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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II – AULA 5


ENGENHARIA CIVIL – CCET – CAMPUS CIDAO
Agregados
Definição de Agregado
• Material de enchimento;
• 80% do peso do compósito;
• 20% do custo do compósito;
• Motivação econômica;
• Material “inócuo” (não ofensivo para o concreto);
• Influência nas propriedades das argamassas e concretos.

Classificação dos Agregados


Os agregados usados na construção civil podem ser classificados quanto à
• Origem;
• Massa Unitária;
• Composição Mineralógica;
• Dimensão das Partículas.
Quanto à Origem
• Agregado Natural
Aquele que é encontrado na natureza em estado de ser utilizado ou que necessita
de pequeno processamento. Nem todos podem ser utilizados no concreto.
Exemplos: Areia lavada e o seixo rolado (pedregulho) extraído de rios, areia de mina
(cava), areia de duna, areia de barranco, jazida de solo pedregoso, pedra pomes.

• Agregado Artificial
Aquele que, após sua extração da natureza, sofre um processo de industrialização
com o objetivo de atingir propriedade específica (granulometria, por exemplo).
Exemplos: pedra britada, pó de pedra, areia artificial.

Quanto à Massa Unitária


• Agregados Leves
Massa unitária < 1120 kg/m³
Exemplo: argila expandida, pedra pomes.

• Agregados Normais
1120 kg/m³ < Massa unitária < 2080 kg/m³
Exemplo: areia quartzosa, brita e seixos rolados.
• Agregados Pesados
Massa unitária > 2080 kg/m³
Exemplo: brita de barita e magnetita.

Quanto à Composição Mineralógica


Provenientes da decomposição dos três tipos de rochas:
• Ígneas ou Magmáticas
São as rochas que se formaram pelo resfriamento e endurecimento de minerais em
estado de fusão. Seu componente principal é a sílica.
Exemplo: granito, basalto e pedra pomes.
• Sedimentares
São as rochas estratificadas em camadas, que se originaram da fragmentação de outras
rochas.
Exemplo: calcário, areia, cascalho, arenito e argila.
• Metamórficas
São as rochas que se originaram da ação de altas temperaturas e fortes pressões sobre
rochas ígneas e rochas sedimentares.
Exemplo: gnaisse, mármore, ardósia.

Quanto à Dimensão das Partículas


Segundo a ABNT NBR 7211: Agregados para concreto – Especificação
• Agregado Miúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira de malha de 4,75 mm
(#4 ASTM) e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 μm, em ensaio
realizado de acordo com a ABNT NBR 17054:2022 (composição granulométrica).
• Agregado Graúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira de malha de 75 mm (#4
ASTM) e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio
realizado de acordo com a ABNT NBR 17054:2022 (composição granulométrica).
Então:

Características dos Agregados


1. Índices Físicos:
− Umidade;
− Absorção;
− Densidade;
− Massa Unitária;
2. Superfície Específica;
3. Forma dos Grãos e Textura Superficial;
4. Análise Mineralógica;
5. Composição Granulométrica.

Índices Físicos
a) Umidade
É o teor de água presente em um material.
É dada pela relação percentual entre a massa de água contida em uma amostra e a
massa da amostra totalmente seca:
𝑀água
𝑤= ⋅ 100
𝑀seca
Existem 4 condições de umidade
A. Condição ambiente ou seca ao ar;
B. Condição saturada com superfície úmida;
C. Condição saturada com superfície seca;
D. Condição completamente seca.
Como determinar a umidade do agregado?
Estufa

Frigideira

Conjunto Speedy
Inchamento da Areia
Fenômeno relativo à variação do volume aparente, provocado pela absorção de água
livre pelos grãos do agregado, que altera sua massa unitária.

A areia fina incha mais que a areia grossa.


No estudo de dosagem no concreto, o coeficiente de inchamento é empregado para a
correção do volume do agregado miúdo.
ABNT NBR 6467: Agregados – Determinação do inchamento de agregado miúdo.
𝑉ℎ 𝛾𝑠 100 + ℎ
= ⋅( )
𝑉𝑠 𝛾ℎ 100
• Vh: volume do agregado com um determinado teor de umidade (cm³);
• Vs: volume do agregado seco em estufa (cm²)
• Vh/Vs: coeficiente de inchamento do agregado;
• γh: massa unitária do agregado com um determinado teor de umidade (g/cm³);
• γs: massa unitária do agregado seco em estufa (g/cm³);
• h: teor de umidade do agregado (%).

b) Absorção
É uma medida de umidade para a amostra com partículas na condição SSS (saturada
superfície seca).
Ela mede a quantidade de água que pode preencher os poros comunicantes nos grãos
de uma massa de agregados.
É dada por:
𝑀𝑆𝑆𝑆 − 𝑀seca
𝑎= ⋅ 100
𝑀seca
ABNT NBR 16916:2021 – Agregado miúdo – Determinação da densidade e da absorção
de água.
ABNT NBR 16917:2021 – Agregado graúdo – Determinação da densidade e da absorção
de água.

c) Densidade
Considerando uma amostra de agregado totalmente seca, a massa específica real é
dada pela relação entre a massa de agregado totalmente seca, a massa específica real
é dada pela relação entre a massa do agregado e o volume ocupado pelos sólidos,
descontando-se os vazios permeáveis (nos grãos e entre grãos).
𝑀seca
𝑀𝐸 =
𝑉𝑟

ABNT NBR 9776: Agregado miúdo – Determinação da massa específica pelo frasco de
Chapman

ABNT NBR 16916:2021 – Agregado miúdo – Determinação da densidade e da


absorção de água.
ABNT NBR 16917:2021 – Agregado graúdo – Determinação da densidade e da
absorção de água.
d) Massa Unitária
É dada pela relação entre a massa do agregado e o volume ocupado pelos sólidos,
incluindo todos os vazios permeáveis (nos grãos e entre grãos).
𝑀seca
𝑀𝑈 =
𝑉aparente

ABNT NBR 16972:2021 – Agregados – Determinação da massa unitária e do índice de


vazios.

