Você está na página 1de 79

CENÁRIO ATUAL DA CANA-DE-AÇÚCAR

MARCOS GUIMARÃES DE ANDRADE LANDELL


CENTRO CANA IAC
INSTITUTO AGRONÔMICO - APTA
Potencial biológico da
cana-de-açúcar

DEPENDENTE

POTENCIAL -CLIMA
-SOLO
BIOLÓGICO
-MANEJO FITOTÉCNICO
345,6t/ha
Potencial Realizado no BRASIL

DOENÇAS POTENCIAL CLIMA


PRAGAS BIOLÓGICO SOLOS
PLANTAS MANEJO
DANINHAS ?%
FITOTÉCNICO
54%
15 - 30%
REALIZADO: 17 - 44%

INADAPTAÇÃO DA
VARIEDADE AO
AMBIENTE DE
PRODUÇÃO
Hoje Amanhã

Cana com pontas e


palhas levadas

5% da produção química global já


depende de processos bio-
tecnológicos; Mckenzie and Co
estima que para 2010 cerca de
20% do mercado químico (coisa
de US$ 280 bi) deverá estar
envolvido em produção bio-
tecnológica.
Fonte: Amy Ehlers, Biotechnology Industry
Organization, World Biofuels 2007, Sevilha,
maio/2007

+ pontas e palhas
em Hidrólise e/ou
Gasificação

14 mil l/ha e/ou muita


energia elétrica
Fonte: CARVALHO, 2007
País Produção de cana
(106 ton) Tabela 1. Produção mundial de cana de açúcar
Brasil 411
Índia 244,8
China 93,2
Tailândia 63,7
Paquistão 52
Cuba 24
México 45,1
Austrália 36,9
Outros 347,1
Total 1.317,90
Fonte: FAO (2004) apud UNICAMP (2005).

Gráfico 1. Produção mundial de etanol (2004)


SÉCULO 16-19
CREOULA
Saccharum officinarum

SÉCULO 19-20
Saccharum spontaneum
• Alta adaptabilidade (desertos, charcos, áreas salinas, nível
do mar até nas montanhas do Himalaia)

• Modernamente é a espécie que tem dado maior contribuição


ao melhoramento: vigor, dureza, perfilhamento, capacidade
de rebrota, resistência a estresse hídrico, e doenças e pragas.
S.OFFICINARUM S.SPONTANEUM S.BARBERI
Melhoramento genético
• Variedades em uso: híbridos avançados, obtidos do
cruzamento entre sp Saccharum officinarum, S.spontaneum,
S barberi, S sinensis, S. robustum

S. officinarum S. spontaneum
SÉCULO 21 IAC91-1099

IACSP93-3046

Híbridos de Saccharum spp


EXPERIÊNCIA DO BRASIL
ÚLTIMOS 30 ANOS

RENDIMENTO INDUSTRIAL

ANO TCH No CORTES KG AÇÚCAR/T L ÁLCOOL/T NoDias safra


1975 65 3 90 60 165
2005 90 6 120 89 220
% de ganhos 38,5 100,0 33,3 48,3 33,3
GANHOS DE PRODUTIVIDADE
CORTES 1975 2005 2015
1 100 120 135
2 65 100 114
3 45 88 95
4 - 76 84
5 - 65 76
MÉDIA3CORTES 70 102,7 114,7
MÉDIA5CORTES 70 90,0 100,8

MÉDIA GANHOS2005/1975 GANHOS2015/1975


3 CORTES 46,7% 63,8%
5 CORTES 28,6% 44,0%
Início do SPCTS
GANHOS PROPORCIONADOS
NO PERÍODO DE 30 ANOS

QUAIS SÃO OS FATORES QUE CONTRIBUIRAM


PARA ESTA EVOLUÇÃO?
1) INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
DE PACOTES FITOTECNOLÓGICOS PARA A CULTURA
EX: COPERSUCAR, PLANALSUCAR, IAC, RIDESA, CTC,
UNIVERSIDADES, ETC.

