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AGREGADOS

NESSE APONTAMENTO O ALUNO DEVE:

• ESTUDAR TODO O ITEM 1: AGREGADOS


• ITEM 2 É MATERIAL DE APOIO – APENAS LER SOBRE CADA
NORMA RELACIONADA A AGREGADOS
• ESTUDAR TODO O ITEM 3: FAQ – PERGUNTAS E
RESPOSTAS

1.1 Introdução

Uma vez que cerca de ¾ do volume do concreto são ocupados pelos


agregados, não é de se surpreender que a qualidade destes seja de
importância básica na obtenção de um bom concreto, exercendo nítida
influência não apenas na resistência mecânica do produto acabado como,
também, em sua durabilidade e no desempenho estrutural.
Apresentamos aqui as principais propriedades dos agregados, analisando o
seu grau de importância e responsabilidade na geração das características
essenciais aos concretos, tais como: resistência à compressão, tração na
flexão, impermeabilidade, durabilidade, trabalhabilidade e retratilidade.
São apresentados também, baseados nas experiências nacional e
estrangeira, alguns critérios seletivos para a obtenção dos agregados,
proporcionando concretos que irão corresponder plenamente às
expectativas de projeto e execução das obras onde serão empregadas.
Podemos definir agregado como: material granular, inerte, com dimensões
e propriedades adequadas e isentos de impurezas prejudiciais.

1.2) Classificação dos agregados

Os agregados podem ser classificados quanto:


• à origem;
• às dimensões das partículas;
• à massa unitária.

a) Quanto à origem, eles podem ser:


• Naturais: já são encontrados na natureza sob a forma definitiva de
utilização. Ex: areia de rios, seixos rolados, cascalhos, pedregulhos;
• Artificiais: são obtidos pelo britamento de rochas. Ex.: pedrisco,
pedra britada;
• Industrializados: aqueles que são obtidos por processos industriais.
Ex.: argila expandida, escória britada.

Deve-se observar aqui que o termo artificial indica o modo de obtenção e


não se relaciona com o material em si.
b) Quanto à dimensão de suas partículas, a Norma Brasileira define
agregado da seguinte forma:

• Agregado miúdo: Areia de origem natural ou resultante do


britamento de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos
passam pela peneira ABNT de 4,8 mm (peneira de malha quadrada
com abertura nominal de “x” mm, neste caso 4,8 mm) e ficam retidos
na peneira ABNT 0,075 mm.

• Agregado graúdo: o agregado graúdo é o pedregulho natural, ou a


pedra britada proveniente do britamento de rochas estáveis, ou a
mistura de ambos, cujos grãos passam pela peneira ABNT 152 mm e
ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm.

Referindo-se ao tamanho do agregado, a designação dimensão máxima


indica a abertura de malha (em milímetros) da peneira da série normal à
qual corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou inferior a
5%. Veja na frente mais detalhadamente.

c) Quanto à massa unitária podem-se classificar os agregados em leves,


médios e pesados.

Veja a tabela abaixo:

Massas unitárias médias

Leves1 (menor que 1,0 t/m3) Médios (1,0 a 2,0 t/m3) Pesados(acima de 2,0 t/m3)

Vermiculita 0,3 Calcário 1,4 Barita 2,9


Argila expandida 0,8 Arenito 1,45 Hematita 3,2
Escória granulada 1,0 Cascalho 1,6 Magnetita 3,3
Granito 1,5
Areia seca ao ar 1,5
Basalto 1,5
Escória 1,7

Os agregados leves, médios e pesados podem ser caracterizados, também,


por suas massas específicas (densidade):
• Leves: M.E. < 2,0 t/m3
• Médios: 2,0 =<M.E. =<3,0 t/m3
• Pesados: M.E. > 3,0 t/m3

1.3) Características das rochas de origem:

a) Atividade – o agregado pela própria definição deve ser um elemento


inerte, ou seja:

• não deve conter constituintes que reajam com o cimento “fresco” ou


endurecido.
• não deve sofrer variações de volume com a umidade.
• não deve conter incompatibilidade térmica entre seus grãos e a pasta
endurecida.

Observação: Reatividade álcalis-agregado: agregados provenientes de


determinadas rochas contém minerais que podem reagir com os álcalis
(Na2O e K2O) do cimento ocasionando expansão e desintegração do
concreto (ver melhor explicação adiante). São minerais reativos: opala,
calcedônia, riolitos, andusitos, cristobalitas.
Dados experimentais fixam em 0,6% o teor máximo de álcalis para os
cimentos que serão usados com agregados que contenham estes minerais.

b) Resistência Mecânica

b.1. à compressão : a resistência varia conforme o esforço de compressão


se exerça paralela ou perpendicularmente ao veio da pedra. O ensaio se faz
em corpos-de-prova cúbicos de 4 cm de lado.
As rochas ígneas, assim como a escória de alto forno resfriada ao ar,
apresentam resistências médias à compressão da seguinte ordem:
Sob o aspecto de resistência à compressão, estes materiais não apresentam
qualquer restrição ao seu emprego no preparo de concreto normal, pois
tem resistência muito superior às máximas dos concretos.
As rochas sedimentares apresentam resistência um pouco abaixo das
ígneas.

c) ao desgaste : a pasta de cimento e água não resiste ao desgaste. Quem


confere esta propriedade aos concretos é o agregado.

Ao desgaste superficial dos grãos de agregado quando sofrem “atrição”,


dá-se o nome de abrasão. A resistência à abrasão mede, portanto, a
capacidade que tem o agregado de não se alterar quando manuseado
(carregamento, basculamento, estocagem). Em algumas aplicações do
concreto, a resistência à abrasão é característica muito importante, como
por exemplo, em pistas de aeroportos, em vertedouros de barragens e em
pistas rodoviárias, pois o concreto sofre grande atrição.
A resistência à abrasão é medida na máquina “Los Angeles”, que consta,
em essência, de um cilindro oco, de eixo horizontal, dentro do qual a
amostra de agregado é colocada juntamente com esferas de ferro fundido.
A NBR 6465 trata do ensaio à abrasão, dando as características da
máquina e das cargas de agregado e esferas de ferro. O cilindro é
girado durante um tempo determinado, sofrendo o agregado atrição e
também certo choque causado pelas esferas de ferro. Retirada do cilindro,
a amostra é peneirada na peneira de 1,7mm; o peso do material que passa,
expresso em porcentagem do peso inicial, é a “Abrasão Los Angeles”.

d) Durabilidade – o agregado deve apresentar uma boa resistência ao


ataque de elementos agressivos.

O ensaio consiste em submeter o agregado à ação de uma solução de


sulfato de sódio ou magnésio, determinando-se a perda de peso após 5
ciclos de imersão por 20 horas, seguidas de 4 horas de secagem em estufa
a 105°C.
É de 15% a perda máxima admissível para agregados miúdos e de 18%
para agregados graúdos, quando for usada uma solução de sulfato de
magnésio.
Rochas Resistência à Compressão
Granito ( Serra da Cantareira, SP ) 154 MPa
Granito ( RJ ) 120 MPa
Basalto 150 MPa

1.4) Principais propriedades físicas dos agregados:

a) Massa específica

Massa Específica

Para efeito de dosagem do concreto, é importante conhecer o volume


ocupado pelas partículas do agregado, incluindo os poros existentes
dentro das partículas, portanto somente é necessário a determinação da
massa específica do agregado.
A massa específica é definida como a massa do material por unidade de
volume, incluindo os poros internos das partículas. Para muitas rochas
comumente utilizadas, a massa específica varia entre 2600 e 2700 kg/m3.

Massa Específica (kg/m3)


Granito 2690
Arenito 2650
Calcário 2600

Da amostra representativa, colhida de acordo com a NBR 7216, pesam-se


500g de areia seca, coloca-se água no interior do frasco até sua marca
padrão de 200 ml; introduz-se cuidadosamente o material. A água subirá
no gargalo do frasco até uma certa marca (L); faz-se essa leitura e do
valor obtido diminuem-se os 200 ml, obtendo-se, assim, o valor absoluto
de areia; dividindo-se o peso dos 500g de areia pelo volume achado,
teremos a massa específica real ou peso específico real.
Para que serve a massa específica?

Seja o traço em peso de um concreto, para materiais secos (traço de um


concreto define a proporção unitária entre seus materiais constituintes,
considerando-se o cimento como unidade de medida):

Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg
Água: 0,7 kg

Conhecendo-se as massas específicas desses materiais:

Cimento: 3,10 kg/dm3


Areia: 2,62 kg/dm3
Pedregulho: 2,65 kg/dm3
Água: 1 kg/dm3

Temos os volumes de “cheios” deste material:

Cimento: 1 / 3,10 = 0,32 dm3 = 0,32 litros


Areia: 2,8 kg / 2,62 kg/dm3= 1,07 dm3 = 1,07 litros
Pedregulho: 4,8 kg / 2,65 kg/dm3 = 1,81 dm3 = 1,81 litros
Água: 0,7 kg / 1 kg/dm3 = 0,7 dm3 = 0,7 litros

Se com 1 kg de cimento, empregando-se as proporções de areia e


pedregulho especificadas anteriormente, obtém-se 3,90 l de concreto,
para 1 m3 de concreto (1000l) serão precisos:

b) Massa Unitária

Segundo a NBR 7810 a massa unitária é a massa da unidade de “volume


aparente” do agregado, isto é, incluindo na medida deste volume os vazios
entre os grãos. A importância de se conhecer a massa unitária aparente
vem da necessidade, na dosagem de concretos, de transformar um traço
em massa para volume e vice-versa, ou também, para cálculos de
consumo de materiais a serem empregados no concreto. Definindo massa
unitária de outra maneira, poderíamos dizer que massa unitária é definida
como a massa das partículas do agregado que ocupam uma unidade de
volume, tal fenômeno surge porque não é possível empacotar as partículas
dos agregados juntas, de tal forma que não exista espaços vazios. O termo
massa unitária é assim relativo ao volume ocupado por ambos: agregados
e vazios.

A massa unitária aproximada dos agregados comumente usados em


concreto normal varia de 1300 a 1750 kg/m3.

Sua determinação deverá ser feita em recipiente, com forma de


paralelepípedo, de volume nunca inferior a 15 litros.
Quanto ao enchimento do recipiente, o material deverá ser lançado de
uma altura que não exceda a 10 cm da boca. Após cheio, a superfície do
agregado é rasada e nivelada com uma régua. No caso do agregado
graúdo, a superfície é regularizada de modo a compensar as saliências e
reentrâncias das pedras.

A massa unitária, expressa em kg/dm3, é obtida pelo quociente:

Para que serve a massa unitária?

Seja o traço em massa de concreto com materiais secos:

Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg

Conhecendo-se as massas unitárias ou aparentes para:


Cimento: 1,1 kg/dm3
Areia: 1,4 kg/dm3
Pedregulho: 1,6 kg/dm3

Temos o traço em volume correspondente:


Cimento: 1 kg /1,1 kg/dm3 = 0.90 dm3
Areia: 2,8 kg / 1,4 kg/dm3= 2,00 dm3
Pedregulho: 4,8 kg / 1,6 kg/dm3 = 3,00 dm3

Como em todo traço unitário de concreto o cimento é sempre a unidade


de medida, dividiremos, neste caso, os resultados encontrados por 0,90:

Cimento: 0.90 dm3 / 0,90 = 1,00 dm3


Areia: 2,00 dm3 / 0,90 = 2,22 dm3
Pedregulho: 3,00 dm3 / 0,90 = 3,33 dm3

Traço transformado para volume: 1,00 : 2,22 : 3,33

Exercício:
1) Um pedreiro misturou 25 kg de cimento com 80 kg de areia úmida (h =
3%) e 12 litros de água.
Pergunta-se:
a) Qual o volume de argamassa que ele tem para trabalhar?
b) Qual a relação a/c em massa da mistura?
c) Sabendo-se que a obra vai precisar de 5,17m3 de argamassa, quantos
caminhões de 5m3 de areia
terei que comprar?

Dados:
DIFERENÇA ENTRE MASSA ESPECÍFICA E MASSA UNITÁRIA
(APARENTE)

Massa específica acaba desenvolvendo quando precisamos falar sobre


uma substância pura e homogênea, que é confundida com a premissa
de Densidade, que é quando é aplicada para um corpo (porém ambas
abordam sobre a massa de um corpo e o seu volume total).

Ou seja, se o corpo é maciço e homogêneo, a sua densidade coincide


com a massa específica do material que é formado, porém nos líquidos
não existe diferença entre os termos densidade e massa específica.
Portanto, é denominado como a densidade absoluta ou massa
específica de um corpo o quociente entre a massa e o volume de um
corpo.

