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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................... ii


LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................... iii
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 1
2. METODOLOGIA .................................................................................................................................... 2
2.1. Área de estudo ......................................................................................................................................... 2
2.2. Coleta do material biológico .................................................................................................................... 3
2.3. Análise das amostras ................................................................................................................................ 4
2.4. Tratamento numérico .............................................................................................................................. 6
2.4.1. Padronização do número de larvas capturadas ................................................................................ 6
2.4.2. Densidade .......................................................................................................................................... 6
2.4.3. Abundância relativa ........................................................................................................................... 7
2.4.4. Frequência de ocorrência .................................................................................................................. 7
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................... 8
3.1. Distribuição da ictiofauna planctônica ..................................................................................................... 8
3.2 Parâmetros abióticos ............................................................................................................................... 16
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 21

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Bacia do igarapé da Fortaleza, mostrando a área de estudo. Fonte: SIAG-SEMA (2002) modificado. 2
Figura 2. Foto aérea mostrando parte da área estudada no igarapé da Fortaleza (Ponte sobre o igarapé da
Fortaleza). Fonte: Cunha & Couto (2002). Foto: Paulo Uchoa. ........................................................................... 3
Figura 3. Localização georeferenciada dos pontos amostrais ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá. .................................................................................................................................................. 4
Figura 4. Esquema da rede utilizada na coleta de amostras de ictioplâncton ao longo do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá: 1 - boca da rede/aro de 25 cm, 2 - malhagem e 3 - copo coletor/concentração da amostra. 4
Figura 5. Triagem, contagem e identificação do material biológico no Laboratório de Bioecologia Aquática da
Universidade do Estado do Amapá. .................................................................................................................... 5
Figura 6. Ilustração da larva de Sciaenidae (Perciformes) em estágio final de flexão, com indicação das
principais estruturas morfológicas e merísticas observadas para identificação. Fonte: Zacardi (2009). ........... 6
Figura 7. Participação relativa (%) das famílias mais abundantes capturadas ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá. ................................................................................................................................. 9
Figura 8. Frequência de ocorrência (%) das larvas de peixes capturadas ao longo do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá. ................................................................................................................................................ 10
Figura 9. Distribuição espacial das larvas de peixes capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá. ................................................................................................................................................ 12
Figura 10. Distribuição temporal das larvas capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá (barra = desvio padrão). ........................................................................................................................ 13
Figura 11. Distribuição sazonal das larvas (Ind/100m³) de peixes capturadas ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá. ............................................................................................................................... 14
Figura 12. Distribuição sazonal das famílias de ictioplâncton ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá. ................................................................................................................................................ 15
Figura 13. Valores da temperatura (°C) da coluna d’água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé
da Fortaleza, Macapá, Amapá. .......................................................................................................................... 16
Figura 14. Valores do pH da coluna d’água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá. ................................................................................................................................................ 17
Figura 15. Valores de oxigênio dissolvido (mg/L) da água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé
da Fortaleza, Macapá, Amapá. .......................................................................................................................... 18
Figura 16. Valores da pluviosidade e os valores log-transformados (log10 x + 1) da densidade de larvas do
Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. ............................................................................................................. 19
Figura 17. Regressão linear entre a variável ambiental (pluviosidade) e os valores de log transformados
(log10 x + 1) das densidades de larvas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. ............. 19

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação taxonômica do ictioplâncton identificado ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,


Macapá, Amapá. .................................................................................................................................................. 8
Tabela 2. Classificação taxonômica (ordem e família), N° = número total de indivíduos; e densidade média
(indivíduos/100m³) das larvas de peixes coletadas durante o período de amostragem ao longo do canal do
Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. ............................................................................................................. 11
Tabela 3. Análise de variância (α = 0.05) das concentrações de larvas aplicada para os pontos de coleta
distribuídos no Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. .................................................................................... 12
Tabela 4. Análise de variância (α = 0.05) das concentrações de larvas aplicada para os meses de coleta do
Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. ............................................................................................................. 14
Tabela 5. Ocorrência das famílias nos períodos seco e chuvoso durante o estudo ao longo do canal do
Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá. ............................................................................................................. 16

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1. INTRODUÇÃO
A região tropical é caracterizada por pequenas variações sazonais na temperatura e fotoperíodo, entretanto,
grandes variações são observadas pelo regime de ventos e flutuações da pluviosidade, gerando alagamentos
regulares de extensas áreas naturais, expandindo periodicamente o ambiente aquático (CUNICO et al.,
2002). Além das alterações devido à dinâmica de enchente e vazante, juntamente com a elevação do nível
da água, o ambiente de várzea é marcado por mudanças em seus parâmetros físico-químicos, tanto na
variação sazonal como na variação diária (HENDERSON, 1999).

