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AGREGADO GRAUDO

BRITA

DEFINIÇÃO DE AGREGADO

Agregado é o material particulado, incoesivo, de atividade química


praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa
gama de tamanhos. Pela NBR 9935/ 87, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), agregado é definido como material sem forma ou volume
definido, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para
produção de argamassas e concreto. O termo “agregado” é de uso
generalizado na tecnologia do concreto.

CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS

Os agregados classificam-se segundo a origem, as dimensões das partículas


e o peso específico aparente.

Segundo a Origem

Quanto à origem, eles podem ser:


• Naturais - são aqueles que já são encontrados na natureza sob a forma
de agregados: areia de mina, areia de rios, seixos rolados, pedregulhos
etc.

• Artificiais ou industrializados - são aqueles que necessitam ser


trabalhados para chegarem à condição necessária e apropriada para
seu uso: areia artificial, escória de alto forno, brita, etc.

O termo artificial, aqui usado, é quanto ao modo de obtenção, e não com


relação ao material em si.

Há autores que classificam como artificiais aqueles agregados que são


obtidos por processos especiais de fabricação, tais como: escória de alto-
forno, argila expandida, etc.

Segundo as Dimensões

Quanto às dimensões, os agregados são classificados em miúdos e graúdos.


Recebem, entretanto, denominações especiais que caracterizam certos
grupos, como: fíler, areia, pedrisco, seixo rolado e brita.

Agregado miúdo é a areia de origem natural ou resultante do britamento de


rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira
ABNT n°4 (4,8 mm) e ficam retidos na peneira ABNT n° 200 (0,075 mm)
(NBR 7211).

Agregado graúdo é o pedregulho (cascalho ou seixo rolado) ou a brita


proveniente de rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam
por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e
ficam retidos na peneira ABNT n° 4 (4,8 mm) (NBR7211). Fíler é o material
granular que passa na peneira ABNT n° 100 (0,150 mm), conforme a NBR
5734. Como exemplo, temos: cal extinta, calcários etc.

Na designação do tamanho de um agregado, dimensão máxima característica


é a grandeza associada á distribuição granulométrica do agregado,
correspondente à abertura de malha quadrada, em milímetro, das peneiras
das séries normal e intermediária, a qual corresponde uma porcentagem
retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa, de acordo
com a NBR 7211.

BRITA

Brita ou pedra britada é o agregado graúdo obtido em uma unidade


industrial/mineradora chamada pedreira, onde ocorre a desintegração, por
explosão controlada, da rocha que dá origem à brita (granito, gnaisse,
basalto, etc.). Após a detonação da rocha matriz, grandes matacões (pedras
enormes) são transportados para serem triturados em um equipamento
chamado britador (razão do nome pedra britada). Por fim, a brita é passada
em peneiras onde é classificada de acordo com a sua granulometria.

Por razões comerciais, classificam-se as britas em:

Brita zero 4,8 mm a 9,5 mm


Brita 1 9,5 mm a 19,0 mm
Brita 2 19,0 mm a 25,0 mm
Brita 3 25,0 mm a 38,0 mm
Brita 4 38,0 mm a 76,0 mm
Pedra-de-mão > 76,0 mm
Caso a brita possua muito pó de pedra, deve-se providenciar a sua lavagem,
para que a qualidade do concreto não diminua devido a menor aderência
entre a pasta e a brita. O concreto é melhor e mais consistente quando os
espaços entre as britas maiores são ocupados uniformemente por britas
menores e areia.

ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO DA BRITA

A brita é o produto final da transformação de um maciço rochoso presente


em uma jazida mineral. Vários tipos de minerais são empregados no
processo de produção da brita, sendo os mais comuns: granito, calcário e
basalto. O processo é iniciado com a determinação do local de exploração,
seguido da limpeza do maciço rochoso (retirada de vegetação e excesso de
solo), perfuração da rocha, carregamento dos furos (colocação dos
explosivos), detonação e transporte da pedra detonada para o
beneficiamento. Vencidas estas etapas inicia-se o processo final de
transformação da rocha em brita.