Enquanto a Massa unitária acaba fazendo parte de todo um


conglomerado lançado em um determinado recipiente e com o volume
deste recipiente, e acaba chamando grandes atenções de suas
propriedades através da possiblidade de transformar concretos e
similares.
c) Índice de Vazios

É a relação entre o volume total de vazios e o volume total de grãos.

No caso dos agregados miúdos o espaço intergranular é menor que nos


agregados graúdos, porém a quantidade destes espaços vazios é bastante
superior, por isso podemos dizer que os totais de espaços vazios nos
agregados miúdos e graúdos independem do tamanho máximo dos grãos.
A mistura de agregados miúdos e graúdos, entretanto, apresentará, sempre,
um menor volume de vazios.

d) Compacidade (c)

É a relação entre o volume total ocupado pelos grãos e o volume total do


agregado.
e) Finura

Quando um agregado tem seus grãos de menor diâmetro que um outro,


diz-se que ele tem maior finura.

f) Área específica

É a soma das áreas das superfícies de todos os grãos contidos na unidade


de massa do agregado. Admite-se para área da superfície de um grão, a
área da superfície de uma esfera de igual diâmetro; o grão real tem,
contudo, superfície de área maior que a esfera. A forma dos grãos de brita
é irregular e sua superfície extremamente rugosa; para a mesma
granulometria, os agregados com grãos mais regulares têm menor
superfície específica.

1.5) Outras propriedades

Coesão: coesão de um material granular é a resistência ao cisalhamento


quando o material não está sujeito à compressão. A coesão é desprezível
nos agregados graúdos; as areias apresentam, quando úmidas, uma
resistência ao cisalhamento causada pela tensão capilar da água, que é
chamada coesão aparente. Quando secas ou saturadas, as areias não têm
coesão.
Fragilidade: propriedade dos materiais de se fraturarem sob pequena
tensão, sem deformação perceptível.
Maleabilidade: propriedade dos materiais de se deformarem fácil e
extensamente sob baixa tensão. Ex. argila.
Tenacidade: propriedade dos materiais, entre a fragilidade e
maleabilidade, de se fraturarem sob alta tensão, com pequena ou média
deformação. O granito é rocha mais tenaz que o basalto.

1.6) Agregados Naturais

1.6.1) Areia natural: considerada como material de construção, areia é o


agregado miúdo.
A areia pode originar-se de rios, de cavas (depósitos aluvionares em
fundos de vales cobertos por capa de solo) ou de praias e dunas.
As areias das praias não são usadas, em geral, para o preparo de concreto
por causa de sua grande finura e teor de cloreto de sódio. O mesmo ocorre
com as areias de dunas próximas do litoral.

Utilizações da areia natural:

• Preparo de argamassas;
• Concreto betuminoso – juntamente com fíler, a areia entra na
dosagem dos inertes do concreto betuminoso e tem a importante
propriedade de impedir o amolecimento do concreto betuminoso dos
pavimentos de ruas nos dias de intenso calor;
• Concreto de cimento (constitui o agregado miúdo dos concretos);
• Pavimentos rodoviários: constitui o material de correção do solo;
• Filtros – devido a sua grande permeabilidade, a areia é utilizada para
a construção de filtros, destinados a interceptar o fluxo de água de
infiltração em barragens de terra e em muros de arrimo.

1.6.2) Seixo rolado ou cascalho: também denominado pedregulho, é um


sedimento fluvial de rocha ígnea, inconsolidado, formado de grãos de
diâmetro em geral superior a 5 mm, podendo os grãos maiores alcançar
diâmetros até superiores a cerca de 100 mm. O cascalho também pode ser
de origem litorânea marítima.

• O concreto executado com pedregulho é menos resistente ao desgaste


e à tração do que aquele fabricado com brita, na proporção 1 para
mais ou menos 1,20.

• O pedregulho deve ser limpo, quer dizer, lavado antes de ser


fornecido. Deve ser de granulação diversa, já que o ideal é que os
miúdos ocupem os vãos entre os graúdos.

1.7) Agregados Artificiais

1.7.1) Definições
a) Pedra britada: agregado obtido a partir de rochas compactas que
ocorrem em jazidas, pelo processo industrial da fragmentação controlada
da rocha maciça. Os produtos finais enquadram-se em diversas categorias.

Segundo classificação do autor Falcão Bauer em seu livro “Materiais de construção”

b) Areia de brita ou areia artificial: agregado obtido dos finos


resultantes da produção da brita, dos quais se retira a fração inferior a 0,15
mm. Sua graduação é 0,15 /4,8mm.

c) Fíler: agregado de graduação 0,005/0,075mm. Seus grãos são da


mesma ordem de grandeza dos grãos de cimento e passam na peneira 200
(0,075 mm). É chamado de pó de pedra.

O fíler é utilizado nos seguintes serviços:

- na preparação de concretos, para preencher vazios;


- na adição a cimentos;
- na preparação da argamassa betuminosa;
- como espessante de asfaltos fluidos.

d) Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do


britador. Pode ser classificada em primária ou secundária. Será primária
quando deixar o britador primário, com graduação aproximada de
0/300mm, dependendo da regulagem e tipo de britador. Será secundária
quando deixar o britador secundário, com graduação aproximada de
76mm.

e) Rachão: agregado constituído do material que passa no britador


primário e é retido na peneira de 76 mm. É a fração acima de 76 mm da
bica corrida primária. A NBR 9935 define rachão como “pedra de mão”,
de dimensões entre 76 e 250 mm.

f) Restolho: material granular, de grãos em geral friáveis (que se parte


com facilidade). Pode conter uma parcela de solo.

g) Blocos: fragmentos de rocha de dimensões acima do metro, que, depois


de devidamente reduzidos em tamanho, vão abastecer o britador primário.

1.7.2) Matéria-prima ou Rochas de origem

Várias são as rochas aptas a serem exploradas para a produção de


agregados. Em cada região haverá rocha de natureza tal que mais vantajosa
se mostre para o tipo de agregado que se queira produzir. Dentre as rochas
mais comumente exploradas estão:

a) Granito: rocha plutônica ácida (75% de sílica), granular macroscópica,


de cor cinza.

b) Basalto: rocha vulcânica básica (50% de sílica) de cor cinza escura.

c) Gnaisse: rocha metamórfica, granular macroscópica.

d) Calcário: rocha sedimentar constituída de mais de 50% de carbonato de


sódio.

e) Arenito: rocha sedimentar proveniente da consolidação de sedimentos


arenosos. Suas características físicas são muito dispersas. Só os mais
consistentes prestam-se ao preparo de agregados, quando então suas
características físicas estão mostradas na tabela abaixo.

f) Escória de alto-forno: resíduo da produção de ferro gusa em altos-


fornos, composto de aglomeração de vários óxidos, principalmente de
cálcio e silício. Suas características são da seguinte ordem de grandeza:

- massa específica: 2400 kg/m3


- massa unitária: 1100 kg/m3

g) Hematita: É o óxido de ferro (Fe2O3). Usada em concretos pesados.


1.7.3) Brita ou pedra britada

a) Propriedades físicas:

O granodiorito gnáissico apresenta desvios em relação às demais pedreiras


nas seguintes características:

Resistência à compressão: 81 MPa; resistência à abrasão: 41,3%;


porosidade: 1,0%. Estes valores não foram, naturalmente, considerados
para o cálculo das médias citadas na tabela acima e marcadas com um
asterisco.
A compacidade de um agregado depende, primeiramente, de sua
distribuição granulométrica e, em seguida, da forma dos grãos, que, por
sua vez, é função da natureza da rocha e, no caso dos agregados
industrializados, do tipo dos britadores. Na pedra britada, verifica-se que
todas as graduações provenientes de uma mesma rocha têm
praticamente a mesma compacidade.

b) Usos

A NBR 7211, que padroniza a pedra britada nas dimensões hoje


consagradas pelo uso, trata de agregado para concreto. Não obstante
isso, e apesar de as curvas granulométricas médias dos agregados
comerciais não coincidirem totalmente com as curvas médias das faixas da
Norma, emprega-se o agregado em extensa gama de situações:

- Concreto de cimento: o preparo de concreto é o principal campo de


consumo da pedra britada. São empregados principalmente o pedrisco, a
pedra 1 e a pedra 2. É também usado o pó de pedra, apesar de ter ele
distribuição granulométrica não coincidente com a do agregado miúdo
padronizado para concreto (areia). A tecnologia do concreto evoluiu, de
modo que o pó de pedra é usado em grande escala.

- Concreto asfáltico: o agregado para concreto asfáltico é necessariamente


pré-dosado, misturando-se diversos agregados comerciais. Isto se deve ao
ter ele de satisfazer peculiar forma de distribuição granulométrica. São
usados: fíler, areias, pedras 1, 2 e 3.
- Argamassas: em certas argamassas de enchimento, de traço mais
apurado, podem ser usados a areia de brita e o pó de pedra.

- Pavimentos rodoviários: para este emprego, a NBR 7174 fixa três


graduações para o esqueleto e uma para o material de enchimento das
bases de macadame hidráulico, graduações estas que diferem das pedras
britadas.

- Lastro de estradas de ferro: este lastro está padronizado pela NBR


5564, e consta praticamente de pedra 3.

- Aterros: podem ser feitos com restolho, obtendo-se mais facilmente, alto
índice de suporte do que quando se usam solos argilosos.

- Correção de solos: usa-se o pó de pedra para correção de solos de


plasticidade alta.

1.8) Agregados Industrializados:

1.8.1) Agregados Leves:

a) Argila expandida: a argila é um material muito fino, constituído de


grãos lamelares de dimensões inferiores a dois micrômetros, formada, em
proporções muito variáveis, de silicato de alumínio e óxidos de silício,
ferro, magnésio e outros elementos. Para se prestar para a produção de
argila expendida, precisa ser dotada da propriedade de piroexpansão, isto
é, de apresentar formação de gases quando aquecida a altas temperaturas
(acima de 1000oC). Nem todas as argilas possuem essa propriedade.

O principal uso que se faz da argila expandida é como agregado leve para
concreto, seja concreto de enchimento, seja concreto estrutural ou pré-
moldado – com resistência de até fck 30MPa. O concreto de argila
expandida, além da baixa densidade de 1,0 a 1,8, apresenta muito baixa
condutividade térmica – cerca de 1/15 da do concreto de britas de granito.

Blocos e painéis pré-moldados usando argila expandida prestam-se bem a


ser usados como isolantes térmicos ou acústicos, no que são auxiliados
pela baixa densidade do material, que pode variar de 6 a 15 kN/m3, contra
26 do concreto de brita de granito ou de basalto.
b) Escória de alto-forno: é um resíduo resultante da produção de ferro
gusa em altos-fornos, constituído basicamente de compostos oxigenados
de ferro, silício e alumínio.
A escória simplesmente resfriada ao ar, ao sair do alto forno (escória
bruta), uma vez britada, pode produzir um agregado graúdo. Normalmente,
após receber um jato de vapor, a escória é resfriada com jatos de água fria,
produzindo-se, então, a escória expandida, de que resulta um agregado da
ordem de 12,5/32mm. Quando é imediatamente resfriada em água fria,
resulta a escória granulada, que permite obter um agregado miúdo de
graduação 0/4,8mm, aproximadamente.
A escória granulada é usada na fabricação do cimento Portland de alto-
forno. Usa-se a escória expandida como agregado graúdo e miúdo no
preparo de concreto leve em peças isolantes térmicas e acústicas, e
também em concreto estrutural, com resistência a 28 dias da ordem de 8-
20 MPa e densidade da ordem de 1,4.

c) Vermiculita: é um dos muitos minérios da argila. A vermiculita


expandida tem os mesmos empregos da argila expandida.

1.8.2) Agregados Pesados

a) Hematita: a hematita britada constitui os agregados miúdo e graúdo


que são usados no preparo do concreto de alta densidade (dito “concreto
pesado”) destinado à absorção de radiações em usinas nucleares (escudos
biológicos ou blindagens). O grau de absorção cresce com o aumento da
densidade do concreto.

b) Barita: pela sua alta densidade, a barita também é usada no preparo de


concretos densos.