1) ORGANIZAÇÃO DO SETOR EM SEGMENTOS DE


PRODUÇÃO (ORPLANA, ÚNICA, STAB, UDOP, GF, etc)
QUE POSSIBILITA A INTERLOCUÇÃO DOS ATORES E
PORTANTO, A SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO GERADO
Quadro 1. Relação “investimento/área cultivada”, nos programas de
melhoramento genético de cana-de-açúcar em diversas paises produtores.
o
Ha % de cana N programas Investimento Relação
cultivados cultivada de (US$) investimento/área
no mundo melhoramento (US$/ha)
ARGENTINA 323.000 1,65 2 1.000.000 3,10

HOJE: APROXIMADAMENTE
AUSTRALIA
BRASIL
508.000
5.678.000
2,60
29,09
2
3
6.000.000
6.500.000
11,81
1,14

CUBA
US$5 – 7/ha/ano
CARIBE 450.000
1.300.000
2,31
6,66
8
1
6.500.000
3.000.000
14,44
2,31
USA 373.283 1,91 4 3.000.000 8,04
TOTAL NO 19.516.773
MUNDO

Fontes: Tew, 2000 e comunicação oral no 6o ISSCT Breeding Workshop.


HISTÓRICO

• 1989: extinção de diversas estações experimentais da Copersucar


e redução de atividades de pesquisa.
• 1990: extinção do IAA e do PLANALSUCAR
• 1991-93: criação do Programa Cana IAC – PROCANA IAC
• 1992: incorporação da “herança PLANALSUCAR” por cinco
universidades federais. Manutenção do programa de
melhoramento.
• Final da década de 90: projeto genoma cana
• 2003: criação da CanaVialis
• 2004: criação do CTC, que herdou a pesquisa antes desenvolvida
pela Copersucar.
• 2005: criação do Centro APTA Cana IAC em Ribeirão Preto
HISTÓRICO
• 1989: extinção de diversas estações experimentais da Copersucar
e redução de atividades de pesquisa.
• 1990: extinção do IAA e do PLANALSUCAR
• 1991-93: criação do Programa Cana IAC – PROCANA IAC
• 1992: incorporação da “herança PLANALSUCAR” por cinco
universidades federais. Manutenção do programa de
melhoramento.
• Final da década de 90: projeto genoma cana
• 2003: criação da CanaVialis (?/ANO)
• 2004: criação do CTC, que herdou a pesquisa antes desenvolvida
pela Copersucar (45 milhões/ano)
• 2005: criação do Centro APTA Cana IAC em Ribeirão Preto
• 2006: PPP FAPESP – projeto CANA ETANOL (30 milhões/ano)
• 2007: EMBRAPA AGROENERGIA (200 milhões/ano)
GANHOS DE PRODUTIVIDADE

800 MILHÕES DE TONELADAS RENDIMENTO TOTAL


280 MI AÇÚCAR (35%) 115 KG/T 32200
520 MI ÁLCOOL (65%) 88 L/T 45760

32 MILHÕES DE TONELADAS DE AÇÚCAR

45 BILHÕES DE LITROS DE ÁLCOOL


GANHOS DE PRODUTIVIDADE
p/ uma produção total de 800 milhões de toneladas

TCH ÁREA PRODUÇÃO ÁREA PLANTIO/ANO ÁREA p/ ROTAÇÃO/ANO

75 10,7mi ha 1,89mi ha 0,76 mi ha

85 9,4 mi ha 1,66 mi ha 0,66 mi ha

95 8,4 mi ha 1,48 mi ha 0,59 mi ha

a) Redução de 21% da área plantada


b) Inclusão de área de 600 – 760 mil ha/ano
p/ culturas anuais
OS PRÓXIMOS PASSOS...
Aumentar a produtividade
dos atuais 6 kl/ha.a
Manter o custo de
Produção de etanol
para 11 kl.ha.a Em US$ 0,25/l

Fornecer
aumentar a produtividade de o aumento de empregos de
6.000 para 11.000l/ha
equivalente a > qualificação
(diretos e indiretos)
10% da demanda
mundial de gasolina e
10% da demanda nacional
FORNECERelétrica
de energia OEQUIVALENTE:
Proporcionar aumento Reduzir o consumo de recursos naturais e
de empregos de - 10%dademandamundial degasolina
contribuir para o aumento da relação
maior qualificação – diretos - 10%dademandanacional deenergia
Energia Renovável / Energia Fóssil
e indiretos de 8 para 12
otimizar a relação "produção manter o custo de etanol
energia renovável/ uso de recursos competitivo
naturais" (próximo de US$0,25/l)
Há área para a cana avançar no Brasil?

