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Faculdade de Engenharia

Dep. de Construção Civil e Transportes

Estradas e Transportes II

▪ Aula 5- Material Pétreo


▪ Prof. Ms. Marina Bedeschi

Materiais de Pétreos (agregados)

Definição:
▪ São materiais inertes, granulares, sem forma e
dimensões definidas, com propriedades
adequadas para compor camadas ou misturas
para utilização nos mais diversos tipos de obras.
Constituem mais de 90% em peso das diversas
misturas usadas em pavimento e daí decorre a
importância do seu estudo.
Materiais de Pétreos (agregados)

Qual sua utilização na pavimentação?


▪ Misturas betuminosas;
▪ Concreto de cimento Portland;
▪ Construção de bases;
Materiais de Pétreos (agregados)

Classificação
Podem ser classificados sob diversos aspectos: quanto à origem, forma,
dimensões, massa específica aparente, etc.
1) Quanto a Origem.
Naturais. Ex.: cascalhos, pedregulho, seixos rolados, encontrados em
leitos de rio e lagoas, etc..
Artificiais. Ex.: escória e argila expandida; pó de pedra; rochas
fragmentadas em britadores
Rochas mais utilizadas para
obtenção de agregados
Materiais de Pétreos (agregados)

2) Quanto a forma
▪ Grau de Esfericidade: define-se como a característica dos grãos de terem
forma aproximada da esfera
▫ esferoidais: como o nome indica, são grãos que guardam certa simetria em
relação ao centro e os que mais se aproximam da esfera;
▫ achatados: um plano de apoio aproximadamente circular com pequenas
espessuras; assemelham-se a um disco;
▫ prismáticos: têm dimensão predominante em relação às outras duas;
assemelham-se a um bastão;
▫ lamelares: é o caso que mais deve chamar a atenção. Define-se pedra lamelar
como aquela em que a maior dimensão é superior a seis vezes a menor
dimensão.
Materiais de Pétreos (agregados)

2) Quanto a forma
▪ Grau de arredondamento - está ligado à resistência mecânica e à
abrasão da rocha-mãe, bem como às solicitações das partículas ao
longo do tempo.
Materiais de Pétreos (agregados)

2) Quanto a forma
Materiais de Pétreos (agregados)

3) Quanto a massa especifica aparente


▪ Leves (< 2000 kg/m³): pedra-pomes; vermiculita; argila
expandida.
▪ Normais: areias; seixos; pedras britadas.
▪ Pesados (> 3000 kg/m³): barita; hematita; limonita.
Materiais de Pétreos (agregados)

4) Quanto ao tamanho dos grãos.


▪ Agregado graúdo
▪ Agregado miúdo
▪ Agregado de enchimento ou Filler
Materiais de Pétreos (agregados)

4) Quanto ao tamanho dos grãos.


Classificação granulométrica.
Materiais de Pétreos (agregados)

5) Quanto a Distribuição ou Graduação dos grãos.


▫ Contínua Graduação Densa (melhor entrosamento dos grãos e
preenchimento de vazios)
Graduação Aberta (maior quantidade de material, de
uma mesma granulometria)
Graduação Uniforme (quase que exclusivamente uma
única granulometria- tipo macadame)

▫ Descontínua Graduação com degrau


Materiais de Pétreos (agregados)

5) Quanto a Distribuição ou Graduação dos grãos.

• Granulometria contínua- uniformidade na


distribuição dos grãos favorece a misturas
densas
• Granulometria descontinua- as diversas
frações não se completam quanto à obtenção de
uma mistura densa
Materiais de Pétreos (agregados)

5) Quanto a Distribuição ou Graduação dos grãos.

