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Resumo
O Tântalo (Ta) e o Nióbio (Nb) são metais essenciais na sociedade moderna. O tântalo é
essencialmente utilizado no fabrico de condensadores, ao passo que o nióbio é utilizado
principalmente no fabrico de aço. O pirocloro (Nb-Ta), a columbotantalite (Nb-Ta), a wodginite
(Ta, Nb e Sn) e a microlite (Ta e Nb) constituem os principais minérios de Nb e Ta.
Um pouco por todo o mundo, são conhecidos vários jazigos de vários tipos, os quais são
explorados pela sua riqueza nestes dois elementos. Os jazigos de nióbio e tântalo podem ser de
tipo primário ou secundário. Em Portugal, a produção de columbotantalites resultou da
exploração de pegmatitos graníticos, em particular pertencentes à família LCT, ou dos depósitos
aluvionares deles resultantes, sendo as columbotantalites no último caso um subproduto do
tratamento de concentrados de cassiterite.
Foram feitos vários estudos sobre columbotantalites obtidas de filões e soleiras aplito-
pegmatíticas dos distritos da Guarda e Castelo-Branco (e.g. Neiva & Ramos, 2010; Neiva et al.,
2008, 2011, 2015), contudo estudos sobre columbotantalites de jazigos secundários são
praticamente inexistentes (e.g. Fernandes, 2016). O presente trabalho centra-se, sobretudo, na
caracterização das columbotantalites da região da Guarda, através das suas razões Ta/Nb e
Mn/Fe, para compreender também a sua génese.
Abstract
Tantalum (Ta) and Niobum (Nb) are essential metals in modern society. Ta is
essentially used alloys, whereas niobium is used mainly in steel production. Pyrochlore (Nb–
Ta), columbitetantalite (Nb–Ta), wodginite (Ta, Nb and Sn) and microlite (Ta and Nb) are the
main ore minerals.
All over the world, there are a huge amount of Nb and Ta deposits of various types,
which are explored by their enrichment. The Nb and Ta deposits can be of primary or secondary
type. In Portugal, columbite-tantalite production is a result from the prospect of granitic
pegmatites, in particular the ones belonging to the LCT family type, or from the resulted alluvial
deposits. In the latter, the columbite-tantalites are a by-product of the cassiterite concentrates
treatment.
Several studies were made concerning columbite-tantalites obtained from aplite-
pegmatitic dykes and sills in the portuguese districts from Guarda and Castelo Branco (e.g.
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Neiva & Ramos, 2010; Neiva et al., 2008, 2011, 2015). However, studies of columbite-tantalites
from secondary type deposits are nearly inexistents (e.g. Fernandes, 2016). This work mainly
centers on the caracterization of the columbite-tantalites of Guarda region, through their Ta/Nb
and Mn/Fe ratios, so it could be possible a full undertanding about their genesis.
Palavras-chave: high field strength elements; placer deposits; textural pattern;
crystallization events; Nb-Ta mineral phase
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Índice
Sumário
Resumo........................................................................................................................................1
Abstract........................................................................................................................................2
Índice de abreviaturas..................................................................................................................5
Índice...........................................................................................................................................6
Capítulo 1: Introdução..................................................................................................................8
Referências Bibliográficas.........................................................................................................61
Bibliografia................................................................................................................................61
Anexos.......................................................................................................................................64
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Índice de abreviaturas
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Capítulo 1: Introdução
1.1 Introdução Geral
O presente trabalho constitui a tese de dissertação com o título “Contribuição para o
estudo de columbotantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte, Guarda”, na qual a
grande maioria do trabalho foi desenvolvida na Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto.
Para uma melhor compreensão acerca deste assunto foi necessário recorrer a
bibliografia com uma contextualização da área de estudo, incidindo essencialmente no tipo de
litologias de interesse e na sua génese.
No Capítulo 2, irá ser apresentada uma componente teórica acerca do tema, isto é, as
propriedades químicas do nióbio e do tântalo, o seu comportamento, e os tipos de jazigos nos
quais se podem encontrar estes elementos.