1.9) Exigências normativas da NBR 7211

1.9.1) Granulometria

Define a proporção relativa, expressa em porcentagem, dos diferentes


tamanhos de grãos que se encontram constituindo um todo. Pode ser
expressa pelo material que passa ou pelo material retido por peneira e
acumulado.
A granulometria dos agregados é característica essencial para estudo
das dosagens do concreto.
Para caracterizar um agregado é, então, necessário conhecer quais são as
parcelas constituídas de grãos de cada diâmetro, expressas em função da
massa total do agregado. Para conseguir isto, divide-se, por peneiramento,
a massa total em faixas de tamanhos de grãos e exprime-se a massa retida
de cada faixa em porcentagem da massa total.

a) Peneiras (Série Normal e Série Intermediária): conjunto de peneiras


sucessivas, que atendem a NBR 5734, com as seguintes aberturas
discriminadas:

b) Limites granulométricos do agregado miúdo


c) Limites granulométricos do agregado graúdo
d) Módulo de finura (Mf): é a soma das porcentagens retidas acumuladas
em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por
100.

Exemplo:

Obs. Na tabela anterior todas as peneiras são da série normal, por isso
para o cálculo do módulo de finura somou-se todos os percentuais
retidos acumulados. Atenção!

Os módulos de finura para a areia variam entre os seguintes limites:

A Norma estabelece que os agregados miúdos devam se enquadrar em


uma das faixas granulométricas e que a variação máxima do módulo
de finura seja 0,2.
e) Dimensão Máxima (Dm) : grandeza associada à distribuição
granulométrica do agregado, correspondente à abertura de malha quadrada,
em mm, da peneira listada na tabela 6, à qual corresponde uma
porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em
massa.

Na tabela que vimos acima, o diâmetro máximo do agregado é 4,8 mm,


pois é na peneira 4,8 mm que o percentual retido acumulado é igual ou
imediatamente inferior a 5%.

Exercício:
1) Na folha anexa, traçar a curva granulométrica do agregado que teve as
seguintes massas retidas nas peneiras (em mm): 25 (850g); 19 (2150 g);
12,5 (3300 g); 9,5 (2900 g); 6,3 (500 g); de 4,8 a 0,15 (0 g) e no fundo
(300 g). Calcular o módulo de finura e a dimensão máxima.
Solução:
1.9.2) Forma dos grãos: os grãos dos agregados não tem forma
geometricamente definida.

a) Quanto às dimensões:

Com relação ao comprimento (l), largura (l) e espessura (e), os agregados


classificam-se em alongados, cúbicos, lamelares e discóides, conforme
sejam as relações entre as três dimensões, que definem o coeficiente de
forma.
Calcários estratificados, arenitos e folhelho tendem a produzir fragmentos
alongados e achatados, especialmente quando são usados britadores de
mandíbula no beneficiamento.
Aquelas partículas cuja espessura é relativamente pequena em relação as
outras duas dimensões são chamadas de lamelares ou achatadas,
enquanto aquelas cujo comprimento é consideravelmente maior do que as
outras duas dimensões são chamadas de alongadas.

Características dos agregados de acordo com a forma dos grãos:

Índice de forma (NBR 7809) – é a relação entre a maior dimensão c


(comprimento) e a menor dimensão e (espessura), determinadas por meio
de paquímetros (I = c/e). O índice de um agregado é a média ponderada
dos índices de 200 grãos obtidos de uma amostra quarteada.

Os grãos cubóides tem I variando entre 0,25 e 0,30; para os grãos


lamelares, I  0,05 e para os alongados, I = 0,64; para uma esfera, I = 1,0.

Coeficiente volumétrico (AFNOR) – é a relação do volume V do grão e o


da esfera de diâmetro d, sendo d a maior dimensão do grão.
No que se refere à textura superficial do agregado, a sua avaliação é feita
pelo grau de polimento ou rugosidade da superfície da partícula, sendo
função principalmente da dureza, tamanho do grão e das características
dos poros da rocha matriz. Também as ações mecânicas externas
colaboram para o aumento ou diminuição da rugosidade.
Normalmente a simples inspeção visual é uma solução bem eficaz para a
avaliação da textura superficial, uma vez que os métodos da medida da
rugosidade são muito laboriosos e pouco difundidos.

Quanto à influência da forma e textura superficial do agregado nas


propriedades do concreto, a trabalhabilidade e a resistência mecânica
parecem ser as mais afetadas.
No que diz respeito às resistências mecânicas do concreto endurecido,
observou-se que a forma da partícula e a sua textura superficial
exercem aí grande influência. A resistência à tração na flexão é mais
afetada do que à compressão, e os efeitos da forma e textura tornam-se
particularmente significantes no caso de concretos de alta resistência,
típicos de pavimentos.

b) Quanto à conformação da superfície:

* Partículas formadas por desgaste superficial contínuo tendem a ser


arredondadas, pela perda de vértices e arestas, como é o caso das areias e
seixos rolados formados nos leitos dos rios, e também nos depósitos
eólicos em zonas marítimas, tendo geralmente uma forma bem
arredondada. Agregados de rochas britadas possuem vértices e arestas
bem definidos e são chamados angulosos.
- angulosos: quando apresentam arestas vivas e pontas (britas);
- arredondados: quando não apresentam arestas vivas (seixos).

c) Quanto à forma das faces:

- conchoidal: quando tem uma ou mais faces côncavas;


- defeituoso: quando apresentam trechos convexos.

A forma dos grãos tem efeito importante no que se refere à compacidade, à


trabalhabilidade e ao ângulo de atrito interno.

A influência da forma é mais acentuada nos agregados miúdos.


Argamassas de revestimento, por exemplo, se preparadas com areia
artificial, ficam tão rijas que não se podem espalhar com a colher,
constituindo o que se chama de argamassas duras.

Os agregados naturais têm grãos cubóides, de superfície arredondada e


lisa, contra as superfícies angulosas e extremamente irregulares dos grãos
dos agregados industrializados. Apresentam, além disso, maior resistência
à desgraduação (alteração da distribuição granulométrica por quebra de
grãos). O cascalho apresenta 92,28% de grãos cúbicos, contra 70 a 90% na
brita de basalto. Tornam as argamassas mais trabalháveis que os artificiais.

Nos agregados artificiais, a forma dos grãos depende da natureza da rocha


e do tipo de britador. O granito produz grãos de melhor forma que o
basalto, que produz apreciável quantidade de grãos lamelares.

Concretos preparados com agregados de britagem exigem 20% mais água


de amassamento do que os preparados com agregados naturais, sendo os
grãos lamelares os mais prejudiciais. Apesar disso, concretos de agregados
de britagem têm maiores resistências ao desgaste e à tração, devido a
maior aderência dos grãos à argamassa.

1.9.3) Substâncias nocivas: são aquelas existentes nas areias ou britas que
podem afetar alguma propriedade desejável no concreto fabricado com tal
agregado.

a) Reatividade Álcali-Agregado (ou Reatividade Potencial): as reações


álcali-agregado são processos químicos que envolvem os álcalis do
cimento e agregados cujas características minerais ou texturais os tornam
reativos. Seus produtos são géis alcalinos e materiais cristalinos
expansivos que, desenvolvendo-se em fissuras e vazios da argamassa e,
eventualmente, dos agregados, promovem a abertura e propagação das
descontinuidades, com conseqüente aumento da permeabilidade e
diminuição da resistência química do concreto a agentes externos.
Por serem processos químicos favorecidos pela variação de umidade,
ocorrem preferencialmente em concretos de barragens.
A caracterização das reações álcali-agregado através de seus produtos
permite avaliar o grau de comprometimento da estrutura e balizar
eventuais ações para minimização dos danos decorrentes.
Experimentalmente, o teor máximo de álcalis para os cimentos é
determinado em 0,6% quando os agregados utilizados para produção de
concretos contiverem tais minerais.

b) Teor de cloretos (encontrados nas areias de dunas e praias): os cloretos


têm efeito danoso em concretos destinados à estruturas armadas, porém
são utilizados como aceleradores de pega. O cloreto ataca o aço das
armações de modo que a seção reta de uma barra pode crescer até 16 vezes
o tamanho original, lascando o concreto e expondo a armação, reduzindo a
capacidade de trabalho das peças estruturais. O teor máximo de cloreto de
sódio é 0,08% do peso da areia.

c) Argila em torrões: partículas presentes nos agregados, suscetíveis de


serem desfeitas pela pressão entre os dedos polegar e indicador, (nos
agregados miúdos o máximo é de 1,5%, em peso seco).

d) Material pulverulento: material impalpável que pode ser encontrado


na superfície dos grãos do agregado graúdo, o qual pode prejudicar a
aderência da argamassa, reduzindo o desempenho do concreto. Nos
concretos submetidos ao desgaste superficial, o percentual máximo em
peso de material pulverulento é de 3,0% e para os demais concretos, 5%.

e) Materiais friáveis e materiais carbonosos: (constituídos de partículas


de carvão, madeira e matéria vegetal sólida, é permitido um máximo de
0,5% para concretos onde a aparência é importante e de 1,0 % para os
demais concretos), assim como a argila em torrões pode desfazer-se com a
pressão dos dedos.
f) Fragmentos macios e friáveis: alteram a distribuição granulométrica e
introduzem material de alta absorção de água, o que altera a
trabalhabilidade e a resistência do concreto.

g) Óleos: podem atacar quimicamente o concreto. Penetram nos poros do


concreto seco e, por sua ação lubrificante reduzem a resistência do mesmo,
podem destruir a aderência entre a argamassa, os grãos e a armação,
resultando na desagregação do concreto.

1.10) Umidade e inchamento do agregado miúdo

a) Umidade

Os vazios do agregado miúdo podem tornar-se parcial ou totalmente


cheios de água. Se parcialmente cheios, o agregado diz-se úmido se,
completamente cheios, o agregado diz-se saturado. A absorção de água é
devida aos poros existentes no material dos grãos.

Condições de umidade dos Agregados:

De acordo com a figura acima, podemos descrever:

- Agregado seco em estufa: isento de umidade livre, quer seja na


superfície externa ou umidade interna, expelidas pelo calor. Toda a água
“evaporável” do agregado foi removida pelo aquecimento a 100oC.

- Agregado seco ao ar: sem umidade superficial, mas com alguma


umidade interna;
- Agregado saturado com superfície seca (sss): o agregado é considerado
na condição de sss quando, durante o amassamento, não absorver nenhuma
parte da água adicionada nem contribuir com nenhuma de sua água contida
na mistura. Qualquer agregado na condição de sss possui água absorvida
(água mantida à superfície por ação físicoquímica) na sua superfície, desde
que esta água não possa ser removida facilmente do agregado. Esta
condição (sss) também pode ser descrita como sendo a fase em que todos
os poros permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na
superfície;
- Agregado saturado: com água livre em excesso, o que contribui para
alterar o teor de água da mistura (há umidade livre na superfície do
agregado).

Capacidade de absorção: é a quantidade total de água requerida para


trazer um agregado da condição seca em estufa para a condição sss.

Absorção efetiva: é definida como a quantidade de água requerida para


trazer o agregado da condição seca ao ar para a condição sss.

Umidade superficial: é a quantidade de água em excesso além da


requerida para a condição sss

A absorção e a umidade superficial do agregado são de grande importância


nas pesquisas de concreto, pois estão diretamente ligadas à quantidade de
água de amassamento. Para um mesmo agregado, maior absorção indica
maior porosidade, maior grau de alteração e menor massa específica.

Para efeito de dosagem, caracterização de propriedades e fabricação de


concreto, o agregado deve ser considerado na condição de saturado com
superfície seca (sss), que é a condição em que não absorve nem libera água
livre em sua superfície, não alterando assim a quantidade de água de
amassamento do concreto.

A umidade dos agregados miúdos nos canteiros de obra varia de 2 a 7%,


correspondendo ao inchamento que pode variai de 20 a 30% e que depende
também da granulometria do material.

b) Inchamento nos agregados miúdos:


Nos agregados miúdos, os tamanhos dos vazios podem ser da ordem, ou
até menores, que a espessura da película de água de adsorção (água que
adere às superfícies dos grãos). Por isso, o agregado pode ter seus grãos
afastados uns dos outros pela película de água. É o fenômeno do
inchamento. Nos agregados graúdos, os tamanhos dos vazios são muito
maiores que a espessura da película de água, não ocorrendo o inchamento.
Podemos então dizer que inchamento é o aumento de volume que sofre a
areia seca ao absorver água. Esse fenômeno deve ser levado em
consideração na medida do volume da areia para os traços de concreto em
volume. O efeito do inchamento da areia pode influir em até 30% na
medição de seu volume. Traçando-se a curva de inchamento da areia que
está sendo utilizada numa obra, pode-se conhecer a qualquer momento o
seu inchamento com a determinação da umidade. A curva terá a seguinte
função:
Algumas fórmulas para o cálculo de umidade e inchamento nos agregados
miúdos:
c) Inchamento Máximo e Umidade Crítica

A figura abaixo mostra o que ocorre com a areia absolutamente seca


(h=0,00%) ao absorver água.

