Você está na página 1de 26

Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL

Objetivos
• Identiicar o peril da mineração no Brasil;

• Identiicar o peril Mineral no Estado do Maranhão;

• Explicar o mercado de trabalho, e atuação do proissional técnico de


mineração.

1 ASPECTOS GERAIS

O Brasil por ser um país de dimensões continentais, possui uma grande


diversidade geológica, o que lhe confere uma vocação mineral e um grande
produtor de insumos básicos provenientes da mineração. Segundo, Filho e
Marques (CPRM, 2008), atualmente, igura no cenário internacional ao lado de
países com tradicional vocação mineira, tais como Canadá, Austrália, África do
Sul e Estados Unidos. Para Filho e Marques (CPRM, 2008):

- A produção mineral brasileira tem sido crescente nas últimas décadas,


devendo-se esse fato, pelo menos parcialmente, a signiicativos investimentos
realizados por empresas de mineração em prospecção mineral, aliado ao
esforço realizado pelos governos federal e estaduais na execução de extensos
programas de levantamentos geológicos sistemáticos levados a efeito,
principalmente, nas décadas de 1960 e 1970, e retomados nas décadas de
1980, 1990 e 2000, pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço
Geológico do Brasil (CPRM/SGB), juntamente com o Departamento Nacional
da Produção Mineral (DNPM) e universidades;

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 35


- Os programas mais recentes de levantamento geológico contam com o
apoio de levantamentos geofísicos e geoquímicos, o que os tornam mais
completos e efetivos no mapeamento e prospecção dos recursos minerais
do território nacional. Desse esforço conjunto – governo e iniciativa privada –
resultaram as descobertas de jazidas de minérios metálicos e não-metálicos,
gemas, minerais energéticos. Muitas dessas jazidas estão em pleno processo
de explotação, gerando riqueza para o país. Como consequência, a produção
mineral do país tem crescido sistematicamente nos últimos anos, atingindo,
em 2005, o total de R$ 85 bilhões, o que corresponde a algo em torno de 5%
do Produto Interno Bruto (PIB), demonstrando o crescimento alcançado pelo
setor mineral brasileiro.

No Brasil os principais minerais estão distribuídos entre: os metálicos (ferrosos


e não ferrosos), metais preciosos, energéticos, gemas e diamantes, e água
mineral, conforme os exemplos nos quadros 1 e 2, a seguir.

quadro 1 - Minerais Metálicos

Fonte: DNPM/IBRAM/PNM (2013)

Quadro 2 - Minerais preciosos, não metálicos, energéticos, gemas, diamantes e água mineral

Fonte: DNPM/IBRAM/PNM (2013)

36 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


O Brasil possui acima de 4% da disponibilidade de matéria-prima mineral do
mundo (BITTENCOURT; MORESCHI, 2013).

As reservas minerais do Brasil em 2012, quando comparadas mundialmente,


mostraram-se signiicativas, se destacando como possuidor das primeiras
reservas de nióbio (98,1%) e barita (64,4%), segunda reserva de terras raras
(16,2%), tântalo (37,0%) e graita natural (36,2%), além de ter a terceira reserva
mundial de estanho (14%) e níquel (9,9%). Outras importantes reservas
minerais são representadas pelo minério de ferro, magnesita, manganês,
zircônio, vanádio e vermiculita (DNPM, 2013). A Tabela 1, resume-se as
principais reservas e produção mineral brasileira.

Tabela 1 - Principais reservas minerais do Brasil - 2012

Principais Reservas Minerais do Brasil - 2012

Substância Un. Brasil (%)


Mundo
Alumínio1 106 t 590 2,3
2 3
Barita 10 t 426.000 64,4
1
Bentonita 10³ t 36.109 nd
2
Berilio t 6.000 7,0

Calcário Agrícola1 103 t nd nd


1 6
Carvão Mineral 10 t 2.154 0,3
1 6
Caulim 10 t 7.353 nd
2 3
Chumbo 10 t 149 0,2
2
Cobalto t 85.000 1,1
2 3
Cobre 10 t 11.419 1,7
1 3
Crisotila 10 t 10.516 nd

Cromo2 103 t 564 0,1


1 6
Diamante 10 ct 13,8 2,3
1 3
Diatomita 10 t 1.944 0,5
2
Estanho t 684.587 14,0
6 6
Felspato 10 t 317 nd
1 6
Ferro 10 t 19.948 11,7
2 3
Fluorita 10 t 1.120 0,5

Fosfato4 103 t 270.000 0,4


1 3
Gipsita 10 t 288.490 nd
1 3
Graita Natural 10 t 39.805 36,2

Lítio2 103 t 48 0,4

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 37


Tabela 1 - (Cont.)
1 3
Magnesita 10 t 239.342 9,4
6 3
Manganês 10 t 53.500.000 9,3