No Capítulo 4, serão apresentados os resultados deste trabalho, bem como uma pequena
discussão e interpretação dos resultados.
As rochas graníticas que ocorrem nesta área são de diferentes tipos, sendo a sua maioria
tardi- a pós-tectónica relativamente à terceira fase de deformação dúctil da orogenia varisca
(D3), sendo a sua fácies mais abundante, porfiróide e de granularidade grosseira.
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Estas
rochas
Figura 2 - Tabela Periódica dos elementos químicos (os elementos Nb e Ta encontram-se destacados). Adaptado de
Tabela Periódica Completa – A Tabela Periódica dos Elementos Químicos Atualizada (2016)
elementos do grupo das terras raras leves, o Nb e o Ta são mais empobrecidos na crusta
continental. Isto pode ser justificado pelo facto da crusta continental ter sido formada em
margens convergentes acima de zonas de subducção, tendo em conta que os magmas gerados
nestes contextos são tipicamente empobrecidos nestes elementos em situações deste tipo. Tanto
o Nb como o Ta apresentam semelhanças no seu raio iónico (Nb: 0.69 Å, Ta: 0.68 Å) e também
no seu estado de valência (5+) (Dill, 2010) pertencendo ambos ao grupo 5 da tabela periódica.
O tântalo tem um elevado ponto de fusão (2996ºC), alta densidade (16.7 g/cm 3) com
uma grande resistência à corrosão. O Nb é um metal suave, brilhante e dúctil, com um elevado
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ponto de fusão (2468ºC), apresentando um lustre branco e sendo também altamente resistente à
corrosão (Mackay & Simandl, 2014).
Tabela 1 - Algumas propriedades dos metais Ta e Nb. Modificado de Mackay & Simandl (2014); British Geological
Survey 2011
Ta Nb
Número atómico 73 41
Massa atómica 180.94788 92.90638
Ponto de fusão (ºC) 2.996 2.468
Ponto de ebulição (ºC) 5.425 4.930
Densidade (g/cm3) 16.7 8.57
Raio atómico (pm) 145 145
Resistividade elétrica (nΩm) a 25ºC 134 144
Condutividade térmica (W/[m K]) 57 54
Nos anos mais recentes, 50-60% do Ta tem sido utilizado na produção de poeiras de
óxidos de Ta para o fabrico de condensadores, indispensáveis na maior parte dos aparelhos
eletrónicos portáteis, tais como telemóveis, computadores, câmaras digitais, sistemas de
navegação GPS entre outros. Algumas destas aplicações fazem com que o Ta seja importante,
tanto a nível económico, como estratégico, na maioria dos países industrializados. Já o uso mais
comum para o Nb é, de longe, a produção de aço (Mackay & Simandl, 2014).
Tabela 4 - Abundância dos elementos Nb e Ta (HFSE) em diferentes reservatórios. Modificado de Linnen & Cuney
(2005)
Ionic charge
A
Figura 4 - Distribuição dos elementos raros na crusta continental e no manto, normalizados
usando valores condríticos. Adaptado de Linnen et al. (2014)
Devido à sua flexibilidade textural, a maior marte dos minerais contendo concentrações
de elementos raros exibem uma ampla variação composicional, variando, em escala, desde
zonas submicroscópicas em cristais individuais a unidades rochosas numa série de intrusões
geneticamente relacionadas (Linnen et al., 2014).
Os carbonatitos são bem conhecidos pelo seu enriquecimento em LREE (light rare
earth elements). Para um carbonatito típico, o Nb geralmente apresenta concentrações na ordem
de várias centenas de partes por milhão, ao passo que os teores de Ta não ultrapassam os 10
ppm (Chakhmouradian, 2006). Os granitos peralcalinos apresentam uma assinatura mais
enriquecida em elementos traço. Nestes casos, os teores de Nb apresentam valores aproximados
a 1000 ppm, enquanto os teores de Ta não ultrapassam os 100 ppm (Linnen & Cuney, 2005;
Linnen et al., 2014, 1997). Isto contraste com as composições dos elementos traço de granitos
peraluminosos. Em granitos peraluminosos as concentraçoes de Nb são muito inferiores
(~100ppm). Por contraste, o Ta é enriquecido apresentando valores superiores a 100 ppm
(Linnen & Cuney, 2005; Linnen et al., 2014). Durante a cristalização fracionada de
carbonatitos, as REE concentram-se principalmente em três grupos de minerais: óxidos
(pirocloro e perovskite), fosfatos (apatite e monazite) e fluorocarbonatos (Jones & Willie, 1986
in Linnen et al., 2014). Os elementos Zr, Hf, Nb e Ta são controlados pela cristalização de
minerais de Ti, Nb e Zr, notavelmente perovskite, pirocloro, ilmenite, badeleíte, zirconolite e
zircão (Chakhmouradian, 2006).
