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RELATÓRIO TÉCNICO DE QUALIDADE DA ÁGUA

ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA DA BACIA


HIDROGRÁFICA ITAPEMIRIM NO CORPO HÍDRICO RIO BRAÇO NORTE
DIREITO (ITP2C065)

CLIENTE:

ENG. CIVIL MÔNICA DE SOUZA MENDES

INSTITUIÇÃO PARTICIPANTE:

UNIVERSIDADE DE VILA VELHA

ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO TÉCNICO:

ENG. CIVIL LUCAS RAASCH – CREA 202088786/D

ENG. CIVIL LUIZA FASSARELA – CREA 201776125/D

ENG. CIVIL MARLON OLIVEIRA – CREA 202090385/D

ENG. CIVIL WENDEL ASSIS – CREA 202088786/D

ENG. CIVIL YAN DO VALE – CREA 201984857/D

ABRIL DE 2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6

2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 7

2.1. Definição das águas ............................................................................................. 8

2.2. Análise dos resultados obtidos nas amostras de água ....................................... 10

2.2.1. pH: Potencial hidrogeniônico (adimensional) ........................................... 11

2.2.2. Turb: Turbidez (UNT) ............................................................................... 12

2.2.3. OD: Oxigênio dissolvido (mgO2/L) ........................................................... 12

2.2.4. DBO: Demanda bioquímica de Oxigênio (mgO2/L) ................................. 13

2.2.5. SDT: Sólidos dissolvidos totais (mg/L) ..................................................... 14

2.2.6. Coli: Coliformes termotolerantes (NPM/100mL) ...................................... 14

2.2.7. NO3: Nitrato (mg/L)................................................................................... 15

2.2.8. PT: Fósforo total (mg/L) ............................................................................ 15

2.2.9. Temp Am: Temperatura da amostra (°C) .................................................. 16

3. IQA – ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS ................................................... 17

4. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 21
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa da bacia hidrográfica Itapemirim ........................................................... 7

Figura 2 – Classificação da água doce com relação à sua qualidade ................................. 9

Figura 3 – Classificação da água doce com relação ao seu uso ......................................... 9

Figura 4 – Enquadramento para a bacia hidrográfica do rio Itapemirim ......................... 10


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Classificação das águas................................................................................... 8

Gráfico 2 – Evolução do pH ............................................................................................ 12

Gráfico 3 – Evolução da tubidez ...................................................................................... 12

Gráfico 4 – Evolução da Oxigênio dissolvido ................................................................. 13

Gráfico 5 – Evolução da demanda bioquímica de Oxigênio ........................................... 13

Gráfico 6 – Evolução dos sólidos dissolvidos totais ........................................................ 14

Gráfico 7 – Evolução dos coliformes termotolerantes ..................................................... 15

Gráfico 8 – Evolução do Nitrato ...................................................................................... 15

Gráfico 9 – Evolução do Fósforo total ............................................................................. 16

Gráfico 10 – Evolução da temperatura da amostra .......................................................... 16

Gráfico 11 – Evolução do IQA ........................................................................................ 18


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Enumeração das amostras .............................................................................. 11

Tabela 2 – Graduação do IQA ......................................................................................... 17

Tabela 3 – Evolução do IQA ........................................................................................... 18


6

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o site da Agência Estadual de Recursos Hídricos, o monitoramento da


qualidade da água dos rios capixabas é feito por meio do Programa de Monitoramento
das Águas Interiores do Estado do Espírito Santo, operado e gerenciado pela AGERH. A
periodicidade das avaliações da qualidade das águas das bacias hidrográficas do Estado,
auxiliam na detecção, em córregos e rios, dos melhores pontos de captação para
consumo humano, a efetividade das iniciativas de recuperação hídrica, as áreas críticas
em termos de poluição, o atendimento às metas de enquadramento, entre outros
instrumentos de gestão dos recursos hídricos. O IQA-ES proporciona ao usuário
identificar pontos de monitoramento e acessar todos os dados relativos à qualidade da
água nesses locais selecionados.

As variações na qualidade de água, em consequência dos processos de evolução natural


e de ações antrópicas, se externam através redução acentuada da biodiversidade
aquática, em função da desestruturação do ambiente químico, físico e de alterações na
estrutura e dinâmica das comunidades biológicas, uma vez que o uso de bioindicadores
(espécies, grupos de espécies ou comunidades) permite uma avaliação integrada dos
efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição (CALLISTO et al., 2001).