As várzeas amazônicas são ambientes de florestas periodicamente alagados por águas ricas em nutrientes e
partículas em suspensão que apresentam alta produção de peixes, favorecendo importantes sistemas de
pesca (LOWE-McCONNEL, 1999). Tais áreas constituem um dos mais importantes sistemas aquáticos
amazônicos, em termos de biodiversidade de peixes de valor comercial.

Nos ambientes aquáticos, os peixes são formas de vida dominante, colonizando todos os tipos de habitats, e,
portanto, são submetidas às mais variadas condições ambientais (NAKATANI et al., 2001). Muitas espécies
de água doce realizam migrações reprodutivas, deslocando-se das partes mais inferiores dos grandes rios
para as cabeceiras dos tributários, onde, normalmente, ocorrem a reprodução e a desova dos peixes
reofílicos, os quais utilizam ambientes alagados nas fases iniciais do desenvolvimento (BAUMGARTNER et al.,
2004).

Em algumas espécies a reprodução coincide com as primeiras fases de cheia (ARAÚJO-LIMA et al., 1994). As
enchentes funcionam como gatilho sincronizador para desova e o pico da enchente, como finalizador do
período reprodutivo, favorecendo a reprodução das espécies migradoras de longa distância. A migração
passiva dos ovos e larvas nos rios constitui um dos mais importantes elementos no ciclo de vida dos peixes,
que possuem como objetivo dispersar a espécie e, assim, aumentar as chances de sobrevivência durante
seus primeiros estágios de desenvolvimento.

O desenvolvimento inicial de peixes compreende as etapas do ciclo biológico que abrangem ovos, embriões
e larvas até a reabsorção total do saco vitelínico, cujo estudo fornece subsídios para a pesca e aqüicultura,
para identificação de ovos e larvas na natureza, para estudos taxonômicos (NAKATANI et al., 2001) além de
oferecer parâmetros importantes nas análises das relações evolutivas entre espécies. O sucesso reprodutivo
das espécies pode variar consideravelmente, mas as causas dessas variações não são exatamente
conhecidas. A maioria dos autores relaciona este sucesso á dispersão pelos sistemas de correntes e retenção
das larvas em áreas propícias para seu desenvolvimento embrionário e criação dos juvenis, devendo

1
apresentar condições favoráveis de alimentação e proteção contra predadores (MUNRO, 1990). A interação
desses processos determina o sucesso reprodutivo e, conseqüentemente, o tamanho dos estoques de peixes
nos ambientes (URHO, 1999).

Sabendo-se que a maioria das espécies executa migrações reprodutivas anuais, obedecendo a fatores
ecológicos relacionados à sua ontogenia, torna o conhecimento dessas relações um importante instrumento
para a proteção e preservação de espécies nessa fase de extrema vulnerabilidade, porém, esses mecanismos
não são bem conhecidos e a garantia da manutenção do equilíbrio desses estoques, depende primariamente
da integridade das áreas de desova e do conhecimento da distribuição e dispersão dos ovos e larvas de
peixe. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo produzir conhecimento sobre alguns pontos
relevantes relacionados ao recrutamento e à deriva de ovos e larvas de peixes na região, além de gerar
informações sobre a importância do ambiente de várzea para o recrutamento das espécies, por meio da
caracterização da distribuição espaço-temporal de seus ovos e larvas, e sugerir medidas que auxiliem no
manejo sustentável e na conservação dos ambientes de várzea ao longo do canal do igarapé da Fortaleza.

2. METODOLOGIA

2.1. Área de estudo


O trabalho foi realizado ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza em Macapá (Figura 1). Trata-se de uma
região composta por áreas de canais e ressacas localizadas na zona urbana e periurbanas das cidades de
Macapá e Santana, no Estado do Amapá.

Figura 1. Bacia do igarapé da Fortaleza, mostrando a área de estudo. Fonte: SIAG-SEMA (2002) modificado.

2
O canal do igarapé da Fortaleza (Figura 2), posicionado entre as cidades de Macapá e Santana está sobre
forte pressão antrópica devido a um intenso processo de ocupação desordenado imposto pela ausência de
um plano de expansão urbana. O acesso a área é feito por via fluvial e por via terrestre (rodovia Juscelino
Kubistchek) que liga as cidades de Macapá e Santana.

Figura 2. Foto aérea mostrando parte da área estudada no igarapé da Fortaleza (Ponte sobre o igarapé da Fortaleza).
Fonte: Cunha & Couto (2002). Foto: Paulo Uchoa.

2.2. Coleta do material biológico


As coletas foram bimensais, no período compreendido entre dezembro de 2009 a agosto de 2010, sendo
considerados os meses de dezembro e agosto como pertencentes ao período seco e fevereiro, abril e junho
o período chuvoso ao longo do ano, assim como abordado por Reis (2008) e Lima et al. (2001), em cinco
pontos distribuídos ao longo do Igarapé da Fortaleza, P1 (ponto mais externo – Foz), P2, P3, P4 (pontos
medianos ao longo do Igarapé) e o ponto P5 (ponto mais interno – localizado na cabeceira) (Figura 3).