Granulometria aberta, é aquele que


apresenta distribuição granulométrica
contínua, mas com insuficiência de
material fino (menor que 0,075mm) para
preencher os vazios entre as partículas
maiores, resultando em maior volume de
vazios.
Granulometria uniforme, existe
predominância de uma determinada fração.
Um material com granulometria continua densa, tem se uma
porcentagem de finos que preenche os vazios e aumenta a densidade
do agregado.
Materiais de Pétreos (agregados)
5) Quanto a Distribuição Agregado com graduação com degrau ou descontínua é aquele que
apresenta pequena porcentagem de agregados com tamanhos
intermediários, formando um patamar na curva granulométrica
correspondente às frações intermediárias.

Granulometria aberta

Contínua densa Descontínua


Materiais
MateriaisdedePétreos
Pétreos(agregados)
(agregados)

Para ROBERTS et al (1996) a melhor graduação


para uma mistura betuminosa é aquela que
proporcione um arranjo das partículas mais
denso. Com a máxima densidade ter-se-ia
aumento na estabilidade, através do aumento dos
contatos inter-partículas e se reduziria os vazios
no agregado mineral.
Porém, deverão existir suficientes espaços vazios
para permitir que o cimento asfáltico seja
incorporado para assegurar durabilidade e para
evitar exsudação e/ou afundamento.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Granulometria • Densidade real e aparente do


▪ Forma grão

▪ Absorção de água • Sanidade

▪ Resistência ao choque e ao• Limpeza


desgaste
▪ Durabilidade
▪ Adesividade
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS-Graúdo

▪ Amostragem
• Granulometria
(peneiramento)
• Densidade aparente
• Perda por abrasão
• Forma
• Sanidade
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS- Miúdo

▪ Amostragem
▪ Granulometria
(peneiramento)
▪ Densidade real e aparente
▪ Matéria orgânica
▪ Equivalência de areia
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Amostragem- deve ser feita diretamente na correia


transportadora ou em diversos pontos do monte e então
misturados e quarteados
DNER PRO 120/97 e NBR NM 26 (NBR 7616)
Coleta de Amostra de Agregados
DNER PRO 199/94 e NBR NM 27 (NBR 9941)
Redução de Amostra de Campo de Agregados
para Ensaios de laboratório
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Amostragem- quarteamento manual


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Granulometria (DNER-ME 083/98)


É uma das características que asseguram estabilidade aos pavimentos,
em consequência do maior atrito interno obtido por entrosamento das
partículas, desde a mais graúda à partícula mais fina.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Granulometria (DNER-ME 083/98)


▫ Pode ser com o sem lavagem
▫ Manual ou mecânico
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Exemplo de Frações Típicas de Agregados utilizados em Misturas


(BGS ou CBUQ)

BGS- brita graduada simples


CBUQ- concreto betuminoso usinado a quente
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Forma (DNER-ME 086/94- Índice de forma)


A forma das partículas influi na trabalhabilidade e resistência ao cisalhamento
das misturas asfálticas e muda a energia de compactação necessária para se
alcançar certa densidade.
Partículas irregular ou de forma angular tais como pedra britada, cascalhos e
algumas areias de brita tendem a apresentar melhor intertravamento entre os
grãos compactados, tanto maior quanto mais cúbicas forem as partículas e
mais afiladas forem suas arestas.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

A determinação índice de forma é prescrita também pela NBR 6954/89


A norma considera as medidas por meio de um paquímetro de três
dimensões das partículas: comprimento (a), largura (b) e espessura (c).
Para a classificação segundo a forma são determinadas e relacionadas
entre si as razões b/a e c/b, conforme indica a Tabela
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Resistência ao choque e ao desgaste (Treton- DNER-ME 399/99;


Los Angeles- DNER-ME 35-98)
Durante o processo de manuseio e execução de revestimentos
asfálticos, os agregados estão sujeitos a quebras e abrasão.
A abrasão ocorre também, durante a ação do tráfego, portanto os
agregados devem resistir a quebras, degradação e desintegração.
Agregados mais próximos da superfície do pavimento deve
apresentar maior resistência à abrasão que os das camadas
inferiores.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