Fonte: Veja 03/04


Novas áreas para a expansão da
cana-de-açúcar-de-açúcar

Fonte: Burnquist,2007
EXPANSÃO CANAVIEIRA NAS REGIÕES DO CERRADO

Futuras áreas de expansão

Futuras áreas de expansão


A área ocupada pela
Agricultura no Brasil
851 milhões de ha - área total do Brasil
463 milhões de ha - área onde não se pode produzir
388 milhões de ha – área agricultável
282 milhões de ha - área ocupada pela
agropecuária
220 milhões de pastagens
62 milhões ocupadas pela agricultura:
22,0 milhões de ha de soja;
12,6 milhões de ha de milho;
 6,4 milhões de ha de cana;
 4,0 milhões de feijão;
 3,0 milhões de arroz.
106 milhões de ha - onde ainda se pode produzir
Fonte: MAPA/IBGE
Cana-de-Açúcar no Brasil

Floresta Amazônica

Pantanal
Mata Atlântica

Cana-de-açúcar

Fonte: UNICAMP/CTC
Região Nordeste

Região Centro Sul

Fonte: UNICAMP/CTC
Novas Unidades

51 Novas Unidades
+100 milhões de tonelada de cana – 4 anos
+35 milhões de ton – safra 2.006/2.007
ESTRATÉGIA DE INTRODUÇÃO DE CULTIVARES
Evolução
FASE da produtividade
DE INTRODUÇÃO de variedades
e FASE HIBRIDAÇÃO/SELEÇÃO de
LOCAL
cana-de-açúcar cultivadas entre 1920 - 1985
110 110
100 VR TCH 100
90 90
80 80
70 70
TCH

TAH
60 60
50 50
40 40
30 VR TAH 30
20 20
10 INTRODUÇÃO HIBRID. + SELEÇÃO LOCAL
10
0 0
8

5
6

9
a

9
7

-6

-7
0

-7
d

1
8

2
a

6
1
2

4
J

4
c

5
o

4
J

o
O
is

A
O

B
C

C
P
R

N
IA
P

Fonte:Landell & Alvarez, 1994

ESTRATÉGIA INICIAL 2º PASSO PARA AS


P/ NOVAS REGIÕES NOVAS REGIÕES
SELEÇÃO REGIONAL IAC
IAC86-2210
IAC91-2195
IAC91-2218
IACSP94-2094
IACSP96-7506 IACSP94-2101
IACSP96-7569 IACSP95-2078
IACSP96-7586 IACSP95-2288

IAC91-5155
IACSP95-5000
IACSP94-4004
IACSP95-5011
IACSP95-5094

IACSP93-6006 IAC87-3396
IACSP93-3046 IAC91-1099
IACSP97-6082
IACSP95-3028
IACSP96-3056
IACSP96-3060
IACSP96-3069
PÓLOS REGIONAIS DE SELEÇÃO CANAVIALIS
Seleção regional

Regional CTC c/ programa regional de variedades


Programa regional de variedades
Regional CTC
Influência da época de colheita - faz Caiçara - safra 05/06

100

90
80

70

60
Produtividade (t/ha) 50

40
30

20

10
0
Muda-março estimativa-agosto produtreal-outubro

Fonte: Jalles Machado, 2006


Desenvolvimento de variedades
para região de expansão

• Região oeste de São Paulo, Goiás, Triângulo


Mineiro, Paraná, Tocantins, oeste da Bahia,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul –
predomínio de pastagem extensiva

Peculiaridades refletidas por deficiência hídrica


bastante acentuada, e diferenças notáveis quanto
ao crescimento vegetativo, florescimento,
acúmulo de sacarose e reação a pragas e
doenças.
Desenvolvimento de variedades
para região de expansão
• Necessidades:
 intensificar estratégias de seleção regional
Soluções:
Priorizar a estratégia de seleção regional integrando a
ela as áreas de climatologia, pedologia e geoestatística,
de modo a caracterizar a variabilidade ambiental.