As coletas foram realizadas a bordo de uma embarcação local, por meio de arrastos horizontais na
subsuperficiais na coluna d’água, durante aproximadamente 10 minutos, com redes cilíndrico-cônicas
(Figura 4) com 25 cm de abertura de boca e malhas de 200 e 300µm, logo após o pôr-do-sol e em períodos
de maré vazante, sendo a embarcação mantida contra a correnteza, na tentativa de direcionar os
organismos para dentro da rede, maximizando a captura do ictioplâncton.

3
Após a utilização do método de captura, o material biológico foi imediatamente fixado a bordo da
embarcação com formol a 10% neutralizado com bórax e acondicionado em recipientes de polietileno de
500 ml, devidamente etiquetados.

Figura 3. Localização georeferenciada dos pontos amostrais ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá.

1
2
3

Figura 4. Esquema da rede utilizada na coleta de amostras de ictioplâncton ao longo do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá: 1 - boca da rede/aro de 25 cm, 2 - malhagem e 3 - copo coletor/concentração da amostra.

2.3. Análise das amostras


No Laboratório de Bioecologia Aquática da Universidade do Estado do Amapá, o material biológico
proveniente das coletas foram triados separando as larvas de todo o material em suspensão (detritos e do
plâncton total), com auxílio de pinças e placas de Petri, sob microscópio estereoscópico, posteriormente as
larvas foram contadas e identificadas ao menor nível taxonômico possível (Figura 5).

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Figura 5. Triagem, contagem e identificação do material biológico no Laboratório de Bioecologia Aquática da
Universidade do Estado do Amapá.

As identificações foram baseadas em bibliografias especializadas como: Araújo-Lima; Donald (1988); Oliveira;
Araújo-Lima (1998); Barletta-Bergan (1999), Oliveira (2000); Nascimento; Araujo-lima (2000); Nakatani et al.
(2001); Oliveira (2003) e Zacardi (2009) utilizando-se também relatórios de levantamentos de ictiofauna
(juvenis e adultos) da região amazônica e guias de identificação desenvolvida para peixes adultos seguindo a
classificação taxonômica, conforme Eschmeyer (1990) e Britski et al. (1999).

A técnica de sequência regressiva de desenvolvimento, conforme preconizado por Ahlstrom; Moser (1976),
também foi utilizada para ajudar na identificação das larvas, consiste na identificação a partir de uma
sequência de indivíduos em diferentes estágios, desde larvas em estágios mais avançados até larvas recém-
eclodidas, tendo como base características morfológicas, merísticas e morfométricas.

Dentre os caracteres utilizados na identificação foram considerados: o padrão de pigmentação do corpo,


estruturas ornamentais (quando existentes), a forma do corpo, sequência de formação das nadadeiras, a
posição relativa da abertura anal em relação ao corpo, formato do trato digestivo e da bexiga natatória,
número de miômeros, de raios e espinhos das nadadeiras (Figura 6).

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Figura 6. Ilustração da larva de Sciaenidae (Perciformes) em estágio final de flexão, com indicação das principais
estruturas morfológicas e merísticas observadas para identificação. Fonte: Zacardi (2009).

2.4. Tratamento numérico

2.4.1. Padronização do número de larvas capturadas


O número de larvas dos táxons identificados em cada ponto de coleta foi convertido para densidade de
larvas por 100m³, sendo necessário estimar antes o volume de água filtrada.
V = a.v.t
Onde: V = volume de água filtrada (m³); a = área da boca da rede (m²); v = velocidade de arrasto (min) e t =
tempo de arrasto (min).

2.4.2. Densidade
A densidade de ovos e larvas foi calculada através da fórmula:
D = (N / V) x 100
Onde: D = densidade por 100m³; N = número de ovos ou larvas coletadas e V = volume de água filtrada (m³).

A densidade média de larvas foi calculada através da fórmula:


Dm = (N / V) x 100 / TA
Onde: Dm = densidade média por 100m³; N = número de ovos ou larvas coletadas, V = volume de água
filtrada (m³) e TA = número total de amostras.

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2.4.3. Abundância relativa
A abundância relativa (%) foi calculada de acordo com a fórmula:
Ar = (Na x 100) / NA
Onde: Na = número total de larvas de peixes de cada família ou espécie obtida na amostra e NA = número
total de larvas de peixes na amostra.

2.4.4. Frequência de ocorrência


A frequência de ocorrência de cada organismo, em termos percentuais foi calculada utilizando-se a fórmula:
Fo = Ta x 100/TA
Onde: Ta = número de amostras em que a família ocorreu e TA = número total de amostras.

A escala de Neumann-Leitão (1994) foi empregada como critério para determinação das famílias ou espécies
características da comunidade ictioplanctônica, considerando: > 70 % muito frequente; 70-40 % frequente;
40-10 % pouco frequente e < 10 % esporádico.

