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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CARAÚBAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAM0035 - MECÂNICA DOS SOLOS I

Características dos solos

PROFESSOR: WILKER FERNANDES SOARES

CARAÚBAS/RN
SUMÁRIO

• Dimensão das partículas;


• Argilominerais;
• Forma das partículas;
• Análise granulométrica;
• Curva granulométrica.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das


partículas que os compõem.

 Grãos perceptíveis a olho nu;


 Grãos tão finos que, quando molhados, se transformam em numa
pasta (barro), e não se pode visualizar as partículas
individualmente.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação grossa (solos cuja maior porcentagem esteja


constituída de partículas visíveis a olho nu (φ > 0,075 mm):
 São subdivididos em pedregulhos e areias.

 Solos de granulação fina (φ < 0,075 mm):


 São subdivididos em siltes e argilas.
 A afinidade pela água é uma característica marcante, e irá influenciar
sobremaneira o seu comportamento.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

ABNT NBR 6502/2022


DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

Fonte: Marinho (2016)


DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

Fonte: Marinho (2016)


DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação grossa:


 PEDREGULHOS - Os pedregulhos são acumulações incoerentes de
fragmentos de rocha, com dimensões maiores que 2 mm (escala MIT).
Normalmente, são encontrados em grandes extensões, nas margens dos
rios e em depressões preenchidas pôr materiais transportados pelos
rios.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação grossa:


 AREIAS - Tem origem semelhante à dos pedregulhos, entretanto, as
suas dimensões variam entre 2 mm e 0,06 mm. As areias são ásperas
ao tacto, e estando isentas de finos, não se contraem ao secar, não
apresentam plasticidade e comprimem-se, quase instantaneamente, ao
serem carregadas.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação fina:


 SILTES - Os siltes são solos de granulação fina que apresentam pouca
ou nenhuma plasticidade. Um torrão de silte seco ao ar pode ser
desfeito com bastante facilidade.
DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação fina:


 ARGILAS - São solos de granulação muito fina que apresentam
características mercantes de plasticidade e elevada resistência,
quando secas. Constituem a fração mais ativa dos solos. As argilas,
quando secas e desagregadas, dão uma sensação de farinha, ao tacto, e,
quando úmidas, são lisas.
ARGILOMINERAIS

 Solos de granulação fina:


 As argilas são formadas por um tipo de minerais: os argilominerais;
 Por mais que as argilas possam ser formadas por apenas um tipo de
argilomineral, normalmente elas são formadas por uma mistura deles.
Mas que apresenta sempre um argilomineral como predominante.
ARGILOMINERAIS

 Os argilominerais são silicatos de alumínio hidratado. O ferro e o


magnésio são encontrados nesses minerais como elementos de
substituição do Al;
 Além disso, os metais alcalinos e alcalinos-terrosos também podem
estar presentes como constituintes essenciais.
ARGILOMINERAIS

 Os principais grupos de argilominerais são: caulinita, ilita e


montmorilonita:
 Caulinita: São formadas por unidades estruturais de silício e alumínio,
que se unem alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura.
 Ilita: São estruturalmente semelhantes as montmorilonitas. As
substâncias isomórficas (não alteram o arranjo dos átomos) que
ocorrem tornam ela menos expansiva.
ARGILOMINERAIS

 Os principais grupos de argilominerais são: caulinita, ilita e


montmorilonita:
 Montmorilonita: São do grupo das Esmectitas. São formados pela
alteração de rochas ígneas básicas contendo silicatos ricos em Cálcio e
Magnésio. São potencialmente expansivos.
FORMA DAS PARTÍCULAS

 O mineral constituinte da partícula determina a sua forma:


 Os solos de granulação grossa (φ > 0,075 mm)
 Forma das partículas: Apresentam-se compostos de partículas
normalmente equidimensionais, podendo ser esféricas (solos
transportados) ou angulares (solos residuais).
FORMA DAS PARTÍCULAS

 Solos de granulação fina (φ < 0,075 mm)


 Forma das partículas: Lamelar, as duas dimensões são
incomparavelmente maiores que a terceira. Aparece, às vezes, a forma
acicular, em que uma das dimensões prevalece sobre as outras duas.
FORMA DAS PARTÍCULAS
FORMA DAS PARTÍCULAS
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

 Introdução: Todos os solos, em sua fase sólida, contêm partículas de


diferentes tamanhos em proporções variadas. A determinação do
tamanho das partículas e suas respectivas porcentagens de ocorrência
permitem obter a função distribuição de partículas do solo e que é
denominada distribuição granulométrica.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

 Definição: Análise da distribuição das dimensões dos grãos de um


solo; É a percentagem em peso que cada faixa especificada de tamanho
de grãos, representa na massa seca total utilizada para o ensaio;
 O ensaio de análise granulométrica do solo está normalizado pela
ABNT/NBR 7181/2016.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

 A distribuição granulométrica dos materiais granulares, areias e


pedregulhos, será obtida pelo processo de peneiramento de uma
amostra de solo;
 Para siltes e argilas se utiliza o processo de sedimentação;
 Para solos, que tem partículas tanto na fração grossa quanto na fração
fina se torna necessário à análise granulométrica conjunta.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Fornece a distribuição das partículas do solo;


