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Lisboa: Editorial
Caminho, 2007.
Quando saíres
Deixa encostadas
As portas do Kalahari.
(p. 9)
Observações:
Talvez me encontres
Na décima curva do vento
Molhada ainda do sangue das virgens do sacrifício
Por entre a febre
A arder
(p. 10-11)
(p. 12)
Dormias
Enquanto cantava a rola
O cuco e o bem-te-vi
Dormias
Enquanto duas vacas
Pariam no curral
Dormias
Quando a hiena entrou no cercado
Levou o cabrito pequeno
E partiu a cabaça dos sacrifícios
Dormias
Quando a água chegou à mulola grande
Dormias
E já ia alto
O canto da rola
Do cuco e do bem-te-vi.
(p. 13)
Observações:
1) O que é mulola?
(p. 14)
(p. 15)
(p. 16)
(p. 17)
(p. 18)
De onde eu venho
sou visitada pelas águas ao meio-dia
quando o silêncio se transforma
para as doces palavras do sal em flor
e das raparigas
(p. 19-22)
Adélia lê as estelas
As escritas da areia
Lava com cuidado
As feridas
Diz:
(p. 23)
Dito nyaneka
(p. 24-25)
(p. 26)
OTYOTO
(o altar da família)
(p. 27)
Para Ivone
(p. 28)
Perdi as palavras
as dos poemas
e do silêncio
Fiquei só
debaixo da árvore da febre
Segui o rasto
as pegadas
as marcas das minhas feridas
e fiquei só
debaixo da árvore da febre
A mulher do mercado trouxe a pemba
traçou a minha testa e
as mãos
O velho soldado
entrançou-me as pernas de histórias e confusão
(p. 29-32)
FALA DO VELHO
FALA DA VELHA
(p. 35)
(p. 36)
(p. 37)