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Profº Abrão Chiaranda Merij

AGREGADOS
Agregados  material granular,
sem forma e volume definidos, de
atividade química praticamente nula
(inerte) e de dimensões adequadas
para uso em obras de engenharia.
Porque os agregados devem ser
inertes?
Reatividade Potencial
É a possibilidade de ocorrer reações
ácalis-agregados (RAA), que são reações
prejudiciais entre os agregados e a pasta de
cimento.

Esta reação provoca expansões, fissuras


e outras manifestações prejudiciais às
estruturas de concreto.
Fissuras por reação álcali –agregado  Componentes do concreto
reagem com hidróxidos alcalinos presentes no cimento, agregados e
agentes externos. Causa expansão e fissuras ao redor dos agregados
graúdos
Tipos de reação álcali-agregado

 Reação álcali-sílica: ocorre quando a sílica ativa é


envolvida pelo hidróxido de cálcio dissolvido a partir dos
álcalis dos cimentos Portland, atacando os pontos mais
fracos, poros ou superfície dos agregados.
 Reação álcali-silicato: ocorre por um processo
semelhante a da álcali-sílica, no entanto o processo é mais
lento, devido ao fato de os minerais reativos estarem mais
espalhados na matriz. É a reação mais frequente no Brasil,
devido ao fato das barragens brasileiras terem
sido construídas com agregados provenientes de quartzitos,
granitos, e gnaisses. (de acordo com Laila Valduga (2002)),
 Reação álcali-carbonato:é a única que não produz o
gel expansivo. Segundo Valduga (2002), é o resultado da
combinação dos álcalis do cimento com hidróxidos de
magnésio, onde ocorre a separação entre os agregados.
Com isso o hidróxido alcalino se regenera, resultando no
enfraquecimento da zona de transição entre os agregados e
a pasta de cimento, provocando fissuras devido à perda de
aderência dos materiais.
Como prevenir
Deve-se efetuar as análises e ensaios recomendados dos
agregados e do conjunto agregado-aglomerante. Caso haja
potencialidade de ocorrência da reação, neutralizadores da
mesma devem ser utilizados no concreto, tais
como: cimentos CPII-E, CPII-Z (ABNT NBR 11578), CP III
(ABNT NBR 5735) E CP IV (ABNT NBR 5736), cimentos de
alto forno CP III com pelo menos 60% de escória ou
cimento pozolânico, com no mínimo 30 % de pozolana.
Limites máximos para: expansão devida a RAA, teor de
cloretos e sulfatos presentes nos agregados- NBR 7211
Então quais materiais são
classificados como agregados?
Quanto à origem, eles podem ser:
 Naturais → já são encontrados na natureza sob
a forma definitiva de utilização: areia de rios,
seixos rolados, cascalhos, pedregulhos.

 Artificiais → são obtidos por processos de


beneficiamento : britagem de rochas para obter
pedra britada, pedrisco, argila expandida
(cinasita). Também podem ser obtidos de
subprodutos oriundos de processos industriais.
Ex. escória de alto forno britada
Onde são utilizados os agregados?
Areia  concreto, argamassa de assentamento e
revestimento, pavimentação asfáltica, em filtros,
lastro e permeabilização de vias e pátios.

Britas  concreto, revestimento de leito de estradas


de terra, de ferrovias, barramentos, ornamentação de
jardins, soltas no estacionamento e terraços, etc.
Agregados miúdos?
Agregados graúdos?
Classificação dos agregados segundo a dimensão
das partículas (Norma Brasileira):

 Agregado graúdo  seixo rolado, brita


(esses fragmentos são retidos na peneira com
abertura de 4,8 mm)

 Agregado miúdo  pó de pedra, areia


(esses fragmentos passam na peneira com 4,8
mm)

4,8 mm
Miúdo Graúdo
Qual é a finalidade no uso dos
agregados?
FINALIDADE DOS AGREGADOS
Econômicas  Redução e custo
(55% - 70% do volume)
Técnicas 
 Minimiza a retração;
 Minimiza o calor de hidratação;
 Aumenta a resistência química;
 Aumenta a resistência à abrasão
Propriedades dos
agregados
Densidade x Massa especifica

Ouro

Quartzo
 Densidade  relação entre massa e o volume de um
objeto sólido oco ou maciço (com ou sem contar os
espaços).
Geralmente é representado por ρ (letra grega rô)