Definir parâmetros e caracteres alvos de seleção nas


áreas de cerrado que reflitam o potencial genético do
genótipo em condições restritivas, como a seca.
Manejo varietal
Critérios para a escolha da variedade:

• Tipos de solos: caracterização de ambientes


• Perfil de resposta varietal aos ambientes
• Adaptação à região em questão (clima)
• Potencial agro-industrial da cultivar
• Época provável de colheita (curva de
maturação)
Desenvolvimento de variedades
para região de expansão
• Necessidades:
 utilização de novas fontes de germoplasma, mais
adaptadas as condições de cerrado.
Soluções:
 estabelecer uma coleção pública de germoplasma
 Introdução de novos acessos, não representados nas
coleções brasileiras
 Iniciar programas de pré-melhoramento voltado para
caracterização de acessos, identificação de genes potenciais,
síntese de novas populações base
 Iniciar programa de introgressão genética.
 investir esforços na fenotipagem do germoplasma
disponível, de forma que se possibilite fazer associações
entre fenótipo e genótipo
IAC87-3396
IAC87-3396
PROCANA IAC
PROJETO CANA-DE-AÇÚCAR SEQUEIRO
AGRÍCOLA RIO GALHÃO, TOCANTINS.
Projeção de produtividades agrícolas
ESTÁGIO DE CORTE TCH0 TCH1 TCH2 TCH3
1 108,48 120 120 100
2 89,74 96 102 75
3 71,79 77 87 56
4 57,43 61 74 42
5 45,95 49 63 32
MÉDIA 5 CORTES 74,68 80,68 89,01 61,02

Modelo 0: produtividade agrícola das regiões de Goiás e Triângulo Mineiro (dados IAC)

Modelo 1: ampliando TCH de 1o Corte, mas mantendo quedas corte a corte.

Modelo 2: ampliando TCH de 1o Corte, e reduzindo queda de cortes em 5%/corte.

Modelo 3: cenário desfavorável, com TCH de 1o Corte inferior ao previsto e quedas 25% ao corte.
ADICIONALIDADES VARIETAL
-FECHAMENTO DAS ENTRE-LINHAS
- % DE PALHA

IACSP93-3046
11% 16%
ADICIONALIDADES VARIETAL

CERRADO CENTRAL TCH mm CHUVA/t EFICIÊNCIA

IACSP94-2094 94 13,83 0,73


RB72454 69 18,84

27% de economia no uso de água


PROCANA IAC

IACSP94-4004
SELEÇÃO REGIONAL
REGIÃO MANTIQUEIRA
MÉDIA 5 CORTES

Variedade TCH5 PC TPH5


IACSP94-4004 112,8 1s 16,4 13d 18,4 1s

IAC87-3396 89,9 4d 16,6 11d 15,0 4d

SP80-3280 86,5 7i 17,0 5s 14,7 5d

RB867515 89,8 5d 16,4 14d 14,7 6d

SP83-2847 89,6 6d 15,3 15i 13,8 9i

RB72454 79,9 10i 16,5 12d 13,2 13i

MEDIAS 84,7 16,9 14,2


MEDIAS PAD. 91,4 16,4 15,0
DMS(10%) 25,3 1,8 4,4
CV 10,81 3,87 11,16
GANHOS EM RELAÇÃO PADRÕES 23,40% 0% 22,70%
OS PRÓXIMOS PASSOS...
Aumentar a produtividade
dos atuais 6 kl/ha.a
Manter o custo de
Produção de etanol
para 11 kl.ha.a Em US$ 0,25/l

Fornecer
aumentar a produtividade de o aumento de empregos de
6.000 para 11.000l/ha
equivalente a > qualificação
(diretos e indiretos)
10% da demanda
mundial de gasolina e
10% da demanda nacional
FORNECERelétrica
de energia OEQUIVALENTE:
Proporcionar aumento Reduzir o consumo de recursos naturais e
de empregos de - 10%dademandamundial degasolina
contribuir para o aumento da relação
maior qualificação – diretos - 10%dademandanacional deenergia
Energia Renovável / Energia Fóssil
e indiretos de 8 para 12
otimizar a relação "produção manter o custo de etanol
energia renovável/ uso de recursos competitivo
naturais" (próximo de US$0,25/l)
CONSIDERAÇÕES

-No Brasil, a cana-de-açúcar era matéria-


prima de uma indústria tipicamente de
alimento, onde o açúcar era claramente o
produto principal e o álcool apenas um
subproduto para aproveitar o melaço
esgotado que sobrava da produção de
açúcar.
CONSIDERAÇÕES

