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resultados de ensaios de
aderência de sistemas de
revestimentos de argamassa
Profa. Helena Carasek
NUTEA - EEC
Universidade Federal de Goiás
Revestimento de Argamassa
Funções:
Proteger alvenaria e estrutura contra a ação do
intemperismo;
Integrar o sistema de vedação dos edifícios
contribuindo com diversas funções;
Regularizar a superfície dos elementos de
vedação e servir como base para acabamentos
decorativos.
1
Argamassa de Revestimento
Propriedades mais importantes:
Trabalhabilidade;
Aderência;
Capacidade de absorver
deformações; Fissuração
Baixa Retração;
Baixa Permeabilidade à
água;
Resistência mecânica. Superficial
Revestimentos
Requisitos de Desempenho
• Não descolar
• Não fissurar
• Ter resistência superficial
adequada
• Ter baixa absorção e
permeabilidade (para evitar
infiltrações, manchas de bolor e
mofo)
2
ADERÊNCIA
1993
3
Últimos anos
2010
4
Quando se pensa
em aderência e
desempenho
Importante:
análise
sistêmica
(Medeiros, 2007)
Edifícios atuais:
9 Métodos de dimensionamento das estruturas
mais sofisticados – estruturas mais esbeltas
9 Aumento da resistência do concreto – módulo
de elasticidade nem sempre acompanha
9 Altos - efeitos de vento – altas deformações
(grande esbeltez em 1 direção)
9 Rapidez na execução - retirada de formas e
escoramentos; levantamento da alvenaria ...
9 Grandes vãos ...
5
Fissuração da
alvenaria/revestimento
Deterioração dos
revestimentos
ao longo do tempo
6
ADERÊNCIA
Propriedade muito importante – usada para
avaliar desempenho de revestimentos
9Influência dos materiais
9Influência do processo executivo
9Deterioração ao longo do tempo
9Método de ensaio
Resultados de ensaios devem
ser analisados com cautela
ADERÊNCIA
Conceitos
7
Aderência
Deriva da conjunção de 3 propriedades da
interface argamassa/substrato:
MECANISMO DE ADERÊNCIA
ARGAMASSA/SUBSTRATO
Fenômeno mecânico;
8
MECANISMO DE ADERÊNCIA
ARGAMASSA/SUBSTRATO POROSO
Substrato
SO4--
AlO4-
ARGAMASSA
Água Ca++
AlO4-
+
Cimento
Ca++ SO4--
etringita
9
ETRINGITA
MEV
(Carasek, 1996)
10
Bloco cerâmico
chapiscado
Interação
argamassa no
estado fresco / substrato
Teoria dos Poros Ativos
11
Interação de 2 sistemas de poros
Esqueleto de
grãos
sólidos dos
aglomerantes e
areia - espaços
intergranulares
Substrato Argamassa
Poros
Modelo: tubos cilí
cilíndricos paralelos preenchidos
independentes, abertos e por água
perpendiculares à superfí
superfície
DETRICHÉ et al. (1985); DUPIN, DETRICHÉ, MASO (1988)
Sucç
Sucção pelo
substrato
Φsubstrato < Φargamassa
Aperto mecânico
das partí
partículas
sólidas da
argamassa
Aceleraç
Aceleração da
cristalizaç
cristalização dos
produtos
hidratados
Substrato Argamassa
Φ médio da
Movimento da água argamassa
12
Φsubstrato > Φargamassa
Substrato Argamassa
Movimento da água
GALLEGOS (1995)
13
Poros ativos do substrato
INFLUÊNCIA DOS
MATERIAIS
CONSTITUINTES
DA ARGAMASSA
NA
ADERÊNCIA
14
AGLOMERANTES
ARGAMASSA IDEAL:
CIMENTO
+ CAL
15
• Cimento Ö Resistência de aderência
1.4
Resistência de aderência
13,808x
1.2 y = 0,0585e
2
R = 0,9882
1
16,353x
(MPa)
y = 0,0265e
0.8 2 T6-S
R = 0,9568
T6-U1
0.6
18.329x
T6-U2
y = 0.0155e
0.4 2
R = 0.8545
0.2