O ensaio para medir a resistência à abrasão é o Abrasão Los Angeles


▫ Mede o desgaste de um agregado por abrasão através do
impacto entre agregados e esferas de aço padronizadas que
giram em um tambor, com velocidade controlada.
▫ O número de revoluções é especificado, e após isto, o
agregado é peneirado e pesado. De acordo com o uso do
material, são estabelecidos valores máximos de abrasão Los
Angeles.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

Ensaio de Abrasão Los Angeles


Peso da amostra conforme graduação
e número de rotações.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

Ensaio de Abrasão Los Angeles


▫ Esferas padronizadas de aço são adicionadas ao agregado,
causando um efeito danoso a este quando a máquina é
ligada. Com auxílio de uma análise granulométrica calcula-se
a perda por abrasão:
▫ LA = Perda por abrasão Los Angeles (%)
𝑚𝑖 − 𝑚𝑓
▫ mi = massa inicial 𝐿𝐴 = ∗ 100
𝑚𝑖
▫ mf = massa final
Massa inicial deve ser seca em estufa
Massa final retido na peneira 1,7mm lavada e seca em estufa
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Abrasão Los Angeles

Peneira n°12
(1,7mm)

LA= .100
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Impacto ou Choque (Treton DNER-ME 399/99)


Objetivando determinar a perda ao choque do material pétreo,
obedecendo a uma faixa granulométrica padronizada.
A amostra deve ser constituída de partículas passando na 19mm e
retidas na 16mm, escolhendo se as partículas mais cúbicas e de mesmo
tamanho. A massa deve ser 50 vezes a massa especifica aparente das
partículas, com o número de partículas para o ensaio de
aproximadamente 15 a 20.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Impacto ou Choque (Treton DNER-ME 399/99)


O ensaio de impacto ou choque consiste em dar uma série de golpes
com um soquete padrão no agregado colocado dentro do cilindro do
aparelho Treton. Calcula-se a perda de massa após o impacto.
𝑀𝑖−𝑀𝑟
Mi- massa original T=
𝑀𝑟
∗ 100

Mr- massa retida na 1,7mm após o ensaio


T- perda ao choque
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Esmagamento (DNER-ME 197/97)


O ensaio de esmagamento avalia o desempenho do material ao
desgaste pelo atrito interno simulando no ensaio a compressão
imposta pelos rolos compactadores durante a construção ou
posteriormente, n próprio pavimento construído, sob ação do tráfego.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Esmagamento (DNER-ME 197/97)


O ensaio de esmagamento mede a resistência do agregado submetido
à compressão de uma carga variável de até 40tf, aplicada
uniformemente sobre os agregados colocados dentro de um cilindro. A
razão de carga é de 4tf/min. Determina-se a carga que conduz a uma
quebra de 10% do material.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Ensaio de Esmagamento (DNER-ME 197/97)


O agregado é previamente peneirado e seco e compactado com um
soquete em 3 camadas com 25 golpes cada. Após o carregamento, o
material é retirado e peneirado na 2,4mm e assim obtém se as massas:
Mi- massa inicial
Mf- massa final
𝑀𝑖−𝑀𝑓
R- resistência ao esmagamento R= ∗ 100
𝑀𝑖
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Adesividade
Capacidade de uma mistura se manter coesa durante toda sua vida de
serviço.
Quanto maior a afinidade química do agregado com o betume→ mais
difícil será para separar este do agregado
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Adesividade
Prescrita pelas normas DNER-ME 079/94 e 078/94 avaliam a
adesividade dos agregados ao material betuminoso. É verificado pelo
não deslocamento da película betuminosa que recobre o agregado,
quando a mistura agregado-ligante é submetida, a 40°C, à ação de água
destilada, através de imersão durante 72 horas.
Resultados:
▪ Se não houver nenhum descolamento→ adesividade satisfatória
▪ Se houver descolamento parcial ou total→ adesividade não
satisfatória
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Adesividade
Corretivos de adesividade: Líquidos
Sólidos ▪ Alcatrões(10%)
▪ Cal hidratada ▪ Aditivos a base de amina (0,5
▪ Pós calcários a 2,5 %)

▪ Cimento Portland
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Absorção de água

Agregados porosos absorvem água e asfalto e necessita uma


quantidade adicional de ligante para preencher os vazios e promover
coesão.