Metais do Grupo da Platina3 kg 13.790 0,02

Nióbio2 t 10.565.750 98,1


2 3
Níquel 10 t 9.056 9,9
2
Ouro t 2.600 5,0

Potássio4 103 t 14.925 0,2

Prata2 t 3.910 0,7


1 3
Rochas Ornamentais 10 t nd nd
7 3
Sal 10 t 21.632 nd
1 3
Talco e Piroilita 10 t 44.834 12,0
2
Tântalo t 35.828 37,0
2 3
Terras Raras 10 t 22.000 16,2
5 3
Titânio 10 t 2.000 0,3

Tungstênio2 t 23.804 0,7


2 3
Vanádio 10 t 175 1,3
1 3
Vermiculita 10 t 13.126 19,5

Zinco2 103 t 2.079 0,8


1 3
Zircônio 10 t 2.717 5,4
Fonte: DNPM/DIPLAM (DNPM, 2013). Informações reservas mundiais: USGS 1 - Reserva Lavrável de
minério, 2 - Reserva Lavrável em metal contido, 3 - Reserva Lavrável em metal contido de Pt + Pd,
4 - Reserva Lavrável em Equivalente P2O5 ou K2O, 5 - Reserva Lavrável de ilmenita + rutilo, em
metal contido, 6 - Reserva Medida em metal contido, 7 - Reserva Medida+Indicada, nd: dado não
disponível.

Segundo Bittencourt e Moreschi (2013), o nióbio confere ao Brasil a posição


de maior detentor de reservas desse mineral e mantém essa posição
há alguns anos no quadro mundial das reservas minerais. O deposito
localizado no carbonatito do Barreiro (Araxá, MG) é o principal responsável
pelas nossas e também pela produção. Outros bens minerais, destacados
na Tabela 1 representam frações importantes da disponibilidade mundial.

Importante, destacar, que o Brasil é o segundo maior produtor de ferro


e este é também a principal mercadoria negociada, especialmente em
função do papel da China com relação ao setor. O Quadro 3 demonstra as
posições do país em termos de exportação de minerais, os tipos minerários

38 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


dos quais há auto-suficiência e aqueles cuja demanda interna requer
importação (IBRAM, 2013).

quadro 3 - Comportamento do Brasil em termos de exportação de minerais

Fonte: DNPM/IBRAM/PNM (2013)

Conforme o Quadro 3, entende-se, que no Brasil, atualmente, nióbio,


ferro, bauxita, manganês, graita, vermiculita, níquel, caulim, entre outros,
exempliicam o caso de bens minerais excedentes, ao passo que o fosfato,
potássio, enxofre, combustíveis fósseis e chumbo, podem, entre outros,
exempliicar a situação de bens minerais insuicientes, necessitando ser
importados para o completo atendimento da demanda interna (BITTENCOURT;
MORESCHI, 2013).

Desta forma, o Brasil vende e compra diversos produtos de origem mineral que
são agrupados em quatro classes, Tabela 2, constituindo o denominado setor
mineral, conforme sistematização do Departamento Nacional da Produção
Mineral (DNPM).

Tabela 2 - Classiicação e exemplo de produção de origem mineral comercializados pelo Brasil


Classes Produtos - exemplos

Minério bruto ou beneiciado, mas ainda substância mineral: minério de


Bens minerais primários
ferro (hematita), concentrado de minério de cobre (calcopirita)

Produtos da indústria de transformação mineral; ferroligas, cátodos de


Semimanufaturados
cobre.
Manufaturados Produtos comerciais inais: tubos de aço, chapas de cobre.

Produtos especíicos da indústria de transformação mineral da área


compostos Químicos
química: óxido férrico, cloreto de cobre.

Fonte: Bittencourt e Moreschi (2013)

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 39


Segundo Bittencourt e Moreschi (2013):

- O País possui uma pauta diversiicada de exportações de bens minerais


primários, na qual destacamos o minério de ferro, além de bauxita, rochas
ornamentais, manganês, caulim, amianto, diamantes e Magnesita. Por outro
lado, o consumo doméstico depende em diferentes graus da importação
de vários produtos de origem mineral, dos quais o petróleo tem sido o item
mais oneroso, apesar dos avanços na produção interna com base em novas
descobertas realizadas pela Petrobras;

- Produção insuiciente ou ausência de recursos minerais economicamente


viáveis implicam pesada dependência externa de outros bens minerais, tais
como carvão metalúrgico, cobre, fertilizantes potássio, enxofre, gás natural,
fosfato, titânio e chumbo.

Conforme estudo realizado pelo IBRAM (2013):

- A mineração representa de 3% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.


Agromineraissão minerais
constituídos por silicatos O subsolo brasileiro é rico e apresenta minérios de classe mundial resultando
hidratados de alumínio
e ferro, podendo conter em maior competitividade. O país tem forte dependência por minerais
elementos alcalinos - sódio,
potássio - e alcalinos essenciais à sua economia e crescimento, como é o caso dos “argilominerais”,
terrosos - cálcio, magnésio.
fundamentais para a indústria de fertilizantes;

- Entre 2012 e 2016 o setor deverá investir US$75 bilhões em projetos para
ampliar a produção de metais. Só os investimentos em exploração de minério
de ferro correspondem a quase US$ 45 bilhões deste total;

- O Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM 2030) prevê US$ 270 bilhões
em investimento em pesquisa mineral, mineração e transformação mineral.
O crescimento também está atrelado a planos referentes a infraestrutura e
logística;

