Você está na página 1de 67

Agregados na Construção Civil

Profª: Cibelle Guimarães Severo


DEFINIÇÃO

“Agregados são materiais granulosos, naturais ou


artificiais, divididos em partículas de formatos e
tamanhos quase uniformes. Sua função é atuar como
material inerte nas argamassas e concretos aumentando
o volume da mistura e reduzindo seu custo.”
DEFINIÇÃO
 Material particulado, incoesivo, de atividade química
praticamente nula, constituído de misturas de partículas
cobrindo uma extensa gama de tamanhos.

 O termo “agregado” é de uso generalizado na


tecnologia do concreto; nos outros ramos da construção
é conhecido, conforme cada caso pelo nome específico:
Fíler, pedra-britada, bica-corrida, rachão etc.
DEFINIÇÃO
Os agregados constituem um componente importante no
concreto, contribuindo com cerca de 80% do peso e 20% do
custo do concreto estrutural sem aditivos de fck de 15MPa.

Apresentam características variáveis , o que os leva a serem


submetidos a estudos para um concreto de qualidade antes,
durante e após sua utilização.

Os agregados são relativamente baratos e não entram em


complexas reações químicas com a água.
DEFINIÇÃO

Devem ser excluídos agregados provenientes de rochas


macias e de baixa resistência a compressão.

Devem ser isentos de argilas ou matéria orgânica ou de


materiais que prejudiquem sua aderência e/ou interfiram na
pega e ou endurecimento.

Não deve reagir com o aglomerante, sendo estáveis aos


componentes que irão encontrar no caminho.
CLASSIFICAÇÃO

Origem

Peso específico aparente

Forma

Dimensão das partículas


QUANTO À ORIGEM
São encontrados na natureza sob a forma de
Naturais agregados, tais como: areia de rio ou mina, seixos
rolados etc.

São aqueles que necessitam de um trabalho para


Artificiais chegar à condição necessária e apropriada para seu
uso, tais como: areia artificial, brita etc.
QUANTO AO PESO ESPECÍFICO APARENTE

Massa Unitária < 1g/cm3 , ex.: pedra-pomes, vermiculitas e


Leves argilas expandidas, etc.

Médio Massa Unitária entre 1 e 2g/cm3 , ex.: areias quartzosas,


seixos, britas gnáissicas, granitos, etc.

Pesado Massa Unitária > 2g/cm3 , ex.: barita, magnetita, limonita,


etc.
QUANTO AO PESO ESPECÍFICO APARENTE

Leves

Médio

Pesado
QUANTO À FORMA
 Os grãos dos agregados não tem forma geometricamente definida.
Podemos então classificá-los quanto:

Às dimensões (comprimento, largura e espessura)

Conformação da superfície

Forma das faces


QUANTO À FORMA
Dimensões (comprimento, largura e espessura)

 Classificam-se em alongados, cúbicos, lamelares e discóides,


conforme sejam as relações entre as três dimensões, que definem
sua forma.
QUANTO À FORMA
Conformação da superfície

Angulosos: Agregados de rochas britadas possuem vértices e aresta bem


definidos e são chamados angulosos.

Arredondados: Partículas formadas por desgaste superficial contínuo


tendem a ser arredondadas, pela perda de vértices e arestas, como é o caso
das areias e seixos rolados formados nos leitos dos rios, e também nos
depósitos eólicos em zonas marítimas, tendo geralmente uma forma bem
arredondada.
QUANTO À FORMA
Forma das faces

Conchoidal: quando tem uma ou mais faces côncavas;

Defeituoso: quando apresentam trechos convexos.

Observação: A forma dos grãos tem efeito importante no que se refere à


compacidade, à trabalhabilidade e ao ângulo de atrito interno. A influência
da forma é mais acentuada nos agregados miúdos.
QUANTO À DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

Série normal e intermediária: Conjunto de


peneiras sucessivas, que atendem à ABNT
NBR NM ISO 3310-1, com as aberturas
estabelecidas na tabela.
QUANTO À DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS
QUANTO À DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

Agregado cujos grãos passam pela peneira de 4,75mm,


Miúdo mas ficam retidos na peneira 0,15mm. No máximo 15%
da massa ensaiada pode ficar retida na peneira
4,75mm. São as areias.

Classificação (Série de Taylor)


 Grossa: areia que passa em malha 4,8 mm e fica retida na de 1,2 mm,
utilizada em alvenaria de pedra e concreto.
 Média: passa na peneira de 1,2 mm e fica retida na de 0,3 mm, utilizada
em alvenaria de tijolos e em emboços.
 Finas: passa na peneira de 0,3 mm, utilizada em reboco de paredes e
teto.
AREIA

 Na primeira camada do
revestimento de paredes usa-se
a areia média
 Para o revestimento final
(reboco ou massa fina), usa-se a
areia fina.
 Para assentamento de alvenaria
deve-se utilizar areia fina ou
grossa.
AREIA

PROCEDÊNCIA
 De rio: mais puras, portanto, as preferidas.

 Sua extração muitas vezes é ilegal.


