Você está na página 1de 2

TALCO E PIROFILITA

Rafael Quevedo do Amaral - DNPM/PR, Tel.: (41) 3335-3970, E-mail: rafael.amaral@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2012


O quadro sobre a oferta mundial de talco continua a apresentar relativa estabilidade no que se refere às reservas
e à produção de cada país. Os principais produtores mundiais (China, India e EUA) respondem por 47,4% de toda a
produção mundial. A China, principal produtor mundial, responde por um terço da produção mundial de talco. Os dados
de reservas evidenciam a correspondência entre os maiores produtores e aqueles países que possuem as maiores
reservas. Apesar de não estarem disponíveis dados sobre as reservas chinesas, países como os Estados Unidos da América
(EUA), India e Japão – grandes produtores mundiais – são os detentores das maiores reservas de talco.

Tabela 1 - Reserva e produção mundial


3 (1) 3 (2)
Discriminação Reservas (10 t) Produção (10 t)
(r) (p) ou (e)
Países 2012 2011 2012 (%)
(1)
Brasil 44.834 443 459 6,2
China nd 2.200 2.200 29,9
Coréia do Sul 14.000 706 530 7,2
Índia 75.000 650 660 9,0
Estados Unidos da América 140.000 615 623 8,5
Finlandia nd 500 500 6,8
França nd 420 420 5,7
Japão 100.000 374 375 5,1
Outros países nd 1.570 1600 21,7
TOTAL 373.834 7.478 7.367 100,0
Fontes: DNPM/DIPLAM e USGS: Mineral Commodity Summaries – 2013
(1) Reserva lavrável; (2) Produção bruta; (e) estimado; (r) revisado; (p) preliminar; (nd) não disponível

2 PRODUÇÃO INTERNA
A produção brasileira de talco e pirofilita apresentou crescimento de 3,6% em relação a 2011. Esse resultado,
quando considerado o crescimento entre os últimos dois anos (2011-2010), demonstra um expressivo acréscimo na
produção das duas substâncias nos anos 2012 e 2011.
Os Estados da Bahia, Paraná e São Paulo continuam a figurar como os principais estados produtores,
respondendo juntos por 88,1% da produção nacional. A produção também se apresenta concentrada em poucas
empresas, sendo que somente três empresas respondem juntas por 70,2% do total da produção de talco e pirofilita.

3 IMPORTAÇÃO
As importações de talco e pirofilita continuaram a apresentar crescimento em 2012, fato que já é constatado
desde 2009. Enquanto o valor importado cresceu 26,2%, a variação na quantidade importada foi de 31,9%. Tal fato traz
uma mudança em relação ao observado nos anos anteriores (2009-2011), quando o valor das importações apresentava
um maior crescimento do que as quantidades. Esse novo contexto evidencia uma suave queda do preço médio das
importações de talco e pirofilita no último ano.
Os principais países exportadores de talco e pirofilita para o Brasil continuaram a ser em 2012: Itália (38,2%),
EUA (36,1%), Áustria (12,3%) e Bélgica (4,0% ). Fato relevante é a maior participação dos EUA - também verificada no ano
anterior - visto que houve uma elevação de 10 (dez) pontos percentuais na participação desse país nas importações
brasileiras das duas substâncias.

4 EXPORTAÇÃO
As exportações apresentaram movimento semelhante ao verificado para as importações. As quantidades
exportadas aumentaram em 19,0%, enquanto o valor exportado teve elevação de 37,4%. A diferença em relação ao
movimento verificado para as importações ocorreu devido ao maior crescimento do valor exportado em relação à
quantidade exportada. Enquanto para as importações ficou evidenciada uma queda do preço médio do talco, para as
exportações verificou-se o inverso, ou seja, ocorreu um evidente aumento do preço médio do talco e pirofilita exportados
em 2012. Tal mudança nas relações de preços importações/exportações possibilitou uma mudança favorável no saldo
comercial brasileiro relativo às duas substâncias.
Em relação aos principais destinos das exportações brasileiras de talco e pirofilita não se observa nenhuma
mudança significativa. Os principais países de destino continuam a ser a Argentina (41,1%), Colômbia (20,1%), Peru
(15,8%), Itália (6,9%) e Paraguai (4,4%).
TALCO E PIROFILITA
5 CONSUMO INTERNO
Em 2012 houve um aumento de 41,1% do consumo aparente, fato derivado em parte do aumento da produção
interna e, em parte, do aumento das importações. Apesar de a quantidade exportada ter crescido, a quantidade
importada cresceu ainda mais em valores nominais, o que também colaborou, embora em pequena proporção, para a
elevação do consumo aparente. No entanto, da análise dos dados, é possível concluir que o aumento do consumo
aparente é explicado predominantemente pela maior produção beneficiada em 2012. Dessa forma, o maior consumo
interno verificado no ano foi suprido pela elevação da produção interna de talco e pirofilita.
O aumento contínuo das exportações nos últimos anos, aliado ao crescimento do preço médio do talco
exportado tende a reforçar a incipiente participação do mercado externo como demandante da produção nacional de
talco.

Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil


Discriminação Unidade 2010 (r) 2011 (r) 2012 (p)
Produção Bruta (t) 412.359 443.533 459.569
(2)
Produção Produção Beneficiada (t) 94.501 96.012 133.601
Total (t) 507.085 539.745 593.170
(t) 7.351 7.807 10.300
Importação Produto Beneficiado 3
(10 US$-FOB) 4.293 5.080 6.409
(t) 10.834 11.851 14.107
Exportação Produto Beneficiado 3
(10 US$-FOB) 4.289 5.186 7.126
(1)
Consumo Aparente Produção Beneficiada (t) 91.018 91.968 129.794
(3)
Preços (US$/t) 395,88 437,60 505,14
Fonte: DNPM/DIPLAM; MDIC/SECEX.
(1) Consumo aparente: produção + importação - exportação; (2) talco + pirofilita; (3) preço médio de exportação de concentrado do talco-esteatita
natural. (r) revisado; (p) preliminar.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS


Nos últimos dois anos, houve aumento dos investimentos para a produção de talco que aliado ao significativo
aumento da produção beneficiada, indicam melhorias na agregação de valor da produção nacional e são importantes
para evitar a substituição do talco por outras substâncias.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES


A permanente elevação do preço médio do talco exportado e o acentuado crescimento da produção beneficiada,
bem como a previsão de investimentos declarados pelos maiores produtores para atendimento ao aumento da produção,
parecem indicar boas perspectivas para o setor.

Você também pode gostar