elementos raros, os seus equivalentes ricos em alteração, em jazigos do tipo plácer explorados
O tântalo é, ou foi, produzido através de pegmatitos, granitos peraluminosos de
2014). Alguns dos maiores jazigos de nióbio e tântalo variam, em idade, desde 2.8 Ga até 85
Várias empresas de exploração juniores estão a avaliar complexos carbonatíticos para recuperar
tântalo como um coproduto do nióbio (Canadá) (Chong et al. 2012 in Mackay & Simandl,
artesanalmente, e como um subproduto da exploração de estanho (Mackay & Simandl, 2014).
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6 – Cr
6 – Cr
3 – Ni
3 – Ni
5–M
5–M
7–O
7–O
1–A
1–A
9–B
9–B
2–C
2–C
4–T
4–T
8–S
8–S
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
dimensões superiores a 1 cm, podendo estar localizados numa variedade de contextos tectónicos
e metamórficos. Eles formam pequenas existências de reduzidas dimensões, soleiras, diques e
lentículas de formato irregular, com menos de 1 m de espessura e com extensões que podem
variar entre algumas dezenas até centenas de metro ao longo da sua direção. Os pegmatitos são
constituídos principalmente por feldspato potássico, albite e quartzo±moscovite e/ou biotite.
Eles podem ser divididos em 5 classes: abissais, de moscovite, de moscovite de elementos raros,
de elementos raros e miarolíticos, de acordo com o seu ambiente geológico e a sua geoquímica (
(Cerný & Ercit, 2005). De um ponto de vista de exploração de tântalo, a classe de elementos
raros é a mais importante.
Figura 6 - Classificação petrogenética dos pegmatitos graníticos. Adaptado de Cerny & Ercit (2005)
A
família
LCT
de
Os pegmatitos da
família NYF Figura 8 - Tendências típicas para a composição das columbotantalites em
encontram-se
pegmatitos LCT. Adaptado de Linnen & Cuney (2005)
sobretudo em contextos
anorogénicos continentais e podem resultar do fracionamento de granitos de tipo A e I
metaluminosos (Cerný & Ercit, 2005). Eles partilham também características com as fases
pegmatíticas de complexos peralcalinos e carbonatíticos (Martin & De Vito (2005), Martin
(2007) in Mackay & Simandl, (2014)), e podem ser mineralizados.
A composição dos carbonatitos podem variar desde calcite-dolomite até magnesite, com
siderite e ankerite locais (Woolley (2003), Mitchell (2005), Woolley & Kjarsgaard (2008) in
Mackay & Simandl (2014)). O enriquecimento em elementos incompatíveis (Sr, Ba, Nb, REE’s
e especialmente LREE’s) é bastante comum. Os carbonatitos são os principais alvos na
exploração de nióbio e elementos de terras raras leves, mas também podem apresentar
concentrações economicamente rentáveis de U, Th, Ba, P, Zr, F, V, Fe e, possivelmente, Ta
(Mackay & Simandl, 2014).
Ações tectónicas importantes atingiram o grande maciço logo após a sua consolidação,
fraturando-o e permitindo a instalação de filões ao longo das fraturas assim originadas
(Teixeira, et al., 1963). Algumas dessas ações relacionam-se com os próprios movimentos
hercínicos nas suas derradeiras fases, enquanto outras, muito mais recentes, dizem respeito a
atuações alpinas. Com as primeiras está relacionada a formação de filões pegmatíticos, aplito-
pegmatíticos e dos filões hipotermais de quartzo, com mineralização volframítica (Teixeira, et
al., 1963).