AREIA

PROCEDÊNCIA
 De Mina: encontram-se à superfície da terra em camadas, em filões ou em covas.
Quando expurgadas de certas impurezas tornam-se melhores que a de rio.
AREIA

C AR ACT ERÍ STI CAS

 Limpa: quando esfregada na mão deve ser sonora e não fazer


poeira e nem sujar a mão.

 Observar também: umidade, pois quanto maior a umidade destas,


menor será o seu peso específico
QUANTO À DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS

Agregado cujos grãos passam pela peneira de


Graúdo abertura de malha de 75mm, mas ficam retidos na
peneira 4,75mm. No máximo 15% da massa ensaiada
podem passar pela peneira 4,8mm. São as britas e os
seixos rolados.
Graúdo

PROCEDÊNCIA

As britas provêm da desagregação das rochas em


britadores e após passarem em peneiras selecionadas são
classificadas de acordo com sua dimensão média, variável
de 4,8mm a 76mm.

São normalmente utilizadas para a confecção de


concretos, podendo serem obtidas de pedras graníticas e
ou calcárias. As calcárias apresentam menor dureza e
normalmente menor preço.
Graúdo

PROCEDÊNCIA
Graúdo

PROCEDÊNCIA

Para concreto armado a escolha da granulometria baseia-


se no fato de que o tamanho da brita não deve exceder 1/3
da menor dimensão da peça a ser concretada. As mais
utilizadas são as britas 1 e 2.
Graúdo

PROCEDÊNCIA

Brita corrida: mistura de britas, sem classificação prévia,


com pó de pedra, onde todos os tamanhos estão
misturados.

Cascalho ou Pedra de Mão: agregado com grãos de


maiores dimensões sendo retidos na peneira 76mm.
Utilizados normalmente na confecção de concreto ciclópico
e calçamentos.
Graúdo

QUALIDADES EXIGIDAS

Limpeza: ausência de matéria orgânica, argila, sais, etc.

Resistência: no mínimo possuírem a mesma resistência à


compressão requerida do concreto.

Durabilidade: resistir às intempéries e às condições


adversas.

Serem angulosas ou pontiagudas: para melhor aderência.


Graúdo
Graúdo
Graúdo
QUANTO À DIMENSÃO DAS PARTÍCULAS
Na designação de tamanho do agregado, diâmetro máximo é a abertura de
malha, em milímetros, de peneira da série normal à qual corresponde a
percentagem acumulada igual ou imediatamente inferior a 5%. Seguem as
denominações:

Filler é o material que atravessa a peneira nº 200; é material que decanta


nos tanques das instalações de lavagem de brita nas pedreiras.
Areia é o material encontrado em estado natural que passa na peneira
de 4,8 mm.
Pó de pedra, também chamado areia artificial, é o material obtido por
fragmentação de rocha que atravessa a peneira de 4.8 mm
Seixo rolado é o material encontrado fragmentado na natureza, quer no
fundo do leito dos rios, querem jazidas, retido na peneira de 4,8 mm.
Brita é o material obtido por trituração de rocha e retido na peneira de
4.8 mm.
Distâncias das Pedreiras
Escassez Localizada

Pode haver escassez local de agregados


• em regiões densamente povoadas (distâncias crescentes)
- Paris, RMSP
• em regiões sem maciços rochosos próximos
- Amazonas, Acre (falta brita)
• em regiões com poucos terrenos sedimentares
- Goiânia, São Paulo (falta areia)
Restrições ambientais, oposição de vizinhança, custos
elevados de exploração
IMPORTAÇÃO DE AGREGADOS È COMUM
NA EUROPA.
AGREGADOS RECICLADOS

Pode-se obter tanto o miúdo


quanto o graudo
Principais agregados utilizados no Nordeste:
granito britado e seixos.
calcário => pouco usado
Funções dos agregados nos materiais
cimentícios
Influência dos agregados na resistência
do Concreto
Módulo de elasticidade
Módulo de elasticidade
Como medir o módulo dos agregados
Agregados e retração por secagem
EMPACOTAMENTO
Agregados e retração por secagem
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Granulometria

 É a ciência cujo objetivo é medir e determinar a forma do grão do agregado.

 Ela é feita numa série de peneiras normalizadas, com aberturas de malhas


quadradas, conforme especificações da ABNT.

 O procedimento do ensaio consiste no peneiramento do agregado e


determinação das porcentagens retidas em cada peneira.

 A granulometria de um agregado tem grande influência sobre a qualidade dos


concretos e argamassas, tanto do estado plástico (trabalhabilidade), como
após endurecido (resistência).
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Granulometria

 Para caracterizar um agregado é, então,


necessário conhecer quais são as
parcelas constituídas de grãos de cada
diâmetro, expressas em função da
massa total do agregado.

 Composição granulométrica é a
proporção relativa das massas dos
diferentes tamanhos dos grãos que
constituem o agregado, expressa em
porcentagem.
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Curva Granulométrica
 Representação gráfica das porcentagens retidas acumuladas em cada peneira
em relação à dimensão da abertura de sua malha. A percentagem retida
acumulada é representada em escala natural (ordenada) e a abertura da
peneira em escala logarítmica (abscissa).