2.4.5. Análises estatísticas


As variáveis biológicas e fisico-químicas foram testadas quanto à normalidade antes de seguir com a parte
analítica através do teste de Shapiro-Wilk. Neste caso os valores de densidade, que não cumpriram os
requisitos dos testes paramétricos, foram transformados, usando log10 (x+1) como explicitado por Sokal;
Rohlf (1998).

O teste não paramétrico de Kruskal-Wallis foi utilizado para verificar se há diferença significativa entres os
fatores abióticos.

ANOVA - foi usada uma análise unifatorial que permite avaliar a variação espacial e temporal, das
concentrações de larvas, isoladamente.

Regressão linear - para avaliar a relação entre a densidade larval e as variáveis ambientais. Os dados de
densidade foram transformados para log10 (x +1).

Wilconxon – Permite avaliar a existência de significância entre as malhas das redes.


Em todos os testes considerou-se um nível de significância (α) de 0,05 e para a realização dos mesmos foram
utilizados: Excell for Windows e o Bioestat 5.0 (AYRES et al., 2007).

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Distribuição da ictiofauna planctônica
Durante o período de estudo foram capturadas um total de 719 larvas de peixes apresentando densidade
média de 9,88/100m³. Destas, 98,5% foram identificadas em 21 taxa, classificados em 8 ordens, 15 famílias e
13 espécies: Bryx sp., Triportheus spp., Curimata sp., Tatia sp., Anchovia spp., Anchoviella sp., Pellona sp.,
Eleotris cf. pisonis, Evorthodus lyricus, Plagioscion squamosissimus, Plagioscion sp., Colomesus asellus e
Astyanax sp. (Tabela 1).

Tabela 1. Classificação taxonômica do ictioplâncton identificado ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá.
Ordem Família Espécie Nome Comum
Characiformes Characidae Triportheus spp. Sardinha de água doce
Astyanax sp. Lambarí
Prochilodontidae - Curimatã
Curimatidae Curimata sp. Branquinha
Clupeiformes Clupeidae - Sardinhas
Engraulidae Anchoviella sp. Manjuba
Anchovia spp. Manjuba
Pristigasteridae Pellona sp. Sarda
Perciformes Eleotridae Eleotris cf. pisonis Amuré
Gobiidae Evorthodus lyricus Amuré
Sciaenidae Plagioscion sp. Pescada
Plagioscion squamosissimus Pescada- branca
Siluriformes Auchenipteridae Tatia sp. Bagrinho
Pimelodidae - Mandi
Syngnathiformes Syngnathidae Bryx sp. Peixe-cachimbo
Cyprinodontiformes Rivulidae - Rivulus
Pleuronectiformes Achiridae - Linguado
Tetraodontiformes Tetraodontidae Colomesus asellus Baiacu

Do total de larvas capturadas, apenas 11 indivíduos não foram identificados, por apresentarem estruturas
danificadas ou se encontrarem em estágio muito inicial de desenvolvimento. Com relação aos táxons, 78
larvas de peixes permaneceram com identificação ao nível de ordem como alguns Characiformes,
Clupeiformes e Siluriformes.

De acordo com vários autores: Snyder (1981), Fuiman et al. (1983), Leis; Trnski (1989), Sanches et al. (1998);
Nakatani et al. (2001), Bialetzki et al. (2008) e Zacardi (2009) a principal dificuldade para a realização de
estudos sobre a composição taxonômica das comunidades ictioplanctônicas da região neotropical é a
identificação de ovos e larvas de peixes coletados em ambiente natural, devido a limitação dos estudos
taxonômicos na área; a existência de grande similaridade morfológica encontrada nos primeiros estágios de
desenvolvimento das larvas e por apresentarem diferença em relação aos adultos dificultando, ainda mais, a
identificação em níveis específicos.
8
Os Clupeiformes apresentaram 65,9% do total de larvas capturadas, sendo representados pelas famílias
Engraulidae, Pristigasteridae e Clupeidae, (Figura 7).

Figura 7. Participação relativa (%) das famílias mais abundantes capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá.

A elevada participação relativa dos Clupeiformes, presentes ao longo do canal, também foi registrada em
diversos estudos realizados no complexo estuarino amazônico, como: Barletta-Bergan et al. (2002b), Zacardi
et al. (2005), Anunciação (2007); Contente et al. (2007), Fidelis (2007); Friaes et al. (2008); Zacardi (2009);
Sobrinho; Zacardi (2010) e Felgueiras (2010), sendo espécimes importantes para região costeira, uma vez
que esse grupo possui representantes que desempenham papel fundamental na transferência de energia
entre o ecossistema estuarino e as zonas costeiras adjacentes e oceânicas, considerados como um dos
principais recursos utilizados, como fonte de alimento e subsistência para população local (DIEGUES, 1986;
CAMARGO; ISAAC, 2003), caracterizando desta forma, o canal do igarapé da Fortaleza como parte
importante deste ecossistema, principalmente no que tange ao ciclo inicial de desenvolvimento destes
peixes.