Ramos (1998) descreveu a ocorrência de 3 tipos de soleiras que se distinguem pela sua
cor, estrutura, mineralogia, quimismo e posição topográfica: soleiras estaníferas, mistas e
litiníferas. As soleiras estaníferas ocupam posições estruturais e topográficas inferiores,
apresentam uma estrutura simples, não zonada nem bandade e mineralogia mais simples:
quartzo, feldspato potássico, albite, moscovite, moscovite lítica, ambligonite-montebrasite, rara
lepidolite, apatite, topázio, cassiterite, columbo-tantalite, zircão, etc. As soleiras litiníferas,
geoquimicamente mais diferenciadas e enriquecidas em Li, ocupam posições estruturais e
topográficas mais elevadas, apresentam uma estrutura complexa, em geral bandada ou zonada e
uma mineralogia mais complexa, com quartzo, feldspato potássico, albite, moscovite, moscovite
lítica, ambligonite-montebrasite, petalite, lepidolite, zinwaldite, topázio, apatite, cassiterite,
columbo-tantalite, microlite, zircão, hidromoscovite, etc. As soleiras mistas fazem a transição
entre os dois tipos anteriores.
ou zonas de fratura. Muitos rios da região seguem direções tectónicas, como é o caso da Ribeira
da Gaia (Teixeira, et al., 1963).
Um dos aspetos texturais que mais chama a atenção, quando Ramos (1998) observou os
afloramentos do granito da Guarda, foi a heterogeneidade da distribuição dos megacristais de
feldspato e também as variações de tamanho que apresentam. Embora não se possa generalizar a
todos os casos de feldspatização observados é de admitir que em alguns dos locais onde se
observou feldspatização intensa do granito, isso poderá, pelo menos em parte, resultar da ação
de fenómenos tardios (Ramos, Mineralizações de metais raros de Seixo Amarelo - Gonçalo
(Guarda): contribuição para o seu conhecimento, 1998).
Esta fácies do granito da Guarda é intruída por filões e massas de material aplítico,
soleiras aplitopegmatíticas litiníferas e estaníferas e filões quartzosos, por vezes com turmalina.
A intrusão dos filões aplitopegmatíticos litiníferos e estaníferos provocou, no granito de
Alvarrões, bandas de metassomatismo de contacto que são semelhantes em dimensões, estrutura
e mineralogia às observadas no granito da Guarda (Ramos, 1998).
granítico residual e o magma pegmatítico que terá originado as soleiras do campo filoniano
aplitopegmatítico com mineralizações de metais raros (Ramos, 1998).
Capítulo 4. Resultados
As composições químicas das columbotantalites foram determinadas com recurso à
microssonda eletrónica do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), em S. Mamede
Infesta. As análises foram conduzidas utilizando uma voltagem de aceleração de 20 kV e um
feixe de corrente de 20 nA. Algumas imagens de eletrões retrodifundidos foram recolhidas no
CEMUP, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, através microscópio eletrónico de
varrimento, para selecionar cristais para análise quantitativa. Na microssonda eletrónica foram
obtidas imagens de eletrões retrodifundidos dos grãos analisados.
Para tal, foi utilizado um concentrado de grãos minerais com um total de 51 grãos. No
entanto, neste estudo foram apenas analisados 11 grãos.
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
Os dados obtidos no CEMUP podem ser considerados, pois foram utilizados valores
percentuais. Neste estudo consideramos como limite todas as análises que fecharam a mais que
97,5%, segundo Melcher et al. 2015. Ao longo do trabalho são também referidos trabalhos
feitos em anos anteriores e atuais, que irão ser utilizados como comparação, já que dizem
respeito à mesma área de estudo.
4
4.1 Apresentação de resultados
Nesta secção pretende-se descrever os dados obtidos sobre a composição química das
columbotantalites, assim como realizar uma breve discussão de resultados. Os resultados
obtidos após a análise efetuada no LNEG apresentam-se na tabela 5 e 6.
