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PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO SOLO PARA

FINS DE CLASSIFICAÇÃO
1. Cor
2. Textura
3. Estrutura
4. Consistência
5. Cerosidade
6. Transição entre horizontes
7. Atributos químicos
1. Cor
• A cor é a sensação visual que se manifesta na
presença da luz e, de certo modo, reflete

– a quantidade de matéria orgânica,


– o tipo de óxido de ferro presente,
– além da classe de drenagem do solo.
carta Munsell
• é comumente utilizada na designação de cores
do solo.
– o matiz,
– o valor (ou tonalidade)
– e o croma (ou intensidade).
1. O matiz refere-se à combinação dos pigmentos
vermelho (do inglês red) e amarelo (do inglês
yellow),

2. o valor indica a proporção de preto e de branco

3. o croma refere-se à contribuição do matiz.

4. Os matizes variam de 5R (100% de vermelho e


0% de amarelo) até 5Y (0% de vermelho e 100%
de amarelo)
2. Textura do Solo

• A textura, que constitui a fase mineral sólida


do solo, mede, em porcentagem, as
proporções de argila, silte e areia, e tem sido
utilizada como sinônimo de granulometria.
• O solo possui textura arenosa quando:
– o teor de argila + silte for menor ou igual a 15%,

• Textura média se
– o teor de argila + silte for maior ou igual a 15% e
também se o teor de argila não superar 35%,

• textura argilosa se
– o teor de argila estiver entre 35 e 60%

• textura muito argilosa se


– o teor de argila for superior a 60%.
Relação entre:
atributos de textura,
interpretação pedológica,
características do solo
e implicações de manejo
(PRADO, 1991).
Textura arenosa
Textura média
Textura argilosa
Textura muito argilosa
3. Estrutura
• As partículas de argila, silte e areia
normalmente estão reunidas, formando
agregados.

• A estrutura refere-se ao arranjo dessas


partículas, sendo os principais tipos:
1 bloco (poliédrica):
• é aquela em que as três dimensões da unidade
estrutural são aproximadamente iguais e pode ser
subdividida em
– blocos angulares
– e sub-angulares.

• Blocos angulares são aquelas em que as faces são planas


e a maioria dos vértices com ângulos vivos;

• Subangulares têm mistura de faces arredondadas e


planas com muitos vértices arredondados.
2 prismática:
• a estrutura é em forma de prisma quando as
partículas do solo estão arranjadas em torno
de uma linha vertical dominante.

• Os limites entre as superfícies verticais são


relativamente planos.
• Esta estrutura pode ter dois subtipos:
– Prismático
– e colunar.
• 3 granular:

– apresenta partículas também arranjadas em torno de


um ponto, como na estrutura em blocos.

• 4 laminar:
– as partículas do solo estão arranjadas em torno de
um plano horizontal. As unidades estruturais têm
aspecto de lâminas de espessura variável, porém, a
linha horizontal é sempre maior.
4. Consistência
• A consistência do solo ocorre em função das forças de
adesão e coesão, que variam com o grau de umidade do
solo.

• A consistência inclui propriedades como resistência à


compressão e ao esboroamento, friabilidade,
plasticidade e pegajosidade.

• Ela varia com textura, quantidade de matéria orgânica,


quantidade e natureza do material coloidal e teor de
água.
a) Solo seco: caracterizada pela dureza ou tenacidade. Para avaliá-la, deve-se
selecionar um torrão seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador.

– Solta: não coerente entre o polegar e o indicador.

– Macia: massa do solo fracamente coerente e frágil quebra-se em material


pulverizado ou grãos sob pressão muito leve.

– Ligeiramente dura: fracamente resistente à pressão, facilmente quebrável


entre o polegar e o indicador.

– Dura: moderadamente resistente à pressão, pode ser quebrado nas mãos sem
dificuldade, mas é dificilmente quebrável entre o polegar e o indicador.

– Muito Dura: muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser
quebrado nas mãos. Não é quebrável entre o polegar e o indicador.

– Extremamente Dura: extremamente resistente à pressão. Não pode ser


quebrado com as mãos.
• b) Solo úmido: caracterizada pela friabilidade e determinada num estado de umidade
intermediário entre o seco e a capacidade de campo.
• Deve-se umedecer o torrão de solo ligeiramente e deixar que o excesso de água seja
removido da amostra antes de testar a consistência.
• Depois tentar esboroar na mão uma amostra ligeiramente úmida.

– Solta: não coerente.


– Muito friável: o torrão esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por
compressão posterior.
– Friável: o torrão esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o
polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior.
– Firme: o material de solo esboroa-se sob pressão moderada entre o polegar e o
indicador, mas apresenta resistência distintamente perceptível.
– Muito firme: o material de solo esboroa-se sob forte pressão; dificilmente
esmagável entre o polegar e o indicador.
– Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão muito
forte, não pode ser esmagado entre o polegar e o indicador e deve ser
fragmentado pedaço por pedaço.
c) Solo quando molhado:

caracterizada pela plasticidade e pela pegajosidade


e determinada em amostras pulverizadas e
homogeneizadas, com conteúdo de água
ligeiramente acima ou na capacidade de campo.
A quantidade de água é ajustada adicionando solo
ou água à medida que se manipula a amostra.
• Plasticidade: para determinação a campo, rola-se, depois de amassado, o material
de solo entre o polegar e o indicador e observa-se se pode ser feito ou modelado
um fio ou cilindro fino.