Absorção = massa após imersão 24 h/ massa inicial seca

Cuidados quando absorção for superior a 2%.


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Absorção de água
Índica a quantidade de água que um agregado é capaz de absorver é
determinada em função da diferença de pesos, entre um amostra
mergulhada em água por 24 horas e seca em estufa.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Densidade
Prescrita pela DNER-ME 081/98, esta norma fixa o procedimento para a
determinação da densidade aparente do agregado graúdo e da absorção
d’água. Já a DNER-ME 084/95 fixa os procedimentos para determinar a
densidade real dos agregados miúdos

A diferença entre a densidade e a massa específica reside no fato que a


densidade se refere a um corpo, enquanto que a massa específica se
refere a um material, a uma substância específica.
Por exemplo, a massa específica do ferro é de 7900 kg/m³. Caso um sólido
maciço seja feito inteiramente de ferro, sua densidade também será de
7900 kg/m³. Entretanto, se o sólido tiver uma porção oca em seu interior,
sua densidade será diferente da massa específica do ferro, mesmo que ele
seja feito inteiramente desse material.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

A densidade real em g/cm³, é determinada através da relação entre a


massa seca e o volume real. O volume real é constituído do volume dos
sólidos, desconsiderando o volume de quaisquer poros na superfície.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Densidade

Densidade real do grão Densidade efetiva do grão

Densidade aparente do grão

Vppn= volume de poros permeáveis não preenchidos com asfalto


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Densidade- Agregados graúdos DNER- ME 081/98- NBR 9937

Gsa = A Densidade Real


A-C
Gsb = A Densidade Aparente
B-C
a = (B - A) x 100 Absorção
A
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Densidade- Agregados miúdos DNER- ME 084/95- NBR 9937

Onde: A: Picnômetro vazio


B: Picnômetro + Material
C: Picnômetro + Material + Água (ºC)
D: Picnômetro + Água (ºC)
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Durabilidade e sanidade (DNER-ME 089/94)


Está relacionada a resistência ao intemperismo e é avaliada por meio de um
ensaio em que o agregado é submetido ao ataque de uma solução
padronizada de sulfatos de sódio ou magnésio.
Os agregados para serem usados na pavimentação betuminosa devem ser
isentos de substancias nocivas, tais como argila, matéria orgânica etc.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

Sanidade (DNER-ME 089/94)


Visa determinar a resistência do agregado à desintegração química –
intemperismo. O basalto, por exemplo, se deteriora formando argila o que
não é desejável em uma mistura asfáltica;
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

Sanidade (DNER-ME 089/94)


▪ O ensaio consiste em atacar o agregado com uma solução saturada de
MgSO4 (Sulfato de Magnésio) ou Na2SO4 (Sulfato de Sódio) por cinco
ciclos de 16 a 18 horas a 21ºC.
▪ O resultado é expresso como a perda de peso que deve ser inferior a
12%.
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

Sanidade (DNER-ME 089/94)


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Limpeza (Equivalência de areia- DNER-ME 054/97)


▪ Tem por finalidade a identificação de finos nos agregados miúdos ou em
solos.
▪ O ensaio consiste em colocar o material na proveta com solução
padronizada; deixar em repouso; agitar; ler a altura da suspensão (h1) e
da sedimentação (h2).
▪ Para misturas asfálticas EA>55%
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Limpeza (Equivalência de areia- DNER-ME 054/97)

ℎ2
𝐴𝐸 = ∗ 100
ℎ1
CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS (agregados)

▪ Limpeza (Matéria orgânica- DNER-ME 055/95)


▪ Comparação de colorimétrica de uma amostra de agregado imerso em
uma solução de hidróxido de sódio e uma solução padrão de acido tânico
após 24 horas de repouso, filtrar as duas soluções e comparar as
colorações.
Obrigada!

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