Os principais elementos que foram tidos em conta para uma interpretação de resultados
foram o Ta, Nb, Mn, Fe, W, Sn e Ti. De um modo geral, os grãos estudados são classificados
como manganocolumbites e ferrocolumbites, isto é, encontram-se mais enriquecidos em Nb do
que tântalo e no que toca à concentração em Mn e Fe apresentam-se com um teor amplamente
distribuído. É importante referir que não se verificou a presença de ixiolites ou wodginites.
Amostra WO3 Ta2O5 Nb2O5 SnO2 TiO2 Sc2O3 FeO MnO Bi2O3 Sb2O3 UO2
7.1 1,0929 19,23 57,15 0,3092 1,3289 0,0086 5,22 13,64 0 0 0,8323
7.2 0,9082 19,4 57,22 0,3499 1,6003 0,012 5,15 13,62 0 0,0063 1,0960
7.3 0,7827 40,1700 36,5400 0,7827 2,6300 0 4,8900 11,5300 0 0,0016 0,1260
7.4 0,7999 39,5500 39,1800 0,4461 0,9175 0 5,3100 11,9700 0,0171 0 0,4294
17.1 3,22 10,58 63,7 0,2293 1,76 0 5,67 14,23 0 0 0,4121
22.1 2,55 19,29 55,69 0,8737 2,83 0,0068 5,11 13,59 0 0 0,3706
22.2 2,18 34,88 41,72 0,5909 1,85 0 7,79 9,75 0 0 0,1217
23.1 2,12 29,62 47,13 0,4359 2,03 0 10,98 7,45 0 0 0,2552
23.2 1,78 22,62 54,26 0,2401 1,6143 0 11,42 7,37 0 0 0,2803
41.1 1,2426 37,24 39,25 0,3639 2,12 0,0035 7,63 9,23 0 0,001 0,9096
41.2 1,1001 34,79 41,72 0,4497 2,18 0 7,75 9,67 0 0,011 1,2
41.3 1,37 21,24 55,55 0,2324 1,3801 0 8,04 11,05 0 0,0116 0,2894
43.1 1,47 47,93 28,7 0,5641 2,16 0,03 9,84 6,68 0 0 0,2653
43.2 0,9672 26,46 52,06 0,0788 0,7202 0,0204 13,81 4,83 0 0,0204 0
44.1 2,41 24,2 52,27 0,2521 1,7 0 10,45 8,6 0,0399 0 0,0937
44.2 1,31 37,83 38,73 0,3913 0,3913 2,01 0,0051 10,25 6,55 0,0102 0,2461
44.3 1,71 38,51 39,53 0,3422 1,94 0 10,56 7,05 0,0366 0,0147 0,1806
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
45.1 1,1111 21,73 54,99 0,2305 0,8597 0,0125 6,58 13,69 0 0 0,2566
45.2 0,7859 52,19 26,43 0,7575 2,2 0 6,13 9,37 0 0 1,0648
47.1 1,1666 28,98 48,16 0,6363 1,5703 0 9,27 8,83 0 0,0218 0,1853
47.2 1,42 28,71 47,07 0,7478 1,6595 0 9,89 8,54 0 0 0,1222
47.3 0,6991 40,72 36,07 0,9871 0,9871 3,22 0 8,28 8 0 1,0928
48.2 1,36 48,18 28,83 1,55 2,51 0 8,17 8,06 0 0 0,0946
48.4 1,1516 14,07 63,74 0,242 1,0272 0 8,51 11,74 0 0,0091 0,0289
Tabela 6 - Razões Mn/Fe e Ta/Nb calculadas para a amostra de Ribeira de Maçainhas-da Gaia
Pela análise do diagrama, pode-se concluir que as columbotantalites são a fase de Nb-
Ta mais abundante na amostra em estudo. As suas composições projetaram-se nos campos da
ferrocolumbite, manganocolumbite, ferrotantalite e manganotantalite no quadrilátero FeNb 2O6–
MnNb2O6–FeTa2O6–MnTa2O6 (Figura 10).
