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POTÁSSIO

Luiz Alberto Melo de Oliveira – DNPM/SE, Tel.: (79) 3231-3011, E-mail: luiz.alberto@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL –2010


Em 2010, o Canadá com 47,7% e a Rússia com 35,8% são os dois principais países em reservas de sais de potássio,
bem como os maiores produtores mundiais com cerca de 48,7%. O Brasil ocupa a 11ª colocação em termos de reservas e
a 9ª posição em relação à produção mundial.
As reservas de sais de potássio no Brasil estão localizadas em Sergipe e no Amazonas. Em Sergipe, nas regiões de
Taquari/Vassouras e Santa Rosa de Lima, as reservas medidas de silvinita (KCl + NaCl) totalizaram, em 2010, 485,1 milhões
de toneladas, com teor médio de 9,7% de K2O equivalente. Dessas, 78,9 milhões de toneladas de minério "in situ" (teor
de 22,41% de K2O), correspondendo a 17,7 milhões de toneladas de K2O equivalente, representam a reserva lavrável
(mina de Taquari/Vassouras, Sergipe). Trabalhos de reavaliação de reservas de silvinita na região de Santa Rosa de Lima,
16 km a oeste de Taquari-Vassouras, apontam como reserva minerável, por métodos convencionais (considerando a
camada principal), 66,9 milhões de toneladas de minério "in situ", equivalendo a 15,48 milhões de toneladas de K2O.
Ainda em Sergipe, são conhecidos importantes depósitos de carnalita (KCl.MgCl2.6H2O). As reservas totais de carnalita em
Sergipe (medida + indicada + inferida), com teor médio de 8,31% de K2O equivalente, alcançam cerca de 12,9 bilhões de
toneladas. A viabilidade de aproveitamento econômico dessas reservas depende da realização de testes tecnológicos, já
em andamento, em área piloto. No Amazonas, nas localidades de Fazendinha e Arari, na região de Nova Olinda do Norte,
as reservas oficiais de silvinita (medida + indicada) somam 1.008,1 milhões de toneladas, com teor médio de 18,47% de
K2O equivalente. Não há, ainda, projeto de explotação dessas reservas de silvinida do Amazonas.

Tabela 1 Reserva e produção mundial


3 (e) 3
Discriminação Reservas (10 t K2O) Produção (10 t K2O)
(p) (r) (p)
Países 2010 2009 2010 (%)
(1)
Brasil 17.684 453 418 1,2
Canadá 4.400.000 4.320 9.500 28,4
Rússia 3.300.000 3.730 6.800 20,3
Bielorússia 750.000 2.490 5.000 15,0
Alemanha 150.000 1.800 3.000 9,0
China 210.000 3.000 3.000 9,0
(2)
Outros paises 397.000 5.049 5.702 17,1
TOTAL 9.224.684 20.842 33.420 100
Fontes: DNPM/DIPLAM e USGS: Mineral Commodity Summaries – 2011.
Usa-se convencionalmente a unidade K2O equivalente para expressar o potássio contido, embora essa unidade não corresponda à composição química
da substância; (1) referente à reserva lavrável da mina de Taquari/Vassouras/Sergipe; (2) inclui o total da reserva do Mar Morto, que é equitativamente
dividido entre Israel e Jordânia; (e) estimativa; (r) revisado; (p) preliminar.

2 PRODUÇÃO INTERNA
A produção de potássio fertilizante no Brasil está restrita ao complexo mina/usina Taquari-Vassouras, em Sergipe,
e esteve a cargo da Petrobrás Mineração S/A - PETROMISA até outubro de 1991. Em face à extinção da PETROMISA, os
direitos minerários da empresa extinta passaram para a Petróleo Brasileiro S.A - PETROBRÁS, através de cessão de
direitos, tendo a PETROBRÁS arrendado à VALE S.A. os direitos referentes à concessão de lavra, que incluem o complexo
mina/usina de Taquari/Vassouras. O complexo mina/usina de Taquari/Vassouras, cujo Plano de Aproveitamento
Econômico inicial (Projeto Base) definiu como produção nominal 500 mil t/ano de KCl, correspondendo a 300 mil t/ano de
K2O equivalente, teve a capacidade de produção aumentada e vêm apresentando, desde 1998, produção superior à meta
prevista no Projeto Base, tendo produzido, em 2010, 661,69 mil t de KCl, (com teor de 63,17% de K2O equivalente),
correspondendo a 418,00 mil t. de K2O equivalente. Observou-se em 2010 uma queda na produção interna de KCl em
relação ao ano anterior, quando foram produzidas 716,63 mil t. de KCl.
A produção interna de KCl vem oscilando nos últimos anos, ocupando patamares próximos dos acima observados.
Em função do mercado, em Taquari/Vassouras têm sido produzidos os tipos Standard (0,2 a 1,7 mm) e Granular (0,8 a 3,4
mm).
Da mina de Taquari/Vassouras, em atividade desde 1985, já foram explotadas cerca de 36,75 Mt de minério. Em
face do método de lavra utilizado, a taxa de extração na referida mina fica próxima de 50% da reserva minerável.
Atualmente, a capacidade total instalada run of mine (ROM) da mina é de 3.200 mil t/ano, e a vida útil, prevista, é de mais
6 (seis) anos. A usina de beneficiamento dispõe de uma capacidade instalada para produção de 850mil t/ano de KCl.

