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MOLIBDÊNIO

Thiago Henrique Cardoso da Silva - DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6809, E-mail: thiago.cardoso@dnpm.gov.br
Amanda Giordani Pereira – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6928, E-mail: amanda.giordani@dnpm.gov.br
Thiers Muniz Lima – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6870, E-mail: thiers.lima@dnpm.gov
1 OFERTA MUNDIAL – 2012
O molibdênio (Mo) é um elemento químico de número atômico 42, de elevado ponto de fusão (2.163 °C), alta
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densidade (10,22 g/cm ), boa condutividade térmica, baixo coeficiente de expansão térmica e elevada resistência à
corrosão, que o faz ter várias aplicações na indústria metalúrgica, de construção civil, automobilística e química. Sua
ocorrência na natureza se dá em cerca de 50 minerais, em que se destaca a molibdenita (MoS2) como principal fonte
comercial de Mo. As principais reservas de molibdênio estão em depósitos primários, como co-produto/subproduto da
explotação de cobre (depósitos do tipo “cobre-pórfiro”) ou em depósitos tipo “molibdênio-pórfiro”. Outras importantes
ocorrências estão associadas aos skarnitos (Mo-W, Mo-Cu, Mo), pegmatitos e greisses (Mo-W-Sn).
As reservas mundiais de molibdênio, em 2012, totalizaram 11 milhões de toneladas. Segundo o United States
Geological Survey (USGS), estas reservas tiveram um acréscimo de 10% entre 2011 e 2012 devido, principalmente, ao
aumento das reservas do Chile. As reservas de Mo no Brasil são restritas e descritas na literatura como associadas à
skarnitos (RN e PB), mineralizações com urânio (MG, SC), sub/coproduto em pegmatitos (BA), depósitos em granitos (SC,
RS, RR) e epitermais (PA), destacando a sua presença nos depósitos de cobre de Salobo e Breves (PA).
A produção mundial totalizou 252.350 toneladas, apresentando queda de 4,4% em comparação com a produção
de 2011, concentrada nas Américas do Norte e do Sul, além da Ásia.

Tabela 1 Reserva e produção mundial


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Discriminação Reservas (10 t)¹ Produção (t)
2 (p)
Países 2012 2011 2012 %
China 4.300 106.000 105.000 41,6
Estados Unidos da América 2.700 63.700 57.000 22,6
Chile 2.300 40.900 35.300 14,0
Peru 450 19.100 19.500 7,7
Outros países 1.250 34.160 35.550 14,1
Total 11.000 263.860 252.350 100
Fonte: DNPM-DIPLAM; USGS:Mineral Commodity Summaries 2013.
(1) Reserva lavrável; (2) Brasil: dados de reservas indisponíveis; produção= zero; (p) dados preliminares; (e) dados estimados pelo USGS.

2 PRODUÇÃO INTERNA
A produção do Mo geralmente inicia-se pela separação da molibdenita, por flotação, gerando um concentrado
final com 70-90% de molibdenita. Esse concentrado de sulfetos (MoS2) é convertido em concentrado de molibdenita
ustulada (MoO3) (> 57% Mo e < 0,1% S), também denominado de “tecnical mo oxide” ou “tech-oxide”, sendo o principal
insumo para as ligas metálicas, aço inoxidável e produtos químicos de Mo. Cerca de 40% da produção de “tech-oxide”é
usado para a fabricação da liga de ferromolibdênio (FeMo), com 65-75% de Mo contido. Outros 25% do “tech-oxide” são
utilizados na indústria química, para a produção principalmente de trióxido de molibdênio, molibidatos e de óxido de
molibdênio puro (MoO3). Destacam-se também as superligas elaboradas com molibdênio metálico (IMOA, 2013). No
Brasil não há minas de molibdênio, entretanto é estimada uma pequena produção de molibdenita em garimpos, a
exemplo do garimpo de esmeralda de Carnaíba, Pindobaçú, na Bahia.