- O lançamento do Proalcool em 1975


encontrou o Brasil nesta situação com perto
de 100 milhões de toneladas de cana-de-
açúcar e cerca de 600 milhões de litros de
álcool, representando este em torno de 10%
do açúcar da cana.
CONSIDERAÇÕES

-Atualmente o açúcar e o álcool dividem


igualmente os açúcares da cana, no entanto
o primeiro continua a ser o produto
principal e a cana continua a ser
desenvolvida para maximizar a produção de
sacarose (e não de açúcares totais) e para
facilitar a sua conversão em açúcar (maior
pureza do caldo e teor de fibra mais baixo).
CONSIDERAÇÕES

-No final da década de 90, a energia


elétrica começou a se consolidar com um
terceiro produto, a partir da implantação de
políticas públicas que criaram a figura do
Produtor Independente e abriram o uso da
rede de energia elétrica a todos os
interessados que cumprissem um número
mínimo de requisitos.
PERSPECTIVAS FUTURAS
CANA-DE-AÇÚCAR E ETANOL COMO PRIORIDADE
TENDÊNCIAS

2005 2015 2025


Tecnologia l/tc l/ha l/tc l/ha l/tc l/ha

Convencional 85 6.000 100 8.200 109 10.400

Hidrólise - - 14 1.100 37 3.500

Total 85 6.000 114 9.300 146 13.900

Fonte:Leal,MRLV, NIPE, 2006; CARVALHO, 2007


CANA: DE AÇÚCAR OU DE ENERGIA ??

Cana de Açúcar Cana de Energia

Produtividade (t/ha ano) 70 100


Fibra %cana 13,5 26,0
Palha %cana 14,0 25,0
Pol %cana 14,5 12,0
Fibral total (t/ha ano) 19,25 51,0
Energia primária (GJ/ha ano) 520 1.100

Fonte:Leal,MRLV, NIPE, 2006; CARVALHO, 2007


Hoje Amanhã

Cana com pontas e


palhas levadas

5% da produção química global já


depende de processos bio-
tecnológicos; Mckenzie and Co
estima que para 2010 cerca de
20% do mercado químico (coisa
de US$ 280 bi) deverá estar
envolvido em produção bio-
tecnológica.
Fonte: Amy Ehlers, Biotechnology Industry
Organization, World Biofuels 2007, Sevilha,
maio/2007

+ pontas e palhas
em Hidrólise e/ou
Gasificação

14 mil l/ha e/ou muita


energia elétrica
Fonte: CARVALHO, 2007
CANA BIOMASSA: ENERGIA PRIMÁRIA
AÇÚCARES
a) sacarose 16,5 MJ/kg
b) redutores 15,65 MJ/kg

FIBRAS 18 MJ/kg matéria seca

1 TONELADA DE CANA
- 145 kg sacarose + 6kg AR 2500 MJ
- 135 kg fibra de bagasso 2400 MJ
- 140 kg fibra de palha 2500 MJ
TOTAL 7400 MJ

HIDRÓLISE

FASE 1: 220 l/t matéria seca *


FASE 2: 360 l/t matéria seca *
* não incluí energia necessária para o processamento (10% de MS??)
RELAÇÃO PRODUÇÃO DE PALHA/TCH EM DIFERENTES
VARIEDADES E NÍVEIS DE PRODUTIVIDADE.

FONTE:
RELAÇÃO PRODUÇÃO DE PALHA/TCH EM DIFERENTES
VARIEDADES E NÍVEIS DE PRODUTIVIDADE.

VARIEDADE %PALHA TPALHA/HA TCH FIBRA EPPALHA EPAÇUC. EPFIBRA EPTOTAL

IAC91-1099 15,0 17,3 115,1 11,4 310,7 287,1 236,3 834,0


IACSP93-2060 7,3 7,6 104,5 11,2 136,9 267,0 209,6 613,5
IACSP95-3028 9,6 9,2 96,0 10,9 164,9 251,4 188,1 604,4
IACSP95-5000 13,3 15,3 115,3 11,3 275,7 301,6 234,6 812,0
RB72454 10,9 12,1 110,7 11,1 217,3 276,1 221,2 714,6

FONTE: LANDELL et AL., 2007.