Apesar de não terem sido capturados ovos nas amostragens, Cervigón (1985) afirma que alguns
representantes dos Clupeiformes realizam curtos deslocamentos entre água doce e o ambiente costeiro,
como por exemplo, o gênero Anchoviella que geralmente são considerados espécies costeiras, mas migram
até águas internas dos estuários para desovar.

9
Com relação à frequência de ocorrência dos táxons identificados, as larvas de Engraulidae foram
consideradas frequentes e amplamente distribuídas ao longo do canal. As famílias Syngnathidae,
Pristigasteridae, Sciaenidae, Eleotridae, Clupeidae, Characidae, Pimelodidae e Auchenipteridae foram pouco
frequentes e as demais famílias esporádicas (Figura 8). Corroborando com os trabalhos de Palheta (2005);
Zacardi (2009); Sobrinho; Zacardi (2010) e Felgueiras (2010).

Figura 8. Frequência de ocorrência (%) das larvas de peixes capturadas ao longo do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá.

Os padrões de frequência de ocorrência de larvas no canal do Igarapé da Fortaleza foi dominado por um
baixo número de famílias, estando de acordo com estudos realizados por Haedrich (1983) e Harris et al.
(2001). Contudo, ressalta-se que o sistema de coleta por meio de arrastos subsuperficiais na coluna d’água
possui eficiência de amostragem limitada, assim como registrado por Zacardi (2009) onde o método de
captura direcionado para a parte mais superficial da coluna d’água pode impossibilitar a amostragem de
outros táxons, acarretando em falhas ou incertezas nas amostragens do ictioplâncton, por não capturar
organismos em todas as faixas de profundidade do ambiente.

A família Engraulidae apresentou a maior densidade média de larvas com 4,22/100m³, seguido por
Pristigasteridae (1,41/100m³); Clupeidae (0,88/100m³), e Eleotridae com 0,78/100m³ (Tabela 2).

Os Engraulídeos, em regiões tropicais, apresentam a maior contribuição na composição do ictioplâncton,


este fato também foi registrado por Brighenti et al. (2005); Barletta-Bergan (1999); Zacardi et al. (2005);
Palheta (2005); Anunciação (2007); Contente et al. (2007); Costa et al. (2008), Anunciação; Sarpedonti
(2008), Zacardi (2009), Sobrinho; Zacardi (2010) e Felgueiras (2010), em estudos na região litorânea norte do
Brasil.

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Tabela 2. Classificação taxonômica (ordem e família), N° = número total de indivíduos; e densidade média
(indivíduos/100m³) das larvas de peixes coletadas durante o período de amostragem ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.
Pontos Amostrais
Táxons Nº P1 P2 P3 P4 P5
Characiformes 6 0.01 0.01 0.03 0.01 0.01
Characidae 22 0.08 0.10 0.05 0.03 0.04
Prochilodontidae 1 0.01
Curimatidae 2 0.03
Clupeiformes 70 0.03 0.03 0.04 0.87
Clupeidae 64 0.04 0.03 0.81
Engraulidae 307 0.48 0.10 0.25 1.68 1.72
Pristigasteridae 103 0.01 0.10 0.01 0.23 1.06
Perciformes
Eleotridae 57 0.03 0.25 0.30 0.21
Gobiidae 1 0.01
Sciaenidae 18 0.12 0.05 0.03 0.04
Siluriformes 2 0.01 0.01
Auchenipteridae 8 0.01 0.03 0.01 0.05
Pimelodidae 10 0.08 0.04 0.01
Gasterosteiformes
Syngnathidae 33 0.01 0.16 0.11 0.15 0.01
Ciprinodontiformes
Rivulidae 1 0.01
Pleuronectiformes
Achiridae 1 0.01
Tetraodontiformes
Tetraodontidae 2 0.01 0.01
Não Identificadas 5 0.04 0.01 0.01
Danificadas 6 0.01 0.03 0.04
Total 719 1.02 0.93 0.88 2.29 4.75

As maiores densidades foram observadas nos pontos P4 e P5 (Figura 9), ambas localizadas na parte mais
interna do canal, caracterizados como ambiente de cabeceira, mas não foi observada diferença significativa,
na análise de variância ANOVA unifatorial, na distribuição espacial (F= 0,19; p>0,05), (Tabela 3).

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Figura 9. Distribuição espacial das larvas de peixes capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá.

