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AULA:

- - Tipos de classificações;

- - AASHTO, SUCS;

- - Exemplos.

Profª: Emanuely Ugulino Cardoso


Objetivo da classificação

● Estimar o provável comportamento do solo;

● O sistema de classificação deve ser entendido por todos;

● Segundo Terzaghi: “um sistema de classificação sem índices


numéricos para identificar os grupos é totalmente inútil”;

● Os solos podem ser classificados por sua origem, evolução, presença


ou não de matéria orgânica, estrutura, etc.

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Objetivo da classificação

● Os sistemas de classificação que se baseiam nas características dos


grãos que constituem os solos têm como objetivo a definição de
grupos que apresentam comportamentos semelhantes;

● Nesses sistemas, os índices empregados são geralmente a


composição granulométrica e os índices de Atterberg.

● Sistema de classificação da AASHTO → departamentos rodoviários;


● Sistema unificado de classificação dos solos → geotécnicos.

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Classificação pela origem

● Solos residuais:
○ Formados pela decomposição das rochas que se encontram no próprio local em
que se formaram;
○ Para que eles ocorram, é necessário que a velocidade de decomposição da rocha
seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos;
○ É importante a indicação da rocha-mãe, pois ela condiciona a composição do solo.

● Solos transportados:
○ Aqueles que foram levados ao seu atual local por algum agente de transporte;
○ As características dos solos são função do agente transportador. 4
Classificação pela origem
Solos residuais

Solo residual maduro


• Superficial; perdeu toda a estrutura original da rocha-mãe e se tornou relativamente homogêneo.

Saprolito ou solo saprolítico


• Mantém a estrutura original da rocha-mãe, mas perdeu a consistência da rocha; também
chamado de solo residual jovem ou solo de alteração de rocha.

Rocha alterada
• Alteração progrediu ao longo de fraturas ou zonas de menor resistência; grandes blocos de rocha
original intactos. 5
Classificação pela origem – Solos transportados

Solos coluvionares
• Formados por ação da gravidade.

Solos aluvionares
• Resultantes do carreamento pela água;
• Ocorrência de camadas sobrepostas de granulometrias distintas →
diversas épocas e regimes de deposição.

Depósitos eólicos
• Transporte pelo vento;
• Provoca o arredondamento das partículas.
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Solos orgânicos

● Contêm uma quantidade apreciável de matéria decorrente de decomposição


de origem vegetal ou animal, em vários estágios de decomposição;

● Cor escura e odor característico;

● Muito compressíveis e baixa capacidade de suporte;

● Em algumas formações, ocorre uma concentração de folhas e caules em


processo de decomposição → formando as turfas;
○ Materiais extremamente deformáveis; muito permeáveis → recalques ocorrem
rapidamente devido a carregamentos externos. 7
NBR 6502 – Rochas e solos

● Definição dos intervalos granulométricos do solo.


Classificação Diâmetro (mm)
Matacão 200mm e 1m
Pedra-de-mão 60 e 200
Pedregulho grosso 20 e 60
Pedregulho médio 6 e 20
Pedregulho fino 2e6
Areia grossa 0,60 e 2,0
Areia média 0,20 e 0,60
Areia fina 0,06 e 0,2
Silte 0,002 e 0,06
Argila Menor que 0,002 8
Classificação granulométrica

● A partir da curva de granulometria do solo

Classificação Diâmetro (mm) Sem defloculante (%) Com defloculante (%)


Pedregulho 2 – 60 100 – 100 = 0 100 – 100 = 0
Areia grossa 0,60 - 2,0 100 – 92 = 8 100 – 96 = 4 Classificação:
Areia média 0,20 - 0,60 92 – 52 = 40 96 – 87 = 9 - Areia siltosa
Areia fina 0,06 - 0,2 52 – 15 = 37 87 – 64 = 23
- Argila arenosa
Silte 0,002 - 0,06 15 – 0 = 15 64 – 42 = 22
Argila Menor que 0,002 0 42
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Somatória 100 100
Classificação granulométrica – coeficientes

● Coeficiente de uniformidade (CU) ou de não uniformidade (CNU):


indica a amplitude dos tamanhos dos grãos.
𝐷60
𝐶𝑁𝑈 =
𝐷10
D60 é o diâmetro de grão correspondente aos 60% mais finos na curva granulométrica;
D10 é o diâmetro de grão correspondente aos 10% nesta curva (denominado de diâmetro efetivo).

● Coeficiente de curvatura (CC): identifica eventuais descontinuidades


ou concentração muito elevada de grãos mais grossos no conjunto.
𝐷30 2
𝐶𝐶 =
𝐷10 ∗ 𝐷60
D30 é o diâmetro de grão correspondente aos 30% na curva granulométrica. 10
Classificação granulométrica – coeficientes

𝐷60
𝐶𝑁𝑈 =
𝐷10
CNU < 5 → solo uniforme
5 < CNU < 15 → solo medianamente uniforme
CNU > 15 → solo desuniforme
𝐷30 2
𝐶𝐶 =
𝐷10 ∗ 𝐷60
CC < 1 → curvatura descontínua
1 < CC < 3 → material bem graduado
CC > 3 → curva muito uniforme na parte central

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Características granulométricas

Falta de grãos com um certo Muito uniforme na parte central.


diâmetro.