CANA BIOMASSA: ENERGIA PRIMÁRIA
Variedade PC TCH MCv TPH EP (gigajoules)
IACSP95-5000 13,3 11i 118,4 1s 894 7s 15,7 1s 554,95 1s
IACSP95-5011 13,5 10d 115,8 2s 924 4s 15,6 2s 534,59 2s
IACSP95-2213 13,5 9d 112,6 3s 911 6s 15,3 4s 531,17 3s
RB72454 12,9 12i 112,1 4s 762 11i 14,5 8s 519,59 4s
IACSP95-3264 13,5 8d 109,1 5s 872 9s 14,8 6s 514,34 5s
IACSP95-3018 14,2 2s 107,7 6s 1013 1s 15,4 3s 501,20 6s
RB855453 14,1 4s 105,4 7d 955 3s 14,9 5s 500,97 7s
IACSP95-2288 14,4 1s 102,0 8d 969 2s 14,7 7s 478,38 8d
IACSP95-5110 14,2 3s 99,1 10i 894 8s 14,1 10d 470,20 9i
IACSP95-5050 14,0 5s 101,9 9d 921 5s 14,4 9d 469,90 10i
IACSP95-5048 13,7 7d 98,4 11i 814 10d 13,6 11d 456,21 11i
RB835486 13,7 6s 92,3 12i 724 12i 12,7 12i 438,82 12i
MEDIAS 13,7 106,2 888 14,6 497,53
MEDIAS PAD. 13,6 103,3 814 14,0 486,46
DMS(10%) 0,6 11,8 178 1,6 54,37
CV 3,84 6,59 16,54 7,49 6,87
CANA BIOMASSA: ENERGIA PRIMÁRIA

Variedade PC TCH MCv TPH EP (gigajoules)


IACSP95-5000 13,3 11i 118,4 1s 894 7s 15,7 1s 554,95 1s

IACSP95-3018 14,2 2s 107,7 6s 1013 1s 15,4 3s 501,20 6s

RB855453 14,1 4s 105,4 7d 955 3s 14,9 5s 500,97 7s

IACSP95-2288 14,4 1s 102,0 8d 969 2s 14,7 7s 478,38 8d

MEDIAS 13,7 106,2 888 14,6 497,53

MEDIAS PAD. 13,6 103,3 814 14,0 486,46

DMS(10%) 0,6 11,8 178 1,6 54,37

CV 3,84 6,59 16,54 7,49 6,87

VARIEDADES SUPERIORES PELOS CRITÉRIOS ATUAIS


SÃO SUPERADAS EM 10 – 16% PELO CRITÉRIO EP – ENERGIA
PRIMARIA
CANA BIOMASSA: ENERGIA
PRIMÁRIA
PRODUTIVIDADE DE ETANOL:
2007: 6.700 L/HA
VARIEDADE
IAC91-1099 IACSP93-2060 IACSP95-3028 IACSP95-5000 RB72454
%PALHA
17,7 8,0 10,6 15,3 12,0

2020: 12.000 – 15.000 L/HA


TCH

T P A LHA /HA
115,1

20,4
104,5

8,4
96,0

10,2
115,3

17,6
110,7

13,3
- ÁLCOOL DA CELULOSE (40 – 70 %)
FIBRA
11,4 11,2 10,9 11,3 11,1

- VARIEDADES MELHORADAS (17 -40 %)


EP P A LHA

EPAÇUC.
366,8 150,4 183,1 317,6 239,2

- MANEJO VARIETAL (30%)


EPFIBRA
287,1 267,0 251,4 301,6 276,1

236,3 209,6 188,1 234,6 221,2


EPTOTAL
890,2 627,0 622,6 853,9 736,5
EP /tcana
(GIGA J OULE S) 7,7 6,0 6,5 7,4 6,7
MUDANÇAS

3. A situação futura que se visualiza é a quebra do paradigma de


cana-de-açúcar para produção de alimentos

5. A energia (álcool e energia elétrica) hoje um subproduto


importante, assumirá papel central:
- migração para o conceito de cana-de-energia, que seria o
desenvolvimento de variedades de cana visando
maximização da energia primária e processamento desta
matéria-prima de forma otimizada para produção de
energias secundárias úteis, como combustíveis para
transporte e energia elétrica.
Produção de Etanol no Mundo e Mercado Potencial

De acordo com estudo feito pela F.O. Lichts (2003):

- 61% da produção mundial de etanol é originária da fermentação


de açúcares e matérias primas como cana-de-açúcar, beterraba e
melaço
- 39% vem de grãos como, por exemplo, o milho.