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
16
EXCESSO DE
CIMENTO
Argamassa
sem cal
1:3
EFEITO DA CAL
Ï Raderência
Ï Extensão
bloco
Argamassa
com cal
1: 1/4 : 3
CARASEK (1996)
bloco
17
Envelhecimento
IPT (1996)
0,45
0,4
0,35
0,3
0,25 Filito
0,2 Cal
0,15
0,1
0,05
Cuidado:
Aderência Inicial
≠
Desempenho
18
CO2 calor
Calcário
CO2
carbonatação calcinação
Argamassa
CICLO
no estado
fresco
da Cal Virgem
CAL
água
Preparo
Hidratação/
Água da
extinção
calor
argamassa
areia
(cimento) Cal
Hidratada
ADITIVO
INCORPORADOR
DE AR
19
Aditivo Incorporador de Ar
+ 0,05% de aditivo
incorporador de ar
(Alves, 2002)
Pode reduzir a
Incorporador de ar
resistência de
aderência
Bolhas de ar
argamassa
Podem diminuir a
superfície de contato
bloco
20
0,4
0,2
0,1
0
20 22 24 26 28 30 32
Teor de ar (%)
~20%
Resistência de aderência
Teor de ar da argamassa
21
(Carasek, 1996)
argamassa
bloco
Argamassa industrializada
Tempo de mistura
Argamassa
preparada em
obra
Teor de aditivo /
tempo de mistura
(Carvalho, Carasek, Cascudo, 2000; Crescêncio,
Parsekian, Barros, 2000; Monte, Uemoto, Selmo, 2003)
22
45
Teor de ar (%) 40
35
30
25
20
15 Brandão, Duarte, Carasek
10
(2005)
5
0
0 100 200 300 400
compressão (MPa)
Resistência à
4
Tempo de 3
Mistura 2
0
0 100 200 300 400
23
ARGAMASSA
IDEAL:
CIMENTO CAL
+
+ Aditivo IAR
ADITIVO
ADITIVO
ADITIVO
ADITIVO
24
• Cimento Ö Resistência de aderência
Tensão de
Cisalhamento na
Base Interface
Revestimento
de
argamassa
τ c = E . ε . e/A
Onde:
τc = tensão de cisalhamento
E = módulo de elasticidade
ε = movimentação
e = espessura do revestimento
A = área de contato
25
INFLUÊNCIA DO
SUBSTRATO
NA
ADERÊNCIA
Diferentes Bases
Alvenaria
• Bloco cerâmico
• Bloco de concreto
• Bloco de concreto
celular ...
Estrutura
26
50 x
Bloco de concreto –
Bloco cerâmico
27
INFLUÊNCIA DO
PROCESSO DE
EXECUÇÃO
NA
ADERÊNCIA
LIMPEZA
DA BASE
28
Caso prático:
9 obras em Brasília
6 construtoras
(Carasek, Cascudo, Jucá, 2005)
2 problemas principais:
+
Baixa aderência Elevada retração
entre chapisco e da argamassa de
substrato revestimento
descolamento fissuração
29
Elevada Retração
Baixa Aderência
• Falta de limpeza do substrato
• Desmoldante base óleo
(alguns casos baixas diluições)
Superfície Impediu a
impregnada Ação penetração da pasta
de óleo hidrofugante aglomerante nos
poros do substrato
30
Fissuração
Mapeada – sem orientação preferencial
– cruzando em ângulos de aprox. 90o
Altos teores de
cimento
Elevada
retração
Condições
climáticas: alta
temperatura,
baixa UR e
ventos fortes
31
Escolha cuidadosa dos desmoldantes
Exemplo: Desmol
• Desmol - concreto aparente
• Desmol CD - base para revestimentos
• Desmol Betoneira - fôrmas metálicas
• Cera Desmoldante - pré-moldados
Limpeza –
Preparo da Base
Apicoamento
+ Lavagem
Para remover
o pó
32
Lavagem – jato
de água sob
pressão
TRATAMENTO
SUPERFICIAL:
CHAPISCO
Função:
• Regularizar a absorção de água
• Aumentar a rugosidade
33
Tipos de Chapisco:
• Chapisco tradicional
• Chapisco rolado
• Chapisco industrializado
chapisco convencional
34
CHAPISCO
# Alta temperatura
# UR baixa
# Alta incidência de
ventos PULVERULÊNCIA
Importante:
Cura
Úmida
Chapisco
+
Revestimento de argamassa
35
Chapisco
Rolado
CUIDADO !!!