 Massa especifica  relação entre a massa e volume


real de uma sustância continua homogênea (sem
contar os espaços) .
Geralmente é representado por g (letra grega gama)
Massa especifica  ME=massa/volume real
(sem vazios)

Massa unitária  MU=massa/volume aparente


(com vazios)

Valores habituais:
Areia natural ME=2,6 g/cm3 (ou kg/litro=t/m3)
MU=1,4 g/cm3 (ou kg/litro=t/m3)

Brita comum ME=2,7 g/cm3 (ou kg/litro=t/m3)


MU=1,5 g/cm3 (ou kg/litro=t/m3)
Agregados normais  MU entre 1 e 2 g/cm3
Agregados pesados  MU > 2 g/cm3
Agregados leves  MU < 1 g/cm3
AGREGADOS GRAÚDOS
Britas  material proveniente da
moagem de rochas em britadeiras e que
após passar em peneiras selecionadas são
classificadas de acordo com a dimensão
média, variável de 4,8 a 76 mm.

Classifica-se por números: brita número


zero, um, dois, três e quatro.
CLASSIFICAÇÃO DAS BRITAS
BRITA Diâmetro mínimo Diâmetro Maximo

(mm) (mm)

0 4,8 9,5

1 9,5 19

2 19 38

3 38 50

4 50 76
Brita 0 ou pedrisco
Brita 1
Brita 2
Brita 3
Brita 4
Cascalho
Termo certo : brita, evitar o
uso do termo pedra.
BRITA APLICAÇÃO
Concreto da calçadas, pré-moldados, argamassa pra
Pó de pedra
contrapiso, para asfalto
É bem pequena, usada na produção de vigas, lajes pré-
Brita 0 moldadas, tubos, blocos e paralelepípedos de concreto
moldados, chapiscos e acabamento.
É a mais usada em todos os processos da construção
Brita 1
civil: concreto para as colunas, vigas e lajes.
É usada na produção de concreto de maior resistência e
Brita 2
maior volume. Pisos de maior espessura e fundações.
Lastro ferroviário e de fundações, decantação de fossas
Brita 3
sépticas e drenagem de solo.
Filtros de decantação de dejetos sanitários, drenagem,
Brita 4
estabilização de solo e concreto ciclópico.
Concreto-massa
“Este tipo de concreto é usual em barragens, blocos de
fundação de edificações, fundações de torres eólicas,
assim como nas grandes vigas e pilares de edificações,
pontes e viadutos”
Cascalhos ou pedras de mão Utilizados na confecção
de concreto ciclópico e gabiões, muros de arrimo,
fundações e barragens.

Construção ciclópica  é o nome que se dá ao tipo de edificação que se faz com


grandes pedras sem que haja, entretanto, uso de argamassa ou cimento para fixá-las.
Concreto ciclopico  similar as construções antigas porem com adição tambem de
concreto
A partir de que tipo de rocha são
obtidas as britas?
São obtidas principalmente de pedras
graníticas e ou calcário.

Britas calcárias apresentam menor dureza


e normalmente menor preço.

Outras Rochas utilizadas:

Granito, Basalto, Gnaisse, Diorito, Gabro,


Diabasio, Calcário, Quartizito e Arenito.
COMPLEXO DE BRITAGEM
Quais são as características ideais
dos agregados graúdos para
serem utilizados na construção?
Qualidades exigidas das britas

 Limpeza (ausência de matéria orgânica,


argila, sais, etc.).
 Resistência (no mínimo possuírem a
mesma resistência à compressão requerida
do concreto).
 Durabilidade.
 Formato  Serem angulosas ou
pontiagudas (para melhor aderência)
Originadas de detritos vegetais, fezes e urina animal. Podem interferir na
hidratação do cimento (podendo até inibir a hidratação).
Eflorescências
Grãos arredondados  Favorecem a trabalhabilidade
Diminuição dos vazios entre grãos, possibilitando a
produção com menos cimento.