Tabela 3. Análise de variância (α = 0.05) das concentrações de larvas aplicada para os pontos de coleta distribuídos no
Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá.
Fonte da variação SQ Gl MQ F Valor-P F crítico
Entre grupos 0.219181 4 0.054795 0.19 0.942 3.055568
Dentro dos grupos 4.399727 15 0.293315

Total 4.618908 19

Este resultado evidencia a utilização deste habitat por larvas, principalmente de Clupeiformes e Eleotridae,
caracterizando a área como propícia para o desenvolvimento destes indivíduos, assim como registrado por
Felgueiras (2010) e Sobrinho; Zacardi (2010). Em estudo da estrutura da comunidade do ictioplâncton no
estuário do rio Caeté, no estado do Pará, Barletta-Bergan et al. (2002a) relataram maior ocorrência de
Eleotridae e Engraulidae.

O padrão de distribuição larval está associado a um gradiente de variação ao longo do canal, com as
densidades aumentando da montante para a jusante, demonstrando a importância dos ambientes de
cabeceira para a manutenção dos estoques pesqueiros, assim como sugerido por Felgueiras (2010).

Considerando que o tempo de crescimento larval é bastante acelerado, a eclosão de algumas larvas pode ter
ocorrido ao longo do próprio canal, principalmente pela coleta ter sido efetuada apenas na maré vazante ou
ainda pela desova ocorrer nas áreas adjacentes (estuário do rio Amazonas) e serem carreadas pelo processo
hidrodinâmico local (sistemas de marés) para dentro do canal.

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Nikolsky (1978) e Krebs (1994) afirmam que a migração passiva de ovos e larvas nos canais constitui um dos
mais importantes elementos no ciclo de vida de muitos peixes, que possuem como objetivo dispersar a
espécie e, assim, aumentar as chances de sobrevivência durante seus primeiros estágios de
desenvolvimento.

Camargo; Isaac (2003) relataram que movimentos migratórios relacionados à ontogenia dos organismos
determinam as mudanças de habitat, aumentando desta forma, a probabilidade de sobrevivência dos
primeiros estágios de desenvolvimento dos peixes, permitindo a utilização de ambientes com melhor
disponibilidade de refúgio e fontes de alimento, nas fases iniciais do ciclo de vida.

As maiores densidades totais foram registradas para os meses de dezembro e junho (209,03 larvas/100m³ e
139,14larvas/100m³, respectivamente), sendo a menor densidade (7,91 larvas/100m³) registrada para o mês
de fevereiro (Figura 10), não sendo constatada, na análise de variância ANOVA unifatorial, diferença
significativa na distribuição temporal (F= 1,06; p>0,05), (Tabela 4) das concentrações de larvas de peixes
coletadas ao longo do Igarapé da Fortaleza.

No mês de dezembro as maiores densidades foram representadas pelos Clupeiformes: Engraulidae


(43,52/100m³), Pristigasteridae (44,18/100m³), Clupeidae (35,61/100m³) e pela família Eleotridae
(36,93/100m³) e junho (139,14 larvas/100m³), representada pela família Engraulidae (106,82/100m³) e
Syngnathidae (15,83/100m³),

Figura 10. Distribuição temporal das larvas capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá
(barra = desvio padrão).

13
Tabela 4. Análise de variância (α = 0.05) das concentrações de larvas aplicada para os meses de coleta do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.
Fonte da variação SQ gl MQ F Valor-P F crítico
Entre grupos 14831.5 4 3707.875 1.06 0.409 3.055568
Dentro dos grupos 52322.25 15 3488.15

Total 67153.75 19

Em relação à distribuição sazonal, a maior densidade total foi registrada para o período seco
(287,50/100m³), sendo que para o período chuvoso, a densidade total foi de 186,61/100m³ (Figura 11).

Figura 11. Distribuição sazonal das larvas (Ind/100m³) de peixes capturadas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza,
Macapá, Amapá.

Estes dados diferem dos encontrados por Contente et al. (2007) no estuário do rio Curuçá, onde observaram
maiores índices de densidade para o período chuvoso e não para o período seco, mas corroboram com
Barletta-Bergan (1999) que registrou os maiores valores de densidade de larvas, no período seco (outubro,
novembro e dezembro) para o estuário do rio Caeté.

No canal do Igarapé da Fortaleza, a maior densidade média larval durante o período chuvoso foi registrada
para a família Engraulidae (2,38 larvas/100m³) representando 24,06% da densidade total, seguida por
Syngnathidae (0,45 larvas/100m³) e Characidae (0,30 larvas/100m³). Para o período seco, a densidade mais
elevada também foi registrada para família Engraulidae (1,84 larvas/100m³), representando 18,64% da
densidade total de larvas na região durante o estudo, seguida por Pristigasteridae (1,29 larvas/100m³),
Clupeidae (0,81 larvas/100m³) e Eleotridae (0,78 larvas/100m³) (Figura 12).