- Os benefícios englobam a geração de empregos: em 2011, estavam


empregados 175 mil trabalhadores na mineração, e 2,2 milhões na cadeia de
transformação mineral;

- Segundo o Ministério de Minas e Energia (PNM 2030, 2008) o efeito


multiplicador de empregos é de 1:13 (CNI, 2012) no setor mineral, ou seja, para
cada posto de trabalho gerado na mineração, outros 13 são criados de forma
direta ao longo da cadeia produtiva;

40 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


- O saldo na balança comercial gerado pelo setor mineral em 2001 foi de US$ 7,7
bilhões. Em2012, o saldo foi US$ 29.550 bilhões e a produção mineral brasileira
alcançou, o recorde de US$ 51bilhões, um crescimento de 550% em uma década;

- Além de ser uma indústria de base, a mineração promove indiretamente


outras atividades econômicas. Há benefícios diretos como geração de
emprego, renda, pagamento de tributos e compensações inanceiras, muitas
vezes em lugares inóspitos ou de difícil acesso.

O Quadro 4 exempliica os municípios e seus respectivos IDH frente a


investimentos realizados pelo setor mineral, ou seja, o município em que
existe atividade mineral, possui um IDH muitas vezes superior ao seu Estado.

quadro 4 - Exemplos de municípios mineradores e seus respectivos IDH em comparação ao IDH do Estado

Fonte: DNPM/IBRAM/PNM (2013)

O Gráico 1, a seguir, mostra a evolução da produção mineral brasileira

Gráico 1 - Evolução da produção mineral brasileira

Fonte: IBRAM, (2013)

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 41


Os Gráicos 2 e 3 apresentam a distribuição das minas por Estado da federação,
assim como o porte das minas.

Gráico 2 - Distribuição das Minas por Estado

RS
9,91% SC
PR 11,45%
7,60%
RJ MG
5,70% 14,07%

GO
4,01%

ES
3,95%

SP
17,69%
Outras
25,64%

Fonte: DNPM (2010)

Gráico 3 - Porte das Minas (Distribuição Precentual)

Grande
4,7%

Média
24,7%

Pequena
70,5%

Fonte: DNPM (2010)

2 ÁREA DE ATUAÇÃO E MÃO DE OBRA NA MINERAÇÃO

O proissional técnico de mineração tem habilitação para atuar: na pesquisa


mineral; na lavra de mina, com a extração do minério; no beneiamento, com
a indústria de transformação, além de atuar em empresas de construção civil
(construção de barragens, hidrelétricas, construção de túneis etc.).

42 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


Especiicamente, o proissional técnico de mineração tem o peril para
auxiliar:

- na execução de projetos de identiicação, qualiicação e quantiicação de


jazimentos minerais;

- na supervisão da estabilidade em minas subterrâneas e a céu aberto;

- na supervisão das atividades especíicas de planejamento e lavra de minas;

- nos levantamentos e confecção de mapas topográicos na fase de lavra;

- na operação de equipamentos de perfuração, amostragem e transporte;

- nos métodos de análise mineralógica, fragmentação, classiicação, balanço


de massa, bem como de separação física e físico-química no tratamento de
minérios;

- nas operações de beneiciamento de rochas ornamentais;

- no manuseio e armazenamento de explosivos e seus acessórios;

- na caracterização de minérios sob os aspectos físico, físico-químico,


mineralógico e granulométrico; - na operacionalização de equipamentos de
análise mineralógica, granulométrica, de fragmentação e de separação;

- na aplicação de medidas de controle e proteção ambiental para os impactos


gerados pela lavra e tratamento de minérios.

Para melhor entendimento da atuação deste proissional, assim como


conhecer a demanda por mão de obra nesta área, izemos um recorte
do estudo realizado pelo Sumário Mineral Brasileiro (DNPM, 2013),
destacando-se os seguintes pontos:

- Na análise por diferentes setores de atividade econômica, a indústria


extrativa mineral teve um desempenho acima da média brasileira, uma vez
que a mesma apresentou um crescimento da mão de obra de 4,5%. Ela foi,
inclusive, a atividade econômica que apresentou melhor desempenho para o
mercado de trabalho;

- Em 2012, contudo, houve uma redução na geração de empregos na economia


brasileira, fruto do menor crescimento econômico no período. Os 868.241

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 43


empregos gerados representaram uma queda de 44,5% no saldo de mão
de obra, uma vez que em 2011 foram gerados 1.566.043 postos de trabalho.
Apesar de a indústria extrativa mineral compreender apenas 0,6% do estoque
de trabalhadores do Brasil, ela gera um efeito multiplicador na economia,
já que os bens nela extraídos fornecem insumos tanto para a indústria de
transformação quanto para o setor de construção civil (Gráico 4);

Gráico 4 - Distribuição do Estoque de Mão de Obra por Atividade Econômica


Administração
Serv. Ind. de Utilidade Pública Agropecuária
Pública 2,2% 4% Construção Civil
1% 8%
Ind. de
Extrativa Mineral Transformação
0,6% 20,8%

Serviços
41%

Comércio
22,6%
Fonte: MET/CAGEO (DNPM, 2013)

- Ao analisar-se grupos de atividades que não incluem petróleo e gás natural,


como: extração de carvão mineral, extração minério de ferro, extração de
minerais metálicos não ferrosos, extração de pedra/areia/argila, extração de
outros minerais não metálicos e atividades de apoio à extração de minerais,
exceto petróleo e gás natural, durante o ano de 2012, a Indústria Extrativa
Mineral, gerou 8.883 postos de trabalho, o que resultou num aumento de
4,8% do estoque de mão de obra (Tabela 3).