– Não plástica: quando muito, forma um fio, que é facilmente deformado;


– Ligeiramente plástica: forma-se um fio, que é facilmente deformado;
– Plástica: forma-se um fio, sendo necessária pressão moderada para sua deformação;
– Muito plástica: forma-se um fio, sendo necessária muita pressão para deformá-lo.
• Pegajosidade: para avaliação a campo a massa de solo, pulverizada e
homogeneizada, é molhada e então comprimida entre o indicador e o polegar.

1. Não pegajosa: após cessar a pressão, não se verifica, praticamente, nenhuma


aderência da massa ao polegar e indicador.

2. Ligeiramente pegajosa: após cessar a pressão, o material adere a ambos os


dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há apreciável
esticamento ou alongamento quando os dedos estão afastados.

3. Pegajosa: após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos e,


quando estes estão afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, em
vez de desprender-se de qualquer um dos dedos.

4. Muito pegajosa: após a compressão, o material adere fortemente a ambos os


dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles estão afastados.
5. Cerosidade
• São filmes de material inorgânico muito fino de
natureza diversa, orientados ou não, constituindo
revestimentos ou superfícies brilhantes na superfície
dos elementos estruturais.

• Quando bem desenvolvidos são facilmente


perceptíveis, apresentando o aspecto lustroso.

• A cerosidade é um dos critérios utilizados para


enquadrar o solo como possuidor de horizonte B
textural.
6. Transição entre Horizontes
• Refere-se à faixa de transição na separação entre os horizontes.
Pode ser:

– abrupta: quando a linha que separa dois horizontes é traçada


em menos de 2,5 cm;

– clara: quando a linha de separação entre dois horizontes é


traçada entre 2,5 e 7,5 cm;

– gradual: quando a referida linha é traçada entre 7,5 e 12,5


cm;

– difusa: quando a linha traçada separando ambos os


horizontes ocorre numa faixa superior a 12,5 cm.
7. Atributos químicos

• Os valores de saturação por bases (V%) e


saturação por alumínio (m%) servem para
indicar o potencial nutricional dos solos, e o
de retenção de cátions (RC) para informar
sobre sua capacidade de reter cátions.
Calcula-se o valor de saturação por bases (V), expressa em
porcentagem, dividindo-se a soma de bases (S) pela capacidade de
troca de cátions (T ou CTC), ou seja:

• S = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+

• T = S + Al3+ + H+, em cmol (+)/dm3 solo.


• Eutrófico - quando percentagem por
saturação por bases (V%) é ≥ 50%.

• Distrófico - quando V é < 50%.


Calcula-se o valor da saturação por alumínio (m), expresso
em porcentagem, dividindo-se o valor de Al3+ pela soma de bases +
Al3+, ou seja:
• Alítico - quando o Al³+ é ≥ 4,0 cmolc/dm³
associado a uma atividade de argila (Targila) ≥
20 cmolc/kg argila, saturação por bases (V) <
50% e saturação por alumínio (m) ≥ 50%.

• Alumínico - quando o Al³+ é ≥ 4,0 cmolc/dm³


associado a uma atividade de argila (Targila) <
20 cmolc/kg argila, saturação por bases (V) <
50% e saturação por alumínio (m) ≥ 50%.
Para calcular a atividade da argila (Targila) é
utilizada a seguinte fórmula

• Targila = (CTC a pH7.0 ou T) / % argila) x 100

• Se Targila ≥ 27 cmolc/kg argila significa uma


argila de alta atividade, tipo 2:1, um solo
pouco desenvolvido.

• Se Targila é < 27 cmolc/kg de argila significa


argila de baixa atividade, tipo 1:1 ou óxidos.
Solo muito intemperizado.
Calcula-se a retenção de cátions (RC), expressa em cmol(+)/
kg de argila, dividindo-se S + Al3+ pela porcentagem de argila, ou
seja:
Ácrico
• quando a Retenção de Cátion (RC) é menor que 1,5
cmolc/kg de solo.

• A fórmula para calcular é a seguinte:


– RC = (CTC efetiva (t) / % argila) x 100

ΔpH positivo ou nulo (DpH = pH KCl - pH H2O).


• pH H2O é maior que o pH KCl o delta pH é negativo
indicando predominância de cargas negativas.

• pH H2O é menor que pH KCl predominam cargas


positivas.
Sódico
• quando a percentagem de sódio trocável é ≥
15%.

– PST (%) = (100 x teor de Na) / T

• Solódico - no caso do valor de PST estar


compreendido entre 6 e 14,99%.
Outros atributos:
• Constante de intemperização (Ki)
– Ki = 1,7 x (%SiO3 / %Al2O3)

• esta constante dá uma ideia do estágio de


intemperismo do solo.

– Ki ≥ 2,2 indica solos jovens.


– Ki < 2,2 indica solos velhos.
Grau de intemperização - Gi
• Este diferencia solos cauliníticos de solos
oxídicos.

• Gi = 1,7 x (%SiO3 / %Al2O3 + (0,6325 x


%Fe2O3)

– Gi > 0,75 - solos cauliníticos


– Gi ≤ 0,75 - solos oxídicos
Relação Silte / Argila (Rsa)
– Rsa = %silte / %argila

• Nos solos de textura média, no horizonte B, a


relação apresenta valor inferior a 0,7.

• Nos solos de textura argilosa ou muito


argilosa, valor inferior a 0,6.

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