Curva se desenvolve suavemente.

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Atividade coloidal

● Indica a maior ou menor influência das propriedades mineralógicas


(argilo-minerais) da fração da argila nas propriedades geotécnicas de
um solo argiloso.

𝐼𝑃
𝐴𝐶 =
𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎 (% < 0,002 𝑚𝑚)

● Classificação das argilas quanto ao AC:


AC < 0,75 → inativa
0,75 < AC < 1,25 → normal
AC > 1,25 → ativa
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Classificação Unificada

● Originalmente elaborado pelo Prof. Casagrande;

● Atualmente, é utilizado principalmente pelos geotécnicos que trabalham


em barragens de terra.

Solos grossos
Mais que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira nº 200 (0,074 mm).
Solos finos
Mais que 50% em peso, dos seus grãos, passam na peneira nº 200 (0,074 mm).
Turfas
Altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis. 14
Classificação Unificada

● Fração fina = % que passa na peneira nº 200;


● Fração grossa = % retida na peneira nº 200;
● Fração de pedregulho = % retida na peneira nº 4;
● Fração de areia = (% retida na peneira nº 200) –
(% retida na peneira nº 4).

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Classificação Unificada

16
Classificação Unificada

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Carta de plasticidade

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Classificação Unificada - Pedregulho

19
Classificação Unificada - Areia

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Classificação Unificada – Solos inorgânicos argilosos e siltosos

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Classificação Unificada – Solos siltosos e argilosos orgânicos

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Classificação Unificada

Porcentagem na peneira nº 4 100


Porcentagem na peneira nº 200 86
Limite de liquidez 55
Índice de plasticidade 28

Símbolo do grupo: CH

“Maior que a nº 200”


= 100 – 86 = 14% (< 30%)

Nome do grupo:
Argila de alta plasticidade 23
Sistema Rodoviário de Classificação - AASHTO

● Desenvolvido em 1929 pela Administração de Estradas Públicas dos EUA;

● O solo é classificado em 7 grupos principais de A-1 a A-7;

● Para se avaliar a qualidade de um solo como material de subleito de


rodovia, deve-se também incorporar um número chamado índice de grupo
(IG) com os grupos e subgrupos do solo.

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Sistema Rodoviário de Classificação - AASHTO

Para A-7-5: IP ≤ LL - 30
Para A-7-6: IP > LL - 30

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Índice de grupo (IG)

● Define a “capacidade de suporte” do terreno de fundação de um pavimento;

● É um número inteiro, variando de 0 a 20:

○ Solos ótimos → IG = 0;

○ Solos péssimos → IG = 20.

𝐼𝐺 = 𝑃200 − 35 ∗ 0,2 + 0,005 ∗ 𝐿𝐿 − 40 + 0,01 ∗ 𝑃200 − 15 ∗ 𝐼𝑃 − 10

0 < a < 40 0 < c < 20 0 < b < 40 0 < d < 20

𝐼𝐺 = 0,2 ∗ 𝑎 + 0,005 ∗ 𝑎 ∗ 𝑐 + 0,01 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑


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Índice de grupo (IG)

𝐼𝐺 = 0,2 ∗ 𝑎 + 0,005 ∗ 𝑎 ∗ 𝑐 + 0,01 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑

● Os valores de a, b, c e d deverão ser expressos em números inteiros e


positivos, assim como o valor de IG.
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Sistema Rodoviário de Classificação - AASHTO

28
Sistema Rodoviário de Classificação

Faixa do limite de liquidez e plasticidade de


solos nos grupos A-2, A-4, A-5, A-6 e A-7.

29
Sistema Rodoviário de Classificação - AASHTO

Porcentagem na peneira nº 10 100


Porcentagem na peneira nº 40 82
Porcentagem na peneira nº 200 38
Limite de liquidez 42
Índice de plasticidade 23

Grupo A-7-6

Para A-7-5: IP ≤ LL - 30 30
Para A-7-6: IP > LL - 30
Sistema Rodoviário de Classificação - AASHTO

Porcentagem na peneira nº 10 100


Porcentagem na peneira nº 40 82
Porcentagem na peneira nº 200 38
Limite de liquidez 42
Índice de plasticidade 23

𝐼𝐺 = 𝑃200 − 35 ∗ 0,2 + 0,005 ∗ 𝐿𝐿 − 40 + 0,01 ∗ 𝑃200 − 15 ∗ 𝐼𝑃 − 10

0 < a < 40 0 < c < 20 0 < b < 40 0 < d < 20

𝐼𝐺 = 38 − 35 ∗ 0,2 + 0,005 ∗ 42 − 40 + 0,01 ∗ 38 − 15 ∗ 23 − 10

𝐼𝐺 = 3,62 → 4

Solo é do tipo A-7-6 (4) 31

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