Tabela 3 - Comportamento das atividades econômicas da indústria Extrativa Mineral, sem petróleo
e gás natural (dez/2011 e dez/2012)
Variação Variação
Estoque atividades 2011* 2012
Absoluta Relativa
Extração de Pedra, Areia e Argila 68.303 70.801 2.498 3,7%
Extração de Minério de Ferro 47.664 52.148 4.484 9,4%
Extração de MInerais Metálicos Não Ferrosos 32.142 33.271 1.129 3,5%
Extração de Outros Minerais Não Metálicos 26.316 26.698 382 1,5%
Atividades de Apoio à Extração de Minerais, exceto petróleo e gás natural 4.508 4.784 281 6,2%
Extração de Carvão MIneral 4.918 5.027 109 2,2%
TOTAL 183.843 192.729 8.883 4,8%

Fonte: MET/CAGEO (DNPM, 2013)

44 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


- Novamente, percebe-se que seu desempenho foi acima da média brasileira
(2,2%) e ainda acima da própria atividade extrativa mineral com petróleo e
gás (4,5%). Das atividades selecionadas, a que apresentou maior crescimento
no estoque de mão de obra foi a extração de minério de ferro (9,4%), seguida
das atividades de apoio à extração de minerais (6,2%). Apesar disso, o saldo de
2012 foi 49,3% menor que o de 2011 (15.628);

- Dos 8.883 empregos gerados, a maior parte foi da extração de minério de


ferro, com 4.484 postos de trabalho, seguida pela extração de pedra, areia e
argila (2.498). Esse último grupo, que possui o maior estoque de mão de obra
do setor, é composto pela extração e britamento de pedras e matérias para
construção14 (34%) e pela extração de areia, cascalho ou pedregulho (26%)
(Gráico 5A);

Gráico 5A - Extração de pedra, areia e argila

Gesso e Caulim
Argila
Basalto 2%
4% Mármore
6% Ardósia 2%
Calcário e Dolomita 2%
12% Saibro
Granito 0,5%
12%

Ext. e Britamento de Pedras


e Materiais para Construção
Areia, Cascalho ou 34%
Pedregulho
26%

Fonte: MTE/CAGED (DNPM, 2013)

- O grupo da extração de minerais não metálicos gerou saldo de 382, e seu


estoque é composto pela extração de minerais não metálicos não especiicados
anteriormente15 (45%), de minerais para fabricação de adubos, fertilizantes e
outros produtos químicos16 (21%) e da extração de sal marinho e sal-gema
(19%) (Gráico 5B);

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 45


Gráico 5B - Extração de outros minerais não metálicos

Sal Marinho e Sal-Gema


19%
Min. p/ Fabr. de Quartzo
Adubos, Fert. e Prod. 4%
Química
21% Grafita
4%

Gemas (Pedra
Preciosas e
Semipreciosas)
4%

Amianto
Min. Não-Metálicos não 3%
específicados
Anteriormente
45%

Fonte: MTE/CAGED (DNPM, 2013)

- O grupo da extração de minerais metálicos não ferrosos incrementou


o estoque de mão de obra em 1.129 postos de trabalho, sendo que este é
composto pela extração de minérios de cobre, chumbo, zinco e outros minerais
metálicos não ferrosos não especiicados anteriormente17 (28%), assim como
pela extração de metais preciosos (41%) e de alumínio (14%) (Gráico 5C);

Gráico 5C - Extração de minerais metálicos não ferrosos

Cobre, Chumbo, Zinco e Outros


Metais Preciosos Min. Não Especificados
41% 28%

Alumínio
14%

Nióbia/Titânio
0,1%

Min. Radioativos
0,1%

Tungstênio
Níquel
1% Estanho
Manganês 12%
2%
2%

Fonte: MTE/CAGED (DNPM, 2013)

46 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


- Cabe destacar que alguns estados tiveram variações nos estoques acima da
média brasileira para o período. Em uma análise geográica, percebe-se que
16 Estados e o Distrito Federal cresceram mais do que a média do Brasil (4,8%).
Tal aumento se deu principalmente em alguns Estados das regiões Norte (Pará,
Tocantins, Amapá, Roraima e Amazonas), Centro Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e Goiás) e Nordeste (Maranhão, Sergipe e Piauí), que estão expandindo suas
áreas de produção mineral e de pesquisa geológica (Gráico 6);

Gráico 6 - Variação Relativa do Estoque de Mão de obra da Industria Extrativa Mineral, sem
petróleo e gás natural

Fonte: MTE/CAGED (DNPM, 2013)

- Apesar dos Estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste terem


apresentado os maiores crescimentos percentuais no estoque, foi a região Sudeste
a que gerou os maiores saldos19 de mão de obra em termos absolutos (Gráico7).
Somados, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo
foram responsáveis por 47,4% do saldo gerado em 2012. Em seguida vieram as
regiões Norte (22,0%), Centro-Oeste (13,1%), Sul (10,0%) e Nordeste (7,5%).