Observações sobre o gráfico acima:

• Considerando o crescimento do teor de umidade a partir do valor


nulo, verificamos que o coeficiente de inchamento cresce
rapidamente, no entanto tal crescimento anula-se ao ser atingido um
determinado teor de umidade, o que depende da natureza e da
granulometria da areia.

• Quando o teor de umidade aumenta ainda mais a partir deste ponto, o


coeficiente de inchamento diminui até alcançar um valor limite,
quando a areia não mais absorve água (areia saturada). No caso do
gráfico acima, o máximo valor de I, foi alcançado com 6% de
umidade, o chamaremos então de inchamento máximo (pelo gráfico
I=1,40).

• Conceituamos de umidade crítica o teor de umidade a partir do qual


o crescimento do coeficiente de inchamento é muito pequeno.

Segundo a NBR 6467, para calcularmos a umidade crítica e o inchamento


crítico devemos proceder da seguinte maneira:
• Ligamos o ponto A à origem das coordenadas;
• Traçamos a reta DB paralela à AO e tangente à curva do inchamento,
obtendo-se o ponto B, o qual define a umidade crítica (B = 4,2%);
• Para obter o ponto C sobre a curva do inchamento, o qual define o
inchamento crítico, traçamos uma reta perpendicular ao eixo x, na
direção do ponto B.

Denominaremos inchamento médio o valor do inchamento igual à média


aritmética dos valores do inchamento máximo (1,40) e o correspondente
ao do ponto C (1,38), portanto o inchamento médio será 1,39.

1.11) Outros índices de qualidade:

a) Resistência à Tração: a resistência à tração também depende da


direção do esforço, relativamente ao veio da pedra. É determinada pelo
ensaio diametral, em que um corpo-deprova cilíndrico é submetido a um
esforço perpendicular ao eixo do cilindro. Sua ordem de grandeza oscila de
10 a 15 MPa.

b) Esmagamento: quando o agregado é submetido à compressão, os grãos


podem se fraturar, alterando a distribuição granulométrica. O ensaio de
esmagamento, conforme a NBR 9938, submete o agregado 9,5/12,5 a um
esforço de compressão de 21,5 MPa, causando o fraturamento dos grãos
assim como o arredondamento de pontas e arestas, dependendo da
friabilidade do material ensaiado.

c) Resistência ao choque: o ensaio consiste em deixar cair sobre o corpo-


de-prova (cubo de 4 cm de lado) um peso de 45 N (4,5 kg) tantas vezes
quantas necessárias para esmagar o choque. Nas alvenarias, resistências da
ordem de 1 kJ/m2 (102 kgm/m2) são mais do que suficientes; nas guias de
calçadas devem ser da ordem de 1530 kgm/cm2).

d) Friabilidade: tendência do material a se desagregar quando submetido


a tensão, mesmo moderada. Alguns fragmentos de alteração de granito são
muito friáveis, esmigalham-se facilmente.
1.12) INFORMAÇÕES GERAIS

Argamassas
A eficiência de uma argamassa, seja para alvenaria, revestimento ou piso,
depende da qualidade da cal e areia, como também da aplicação de traços
certos para cada serviço específico.
O costume nas obras é usar alguns poucos traços diferentes para uma
variedade de serviços, adicionando uma quantidade maior ou menor de
cimento.
Os constituintes:
a) Cimento: deve ser de fabricação recente, indicadas as quantidades em
sacos de 50 kg.
b) Cal: com poucas exceções de obras menores, usa-se quase
exclusivamente cal hidratada, em sacos de 20 quilos.
c) Areia: já que para os diversos tipos de aplicação das argamassas usam-
se areia limpa de granulação fina, média, grossa ou média comum,
contendo um pouco de argila e impureza, a quantidade a ser usada também
depende do grau de umidade da areia, nas dosagens das argamassas. Em
seguida são usadas as designações dos diversos tipos de areia:
G = grossa
M = média
F = fina (peneirada)
C = comum
L = lavada
A quantidade de areia pode ser indicada em altura de caixas (padiolas) com
base de 45 x 35 cm. Para facilitar a medida de 1/2 caixa, marcar
internamente a metade da altura com uma ripa triangular.
O grau de umidade da areia pode ser considerado seco quando esta ficou
muito tempo exposta ao sol ; com 3% de umidade, quando a areia com sua
umidade original estava depositada em tempo nublado; e 5% de umidade
em tempo chuvoso.
A umidade é medida em relação ao peso da areia seca.
Preparação da argamassa:
As argamassas devem ser preparadas mecanicamente ou manualmente
quando a quantidade for insuficiente para justificar o uso de um
misturador.
O amassamento precisa ser contínuo e durar um minuto e meio, a contar
do momento em que todos os componentes da mistura, inclusive a água,
tenham sido lançados no misturador.
O amassamento manual é feito em masseiras, tabuleiros ou superfícies
planas impermeáveis e resistentes.
Mistura-se normalmente a seco os agregados, revolvendo-se os materiais
com pá, até que a mescla adquira coloração uniforme.
Dá-se então à mistura forma de cone e adiciona-se, paulatinamente, a água
necessária no centro da cratera assim formada. O amassamento é
processado com o devido cuidado para se evitar perda de água ou
segregação dos materiais, até se conseguir uma massa homogênea de
aspecto uniforme e consistência plástica adequada.
Serão preparadas quantidades de argamassa na medida das necessidades
dos serviços a executar em cada etapa, de maneira a evitar o
endurecimento antes do emprego.
As argamassas contendo cimento devem ser usadas dentro de duas horas e
meia, a contar do primeiro contato do cimento com água. Nas argamassas
de cal, contendo pequena proporção de cimento, a sua adição se realiza no
momento do emprego.
Não utilizar argamassa que apresente vestígios de endurecimento. É
expressamente vedado reamassá-la. Não é admitido mesclar o cimento
Portland com gesso, dada a incompatibilidade desses materiais.
Argamassas de gesso necessitam de um aditivo retardador de pega.

Falando um pouco sobre areia para concreto

Deve-se dar especial atenção ao uso dos agregados no concreto e nas


argamassas, considerando que o maior volume destes elementos
importantes de uma construção é formado por estes agregados, que são
materiais menos homogêneos, usados no canteiro de obra.
Além da necessidade de verificar a qualidade da matéria-prima e da
escolha das dimensões e das proporções entre miúdos e graúdos, uma
especial atenção deve ser dada às impurezas ainda que admissíveis,
conforme suas quantidades e as diversas aplicações.
As impurezas podem ser húmus, torrões de argila, ramos, carvão, ....
Húmus prejudica a pega e o endurecimento do concreto, diminuindo sua
resistência. O ácido húmico neutraliza a água da argamassa e forma uma
película sobre os grãos de areia, diminuindo a aderência com a pasta de
cimento ou cal. Torrões de argila têm pouca resistência e originam vazios
que diminuem a resistência do concreto e a eficiência da argamassa.
Carvão pode intumescer (endurecer), rachar e desagregar o concreto e
perturbar o endurecimento do concreto e argamassa. Veremos adiante um
pouco mais sobre as impurezas nos agregados.

Areia para concreto


A areia para concreto deve ser grossa, lavada e limpa. A areia fina não é
recomendável, pois compromete a resistência do concreto.
Além das impurezas já assinaladas, não deve haver mica e partículas
vegetais. Impurezas com teor maior do que 3% em volume, sendo material
carbonoso no máximo 1%, para concreto comum, e 0,5% para concreto
aparente, prejudicam a qualidade do concreto.
A cor escura da areia é indício de material orgânico, exceto quando esta se
origina de rochas escuras. Antes do uso da areia, deve-se diariamente
verificar o seu teor de umidade, para determinar a variação da quantidade
de areia e da água a ser usada na dosagem. Veja abaixo:
• Quando a areia chega do porto em tempo seco, pode-se considerar o
aumento do volume da areia em 3%, em tempo chuvoso, em 5%.
• No caso de concreto aparente, deve-se usar sempre a mesma
qualidade de areia e do mesmo fornecedor, para evitar alteração da
coloração do concreto aparente.
• Argila e silte envolvem os grãos dos agregados, formando películas
que não se separam durante a mistura, reduzindo a aderência entre a
pasta e a areia, em detrimento da resistência do concreto e
aumentando sua retração.

Quanto ao transporte:
No recebimento da areia deve-se considerar que, durante o transporte no
caminhão, a areia se assente, diminuindo o volume a fornecer. Por esse
motivo o pessoal do caminhão revolve a areia antes de chegar ao canteiro.
Assim sendo, não se pode calcular a quantidade certa em volume de areia
fornecida. O volume de areia deve ser medido na boca da betoneira.
A descarga deve ser feita diretamente na boca larga dos depósitos de
agregados.

Quanto a estocagem:
O depósito de areia deve ser feito em terreno seco e plano, com proteção
contra invasão de água durante as chuvas. Para não dispersar areia,
recomenda-se fazer em volta deste depósito uma barreira de tábuas. Se
houver chuvas fortes e prolongadas, convém cobrir a areia com uma manta
plástica.
2. USOS E ESPECIFICAÇÕES & NORMAS

2.1. INTRODUÇÃO USO E ESPECIFICAÇÕES & NORMAS

Os agregados são matérias primas minerais de grande importância


econômica para o desenvolvimento socioeconômico de cada País e de
relevância para a qualidade de vida na sociedade. Esses são usados
basicamente na construção civil e obras de infraestrutura. De acordo com a
Norma ABNT NBR 9935/2005 que estabelece a terminologia dos
agregados, estes são caracterizados como materiais sem forma ou volume
definidos, geralmente inertes, de dimensões e propriedades adequadas para
a produção de argamassas e concreto.
Na construção de 1 km de autopista, usam-se cerca de 18.000 t de
agregado. Em obras de estradas, os custos desses materiais representam
um valor entre 10 e 20%. Cerca de metade do consumo das matérias
primas minerais consumidas pela sociedade, correspondem aos agregados
(LOEMCO, 2003).
Os agregados tem um vasto campo de aplicações na indústria de
construção civil e os principais são:
− agregados para concreto e argamassa de cimento Portland: uso com
finalidade estrutural e uso sem finalidade estrutural;
− agregados para concreto asfáltico;
− lastro de ferrovia;
− aterros;
− tratamentos superficiais em pavimentos;
− drenagem e filtros;
− proteção e contenção de taludes;
− controle de erosão;
− componente de argamassa para alvenaria e revestimento.

