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ANÁLISE

GRANULOMÉTRICA
DO SOLO
CURVA DE DIST.
GRANULOMÉTRICA
DETERMINAÇÃO
DOS ÍNDICES DO
SOLO
Wanessa Letícia de Oliveira Miranda
Análise granulométrica do solo, índices do solo

Olá, aluno (a) Unifacear!


Seja bem-vindo (a) à aula Análise granulométrica do solo, curva de distribuição
granulométrica e determinação dos índices do solo!

Fonte: iStock (2022)

A análise granulométrica é o estudo da determinação das dimensões das partículas


do agregado, ou seja, a distribuição dos grãos em um determinado solo.
A curva de distribuição granulométrica é realizada com a percentagem do material
com as dimensões menores do que uma dimensão determinada e a dimensão de partícula,
em uma escala logarítmica.
A determinação dos índices do solo é a relação entre peso e volume, ou entre
volumes ou entre pesos, com o objetivo de analisar as condições do solo.
Então, vamos nessa?

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO E CURVA DE DISTRIBUIÇÃO


GRANULOMÉTRICA

A análise granulométrica procura definir as proporções das frações de argila, silte


e areia. As maiores frações da areia representam a pedregosidade. A partir desta
informação, é possível enquadrar o solo dentro de uma categoria textural, ou seja, uma
classe textural, classificando-o em arenoso, argiloso, siltoso, entre outros.
A análise granulométrica, em sua amostra deve representar uma parte homogênea
na paisagem (cor do solo, vegetação, textura e topografia). As amostras devem ser
retiradas em uma camada determinada de forma prévia e de acordo com o propósito da
análise.
A análise granulométrica possui alguns princípios, sendo eles:
- Ruptura dos agregados do solo por desagregação mecânica
- Dispersão química para individualizar as partículas minerais e separação dessas
partículas por tamanho por meio de peneiramento e sedimentação em meio aquoso.
De acordo com a norma NBR 7181/2019, deve ser realizado dois ensaios para a
correta determinação da granulometria do solo, sendo eles: ensaio de peneiramento e de
ensaio de sedimentação.

Ensaio de peneiramento
O ensaio de peneiramento é para solos granulares e de sedimentação para solos
finos (siltes e argilas). O peneiramento é realizado de forma a separar as diferentes frações
sólidas da amostra do solo. O processo pode ser divido em peneiramento grosso, para
partículas maiores que 2mm, e peneiramento fino, para partículas menores que 2mm.
Primeiramente, é preparado uma amostra de solo, sendo seco em estufa e pesado.
Depois, essa amostra é colocada na peneira de maior abertura.
A Figura 1 apresenta a série de peneiras.

Figura 1 – Série de peneiras utilizadas no ensaio de peneiramento

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

Fonte: Marinho (2020)

A série de peneiras é empilhada de maneira que a peneira com maior abertura


fique acima da peneira com abertura imediatamente menor e assim por diante.
Normalmente, as peneiras são chamadas de acordo com o seu número de malha,
como #10, #200 e esse valor representa o número de aberturas que a malha tem em uma
polegada quadrada, ou seja, #200 tem mais aberturas em uma pequena área, sendo assim,
é uma peneira mais fina que a peneira de #10.
A série é colocada em um vibrador, para que possa ajudar na melhor separação das frações
de solo. A Figura 2 apresenta um exemplo desse vibrador.

Figura 2 – Vibrador de peneiras

Fonte: Marinho (2020)

Após o peneiramento, uma parte de solo fica “presa” em cada uma das peneiras,
onde a parte mais grossa fica nas peneiras superiores e as finas ficam em peneiras

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

inferiores. Então, é pesada a fração do solo que restou em cada peneira. Diante desses
dados, é realizado um gráfico, onde na abscissa é representado o diâmetro das partículas,
em escala logarítmica, e na ordenada é representada a porcentagem de peso das partículas
que passaram ou que foram retidas em cada peneira.

Ensaio de sedimentação
Para determinar os valores de diâmetro médio em solos finos, como os siltes e
argilas, o ensaio de sedimentação é mais indicado, embora seja indicado para qualquer
material com diâmetro menor de 2mm.
O ensaio de sedimentação consiste em deixar sedimentar uma pequena amostra
de solo em um béquer, por aproximadamente 24h e com a ajuda de um densímetro é
aferida a densidade da solução com a amostra de solo ao longo do tempo de sedimentação.
A partir da lei de Stokes é possível determinar o diâmetro máximo das partículas
presentes na amostra de solo. A lei de Stokes descreve o tamanho da partícula com a
velocidade com que ela sedimenta em um meio líquido. Assim, quanto maior a partícula,
mais rapidamente ela irá se depositar no fundo da proveta de ensaio. A Figura 3 apresenta
amostras de solo.

Figura 3 – Amostras de solo

Fonte: Marinho (2020)

Interpretação dos resultados

De uma maneira mais ampla, é possível distinguir algumas características de


granulometria do solo, sendo elas:

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

• Bem graduado: tem várias frações de diâmetro diferentes misturadas, conforme


mostra a Figura 4.

Figura 4 – Solo bem graduado

Fonte: Marinho (2020)

• Graduação aberta: algumas frações de diâmetro não são encontradas nesse tipo de
solo, conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 – Solo de Graduação aberta

Fonte: Marinho (2020)

• Graduação uniforme: as partículas possuem praticamente apenas o mesmo


diâmetro médio, conforme mostra a Figura 6.