Gráico 7 - Saldo da Movimentação da mão de obra da Indústria Extrativa Mineral, sem petróleo e
gás natural (2012)

Fonte: MTE/CAGED (DNPM, 2013)

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 47


- Da mesma forma, os estoques de mão de obra estão localizados
principalmente na região Sudeste, que representa 53,1% dos quase 193 mil
trabalhadores do setor. Os maiores empregadores da atividade mineral são:
Minas Gerais (64.445), São Paulo (20.004), Pará (18.808), Espírito Santo (10.796),
Bahia (10.467), Goiás (9.972), Santa Catarina (7.978) e Rio de Janeiro (7.051);

- Pode-se veriicar, portanto, que o ano de 2012 foi positivo no que concerne
ao desempenho da mão de obra na mineração. Apesar da desaceleração
na geração de mão de obra, as taxas de crescimento foram maiores se
comparadas com a média brasileira, o que é fruto tanto da demanda de outros
setores econômicos por minérios quanto da abertura e expansão de projetos
de extração mineral;

- Além disso, é importante ressaltar que a mineração fornece insumos para


diversos ramos industriais, o que gera um efeito multiplicador sobre a mão de
obra em outros setores. Assim, além de seu estoque de 192.729 trabalhadores,
a Indústria Extrativa Mineral, sem petróleo e gás natural, gera um multiplicador
de 3,5 para a indústria de transformação mineral, que possui um estoque de
666.994 trabalhadores.

3 PERFIL MINERAL DO MARANHÃO

Segundo os estudos realizados pela Companhia de Pesquisa e Recursos


Minerais do Brasil (CPRM, 2013, p.97),

[...] o Estado do Maranhão possui minerais e rochas


pertencentes às classes de industriais, de uso na construção
civil e cerâmica, insumos para agricultura, gemas, recursos
energéticos e água mineral/potável de mesa. Nos terrenos
pré-cambrianos, o ouro é o recurso mineral largamente
predominante. Na plataforma continental rasa, além de óleo
e gás, são conhecidos depósitos de calcário agrícola e há
potencial para fosfato, ouro, titânio e minerais pesados.

Iremos estudar então, um pouco dos minerais existentes no Estado do


Maranhão.

48 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


A partir de um recorte feito dos estudos realizados pela CPRM (2013),
destacamos os principais minerais da classe dos metálicos, insumos agrícolas,
rochas e minerais industriais, agregados para construção civil, gemas e
recursos energéticos existentes no Maranhão.

MINERAIS METÁLICOS

Ouro

Os depósitos e ocorrências de ouro concentram-se, no Noroeste do Estado


do Maranhão, próximo à costa atlântica, principalmente nos municípios
de Godofredo Viana, Cândido Mendes, Luís Domingues, Centro Novo do
Maranhão e Centro do Guilherme (Figura 1).

Figura 1 - Pepita de Ouro


Fonte: http://www.macacovelho.com.br/as-maiores-pepitas-de-ouro-do-mundo/

Pepita de ouro, ou pedra


de ouro: uma enorme
“pedra” de ouro de 68
A descoberta de ouro nessa região ocorreu por volta de 1612 e religiosos quilos foi descoberta por
um grupo de mineiros na
jesuítas estabeleceram garimpos na região a partir de 1678. Ao longo do século região aurífera de Ballart
em Victoria, Austrália, em
9 de junho de 1858. Os
XX, além da garimpagem, diversas companhias mineradoras executaram dois primeiros mineiros
que encontraram a pepita
trabalhos exploratórios que culminaram na descoberta de vários depósitos de desmaiaram ao vê-la. Na
época, foi o maior pedaço
ouro primário. A primeira mina industrial do Maranhão, Piaba (município de de ouro natural encontrado
(Fonte: http://www.
Godofredo Viana), entrou em operação em 2010. macacovelho.com.br/as-
maiores-pepitas-de-ouro-
do-mundo/)

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 49


Zinco, Chumbo e Cobre

Ocorrências de esfalerita e galena, com ou sem pirita e barita, e associações


geoquímicas anômalas de Zn-Pb-Cu-Ba em sedimentos de corrente, foram
identiicadas em rochas da Formação Codó, na região de Codó. Indícios de
mineralização (Figura 2) de cobre foram reportados para as regiões de Grajaú
e de Carolina, sob a forma de cobre nativo em disseminações pontuais em
nível amigdaloidal e/ou preenchendo cavidades de basaltos da Formação
Mosquito.