2.2. AGREGADOS PARA CONCRETO E ARGAMASSA DE


CIMENTO PORTLAND
(NBR 7211 E 7214)

A norma 7211 estabelece as características tecnológicas requeridas para a


produção de agregados graúdo (brita) e miúdo (areia), de origem natural,
já fragmentados ou resultantes do processo de cominuição (britagem) e
destinada à produção de concreto.
A norma 7214 fixa as condições requeridas da areia destinada à execução
do ensaio de resistência à compressão de cimento Portland, de acordo com
a norma NBR 7215.
104 Usos e Especificações
O concreto de Cimento Portland ou Hidráulico
É uma mistura, em proporções pré-estabelecidas, de um aglomerante
(cimento) com um ou mais materiais agregados (brita e-areia) e água.
No caso de agregados que não se conhece, ainda, os antecedentes do seu
desempenho ou irão ser usados pela primeira vez, ou em regiões onde não
seja possível, economicamente, produzir um agregado dentro da Norma-
7211, deverão ser realizados, previamente, em laboratório especializado,
estudos técnicos de caracterização tecnológica do agregado, que garanta a
sua produção com qualidade satisfatória para o uso a que se destina –
concreto hidráulico, concreto asfáltico, lastro ferroviário, argamassa etc.
Argamassa (SMITH & COLLIS, 2001)
Na construção civil, argamassa é o termo usado para denominar a mistura
de areia natural ou outros agregados de granulometria fina e algum agente
ligante (cimento ou cal).
A argamassa preparada apenas com areia e cal como ligante, por ser de
menor custo, ainda é usada como emboço de paredes em construções de
casas populares.
A argamassa preparada com areia, cimento do tipo Portland como ligante e
aditivos, para melhorar a sua trabalhabilidade, é hoje usado
universalmente. A essa mistura também pode ser adicionado um pouco de
silte e argila, que melhora ainda mais a trabalhabilidade da argamassa e
provê superfícies mais untuosas (escorregadias), propriedade muito
requerida pelos pedreiros.
Nos estudos de caracterização tecnológica de uma rocha visando ao
seu uso como agregado (brita ou areia) para a construção civil,
recomenda-se a aplicação das normas requeridas para esses estudos,
constituídas por ensaios físicos, químicos e mecânicos (Capítulo. 5,
nesta publicação), segundo as Normas ABNT, complementadas por
normas internacionais, como seguem:
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas--NBR: 5734, 6465,
7216, 7217, 7218, 7219, 7220, 7221, 7389, 7809;
AFNOR - Association Française de Normalisation (França); NF 18-572,
18-576 (1978);
ASTM - American Society for Testing Materials (EUA): ANSI/ASTM C
123-69, ASTM C 127-77, 128-73, 227-81, 586-69;
BSI - British Standard Institution (Grã-Bretanha): BS: 812-Part 3: 1975-6,
1975-7, 1975-8, BS 1047:1952;
DIN - Deutsches Institut für Normung (Alemanha): DIN 4226 Parte 3,
DIN 52102, 52103, 52105, 52109,
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 105
2.2.1. Uso com Finalidade Estrutural
O concreto do tipo estrutural ou armado é o que contém barras de aço
projetadas para que esses materiais resistam aos esforços previstos pelo
seu uso. Esses são colocados em formas projetadas.
Os agregados usados para concreto devem atender às propriedades
requeridas pela caracterização tecnológica, tais como: conteúdo em
minerais duros, compactos, limpos, isento de substâncias que possam
afetar a hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da armadura
contra a corrosão, durabilidade, ou quando for desejado, os aspectos
visuais externos do concreto.
Os agregados não devem conter materiais reativos com os álcalis do
cimento, em proporções que possam causar expansão do concreto, exceto
nos casos em que o cimento contiver menos de 6% de equivalente alcalino,
expresso em Na2 ou for adicionado aditivos que evitem a sua expansão,
prejudicial à reação álcali-agregado.
Agregado (NBR 7225)
Para efeito desta Norma, define-se agregado como o material natural de
propriedades adequadas, ou obtido por fragmentação da rocha (pedra),
com granulometria menor do que 100 mm e superior a 0,075 mm.
Agregado Miúdo
A areia natural ou resultante da britagem de rochas estáveis, ou a mistura
de ambas, deverá, para efeito desta norma (NBR-7211), estar abaixo de
4,75 mm ressalvados os limites estabelecidos na Tabela 1, em ensaio
realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas
pela ABNT NBR ISO 3310-1.
Para obtenção de uma amostra representativa de um lote de agregado
miúdo, a amostragem deverá seguir a NBR 7216.
Areia
Material natural (NBR 7225), de propriedades adequadas, de
granulometria inferior a 2,0 mm e superior a 0,075 mm. Esta pode ser
classificada em:
Areia grossa: granulometria de 2 a 1,2 mm Areia média: granulometria de
1,2 a 0,42 mm Areia fina: granulometria de 0,42 a 0,075 mm
106 Usos e Especificações
Tabela 1 – Limites granulométricos do agregado miúdo (areia).
Porcentagem em massa retida
acumulada na peneira para as
Peneiras com diferentes zonas
abertura em
mm (ABNT
NBR NM
ISO 3310-1)
Limites Limites superiores
inferiores
Zona Zona Zona Utilizável
Ótima Zona
Zona Ótima
Utilizáve
l
9,50 0 00 0
6,30 0 0 0 7
4,75 0 0 5 10
2,36 0 10 20 25
1,18 5 20 30 50
600 µm 15 35 55 70
300 µm 50 65 85 95
150 µm 85 90( 95 100
Fonte: ABNT NBR 7211:2009
Nota 1: O módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,90
Nota 2: O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20
Nota 3: O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,50
A granulometria é determinada segundo a NBR 7217 e deverá atender
os limites de apenas uma das zonas da Tabela 1. Essa Norma estabelece
que poderão ser usadas areias com distribuição granulométrica diferente,
desde que sejam feitos os ajustes, mediantes estudos prévios de dosagem.
O Módulo de Finura do agregado miúdo (areia), cuja granulometria
cumpre com qualquer uma das zonas indicadas na Tabela 1, não deve
variar de mais de 0,2 para material de mesma origem.
Pelo Módulo de Finura, as areias são classificadas em:
Tipos Módulo de finura -
de Areia MF
Grossa MF>3,9(3,9 > MF >
Média Fina 2,4)MF< 2,4
Substâncias Nocivas
Os agregados não deverão conter substâncias nocivas acima dos limites
estabelecidos pelas normas (ver a seguir), com relação à massa do
agregado miúdo:
− torrões de argila e materiais friáveis (ABNT NBR 7218), máximo de
3%;
− materiais carbonosos (ASTM C 123), para concreto aparente, máximo de
0,5 % e concreto não aparente, máximo de 1,0% ;
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 107
− material fino < 75 µm obtido por peneiramento a úmido (material
pulverulento, ABNT NBR NM 46), para concreto submetido a desgaste
superficial, máximo de 3,% e concretos protegidos do desgaste
superficial, máximo de 5%;
− impurezas orgânicas (ABNT NBR 7221), máximo de 10%.
Agregado Graúdo
Para obtenção de uma amostra representativa de um lote de agregado
graúdo, a amostragem deverá seguir a NBR 7216.
Define-se Agregado graúdo como aquele cujos grãos passam numa
peneira com abertura de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de
4,8 mm, ressalvados os limites estabelecidos na Tabela 3.
A granulometria dos agregados graúdos, determinada pela NBR 7217,
deve atender os requisitos indicados na Tabela 2.
Substâncias Nocivas
Os agregados graúdos ou brita devem também atender aos limites
impostos pelas normas ABNT e ASTM para:
Torrões de argila e partículas friáveis, determinados segundo a NBR 7218:
- em concreto onde a aparência é importante máximo 1%
- em concreto submetido a desgaste superficial máximo 2%
- demais concretos máximo 3%
- Material pulverulento, máximo 1%
determinado pela NBR 7219 Materiais
carbonosos, determinados pela ASTM C
123:
- no caso de concreto onde a aparência é importante máximo 0,5%
- nos demais concretos máximo 1%
Forma de Grão (NBR 7809)
Por esta norma, o índice não deve ser superior a 3.
Abrasão Los Angeles (NBR 6465)
Por esta norma, deve ser inferior a 50%.
A norma NBR 7225, para materiais de pedra e agregados naturais,
apresenta uma classificação mais resumida para a Brita (Tabela 2).
108 Usos e Especificações
Tabela 2 – Classificação da brita de acordo com as dimensões nominais.
Número
1 4,8 12,5
2 12,5 25
3 25 50
4 50 76
5 76 100
Aberturas de peneiras de malhas quadradas (mm)
Mínima Máxima
Fonte NBR 7225
A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR
248, deve atender aos limites indicados para o agregado graúdo constantes
da Tabela 3.
Tabela 3 – Limites granulométricos de agregado graúdo.
Percentagem, em massa, retida
Peneira acumulada
com abertura de
malha em mm
(ABNT NBR NM
ISO 3310-1)
Zona Granulométrica d/Da
9,5/25 19/31, 25/50 37,5/75
5
4,75/12
,5
75 - - - - 0–5
63 - - - - 5 – 30
50 - - - 0 – 5 75 - 100
37,5 - - - 5 - 30 90 - 100
31,5 - - 0 - 5 75 - 100 95 - 100
25 - 0 – 5 5 – 25b 87 - 100
19 - 2 – 15b 65b - 95 95 - 100
12,5 0 - 5 40b - 65b 92 - 100 -
9,5 2 – 15b 80b - 100 95 - 100 -
6,3 40b - 65 92 - 100 - -
4,75 80b - 100 95 - 100 - -
2,36 95-100 - - -
a Zona granulométrica correspondente à menor
(d) e à maior (D) dimensões do agregado graúdob Em cada
zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no
máximo cinco unidades percentuais em apenas um dos
limites marcados com b. Essa variação pode também estar
distribuída em vários desses limites
Fonte: NBR 7211:2009
Segundo Senna e Resende, (2009), os principais usos dos agregados estão
sumarizados no Quadro 1.
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 109
Quadro 1 – Principais utilizações dos agregados.
Produtos Usos
Areia Assentamento de bloquetes,
artificial e areia tubulações em geral, tanques,
natural (4,8 a 0,074 emboço, podendo entrar na
mm) composição de concreto e asfalto.
Pó de Confecção de pavimentação
pedra (< 4,8 mm) asfáltica, lajotas, bloquetes
intertravados, lajes, jateamento de
túneis e acabamento em geral.
Brita “0” Massa asfaltica.
ou pedrisco (4,8 a 9,5
mm)
Brita 1 Intensivamente na fabricação de
(4,8 a 12,5 mm) concreto, com inúmeras aplicações,
como na construção de pontes,
edificações e grandes lajes.
Brita 2 Fabricação de concreto que exija
(12,5 a 25,0 mm) maior resistência, principalmente
em formas pesadas.
Brita 3 (25 Também denominada pedra de
a50 mm) lastro utilizada nas ferrovias.
Brita 4 (50 Produto destinado a obras de
a76 mm) drenagem, como drenos sépticos e
fossas.
Fabricação de gabiões3, muros de
Rachão(1), contenção e bases.
pedra de mão ou
pedra marroada
Brita Em base e sub-base, pisos, pátios,
graduada galpões e estradas.
Bica Massa asfáltica, aterro.
corrida´(2)<25 mm
Fonte: Kulaif (2001), Sampaio et al., 2001, modificado. (1)Rachão - é o
material obtido diretamente do britador primário e que é retido na peneira
de 75 mm.
(2)Bica corrida: conjunto de pedra britada pedrisco e pó de pedra, sem
graduação definida, obtido diretamente do britador, sem separação por
peneiramento.
(3)Gabião: muro de contenção feito de pedras arrumadas dentro de uma
tela e bastante usado em estradas para evitar erosão.
OUTRAS PROPRIEDADES
Outras propriedades - físicas, químicas/mineralógicas e mecânicas não
prescritas nas Normas ABNT, a NBR 7211 recomenda recorrer às Normas
DIN, BS, AFNOR, até que a ABNT publique Normas sobre esses assuntos.

2.2.2. Uso sem Finalidade Estrutural


Neste caso, a mistura denominada do tipo massa, quando essa é lançada no
meio envolvente, poderá ser trabalhada ou não.
110 Usos e Especificações

2.3. AGREGADOS PARA CONCRETO ASFÁLTICO (BERNUCCI et


al., 2008)