Questões importantes:
 barreiras comerciais protecionistas tais como:
- tarifas de importação e subsídios para exportação
- quotas de produção,
- preços fixados ao produtor
As perspectivas de reformas e a desregulamentação das
políticas do açúcar na UE e nos EUA:

-deverão criar maiores incentivos para a produção de etanol (e


outras formas de bioenergia como a geração de energia
elétrica).
Mercado potencial do etanol combustível
Em 2004, o consumo de combustíveis foi de 1,15 trilhões de litros em 2004
(utilizados principalmente como combustíveis de veículos leves).

Em 2025: este consumo será aproximadamente 1,7 trilhões de litros em 2025.

Aumento de 47,8%
Mercado potencial do etanol combustível

Os principais países consumidores de gasolina (EUA, Japão e UE) e os


países com rápido crescimento no consumo desse combustível fóssil
(China e Índia) estão avidamente buscando alternativas.

O etanol a partir da biomassa está sendo considerado como uma das


principais opções para substituir a gasolina, seja através da mistura
direta ou como insumo na fabricação do ETBE (oxigenante da gasolina).

Fatores que corroboram está posição:


- ambientais
- econômicos
- políticos
- estratégicos
Produção projetada de Etanol
Fonte: UNICAMP, 2005 (21 países que representam 71,5% do
consumo de gasolina)
CONCLUSÕES

1. O Brasil tem o menor custo de produção de


álcool no mundo

3. O Brasil possui condições excepcionais para


ampliar várias vezes a produção atual em um
período de 20 anos;
CONCLUSÕES

1. produção atual em um período de 20 anos;

3. O álcool produzido a partir da cana-de-açúcar


apresenta um balanço energético muito mais
favorável do que o produzido a partir do milho.
Amido de Milho: Melhores casos 1,4
Fonte: UNICA
Regra de 3 simples
• Substituição de 100% de gasolina com
álcool de cana => Consumo de 12% de
energia fóssil atual;
• Substituição de 100% de gasolina com
álcool de milho => Consumo de 71,5% de
energia fóssil atual.
• No caso do milho, dependência de energia
fóssil continua.
CONCLUSÕES

1. Apesar da importância atual do álcool em


relação ao açúcar ele ainda continua a ser
produzido como um subproduto;

3. O modelo de produção do Brasil consorciando a


produção de açúcar e álcool na mesma unidade
industrial (usina com destilaria anexa) é único
no mundo, mas começa a ser copiado;
CONCLUSÕES

1. Os programas de melhoramento genético da


cana-de-açúcar do Brasil e do resto do mundo
ainda privilegiam a produção de açúcar;

3. Do ponto de vista energético, a energia primária


da cana provém dos açúcares (1/3) e das fibras
(2/3); hoje apenas o terço representado pelo
açúcar é aproveitado;
CONCLUSÕES
1. Cresce o interesse pela geração de excedentes
de energia elétrica para a venda pelas usinas
(atualmente pouco mais de 10% das usinas
geram quantidades significativas deste
excedente)

3. A tecnologia convencional de processamento da


cana para produzir açúcar e álcool já atingiu um
elevado grau de maturidade;
CONCLUSÕES
11. existe pouca margem para ganhos
incrementais com exceção das áreas de:
• economia de energia,
• redução do volume de vinhaça,
• otimização do aproveitamento energético da
cana-de-açúcar e seus subprodutos;

2. A mecanização da colheita de cana e o aumento


da porcentagem colhida sem queima da palha é
uma tendência inexorável;
CONCLUSÕES

1. Existem variedades de cana com elevados teores


de fibra que podem dobrar a oferta de energia
primária por unidade de área plantada. O
processamento desta cana para otimizar o
aproveitamento energético não está
desenvolvido;

3. A cana-de-açúcar está começando a ser olhada


como uma fonte de energia ao invés de matéria-
prima para a indústria de alimento.
CENTRO APTA CANA IAC
Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do
Agronegócio da Cana

Rodovia Anel Viário km 321 (contorno sul)


Fones: (16) 3919-5959
3621-1110
E-mails: mlandell@iac.sp.gov.br

Você também pode gostar