Figura 2 - Minerais - Zinco, Chumbo e Cobre


Fonte: http://pt.wikipedia.org

Alumínio

Da classe dos metais não ferrosos (Figura 3), o alumínio se concentra em


depósitos do Noroeste do Maranhão, nos municípios de Bom Jardim e Itinga
do Maranhão. Os depósitos possuem reservas estimadas em 182,2 Mt de
bauxita metalúrgica e 4,0 Mt de bauxita refratária. Indícios e ocorrências não
explotadas existem ao longo da Rodovia BR-010, entre Itinga do Maranhão e
Açailândia, e na Rodovia MA-006, próximo à Vila Faísa, em Santa Luzia.

Figura 3 - Metal não ferroso - Alumínio


Fonte: http://pt.wikipedia.org

50 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


INSUMOS PARA A AGRICULTURA

Fosfato

Jazimentos de fosfato (Figura 4) na região costeira e em ilhas do Noroeste


do Maranhão são conhecidos pelo menos desde o início do século XX, em
localidades dos municípios de Godofredo Viana e Cândido Mendes. Reservas
não oiciais são estimadas em 29 Mt, com teores de P2 O5 variando entre 0,8
e 29%.

Figura 4 - Fosfato
Fonte: http://www.ujf.br/nugeo/banco-de-dados/banco-de-dados-de-geologia/minerais/fosfato/
fosfato-de-calcio/

Calcário Dolomítico e Dolomito Calcítico

Os jazimentos de calcário agrícola (Figuras 5a e Bb) se concentram,


principalmente, no município de Riachão e distribuem-se também por Balsas
e São José dos Patos.

Figura 5a - Calcário Dolomítico Figura 5b - Dolomito Calcítico


Fonte: http://acritica.uol.com.br/ Fonte: http://comprar-vender.mfrural.com.
amazonia/Comunidade-interior- br/detalhe/calhidratada-chi-cal-virgem-
Amazonas-exploracao-calcario-Manaus- calcario-dolomitico-e-calcitico-125619.
Amazonia_0_522547887.html aspx

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 51


ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS

Rocha Ornamental

O único polo produtor de rocha ornamental no Maranhão, no momento, é


o do município de Rosário, que concentra reservas de 21,9 Mt de granitos
(Figura 6) relacionados à Suíte Intrusiva Rosário. Contudo, ocorrências de
rochas com potencial ornamental e associadas à Suíte Intrusiva Tromaí foram
reportadas nas proximidades de Centro Novo do Maranhão.

Nas proximidades de Godofredo Viana, um aloramento apresenta matacões


de granitoide, também da Suíte Intrusiva Tromaí, com coloração esverdeada
a azulada. Foi sugerido para futura avaliação, visando à sua utilização, como
rocha ornamental.

Figura 6 - Rocha ornamental - Granito


Fonte: http://pt.wikipedia.org

Caulim

As reservas de caulim (Figura 7) do Maranhão totalizam 2,5 Mt e se distribuem


em dois depósitos localizados nos municípios de Caxias e Codó. Ocorrências e
indícios associados ao Grupo Itapecuru são registrados na porção centro-norte
do Estado, entre a várzea do rio Mearim e o rio Munim; ao longo da Rodovia
MA-006, nas proximidades de Arame e Buriticupu, e na Rodovia MA- 245, em
Encruzilhada; e Tuntum-Barra do Corda. Outras ocorrências, localizadas ao
longo da Rodovia BR- 222, nas imediações do rio Pindaré, entre Açailândia e
Verona, associam-se à Formação Ipixuna.

52 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


Figura 7 - Caulim
Fonte:http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/6849-usos-do-caulim-na-
industria/

Zeólita

O estado do Maranhão apresenta uma área relativamente vasta na Bacia do


Parnaíba, com jazimentos de zeólita (Figura 8) associados à Formação Corda
que se distribuem nos municípios de Governador Edison Lobão, Ribamar
Fiquene, Montes Altos e Lajeado Novo.

A zeólita é um mineral
com largo emprego nas
áreas industrial, ambiental
e agronômica. A adição de
zeólita pode aumentar a
eiciência agronômica dos
fertilizantes e, se modiicada
quimicamente, possui uso
potencial como fertilizante
de liberação lenta, com
taxas de liberação de P e
N comparáveis às obtidas
com produtos comerciais
similares. Na área ambiental,
a eiciência na remoção
de metais pesados em
eluentes industriais é
aumentada sobremaneira
após modiicação química da
Figura 8 - Mineral Zeólita zeólita, usando a propriedade
Fonte:http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Zeolitas&lang=3 de troca catiônica (Fonte:
http://www.lookfordiagnosis.
com/mesh_info.
php?term=Zeolitas&lang=3)

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 53


Areias Especiais

As areias (Figura 9) oriundas da desagregação de arenitos da Formação


Sambaíba são identiicadas na região sul do Maranhão, com potencial para
uso no fraturamento hidráulico de poços de petróleo.

Argilas Especiais Argilas para cerâmica branca, argilas esmectíticas (bentonitas)


e argilas refratárias, com uso industrial diferenciado, quando comparado ao
das argilas para cerâmica vermelha, podem ser consideradas argilas especiais.
Há várias ocorrências na região de Bacabal e municípios limítrofes, onde as
argilas estão associadas ao horizonte mosqueado do peril laterítico imaturo
que recobre ou se desenvolveu sobre rochas do Grupo Itapecuru.