Grão angulosos  maior aderência, aumenta a


resistência do concreto.
Grãos alongados ou
lamelares  Prejudica a
trabalhabilidade, gerando mais
vazios entre os grãos, exigindo
maior consumo de cimento
Recomendável que os agregados não apresentem mais do que
15 % de grãos lamelares
Curva granulométrica
A Granulometria ou Análise Granulométrica dos solos é um
estudo da distribuição das dimensões dos grãos de um solo. Ou
seja, é a determinação das dimensões das partículas do agregado
e de suas respectivas percentagens de ocorrência.
O principal objetivo é conhecer a distribuição granulométrica
do agregado e representá-la através de uma curva. Possibilitando
assim a determinação de suas características físicas.
A análise granulométrica pode ser realizada:
 Por peneiramento, quando temos solos granulares como
as areias e os pedregulhos;
 Por sedimentação, no caso de solos argilosos;
 Pela combinação de ambos os processos;
 Por difração de laser;
 Por imagem (fotografia e software de análise granulométrica).
Distribuição do tamanho de partículas que afetam as
propriedades do concreto e argamassas.
Favorece a resistência Aumenta consumo cimento
Seixos de rios

Encontrado em leitos de rios, eles devem


ser lavados para serem utilizados em
concretos. O concreto feito com esse
material apresenta boa resistência,
porém inferior ao feito com brita.
AGREGADOS MIÚDOS
 Pó de pedra Finos gerados no processo de britagem.
 Areia  Agregados naturais provenientes de rios e
jazidas.
 Siltes  Solo que apresenta baixa ou nenhuma
plasticidade e que exibe baixa resistência quando seco
ao ar.
 Saibro/terra batida  Tem aparência de terra
barrosa, basicamente de argila, com pouca
plasticidade. Basicamente mistura de areia, silte e
argila.

O saibro é utilizado como componente de argamassas para


alvenarias e revestimentos. Não deve ser utilizado em paredes
externas, pois a ação da chuva e da radiação solar irá provocar
trincas e fissuras na massa.
CLASSIFICAÇÃO AREIA
Areia  Pode ser classificada pela granulometria: areia
grossa, média e fina.

Deve ser isenta de sais, óleos, graxas, materiais


orgânicos, barro, detritos entre outros.

classificação da NBR 7225 é apresentada a seguir:


De acordo com o valor de MF, os agregados miúdos podem ser classificados
em areias finas, médias e grossas. No Quadro, é apresentada a classificação das
areias em função do seu módulo de finura e exemplos de sua utilização:

Classificação Módulo de finura - MF Utilização

Areia grossa MF > 3,3 Concretos e chapisco

Areia média 2,4 < MF < 3,3 Emboço e concreto

Areia fina MF < 2,4 Reboco


Areia
Sua origem, pode ser dos rios e ou solo
(barranco). Não devem ser utilizadas as
areias de praia (por conter sais) e a areia
com material orgânico, que provocam
trincas nas argamassas e prejudicam a ação
química do cimento.
Quais são as características ideais
dos agregados miúdos para serem
utilizados na construção?
Areias para concreto  Areia de rio (lavada)
com as seguinte características:

 Grãos grandes e angulosos (areia grossa)


 Limpa (esfregada nas mãos dever ser sonora
e não fazer poeira e nem sujar a mão, cor
escura e cheiro forte pode indicar excesso de
matéria orgânica ).
Substâncias Nocivas
São substâncias que podem prejudicar
a qualidade das argamassas e concretos.
Estas substâncias podem se apresentarem
da seguinte forma:
• Torrões de argila
• Materiais pulverulentos
• Impurezas orgânicas
Substâncias Nocivas
Limites máximos de substâncias nocivas – NBR 7211
Cuidados no recebimento e no
armazenamento dos agregados
miúdos e graúdos
Cubicagem  Procedimento utilizado para medir ou conferir
a quantidade de m3 num caminhão

O volume real e o
procedimento do calculo
devem ser anotados na
nota fiscal ou na FVM.
Descontando o valor de
pagamento se necessário.
A barra metálica deve ser enterrada a uma distância de 15 cm das
bordas da caçamba nos 4 cantos e aproximadamente no centro da
caçamba.
Cada viagem será considerada um lote  boa ou ma qualidade
Agitar e deixar em repousa 20 minutos e depois conferir á cor da água
Areia pode ser comparada com testemunho se houver
http://equipedeobra.pini.com.br
 Local limpo com baias cercadas em três laterais
(dimensões compatíveis com a obra e volume)
 Não deve estar em contato com o solo , usar lonas
ou um contrapiso de concreto
 Separar os lotes em função da granulometria e
data de chegada
 Época de chuva recomendado cobrir com lonas
plásticas para evitar carregamento
 Fácil acesso (próximo central de produção de
argamassa ou concreto)
 o material será cubicado na obra e será pago o valor
real encontrado
 Na hora da compra deve especificar o tipo de areia
(fina, grossa ou média)
Distribuição granulométrica:
DMC e MF
GRAÚDOS
Determinada por meio do
peneiramento em MIÚDOS