3 IMPORTAÇÃO
Em virtude da pequena produção interna, comparada à grande demanda interna pelo produto, o Brasil situa-se no
contexto mundial como grande importador de potássio fertilizante, tendo como principais fornecedores em 2010, a
Bielorrússia (28,01%), o Canadá (27,16%), a Alemanha (17,7%), Israel (14,24%) e a Rússia (6,37%). Observando-se as
POTÁSSIO
estatísticas do Comércio Exterior Brasileiro em 2010, nota-se um aumento das importações de potássio fertilizante em
relação a 2009, porém, não superando a quantidade importada em 2008. Também verifica-se, no ano em análise, uma
significativa queda do preço por tonelada do produto, modificando assim uma tendência de aumento de preço observada
a partir de 2008. A quantidade de potássio fertilizante importada em 2010 esteve em torno de 77,64% acima da
verificada no ano de 2009, enquanto o valor de importação do produto foi aproximadamente 7,46% maior que em 2009.
Considerando o quadro observado em 2010, o Brasil mantem-se no contexto mundial como grande importador de
potássio fertilizante.
Também são usados como fontes de potássio para a agricultura, em usos específicos, o sulfato de potássio e o
sulfato duplo de potássio e magnésio. Em 2010, foram importadas cerca de 37,06 mil toneladas de sulfato de potássio,
correspondendo a cerca de US$ FOB 21,15 milhões.

4 EXPORTAÇÃO
Nossas exportações de potássio são, basicamente, destinadas a países da América do Sul. Em 2010, atingiram
cerca de 12.880 t/K2O, correspondendo a US$-FOB 9.863 mil, de cloreto de potássio.

5 CONSUMO INTERNO
O consumo interno aparente de potássio fertilizante, em 2010, situou-se em torno de 36,23% acima do observado
em 2009, quando foi verificada uma queda no consumo interno em relação a 2008 de cerca de 43,61%. O consumo
brasileiro de potássio fertilizante mantem-se em um patamar elevado, confirmando assim a situação do Brasil no
contexto mundial como grande consumidor e importador desse produto. A produção interna de potássio fertilizante
encontra-se ainda muito abaixo da demanda interna pelo produto. Em 2010, a produção doméstica de KCl representou
cerca 10,25% do consumo interno aparente. No ano em análise, como vem ocorrendo nos últimos anos, a produção
interna (Complexo Taquari/Vassouras), mais uma vez, superou a meta de 500 mil t/ano de KCl, que foi a produção
nominal prevista no Projeto Base.
O principal uso do cloreto de potássio é como fertilizante, apresentando-se o setor agrícola como responsável pela
maior demanda pelo produto. O sulfato de potássio e o sulfato duplo de potássio e magnésio também são usados, em
menor proporção, como fontes de potássio para a agricultura, em culturas específicas.
Em termos mundiais, mais de 95% da produção de potássio é usada como fertilizante, sendo 90% dessa produção
na forma de cloreto de potássio. O restante é consumido pela indústria química.

Tabela 2 Principais estatísticas – Brasil


(r) (r)
Discriminação Unidade 2008 2009 2010 (p)
Produção (t. K2O) 383.257 452.698 417.990
(t. K2O) 4.050.464 2.068.305 3.674.186
Importação 3
(10 US$-FOB) 3.828.375 2.079.022 2.234.245
(t. K2O) 10.316 8.317 12.880
Exportação 3
(10 US$-FOB) 11.840 9.312 9.863
(2)
Consumo Aparente (t.K2O) 4.423.405 2.494.501 4.079.296
(3)
Preços (US$-FOB/t. K2O) 945,17 1.005,20 608,10
Fontes: MDIC, DNPM/DIPLAM.
Referente ao cloreto de potássio com 60,0% de K2O; (NCM 3104.20.10); (NCM 3104.20.90); (2) produção + importação – exportação; (3) preço médio
FOB anual das importações brasileiras; (p) preliminar, (r) revisado.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS


A única fonte produtora de potássio fertilizante no Brasil, o Complexo de Mina/Usina de Taquari-Vassouras, no
Estado de Sergipe vem sendo operado pela empresa VALE S.A. desde 1991. Ainda em Sergipe, a VALE S.A. está operando,
na sub-bacia evaporítica Taquari/Vassouras, uma Planta Piloto, que tem por objetivo definir a viabilidade do
aproveitamento dos depósitos de carnalita por processo de dissolução, estimando-se, caso comprovada a viabilidade da
lavra e beneficiamento, o Start Up da produção para o ano de 2014, com produção anual, prevista, de 1,2MT de KCl/ano
(recursos 2,5 bilhões de toneladas de KCl “in situ”) e vida útil prevista (LOM) de 40 anos. O projeto de explotação das
reservas de silvinita de Santa Rosa de Lima continua pendente de definição por parte da VALE S.A. Também está
pendente de definição o depósito de silvinita existente no Estado do Amazonas, sendo a PETROBRAS a detentora dos
direitos minerários.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES


Nos últimos anos houve um incremento nos requerimentos de autorizações de pesquisa para sais de potássio no
Brasil, com consequentes outorgas de alvarás pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) estando a
maioria dos alvarás de pesquisa em vigor, o que gera espectativa quanto aos resutados dos trabalhos de pesquisa em
andamento.

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