Figura 6 – Solo de Graduação uniforme

Fonte: Marinho (2020)

Após a realização dos ensaios (peneiramento e sedimentação), é necessário a


construção de um gráfico de forma a demonstrar as quantidades de cada partícula presente
em uma amostra.
O gráfico criado é chamado Curva de Distribuição Granulométrica, que é utilizado
na determinação de diversos parâmetros do solo. Na formação do gráfico, se utiliza os
valores das porcentagens passantes (ou retidas) e os diâmetros correspondestes. A Figura
7 apresenta um exemplo desse gráfico.

Figura 7 – Curva de distribuição

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

Fonte: Marinho (2020)

Alguns parâmetros são utilizados para melhor entendimento e interpretação gráfica da


curva granulométrica, sendo eles:
• Diâmetro efetivo (D10): apenas 10% das partículas do solo possuem diâmetro
menor ao diâmetro efetivo, ou seja, podemos definir esse diâmetro abaixo da curva
granulométrica.
• Coeficiente de uniformidade (Cu): apresenta qual uniforme é o solo. Quando os
valores são próximos a 1,0 demonstram uma curva vertical, sendo característica de um
solo uniforme, com presença de um diâmetro. Quanto maior o coeficiente, menos
uniforme é o solo.
- Se Cu<3,0 → solo uniforme
- Se Cu>15,0 → solo desuniforme
Esse coeficiente é calculado pela equação:

• Coeficiente de curvatura (Cc): esse coeficiente apresenta se o solo é bem graduado


ou não, e indica é a simetria da curva granulométrica ou não. Para valores do coeficiente
de curvatura entre 1,0 e 3,0 significa que é um solo bem graduado. Esse coeficiente é
calculado pela equação:

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Existe uma classificação aplicada às areias e pedregulhos, decorrente de suas


composições granulométricas, que estão representadas na Figura 8.

Figura 8 – Classificação

Fonte: Marinho (2020)

❖ Solo uniformes (curva A): a maior parte dos grãos possui, aproximadamente a
mesma direção e a curva apresenta alta declividade e aproxima da vertical.
❖ Solos bem graduado (curva B): as dimensões das partículas englobam uma longa
faixa de valores, a curva é suave e demonstra uma concavidade típica dos materiais bem
graduados.
❖ Solos mal graduados (curva C): é aplicado a qualquer solo que não se enquadre
como bem graduado, até aos solos uniformes. Solos mal graduados faltam partículas com
determinadas dimensões e suas curvas granulométricas demonstram trechos quase
horizontais.

ÍNDICES DO SOLO

O solo é um material natural e que possui propriedades variadas, com constituição


complexa. Sua estrutura é composta por três fases: fase sólida, fase ar e fase água. A fase
sólida é composta pelo esqueleto mineralógico do solo e as fases ar e água são dominadas
por vazios. Os vazios podem, no entanto, serem preenchidos por água ou por ar. A Figura
9 apresenta essa estrutura.

Figura 9 – Constituição Trifásica do Solo


.

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Análise granulométrica do solo, índices do solo

FONTE: Adaptado de Budhu (2015)

Massa e Peso
A massa de um corpo é a medida da quantidade de matéria que o constitui, em
contrapartida. No sistema internacional (S.I.), a unidade padrão é o quilograma (kg).
Peso é a força com que um corpo é atraído para a superfície do planeta pela ação
da gravidade. No sistema internacional (S.I.), a unidade utilizada é o Newton (N).

Índice de vazios
É definido como a razão entre o volume de vazios e o volume de sólidos em uma massa
de solo. É representado pela equação:

Em que:
𝑒= índice de vazios
𝑉𝑣= volume de vazios (m³)
𝑉𝑠= volume de sólidos (m³)

Porosidade
Porosidade é a relação entre o volume de vazios e o volume total da amostra de solo.

Em que:

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𝑛= porosidade (%)
𝑉𝑣= volume de vazios (m³)
𝑉𝑡= volume total (m³)

Grau de saturação
Indica a porcentagem de seu volume de vazios preenchidos por água. é uma propriedade
de grande relevância no estudo das propriedades hidráulicas de solos não saturados. É
representado pela equação:

Em que:
𝑆= grau de saturação (%)
𝑉𝑤= volume de água (m³)
𝑉𝑣= volume de vazios (m³)

Teor de umidade
É a razão entre o peso de água e o peso de sólidos existentes em uma massa de solo.

Em que:
ℎ= teor de umidade (%)
𝑃𝑤= peso de água (kN)
𝑃𝑠= peso de sólidos (kN)

Peso específico natural


É a relação entre o peso total do elemento de solo e seu volume total, considerando todas
as três fases.

Em que:

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𝛾𝑛= peso específico natural (kN/m³)


𝑃𝑡= peso total (kN)
𝑉𝑡= volume total (m³)

As relações apresentadas estão relacionadas entre si. Conhecer e entender os índices


físicos é uma ferramenta fundamental na aplicação da Geotecnia.

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RESUMO

Caro aluno, nessa aula, você aprendeu o que é a análise granulométrica


do solo, como é realizada (peneiração e sedimentação), como é a curva de
distribuição granulométrica e os índices do solo.
Bons estudos!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHRISTOFOLETTI, Antônio. Geomorfologia. 2. Ed – Revista e ampliada. 1980.


Editora Edgard Bluncher Ltda.

MARINHO, Filipe. Análise granulométrica do solo. Guia da Engenharia. Maio, 2020.

QUEIROZ, Rudney C. Geologia e Geotecnia Básica para Engenharia Civil. São


Paulo: Blucher, 2016.

ROSSI, Carlos Henrique Amaral. Fundamentos de geologia. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2016.

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