peneiras da Série Normal


ABNT NBR7217
Dimensão máxima característica (DMC)
Resumidamente  DMC corresponde a maior
dimensão que um agregado apresenta

Exemplo: Brita 0 vai de 4,8 a 9,5 mm  DMC = 9,5 mm


Brita 2 vai de 19 a 38 mm  DMC = ??? mm

Tecnicamente  DMC de um agregado corresponde à


abertura da malha da peneira (expressa em mm) na
qual a porcentagem retida acumulada é igual ou
imediatamente inferior a 5%.
DMC de um agregado corresponde à abertura da malha da
peneira (expressa em mm) na qual a porcentagem retida
acumulada é igual ou imediatamente inferior a 5%.
Peneira#no Peneira # Massa retido % Retida % Retida
(g) acumulada

4 4,8 mm 23 2,3 2,3

8 2,4 mm 68 6,8 9,1

16 1,2 mm 193 19,3 28,4

30 0,6 mm 375 37,5 65,9


DMC= 4,8 mm
50 0,3 mm 209 20,9 86,8
Abertura da
100 0,15 mm 85 8,5 95,3
malha na qual
Fundo 47 4,7 100 a % retida
acumulado é
Total 1000 100% igual o
imediatamente
inferior a 5%
DMC de um agregado corresponde à abertura da malha da
peneira (expressa em mm) na qual a porcentagem retida
acumulada é igual ou imediatamente inferior a 5%.

Peneira#n Peneira # Massa retido % Retida % Retida


o
(g) acumulada
4 4,8 mm 1,0
8 2,4 mm 1,3
16 1,2 mm 2,3
30 0,6 mm 3,9
50 0,3 mm 66,2 DMC= ?

100 0,15 mm 75,3 Abertura da


Fundo 100 malha na qual
o % retido
Total 1000 100 acumulado é
igual o
imediatamente
inferior a 5%
Dimensão máxima característica (DMC)

A NBR 6118 – projeto e execução de Obras


de concreto armado prevê que DMC do
agregado não ultrapasse certos limites
dimensionais, de maneira a não prejudicar a
concretagem de estruturas armadas.
Exemplo: capturado da NBR 6118
Módulo de finura  O MF é a soma das porcentagens
retidas acumuladas em massa nas peneiras da série
normal (sem contar o fundo), dividida por 100. O MF é
adimensional .
A % acumulada do fundo
da peneira não faz parte do
calculo do M.F.
Peneira#n Peneira # Massa retido % Retida % Retida
o
(g) acumulada
4 4,8 mm 23 2,3 2,3
8 2,4 mm 68 6,8 9,1
16 1,2 mm 193 19,3 28,4
30 0,6 mm 375 37,5 65,9
50 0,3 mm 209 20,9 86,8
100 0,15 mm 85 8,5 95,3
Fundo 47 4,7 100 DMC= 4,8 mm
Total 1000 100%
Abertura da
malha na qual
o % retido
acumulado é
igual o
MF = 2,3+9,1+ 28,4+65,9+86,8+95,3 = 2,88 imediatamente
100 inferior a 5%
MF= 2,88  areia média
Preencher a tabela e determinar o DMC e MF
Desenhar as curvas % retida e % acumulada
Peneira#n Peneira # Massa retido % Retida % Retida
o
(g) acumulada
4 4,8 mm 5
8 2,4 mm 10
16 1,2 mm 28
30 0,6 mm 82
50 0,3 mm 115
100 0,15 mm 75
Fundo 10
Total
Aplicações
 Areia para alvenaria

 Na primeira camada do revestimento de paredes (emboço) usa-

se a areia média.

 Para o revestimento final chamado reboco ou massa fina, areia

fina.

 Para assentamento de alvenaria deve-se utilizar areia média

ou grossa.

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