 O conhecimento da curva granulométrica


do agregado, tanto graúdo quanto miúdo,
é de fundamental importância para o
estabelecimento da dosagem dos
concretos e argamassas, influindo na
quantidade de água a ser adicionada e na
trabalhabilidade do concreto.
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Curva Granulométrica
 Quanto à continuidade da curva de distribuição granulométrica os agregados
podem ser classificados:
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Curva Granulométrica
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Limites Granulométricos
Agregado miúdo
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Limites Granulométricos
Agregado graúdo
NBR 7211: AGREGADOS PARA
CONCRETO- ESPECIFICAÇÃO
Limites Granulométricos
Agregado graúdo
Ensaio
Aparelhagem

 Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;

 Estufa para secar a amostra;

 Peneiras das séries normal e intermediária, tampa e fundo;

 Pincel.
Ensaio
Procedimento

 A amostra para o ensaio deverá ser colhida no canteiro de obra, tendo-se


o cuidado de colher material de diferentes locais onde o agregado está
armazenado, tendo em vista sempre sua representatividade;

 No laboratório, a amostra deverá ser colocada em estufa para posterior


quarteamento. Este procedimento garantirá uma amostra representativa.
O ensaio deverá ser realizado com duas amostras.
Ensaio
Procedimento

 A massa mínima, por amostra de ensaio é estimada de acordo com a


tabela abaixo, onde a DMC é estimada. Após o ensaio, deve-se verificar se
houve compatibilidade entre a DMC real com as massas utilizadas nas
amostras.
Ensaio
Procedimento
 Encaixa-se as peneiras observando-se a ordem crescente (base para
topo) da abertura das malhas.

 Coloca-se a amostra na peneira superior e executa-se o peneiramento,


que pode ser manual ou mecânico.

 Pesa-se o material que ficou retido em cada peneira. Procede-se


novamente o peneiramento até que, após 1 minuto de agitação contínua,
a massa de material passante pela peneira seja inferior a 1% do material
retido.
Ensaio
Procedimento

Confere-se a massa total do material retido nas peneiras e no


fundo com a massa seca inicial da amostra. A diferença não
pode ultrapassar 0,3% da massa inicial. A diferença pode ter
sido causada ou por perda de material ou por questão de
sensibilidade da balança utilizada no ensaio.
Ensaio
Procedimento
Ensaio
Procedimento - Observações

O somatório de todas as massas retidas nas peneiras e no fundo não


pode diferir mais de 0,3% da massa inicial da amostra;
A porcentagem retida em cada peneira, por amostra, deve ser
apresentada com aproximação de 0,1%
 As amostras devem apresentar necessariamente a mesma dimensão
máxima característica ;
 Para uma mesma peneira, os valores da porcentagem retida não devem
diferir mais 4% entre as amostras;
As porcentagens médias retida e acumulada devem ser apresentadas
com aproximação de 1%.
Ensaio
Metodologia de cálculo

COLUNA A e B: São anotadas as massas medidas na balança

COLUNA C/E: Razão entre o valor da


coluna A e B pelo TOTAL da coluna A e B,
multiplicado por 100. Valor expresso em
porcentagem com aproximação de 0,1%.

COLUNA D/F: É igual a soma do valor da


respectiva linha das colunas C e E pelo
valor da linha anterior nas colunas D e F.
Aproximação de 0,1%.
Ensaio
Metodologia de cálculo

COLUNA G: Média entre valores das


colunas C e E, com aproximação de
1%.

COLUNA H: É igual a soma do valor da


respectiva linha da coluna G pelo
valor da linha anterior na coluna H.
Aproximação de 1%
Dimensão Máxima Característica (DMC)

 Grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado,


correspondente à abertura de malha quadrada, em mm, à qual
corresponde uma porcentagem retida acumulada igual ou
imediatamente inferior a 5% em massa.
Módulo de Finura (MF)
 Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um
agregado, nas peneiras série normal, dividida por 100.

Quanto maior o MF, mais graúdo é o agregado

 O módulo de finura é uma grandeza adimensional e deverá ser


apresentado com aproximação de 0,01.
Módulo de Finura (MF)
 O módulo de finura é muito importante para saber das dimensões
dos grãos (superfície especifica).

 Sua determinação serve para determinar a quantidade de:


 Necessidade de água de molhagem e
Cimento
esta relacionado com a área superficial
necessário para
alterando a água de amassamento para
envolver os grãos
certa consistência.

 Os módulos de finura para areias variam entre os seguintes limites:


Exemplo
Agregado Total
 Conjunto formado pelos agregados miúdo e graúdo que compõem o
concreto.
 Juntamente com o cimento, possibilitam ajustes na curva granulométrica
do concreto que se pretende dosar.
 Os limites desta norma, quando se referem ao agregado total, devem
atender aos critérios de ponderabilidade em massa entre esses mesmos
agregados.

Você também pode gostar