Chapisco Rolado
– cimento
– areia
– polímero
– água
36
Caso prático: descolamento na
interface revestimento/chapisco
37
• 4 horas
• 24 horas
• 3 dias
• 1 mês
• 2 meses
0,36
0,34
Resistência de aderência (MPa)
0,32
0,30
0,28
0,26
0,24
0,22
0,20
0,18
* PVA e ACRÍLICO
0,16
* Revestimento 0,14
ensaiado
com 14 e 28 dias 4 24 72 672
38
Pesquisa em Laboratório
ANÁLISE AOS 3 DIAS E 28 DIAS
PVA Análise 3 e 28 dias - PVA Análise 3 e 28 dias - Acrílico
Acrílico
0,60 0,45
0,55
0,40
0,50
0,35
0,45
0,30
Rader (MPa)
Rader (MPa)
0,40
0,25
0,35
0,20
0,30
0,25 0,15
0,20 0,10
0,15
0,05
72 672
Análise 3 e 28 dias - SBR 72 672
Idade do chapisco (horas)
0,50 Idade do chapisco (horas)
0,45
(2007) 0,30
SBR
0,25
0,20
0,15
0,10
72 672
Idade do chapisco (horas)
Importância da Cura
Chapisco Rolado com PVA
PVA
0.6 100%
90%
0.5
80%
0.42
0.4 70%
0.4
64.44%
Ruptura cha/arg
RADER (MPa)
60%
0.3 50%
38.75% 40%
0.2 0.16
0.14 30%
20% 20%
0.1
11.75% 10%
0 0%
s/c R1 c/c R1 s/c R2 c/c R2
Tipo de aplicação Ruptura chap./arg.
RADER (Mpa)
39
Chapisco Colante
Vantagens:
9 Resultados de
aderência muito
bons
(geralmente
superiores)
9 Não necessita
cura úmida
Oportunidade de
melhoria
Bolhas de ar,
espaços onde a
argamassa não
penetrou
40
FORMATOS TESTADOS
Circular 4 mm Convencional
(Oliveira, Cascudo, Carasek, 2008)
FORMATOS GERADOS
(a) Semi-circular;
(b) Trapezoidal 8x8;
(g) (h)
(c) Trapezoidal 12 mm;
(d) Trapezoidal 4x8;
(e) Trapezoidal 5x8;
(f) Circular 4 mm;
(g) Convencional;
(h) Trapezoidal 6x10
41
Convencional Trapezoidal 6 x 10
Resistência de aderência (MPa) 0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Convencional Nova desempenadeira
Trapezoidal Circular 4 mm
6x10
Convencional
42
Técnica alternativa – aplicação em
duas etapas
0,9
Mean ±SE ±0,95*SD
0,8
GRUPO 1
Resistência de aderência (MPa)
0,7 CV = 18%
0,6
Oliveira,
Cascudo, 0,5
Carasek
(2008)
CV = 29%
0,4
GRUPO 2
0,3
• Ferramentas diferentes
• Duas etapas de aplicação
Chapado
Duas etapas
43
Argamassa aplicada
APLICAÇÃO manualmente
DA
ARGAMASSA
Aperto da
argamassa
após
lançamento
44
Ergonomia
Pesquisa em
obra
(SANTOS, CARASEK,
LEMES, CASCUDO,
2008)
Coordenadas XY
45
Ergonomia
2,4 0,14 0,17
0,14
2,2 0,25
0,28
2,0 0,31
0,31
1,8 0,42 0,55 0,55
1,6 0,25
0,28
1,4 0,55 0,34
1,2
Y
0,76
0,31 0,39
1,0 0,50 0,39 0,44
0,8
0,42 0,25
0,6 0,55
Ergonomia
?
??
???
Dá para
executar
bem ????
46
Plataforma de Cremalheira
SOLUÇÃO:
MOTORIZAÇÃO
BALANCIM MOTORIZADO
Outras Vantagens:
• Garantir a execução
de todos os serviços
na fachada, com
intervalos de tempo
adequado
• Mapeamento da
fachada
47
Estudo dos locais
com espessuras
Mapeamento das fachadas críticas
Mapeamento da fachada
½ altura ½ altura
Pontos de leitura
à meia altura
Projeção Mecanizada
48
Estudo de caso:
Obra Via Parque da Cidade -
Brasília
Estudo da influência do
processo de aplicação da
argamassa industrializada:
MANUAL X PROJETADA
Equipamento –
bombeamento e
Mean ±0,95 Conf. Interval ±SD projeção
0,9
0,8
RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA (MPa)
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
49
Comparação da aplicação
Mecânica Manual
¾Área total:
8.800cm² ¾Área total:
8.800cm²
¾ Extensão de
aderência ¾ Extensão de
8.275,16 cm² aderência :
6.006cm²
94% 66%
50
REVESTIMENTO DE
ARGAMASSA
# Alta temperatura
# UR baixa
# Alta incidência de ventos
Importante:
CURA ÚMIDA DO
REVESTIMENTO
Cura x RADER
(Carvalho, Carasek 2004)
Mean ±0,95 Conf. Interval ±SD
1,0
0,9 Realizado no
período
RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA (MPa)
0,8
chuvoso.