14
Figura 12. Distribuição sazonal das famílias de ictioplâncton ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá.

Costa et al. (2008) também observaram a maior densidade de Engraulidae (considerada dominante), no
período seco. No entanto, a família Sciaenidae foi a mais abundante no período chuvoso, ao longo do canal
do rio Taperaçú e Zacardi et al. (2005), registraram variação sazonal e nictemeral na abundância das larvas,
destacando alguns Clupeiformes (Engraulidae e Clupeidae) e Perciformes (Carangidae, Gobiidae e
Sciaenidae), no canal do rio Curuçá, como espécimes característicos para a região.

As famílias Characidae, Prochilodontidae, Curimatidae, Gobiidae, Auchenipteridae, Syngnathidae e Achiridae


só foram observadas nas coletas do período chuvoso, enquanto que, as famílias Eleotridae e Rivulidae
apenas no período seco (Tabela 5). Estes resultados podem estar relacionados pelo fato das espécies
amazônicas apresentarem estratégias de adaptação às mudanças sazonais nos diversos ambientes que
ocupam, assim como proposto também por Felgueiras (2010).

Sugere-se, ainda, que a pronunciada periodicidade do ciclo de chuvas no litoral amazônico, a grande
descarga de águas ricas em partículas em suspensão oriundas do rio Amazonas, a forte influência do regime
de marés em que a região está sujeita, a disponibilidade de recursos alimentares e a estratégia de desova
das espécies seriam os principais fatores responsáveis pela determinação dos padrões de distribuição
espaço-temporal da ictiofauna planctônica. De acordo com Barthem (1995) a ictiofauna do litoral amazônico
alterna dominância das espécies de água doce, com espécies marinhas, fato este que molda também a
atividade pesqueira da região.

15
Tabela 5. Ocorrência das famílias nos períodos seco e chuvoso durante o estudo ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.
Famílias Período seco Período chuvoso
Characidae X
Prochilodontidae X
Curimatidae X
Clupeidae X X
Engraulidae X X
Pristigasteridae X X
Eleotridae X
Gobiidae X
Sciaenidae X X
Auchenipteridae X
Pimelodidae X X
Syngnathidae X
Rivulidae X
Achiridae X
Tetraodontidae X X

3.2 Parâmetros abióticos


A temperatura superficial da água não apresentou diferença significativa entre os pontos de coleta e período
estudado (p = 0,718), registrando valor médio de 29,2°C. No entanto foram observados na expedição de
junho uma queda brusca nos pontos P4 e P5 (27,3°C a 28,1°C, respectivamente), variação atribuída à forte
chuva no momento da coleta (Figura 13).

Figura 13. Valores da temperatura (°C) da coluna d’água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.

Estas variações segundo Agawin; Duarte (2002), de forma geral, não exercem controle sobre o crescimento e
a abundância do plâncton e nem determinam um padrão anual em águas tropicais. Para alguns autores

16
como Lowe-McConnell (1962); Barthem (1985) e Castro (1985) a temperatura da água por não sofrerem
grandes variações ao longo do ano, não se torna um parâmetro ambiental que influencia a distribuição
espacial da ictiofauna, nos ecossistemas estuarino e costeiro da região norte.

Os valores de pH variaram entre 5,1 a 7,4 com a média em torno de 6,5 e não apresentaram diferenças
significativas (p = 0,219) entre os pontos e períodos amostrados. O índice mais baixo foi registrado no ponto
P5 em junho de 2010 (Figura 14), provavelmente devido à influência de grande quantidade de matéria
orgânica alóctone, oriunda da lixiviação das áreas marginais do canal, ocasionada pela chuva no momento a
coleta.

Figura 14. Valores do pH da coluna d’água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá,
Amapá.

Fato observado por Gomes (2009), onde este autor afirma que o pH é altamente influenciado pela
quantidade de matéria orgânica a ser decomposta, pois quanto maior a quantidade disponível menor é o pH
devido à formação de ácidos húmicos, podendo variar dependendo da área que este corpo recebe as águas
da chuva, dos esgotos e da água do lençol freático.

Quanto a relação com a ictiofauna planctônica, Nakatani (1994) observou que a distribuição mensal das
larvas de Catathyridium jenynsii (Achiridae) tiveram aumento nas densidades, devido ao declínio dos níveis
de pH e Bialetzki (2002) realça que, apesar da ausência de informações sobre a influência do fator pH na
reprodução dos peixes, provavelmente ele atue de forma secundária induzindo os indivíduos a desovarem.
As concentrações de oxigênio dissolvido variaram entre 2,8 e 15,1 mg/l de saturação, não apresentando
diferença significativa (p = 0,177) entre os pontos e os períodos de coleta. Foi observado um aumento do

17
oxigênio dissolvido no ponto P4 e P5 do mês de junho (Figura 15), devido à maior atividade pluviométrica no
momento da coleta favorecendo a oxigenação das águas.

Figura 15. Valores de oxigênio dissolvido (mg/L) da água durante as expedições ao longo do canal do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.