Os revestimentos asfálticos também conhecidos por asfalto são produtos


obtidos pela compactação de misturas de ligantes asfálticos, agregados
minerais e, em alguns casos, de produtos complementares. Quando esses
revestimentos são aplicados adequadamente, devem originar estruturas
duráveis em sua função de serviço. Para tal, é imprescindível conhecer e
selecionar as propriedades que os agregados devem apresentar.
Na engenharia, o desempenho do concreto asfáltico, em obras de
pavimentação, é medido em anos ou décadas. Os ensaios de laboratório e a
experiência prática devem indicar como o agregado irá se comportar
durante sua vida de projeto em um pavimento.
O agregado selecionado para concreto asfáltico deverá apresentar
propriedades capazes de suportar tensões impostas na superfície do
pavimento e também em seu interior. O desempenho das partículas do
agregado depende da forma como foram produzidas, mantidas unidas e das
condições que irão atuar. A escolha de um agregado ocorre, a partir de uma
caracterização tecnológica em laboratório, onde uma série de ensaios é
utilizada para prever o seu comportamento posterior, quando em serviço.
Este depende também das propriedades geológicas da rocha: tipo de rocha,
sua composição química e mineralógica, sua granulação, grau de alteração,
sua tendência à degradação, abrasão ou a fratura sob tráfego e o potencial
de adesão do ligante asfáltico em sua superfície.
Há uma grande variedade de agregados passíveis, a priori, de utilização em
revestimentos asfálticos. No entanto, cada uso, em particular, requer
agregados com características tecnológicas específicas e isso poderá
inviabilizar muitas fontes potenciais. Os agregados utilizados em
pavimentação podem ser classificados em três grandes grupos:
− segundo sua natureza;
− tamanho e
− distribuição granulométrica.
Segundo a Natureza
A norma de ensaio do DNER-IE 006/94 dá uma indicação sobre os
minerais que poderão conferir às rochas uma tendência maior ou
menor ao polimento, quando usadas como agregados para fins
rodoviários. Essa norma do DNER descreve uma metodologia
petrográfica - microscópica e mineralógica, de materiais rochosos usados
em rodovia. No caso da análise microscópica em lâmina delgada, as
seguintes características serão obtidas: granulação, textura e estrutura,
composição mineralógica, forma de ocorrência e minerais secundários.
Outras informações também serão levantadas- tais como o estágio de
alteração
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 111
dos minerais primários, tipos de microfissuras, densidade, vazios ou poros,
natureza dos materiais, sílica amorfa, vidro vulcânico, alumina livre,
zeólitas, sulfetos e argilominerais expansivos.
Quanto ao tamanho
Para uso em misturas asfálticas, os agregados são classificados, quanto ao
tamanho, em graúdo, miúdo e material de enchimento ou fíller (DNIT 031/
2004 - ES):
graúdo - é o material com granulometria maior do que 2,0 mm e menor
que 12,5 mm. São as britas, cascalhos, seixos etc.;
miúdo - é o material maior que 0,075 mm e menor que 2,0 mm. São as
areias, o pó de pedra etc.;
material de enchimento (fíller) - é o material onde pelo menos 65% das
partículas são menores que 0,075 mm, exemplo, cal hidratada, cimento.
O tamanho máximo do agregado e sua distribuição granulométrica são
controlados por especificações para uma determinada aplicação. Como
exemplo, pode ser mencionado que a espessura mínima de execução da
camada de asfalto, determina o tamanho máximo a ser usado nessa mistura
asfáltica.
Tabela 4 – Métodos de ensaio para determinação de características
mecânicas de agregados e valores de aceitação (IPR, 1998).
Métodos de Ensaio Valores Limite
Tentativa
DNER-ME 35/94 - Agregado - determinação
da abrasãoLos AngelesLA ≤ 65%
DNER-ME 399/99 - Agregados - determinação
da perda ao choque no aparelho TretonT ≤60%
DNER-ME 96/98 - Agregado graúdo -
avaliação da resistência mecânica pelo método dos 10%
de finos10% finos ≥ 60 kN
DNER-ME 401/99 - Agregados - determinação
do índice de degradação de rochas após compactação
Marshall, com ligante - IDML e sem ligante - IDMIDML
com ligante ≤ 5IDM sem ligante ≤ 8
DNER-ME 398/99 - Agregados - determinação
doíndice de degradação após compactação Proctor -
IDPIDP ≤ 6
DNER-ME 397/99 - Agregados - determinação
doíndice de degradação Washington - IDWIDW ≥ 30
DNER-ME 197/97 ou NBR 9938 - Agregados
- determinação da resistência ao esmagamento de
agregados graúdosE ≥ 60
Fonte: Pavimentação asfáltica, Bernucci et al. 2008).
112 Usos e Especificações
Limpeza
Os agregados para pavimento asfáltico devem ser limpos e isentos de
vegetação, conchas, grumos de argila. Esta pode ser verificada
macroscopicamente, no entanto aconselha-se uma análise granulométrica a
úmido.
A norma DNER-ME 054/97 descreve o ensaio de equivalente de areia, no
qual se determina a proporção relativa de materiais do tipo argila ou pó em
agregados miúdos.
Textura Superficial dos Agregados
Esta influi na trabalhabilidade, na adesividade e na resistência ao atrito e
ao cisalhamento das misturas asfálticas para pavimentação. Quando o
agregado apresenta uma maior rugosidade, há perda na trabalhabilidade da
mistura asfáltica e aumento na resistência ao cisalhamento dessa mistura.
A rigor, não há uma metodologia consagrada para se medir a textura
superficial dos agregados.
Forma das Partículas dos Agregados
Esta influi na trabalhabilidade e resistência ao cisalhamento das misturas
asfálticas e influencia na energia de compactação requerida para se
alcançar determinada densidade. No caso de partículas irregulares ou com
forma angular, tal como pedra britada, cascalhos e algumas areias de brita
propiciam melhor Inter travamento entre os grãos compactados, que será
maior, no caso de partículas cúbicas e mais afiladas suas arestas. O índice
de forma das partículas (f) é determinado pela norma DNER-ME e varia
de 0,0 a 1,0. É aceito o limite mínimo de 0,5 e quando cúbico, o fator de
forma (f) = 1,0.
Adesividade ao Ligante Asfáltico (DNER –ME 078/94)
Agregados que tem afinidade pela água, ou seja, que são hidrófilos podem
se tornar inaceitáveis para misturas asfálticas, pois a água tende a descolar
o ligante asfáltico da superfície do agregado. Segundo a literatura,
agregados silicosos como o quartzito e alguns granitos, são citados como
exemplos que merecem atenção quanto à sua adesividade ao ligante
asfáltico. O que é requerido para os agregados para misturas asfálticas é
que estes sejam hidrófobos, ou seja, não molháveis pela água ou
oleofílicos.
Sanidade
Os agregados precisam apresentar resistência à desagregação química
quando são expostos às condições ambientais do pavimento. Esta
resistência é medida pelo método DNER-ME 089/94, que consiste em
atacar o agregado com uma solução de sulfato de sódio ou de magnésio,
seguidos de secagem em estufa. A perda de massa não pode ser maior do
que 12%.
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 113
Propriedades de Consenso
São aquelas que propiciam um bom desempenho dos revestimentos
asfálticos:
− angularidade do agregado graúdo; − angularidade do agregado miúdo; −
partículas alongadas e achatadas; e − teor de argila.

2.4. AGREGADOS PARA CONCRETOS POLIMÉRICOS

O concreto polimérico é um material relativamente novo e de alto


desempenho. Esse é formado por uma mistura de agregados usando um
polímero como único aglomerante. A sua elevada resistência mecânica,
química e durabilidade contribuem para minimizar a necessidade de
manutenção e incidência de patologia. Uma característica do concreto
polimérico é a sua rápida cura, o que torna esse material adequado para
pré-moldados, revestimentos e reparos estruturais. No entanto, a principal
característica do concreto polimérico é a substituição do aglomerante
cimento por aglomerante polimérico (GORNINSKI, J. P.;
KAZMIERCZACK, 2008; METHA & MONTEIRO, 1994).
Nos Estados Unidos da América, as aplicações do concreto polimérico
estão voltadas para os revestimentos de pavimentação de pontes e de
elementos estruturais de indústrias petroquímicas.
No Brasil, o concreto polimérico tem sido pouco usado, apesar da
necessidade do uso de materiais mais duráveis, de maior resistência
mecânica e química. O seu custo mais elevado e o pouco conhecimento de
suas propriedades talvez tenham contribuído para o seu pouco uso.
Visto que o polímero é o item mais caro do concreto polimérico, é da
maior importância usar uma massa seca de agregado a mais compactada
possível. Neste caso, recomenda-se usar uma brita de granulometria
máxima de 19 mm combinada com diferentes frações de areia, de forma a
minimizar os espaços vazios na massa do agregado, reduzindo, assim, a
quantidade do polímero requerida para a preparação do concreto (MEHTA
& MONTEIRO, 1994).
Segundo ainda esses mesmos autores, dependendo dos materiais
empregados, os concretos poliméricos podem desenvolver resistências à
compressão da ordem de 140 Mpa ( acima de 60 Mpa já pode ser
considerado de alta resistência) sendo recomendado para concretagem de
emergência em minas, túneis e autoestradas.
114 Usos e Especificações

2.5. LASTRO DE FERROVIA (NBR 5564)

Esta norma estabelece as condições requeridas para lastro padrão (LP) para
via férrea. Poderá também ser usada para outro tipo de lastro de pedra,
quando for aplicável ou na falta de especificações próprias.
O lastro padrão de ferrovia é um agregado constituído por fragmentos
resultantes da britagem de rocha dura e sã, com características
petrográficas requeridas para lastro de ferrovia.
Quando da aplicação dessa norma NBR 5564, recomenda-se consultar as
Normas NBR 5734 6465, 6953, 6954, 6490, 6502, 7217, 7218, 7219,
7225, 7389, 7390, 7418, 7641, 7702, 7914, 8487, 8697, 8938, 19000.
As principais rochas usadas para lastro de ferrovia são granito, diorito,
quartzito, basalto, gnaisse, calcário silicoso, arenito duro, dentre outros.
Os fragmentos de rochas devem ser homogêneos, duros, limpos, duráveis
etc.
A escolha pelo tipo de rocha depende da sua disponibilidade e
proximidade da frente de construção da via férrea.
As Propriedades Físicas requeridas para Lastro de Ferrovia são:
Massa específica aparente 2,4
mínima Absorção d´água Porosidade g/cm31,
aparente máxima Resistência ao 0%1,0%
desgaste-abrasão Los Angeles máxima 40,0%20
Resistência ao choque Trenton máximo ,0%cúbi
Formato da partícula Granulometria ca
O agregado para Lastro Ferroviário deverá apresentar a seguinte
distribuição granulométrica (Tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição granulométrica de Lastro Padrão.
Abertura da % em peso acumulada
malha da peneira (mm)
NBR 5734
Padrão B

Padrão A
12 3 1
76,2 - 0 - 0
63,5 0 - 0 0 - 10
2
50,8 0 - 10 -
3
38,0 30 -65 40 - 75
4
25,4 85 - 100 -
5
19,0 - 90 - 100
6
12,0 95 - 100 95 - 100
7
Fonte: NBR 5564
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 115

2.6. ATERRO (WEGNER E DAVIS, 2010)


Do ponto de vista de construção, aterro pode ser definido como todos os
solos e materiais rochosos (agregados) usados no preenchimento de áreas
escavadas, corte de estradas e superfícies naturais.
Do nosso conhecimento, não existem ainda, no País, os procedimentos de
normalização para caracterizar os agregados para uso como aterro. Este
termo nem se quer é definido na Norma de terminologia dos agregados
(NBR 9935).
Segundo a ASTM, todos os materiais usados como aterro devem ser
avaliados segundo testes específicos recomendados para sua
caracterização tecnológica:
− determinação de densidade pelo método do cone de areia (ASTM
D1556);
− teste de compactação: equipamento vibratório para solos granulares e
não vibratório tipo pé de carneiro, para solos argilosos;
− tipo de material e granulometria - o aterro não deve conter material
com granulometria acima de 75 mm, nos primeiros 60 cm da parte
superior da sub-base;
− aterro para profundidades superiores a 60 cm, abaixo da sub-base, pode
conter material acima de 75 mm;
− carvão ou madeira parcialmente queimada não dever ser usado em
aterro;
− solo expansivo - não deve ser usado material com índice de plasticidade
> 15;
− o agregado usado como aterro não deve conter matéria orgânica, dever
ter uma granulometria abaixo de 75 mm, ser predominantemente
granular, e ter um índice de plasticidade menor do que 15.
Aterro para Rodovia (NBR 11805/7682)
A norma NBR 11805 estabelece as condições requeridas para os
materiais utilizados na execução de camadas de sub-base ou base de
pavimentos com solo brita.
Na aplicação desta norma (NBR 11805) é necessário consultar: NBR 6465,
7181, 7809, 9895, 11170, 1253 e ASTM C 88.
A norma NBR 7682 fixa as condições e características que devem ter a
pedra britada graduada e o solo para serem empregados em base
macadame. Esta é formada por uma ou várias camadas superpostas de
pedra britada
116 Usos e Especificações
graduada, comprimidas separadamente até que seja alcançado a completa
entrosagem de seus fragmentos e pela posterior colmatagem por
compressão dos
vazios da cada camada, com material de enchimento, constituído de solo.
Na aplicação da NBR 7682 é necessário consultar as normas:
NBR 6490 - Reconhecimento e amostragem para fins de caracterização de
ocorrências de rochas - Procedimentos;
NBR 6502 - Rochas e solos- terminologia;
NBR 7216 - Amostragem de agregado - método de ensaio;
NBR 7225 - Materiais de pedra de agregados naturais - terminologia.
Bases e sub-bases são constituídas por materiais estabilizados
granulometricamente.
Os 15 cm de material sob a seção do agregado base deve ser definida como
a seção sub-base. A base e sub-base devem ter uma compactação de no
mínimo 95%.
A pedra britada deve ser de rocha não alterada e não deve conter em
excesso:
− fragmentos alongados, conchoidais, lamelares, quadráticos,
arredondados e defeituosos;
− fragmentos moles;
− substâncias nocivas e impurezas.