O resultado da urbanização crescente é o aumento dos efeitos das chuvas e das ações
erosivos em bacias hidrográficas. Entende-se que, frequentemente as áreas inapropriadas
à moradia são ocupadas pela população, que não conhece o risco dos desastres ligados
às mesmas. As sequelas podem ser materiais e humanas, o que torna indispensável a
aplicação de medidas para controle desses eventos. Devido a isso, foi identificada a
necessidade de se analisar o Índice de Qualidade de Água (IQA) no Corpo Hídrico Rio
Braço Norte Direito da Bacia Hidrográfica Itapemirim (Código ITP2C065), devido a
ocupação do solo no curso d’água, necessitando de uma análise investigativa para assim
inferir sobre os impactos que causaram no corpo d’água.

Esse relatório refere-se à apresentação dos resultados das análises de qualidade das
águas como produto do cruzamento de dados colhidos no site da AGERH (Agência
Estadual de Recursos Hídricos) no Corpo Hídrico Rio Braço Norte Direito da Bacia
Hidrográfica Itapemirim conforme demandas.

Os pontos de monitoramento são apresentados as localizações no Figura 1.


7

Figura 1 – Mapa da bacia hidrográfica Itapemirim

Fonte: https://servicos.agerh.es.gov.br/iqa/

2. DESENVOLVIMENTO

Os rios são coletores naturais do ambiente, dessa forma reflete, perfeitamente, o uso e
ocupação do solo de sua bacia de drenagem, cujos processos principais de degradação
são o assoreamento e homogeneização do leito, diminuição da diversidade de habitats e
microhabitats e a eutrofização artificial (Goulart & Callisto, 2003). Os rios,
especialmente os que se localizam em grandes centros urbanos, estão submetidos a
várias formas de impactos de origem antrópica, afetando os ecossistemas aquáticos. As
principais alterações ocorrem devido aos processos de lavagem e carreamento de
material (Callisto et al., 2001).

Segundo a AGERH, a Bacia Hidrográfica Itapemirim está situada na região sul do


Espírito Santo (ES), tem uma área de drenagem com aproximadamente 5.952 km² e
abarca 17 (dezessete) municípios capixabas e 1 (um) município mineiro. Estudar a
8

qualidade da água desta bacia é importante pois, ela é responsável por abastecer o
público nas cidades em suas margens, e também para atividades industriais e
agropecuárias. Para isso, o presente relatório pretende debater criticamente as análises
feitas na bacia hidrográfica Itapemirim, na altura do corpo hídrico rio Braço Norte
Direito, em um período de análise entre 20/09/2016 à 17/11/2022 (vinte e duas coletas),
analisando ainda os impactos causados por atividades antrópicas entre outras ações.

Os resultados estão disponíveis no site da AGERH (Agência Estadual de Recursos


Hídricos) e serão analisados com base na Resolução CONAMA 357/2005 e
apresentados a seguir na forma gráfica.

2.1. Definição das águas

De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 as águas podem ser classificadas em


água doce, água salobra e água salina como mostra a figura 1.

Gráfico 1 – Classificação das águas

Sali. ≥ 30%

0,5% ≤ Sali. ≤ 30%

Sali. ≤ 0,5%

Água Doce Água Salobra Água Salina

Fonte: Plano de recursos hídricos das bacias hidrográficas do Espírito Santo, 2019

Os dados obtidos no site AGERH, mostram que das vinte e duas coletas somente uma
resultou em uma salinidade maior que 0,5% (coleta do dia 09/12/2021 que apresentou
11,5% de salinidade). Logo, pode-se classificar as águas da Bacia Hidrográfica como
Água Doce como mostra o gráfico abaixo.

A Resolução CONAMA 357/2005 classifica, também, as águas doces segundo a


9

qualidade requerida para os seus usos preponderantes como demonstram as figuras 2 e 3.

Figura 2– Classificação da água doce com relação a sua qualidade

Fonte: Plano de recursos hídricos das bacias hidrográficas do Espírito Santo, 2019

Figura 3 – Classificação da água doce com relação ao seu uso

Fonte: Plano de recursos hídricos das bacias hidrográficas do Espírito Santo, 2019

De acordo com o relatório Técnico da Etapa B (REB) do processo de planejamento dos


recursos hídricos da bacia hidrográfica do Rio Itapemirim, coordenado pela Agência
Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) e pelo Instituto Jones dos Santos Neves
(IJSN), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (FAPES) e com
a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA), na área do
corpo hídrico Rio Braço Norte Direito abrange enquadra-se na classe 2, conforme
10

mostra a figura 4, e é uma área de proteção ambiental. Sendo assim, uma área de grande
extensão natural, com ocupação humana muito pequena e controlada, o que ajuda na
garantia proteção e conservação através do uso sustentável dos recursos naturais, onde
determinadas atividades são autorizadas desde que não apresentem ameaça para os
recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.