3 IMPORTAÇÃO
Em 2012, houve um aumento das importações de molibdênio em quantidade, porém, o valor transacionado
desse bem foi reduzido. Tal fato reflete a queda de preço do molibdênio registrada na London Metal Exchange (LME).
Nos bens primários, houve aumento de 39,1% na quantidade importada, que saltou de 4.743 toneladas em 2011
para 6.600 toneladas em 2012. Entretanto, o valor comercializado caiu de US$ 83,3 milhões para US$ 76 milhões,
representando uma queda de 8,8%. Os principais bens primários transacionados foram molibdenita ustulada e outros
minérios de molibdênio, ustulados. Os países de origem foram Chile (56%), Países Baixos (28%) e Estados Unidos (16%).
Os bens semimanufaturados movimentaram 2.839 toneladas e totalizaram US$ 65,6 milhões em 2012. Esse
grupo foi representado pelo ferromolibdênio, que concentrou 94,9% do valor importado de semimanufaturados no ano.
Assim como nos bens primários, os semimanufaturados cresceram em quantidade (9,2%) e decresceram em valor (-7,8%)
entre 2012 e 2011. O principal país de origem desses bens foi o Chile (91%).
Os bens manufaturados são pouco representativos uma vez que foram transacionadas 61 toneladas, o que
totalizou US$ 4 milhões, advindos da Áustria (28%), Alemanha (26%), Estados Unidos (24%) e China (19%). Os compostos
químicos, por sua vez, totalizaram 553 toneladas no período, um aumento de 58,9% em relação a 2011, com um valor
importado de US$ 10,6 milhões. Dessa maneira, esse foi o único grupo que apresentou elevação em valor e em
quantidade, apesar do aumento do valor ter sido inferior ao da quantidade, fato que demostra que houve também nesse
grupo redução dos preços. Os principais compostos químicos importados foram o trióxido de molibdênio e os sulfetos de
molibdênio IV, advindos principalmente dos Países Baixos (55%), Estados Unidos (26%) e China (8%).
MOLIBDÊNIO
4 EXPORTAÇÃO
As exportações de molibdênio são bastante reduzidas se comparadas às importações e ao seu consumo aparente
no país. Destaca-se também que devido o Brasil não ter minas de Mo, as exportações de produtos de Mo são decorrentes
de processamento das importações de concentrados e fabricação de ligas de ferromolidênio. Em 2012, os bens primários
exportados totalizaram 327 toneladas e US$ 586 mil, havendo um aumento de 80,6% em relação à quantidade e uma
redução de 33,5% em valor. Os produtos foram: outros minérios de molibdênio ustulados e molibdenita não ustulada, e
os principais países de destino foram Vietnã (79%), Itália (7%) e Paraguai (7%).
São os bens semimanufaturados que concentram os maiores valores advindos das exportações de molibdênio.
Em 2012 foram exportados US$ 3,3 milhões de ferromolibdênio, equivalente a 170 toneladas. Cabe dizer que houve uma
redução de 36,4% na quantidade exportada e de 43,9% em valor. O destino das exportações foi para a Argentina (35%),
Turquia (28%), Bélgica (8%), Espanha (7%), Canadá (5%).
Os bens manufaturados foram representados pelos pós de molibdênio, que tiveram suas 15 toneladas vendidas a
US$ 176 mil, sua quase totalidade para o Reino Unido (98%). Em relação aos compostos químicos, houve exportação 9 t
de trióxido de molibdênio no montante de US$ 35 mil para a Suécia (84%), Paraguai (12%) e Uruguai (4%).

5 CONSUMO INTERNO
Segundo estimativas do The International Molybdenum Association (IMOA) o perfil do consumo mundial de Mo,
em 2010, foi destinado a: aço para construção (40%), aço inoxidável (20%), indústria química (14%), ferramentas e aço de
alta dureza (10%), ferro fundido (7%), molibdênio metálico (5%) e superligas (4%). O consumo aparente de molibdênio no
Brasil cresceu para todas as classes de bens, explicado pelo aumento das importações entre 2011 e 2012 dos bens
primários (39,1%), bens semimanufaturados + manufaturados (8%) e compostos químicos (60%).
O desempenho da produção acompanhou a volatilidade e o comportamento negativo dos preços do molibdênio
(London Metal Exchange-LME), seguindo uma tendência desde 2009. Em 2012, a maior cotação média mensal foi em
março (US$ 30.659/t), a menor em setembro (US$ 23.275/t) e a cotação média no ano foi US$ 27.255/t. Comparando as
cotações médias anual de 2012 e 2011, houve uma redução de 23,8% nos preços, o que impactou diretamente a
produção mundial. Segundo o IBGE, em 2012 os setores de ferro-gusa, ferroligas e semiacabados de aço tiveram um
desempenho 9,5% menor em relação a 2011, impactando diretamente a produção da liga Fe-Mo no país.

Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil


(p)
Discriminação Unidade 2010 2011 2012
Produção Ferro-molibdênio (t) nd nd nd
(t) 4.692 4.743 6.600
Bens Primários* 3
(10 US$ - FOB) 72.414 83.308 76.009
(t) 2.346 2.683 2.900
Importação Semimanufaturados e Manufaturados 3
(10 US$ - FOB) 65.932 77.493 69.663
(t) 431 348 553
Compostos Químicos 3
(10 US$ - FOB) 9.220 8.117 10.632
(t) 51 181 327
Bens Primários* 3
(10 US$ - FOB) 824 881 586
(t) 337 263 185
Exportação Semimanufaturados e Manufaturados 3
(10 US$ - FOB) 7.343 5.958 3.512
(t) 28 10 9
Compostos Químicos 3
(10 US$ - FOB) 247 44 35
Bens Primários* (t) 4.641 4.562 6.273
(1)
Consumo Aparente Semimanufaturados e Manufaturados (t) 2.009 2.420 2.715
Compostos Químicos (t) 403 338 544
(2)
Concentrado – EUA (US$/kg) 34,93 34,13 29,20
Preço médio (3)
Concentrado (tech-oxide) – LME (US$/t) nd 33.763,00 27.255,00
Fonte: MDIC/SECEX; ABRAFE; USGS:Mineral Commodity Summaries 2013.
(1) Importação - exportação; (2) preço em US$/kg de molibdênio contido no óxido molíbdico grau técnico, no mercado interno dos EUA; (3) preço médio
anual (US$/t) do concentrado de molibdênio ustulado (tecnical mo oxide) com 57 a 63% de Mo contido. (nd) não disponível, (p) preliminar; (*) dados
revisados.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS


Sem informações.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES


Destaca-se que a aplicação da alíquota zero para a importação da liga ferromolibdênio do Chile (Acordo
Complementação Econômica nº 35 Mercosul/Chile), tem diminuído a competitividade dos produtores dessa liga no país.

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