Figura 9 - Areias Especiais


Fonte: http://www.mineracaonilson.com.br/produtos.php

Argila esmectítica

Ocorre a sudeste de Centro Novo do Maranhão, associada ao Grupo Serra


Grande, mas não há informações sobre dimensões e real potencial da

A argila, vulgarmente
ocorrência.
chamada de barro, por
sua plasticidade enquanto
úmida e extrema dureza Várias ocorrências e indícios de argila esmectítica (Figura 10) são
depois de cozida a mais
de 800ºC, é largamente
empregada na cerâmica
também conhecidos na porção ocidental do Maranhão, nos municípios
para produzir vários
artefatos que vão de Governador Edison Lobão, Davinópolis, Porto Franco, Campestre do
desde os tijolos até
semicondutores utilizados
em computadores, além de
Maranhão, Ribamar Fiquene e Montes Altos, associados às formações
possuir usos medicinais
Fonte: http://www.
Corda, Mosquito e Grajaú.
achetudoeregiao.com.br/
animais/argila.htm

54 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


Há presença de esmectitas magnesianas na Formação Codó, na região de
Codó, indicando seu uso como corretivo/condicionador de solos ácidos. Estas
ocorrem preenchendo fraturas em pelitos da Formação Motuca, na região
entre Riachão e Carolina.

Figura 10 - Argila Esmectítica


Fonte: https://mesozoico.wordpress.com/2009/03/25/caracterizacao-tecnologia-e-aplicacoes-das-
argilas-da-regiao-do-juncal/

Gipsita

A gipsita (Figura 11), com uso na construção civil, agricultura e pecuária, possui
ocorrências e depósitos nos municípios de Codó e Grajaú.

Em Balsas, na jazida da Mineração Vale do Araguaia, gesso agrícola é fabricado


como subproduto da extração de calcário.

Figura 11 - Gipsita
Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 55


Calcário

As reservas oiciais de calcário (indiferenciado), Figura 12, no Estado do


Maranhão totalizam 316,1 Mt. Mais de 95% dessas reservas estão concentrados
nos municípios de Balsas e Codó e se associam à Formação Codó. Há, também,
ocorrências nos municípios de Riachão, Imperatriz, Barra do Corda, Grajaú,
Tuntum, Presidente Dutra, Timom e Caxias.

Figura 12 - Calcário
Fonte: http://tmacea.blogspot.com.br/2012/05/de-que-e-feito-o-cimento-por-que-e.html

AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Pedras Britadas e para Construção

São duas as principais unidades geológicas usadas na produção de pedras


britadas no Maranhão. O polo Rosário Bacabeira, ao sul de São Luís, possui
várias pedreiras ativas que explotam os granitoides da Suíte Intrusiva Rosário.

Argila para Cerâmica Vermelha

Os jazimentos de argila para cerâmica vermelha (Figura 13) estão distribuídos


por todo o Maranhão, mas há uma concentração na porção centro-norte do
Estado que é coincidente com as planícies de inundação dos grandes rios,

56 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


como Munim, Mearim e Itapecuru, que constituem a principal fonte de argilas.
Também há concentração de jazimentos ao longo das rodovias BR-222, BR-226
e BR-230, que ligam as maiores cidades do Estado. Há, também, jazimentos
associados a pequenas lentes e camadas de argilito ou pelitos com laminação
plano-paralela intercalados em arenitos do Grupo Itapecuru em Zé Doca,
Vitória do Mearim, Miranda do Norte e Vargem Grande. Outras possibilidades
são argilas relacionadas aos sedimentos da Formação Cujupena ilha de São
Luís e Mirinzal, argila (mais areia e cascalho) da Formação Ipixuna e/ou Grupo
Itapecuru em Açailândia e Verona, em Grajaú e norte de Barra do Corda. Ainda,
lavras de argila, oriundas de alteração das rochas da Suíte Intrusiva Rosário,
são relativamente abundantes em Bacabeira, município de Rosário, ao sul de
São Luís.

A laterita ou laterite é um
Figura 13 - Argila Vermelha tipo de solo muito alterado
Fonte: http://www.gpamineracao.com.br/obras/exibir/id/8 com grande concentração
de hidróxidos de ferro e
alumínio. Este processo
de alteração do solo é
designado por laterização e
caracteriza-se pela ocorrência
de lixiviação, que ocorre
pelo excesso de chuvas ou
irrigação, podendo vir a
Cascalho, Seixo, Areia e Saibro formar uma crosta constituída
por nutrientes do solo, como
Fe e Al, impedindo assim a
penetração de água até níveis
As coberturas lateríticas (Figura 14) maturas e imaturas, bastante distribuídas de profundidade superiores
ao do laterito formado. Os
no Maranhão, são fontes de concreções ferruginosas, areia, cascalho, saibro solos originados por este
processo são também
chamados solos lateríticos. A
e argila. Também o Grupo Barreiras e os Sedimentos Pós-Barreiras são fontes laterização é um problema
típico de solos ligado às
desses insumos. Em Centro Novo do Maranhão, ao longo da Rodovia MA- regiões de clima úmido e
quente. Quando a laterização
306, há minas e ocorrências de seixo e areia; na porção sudoeste da ilha de é quase total, o solo se chama
laterita, após desidratação
São Luís, areia grossa é explorada mecanicamente em áreas onde aloram originam-se crostas, cangas e
concreções limoníticas (ricas
em Fe2O3) e bauxitas (ricas
os sedimentos desse grupo e da Formação Cujupe; as extensas coberturas em Al2O3). É muito usada em
aquários, sendo enterrado
arenosas da Formação Grajaú fornecem areia em abundância, assim como para servir de fonte de ferro
para as plantas.
leitos e paleoterraços dos rios Itapecuru, Mearim, Grajaú e Pindaré e a região
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
dos lagos. wiki/Laterita