2.7. TRATAMENTOS SUPERFICIAIS EM PAVIMENTOS (NORMA


DNER-ES 308/97;
DNER ES 309/97)
Estas normas do DNIT (revisadas em 2009) definem a sistemática que
deverá ser empregada na execução de revestimento betuminoso, do tipo
tratamento superficial simples e duplo, sobre uma superfície imprimada,
ou pintada, de acordo com os alinhamentos greide e seções transversais do
projeto.
Na aplicação dessas normas, deverão ser consultadas as normas
referenciadas do DNIT, DNER e ABNT.
Tratamento superficial simples - TSS é a camada de revestimento do
pavimento constituída de uma aplicação de ligante betuminoso coberta por
uma camada de agregado mineral, submetida a compressão.
Os materiais requeridos para o tratamento superficial simples são o ligante
betuminoso e o agregado mineral, os quais devem atender às normas do
DNER, DNIT e DER/PR.
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 117
Adesividade: Não havendo boa adesividade entre agregado e o ligante
betuminoso, deverá ser empregado um melhorador de adesividade, de
acordo com a quantidade estabelecida no projeto.
Agregados
Estes podem ser brita, escória, cascalho ou seixo rolado. Devem ser
constituídos de partículas limpas, duras, resistentes, isentas de torrões de
argila e substâncias nocivas. Os agregados deverão apresentar as seguintes
características tecnológicas:
− desgaste Los Angeles igual ou inferior a 40% (DNER-ME 035/98);
− índice de forma superior a 0,5 (DNER-ME 086/94);
− durabilidade, perda inferior a 12% ( DNER ME 089/94);
− granulometria do agregado (DNER-ES308/97), de acordo com a
tabela 6.
Tratamento superficial duplo - TSD é a camada de revestimento do
pavimento constituída por duas aplicações sucessivas de ligantes
betuminosos, cobertas cada uma, por camada de agregado mineral,
submetida a compressão.
Agregados
Estes são também constituídos por brita, escória, cascalho ou seixo rolado.
O agregado deve ser constituído por partículas limpas, duras, resistentes,
isentas de torrões de argila e substâncias nocivas. Deverá apresentar as
seguintes características tecnológicas:
− desgaste Los Angeles igual a 40%;
− índice de forma superior a 0,5 (DNER ME 086/94);
− durabilidade, perda inferior a 12% (DNER ME 89/94;
− o agregado (DNER-ES309/97) deve apresentar a distribuição
granulométrica da Tabela 7.
Tabela 6 – Granulometria dos agregados para Tratamento Superficial
Simples.
% Peso (passante) Tolerância da faixa
do projetoFaixa A Faixa B
Peneiras
mm

Poleg
ada
1”
25,4 - - ±7
3/4” 19,1 - - ±7
1/2” 12,7 100 - ±7
3/8” 9,5 85-100 100 ±7
N0 4 4,8 10-30 85-100 ±5
N0 10 2,0 0-10 10-40 ±5
N0 200 0,074 0-2 0-2 ±2
Fonte: Norma DNER-ES 308/97
118 Usos e Especificações
Tabela 7 – Granulometria dos Agregados para Tratamento Superficial
Duplo.
% Peso (passante) Tolerância
de faixa de
Peneira projeto
mm A1a B1a ou 2a C2a camada
camad camada
Poleg a
ada
1” 25,4 100 - - ±7
3/4 “ 19,1 90-100 - - ±7
1/2 “ 12,7 20-55 100 - ±7
3/8 “ 9,5 0-15 85-100 100 ±7
N0 4 4,8 0-5 10-30 85-100 ±5
N0 10 2,0 - 0-10 10-40 ±5
N0 200 0,074 0-2 0-2 0-2 ±2
Fonte: Norma DNER – ES 309/97
Nota: a faixa B pode ser empregada como 1a ou 2a camada.

2.8. DRENAGEM E FILTROS


O projeto de filtros e drenos é da maior importância para a segurança e
economia de muitas obras de engenharia, em particular daquelas expostas
aos efeitos da água sobre os materiais de apoio e das estruturas.
A drenagem é o processo pelo qual a infiltração ou o movimento das águas
subterrâneas é removido dos solos ou maciços rochosos, por meios
naturais ou artificiais. Os problemas advindos da drenagem são
solucionados aplicando-se os princípios básicos da filtração.
Os filtros têm como objetivo proteger os materiais passíveis de erosão pela
ação das águas e por outro lado, os drenos tem que garantir a capacidade
de descarga adequada.
Os agregados empregados para filtros e drenos devem ter uma
granulometria adequada e que o seu manuseio e colocação na obra devem
evitar contaminação e segregação.
A primeira exigência que os filtros e drenos têm que atender, diz respeito à
sua capacidade de evitar erosão e colmatação. A seguir vem a sua
capacidade de descarga para dar vazão, adequadamente, dos fluxos de
água a drenar, sem induzir forças de filtração ou pressões intersticiais
hidrostáticas. O método usual para projetar os drenos e filtros é o que se
refere à capacidade de descarga, tendo por base a lei de Darcy e os
métodos de malhas de filtração.
O volume total de agregados usados como meio filtrante é relativamente
pequeno, no entanto esses exercem um papel muito importante em vários
projetos (Smith e Collis, 2001).
Os três principais usos do agregado como meio filtrante são:
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 119
− filtração de água;
− tratamento de efluentes;
− drenagem para camadas de solo e de outras estruturas da engenharia
civil.
Os agregados usados como meio filtrante são constituídos de: areia,
cascalho ou rocha britada. Sabe-se que os materiais usados como filtro
para água e trabalhos de tratamento de efluentes são usados, de uma
maneira geral, em pequenas quantidades. Por essa razão, devido a elevada
qualidade do agregado, nem sempre este está disponível no mercado.
Normalmente esse é produzido por encomenda, devido às especificidades
do produto.
No caso dos agregados para usar como camadas de drenagem em maciços
de barragem são projetados para fazer o melhor uso dos materiais naturais
disponíveis, pelo menor custo.
As principais propriedades de um agregado para uso como filtro, de forma
a garantir permeabilidade, facilidade de construção, estabilidade e
durabilidade são:
− tamanho das partículas;
− classificação granulométrica;
− resistência a abrasão;
− durabilidade.
Tratamento de Água Através de Filtro de Areia
Existem, principalmente, dois tipos de filtro de areia:
− filtros caracterizados por uma baixa taxa de filtração e no caso usam
areia de granulometria fina, necessitando de limpeza não frequente;
− filtros rápidos usando areia mais grossa, operando a taxas mais elevadas
de filtração e necessitando de limpeza frequente.
Areia para Camada de Filtro
Esta deve ser constituída por minerais duros, resistente a abrasão e livre de
contaminantes. Não deverá perder mais de 20% em peso, após imersão
numa solução de HCl a 20%, durante 24 h, numa temperatura a 200C.
Poderão ser usadas areias com formato arredondado ou angular, mas não
deve ser lamelar. Os filtros de areia poderão ser obtidos de depósitos de
areia, por meio de peneiramento, no entanto poderão também ser obtidos a
partir da cominuição de rochas constituídas principalmente de quartzo
(quartzitos) seguido de classificação em peneira, para adequar à
granulometria requerida para o produto (SMITH & COLLIS, 2001).
120 Usos e Especificações
Cascalho para Filtro
O uso do cascalho ou camadas de material grosso em um sistema de filtro
tem funções diversas. Este serve como suporte da areia, permitindo a água
filtrada se mover livremente na direção das camadas inferiores de
drenagem, contribuindo, assim, para que se tenha um fluxo uniforme.
Filtros para Estruturas de Engenharia Civil
Os filtros denominados de filtros de alívio para estruturas de engenharia
civil são constituídos, usualmente, de uma ou mais camadas de areia de
drenagem livre e/ou material de cascalho ou pedregulho colocado sobre ou
no interior do solo menos permeável (pérvio), para remover a água de
infiltração e com isso evitar a erosão do solo ou danificar as estruturas de
cobertura a partir de pressão ascendente (uplift). O solo que deve ser
protegido pelo filtro é normalmente denominado de base ou material de
base.
Os filtros podem ser constituídos de uma só camada ou de várias camadas,
cada uma com uma distribuição granulométrica diferente e neste caso são
conhecidas como zona de filtragem. No caso de estruturas de engenharia
de maciço de barragem, é comum projetar camadas de filtro, considerando
a disponibilidade de material natural próximo da obra, visando a redução
de custos.
Especificações de Agregados para Filtros em Estruturas de
Engenharia
Com relação aos critérios adotados para as especificações de agregados
para filtros, particularmente para estruturas de engenharia civil, há poucas
publicações. No entanto, as seguintes recomendações podem ser seguidas:
os agregados para filtro devem conter materiais duros, duráveis, limpos e
não devem conter materiais deletérios em quantidade suficiente para afetar,
de maneira adversa, a operação do filtro ou a sua longevidade. Como
materiais deletérios são citados: argila, partículas lamelares ou alongadas
muito porosas, ou materiais facilmente solúveis. Neste contexto são
recomendadas as seguintes especificações:
− densidade relativa maior do que 2,5;
− absorção de água menor do que 3%;
− valor de impacto do agregado abaixo de 30 ou valor de britagem do
agregado menor do que 30;
− índice de lamelaridade e comprimento < 30;
− abrasão Los Angeles < 40;
− valor de sanidade em sulfato de magnésio < 12 % de perda; e
− granulometria –testar de acordo com as especificações de projeto.
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM 121

2.9. PROTEÇÃO E CONTENÇÃO DE TALUDES


(ENROCAMENTO) (FRAZÃO, 2007)
Consiste no uso de blocos ou fragmentos de rocha em granulometrias pré-
estabelecidas, sem o uso de ligantes, visando:
− proteger, contra a erosão, taludes de maciço de barragens de terra, base
e pilares de pontes, taludes de estrada de terra compactada, taludes de
encosta, quebra-mar em estuário etc;
− funcionar, provisoriamente como barragem, na etapa de construção de
barragens;
− servir como corpo de transição, de forma a evitar a remoção de
partículas do aterro de terra compactada.
Para atender a essas funções, o agregado deve apresentar as seguintes
características:
− elevada durabilidade, de forma a não se degradar frente aos ciclos de
saturação e secagem resultantes da variação do nível da água nas
barragens, com as mudanças climáticas;
− elevada resistência mecânica, de forma a suportar as solicitações de
compressão, impacto, cisalhamento e desgaste no processo construtivo
e em serviço;
− os fragmentos de rocha do agregado devem ser equigranulares,
conferindo estabilidade estrutural e índices de vazios adequados às
funções desejadas.
2.10. CONTROLE DE EROSÃO (LOEMCO, 2003)

A erosão é considerada como um processo geológico cujo ciclo é


constituído pela própria erosão, transporte e sedimentação, derivados das
condições climáticas, das características petrográficas e mineralógicas do
solo, dentre outros.
Deve também ser considerado o fator antropogênico, com a interferência
do homem no meio ambiente, quebrando o equilíbrio natural e
contribuindo para acelerar o processo erosivo. As principais intervenções
do homem que terminam por influenciar o processo de erosão são:
− urbanização do solo, diminuindo sua capacidade de filtração e
aumentando o volume de água na superfície;
− desmatamento das florestas e perda da cobertura vegetal;
− super-exploração agrícola com perda da matéria orgânica de cobertura.
122 Usos e Especificações
As medidas corretivas para controlar a erosão são muito variadas, no
entanto as mais eficazes são:
− reflorestamento;
− lagoas de retenção de sedimentos;
− colocação de diques;
− plantações.
De uma maneira geral, os elementos para evitar ou corrigir a erosão devem
levar em consideração cada caso particular, atendendo as exigências
ambientais e estéticas relacionadas com a obra a proteger.
Controlar a erosão nas pilastras de pontes é da maior importância, de
forma a garantir a segurança da estrutura. Esse controle pode ser realizado
por:
− cimentar abaixo da cota de máxima erosão;
− fazer uma proteção com manto de cascalho.

