA DOS SOLOS

CONSISTÊNCIA E RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO:

Ic < 0 - consistência de vaza


0 >Ic < 0,5 - consistência plástica mole
0,5 >Ic < 0,75 - consistência plástica média
0,75 >Ic < 1,0 - consistência plástica rija
Ic > 1,0 - consistência dura
ESTABILIZAÇÃO
ESTABILIZAÇÃO

ESTABILIDADE DOS SOLOS

Entende-se como estabilidade a existência de uma resistência


de uma resistência que, embora possa não ser a mais alta que o solo
possa oferecer, mantenha-se permanente, independente das estações
do ano e das condições de resistência e compressibilidade capazes de
tornar possível o seu uso imediato

(Vargas, pg 47)
ESTABILIZAÇÃO

• ESTABILIDADE : meio da correção da sua


granulométrica, da plasticidade ou por meio de adição
de substâncias que darão a massa uma maior coesão
proveniente da cimentação ou aglutinação dos grãos
entre si.

• ESTABILIZAÇÃO: são procedimentos visando à


melhoria e estabilidade de propriedades dos solos
(resistência, deformidade, permeabilidade,...).
ESTABILIZAÇÃO

• Em pavimentação, ESTABILIZAR UM SOLO é


torná-lo capaz de suportar esforços – oriundos
das cargas dos veículos – sem sofrer
deformações ou deslocamentos verticais –
recalque – sob quaisquer condições
atmosféricas.
ESTABILIZAÇÃO

• Estabilizar um solo significa conferir-lhe a capacidade de


resistir e suportar as cargas e os esforços induzidos
pelo tráfego normalmente aplicados sobre o pavimento e
também às ações erosivas de agentes naturais sob as
condições mais adversas de solicitação consideradas no
projeto.
ESTABILIZAÇÃO

OBJETIVO:
• Compreende todos os processos naturais e artificiais
aplicados aos solos, objetivando melhorar suas
características de resistência mecânica, bem como
garantir a constância destas melhorias no tempo de vida
útil das obras de engenharia.
ESTABILIZAÇÃO

IMPORTÂNCIA
• O domínio das técnicas de estabilização pode conduzir
a sensíveis reduções nos tempos de execução das
obras, viabilizando a industrialização do processo
construtivo, propiciando uma economia substancial para
o empreendimento.
ESTABILIZAÇÃO

Estudos e análises

• Essencialmente, a estabilização de um solo consiste de


um estudo da resistência do solo e da suplementação
necessária desta resistência. Baseado neste estudo é
escolhido um método qualquer para a suplementação da
resistência, e isto é feito segundo análises econômicas e
técnicas do problema em questão.
ESTABILIZAÇÃO

Maneiras de estabilizar um solo


ESTABILIZAÇÃO

Estabilização granulométrica
• Mistura de dois ou mais solos visando obter um material
com distribuição granulométrica desejada tal que
mantenha-se volumetricamente estável e que apresente
ganho de resistência.

• Estabilidade de um solo - > função da distribuição em


granulométrica
ESTABILIZAÇÃO

Tipos de solos – relação entre as frações


granulométricas
• Solos com poucos finos:

Estabilidade a partir do contato grão


a grão;
Baixa densidade, permeabilidade
elevada;
Trabalhabilidade difícil.
ESTABILIZAÇÃO

Tipos de solos – relação entre as frações


granulométricas
• Solos com finos suficientes para
preencher os vazios:

Estabilidade a partir do contato grão a


grão;
Densidade alta, permeabilidade baixa;
Moderada dificuldade de compactação;
Resistência ao cisalhamento
relativamente alta.
ESTABILIZAÇÃO

Tipos de solos – relação entre as frações


granulométricas
• Solos com grande quantidade de finos
(sem contato grão a grão):

Densidade baixa;
Praticamente impermeável;
Estabilidade grandemente afetada pelas
condições hídricas;
Material com boa trabalhabilidade.
ESTABILIZAÇÃO

Métodos de mistura de solo


 Método Analítico

 Método das Tentativas

 Métodos Gráficos:
1.Método do Triângulo Eqüilátero
2.Método de Ruthfuchs
3.Método das Composições Sucessivas
ESTABILIZAÇÃO

Métodos de mistura de solo


Objetivos da estabilização
granulométrica de um solo
1. Resistência mecânica inicial satisfatória.
2. Vida útil do pavimento.