Superfície Específica
É a relação entre a área da superfície e o volume de uma partícula sólida
𝐴 𝑚2
𝑆𝑒 = ( )
𝑉 𝑚3

A importância da superfície específica dos agregados na dosagem dos concretos está


relacionada com o consumo de água de amassamento, pois partículas de agregados
menores tendem a necessitar de mais água para manter a mesma trabalhabilidade de
concretos produzidos com partículas de agregados maiores.
Forma dos Grãos e Textura Superficial
A forma dos grãos se refere à sua geometria tridimensional representada por seu
alongamento, achatamento, cubicidade, esfericidade e angulosidade.
A forma dos grãos dependerá
• Estrutura e textura da rocha mãe → mineralogia;
• Processo de britagem → tipo de britador.
ABNT NBR 7809: Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do
paquímetro.

comprimento
Índice de forma ou Coeficiente de Forma = 𝐼𝐹 =
espessura
𝐷𝑀𝐶 > 9,5 𝑚𝑚

Análise Mineralógica
Ajuda a identificar:
• A presença de substâncias deletérias ou nocivas;
• As propriedades físico-químicas dependentes da composição mineralógica e que
interferem nas propriedades dos ligantes;
• O estado de alteração e a durabilidade.
As substâncias deletérias podem ser impurezas orgânicas, finos argilosos, torrões de argila,
material pulverulento, sais e minerais reativos.
a) Material Pulverulento
É constituído por todas as partículas minerais com dimensões inferiores a 0,075 mm,
inclusive os materiais solúveis em água presentes no agregado.

ABNT NBR 16973:2021 – Agregados – Determinação do material fino que passa pela
peneira 75 μm por lavagem.
𝐴−𝐵
𝑚= ⋅ 100(%)
𝐴

b) Reação Álcali-Agregado (RAA)


Desenvolve entre os constituintes reativos dos agregados e íons alcalinos e hidroxilas
presentes na solução intersticial da pasta de cimento.
O produto da reação é um gel extremamente expansivo que passa a ocupar os poros do
compósito cimentício.
ABNT NBT 15577:2018 – Agregados – Reatividade álcali-agregado

Composição Granulométrica
Estudo da distribuição dos diversos tamanhos numa massa de materiais granulares.
Fornece a proporção relativa, em %, das massas dos fragmentos com tamanhos diferentes
em faixas granulométricas, em relação à massa total da amostra.

ABNT NBR 17054:2022 – Agregados – Determinação da composição granulométrica –


método de ensaio.
Exemplo:
Amostra 1
Peneira (mm)
Massa retida (g) % retida % retida acumulada
9,5
6,3
4,75 1,12
2,36 10,07
1,18 45,46
0,6 198,48
0,3 192,33
0,15 47,17
0,075 3,92
Fundo 1,45
Total 500

Para o estudo de dosagem de concretos é conveniente expressar as características da


curva granulométrica por meio dos seguintes índices: dimensão máxima característica e
módulo de finura.
a) Dimensão Máxima Característica (Dmax): Corresponde à abertura nominal, em
milímetros, da malha da peneira da série normal ou intermediária, na qual o agregado
apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em
massa.
Amostra 1
Peneira (mm)
Massa retida (g) % retida % retida acumulada
9,5
6,3
4,75 1,12 0,22 0,22
2,36 10,07 2,01 2,23
1,18 45,46 9,09 11,32
0,6 198,48 39,70 51,02
0,3 192,33 38,47 89,49
0,15 47,17 9,43 98,92
0,075 3,92 0,78 99,70
Fundo 1,45 0,30 100
Total 500

Dmáx = 2,40 mm.


b) Módulo de Finura: Soma das porcentagens retidas acumuladas de um agregado
miúdo, nas peneiras da série normal, dividida por 100.
OBS: Quanto mais grosso for o agregado, maior será o módulo de finura.
Areia grossa → 𝑚𝑓 > 3,9
Areia média → 3,9 > 𝑚𝑓 > 2,4
Areia fina → 2,4 > 𝑚𝑓
mf = 2,53 → areia média.
O resultado da análise granulométrica é mais facilmente interpretado graficamente com o
auxílio de curvas granulométricas.

Exemplos de curvas granulométricas.


Será a forma da curva que determinará a distribuição dos grãos na amostra:
a) Curva contínua: a amostra possui partículas de todos os diâmetros bem distribuídos.
b) Curva descontínua: falta alguma fração de diâmetro na amostra.
c) Curva uniforme: ocorre quando a maior parte das partículas da amostra pertence a
apenas uma fração granulométrica.

Voltando ao exemplo:

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