No período
0,7
0,6
da seca a
0,5 influência
0,4 deve ser bem
0,3
maior!
0,2
N U
SEM CURA
CURA CURADO
Outros estudos: Pereira, Carasek, 2000
51
TÉCNICA DE
MEDIDA
DA
RESISTÊNCIA DE
ADERÊNCIA
O Ensaio de Avaliação da
Resistência de Aderência
TRAÇÃO
52
1 NBR 13528 - Revestimento
de paredes e tetos com
argamassas inorgânicas:
determinação da resistência de
aderência à tração
53
O PROBLEMA:
Alta dispersão dos
resultados
Valores diferentes quando
realizado por diversos
laboratórios
A SOLUÇÃO:
Pesquisas
Ajustar a metodologia –
revisão da NBR 13 528 (1995)
54
NBR 13 528 (2010)
antes 6 CPs
Na prática também:
Quadrada L= 5 cm
Circular φ = 10 cm
Corte quadrado,
pastilha circular
Etc...
55
NBR 13 528 (2010)
• Corpos de prova – seção circular
φ = 50 mm
Modelagem numérica
Concentração
de tensões
Elementos
Finitos
56
Programa experimental
0,80
0,60
0,50
0,40
CV = 33%
0,30
Influência da
0,20
geometria e dimensão
0,10
dos corpos-de-prova
0,00
Quadrado 100 mm Circular 50 mm
Corte do revestimento
¾ Corte a seco ou com água (ensaiar com
revestimento seco)
¾ Obra: Recomenda-se a utilização de um gabarito que
servirá de apoio durante a realização do corte.
57
Diferentes
Equipamentos
Estudo em obra:
•Operador – não exerceu influência
•Tipo de equipamento – significativo
58
Intervalo de confiança de 95% média desvio padrão
0,35
0,30
Resistência de aderência à tração (MPa)
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
A B C D
Equipamento
59
NBR 13 528 (2010)
Outros Cuidados:
UMIDADE DO REVESTIMENTO
1,00
Resistência de aderência à tração
0,90
0,80
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10, 11,0 12,
0 0
Pesquisa em laboratório Umidade absorvida (%)
60
0,40
Resistência de aderência à tração
0,35
Resistência superficial
0,30
0,20
0,15
Pesquisa em Obra
0,10
0,05
UMIDADE
0,00
Seco Úmido Saturado
Condição do revestimento
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Saturado Úmido Seco
Condição do revestimento
3 determinações
61
Local do ensaio: Junta X Bloco
Grupo: Junta 1 cm
Bloco cerâmico
Junta de
assentamento
Grupo: Bloco
Revestimento de
2 cm argamassa
62
(Scartezini & Carasek, 1999)
0,35 0,35
Aderência à tração
Resistência de 0,3
0,25 0,27
(MPa)
0,2
0,15 0,17
0,1
0,05
0
Resistência Bloco
Tijolo Junta
Global
63
9 Influência da forma de aplicação da carga:
0,40
Resistência de aderência à tração (MPa)
0,30
0,25
Sem excentricidade
0,20
0,15
0,10
CE – com excentricidade
0,05 SE – sem excentricidade
64
Forma de ruptura para um sistema de revestimento
A B C
Pastilha
Cola
Argamassa
Chapisco
Substrato
Ruptura no substrato Ruptura na interface Ruptura no chapisco
substrato/chapisco
D E F G
65
Rupturas nas Interfaces
(adesivas) são
perigosas
Resistência de aderência
9Tração
9Cisalhamento
66
Avaliação da resistência ao
cisalhamento
AUMENTO DA
“Placas ecológicas” fabricadas a
partir de materiais recicláveis
RUGOSIDADE
(plástico – 75% e alumínio – 25%) DA SUPERFÍCIE DAS
Prensadas para criação da malha ESTRUTURAS DE
CONCRETO
67
ESPECIFICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE
ARGAMASSA - NBR 13.749
CONTROLE
Aderência - Inspeção
por percussão
Amostragem:
• 50 m2 para tetos
• 100 m2 para paredes
percussão - 1 m2 com
martelo de madeira
SOM CAVO
68
PERCUSSÃO
EM
FACHADAS
Obrigada pela
Atenção !!!
hcarasek@gmail.com
69