Figura 4 – Enquadramento Para A Bacia Hidrográfica Do Rio Itapemirim

Fonte: Plano de recursos hídricos das bacias hidrográficas do Espírito Santo, 2019

Logo, para este relatório utilizaremos os parâmetros padrão de qualidade da água da


classificação de classe 2 da água doce.

2.2. Análise dos resultados obtidos nas amostras de água

Aplicam-se às águas doces de classe 2 as condições e padrões da classe 1, à exceção de


alguns itens, que serão mostrados no decorrer do relatório.

Para facilitar o entendimento do gráfico as amostras serão enumeradas da seguinte


forma:
11

Tabela 1 – Enumeração das amostras

Número da Amostra Data Formatada Data da Coleta


1 20/09/2016 20/09/2016
2 01/12/2016 01/12/2016
3 16/05/2017 16/05/2017
4 22/08/2017 22/08/2017
5 19/12/2017 19/12/2017
6 20/02/2018 20/02/2018
7 15/05/2018 15/05/2018
8 14/08/2018 14/08/2018
9 21/11/2018 21/11/2018
10 18/02/2019 18/02/2019
11 20/05/2019 20/05/2019
12 12/08/2019 12/08/2019
13 21/11/2019 21/11/2019
14 19/02/2020 19/02/2020
15 25/11/2020 25/11/2020
16 24/02/2021 24/02/2021
17 21/07/2021 21/07/2021
18 09/12/2021 09/12/2021
19 17/02/2022 17/02/2022
20 18/05/2022 18/05/2022
21 30/08/2022 30/08/2022
22 17/11/2022 17/11/2022
Fonte: Próprio autor

2.2.1. pH: Potencial hidrogeniônico (adimensional)

O padrão de pH para a classe 2 da água doce está entre 6,0 e 9,0. O gráfico 1 apresenta o
pH das águas e nos indica que praticamente todos os valores encontram-se dentro da
faixa permissível estabelecida na resolução CONAMA 357/05, observando-se uma
ascensão dos valores na 5º amostra (12,4) e uma baixa na 7º amostra (4,7). Nota-se,
entretanto, que a grande maioria das amostras estão dentro do intervalo padrão permitido
para o critério estabelecido.
12

Gráfico 2 – Evolução do pH

PH
12,4

8,7
8,1 7,88 7,54 7,72 7,69 7,83
7,3 7,66 7,6 7,5 7,3
7,09 6,8 6,87 7,28 7,25 6,97
6,7 6,43
4,7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor

2.2.2. Turb: Turbidez (UNT)

O padrão de turbidez para a classe 2 da água doce é de até 100 unidades nefelométrica
de turbidez (UNT). O gráfico 2 apresenta os valores de turbidez na água e nota-se que
mesmo havendo alguma grande variação entre os valores obtidos esta não é significativa
e todos os valores encontram-se dentro dos limites estabelecidos na resolução
CONAMA 357/05.

Gráfico 3 – Evolução da turbidez

TURBIDEZ
53,43
46,8

34,18

24,7
18,9 19,8
15,7
12,12 12,02
6,67 6,9 5,4 7,1 6,9 6 5,8
2,9 4,5 4,51 4,67
1 1,07

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor

2.2.3. OD: Oxigênio dissolvido (mgO2/L)

O padrão de Oxigênio dissolvido para a classe 2 da água doce, em qualquer amostra, não
inferior a 5 mg/L O2. O gráfico 4 apresenta as concentrações de Oxigênio dissolvido
13

(OD) na água e nota-se que nenhuma das amostras está abaixo do valor padrão do
parâmetro.

Gráfico 4 – Evolução do Oxigênio dissolvido

O X I G Ê N I O D I S S O LV I D O
8,82 9,11 8,97 9,1
8,5 8,4 8,7 8,6 8,57
8,08 8,1 8,1 7,8 8,2 8,48 7,94 8,27 8,11 8,36
7,76
7,4 7,7

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor

2.2.4. DBO: Demanda bioquímica de Oxigênio (mgO2/L)

O padrão de demanda bioquímica de oxigênio para a classe 2 da água doce é de 5 dias a


20°C até 5 mg/L O2. O gráfico 4 apresenta a demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
na água e observa-se que a grande maioria das amostras ficaram dentro do limite.
Entretanto, nas amostras 1, 19,20, 21 e 22 apresentaram valores mais altos.