 De uma forma geral, na estabilização de um solo é costume


denominar:

 agregado do solo à fração retida na peneira n°.200, que


corresponde à areia e pedregulho;

 fração fina à fração passa na peneira nº.200, que corresponde


ao silte e à argila; é a fração responsável pelo atrito interno do
solo.

 ligante de solo à fração que passa na peneira nº. 40; essa fração
é a utilizada nos ensaios de consistência, como o Limite de
Liquidez e o Limite de Plasticidade.
COMPACTAÇÃO

“A compactação é a melhoria da estabilidade solo,


através da redução do volume de vazios do solo.”
Compactação de solo
 É um processo mecânico - pela aplicação de pressão, impacto ou vibração
- usada para diminuir o volume de vazios do solo.
1. O solo vai tornando-se impermeável.
2. Não há percolação d’água.
3. Aumenta a capacidade de suportar cargas porque ele deforma menos.
4. Diminui o recalque.
Técnica básica de compactação
• Lançamento de material de empréstimo (oriundo de jazida)
ou do próprio local (reenchimentos);
• Passagem de equipamentos que transmitam ao solo a
energia de compactação carga móvel (amassamento,
impacto ou vibração) ou estática.
Recicladora

Estabilização Química
Objetivos
• Aumentar a intimidade entre os grãos;
• Fornecer estabilidade.
• Melhorar a resistência;
• Diminuir a deformabilidade, reduzindo a
compressibilidade e a variação
volumétrica devido a variação da água;
• Diminuir a permeabilidade.
Compactação X Adensamento

• Compactação: • Adensamento:
– Expulsão de ar; – Expulsão de água;
– Cargas dinâmicas; – Cargas estáticas;
– Efeitos rápidos – Efeito demorado
Estudos sobre a Compactação
• Apenas na década de 1930 se iniciou o
estudo científico da compactação;
• Ralph Proctor relacionou:
– Massa específica dos grãos;
– Energia;
– Umidade;
– Tipo do solo;
Ensaio de Compactação
• solo é colocada num cilindro
padrão (volume de 1.000cm3);
• submetido a 26 golpes de um
soquete e caindo de 30,5cm;
• Três camadas;

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Ensaio de Compactação
• Resultados:
– Curva de compactação;
– Curva de saturação;
– A linha de ótimos.

• Mecânica dos Solos I – Prof.


Agda
Fatores Influenciadores
• Solos Grossos; • Solos Finos:
– Maior – Menor
Permeabilidade; Permeabilidade;
– Maior γd e menor – Menor γd e maior
umidade umidade.

• No campo a compactação normalmente é feita


com a umidade um pouco inferior a umidade
ótima (hot), por causa da resistência estável
que o solo apresenta nos pontos anteriores a
hot.
Compactação no campo
• Rolos estáticos:
– lisos;
– Pé de carneiro;
– Pneumáticos
Esquema de aplicação de Carga

DMC-FURG – Mecânica dos Solos – Prof. Cezar Bastos –


http://www.fag.edu.br/professores/deboraf/Mec%E2nica%20dos%20Solos/2%20bimestre/COMPACTACAO.pdf
Compactadores
Compactadores
Compactadores
Compactadores
Compactação no campo
• Fatores que influenciam no campo:
– Teor de Umidade, Aeração, Irrigação;
– Tipo de solo;
– No de passadas;
– Espessura da camada compactada;
– Características dos equipamentos;
– Tipo da camada de solo adjacente.
• DMC-FURG –
Mecânica dos Solos –
Prof. Cezar Bastos –
• http://www.fag.edu.br/
professores/deboraf

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