1.5
Ta5+ at.
0.5
0
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Nb5+ at.
Figura 10 - Projeção das columbotantalites da região em estudo no quadrado composicional dos óxidos de Nb e Ta.
A zona delimitada com tracejado preto separa as composições com estrutura da tapiolite (ponteado superior) e da
columbite-tantalite (ponteado inferior). O tracejado verde delimita o campo da wodginite e o tracejado a azul o
campo da ixiolite.
Texturas observadas
Nb, Ta
1 0
0.9 0.1
0.8 0.2
0.7 0.3
0.6 0.4
0.5 0.5
0.4 0.6
0.3 0.7
0.2 0.8
0.1 0.9
0 1
W, Sn, Ti 1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 Mn, Fe
Figura 11 - Composição das columbotantalites deste estudo projetadas no diagrama ternário (Nb,Ta)-(W, Sn,
Ti)-(Mn, Fe)
Foram observados diferentes tipos de zonamento nas columbotantalites (Figura 12). Dos
3 tipos simples descritos por Lahti (1987), dois foram identificados nos grãos estudados:
zonamento oscilatório e zonamento descontínuo ou remendado (“patchy zoning”). O zonamento
oscilatório foi o mais observado (Figuras 12 a, b, c, e). Texturas mais complexas como
intercrescimentos irregulares tipo mosaico (“irregular mosaic-like intergrowths”) foram
igualmente distinguidas (Figuras 12 c, d).
a) b)
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
4.1.1 Discussão
Os resultados obtidos apontam para que a fase de Nb-Ta estudada mais abundante
pertencesse ao grupo da columbotantalite, tal como nos trabalhos de Fernandes (2016), Ribeiro
(2015).
Comparando os dados obtidos durante este trabalho com os dados publicados da região,
é visível uma grande correspondência a nível composicional com as columbotantalites das
soleiras e filões aplito-pegmatíticos litiníferos e berilíferos e com os filões pegmatíticos que
intruíram o granito da Pega (Neiva et al., 2012), assim como uma grande similaridade
composicional com as columbotantalies das soleiras da mina de Li de Gonçalo, que corresponde
ao campo pegmatítico a oeste da Ribeira da Gaia (Neiva & Ramos, 2010).
Neste trabalho, de acordo com os padrões texturais existiram dois eventos principais de
cristalização: um evento magmático primário que foi responsável pela existência de grãos com
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
Guarda
zonamento oscilatório regular, bem como pelos grãos sem zonamento, e um evento pós-
magmático responsável pelas restantes texturas (e.g. Uher et al., (2007)).
O estudo feito por Ribeiro (2015) foi essencialmente qualitativo, centrando-se sobretudo
no tipo de zonamento e padrões texturais observados. Os minerais estudados por este autor
apresentam na sua generalidade uma maior riqueza em Nb, sendo concordantes com os
resultados do trabalho de Fernandes (2016) e com o presente trabalho. Ribeiro (2015)
identificou dois tipos principais de zonamento: zonamento oscilatório e zonamento inverso.
De acordo com Ribeiro (2015) a maior parte dos grãos estudados classificam-se como
manganocolumbites.
Os resultados deste trabalho apresentam uma grande variedade composicional, que pode
resultar de uma
mistura de grãos de
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Contribuição para o estudo de columbo-tantalites em Ribeira de Gaia na região de Belmonte,
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Capítulo 4. Conclusões
As columbotantalites, nomeadamente as tantalites, são os minerais mais importantes na
indústria de extração de tântalo.
subsolidus e subsequente substituição e recristalização (e.g. Uher et al., (2007)). Assim, pode-se
sugerir a existência de dois eventos de cristalização principais: o primeiro, magmático,
responsável pelo zonamento regular oscilatório, bem como pelos grãos sem zonamento; e um
segundo, pós-magmático, responsável pelas restantes texturas.
Referências Bibliográficas
Bibliografia
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columbite-tantalite from spodumene pegmatites of Kolmozero, Kola Peninsula
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(Massif central français). Implications pétrogénétiques. Académie des sciences, 326,
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Anexos