Gráfico 5 – Evolução da demanda bioquímica de Oxigênio

D E M A N D A B I O Q UÍ M I C A D E O X I G Ê N I O
8 8

6 6 6

3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
2 2 2 2 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor


14

2.2.5. SDT: Sólidos dissolvidos totais (mg/L)

O padrão de concentração de sólidos totais dissolvidos para a classe 2 da água doce é de


500 mg/L. O gráfico 5 apresenta a concentração de sólidos totais dissolvidos na água e
observam- se que todos os valores estão dentro do limite permitida. Porém, a amostra 11
apresenta um valor bem discrepante dos demais.

Gráfico 6 – Evolução dos sólidos dissolvidos totais

S Ó L I D O S D I S S O LV I D O S TO TA I S
419

291

207,4
187
148 145

68 79
59 45
30,4 42 27 38 32 35 30
20 10 17 23 24

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor

2.2.6. Coli: Coliformes termotolerantes (NPM/100mL)

O padrão de concentrações de coliformes fecais termotolerantes para a classe 2 da água


doce não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100
mililitros. O gráfico 6 apresenta as concentrações de coliformes fecais termotolerantes
na água e para melhor visualização do gráfico, a amostra 15 foi retida devido ao fato de
apresentar um valor altíssimo (160.000ml/100ml). Deve-se notar que as amostras 1, 2, 5,
13, 14, 15, 17 e 22 apresentam a concentração maior do que a permitida para o
parâmetro e representando 36,36% das amostras.
15

Gráfico 7 – Evolução dos coliformes termotolerantes

C O L I F O R M E S T E R M O TO L E R A N T E S
3500

2400
2200

1600
1300 1300
1100

490 540
330 330 330 390
110 170 170 240
110 78 49 130

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio autor

2.2.7. NO3: Nitrato (mg/L)

O padrão de concentrações de nitrato para a classe 2 da água doce é de 10,0 mg/L NO3.
O gráfico 7 apresentam as concentrações de nitrato e todos os valores encontrados
ficaram abaixo do limite considerado.

Gráfico 8 – Evolução do Nitrato

N I T R ATO
0,93
0,8
0,71
0,58
0,5 0,51 0,4760,48
0,47
0,37 0,34 0,34 0,37
0,29 0,27
0,23 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23

0,06

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio Autor

2.2.8. PT: Fósforo total (mg/L)

O padrão de concentrações de Fósforo total para a classe 2 da água doce é de até 0,050
mg/L. O gráfico 9 apresentam as concentrações de Fósforo total e observa-se que as
amostras 1, 3, 13, 14 e 15 apresentam-se acima do nível permitido.
16

Gráfico 9 – Evolução do Fósforo total

F Ó S F O R O T O TA L
0,11

0,08 0,08
0,07
0,06 0,06 0,06
0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05

0,02
0,01 0,01 0,01 0,01

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio Autor.

2.2.9. Temp Am: Temperatura da amostra (°C)

Não há um padrão para a temperatura da amostra para a classe 2 da água doce. O gráfico
9 apresentam a temperatura da amostra e observa-se uma uniformidade sem grandes
discrepâncias.

Gráfico 10 – Evolução da temperatura da amostra

T E M P E R AT UR A D A A M O S T R A
25 24,03
23 23,4 22,53
22,247 22
20 20,36 19,4 20,7 20,19
18,99 19 19 19 19 19,04 19,47
17,5 17,28 17

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

Fonte: Próprio Autor.


17

3. IQA – ÍNDICE DE QUALIDADE DAS ÁGUAS

Novas metodologias vêm sendo desenvolvidas e utilizadas para conhecimento da relação


quantitativa e qualitativa da água, como o Índices de qualidade da água – IQA
(CARVALHO et al, 2009).

O IQA é o índice que tem sido mais utilizado para classificarmos a água em regiões que
ainda não têm padrões definidos admitindo, em sua estrutura pragmática, efetuar
avaliações matemáticas complexas de grande quantidade de dados de caracterização de
água e transformá-las num valor simples que fácil compreensão pelos planejadores,
gestores e o público em geral (CARVALHO et al, 2009).