Limpeza do local de exploração

Na eventualidade de existir uma camada vegetal no local a ser explorado,


essa deve ser removida juntamente com o solo (argila, areia etc), tornando o
maciço rochoso apto para ser perfurado e evitando que o produto final seja
contaminado com um mineral diferente e com resíduos orgânicos. O
material não vegetal removido geralmente é utilizado como aterro
(expurgo).

Perfuração

A perfuração do maciço rochoso é efetuada com o emprego de perfuratrizes


pneumáticas ou hidráulicas. Determinada a altura da bancada a ser detonada
é iniciado o processo de perfuração com o uso de hastes de aço e brocas
conhecidas como bit.
Carregamento dos furos

O carregamento consiste na colocação de explosivos nos furos, em


quantidades previamente determinadas. O correto cálculo da quantidade de
explosivos a ser empregada no carregamento é determinante para a obtenção
de pedras no tamanho ideal para o beneficiamento primário.

Desmonte do maciço rochoso

Comumente conhecido como “fogo”, o desmonte do maciço rochoso é


obtido após o acionamento do cordel (pavio). O tamanho do cordel deve ser
calculado para oferecer segurança a equipe que está efetuando a detonação.
Sua queima deve oferecer tempo suficiente para que a equipe se desloque
para local seguro, livre do risco de atingimento pelas pedras que serão
arremetidas com a explosão. O carregamento, também, é calculado para que
o desmonte siga uma “direção” pré-determinada. A equipe de detonação é
chefiada pelo profissional conhecido como “Cabo de Fogo” ou “Blaster”. O
Blaster é um profissional habilitado para o exercício da função, contando
com registro junto aos órgãos de segurança pública. Clique aqui e assista ao
vídeo de um desmonte de maciço rochoso

Desmonte secundário das rochas

O desmonte do bloco maciço nem sempre garante que a totalidade das


pedras terá o tamanho adequado para lançamento direto na abertura do
britador primário (existem diversos tipos de britadores primários disponíveis
no mercado, com diversas aberturas). São vários os fatores que podem
acarretar em pedras com tamanho superior ao esperado:
a) dureza da rocha;
b) fragmentações ocultas;
c) perfuração com tamanho inadequado;
d) carregamento inadequado etc.
O desmonte secundário pode ser executado de diversas maneiras. As mais
empregadas são:
Rompedor: Máquina de impacto, geralmente hidráulica, que quebrará o
bloco de rocha em pedaços menores e adequando-o ao emprego no britador
primário;
Drop-Ball: Esfera de aço de peso elevado, que é lançada sobre o bloco de
rocha, quebrando-o em pedaços menores e adequando-o ao emprego no
britador primário;
Fogacho: Os blocos de rocha são perfurados com o emprego de martelo
pneumático. Os furos são carregados com pequena quantidade de explosivo
para serem detonados e se obter o tamanho final desejado. Essa é uma
operação que requer muitos cuidados, pois ao contrário do desmonte do
maciço rochoso é impossível controlar a “direção” que seguirão as pedras
detonadas por fogacho. A equipe de detonação deve tomar todos os cuidados
necessários na execução dessa tarefa.

Britagem primária

O material resultante do desmonte primário é recolhido por uma escavadeira


hidráulica, que deposita em caminhões para descarregamento no alimentador
do britador primário. Esse britador é composto por duas mandíbulas que
trituração a rocha por esmagamento (tipo moinho). A pedra após passar pelo
britador primário terá seu tamanho reduzido para a dimensão mais adequada
ao processo final de britagem. Essas pedras podem ser imediatamente
transportadas para a rebritagem ou destinadas à formação de uma pilha
intermediária, conhecida como pilha pulmão. A pilha pulmão tem a
finalidade de manter material em estoque para rebritagem.

