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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE


CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1

AGREGADOS PARA CONCRETO E ARGAMASSA

1.0 DEFINIÇÃO:
Material granular, sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de dimensões e
propriedades adequadas para uso em engenharia civil, especialmente nas argamassas e concretos.

2.0 IMPORTÂNCIA DOS AGREGADOS (FUNÇÕES):


- Reduzir a retração da mistura;
- Aumentar a resistência ao desgaste superficial;
- Reduzir os custos.

3.0 CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS:

3.1 Quanto à origem:


- Naturais: são aqueles que são encontrados na natureza sob a forma de agregado. Podem ser
submetidos ao um simples processo de lavagem ou seleção.
Ex.: areia, seixos rolados, pedregulho, etc.
- Artificiais: são aqueles que necessitam de um tratamento de aperfeiçoamento pela ação do
homem para chegarem à condição necessária e apropriada para o uso como agregado.
Ex.: brita, areia artificial, argila expandida, etc.

3.2 Quanto à massa unitária:


- Leves: possuem M.U. menor que 1g/cm3. Ex.: argila expandida, pedras-pomes, etc.
- Normais: possuem M.U. entre 1g/cm3 e 2g/cm3. Ex.: areia quartzosa, seixos, britas, etc.
- Pesados: possuem M.U. maior que 2g/cm3. Ex.: barita, magnetita, hematita, etc.
3.3 Quanto à dimensão das partículas (granulometria):

Agregado Miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de
4,75 mm, ressalvados os limites estabelecidos na Tabela 1, em ensaio realizado de acordo com a
NBR NM 248.
Ex.: areia, pedrisco, etc.

TABELA 1 – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo (NBR 7211, 2009)

Obs: podem ser utilizados como agregado miúdo para concreto materiais com distribuição
granulométrica diferente das zonas estabelecidas na Tabela 1, desde que estudos
prévios de dosagem comprovem sua aplicabilidade.
- Agregado Graúdo: agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de
75 mm e ficam retidos na peneira 4,75 mm, ressaltados os limites estabelecidos na Tabela 2, em
ensaio realizado de acordo com a NBR NM 248.
Ex.: brita, seixo, etc.

TABELA 2 – Limites da composição granulométrica do agregado graúdo (NBR 7211, 2009)

4.0 OBTENÇÃO DOS AGREGADOS:

4.1 Agregados naturais:


São provenientes da erosão, transporte e deposição dos detritos da desagregação de rochas.
Obtidos por extração direta, e podem passar por processamento de lavagem e classificação.
4.2 Agregados artificias:
São obtidos através da redução de pedras maiores (em britadores).

- Etapas no processo de obtenção de uma brita:


Extração da rocha: operação realizada geralmente por meio de detonações. Deve-se
existir um plano de exploração da pedreira para evitar contaminação do material ou deslizamentos.
Deve-se avaliar as possíveis interferências das detonações nas populações vizinhas.
Fragmentação secundária: operação para reduzir os blocos para tamanhos que possam ser
utilizados no britador.

Transporte: é o deslocamento do material para o local de britamento.

Britamento: etapa em que se chega à granulometria final do agregado, com a utilização


dos britadores (britagem primária, secundária e terciária).

Britagem Primária: Ex. britador de mandíbula (Figura a)


Britagem Secundária: Ex. britador de mandíbula ou britador de cone (Figura b)
Britagem Terciária: Ex. britador de cone ou britador de martelo (Figura c)
FIGURA a) – Britador de mandíbula.

FIGURA b) – Britador de cone

FIGURA c) – Britador de martelo.

Peneiramento: deve-se passar o material britado por uma série de peneiras para se chegar
a uma faixa granulométrica comercial:
Lavagem: Se necessário, utilizam-se lavadores geralmente acoplados às peneiras para
remoção das impurezas.

Estocagem: estocar as britas de acordo com a sua granulometria comercial.


TABELA 3 – Classificação comercial
Brita 0 4,75 a 9,5mm
Brita 1 9,5 a 19mm
Brita 2 19 a 25mm
Brita 3 25 a 37,5mm
Brita 4 37,5 a 75mm
Brita 5 (pedra de mão, rachão) >75mm

• Pedrisco e pó de pedra: confecção de pavimentação asfáltica; jateamento de túneis;


• Brita 1: concreto bombeado; algumas peças de concreto;
• Brita 2: base e sub-base rodoviárias e grandes volumes de concreto;
• Brita 3: pedra de lastro ferroviário
• Brita 4: muros de gravidade, enrocamento de barragens, obras de drenagem, como drenos
sépticos.
• Rachão : murro de contenção de base, gabiões.

5.0 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS AGREGADOS:

Faz-se a caracterização de um agregado conhecendo os índices físicos, ao se obter seus


parâmetros físicos. Assim, podem-se apresentar as propriedades físicas e mecânicas dos
agregados.

5.1 Índices Físicos:


• Granulometria;
• Massa específica;
• Massa unitária;
• Absorção;
• Teor de umidade;
• Coeficiente de inchamento;
• Forma dos grãos e textura superficial;
• Resistência à esforços mecânicos.

TABELA 3 – Ensaios para agregado miúdo (NBR 7211, 2009)


Propriedades Físicas Método
Análise granulométrica ABNT NBR NM 248
Massa Específica ABNT NBR NM 52
Massa Unitária ABNT NBR 7251
Absorção de água ABNT NBR NM 30
Inchamento ABNT NBR 6467
Teor de partículas leves ABNT NBR 9936
Umidade superficial ABNT NBR 9775
TABELA 3 – Ensaios para agregado graúdo (NBR 7211, 2009)
Propriedades Físicas Método Propriedades Mecânicas Método
Massas específicas Módulo de deformação
absoluta e aparente e ABNT NBR NM 53 estático e coef. de ABNT NBR 10341
absorção de água Poisson de rochas
Teor de partículas Resistência ao
ABNT NBR 9936 ABNT NBR 9938
leves esmagamento
Umidade total ABNT NBR 9939 Desgaste por abrasão ABNT NBR 12042
Análise ABNT NBR NM Resistência à
ABNT NBR 6953
granulométrica 248 compressão da rocha

6.0 REQUISITOS GERAIS DA NORMA:


Os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros, campactos, estáveis, duráveis
e limpos, e não devem conter substâncias de natureza e em quantidade que possam afetar a
hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da armadura contra a corrosão, a
durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto visual externo do concreto.

7.0 ÍNDICE DE QUALIDADE DOS AGREGADOS:


7.1 Grãos resistentes aos esforços mecânicos (compressão e abrasão), duráveis e inertes;
7.2 Granulometria contínua;
7.3 Forma dos grãos (geometria) esférica;
7.4 Livres de substancias nocivas:
- Material pulverulento; - Torrões de argila; - Impurezas orgânicas; - Cloretos, etc.

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