Fato também constatado por Bastos et al. (2005), onde observou que a precipitação pluviométrica possui
uma relação direta com a biomassa fitoplanctônica, material em suspensão e o teor de oxigênio dissolvido e
relação inversa com a temperatura e transparência da água.

Relacionando os índices de pluviosidade com a densidade de larvas capturadas ao longo do canal do Igarapé
da Fortaleza (Figura 16) e através da análise de regressão pode-se observar que a densidade de larvas de
peixes tem uma forte relação negativa com a precipitação pluviométrica (Figura 17), ou seja, quanto maior a
precipitação, menor será a densidade de larvas.

Este fato ocorre provavelmente pela migração vertical que as larvas realizam no momento da chuva,
migrando para a região mais profunda do canal limitando a captura na zona subsuperficial da coluna d’água.

Contudo, a relação de fatores ambientais como temperatura, oxigênio dissolvido, precipitação, nível
pluviométrico, entre outros, no desenvolvimento e na distribuição de ovos e de larvas de peixes, tem sido
demonstrada em muitos trabalhos como Cavicchioli (2000); Nakatani et al. (2001); Baumgartner (2001);
Sanches (2002) e Nascimento; Nakatani (2006) que asseguram a importância destes fatores na reprodução
dos peixes, sendo responsáveis pelo sincronismo de distribuição de ovos e de larvas de peixes, garantindo
desta forma o desenvolvimento e sobrevivência nas fases iniciais do ciclo de vida.

18
Figura 16. Valores da pluviosidade e os valores log-transformados (log10 x + 1) da densidade de larvas do Igarapé da
Fortaleza, Macapá, Amapá.

Figura 17. Regressão linear entre a variável ambiental (pluviosidade) e os valores de log transformados (log10 x + 1) das
densidades de larvas ao longo do canal do Igarapé da Fortaleza, Macapá, Amapá.

Portanto, espera-se que este estudo seja apenas o início do desenvolvimento da conscientização dos órgãos
ambientais sobre a importância das fases iniciais do ciclo de vida dos peixes para a região, servindo como
subsídio para elaborar medidas de manejo e/ou conservação de estoques pesqueiros.

19
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o período estudado foi registrado a ocorrência de 21 táxons: Characiformes, Clupeiformes,
Siluriformes, Achiridae, Clupeidae, Pimelodidae, Prochilodontidae, Rivulidae, Tatia sp., Triportheus spp.,
Astyanax sp., Curimata sp., Eleotris cf. pisonis, Anchoviella sp., Anchovia spp., Evorthodus lyricus, Pellona
sp., Plagioscion sp., Plagioscion squamosissimus, Bryx sp., Colomesus asellus, com predominância de
Clupeiformes pertencentes às famílias Engraulidae, Pristigasteridae e Clupeidae. Estes resultados são
comumente observados em estudos de Ictioplâncton.

A distribuição do ictioplâncton foi maior nos pontos amostrais situados na parte mais interna do canal
(jusante - ambiente de cabeceira), evidenciando a utilização deste habitat por larvas, principalmente de
Clupeiformes e Eleotridae, caracterizando a área como propícia para o desenvolvimento destes
indivíduos.

Algumas famílias só foram coletadas durante o período chuvoso, como por exemplo: Characidae,
Prochilodontidae, Curimatidae, Gobiidae, Auchenipteridae, Syngnathidae e Achiridae, enquanto que, as
famílias Eleotridae e Rivulidae tiveram sua ocorrência apenas nas coletas do período seco.
Provavelmente, devido às espécies amazônicas apresentarem estratégias de adaptação às mudanças
sazonais.

O canal do Igarapé da Fortaleza possui características estuarinas, devido a influência diária de marés e a
presença de alguns representantes dos Clupeiformes, como por exemplo, o gênero Anchoviella que
geralmente são considerados comuns em ambientes costeiros.

A maior densidade larval foi registrada para a família Engraulidade apresentando ampla distribuição ao
longo do canal independentemente do período pluviométrico, seguida por Syngnathidae e Characidae,
durante o período chuvoso, sendo que as famílias Pristigasteridae, Clupeidae e Eleotridae, apresentaram
maior densidade no período seco.

Fatores abióticos analisados durante o estudo, tais como temperatura superficial da água, pH e oxigênio
dissolvido, não apresentaram diferença significativa entre os pontos amostrais.

Através da análise de regressão linear, foi observado que a densidade de larvas de peixes do Igarapé da
Fortaleza tem uma forte relação negativa com a precipitação pluviométrica, diferentemente do que é
registrado em estudos realizados com os ovos e larvas de peixes.

20
O estudo contribuiu significativamente para a ampliação do conhecimento da distribuição espacial e
temporal das fases iniciais do ciclo de vida dos peixes, representando os primeiros trabalhos científicos
registrados para o Igarapé da Fortaleza, servindo como subsídios para futuras pesquisas, possibilitando
assim, a elaboração de medidas de manejo e/ou conservação de estoques pesqueiros.

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