Rebritagem

As pedras presentes na pilha pulmão são geralmente transportadas para a


rebritagem através de transportadores de correia. Os rebritadores são
equipamentos que moem a pedra por atrito. O rebritador deve ser regulado
para permitir a quebra da pedra em conformidade com a granulometria final
desejada.

Classificação final

A classificação final do material resultante da rebritagem é efetuada pelo


conjunto de peneira vibratória, composto por uma ou mais peneiras. A brita
retida é devolvida ao rebritador de forma sucessiva até que se obtenha o
produto na granulometria desejada. A brita que passou na peneira cai numa
bica e desta é conduzido por um transportador de correia para formação da
pilha final do produto.

MATERIAIS PRODUZIDOS NA BRITAGEM

Pó de pedra:Fíler:Areia de brita:Bica-corrida:

Rachão: É a fração acima de 76mm da bica-corrida secundária ou,


eventualmente, da bica-corrida primária.

Restolho: É subproduto em algumas pedreiras de rocha menos sã, sendo


retirado do fluxo à saída do britador primário.

Blocos: São o resultado dos fogos de bancada. Suas dimensões dependem da


morfologia da rocha a explorar e do tamanho do britador primário; variam,
em geral, de um a três metros de dimensões extremas. Os blocos, como tais,
são de uso esporádico (quebra-mares). Neste caso, tem muita influência a
ocorrência ou não de diáclases (ou veios), que podem fazer com que os
blocos se partam muito facilmente, inviabilizando seu uso.

ATIVIDADE MINERADORA

No Brasil o segmento econômico da construção civil é responsável por


14,8% do PIB, representando um importante setor da economia do país.
Entretanto, a indústria da construção civil é responsável por 14 a 50% do
consumo dos recursos naturais pela sociedade em todo planeta.

A produção da pedra britada caracteriza-se pelo baixo valor unitário e pela


produção de grandes volumes. O transporte corresponde a cerca de 67% do
custo final do produto, o que impõe a necessidade de ser produzido o mais
próximo possível do mercado consumidor. O estado de São Paulo responde
por cerca de 30% da produção da produção nacional de pedra britada,
enquanto outros grandes estados produtores são Minas Gerais (12%), Rio de
Janeiro (9%), Paraná (7%), Rio Grande do Sul (6%) e Santa Catarina (4%).

O concreto é um dos materiais de construção mais utilizado pelo homem,


sendo que mais de 80% é constituído de agregados, o que torna relevante a
preocupação com a extração de agregados naturais. A indústria da
construção civil no Brasil consumiu, em 2001, 399 milhões de toneladas de
agregados, sendo 139 milhões de toneladas de pedra britada. Estima-se que
cerca de 210 milhões de toneladas de agregados são consumidos anualmente
no Brasil, somente na produção de concretos e argamassas.

A extração da pedra britada para uso na construção civil constitui uma


atividade mineradora e, como acontece, normalmente, com toda atividade de
mineração, trata-se de empreendimento exploratório que degrada o meio
ambiente. No entanto, se não houver areia e brita a indústria da construção
civil torna-se inviável, constituindo grave problema econômico e social, já
que se trata de grande empregadora de mão-de-obra e o déficit habitacional
tenderia a diminuir com o aumento populacional. Logo há que se ter bom
senso e fiscalização dos órgãos competentes (IBAMA, DNPM, Secretarias
Estaduais do Meio Ambiente, etc). Os principais impactos ambientais
causados pela extração mineral de agregados são:

• Alteração da paisagem;

• Supressão da vegetação, principalmente da mata ciliar;

• Alteração nas calhas dos cursos d’água;

• Instabilidade de margens e taludes;

• Turbidez da água;

• Lançamento de efluentes.
http://www.pattrol.com.br/equipamentos/agregados/introducao.html
http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Agregados.pdf

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