 Relação entre a % que passa de material em peneiras selecionadas e o
diâmetro da partícula.
CURVA GRANULOMÉTRICA
SEDIMENTAÇÃO
SEDIMENTAÇÃO

 Para os solos finos, siltes e argilas, com partículas menores


que 0,075mm (#200), o cálculo dos diâmetros equivalentes
será feito a partir dos resultados obtidos durante a
sedimentação de certa quantidade de sólidos em um meio
líquido.
SEDIMENTAÇÃO

 Partículas decantam com velocidades diferentes (depende da


forma, tamanho, peso, viscosidade da água);
 A velocidade pode ser expressa pela Lei de Stokes:
SEDIMENTAÇÃO

 A Lei de Stokes:
 A velocidade de queda de uma partícula esférica, de peso
específico conhecido, em um meio líquido rapidamente
atinge um valor constante que é proporcional ao quadrado do
diâmetro da partícula;
 O estabelecimento da função, velocidade de queda -
diâmetro de partícula, se faz a partir do equilíbrio das
forças atuantes (força peso) e resistentes (resistência viscosa)
sobre a esfera.
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Ensaio de Granulometria Conjunta (NBR 7181/2016)


 É plotado em um gráfico, a porcentagem de material que passa, na
ordenada, e o tamanho das partículas(mm), na abscissa, dando origem à
CURVA DE DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA.
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA

• Exercício: Determine as % de argila, silte, areia e pedregulho


dos solos 1 e 2 abaixo:
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Argila: 42%
 Silte: 68 – 42 = 26%
 Areia fina: 92 – 68 = 24%
 Areia média: 98 – 92 = 6%
 Areia grossa: 100 – 98 = 2%
 Pedregulho: 100 – 100 =0%
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Argila: 0%
 Silte: 0%
 Areia fina: 0%
 Areia média: 4%
 Areia grossa: 95 – 4 = 91%
 Pedregulho:100 – 95 = 5%
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Os solos granulares podem ser “bem-graduados” ou “mal graduados”


CURVA GRANULOMÉTRICA

 A expressão “bem-graduado” expressa o fato de que a existência de grãos com


diversos diâmetros confere ao solo, em geral, melhor comportamento sob o ponto
de vista da engenharia.
 Quando um solo possui grãos com diferentes diâmetros, as partículas menores
ocupam os vazios correspondentes às maiores, criando um entrosamento, do qual
resulta menor compressibilidade e maior resistência.
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA

O Diâmetro efetivo indica o


diâmetro em que apenas
10% da massa de uma
amostra de solo passa na
peneira, sendo utilizado para
estimar a condutividade
hidráulica e a drenagem do
solo.
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Quanto maior o coeficiente de


não uniformidade, mais bem
graduado é o solo granular.
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA

 O coeficiente de curvatura detecta


melhor o formato da curva
granulométrica e permite identificar
eventuais descontinuidades ou
concentração muito elevada de
grãos mais grossos no conjunto.
CURVA GRANULOMÉTRICA
Determine o CNU e o CC do solo 2 e classifique a curva granulométrica :

 D10: 0,7

 D30: 0,90

 D60: 1,20

 CNU = 1,71
 CC = 0,96
 Solo uniforme (mal graduado),
com graduação descontínua.
CURVA GRANULOMÉTRICA

 Quando CC é menor que 1, a curva


tende a ser descontínua; há falta de
grãos com um certo diâmetro;
 Quando o CC está entre 1 e 3, a curva
granulométrica desenvolve-se
suavemente;
 Quando CC é maior que 3, a curva
tende a ser muito uniforme na sua parte
central.
CURVA GRANULOMÉTRICA

Determine as % de argila, silte,


areia e pedregulho e os
coeficientes CNU e CC dos
seguintes solos:
REFERÊNCIAS

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Solos e Rochas – Terminologia.


NBR 6502/2022.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Solo Análise granulométrica.
NBR 7181/2016.
• COSTA, Y. D. J. (2010). Tipos de solos. Notas de Aula. DEC/UFRN.
• FLOSS, M. F. (2013). Solos transportados. Notas de Aula. Universidade de Passo Fundo.
• LEPSCH, I.F. (2011). 19 Lições de Pedologia. Oficina de Textos.
• OLIVEIRA, D. A. Notas de aula – Mecânica dos Solos. Universidade Federal Rural do Semi-
Árido. Caraúbas-RN, 2018.
REFERÊNCIAS

• ORTIGÃO, J.A.R. (2007). Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos. 3ª edição.
Terratek.
• PINTO, C. S. (2002). Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas. Oficina de Textos.
• TEXEIRA, W. (2009). Decifrando a Terra. 2ª Edição. Compainha Editora Nacional.
• SCHIMITZ, C. S. Mecânica dos solos. Módulo Geral I. Apostila. CEFET-RS.
REFERÊNCIAS
CAM0035 - MECÂNICA DOS SOLOS I

Obrigado pela atenção!


wilkerfernandescg2011@gmail.com

Caraúbas/RN

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