O IQA incorpora nove parâmetros relevantes para a avaliação da qualidade das águas:
coliformes termotolerantes, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrogênio total,
fósforo total, temperatura, turbidez, resíduo total, oxigênio dissolvido. Os parâmetros
utilizados no cálculo do IQA contemplam basicamente a presença de matéria orgânica,
nutrientes, organismos patogênicos e sólidos nos corpos de água, contribuindo, assim,
para que a avaliação dos atributos da água que contemplem os principais indicadores de
qualidade. Para esses parâmetros, criaram-se curvas de variação da qualidade da água de
acordo com a condição ou estado de cada parâmetro (MATO GROSSO DO SUL, 2012).

O IQA é determinado pelo produtório ponderado da qualidade da água correspondente


aos parâmetros mencionados e a partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a
qualidade das águas brutas, indicada pelo IQA em uma escala de 0 a 100 (MATO
GROSSO DO SUL, 2012). Como mostra a gradação apresentada na tabela 2.

Tabela 2 – Graduação do IQA

INDICADORES FAIXA QUALIDADE COR


IQA 80 – 100 Ótima Azul
IQA 52 – 79 Boa Verde
IQA 37 – 51 Aceitável Amarela
IQA 20 – 36 Ruim Vermelha
IQA 0 – 19 Péssima Preta
Fonte: Próprio Autor.

No site da AGERH, podemos obter todos os IQA para as amostrar utilizadas aqui no
presente relatório conforme apresentado na tabela 3 e no gráfico 10 abaixo.
18

Tabela 3 – Evolução do IQA

Nº DA AMOSTRA IQA QUALIDADE


1 68,6788 Boa
2 63,5492 Boa
3 75,9006 Boa
4 75,1323 Boa
5 43,4444 Aceitável
6 67,6463 Boa
7 61,0797 Boa
8 72,4346 Boa
9 72,4921 Boa
10 76,4532 Boa
11 73,6936 Boa
12 78,8110 Boa
13 65,4171 Boa
14 71,6666 Boa
15 52,2123 Boa
16 76,6488 Boa
17 70,8106 Boa
18 82,0015 Ótima
19 76,7332 Boa
20 75,3102 Boa
21 77,7076 Boa
21 67,0432 Boa
Fonte: Próprio Autor.

Gráfico 11 – Evolução do IQA

IQA
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 21

Fonte: Próprio Autor.


19

4. CONCLUSÃO

O desenvolvimento das análises e monitoramento da qualidade das águas de qualquer


bacia hidrográfica são ferramentas básicas para que sejam criadas estratégias que
busquem a preservação, a recuperação e o uso racional dos recursos hídricos, reduzindo
conflitos e direcionando as atividades econômicas (IGAM, 2018).

Conforme VON SPERLING (1995) o fósforo na água pode aparecer através de origem
animal, podendo ser pela dissolução de compostos do solo e da decomposição da
matéria orgânica. E através de origem antropogênica, pelos dejetos domésticos, e
industriais, excrementos de animais, detergentes e fertilizantes.

No entendimento de VON SPERLING (1995) o oxigênio dissolvido tem fundamental


importância para os organismos aeróbios. Em contrapartida, é o principal parâmetro de
caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos.

Já a turbidez em índices elevados, faz com que organismos patogênicos se proliferem no


meio provocando doenças nos seres vivos, além de causar interferência na eficácia da
descontaminação da água, no tratamento e tendo o potencial de reduzir drasticamente a
produção de fotossínteses feita pelas algas na mesma, etc. (VON SPERLING, 1995).

VON também faz um alerta de que os sólidos dissolvidos totais em larga escala no meio
aquático, podem trazer demasiada salinidade, problemas de permeabilidade do solo e
toxidade às plantas.

Ao referenciar os coliformes termotolerantes, (SANTOS, 2017) esclarece que a


Escherichia Coli na água indica que a mesma está contaminada por fezes e esgoto, sendo
capaz de provocar doenças patogênicas, direta ou indiretamente para os seres humanos.

Com a execução do cálculo IQA, se constatou que as amostras possuem um bom índice
para a qualidade da água. Entretanto, o baixo valor encontrado na amostra 5
provavelmente está relacionada com o índice elevado de coliformes termotolerantes,
indicando uma possível contaminação do corpo hídrico por lançamento de esgotos
domésticos, que alteram assim a qualidade da água.

Portanto, necessitam serem feitas propósitos atenuantes com a intenção de mitigar a


poluição hídrica, sendo que o primeiro ato a ser realizado, é o empenho na educação
20

ambiental com toda a população que vive no entorno do corpo hídrico do Rio Braço
Norte Direito.
21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Disponível em: <


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