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 57


Figura 14 - Coberturas lateríticas – cascalho, seixo, areia e saibro
Fonte: http://pt.wikipedia.org

GEMAS

Diamante

Há referências, com localização imprecisa, à presença de diamante nas porções


sul e sudoeste do Maranhão. Os indícios estariam relacionados a aluviões do
rio Parnaíba, no limite com o Estado do Piauí, ao sul de Alto Parnaíba; a aluviões
do rio das Balsas, em seu médio curso; e a aluviões do rio Sereno, próximo
a sua foz no rio Manoel Alves Grande, que limita os Estados de Tocantins e
Maranhão.

Minerais satélites do diamante (ilmenita e granada) foram identiicados


em sedimentos ativos de drenagem e em solos ao norte de Centro Novo
do Maranhão, em área de aloramento da Formação Igarapé de Areia e dos
Sedimentos Pós-Barreiras, que ocorre sobre um dipolo magnético com eixo
orientado segundo a direção N60°E, que indica a presença de intrusão em
subsuperfície. Apesar da existência de mineralogia kimberlítica, a presença de
intrusão kimberlítica associada a essa anomalia e, mesmo, da ocorrência de
diamante, necessita de conirmação futura. A ocorrência de um kimberlitofoi
apontada no município de Lajeado Novo.

Ametista e Cristal de Rocha

Ametista e Cristal de Rocha (Figuras 15a e 15b) existem ocorrências de cristal de


rocha na região de Balsas-Riachão e de ametista entre Timões e São Francisco,
ambas em áreas de aloramento da Formação Pedra de Fogo. Há ocorrência
de opala na região de Porto Franco-Estreito, próximo à divisa com Tocantins,

58 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL


associada ao vulcanismo básico da Formação Mosquito. Também cita uma
ocorrência de ametista em Matões, em área de aloramento da Formação
Codó. Supõe-se que também se associe ao vulcanismo básico.

Kimberlito - É um mineral
raro, que forma o manto da
terra. Chega à superfície após
uma erupção vulcânica.

Cristal de rocha ou
quartzo - é uma variedade
cristalina de quartzo,
geralmente incolor e
transparente, podendo
em algumas vezes ter tons
Figura 15a - Kimberlito Figura 15b - Cristal de rocha ou quartzo variados de roxo, e em raras
Fonte: http://portaldenoticias.net/ Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ ocasiões até azul.
aroldo/?7059 Cristal_de_rocha; http://Ipminerais.
com.br/index.php?option=com_
wrapper&view=wrapper&Itemid=190

RECURSOS ENERGéTICOS

Urânio

Anomalias radiométricas de urânio (Figura 16), com valor em torno de 300


cps, foram identiicadas na região de Coelho Neto, em algumas ocorrências
de arenitos micáceos e argilosos, inos, intercalados com siltitos laminados,
atribuídos à Formação Pedra de Fogo. Outra anomalia identiicada localiza-
se mais ao sul, no município de Barão do Grajaú, próximo ao rio Parnaíba,
e associa-se a indício geoquímico de fósforo. Carvão e Linhito é baixa a
favorabilidade à existência econômica de carvão na Bacia do Parnaíba.

Figura 16 - Urânio
Fonte: http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/uranio/

Universidade Estadual do Maranhão - UEMA / e-Tec Brasil 59


Carvão Mineral

O Anuário Mineral Brasileiro (DNPM, 2010) reporta uma reserva de carvão


mineral (Figura 17), ou turfa, no município de Balsas. Esse carvão está
associado à Formação Poti, do Grupo Balsas. Além disso, próximo a Santa
Helena, há registro da presença de diversos níveis carbonosos na Formação
Codó, descritos como linhito.

Figura 17 - Carvão Mineral


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o_mineral

Folhelho Betuminoso

Ocorrências de folhelho betuminoso (Figura 18) são descritas para as regiões


de Codó, Barra do Corda e Tuntum. Turfa Turfeiras são comuns nas planícies
de inundação de rios e lagos maranhenses e, secundariamente, na porção
Nordeste do Estado.

Figura 18 - Folhelho Betuminoso


Fonte: http://www.geologo.com.br

60 Aula 2 - PERFIL MINERAL DO BRASIL

Você também pode gostar