2.11. COMPONENTE DE ARGAMASSA PARA ALVENARIA E


REVESTIMENTO

O saibro é resultante da segregação de rochas e tem a aparência de terra


barrosa, basicamente argila. É um material proveniente de solos que não
sejam muito arenosos e nem muito argilosos.
O saibro é usado como componente de argamassa para alvenaria e
revestimento.
2.12. CONTROLE DE QUALIDADE

O controle de qualidade dos agregados deve ser feito, através da realização


de ensaios tecnológicos em laboratórios especializados em agregados,
utilizando, no caso brasileiro, as Normas ABNT de caracterização
tecnológica e especificações. Poderão, por exemplo, serem usados os
limites mínimos e máximos das especificações requeridas, para os
agregados (FRAZÃO, 2007).
Não basta apenas recorrer às Normas Brasileiras ou outras como
ASTM, DIN, AFNOR, mas é aconselhável a realização de laudos
técnicos por especialistas no assunto.
No Brasil não existem, do nosso conhecimento, laboratórios acreditados
para realizar a caracterização tecnológica dos agregados da construção
civil, o que seria desejável, pelo menos, para grandes obras de construção
civil tais como barragens para geração de energia, pontes, edifícios etc.
Manual de Agregados para Construção Civil, 2ª Edição – CETEM

3. FAQ – AGREGADOS

3.1. Quais são as impurezas que podem existir em um agregado?

As impurezas orgânicas existentes em um agregado são substâncias


nocivas que prejudicam o endurecimento do concreto se estiverem
misturadas aos materiais. Entre elas estão os húmus que neutralizam a
água da argamassa e formam uma película sobre a areia, diminuindo a
aderência do produto. Trata-se de matéria orgânica e material fino que
passa na peneira.

3.2. Quais os tipos e para o que serve basicamente cada tipo de


agregado?

Existem três tipos de agregados. Os artificiais são encontrados em pedra


britada e pedriscos, obtidos das rochas. Já os naturais provêm da natureza,
tais como pedregulhos, cascalhos, seixos rolados e areia dos rios. Os
industrializados, por sua vez, são o resultado de processos da indústria:
escória britada, argila expandida etc.

Cada agregado é ideal para uma finalidade, apesar de serem classificados


de acordo com as suas dimensões, composição mineralógica e massa
unitária. As areias são usadas para fazer concretos, argamassas colantes,
contrapiso e reboco. Os agregados graúdos, como a brita 0 e 1 são úteis
para fabricar concretos. A partir da brita 2, o uso é para contenção e para
pavimentação.

3.3. Quais as aplicações principais dos agregados?

A qualidade dos agregados depende de eles estarem limpos, sem material


pulverulento ou orgânico. A formação rochosa também é importante para
melhorar o potencial dos concretos e argamassas que serão produzidas pela
indústria. Abaixo as aplicações:

Areias
A areia média é apropriada para ser aplicada em concretos em geral ou
especiais, massa asfáltica, revestimentos, assentamentos, alvenarias,
chapiscos, artefatos de concreto etc. A areia de brita tipo I e areia de brita
tipo II com 4,8 mm podem ser usadas em concretos, asfaltos, chapiscos,
artefatos de concreto e lajes pré-moldadas ou estruturas de ferragem densa.

Britas
A brita 5/8 serve para obra com exigências específicas, pavimentações
asfálticas e concretos especiais. Já a brita 4 é utilizada em sumidouros,
fossas sépticas, gabião, lastros de ferrovias e concretos ciclópicos. Por
outro lado, a brita 3 é aplicada em lastros de ferrovias e usada como
reforço de subleito para pistas de tráfego pesado.

A brita 2 tem utilidade para a confecção de concretos e drenagens.


Contudo, a brita 0 e 1 para brita graduada para base de pistas, confecção de
massa asfáltica, lajes pré-moldadas, concretos em geral, estruturas de
ferragem densa, pré-moldados etc. E a brita graduada tratada com cimento
somente é útil em subleitos para pistas de tráfego pesado.

Rachão e pó de pedra
O rachão é aplicado em drenagens, gabião, calçamentos de ruas e
concretos ciclópicos. O pó de pedra normalmente é requisitado para a
execução de terraplenagens, pois serve como estabilizador do solo e
material para sub-base, concreto betuminoso usinado a quente, calçamento
de pisos pré-moldados e paralelos, recapeamento de avenidas e estradas.

3.4. Quais são os principais ensaios dos agregados?

Vários ensaios são realizados para caracterizar os agregados. Um deles é


determinado pela ABNT NBR NM 26 e impõe a realização de coletas de
amostragens a partir da extração até o transporte das amostras de
agregados de concretos. A ABNT NBR NM 45 dispõe sobre o ensaio
utilizado para determinar a relação entre o volume do agregado e a massa.

A análise granulométrica é descrita na ABNT NBR NM 248 e trata das


dimensões das partículas dos agregados e as porcentagens de ocorrência
que influenciam nas argamassas e nos concretos. Com a ABNT NBR 7218
avalia-se a qualidade do agregado conforme a contaminação por torrões e
resistência dos grãos que interferem no concreto.

O ensaio para detectar as impurezas orgânicas está disposto na ABNT


NBR NM 49 e serve para a determinação colorimétrica em agregados
miúdos usados em concretos e argamassas. A lavagem que revela materiais
finos ou pulverulentos capazes de passar pela malha da peneira está
registrada na ABNT NBR NM 46.

3.5. Qual a importância (funções) de se usar agregados nas


argamassas e concretos?

É muito importante usar agregados nas argamassas e concretos porque a


mistura dos materiais gera produtos artificiais mais resistentes. Eles são
sólidos indispensáveis para a construção civil que precisam ser aplicados
de acordo com a granulometria ideal. Esses materiais influenciam na
resistência mecânica, durabilidade e desempenho estrutural das
edificações.

3.6. Como se classificam os agregados na construção civil?

Os agregados são classificados em basicamente dois tipos:


agregados miúdos;
agregados graúdos.
Os agregados miúdos
Esses consistem em areias e costumam ser usados na fabricação de
argamassa para contrapiso, reboco, argamassa colante e também nos
concretos.

Os agregados graúdos
Esses exemplares correspondem às britas 0 e 1 e são aplicados na feitura
de concretos. Há ainda os agregados que vão desde a brita 2 até a pedra
marroada e que, na maioria das vezes, são empregados em obras de
pavimentação ou em contenções, como gabião ou, ainda, em concreto
ciclópico, que é o concreto com pedra.

3.7. Quais são os outros tipos de agregados?

A classificação básica considera prioritariamente as dimensões dos


agregados na construção civil e, por isso, divide-os em miúdos e graúdos.
Mas existe uma classificação mais específica, que leva em conta o método
de produção. Nesse sentido, há os agregados naturais (encontrados na
natureza) e os artificiais (produzidos na indústria).

Os agregados naturais
Os agregados naturais mais usados são a areia, o cascalho e o pedregulho.
Eles são encontrados no meio ambiente na mesma forma que são aplicados
nas obras de construção. As areias são extraídas de jazidas ou de leitos de
água. Elas não precisam da intervenção humana para mudar seu tamanho.

Os agregados artificiais
Os agregados na construção civil também podem ser artificiais, ou seja,
eles são fabricados ou modificados com processos industriais. É o caso da
areia artificial, da argila expandida e da pedra britada.

Os agregados conforme o peso


Outra classificação releva o peso dos agregados. Assim, eles são
categorizados como:
leves (vermiculita, argila expandida, pedra-pomes) — os agregados leves
são componentes principalmente do concreto leve (massa menor desses
agregados deve-se a uma microestrutura celular muito porosa);
normais (areia, seixo, pedra britada) — os normais também são aplicados
na fabricação do concreto convencional;
pesados (magnetita, barita, hematita) — já os pesados constituem os
concretos pesados, empregados na blindagem de um espaço contra a
radiação (a sua massa maior deve-se à presença de bário, titânio e ferro na
composição).

3.8. Quais são as diferentes dimensões de areia e brita?

A areia é originada de diferentes fontes naturais, como leitos de rios,


bancos, cavas, depósitos eólios, ou de processos artificiais, como a
britagem. Ela é dividida em três faixas conforme o tamanho dos grãos:

fina, com grãos de 0,15 a 0,6 milímetro;


média, com grãos de 0,6 a 2,4 milímetros;
grossa, com grãos de 2,4 a 4,8 milímetros.
A areia é muito usada na preparação de argamassa, concreto (cimento
Portland, betuminoso), base de paralelepípedos, confecção de filtros para
tratar água e demais efluentes e outras aplicações. Também há britas de
tamanhos variados, como:

0 (pedrisco), com dimensões entre 4,8 a 9,5 milímetros (concreto em geral,


massa asfáltica, lajes pré-moldadas, chapiscos);
1, com dimensões entre 9,5 a 19 milímetros (colunas, lajes, vigas);
2, com dimensões entre 19 a 25 milímetros (concreto em geral, drenagem);
3, com dimensões entre 25 a 38 milímetros (lastros de ferrovias, reforço de
subleitos para pistas);
4 (macadame), com dimensões entre 38 a 76 milímetros (sumidouros,
fossas sépticas, lastros de ferrovias, concreto ciclópico).

3.9. Quais são as finalidades dos agregados na construção civil?

Os agregados determinam características variadas no concreto, como


resistência e retração, a um baixo custo. Mas é necessário dispor de
conhecimentos mais específicos e tecnológicos em relação à dosagem
adequada dos materiais. Considerando a importância dos agregados na
mistura, diversos ensaios são aplicados para sua utilização.

São ensaios que definem propriedades como granulometria, módulo de


finura, massa aparente e real, impurezas orgânicas, torrões de argila,
materiais pulverulentos. Outras finalidades importantes dos agregados na
construção civil são:

diminuir o efeito das mudanças volumétricas resultantes da retração


(quanto maior a quantidade de agregados em relação à pasta de cimento,
menor será a retração);
transmitir as tensões que incidem sobre o concreto por meio dos grânulos
(os agregados tendem a resistir melhor à compressão que o concreto).

3.10. Quais são os cuidados que devem ser tomados ao escolher


agregados?

Devemos ficar atentos ao tipo e à qualidade do agregado escolhido, pois


existe o risco de o material ser reativo e, assim, provocar deterioração nas
estruturas. Diante dos processos degenerativos, um dos principais é a
reação álcali-agregado (RAA). Ela consiste em uma reação química mais
complexa que acontece quando o concreto já está endurecido.

3.11. Como ocorre a reação com íons alcalinos?

Para a ocorrência desse processo, um dos fatores é exatamente o emprego


de agregado reativo (ou potencialmente reativo). Além disso, influem a
umidade e a existência de álcali no cimento. A razão disso é que o
agregado tem estrutura amorfa que reage com os íons alcalinos presentes
no cimento.

A reação álcalis-agregado pode acontecer de maneiras diferentes, como


fissurações, expansões, deslocamentos diferenciados nas estruturas,
pipocamentos, diminuição das resistências à compressão e tração e
exsudação do gel.

3.12. O que devemos fazer a fim de evitar que o agregado tenha uma
reação quimica não desejada?
Para que essa situação não ocorra, é preciso realizar as análises e os
ensaios tanto nos agregados quanto nos conjuntos agregados-aglomerantes,
antes de serem iniciados os trabalhos. Se ficar perceptível que há a
possibilidade de a reação acontecer, é importante aplicar neutralizadores
no concreto a fim de assegurar a durabilidade da estrutura.

3.13. Qual o elemento principal para que haja uma produção segura
de concreto?

O neutralizador mais importante é a sílica ativa, que minimiza a reação


álcalis-agregado. A sílica é o aditivo mais eficaz na redução das
consequências do RAA. Desse modo, quando não se pode trocar o
agregado, é a sílica que se torna a melhor solução para a produção segura
de concreto, permitindo que a estrutura tenha uma durabilidade maior.

3.14. O que podemos concluir sobre os agregados e sua importância na


construção civil?

Enfim, os agregados na construção civil são importantes para a boa


qualidade das obras. Eles estão relacionados à segurança da edificação,
pois areias e britas fora dos padrões da ABNT tendem a prejudicar a
resistência do concreto, reduzindo sua durabilidade, porém não devemos
nos esquecer que a inovação tecnológica e a busca por quebra de
paradigmas é sempre bem vinda.
3.1. Quais são as impurezas que podem existir em um agregado?

3.2. Quais os tipos e para o que serve basicamente cada tipo de


agregado?

3.3. Quais as aplicações principais dos agregados?

3.4. Quais são os principais ensaios dos agregados?

3.5. Qual a importância (funções) de se usar agregados nas


argamassas e concretos?

3.6. Como se classificam os agregados na construção civil?

3.7. Quais são os outros tipos de agregados?

3.8. Quais são as diferentes dimensões de areia e brita?

3.9. Quais são as finalidades dos agregados na construção civil?

3.10. Quais são os cuidados que devem ser tomados ao escolher


agregados?

3.11. Como ocorre a reação com íons alcalinos?

3.12. O que devemos fazer a fim de evitar que o agregado tenha uma
reação quimica não desejada?

3.13. Qual o elemento principal para que haja uma produção segura
de concreto?

3.14. O que podemos concluir sobre os agregados e sua importância na


construção civil?

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